Você está na página 1de 61

Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências Sociais

MONOGRAFIA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRESTADOS AOS RECÉM-


NASCIDOS NA SALA DE INTERNAMENTO PÓS-PARTO DA
MATERNIDADE LUCRÉCIA PAIM NO IIIº TRIMESTRE DE
2020

Autor: Florêncio Manuel Quivinja


Licenciatura: Enfermagem
Orientador: MsC. António Sabalo

Viana, 2021
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001

Faculdade de ciências sociais

MONOGRAFIA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRESTADOS AOS RECÉM-


NASCIDOS NA SALA DE INTERNAMENTO PÓS-PARTO DA
MATERNIDADE LUCRÉCIA PAIM NO IIIº TRIMESTRE DE
2020

Autor: Florêncio Manuel Quivinja


Licenciatura: Enfermagem
Orientador: MsC. António Sabalo

Viana, 2021
EPÍGRAFE

Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor


incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra (Barbosa
Filho, 2010, p.4).

III
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais, Manuel Quivinja, Eva Capemba pelos seus exemplos de
valor e constância. Por ensinar-me a vislumbrar o horizonte quando tudo parece estar
perdido, pela sua paciência, pelo seu infinito Amor. Embora um deles já não vive no mundo
dos vivos.
Aos meus filhos Manuel, Isaura, Adélia, Dionísio, Mayamba, Maria Tita, pelo
orgulho que neles tenho.

IV
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os meus colegas que aceitaram o meu desafio e que acreditaram
neste projecto, contribuindo com capítulos de grande qualidade.
Agradeço ao Vicente, por ter acreditado neste projecto e tê-lo tornando realidade.
Agradeço a Deus e todas pessoas que estiverem a meu lado desde o inicio,
demonstrando apoio, e que me fizeram sentir que valia a apena.
Agradeço à minha família, pela paciência e pelo tempo e que ficaram privado da
minha contribuição financeira e companhia.
Aos meus Professores que me deram aulas pela nossa amizade que representaram
durante o tempo dos meus estudos.
Por último quero agradecer com alguma emoção o meu pai João Quivinjá por toda a
força e incentivo que meu deu para concretizar este sonho.

V
DECLARAÇÃO DE AUTOR

Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (Unipiaget) e em particular do regulamento de
Elaboração do Trabalho de Fim do Curso. O trabalho é original excepto onde indicado por
referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de
modo algum quais ser viões da Unipiaget. Este trabalho, no todo em parte, não foi apresentado
para avaliação noutras instituições do ensino supeior nacionais ou estrangeiras.

Mas, informo que a norma seguida para elaboração do trabalho escrito é a norma

Norma APA 6ª Edição--------------------------------------------

Assinatura:………………………………………………………………

Data……/……./…..

VI
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico nº 1: Distribuição da amostra, em relação ao género ......................................29

Tabela 2: Distribuição da amostra, em relação a idade ......................................................... 36

Tabela 3: Distribuição da amostra, em relação ao grau de Escolaridade ............................... 36

Tabela 4: Distribuição da amostra, em relação ao nível Profissional .................................... 37

Tabela 5: Tempo de serviço como profissional de Saúde ...................................................... 38

Tabela 6: Cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala de internamento


pós-parto da Maternidade Lucrécia ........................................................................................ 39

Gráfico 7: Uso de Equipamentos de prestação de cuidados de Enfermagem aos recém-


nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia .................................. 40

Gráfico 8: Avaliação dos cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia.................................................................. 41

Condições de trabalho dos profissionais de Enfermagem na assistência aos recém-nascidos


na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia ................................................ 42

Gráfico 10: Profilaxia para os cuidados os cuidados dos profissionais de enfermagem com o
material a respeito das normais ............................................................................................ 43

Gráfico 11: Avaliação dos cuidados ao manuseamento aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia.................................................................. 44

Gráfico 12: Equipamentos utilizados pelos profissionais de enfermagem nos na sala de


internamento pós-parto dos recém-nascidos .......................................................................... 45

VII
RESUMO

Apresente pesquisa, abordou os cuidados de enfermagem prestados aos recém-


nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº trimestre
de 2020. O tipo de pesquisa escolhida para realizar este estudo foi a quantitativa. Para o
levantamento dos dados, recorreu-se as técnicas de pesquisa como: Entrevista, observação
participativa e pesquisa Bibliográfico. Participaram da pesquisa, 35 profissionais de saúde
da Maternidade Lucrécia Paim. Tendo em conta o problema e os objectivos da pesquisa,
chegou-se as seguintes conclusões: 86% do total dos profissionais de saúde inqueridos são
do sexo masculino, sendo que, a maior parte é maior de 41 anos ocupando um percentual de
34% em relação ao total da amostra. A maior parte destes profissionais, na ordem dos 60%
do total da amostra, possuem o IIº ciclo concluído que corresponde ao ensino médio. Em
termos de categoria profissional, 60%, destes pressionais, são técnicos de enfermagem e
quanto ao tempo de serviço, 54% está nesta profissão a mais de 4 anos. os cuidados de
enfermagem prestados aos recém-nascidos na Maternidade Lucrécia Paim, passam pela
avaliação da respiração, avaliação do aquecimento, avaliação do sangramento, avaliação da
cor, uso de frauda descartáveis esterilizadas e, o uso de luva e mascaras descartáveis. Em
relação as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem que assistem os recém-
nascidos, é razoável. De modo geral, os resultados apontados pelo estudo evidenciam a
importância dos cuidados de enfermagem para a redução dos casos de mortalidade pós-parto
recém-nascido, por considerarem a equipe de enfermagem como alicerce de um cuidado não
somente técnico-científico, mas também humano e individualizado.

Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem, Recém-Nascidos, Sala De Internamento e


Maternidade

VIII
ABSTRACT

This research addressed the nursing care provided to newborns in the postpartum

hospitalization room of the Lucrécia Paim maternity hospital in the third quarter of 2020.

The type of research chosen to carry out this study was quantitative. For data collection, we

used research techniques such as: Interview, participatory observation and bibliographic

research. 35 health professionals from the Lucrécia Paim maternity hospital participated in

the search. Taking into account the problem and the objectives of the research, the following

characteristics were reached: 86% of the total number of health professionals surveyed are

of the sexes, with most males over 41 years old, occupying a percentage of 34% in in

relation to the total sample. Most of these professionals, around 60% of the total sample,

have completed the 2nd cycle, which corresponds to high school. In terms of professional

category, 60% of these pressure workers are nursing technicians and regarding the length of

service, 54% have been in this profession for more than 4 years. the nursing care provided to

newborns in the Lucrécia Paim maternity hospital includes breathing assessment, heating

assessment, bleeding assessment, color assessment, use of sterile disposable swabs and the

use of disposable gloves and masks. Regarding the working conditions of nursing

professionals who care for newborns, it is reasonable. In general, the results pointed out by

the study show the importance of nursing care to reduce cases of postpartum newborn

mortality, considering the nursing team as the foundation of not only technical-scientific

care, but also human and individualized.

Keywords: Nursing Care, Newborns, Inpatient and Maternity Room

IX
ÍNDICE GERAL

EPÍGRAFE ............................................................................................................................. III

DEDICATÓRIA ..................................................................................................................... IV

AGRADECIMENTOS.............................................................................................................V

DECLARAÇÃO DE AUTOR .................................................................................................. VI

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1

DENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA..........................................................................................2

OBJECTIVOS DO ESTUDO .....................................................................................................2

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................3

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO .................................................................................................3

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO..................................................................................................4

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS..................................................................................................4

CAPÍTULO I : FUNDAMENTAÇÃOTÉCNICO-CIENTÍFICA .......................................6

1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO DA NEONATOLOGIA .......................................7

1.2. O RECÉM-NASCIDO E OS SEUS SISTEMAS DE INTERACÇÃO .............................10

1.2.1. COMPETÊNCIAS SENSORIAIS DO RECÉM-NASCIDO .........................................11

1.2.1.1. A Visão.........................................................................................................................11

1.2.1.2. A Audição ....................................................................................................................12

1.2.1.3. O Olfacto......................................................................................................................13

1.2.1.4. O Paladar ......................................................................................................................13

1.2.1.5. O Tacto .........................................................................................................................13

1.2.2. Competências Comportamentais do Recém-Nascido .....................................................15

1.3. A Promoção de Cuidados Antecipatórios ao recém-nascido .............................................17

1.3.1. Alimentação do recém-nascido .......................................................................................17

X
1.3.2. Vestuário do Recém-nascido...........................................................................................19

1.3.3. Sono e Repouso ...............................................................................................................20

1.3.4. Afecto e Estimulação do recém-nascidos........................................................................20

1.3.5. Adaptação ao Papel Parental ...........................................................................................21

1.3.6. Segurança e Prevenção de Acidentes ..............................................................................21

1.3.7. Vigilância de Saúde.........................................................................................................22

CAPÍTULO II. OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO .........................................24

2.1. MODO DE INVESTIGAÇÃO...........................................................................................25

2.2 VARIÁVEIS .......................................................................................................................25

2.4 OBJECTO DE ESTUDO ....................................................................................................26

2.4.1. Critérios ..........................................................................................................................26

2.5 INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO ...........................................................................26

2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO.......................................27

CAPÍTULO III. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..........................................................28

ANEXOS ..................................................................................................................................51

APÊNDICES............................................................................................................................52

XI
INTRODUÇÃO
Durante o período pós-parto os pais têm de se adaptar às múltiplas alterações que se
lhes colocam a nível físico, psicológico e relacional, decorrentes das modificações impostas à
dinâmica familiar pela integração de um novo membro na família.

Os primeiros dias após o parto são habitualmente ricos em experiências de cuidar e


sentidos pelos pais e profissionais de saúde como determinantes para o sucesso do processo
que se inicia.

Estas práticas de cuidar já têm em conta a mudança do papel do pai nas famílias, onde
se constata um maior envolvimento na participação dos cuidados ao RN, decorrentes da
realidade do quotidiano das famílias, onde os novos valores instituídos a nível sócio/familiar
com mães e pais trabalhadores, alterou os papéis de mãe e pai, e também pelo actual
enquadramento legal da Maternidade/paternidade.

«A assistência pré-natal compreende um conjunto de procedimentos que objectiva


prevenir, diagnosticar e tratar eventos indesejáveis à gestação, ao parto e ao recém-nascido.
Em 2005 a Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Obstétrica e
neonatal, considerando a necessidade de ampliar os esforços para alcançar as metas para
redução da mortalidade materna e neonatal» (Gonçalves, 2009, p. 23).

No período da gestação, a mãe oferece um ambiente ao bebé, onde ele se desenvolve e cresce.
Após o nascimento essa união termina e outras pessoas se envolvem nos cuidados ao bebé.
Esses cuidados podem ser enfatizados com aconselhamento de sugestões práticas, e ajudam os
pais a se adaptarem à Maternidade/paternidade. Os profissionais devem instruir os pais quanto
às necessidades sobre o banho e higiene, roupas e segurança do bebé, (Edwards,2012, p. 17).

