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ANHANGUERA EDUCACIONAL

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

MARIA JOSÉ SILVESTRE LIMA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM CATETERISMO


UMBILICAL EM RECÉM-NASCIDOS
COMPLICAÇÕES E INDICAÇÕES

Jaú / SP

2023
MARIA JOSÉ SILVESTRE LIMA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM
CATETERISMO UMBILICAL EM RECÉM-
NASCIDOS
COMPLICAÇÕES E INDICAÇÕES

Artigo apresentado como requisito obrigatório


para a conclusão do curso, orientado pelo tutor à
distância do curso de Bacharelado em
Enfermagem. Orientador: Flávio Guilherme
dos Santos

Jaú / SP

2023
AGRADECIMENTOS

A Deus, santos e anjos que por me dar forças para seguir em frente nesta
grande jornada. Ao professor Flavio pelo acolhimento, dedicação e sabedoria na
condução desta orientação, e aprendizado nesta etapa final da graduação.
Aos professores de estágio pelo incrível apoio e disposição para o meu
crescimento e desenvolvimento profissional. Aos meus companheiros e companheiras
de classe que com quem compartilhei angustias, trabalhos, risadas, alegrias e sonhos.
Dedicatória

Aos meus pais pilar da minha vida, pessoas que sempre presente contribuindo
para o crescimento pessoal e profissional, orientando e aconselhando sobre as formas
de enfrentar as dificuldades da vida. A minha filha querida Nicoly, que me mostra que
nunca posso desistir de realizar os nossos sonhos,
Ao meu marido querido, companheiro, amigo, pessoa com quem divido meus
anseios, compartilho todos os meus momentos, seja eles bons ou ruins, seus
conselhos e palavras de carinho são fundamentais para enfrentar toda e qualquer
adversidade da vida. Aos recém nascidos, pequenos seres humanos quais pretendo
dedicar meus conhecimentos e práticas proporcionando uma melhor assistência e
qualidade de vida. 
SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................6
INTRODUÇÃO.....................................................................................................7
OBJETIVO
GERAL ..............................................................................................9
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS ................................................................................9
METODOLOGIA.................................................................................................10
RESULTADOS...................................................................................................11
DESCRIÇÃO
TÉCNICA......................................................................................14
DISCUSSÃO......................................................................................................16
CONCLUSÃO ....................................................................................................17
REFERÊNCIAS..................................................................................................19
6

RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo descrever complicações e indicações do cateterismo
umbilical em recém-nascidos, também descrever o procedimento e cuidados de
enfermagem. Para o desenvolvimento do mesmo utilizou-se de pesquisa bibliográfica.
Esse trabalho pode auxiliar enfermeiros e graduandos na atualização frequente que a
área de neonatologia exige, como também sentirem-se motivados a pensarem em
ações humanizadas que visem acolher não só o paciente, como também os pais ou
responsáveis.

Palavras-Chave: Cateterismo Umbilical, Recém Nascidos, Acolhimento e


humanização.
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1. INTRODUÇÃO

O acesso venoso via cateterização de vasos umbilicais, é essencial no cuidado


do recém-nascido pré-termo e um procedimento invasivo, que requer técnica, material
e pessoal especializado. É frequentemente realizado para acesso à corrente
sanguínea, em manobras de reanimação na sala de parto e/ou nas duas primeiras
semanas de vida, para infusão de líquidos ou drogas, monitorizações, intervenções
cardíacas, exsanguineotransfusão e coleta de sangue para análises laboratoriais.
Embora possa ser considerado como a principal escolha de acesso vascular
nas salas de parto e no período neonatal imediato, envolve riscos para recém
nascidos.Até outubro de 2011, este procedimento era realizado somente por
profissional médico, em especial, pelos neonatologistas. Após análise e emissão de
parecer técnico pelo Conselho Federal de Enfermagem, normatizou por meio da
Resolução COFEN Nº 388/2011, a execução, pelo enfermeiro do acesso venoso via
cateterismo umbilical.
Para a realização deste procedimento, no âmbito da enfermagem, o COFEN
recomenda que enfermeiro esteja dotado dos conhecimentos, competências e
habilidades que garantam rigor técnico-científico ao procedimento, atentando para a
capacitação contínua necessária à sua realização e deve ser executado no contexto
do Processo de Enfermagem, atendendo-se as determinações da Resolução COFEN
nº358/2009.
Portanto, é indispensável a capacitação para a realização desse procedimento
pelo enfermeiro e a Educative Ciências da Saúde e Educação, tem a satisfação de
contribuir com este curso teórico e prático para o desenvolvimento das competências
necessárias e exigidas pela complexidade do procedimento e pelo COREN/COFEN.
Alguns recém-