O Enfermeiro tem um papel importante, não apenas na promoção e transmissão de


informação ao longo da gravidez, mas também no acompanhamento após a saída da
Maternidade, ao longo do período pós-parto.

A intervenção do Enfermeiro junto da família é indispensável ao nível da prestação de


cuidados, educação e promoção de saúde, pois encontra-se numa posição privilegiada para
intervir na promoção de uma vinculação positiva no seio da mesma.

1
DENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação,
decisão ou solução ou ainda consiste em dizer de maneira explicita, clara, compreensível
e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver
limitando o seu campo e apresentando as suas características, (Carvalho, 2009, p. 123).
O período pós-parto é considerado um momento privilegiado para a realização de
acções de promoção de saúde, quer colectivas, quer individuais. O cuidado ao recém-nascido,
imediatamente após seu nascimento e nas primeiras horas de vida, tem importância prioritária
para a sua sobrevivência e para o seu desenvolvimento saudável e harmonioso.

No período neonatal, tendo em vista a vulnerabilidade na vida do recém-nascido, há


riscos biológicos, ambientais, psíquicos, socio-económicos e culturais. Em função disso, faz-
se necessário o estabelecimento de cuidados especiais, actuação oportuna, integral e
qualificada e protecção social e de saúde a essa parcela da população.

Ao nascer, o recém-nascido dá os primeiros passos para uma vida independente e


precisa se adaptar, definitivamente, ao meio extra-uterino. Esse processo transicional
normalmente é fisiológico; entretanto, ao nascer, pela fragilidade do recém-nascido, além da
preocupação com a redução de riscos, é fundamental recepcioná-lo dignamente, reconhecê-lo
como um ser dependente, que necessita de protecção, cuidados, segurança para promover a
sua saúde.

Actualmente, existem ainda alguma ineficácia a nível da promoção de saúde efectuada


nos Centros de Saúde, apresentando os pais insuficientes conhecimentos e competências para
viver o período pós-parto de forma adequada e sadia. Foi essa nossa percepção da realidade
que nos levou a efectuar uma pesquisa nesta temática, partindo com a seguinte questão:

Quais são os cuidados de enfermagem prestado aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº trimestre de 2020?

OBJECTIVOS DO ESTUDO
Objectivo geral

Analisar os cuidados de enfermagem prestada aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº trimestre de 2020.

2
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
1) Caracterizar o perfil sócio-demográfico dos profissionais de enfermagem segundo:
sexo, idade, nível académico, nível profissional e tempo de serviço;

2) Descrever os cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na Maternidade


Lucrécia Paim;
3) Identificar as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem que assistem os
recém-nascidos.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
O tema ora estudado é de grande importância, pois, constitui um grande desafio no
ambito pessoal dado os inúmeros problemas associados aos cuidados de enfermagem ao
Recém-Nascido em determinadas Maternidades do nosso País.

A motivação para realização deste estudo advém da experiência acadêmica na disciplina


Saúde Materno infantil. A formação acadêmica voltada para as possibilidades de melhoria da
qualidade da assistência de enfermagem à puérpera e ao recém-nascido, instigou a busca de
conhecimentos sobre esta temática.

Por outro lado, partimos para este estudo como forma de elucidar, de maneira breve e
objectiva, os cuidados de enfermagem prestado aos recém-nascidos na sala de internamento
pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim.

O tema vai contribuir para reflexões em torno do problema, trazendo evidencias teóricas
que explicam a problemática dos cuidados de enfermagem ao Recém-Nascidoe, trazer
possíveis respostas para mitigar os efeitos negativos da falta de cuidados adequados ao
Recém-Nascido.

E como futuro enfermeiro, dado o dos cuidados de enfermagem ao Recém-Nascido, a


abordagem deste tema vai contribuir para outras reflexões sérias em torno do problema.

No ambito academico ou científico o estudo torna-se pertinente a medida em que


procurará trazer evidencias teoricas que explicam a problematica dos cuidados de
enfermagem ao Recém-Nascido.

3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo foi realizado na sala de internamento pós-parto da Maternidade


Lucrécia Paim no IIIº trimestre de 2020.

DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

a) Cuidados de Enfermagem
«O cuidado manifesta-se na preservação do potencial saudável dos cidadãos e depende
de uma concepção ética que contemple a vida como um bem valioso em si. Por ser um
conceito de amplo espectro, pode incorporar diversos significados» (Lussky, 2009, p.13).

Cuidar em enfermagem consiste em envidar esforços transpessoais de um ser humano


para outro, visando proteger, promover e preservar a humanidade, ajudan do pessoas a
encontrar significados na doença, sofrimento e dor, bem como, na existência. É ainda,
ajudar outra pessoa a obter auto conhecimento, controle e auto cura, quando então, um
sentido de harmonia interna é restaurado, independentemente de circunstâncias externas
(Montagner, 2013, p. 24).

b) Recém-Nascidos
«Recém-nascidos ou lactente, é a denominação clínica usada em Pediatria dada a
todas as crianças dos 28º dias após o nascimento até atingirem os 24 meses de idade»
(Afonso, 2009, p. 17).

«Até aos 28 dias de vida tem a designação de recém-nascido e a partir dos 2 anos a
designação é de criança. Outras terminologias são: infante (criança que não fala), infante
novo-nascido, neonatal, recém-nado e nenê/neném» (Brazelton & Cramer, 2013, p. 14).

c) Sala De Internamento
«Internarão ou Internamento é o local de permanência dos doentes a quem os cuidados
de saúde não podem ser administrados em regime ambulatório. Exemplos de lugares onde
ocorrem internações são a UTI e o hospital psiquiátrico» (Montagner, 2013, p. 12).

«Entrada de indivíduo em instituição (com fins terapêuticos, correctivos, etc.) cujo


regime de funcionamento obriga à permanência nas suas instalações, impossibilitando a
residência no seu domicílio habitual» (Lussky, 2009, p. 11).
4
d) Parto
«Parto é o nome dado ao momento em que o bebé deixa o útero da mulher, finalizando
o período de gestação. Trata-se, portanto, do nascimento da criança» (Hess, 2011, p. 36).

«Parto ou nascimento é o termo de uma gravidez, em que um ou mais bebés deixam o


útero da mulher» (Montagner, 2013, p. 23).

e) Maternidade
A Maternidade é a experiência pessoal de dar a luz a um filho protagonizada por
algumas mulheres em determinado momento de suas vidas. Ela determina um
ponto de inflexão na vida das mães após a chegada do seu filho, portanto, elas
mudam as prioridades de suas vidas (Afonso, 2009, p. 66).

5
CAPÍTULO I : FUNDAMENTAÇÃOTÉCNICO-CIENTÍFICA

6
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO DA NEONATOLOGIA

Em meados do século XIX, as crianças eram ignoradas pelos médicos, não existiam
instituições que se dedicassem aos cuidados com as crianças, eram altas as taxas de
mortalidade infantil, principalmente entre os recém-nascidos prematuros.

«Esperava-se que as crianças nascidas prematuramente fossem ao êxito letal, assim


como também aquelas crianças nascidas com malformações». (Avery, 2009, p.3).

Havia um sentimento de que a selecção natural se encarregaria das crianças ‘menos


adaptadas’ à sobrevivência, tal como o nitrato de prata na profilaxia da ophtalmia
neonatorum, e um cirurgião ortopedista inglês, Willian Little, correlacionou o trauma de
nascimento com a paralisia cerebral.

Um obstetra de Edimburgo, introduziu o tratamento pré-natal e afirmava que, doenças


maternais tal como a sífilis, tifo, tuberculose e a ingestão de toxinas adversas durante a
Maternidade afectavam a saúde e o desenvolvimento do feto (Lussky, 2009, p.1-2).

Diante das altas taxas de mortalidade adicionadas da queda nas taxas de natalid a d e, crio u -se u m
receio na população europeia de despovoamento e vulnerabilidade da defesa nacional, nesta época,
surgiu na Europa um movimento pela saúde da criança entre 1870 e 1920, que tinha como
objectivo preservar a vida de todas as crianças. Este movimento ficou registrado como um dos
primeiros momentos da medicina neonatal. Com todo esse movimento social, o cuidado
preventivo passou a ser praticado, Maternidades foram ampliadas e incubadoras foram fabrica d as
(LUSSKY, 2009, p. 18).

Em 1878, um funcionário do zoológico de Paris desenvolveu a pedido do professor e


obstetra parisiense, Stephane Etienne Tarnier, uma incubadora semelhante a uma chocadeira
de ovos de galinha. Em 1880, o professor apresentou esta incubadora, que foi instalada na
Maternidade de Paris.

«A Neonatologia é considerada tendo seu início com o obstetra francês Pierre


Budin,que estendeu sua preocupação com os recém-nascidos além das salas de parto. Budin
criou um ambulatório de puericultura no Hospital Charité, em Paris, no ano de1892»
(Avery, 2018, p.1).

Budin foi o responsável pelo desenvolvimento dos princípios e métodos que passaram a
formara base da medicina neonatal.

7
No final do século XIX, outras evoluções ocorreram no tratamento obstétrico eneonatal.
As incubadoras estavam sendo utilizadas no tratamento de crianças prematuras com
sucesso, Martin Coney, aluno de Budin, foi para os Estados Unidosem 1896 sendo
considerado o primeiro oferecer cuidados especializados a crianças prematuras. Em
Viena, o médico Carl Credé foi o responsável pela introdução do uso de nitrato de prata
na profilaxia da oftalmia neonatorum, e um cirurgião ortopedista inglês, Willian Lit tle,
correlacionou o trauma de nascimento com a paralisia cerebral. JohnBaleantyne, um
obstetra de Edimburgo, introduziu o tratamento pré-natal e afirmava que: doenças
maternais tal como a sífilis, tifo, tuberculose e a ingestão de toxinasadversas durante a
Maternidade afetavam a saúde e o desenvolvimento do feto (LUSSKY, 2009, p.1-2).

Os avanços médicos e tecnológicos da época propiciaram grandes transformações no


cuidado neonatal durante e após o parto. As fundações que antes eram designadas para prestar
assistência a crianças abandonadas foram modificadas e transformadas em hospitais infantis, e
os pediatras assumiram um grande papel no tratamento neonatal.

Na primeira década do século XX, observa-se um aumento da contribuição dos


pediatras para a ciência da medicina neonatal, estudos sobre a alimentação (natural e
artificial) e a prematuridade foram realizados, e curvas decrescimento eram utilizadas para
estabelecer demandas de energia.

«Após uma exibição, em Chicago, delactentes prematuros em uma unidade de


demonstração, organizada por Coney, opediatra Julius Hess criou um centro para
assistência aos lactentes prematuros naquela cidade» (Avery, 2018, p.92).

Não foi antes de 1922 que uma estação para crianças prematuras de porte foi finalmente
estabelecida no Sarah Moris Hospital do Michael Reese Hospital em Chicago”.Ainda, no
início do século XX, as taxas de mortalidade entre os recém-nascidos mantiveram-se
elevadas, além da prematuridade as infecções hospitalares também eram as responsáveis pela
maioria dos óbitos.

Neste período iniciou-se uma disputa pela assistência aos recém-nascidos entre obstetras
e pediatras.

«O pediatra Julius Hess tornou-se a autoridade americana em relação a prematuridade


e através dele o tratamento neonatal entrou na cadeira académica, ele também desenvolveu a
incubadora Hess. Os hospitais Sarah Morris e Michael Reese Hospital promoveram avanços
em técnicas assépticas, serviços de transporte neonatal e alimentação por via nasal»
(Lussky, 2009, p. 54).

8
Na década de 20 ocorre a consolidação e organização dos avanços tecnológicos. Em
1921, um ato social buscou promover o bem estar materno e infantil, e em 1922, inaugura-se a
primeira e única unidade para crianças prematuras do Sarah Morris Premature Center, o
pediatra Julius Hess publica seu compêndio intitulado “Doenças de crianças prematuras e
congénitas.

«Outras descobertas científicas eram reveladas, e em 1924, Albrecht Peiper descreveu


o desenvolvimento neurológico inicial do lactente prematuro; os avanços nas técnicas
também se ampliavam e Alfreed Hart realizou, com sucesso, pela primeira vez a
exosangüineotransfusão no recém-nascido com icterícia em 1925» (Downes, 2012, p. 25).

Com os avanços técnico-científicos na neonatologia, reduziram-se as taxas de


mortalidade, a infecção hospitalar foi controlada com o isolamento estrito do recém-nascido
na Maternidade, mas isto ocasionou a separação entre mãe e filho, prejudicando o vínculo
entre eles e o aleitamento.

«O marco nos anos trinta foi a criação do “Box de Oxigênio Hess”, desenvolvido, pelo
pediatra Julius Hess em 1934 e utilizado para o tratamento de distúrbios respiratórios»
(Lussky, 2009, p.3)

A enfermagem também exerceu um papel fundamental no início do desenvolvimento da


neonatologia. Um artigo escrito pelo pediatra Julius Hess nos traz a informação de que os
melhores resultados obtidos no cuidado aos recém-nascidos prematuros eram alcançados
quando enfermeiras bem treinadas estavam à frente do serviço como supervisoras. Neste
período cresceu o incentivo pela especialização da enfermagem para o cuidado a recém-
nascidos prematuros, e observa-se um grande investimento nessa área.

«No Centro para prematuros de Chicago foi criado um fundo de investimento para o
treinamento das enfermeiras na área de neonatologia» (Hess, 2011, p. 36).

Na década de 40, os avanços no armazenamento de sangue e nas pesquisas de patologias


proporcionaram o desenvolvimento de novas terapias para enfermidades como a
eritroblastose fetal. Em 1946, Louis Diamond e colaboradores introduziram uma técnica
para a exosanguineotransfusão com um cateter de polietileno com base na canulação da
veia umbilical com um cateter de polietileno (Downes, 2012, p. 29).

Dando continuidade aos avanços alcançados na década de 30 para os problemas respiratórios,


os anos 50 também foram marcados pelas descobertas relacionadas aos distúrbios do trato
respiratório.
9
Na época não havia meios para a respiração mecânica, e a apnéia infantil era controlada
pela observação; as crianças que necessitavam de estímulo eram puxadas pelos pés por
uma faixa de tecido. Richard Pattle e Jonh Clemente’s descobriram, em 1957, as
propriedades da parede interna do alvéolo; em 1959, Mary Ellen Avery’s e Jere Mead’s
descreveram a deficiência de surfactante como etiologia da HMD (síndrome respiratória)
sendo esta a causa de 2500 mortes por ano, e desta forma proporcionou uma explicação
para o distúrbio e uma base para a terapia (Lussky, 2009, p. 43).
Ainda em 1957, na Cidade do CaboÁfrica do Sul, o pediatra Patrick Smythi e o
desenvolvimento da neonatologia. Um artigo scrito pelo pediatra Julius Hess nos traz a
informação de que os melhores resultados obtidos no cuidado aos recém-nascidos prematuros
eram alcançados quando enfermeiras bem treinadas estavam à frente do serviço como
supervisoras.

«Neste período cresceu o incentivo pela especialização da enfermagem para o cuidado


a recém-nascidos prematuros, e observa-se um grande investimento nessa área. No Centro
para prematuros de Chicago foi criado um fundo de investimento para o treinamento das
enfermeiras na área de neonatologia» (Hess, 2011, p. 33).

«Em 1946, Louis Diamond e colaboradores introduziram uma técnica para a


exosanguineotransfusão com um cateter de polietileno com base na canulação da veia
umbilical com um cateter de polietileno» (Downes, 2012, p. 17)

Nesta década, Virgínia Apgar desenvolveu um método de contagem qu e avaliava as


condições do recém-nato nos primeiros momentos de vida. A partir da década de 70 os
pediatras, cirurgiões e anestesiologistas infantis defenderam a ideia do agrupamento de
lactentes com patologias severas em unidades especiais, visando o tratamento mais eficaz.
As Maternidades para prematuros passam a ser denominadas Maternidade de tratamento
especial, e desta para unidade de tratamento intensivo para recém -nascido (Downes,
2012, p, 19).

1.2. O RECÉM-NASCIDO E OS SEUS SISTEMAS DE INTERACÇÃO

«Até às últimas décadas do século XX, o RN nas semanas a seguir ao nascimento, era
visto como um ser incapaz de ver e ouvir, imaturo e indefeso em todos os domínios, para
além de completamente vulnerável às condições do meio» (Brazelton, 2010, p. 28).

Porém, a investigação realizada nesta área durante os últimos trinta anos revolucionou
esta ideia convencionada. De acordo com os mesmos autores, o recém-nascido passou a ser
reconhecido como um ser activo, munido de capacidades e competências comportamentais,
capaz de intervir, reagir e interagir no meio ambiente que o rodeia, a partir do nascimento.

10
Imediatamente após o nascimento, o recém-nascido, inserido num mundo complexo de
calor, odores, vozes e presenças que constituem a sua primeira aquisição, detém a
capacidade de ver, escutar, sentir e reagir, encontrando-se, portanto num processo de
aprendizagem constante. Para isso dispõe de “competências para perceber e aprender que
pode sempre estabelecer, restabelecer ou reforçar laços fortes e parti culares com uma
pessoa” (Montagner, 2013, p. 115).

O recém-nascido é, precocemente, detentor de uma diversidade de competências


sensoriais, sendo capaz de aprender as estimulações recebidas no ambiente intra-uterino,
enquanto feto, e logo a partir do nascimento.

1.2.1. COMPETÊNCIAS SENSORIAIS DO RECÉM-NASCIDO

Pode ser tão relevante para o processo de vinculação a capacidade que um recém-
nascido tem para ouvir e ver imediatamente após o nascimento, como colocar o bebé a mamar
no peito da mãe.

Esta noção vem reforçar a importância do reconhecimento das competências sensoriais


do recém-nascido e a sua influência na relação que estabelece com a mãe, pelo que passamos
a descrever

1.2.1.1. A Visão

Os recém-nascidos, a partir do momento em que nascem, parecem capazes de


compreender o rosto humano, pelo qual revelam preferência se este f or comunicativo.
Note-se que, todos os jovens pais anseiam por um relacionamento visual com o s seus
bebés, a seguir ao parto (Brazelton & Cramer, 2013, p. 70).
Os contornos do rosto e o brilho dos olhos e da boca, são estímulos visuais que prendem
mais a atenção de um recém-nascido. Estas características possibilitam que o recém-nascido
desenvolva um conhecimento muito precoce do universo humano que o rodeia e das pessoas
que cuidam dele.

Quando um recém-nascido é pegado ao colo e embalado, estes actos acalmam-no e


despertam-no, provocando uma reacção reflexa que consiste no abrir dos olhos e na
atenção a um estímulo visual. O estado de alerta mais prolongado parece ser produzido
pela posição quase vertical, num ângulo de trinta graus, pelo que, quando se pega num
RN, quase na vertical, embalando-o de uma forma suave, este abre os olhos, pronto a
comunicar, (Perry, 2009, p.34).
Apesar da acuidade visual no recém-nascido estar comprovada, sabe-se que esta é baixa.
Logo após o nascimento, as pupilas do recém-nascido são reactivas à luz e o reflexo de
pestanejo é facilmente observável.

11
A baixa acuidade visual deve-se ao facto das capacidades para processar a informação
recebida ser limitada, e não à falta de qualidade das imagens, mas também porque o olho
se encontra estruturalmente incompleto ao nascimento. Inicialmente, o recém-nascido vê
distintamente imagens de alto contraste ou a preto e branco e ao fim da primeira semana
já reconhece o rosto da mãe (Faure & Richardson, 2014, p. 48).

Deste modo, os recém-nascidos têm preferência por objectos que estejam a uma
distância de cerca de vinte centímetros da linha média do campo de visão, que corresponde
exactamente à distância entre a face do bebé e a face da mãe durante a amamentação.

Um recém-nascido é capaz de fixar, por momentos, um objecto ou uma pessoa e de


seguir um objecto em movimento lento em cerca de doze graus para a direita ou para a
esquerda, e trinta graus para cima e para baixo.

«Existem quatro fases de reacções a estímulos visuais, nomeadamente, um estádio de


alerta inicial; uma atenção crescente; um interesse decrescente e gradual e um desinteresse
total de uma situação que se tornou monótona» (Brazelton & Cramer, 2013, p. 32).

Para os profissionais de saúde e para os pais, o comportamento visual demonstrado pelo


recém-nascido constitui-se como um dos sinais mais credíveis de um sistema nervoso central
intacto. Porém, o facto do recém-nascido se encontrar ou não num estado propício à
interacção visual é determinante para o seu comportamento durante a interacção com um
adulto, pelo que o comportamento visual do mesmo não é, por si só, uma prova da existência
de lesões cerebrais.

1.2.1.2. A Audição

Os órgãos auditivos tornam-se funcionais por volta da vigésima semana de gestação, o


que comprova as experiências sensoriais auditivas do bebé no meio intra-uterino. No
útero materno, reage aos estímulos sonoros, diminuindo a sua actividade motora e o choro
perante sons de baixa frequência (como por exemplo os batimentos cardíacos ou canções
de embalar), ao passo que, sons de alta-frequência provocam reacção de alerta, (Borges &
Gouveia, 2011, p. 23).
A acuidade auditiva do bebé é semelhante à do adulto logo que o ouvido fica liberto de
liquido amniótico, podendo esta situação ocorrer no primeiro minuto de vida”. Assim, desde
as primeiras horas de vida, o recém-nascido demonstra que ouve, que presta atenção e que é
capaz de localizar a origem do som, seguindo-o com movimentos dos olhos e da cabeça.

«A resposta do recém-nascido a um estímulo sonoro, quando está em estado de


vigilância calmo e atento, é de mover os olhos e, por vezes, a cabeça em direcção à fonte

12
sonora – resposta visual auditiva. No estado sonolento, um estímulo sonoro provoca a
abertura dos olhos». (Perry, 2009, p. 13).

1.2.1.3. O Olfacto
Os recém-nascidos têm o sentido do olfacto fortemente apurado, motivo pelo qual são
capazes de distinguir os cheiros agradáveis e desagradáveis.

O olfacto é, portanto, uma forma de mãe e filho aprenderem um sobre o outro. Logo nas
primeiras horas de vida, o RN sentindo necessidade de se alimentar, procura encontrar o
mamilo da mãe através do cheiro. A capacidade de reconhecimento do cheiro da mãe é
um factor importante e facilitador de interacção mãe filho. Muitas vezes, quando uma
mãe pega no seu bebé, ele volta a face para o seu peito devido à sua sensibilidade ao
calor, mas também pela sua capacidade olfactiva, já que durante o tempo que está a ser
alimentado o seu nariz está em estreito contacto com o peito materno, ficando assim
intimamente associados o alimento e o cheiro (Borges & Gouveia, 2011, p. 24).
De acordo com os mesmos autores, os recém-nascidos reagem a odores fortes como o
álcool ou o vinagre virando a cabeça, reagindo como se sentissem agredidos pelos odores
mais fétidos, ao passo que se sentem atraídos pelos odores doces. Neste sentido, os odores
podem influenciar o processo de vinculação e de amamentação.

1.2.1.4. O Paladar
Os recém-nascidos têm um sistema gustativo bem desenvolvido, detendo a
capacidade de distinguir ténues diferenças de paladar, pelo que diferentes sabores
podem desencadear diferentes expressões faciais. Através de reacções específicas
e diferenciadas (o tipo de sucção) a vários líquidos, como sejam o leite materno, o
leite adaptado ou a água salgada, chegou-se à conclusão que o RN tem receptores
de paladar especializados (Brazelton & Cramer, 2013, p. 18).
Os sabores preferidos dos recém-nascidos são os doces, ajudando-o a permanecer no
estado ideal de interacção, encorajando-o a levar as mãos à boca, sendo esta estratégia
considerada de auto calmante. Os recém-nascido esperam um maior relacionamento social
quando alimentados ao peito do que quando alimentados a biberão.

O funcionamento dos mecanismos neurofisiológicos possibilita as sensações do gosto a partir


do quarto mês de gestação, motivo pelo qual as sensações gustativas são também passíveis de
avaliação ainda no meio intra-uterino, variando a ingestão de líquido amniótico pelo feto em
função da presença ou não de substâncias açucaradas introduzidas artificialmente (Ferreira,
2016, p. 45).
1.2.1.5. O Tacto
«A pele é o órgão mais extenso do organismo que participa em diversas funções vitais,
tornando-se, por isso, complexo e dinâmico. Tem função física e sensorial, funcionando como uma
barreira mecânica e de protecção» (Borges & Gouveia, 2011, p. 35).

13
O recém-nascido é sensível ao tacto em todas as zonas do seu corpo e pode aprender variadas
sensações à superfície da pele, nomeadamente a pressão, a dor, o frio e o calor. No entanto, o toque
pode também ser revelador de afecto, pelo que estas sensações fazem parte do diálogo constante que
o recém-nascido estabelece com o meio envolvente.

O tacto é a primeira e a mais importante zona de comunicação entre uma mãe e o seu novo
filho. As mães reagem à má disposição dos bebés acalmando-os, tocando-lhes ou pegando-lhes ao
colo para refrearem a sua actividade motora desordenada. O tacto é um sistema mediático entre a
criança e a pessoa que cuida dela, e que funciona simultaneamente para acalmar, alertar e despertar.

«As reacções ao tacto ao nível das mãos e da boca, locais onde se encontram um maior
número de receptores tácteis, são estabelecidas antes do nascimento e servem para dar conforto ao
próprio RN, como também para controlar a actividade motora, funcionando como auto-
estimulação» (Brazelton & Cramer, 2013, p. 21).

Normalmente, a estimulação à volta da boca desencadeia a sua abertura numa tentativa de


agarrar e sugar, correspondendo ao reflexo dos pontos cardeais e de rotação. No caso de ser tocada a
mão do recém-nascido, como resposta ele fecha-a e agarra, o que corresponde ao reflexo de preensão
palmar.

«De acordo com as várias possibilidades de estímulos sobre as variadas zonas do pé, o recém-
nascido pode apresentar vários reflexos: preensão plantar, babinsky, marcha automática, entre
outros» (Ferreira, 2016, p. 26).

De facto, a zona do corpo tocada e a intensidade do toque são determinantes para a reacção do
recém-nascido. Um estímulo táctil lento pode acalmar um recém-nascido que está agitado, enquanto
um estímulo forte e rápido pode levar o recém-nascido a ficar alerta.

O desenvolvimento emocional está intimamente ligado ao sentido do tacto. Desta


forma, torna-se importante para o desenvolvimento do RN que os pais saibam regular o
seu mundo táctil até ele ser capaz de o fazer sozinho. Outro aspecto importante a
considerar é a cultura, pois, desde as primeiras horas de vida o RN necessita de
partilhar com a pessoa cuidadora as suas necessidades, os seus interesses e as suas
experiências afectivas. “As primeiras interacções, as primeiras comunicações do ser
humano, do bebé, com os adultos e as crianças, na família, na creche, representam, de
alguma forma a sua entrada na cultura” (Ramos, 2011, p. 159).

14
1.2.2. Competências Comportamentais do Recém-Nascido
O recém-nascido é um ser no qual determinados comportamentos se encontram presentes à
nascença ou são tributários dos fenómenos de maturação, ao passo que outros são construídos
durante as interacções com os adultos que dele cuidam, pelo que ambos devem ser reconhecidos
e solicitados para que um ser de interacção se desenvolva» (Montagner, 2013, p. 217).
Considerando as capacidades do recém-nascido face à expressão dos seus sentimentos e
interacção com o meio circundante, uma das primeiras tarefas dos pais é aprender a reconhecer e a
prever os estados de consciência do bebé, para saber se ele estará disponível para comer, dormir e
para se relacionar”. Assim, estes estádios são o contexto fundamental para a compreensão das suas
reacções e adequação do estímulo externo.

«As características comportamentais do recém-nascido vão sofrendo alterações desde o


nascimento, nas primeiras seis a oito horas pós-parto o RN atravessa algumas fases de
instabilidade, altura em que a presença dos pais e o conhecimento destes sobre as fases reactivas do
recém-nascido promove a vinculação pais-filho e contribuem para o sucesso alimentar» (Perry,
2009, p. 29).

Assim, como refere esta autora, o recém-nascido durante o primeiro período de reactividade,
encontra-se num estado de alerta calmo, os olhos mantêm-se normalmente abertos, podendo
concentrar a sua atenção na figura dos pais e escutar vozes, especialmente a da mãe.

Neste primeiro período deve ser promovida a interacção pais recém-nascido, por ser um
período que facilita a vinculação. O período seguinte, denominado alerta activo, corresponde a uma
fase de maior actividade (podendo movimentar-se e chorar vigorosamente) na qual, o recém-nascido
parecendo ter fome, apresenta um forte reflexo de sucção, sendo este o momento propício para
iniciar o aleitamento. Seguidamente o recém-nascido entra num período de inactividade (cerca de
duasa quatro horas), podendo cair num sono profundo, salientando-se a dificuldade em acordar.
Evidencia-se uma diminuição das suas reacções, apresentand o ínfimas respostas quando estimulado.

«Posteriormente, o recém-nascido apresenta um segundo período dereactividade, com uma


duração de quatro a seis horas, no qual fica acordado e alerta, alternando períodos de calma,
actividade e choro. Simultaneamente, demonstra interesse em ser alimentado, manifestado por bons
reflexos de rotação, sucção e deglutição» (Perry, 2009, p. 46).

«Existem seis estados de consciência, em que cada estado representa um modelo dinâmico que
exprime todo o comportamento do recém-nascido. Assim, o estado de consciência, não só determina

15
a capacidade do bebé para captar e utilizar uma informação, como afecta o tipo e o grau de
resposta que ele vai dar» (Brazelton & Cramer, 2013, p. 80).

Segundo ainda estes autores, existem dois estados de sono: sono profundo e sono leve ou
activo, e quatro estados de vigília: sonolência, alerta, alerta activo e choro.

O sono profundo ocorre em ciclos de sono de cerca de quatro horas por dia em bebés não
prematuros, e têm como objectivo acalmar e organizar o sistema nervoso imaturo e vulnerável do
bebé. O recém-nascido está relativamente inacessível a estímulos externos; somente estímulos
intensos e perturbadores são capazes de o acordar.

Apresenta-se quase quieto, excepto estremecimento ou sobressalto ocasional,


a respiração é profunda e regular, os olhos encontram-se bem fechados. Não
se regista actividade motora e facial, salvo pequenos movimentos finos e
bruscos dos dedos, lábios e pálpebras e movimentos ocasionais de sucção, em
intervalos regulars. (Perry, 2009, p. 24).
Para este autor, o sono leve ou activo tem a duração de doze a quinze horas por dia, em
períodos de vinte a quarenta minutos por ciclo de sono. É nesta fase que ocorre o crescimento e a
diferenciação cerebral.

Durante este sono os bebés estão mais vulneráveis ao mundo exterior, mais reactivos a
estímulos internos e externos. Na presença destes, o bebé pode permanecer em sono superficial,
voltar ao sono profundo ou ficar sonolento.

O recém-nascido apresenta alguns movimentos corporais (contorcer e


espreguiçar), observando-se o movimento rápido dos olhos e o seu
estremecimento sob as pálpebras fechadas; a respiração é irregular, por vezes
bastante leve, e acelerada, comparativamente com a que se observa no sono
profundo. A nível do rosto, os bebés apresentam movimentos f aciais do tipo
caretas ou franzir o sobrolho, mexem a boca, mamam, sorriem e podem emitir
alguns sons de choro (Brazelton & Cramer, 2013, p. 56).

Os estímulos do meio envolvente podem acordar o RN, mantend o-o mais desperto e disponível
para a interacção. O bebé responde a estímulos sensoriais de forma mais lenta, verificando-se a
mudança de estado após o estímulo.

«No estado de alerta o RN está acordado e tem a duração de duas a três horas por dia, em
períodos de vinte a trinta minutos. Neste estado o cérebro da criança encontra-se suficientemente
permeável e activo para receber e tratar a informação. Os estímulos visuais e auditivos provocam
reacções previsíveis» ( Montagner, 2013, p. 23).

16
O bebé está atento ao ambiente concentrando-se em qualquer estímulo presente, pelo que este
é considerado o estado óptimo de vigília, no qual ocorrem as maiores recompensas para os pais. A
actividade corporal é mínima, a respiração é regular, a face apresenta um aspecto radioso, os olhos
estão abertos e o olhar é vivo e brilhante.

«O choro consiste numa resposta extrema a estímulos internos ou externos desagradáveis,


registando-se o aumento da actividade motora, alterações da coloração da pele, os olhos podem
estar abertos ou cerrados, o padrão respiratório é mais irregular e o RN faz caretas» (Perry, 2009,
p. 41).

1.3. A Promoção de Cuidados Antecipatórios ao recém-nascido


A promoção dos cuidados antecipatórios realizados pelo enfermeiro na 1ª Consulta de
Vigilância do recém-nascido incide sobre um vasto leque de comportamentos
promotores de saúde, nomeadamente: Alimentação do recém-nascido; Higiene e
Conforto do recém-nascido; Vestuário do recém-nascido; Sono e Repouso; Afecto e
Estimulação do recém-nascido; Adaptação ao Papel Parental; Segurança e Prevenção de
Acidentes; Vigilância de Saúde (Silva, Palma & Gil, 2011, p. 14).
1.3.1. Alimentação do recém-nascido

A decisão acerca da forma de alimentar o recém-nascido é uma decisão muito importante que
os pais devem fazer. Esta decisão é influenciada por factores físicos, psicológicos e socioculturais,
como por exemplo, a influência marcante das experiências anteriores do casal, a referência de
experiências de pessoas amigas e da própria mãe da puérpera.

«A promoção do aleitamento materno é um importante objectivo de intervenção dos


enfermeiros da área da saúde materno-infantil, sendo esta intervenção desenvolvida
junto dos pais no período pré-natal e no puerpério. De forma a preparar os pais para
esta decisão, de os informar devidamente acerca das opções existentes e dos seus
benefícios e prejuízos» (Reederet, 2015, p. 751).

O ideal é que o tema da alimentação seja discutido ainda durante a gravidez, pois durante este
período haverá tempo e oportunidades para esclarecer dúvidas e tomar as decisões que pareçam mais
adequadas.

O aleitamento materno é uma função biológica que traz vantagens tanto para a mãe como
para o recém-nascido. Por este motivo, torna-se fundamental a promoção do aleitamento materno
através da transmissão de informação, aconselhamento e estímulo da motivação.

17
A amamentação promove uma alimentação completa e adaptada às
necessidades do recém-nascido, é estéril, de fácil digestão e absorção intestinal,
contém anticorpos maternos que o irão proteger nos primeiros tempos de vida.
Para a mãe, a opção de amamentar também lhe traz benefícios, nomeadamente
a vivência de momentos únicos de relacionamento com o seu bebé e uma
recuperação física mais rápida, pois acelera a evolução uterina, facilitando o
regresso do útero à posição e volume normais (Marques, 2013, p. 80).
A relação física estreita entre a mãe e a criança, proporcionada pelo aleitamento ao seio, é
extremamente gratificante é um dos primeiros actos de comunicação entre a mãe e o filho, essencial
para o seu desenvolvimento relacional futuro.

Neste sentido e relativamente às características naturais do recém-nascido, nas primeiras


semanas de vida só é capaz de focalizar claramente objectos que estejam a vinte ou
vinte e cinco centímetros dos seus olhos.” A distância que vai do rosto da mãe que
amamenta ao rosto do seu filho, encontra-se neste intervalo ideal. O conhecimento deste
facto pelos pais, pode-lhes ser muito útil para poderem desfrutar deste momento, da
melhor forma (Afonso, 2009, p. 18).

Após a alta da Maternidade, é na 1ª Consulta de Vigilância do recém-nascido que é


incentivado a amamentação e onde é incentivado o aleitamento materno, são explicadas as vantagens
do aleitamento materno tanto para o recém-nascido como para a mãe, retirando-se dúvidas sobre as
fases do leite materno e outras solicitadas pelos pais.

Sempre que possível é deve ser demonstrada a técnica da mamada, explicados os cuidados a
ter com as mamas de forma a prevenir eventuais dificuldades na amamentação e exemplificadas as
posições que facilitam a eructação do recém-nascido.

«Podem ainda programar-se acções de educação para a saúde personalizadas ou para grupos
de acordo com as situações devem dar-se à mãe folhetos e livros educativos sobre o aleitamento
materno”, que servem como complemento da informação fornecida pelo enfermeiro» (Marques,
2013, p. 83).

As primeiras experiências de amamentação requerem atenção especial e a presença do


enfermeiro, principalmente quando se trata de um primíparo onde a atenção deve ser redobrada,
devido à sua dificuldade natural em o efectuar.

É também importante informar os pais que a amamentação é um processo de aprendizagem,


por vezes moroso, de ambos os intervenientes, devendo por isso a mãe e recém-nascido aprender a
trabalhar em conjunto.

18
A parte do sucesso da amamentação depende da capacidade mecânica da criança conseguir
colocar o mamilo da mãe até à parte posterior do véu palatino e de ter um bom reflexo de sucção.

«Algumas mulheres têm, muitas vezes, receio que o seu leite não seja suficiente em qualidade
e quantidade para o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido, podendo este factor
constituir-se como um fracasso para a amamentação» (Soifer, 2014, p. 27).

Este facto, leva muitas vezes à introdução de suplementos alimentares precocemente, ou até a
deixarem de amamentar. Todas as mulheres que são saudáveis podem produzir leite suficiente para
alimentarem o seu filho, isto se possuírem uma forte motivação.

«A redução da manutenção do aleitamento materno pode ainda estar ligada ao regresso ao


trabalho, após a licença de parto, pois, algumas mulheres ainda consideram que o aleitamento
materno e o trabalho são incompatíveis» (Marques, 2013, p.33).

Frequentemente nestas situações os enfermeiros promoverem o armazenamento do leite


materno, explicando-se aos pais como retirar e acondicionar o leite materno de forma a manter as
suas qualidades.

No caso dos pais fornecerem aleitamento misto e/ou artificial ao recém-nascido são
promovidos na consulta de enfermagem, cuidados sobre o manuseamento de biberões; preparação do
leite, assim como a técnica da mamada e as posições de eruptação.

É explicado aos pais que o melhor leite é sem dúvida o leite materno, mas que, existem no
mercado diversos leites artificiais com os quais o recém-nascido poderá ter um crescimento e
desenvolvimento saudável. Nos casos em que o recém-nascido faz apenas um suplemento de leite
artificial, é referida a importância de dar ao recém-nascido sempre o leite materno em primeiro lugar
e só posteriormente o leite artificial.

Os estudos científicos e a evolução da técnica da composição dos leites artificiais,


impõem condições que dão resposta às especificidades fisiológicas dos lactentes,
nomeadamente, a imaturidade de certos órgãos e seu funcionamento, assim como
também têm em consideração o risco de carências nutritivas específicas e a prevenção
de doenças consequentes de sobrecargas nutricionais, que se vêm a sentir na vida adulta
(Marques, 2013, p. 36).

1.3.2. Vestuário do Recém-nascido


No âmbito do vestuário do recém-nascido, são promovidos os cuidados relativos às
características dos tecidos, a não utilização de acessórios que possam ferir o recém-
nascido e a utilização de produtos específicos para lavar a roupa do recém-nascido. O
vestuário do recém-nascido deve apresentar texturas e modelos de roupas macias, não
19
apertadas e de preferência de algodão, sem pêlos, colchetes ou botões que possam
magoar o recém-nascido. A roupa deve ser adequada à estação do ano, (Soifer, 2014, p.
8).
Por vezes, os recém-nascidos apresentam irritações da pele causada por alergias ou intolerância
aos detergentes usados. Neste caso é conveniente lavar a roupa com sabões neutros, sem perfume
nem amaciadores.

1.3.3. Sono e Repouso


Durante as primeiras semanas de vida, os recém-nascidos costumam dormir muitas
horas, mas o sono pode variar de bebé para bebé. É explicado que recém-nascido não
distingue o dia da noite e ainda não tem hábitos de sono nem horários estabelecidos pelo
que as primeiras noites podem ser mal dormidas. Os pais devem ajudá-los a estabelecer
uma rotina, como por exemplo, fazer pouco barulho à noite; dar banho; dar leite e
brincar um pouco com ele antes de o deitar, assim lentamente irão incorporando os
horários ao recém-nascido, (Afonso, 2009, p. 23).
Os cuidados que são promovidos no âmbito da consulta de enfermagem, são as necessidades
de sono e as condições que favorecem o sono. Os recém-nascidos são absolutamente capazes de
dormir as horas de que necessita, desde os primeiros dias de vida. A maioria dos recém-nascidos
dorme de mamada a mamada, tanto de dia como de noite e, à medida que vão crescendo
permanecem mais tempo acordados. No entanto também é possível que permaneçam longos
períodos de tempo acordados.

O local onde o recém-nascido descansa deve ser tranquilo, embora convenha que, a pouco e
pouco, se vá adaptando aos ruídos da casa. O berço, o colchão e a roupa do recém-nascido devem ser
apropriadas de modo a evitar situações de risco, como o bebé ficar preso e não poder respirar.
Embora seja importante que o recém-nascido não tenha frio, a temperatura do quarto onde o bebé
dorme não deve ser muito alta.

1.3.4. Afecto e Estimulação do recém-nascidos

Neste contexto, são promovidos cuidados no sentido de perceber a percepção que os pais têm
do recém-nascido. Quando a percepção é positiva deve-se reforçar esta imagem e quando a
percepção é negativa são identificadas quais as áreas de maior dificuldade.

Normalmente no período dos 0 aos 3 meses, os pais sentem que o seu recém-nascido é
difícil pela dificuldade que este tem em estabelecer os ritmos fisiológicos (alimentação,
sono, padrões de despertar) ou pelas suas próprias dificuldades na comunicação com o
filho. Deve-se encorajar os pais a estar atentos aos movimentos dos recém-nascidos, às
suas reacções aos sons; à sua relação com o humor da mãe, encorajando-a a falar do

20
recém-nascidos com o companheiro e outros familiares. Estas preocupações devem ser
sempre analisadas e se necessário pedir a colaboração de outros técnicos de saúde
(Marques, 2013, p. 56).

Relativamente a esta temática, são efectuadas avaliações da interacção pais recém-nascidos


através da observação de como o prestador de cuidados segura nos recém-nascidos; da forma como
estabelece o contacto visual, se sorri para o recém-nascido, se compreende o significado do seu
choro e ainda é observado as respostas do recém-nascido às diferentes actividades prestadas (pegar
ao colo; despir; ser alimentado, mudado, deixado sozinho).

1.3.5. Adaptação ao Papel Parental


O nascimento significa definitivamente a reformulação de uma família num processo de
desenvolvimento familiar, pelo que se torna fundamental na consulta de enfermagem
perceber como o casal está a vivenciar a adaptação a este novo membro da família.
Assim, são despistadas as possíveis alterações emocionais da puérpera e as alterações
relacionadas com o casal e família alargada e promovidos cuidados no sentido dos pais
ultrapassarem estas dificuldades (Afonso, 2009, p. 47).

Deve ser também incentivada a participação do pai na prestação de cuidados aos recém-
nascidos de modo a promover o apoio à puérpera e estabelecer a interacção da tríade. E questionados
os pais sobre a existência de outros apoios a nível da família alargada, para que com a participação
de todos possam ser ultrapassadas algumas das dificuldades neste período pós-parto.

1.3.6. Segurança e Prevenção de Acidentes


Fundamentalmente nesta temática são fornecidas orientações preventivas antecipadas
relativamente, ao posicionamento ao deitar do recém-nascido; à roupa da cama; à manobra de
Heimilch12; ao transporte em alcofa, cadeira e automóvel; à exposição solar e ao risco de quedas,
queimaduras e na utilização de acessórios nos pais e no recém-nascido.

Quanto ao posicionamento ao deitar do recém-nascido, a posição mais correcta é a de


barriga para cima e nunca de barriga para baixo. Para evitar que os recém-nascidos
sufoquem, a roupa da cama deve ser leve e confortável, pois os recém-nascidos embora
sejam pequenos movem-se durante o sono. Muitas vezes, durante os primeiros tempos,
as mães fazem dormir os recém-nascidos na sua própria cama. Esta conduta não só
aumenta o risco de morte súbita, como também pode favorecer que os recém-nascidos
possam ser magoado pelos seus pais enquanto dormem. Além disso, pode converter-se
num hábito difícil de erradicar (Cortina, 2015, p. 37)
São promovidos cuidados que têm como finalidade proteger o recém-nascido de possíveis
traumatismos, por exemplo, manter alfinetes e tesouras fora do alcance da criança; quando da
compra de roupas para o recém-nascido ter em atenção o tipo de fecho e de adereços.
21
«Um botão que esteja na parte da frente pode ser facilmente puxado e engolido. Mesmo que
nesta fase o recém-nascido não procure os botões e outros pequenos objectos, este bom hábito deve
ser mantido desde o início para evitar futuros acidentes» (Boback et al., 2009, p.32).

Logo à saída da Maternidade, os recém-nascidos devem viajar numa «cadeirinha» (sistema de


retenção para crianças), voltada para trás, presa com o cinto de segurança do automóvel, num lugar
sem airbag frontal.

O recém-nascido deve ser colocado numa posição de semi-sentado, amparada a cabeça com
redutores de apoio ou mesmo com uma fralda enrolada, que se coloca entre a cabeça do recém-
nascidos e o encosto lateral da cadeirinha.

Em relação à prevenção de quedas é explicado aos pais como devem segurar no RN, incentivado
o uso dos cintos de segurança nas cadeirinhas e promovidos cuidados para nunca deixar o RN
sozinho numa superfície alta sem vigilância, devendo-se colocar almofadas em volta quando se
coloca o RN numa cama de adulto. Evitar excesso de aquecimento ou de frio. A prevenção do
risco de queimaduras está inerente à temperatura da água do banho e de leite aquecido, devendo-
se sempre verificar a temperatura. Nunca se deve entornar líquidos quentes quando um RN
estiver por perto, como por exemplo ao colo e deve-se verificar o calor da superfície do
dispositivo de retenção do carro (Afonso, 2009, p. 66).

Também a exposição solar nos recém-nascidos está desaconselhada nem que seja por poucos
minutos devido à sua imatura capacidade de regulação da temperatura.

1.3.7. Vigilância de Saúde

A última área de promoção de saúde é a vigilância de saúde, onde são explicados aos pais os
serviços de apoio disponíveis na comunidade e sua funcionalidade, quando devem recorrer aos
serviços de urgência e da necessidade de trazerem sempre o cartão de Saúde da criança.

É verificado se foram administradas as vacinas preconizadas no Plano Nacional de Vacinação


ao nascer e explicado a conduta a ter perante as situações mais frequentes no recém-nascido.

São promovidos os conhecimentos básicos aos pais sobre como agir em situações de doença
aguda na criança, como a icterícia, obstrução nasal, obstipação e cólica abdominal. Estes
conhecimentos baseiam-se fundamentalmente nos cuidados a ter em casa e na vigilância de sinais de
alerta.

Para além dos Centros de Saúde, devem ser criadas estruturas de suporte na comunidade para
diminuir o acesso destas situações agudas aos serviços de urgência pediátrica, nomeadamente a
criação da Saúde Pediatria que funciona através de uma linha telefónica disponível 24 horas por
dia, permitindo às famílias um fácil acesso ao serviço, através de uma linha azul (Cortina, 2015,
p. 37).
22
Podemos assim afirmar que, sem sair de casa, os pais podem ter, sempre que necessitem,
apoio de profissionais de saúde que os ajudam a adequar a sua intervenção junto da criança, quer ao
nível da informação e esclarecimento de dúvidas, ou com prestação de cuidados em casa, em
situação de doença aguda.

Este serviço para além do atendimento e informação para a saúde, faz o encaminhamento
para o centro de saúde, médico particular (se for o caso), ou para o serviço de urgência pediátrica.

23
CAPÍTULO II. OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO

24
Os procedimentos metodológicos são fundamentais porque permitem mostrar o caminho a
seguir, a fim de obter os resultados pretendidos, apresentando cada um dos elementos do desenho da
pesquisa.

«A fase metodológica inclui todos os elementos que ajudam a conferir à investigação um


caminho ou direcção» (Freixo, 2010, p. 177).

2.1. MODO DE INVESTIGAÇÃO


A presente monografia aborda os cuidados de enfermagem prestado aos recém-nascidos na
sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº trimestre de 2020. Estudo
realiza-se de acordo com o paradigma de pesquisa quantitativo, de cariz exploratório e descritivo.

Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de
técnicas estatísticas (percentagem, Média, moda, mediana, desvio -padrão, coeficiente de
correlação, análise de regressão etc, (Prodanov& Freitas, 2013, p.69).
A Pesquisa descritiva é aquela que acontece quando o pesquisador apenas regista e descreve os
factos observados sem interferir neles. Visa a descrever as características de determinada população
ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de colecta de dados: Questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma
de Levantamento.

2.2 VARIÁVEIS

«Variáveis, são, portanto, características observáveis do fenómeno a ser estudado e existem


em todos tipos de pesquisa. Porem enquanto nas pesquisas quantitativas elas são medidas, nas
qualitativas elas são descritas ou explicadas» (Prodonove & Freitas, 2013, p.12

Para este trabalho, consideramos as seguintes variáveis:

Variável Dependente: cuidados de enfermagem.

Variável Independente: recém-nascidos.

Variáveis sociodemográficas: Sexo, idade, nível académico, nível profissional e tempo de


derviço.

25
2.4 OBJECTO DE ESTUDO
Constitui objecto do estudo da presente pesquisa, os cuidados de enfermagem prestados aos
recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim.

«A população, é uma colecção de elementos que partilham características comuns as quais


são definidos pelos critérios estabelecidos» (Freixo, 2010, p. 210).

Constituem população da presente pesquisa, os profissionais de enfermagem da sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim porquanto, seleccionamos como amostra 35
indivíduos deste grupo de profissionais.

«Uma amostra é um conjunto de dados colectados e/ou seleccionados de uma população


estatística por um procedimento definido. Os elementos de uma amostra são conhecidos como
pontos amostrais, unidades amostrais ou observações» (Andrade, 2010, p. 23).

2.4.1. Critérios

❖ Critérios de inclusão: profissional de saúde da Maternidade Lucrécia Paim e estar ligado a


sala de internamento pós-parto.
❖ Critérios de exclusão:Nãoser profissional de saúde da Maternidade Lucrécia Paim ligado a
sala de internamento pós-parto

2.5 INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO


Chamamos de “coleta de dados” a fase do método de pesquisa, cujo objetivo é obter
informações da realidade. Nessa etapa, definimos onde e como será realizada a pesquisa. Será
definido o tipo de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a amostragem, os instrumentos
de coleta de dados e a forma como pretendemos tabular e analisar seus dados. É a fase da
pesquisa em que reunimos dados através de técnicas específicas (Prodanov et. al, 2013, p. 97).

Para a recolha de dados, na nossa pesquisa, usamos como instrumento de investigação, a


entrevista e a observação participativa.

«O questionário é uma das modalidades da pesquisa, na qual o pesquisador preenche um


formulário imprenso. Não exige a presença do instigador. Inclusive, pode se enviar o formulário
pelo correio tradicional ou pelo correio eletrônico» (Alvarenga, 2014, p. 77).

26
Os questionários continham perguntas fechadas, com 14 (catorze) questões sobre os cuidados
de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade
Lucrécia Paim.

2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

«A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a partir dela, é que
serão apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa, conclusão essa que poderá ser final ou
apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores» (Marconi & Lakatos, 1996, citado
por Oliveira, 2011, p. 46).

Os dados quantitativos foram tratados através da estatística descritiva fazendo recurso a


ferramenta tecnológica SPSS, programa Microsoft Word, Excel e PowerPoint.
Os métodos descritivos têm o objetivo, proporcionar informações sumarizadas dos dados contidos no
total de elementos da(s) amostra(s) estudada(s)”. As estatísticas descritivas utilizam as medidas de
posição, que servem para caracterizar o que é “típico” no grupo e de dispersão, que servem para medir
como os elementos estão distribuídos no grupo, (Mattar, 2001, citado do por Oliveira, 2011, p.
48).

27
CAPÍTULO III. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

28
Neste capítulo, apresentamos e discutimos os resultados desta pesquisa, tendo como
referencia o problema, objectivos de pesquisa, a revisão bibliográfica, base como os dados
recolhidos, através do inquérito por questionário aplicado as mulheres atendidas na Maternidade
Lucrécia Paim

Gráfico nº 1: Distribuição da amostra, em relação ao género

Fonte: Formulário de recolha de dados

De acordo com o gráfico acima, dos 35 profissionais de saúde que participaram da


pesquisa, 30 são do sexo feminino, correspondendo a 86% do total da amostra e, 5 do sexo
masculino, correspondendo a 14% do total da amostra.

É visível que, a maior parte dos profissionais inqueridos são do sexo feminino. Este
facto, pode estar assolado ao facto que está especialidade ter maior adesão pelas mulheres em
relação aos homens.

Num estudo realizado por Paula em 2005, no Curso de Obstetrícia da Escola de Artes,
Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, campus Leste, mostrou que, essa
especialidade é mais aderido por mulheres do que pelos homens.

29
Tabela 2: Distribuição da amostra, em relação a idade

Fonte: Formulário de recolha de dados

Em relação a idade, o gráfico 2 mostra que, 8 indivíduos inquiridos,


correspondendo 23% da amostra da pesquisa tem idade entre 18 à 25 anos. 5
Indivíduos, correspondendo14% da amostra, tem idade entre 26 aos 33 anos. 10
Indivíduos, correspondendo 29% da amostra, têm idade entre 34 aos 41 anos e, 12
divíduos, correspondendo 34% da amostra, têm mais de 41 anos.
Com a informação acima, podemos então concluir que, a maior parte dos
indivíduos que participara da pesquisa é maior de 41 anos ocupando um percentual de
34% em relação ao total da amostra.

Tabela 3: Distribuição da amostra, em relação ao grau de Escolaridade

Fonte: Formulário de recolha de dados


36
Pelos dados apresentados através do gráfico 3, conseguimos perceber que, 21
indivíduos inquiridos, correspondendo a 60% do total da amostra da nossa pesquisa, possui
o IIº Ciclo concluído, que corresponde ao ensino médio concluído e, 14 indivíduos, a 40%
do total da amostra, têm o ensino superior, que corresponde ao grau de Licenciatura.

Pode então perceber que, a maior parte dos profissionais de saúde inqueridos, possuem
o ensino médio concluído. A formação académica constitui um elemento preponderante para
qualquer profissional pois, garante as bases para que o indivíduo possa desempenhar com
qualidade que se espera, uma determinada tarefa profissional.

«A formação contínua é um factor importante no desenvolvimento pessoal e


profissional do indivíduo, assim como das organizações; esta proporciona a adaptação às
inovações que advêm do mundo em permanente mudança, na perseguição de uma melhor
qualidade dos serviços prestados». (Sousa, 2003, p. 46),

De facto, um dos factores importantes para que a melhoria da qualidade dos serviços
seja atingida é o adequado e actualizado a formação especializada de formação dos
profissionais para o desempenho das suas funções.

A formação é, portanto, um instrumento indispensável e vital para que o ser humano


possa progredir na aquisição de conhecimentos, o que lhe permitirá a resolução de
problemas. A todo este processo parece estar ligada a motivação que nunca actua separada
nem da aprendizagem nem da percepção.

Tabela 4: Distribuição da amostra, em relação ao nível Profissional

Fonte: Formulário de recolha de dados

37
Em relação ao nível profissional, podemos observar através do gráfico 4 que,
entre os profissionais de saúde inqueridos, 14 têm o nível profissional de Técnicos
Superiores, correspondendo a isso 40% do total da amostra e, 21 profissional têm o
nível profissional de técnicos de Enfermagem., correspondendo a asso 60% do total
da amostra.

Cada trabalhador integra uma área ou sector profissional. No desempenho da sua


profissão, pode ser integrado em categorias profissionais que variam com a complexidade
das funções desempenhadas. Por sua vez, essas categorias correspondem a diversos níveis
salariais, que podem servir como guias de progressão na carreira.

Esta organização permite uma maior uniformidade e igualdade no mercado de


trabalho, dado que não discrimina idade ou sexo, por exemplo. Por ou lado, as categorias
profissional, podem constitui um factor de motivação ou desmotivação, se a entidade
empregadora não for justa nos procedimentos de promoção.

Em caso de desmotivarão, para os profissionais de saúde, pod e desembocar em um


desinteresse pela prestação de serviço de qualidade aos utentes, e para o estudo em concreto,
por em risco a vida pós parto dos recém-nascidos.

Tabela 5: Tempo de serviço como profissional de Saúde

O gráfico 5 mostra que, entre os profissionais de saúde inqueridos, 7 têm menos de 1


ano como tempo de serviço, correspondendo a isso 20% do total da amostra. 4 Profissionais,
têm entre 1à 2 anos como tempo de serviço, correspondendo a isso, 11% do total d a amostra.

38
5 Profissionais de saúde, entre 3 à 4 anos como tempo de serviço, correspondendo a isso,
1e% e, 19 profissionais de saúde, têm mais de 4 anos como tempo de serviço,
correspondendo a isso, 54% do total da amostra.
Podemos perceber que, a maior parte dos profissionais de saúde da Maternidade
Lucrécia Paim, têm como tempo de serviço, mais de 4 anos.

O trabalho, na maior parte dos casos, é a parte maior na vida das pessoas. Sendo que
elas desejam ser envolvidas, e querem contribuir, querem ser desafiadas e levadas até onde
podem ir. Não querem que suas opiniões sejam melhoradas.

«O tempo de serviço, é um garante do desenvolvimento de aptidões do profissional, e


podem significar um contínuo treinamento ou prática, em um determinado tipo de
comportamento, ao longo do tempo, no ambiente de trabalho”. (Spector, 2002, p. 68).

O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e


habilidades. Porém, o bom desempenho requer muito mais do que simplesmente aptidões e
habilidades e isso adquire-se me parte com o tempo.

Tabela 6: Cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala de internamento pós-


parto da Maternidade Lucrécia

Fonte: Formulário de recolha de dados

Em relação aos Cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia, podemos visualizar através do gráfico 6

39
que, 5 profissionais, correspondendo 14% do total da amostra, apontaram a avaliação da
respiração. 7 Profissionais, correspondendo 20% do total da amostra, apontaram a avaliação
do aquecimento. 10 profissionais, correspondendo 29% do total da amostra, apontaram a
avaliação do sangramento. 6 profissionais, correspondendo 17% do total da amostra,
apontaram a avaliação da cor. 4 profissionais, correspondendo 11% do total da amostra,
apontaram uso de frauda descartáveis esterilizadas e, 3 profissionais, correspondendo 9% do
total da amostra, apontaram o uso de luva e mascaras descartáveis.

O primeiro dia de vida é um momento de muitas mudanças dentro do corpo do recém-


nascido. Por isso, é importante observar o bebé e cuidá-lo com atenção. Podemos aqui
ressaltar a verificação do sangramento do recém-nascido, como o ponto mais preocupante
tomado pelos profissionais de saúde inquerido.

«Deve-se prestar bastante atenção com o sangramento. Verificar se o cordão


umbilical está sangrando. Conforme o cordão umbilical seca, o cordão que o prende
pode ficar solto. Se ficar solto, deve-se colocar luvas e amarre o cordão apertado
novamente». (Sousa, 2003, p. 67)

Gráfico 7: Uso de Equipamentos de prestação de cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos


na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia

Fonte: Formulário de recolha de dados

Em resposta a pergunta 7 feita aos sujeitos da pesquisa, o gráfico 6 mostra que, todos
foram unânimes em afirmar que, a Maternidade Lucrécia, usa Equipamentos de prestação de
cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto.

40
Gráfico 8: Avaliação dos cuidados de Enfermagem aos recém -nascidos na sala de
internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia

Fonte: Formulário de recolha de dados

Chamados a fazer uma avaliação dos cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala
de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia, podemos perceber que, 9 indivíduos
inquiridos, correspondendo a 60% do total da amostra, afirmaram ser razoável e, 5
indivíduos, correspondendo a 14% do total da amostra da nossa pesquisa, acham ser muito
bom.

Olhando para os dados acima, concluído que a maior parte dos inquiridos afirmou ser
razoável a qualidade dos cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala de
internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia.

O cuidado com a saúde do recém-nascido, tem importância fundamental para a


redução da mortalidade infantil, ainda elevada em Angola, assim como a promoção
de melhor qualidade de vida e a diminuição das desigualdades em saúde.

No período neonatal, momento de grande vulnerabilidade na vida, concentram-se riscos


biológicos, ambientais, socioeconómicos e culturais, havendo necessidade de cuidados
especiais, com atuação oportuna, integral e qualificada de protecção social e de saúde,
direitos reconhecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. (Sousa, 2003, p. 27)

41
Gráfico 9: Condições de trabalho dos profissionais de Enfermagem na assistência aos recém-
nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia

Fonte: Formulário de recolha de dados

Em relação as Condições de trabalho dos profissionais de Enfermagem na assistência


aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia, as opiniões
dos profissionais de saúde inqueridos é divergente sendo que, 8 profissionais,
correspondendo a 23% do total da amostra, atribuiu um bom, 25 profissionais,
correspondendo a 71% do total da mostra, consideram ser razoável e 2 profissionais,
correspondendo a 6% do tal da amostra, consideram ser muito bom.

Pode-se concluir com a informação acima que, a maior parte dos profissionais de
saúde inqueridos, considera ser razoável as Condições de trabalho dos profissionais de
Enfermagem na assistência aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade
Lucrécia.
«os cuidadores de enfermagem têm sob sua responsabilidade a execução de diversos
procedimentos, inerentes ao seu quotidiano de cuidado ao recém-nascido, e através deles
têm a oportunidade de exprimirem sua verdadeira arte do ser profissional» (Sousa, 2003, p.
35)

Sendo assim, devem estar asseguradas as condições para que este profissional
desempenha o melhor que puder as suas atribuições. Não basta estruturas físicas (edifício
onde funciona o hospital), é necessário que os meios técnicos (equipamento), medicamos,
estejam disponíveis em quantidade e qualidade desejada.

42
Gráfico 10: Profilaxia para os cuidados os cuidados dos profissionais de enfermagem com o
material a respeito das normais

Fonte: Formulário de recolha de dados

Sobre a profilaxia para os cuidados dos profissionais de enfermagem com o material a


respeito das normais, o gráfico 8 mostra que, 31 dos profissionais de saúde inqueridos, que
corresponde a 89% do total da amostra, afirma que tem cumprido e, 4 profissionais de saúde,
que corresponde a 11% do total da amostra, respondem talvez, o que significa que, nem
sempre tem se cumprido com o princípio em menção.

Na área da saúde, o termo profilaxia diz respeito às medidas utilizadas na


prevenção de enfermidades, ou seja, às acções tomadas para prevenir o
surgimento de doenças em uma população. Este é um dos conceitos mais
importantes relacionados às ciências médicas, uma vez que pode impedir
situações de risco capazes de acometer a um grande número de pessoas.

Como é do nosso conhecimento, a equipe de enfermagem dentro do ambiente


hospitalar é responsável pela realização de procedimentos invasivos e actividades que a
expõe ao contacto directo com sangue e secreções contaminadas.

«os profissionais de saúde que trabalham em ambiente hospitalar estão expostos a


diversificados riscos, entre eles, os causados por agentes biológicos, químicos, físicos,
ergonómicos, dentre outros». (Spector, 2002, p. 67)

43
Com isso podemos notar que os hospitais são considerados insalubres por
receber pacientes com diversas doenças infecto-contagiosas e agrupá-los em um
mesmo local, o que causa um elevado grau de riscos biológicos para os profissionais.

A exposição dos trabalhadores de saúde aos fluidos biológicos se deve, em parte,


às formas de organização do trabalho. Frequentemente, os trabalhadores de saúde
se sobrecarregam com vários plantões em turnos alternados, manipulam
instrumentos inseguros, bem como não utilizam Equipamento de Protecção
Individual (EPI) adequado. (Magagnini, 2009, p. 27)

Assim, os profissionais da saúde devem ser orientados e receber treinamento com a


finalidade de prevenir eventuais acidentes, tais como uso de EPI, descarte adequado dos
perfuro cortantes, imunização dos profissionais, preparo técnico da equipe, entre outras
medidas que possam dificultar a exposição biológica por parte do profissional.

A partir deste contexto busca-se segurança para que o profissional perceba seu
trabalho como fonte de satisfação e crescimento pessoal.

Gráfico 11: Avaliação dos cuidados do manuseamento aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia

Fonte: Formulário de recolha de dados

Sobre a avaliação dos cuidados aos recém-nascidos na sala de internamento


pós-parto da Maternidade Lucrécia, entre os profissionais inqueridos, 9 afirmaram
sem bom, correspondendo a isso, 26% do total da mostra. 22 Profissionais,
correspondendo 63% do total da amostra, afirmaram ser razoável e, 4 profissionais,
correspondendo 11% do total da amostra, afirmaram ser mau.

44
Podemos então afirmar que, a maior parte dos profissionais de saúde
inqueridos, atribui uma avaliação positiva aos cuidados aos recém-nascidos na sala de
internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia.

Gráfico 12: Equipamentos utilizados pelos profissionais de enfermagem na sala de


internamento pós-parto dos recém-nascidos

De acordo com o gráfico acima, os profissionais inqueridos, quanto aos equipamentos


utilizados pelos profissionais de enfermagem na sala de internamento pós-parto, foram
apontados a incubadora com 34%, mesa de reanimação com 20%, sonda com 6% berço
aquecido com 31 e monitores 9%.

Neste quesito, os profissionais de saúde inqueridos, na sua maioria apontaram como


material existe na sala de internamento pós-parto dos recém-nascidos a incubadora.

A IN é um equipamento indispensável dos hospitais e das divisões da


Maternidade, assegurando uma possibilidade de tratamento efectivo de RNP. As
IN oferecem circunstâncias climáticas óptimas para a vida desses recém-nascidos,
diminui o risco de infecção, facilita o seu tratamento e rápido desenvolvimento
fisco. (Lussky, 2009, p.45).

Por tanto, é perceptível que, o uso de IN nos berçários, permite ao recém-nascido de


alto risco, protecção termina, isolamento e uma completa observação visual, propiciando-lhe
condições de termo regulação e atendimento da sua necessidad e ao calor.

45
CONCLUSÃO

Apresente pesquisa abordou os cuidados de enfermagem prestados aos recém-


nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº trimestre
de 2020
No decorrer do estudo em causa, foram utilizados diferente métodos e técnicas
próprias de investigação científica, que permitiram cumprir os objectivos traçados e validar
as hipóteses de trabalho adoptados. De acordo com os resultados da pesquisa, e olhando para
os objectivos propostos, chegamos as seguintes conclusões:

Em relação ao objectivo específico 1 “Caracterizar o perfil sócio-demográfico dos


profissionais de enfermagem segundo: sexo, idade, nível académico, nível profissional e
tempo de serviço”, os resultados mostram que, 86% do total dos profissionais de saúde
inqueridos são do sexo masculino, sendo que, a maior parte é maior de 41 anos ocupando
um percentual de 34% em relação ao total da amostra. A maior parte destes profissionais, na
ordem dos 60% do total da amostra, possuem o IIº ciclo concluído que corresponde ao
ensino médio. Em termos de categoria profissional, 60%, destes pressionais, são técnicos de
enfermagem e quanto ao tempo de serviço, 54% está nesta profissão a mais de 4 anos.

Com o objectivo específico 2, “Descrever os cuidados de enfermagem prestados aos


recém-nascidos na Maternidade Lucrécia Paim”; os resultados mostram que, estes cuidados
passam pela avaliação da respiração, avaliação do aquecimento, avaliação do sangramento,
avaliação da cor, uso de frauda descartáveis esterilizadas e, o uso de luva e mascaras
descartáveis.

Em relação ao objectivo específico 3 “Identificar as condições de trabalho dos


profissionais de enfermagem que assistem os recém-nascidos” podemos apurar que os
profissionais de saúde inqueridos, na ordem dos 71%, disseram ser razoável as condições de
trabalho a que são submetidos.

Ainda no quadro das avaliações, estes profissionais afirmaram na ordem dos 60%,
afirmaram ser razoável os dos cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala de
internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia.

46
De modo geral, os resultados apontados pelo estudo evidenciam a importância dos
cuidados de enfermagem para a redução dos casos de mortalidade pós-parto recém-nascido,
por considerarem a equipe de enfermagem como alicerce de um cuidado não somente
técnico-científico, mas também humano e individualizado.

47
RECOMENDAÇÕES

Com os resultados da pesquisa, em relação aos cuidados de enfermagem prestados


aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia Paim no IIIº
trimestre de 2020:

Quem o ministério da saúde cria programas capacitação técnica continua dos


profissionais que participam do atendimento imediato ao recém-nascido;

Que se melhora as condições de trabalho dos profissionais de saúde


(equipamentos de assistência aos recém-nascidos, medicamentos) para que isso se
reflicta na qualidade dos cuidados prestados aos recém-nascidos.

48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFONSO, E. Relações familiares no pós-parto. Enfermagem em foco. Porto editora.
Lisboa: (2009).

ALVARENGA,E. M .Metodologia da Investigação quantitativa e qualitativa: Normas


técnicas de apresentação de trabalhos científicos. Assunção: A4 Diseños.(2014)

BOBAK, I., Lowdermilk, D. & JENSEN, M. Enfermagem na Maternidade. Loures:


Lusociência.(2009).

BORGES, A. & Gouveia, B. Competências do Recém-nascido. 2ª edição. Lisboa: Porto


editora.(2011).

BRAZELTON, T. & Cramer, B. A relação mais precoce: os pais, os bebés e a interacção


precoce.3ª edição. Lisboa: Terramar.(2013).

BRAZELTON, T. O desenvolvimento do apego: uma família em formação. 5ª edição.


Porto Alegre: Artes Médicas.(2010).

CARVALHO, M. Encantos e desencantos da Maternidade. Análise Psicológica, 4ª


edição: Lisboa: Porto editora.(2009).

CORTINA, L. O mundo da criança. Lisboa: Temas da Actualidade Cruz. Encantos e


desencantos da Maternidade. Análise Psicológica. 4ª edição Lisboa: Porto editora.(2015).

FAURE, M. & Richardson, A. Os sentidos do bebé: compreender o mundo sensorial do


bebé - a chave para uma criança feliz. Lisboa: Livros Horizonte.(2014).

FERREIRA, M. Relação mãe-filho: uma abordagem fenomenológica (nos primeiros


dias de vida). Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Humanas da Universidade
Católica Portuguesa no âmbito do Curso de Mestrado em Ciências de Enfermagem.
Lisboa.(2016).

GONÇALVES, M. As relações pais/criança: uma perspectiva clínica. Análise


Psicológica. 2ª edição. Lisboa: Porto editora.(2009).

HESS, S. A saúde pública, os sistemas de cuidados de saúde primários e a reforma dos


cuidados de saúde.2ª edição. Loures: Lusociência.(2011).

MARCONI, M de A e LAKATOS, E M.(2011).Técnicas de Pesquisa/ São Paulo: Atlas


Editora.

49
PERRY, S. Recém-nascido. 2ª edição. Lisboa: Porto editora.(2009).

REEDER, S., Martin, L., & Koniak D. Enfermeira materno-infantil. Madrid:


Interamericana McGraw-Hill.(2015).

SOIFER, R. Psicologia da gravidez, parto e puerpério. 3ª edição Porto Alegre: Artes


Médicas. (2014).

50
ANEXOS

51
APÊNDICES

52
Termo de consentimento livre e esclarecido

Sou estudante finalista do curso de enfermagem da Universidade Jean Piaget de Angola,


pretendo realizar um estudo com o tema: CUIDADOS DE ENFERMAGEM
PRESTADOS AOS RECÉM-NASCIDOS NA SALA DE INTERNAMENTO PÓS-
PARTO DA MATERNIDADE LUCRÉCIA PAIM NO IIIº TRIMESTRE DE 2020.

Gostaria que o profissional de enfermagem me fornecesse algumas informações que me


ajudassem a compreender melhor este assunto, respondendo o questionário em anexo. As
informações a serem fornecidas, serão mantidas em sigilo e somente servirão para fins
académicos. Queremos dizer que, a participação é voluntária. Pretende aderir?

Sim ( ) Não ( ).

Local _________________________/______/ 2021.

O Participante O Pesquisador

________________________ __________________________

Florenço Manuel Quivinja

Contacto: 929237807

53
Questionário dirigido aos profissionais de Enfermagem

Saudações!

Caros profissionais de enfermagem, o presente questionário, é um instrumento de


recolha de informação sobre cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala
de internamento pós-parto, nesta unidade hospitalar.

O trabalho serve de requisito para a conclusão do curso de Enfermagem, pelo que


pedimos a sua colaboração, respondendo as questões que seguem, marcando um X.

1. SEXO
Masculino ( ) Feminino ( )

2. idade
18-25 ( );

26-33 ( );

24-41( );

Mais de 41 anos ( ).

3. Grau de Escolaridade

Iº Ciclo ( );

IIº Ciclo ( );

Ensino Superior ( );

Outro ( ).

4. Nível Profissional
Auxiliar de Enfermagem ( );

Técnico de Enfermagem ( );

Técnico Superior ( ).

5. Tempo de serviço como profissional de Saúde


Menos de 1 ano ( );

1-2 anos ( );

54
3-4 anos ( );

Mais de 4 anos ( ).

6. Quais são os cuidados de enfermagem prestados aos recém-nascidos na sala


de internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia?

Avaliação da respiração ( );
Avaliação do sangramento ( );
Verificação do sangramento ( );
Avaliação da cor ( );
Uso de frauda descartáveis esterilizadas ( );
Uso de luva e mascaras descartáveis ( ).

7. Maternidade utiliza os equipamentos Uso de Equipamentos de prestação de


cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos?

Sim ( ); Não ( ).

8. Como avalias os cuidados de Enfermagem aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia?

Mau ( );

Razoável ( );

Bom ( );

Muito Bom ( ).

9. Como avalias as condições de trabalho dos profissionais de Enfermagem na


assistência aos recém-nascidos na sala de internamento pós-parto da Maternidade
Lucrécia?

Mau ( );

Razoável ( );

Bom ( );

Muito Bom ( ).

55
10. A Maternidade observa as melhores práticas de Profilaxia para os cuidados
dos profissionais de enfermagem com o material a respeito das normais ?

Sim ( ); Não ( ).

11: Como avalias os cuidados ao manuseamento aos recém-nascidos na sala de


internamento pós-parto da Maternidade Lucrécia?

Mau ( );

Razoável ( );

Bom ( );

Muito Bom ( ).

12: Quais são os equipamentos utilizados pelos profissionais de enfermagem nos


na sala de internamento pós-parto dos recém-nascidos?

Monitores ( );

Berço aquecido ( );

Sondas ( );

Mesa de reanimação ( );

Incubadoras ( ).

56

Você também pode gostar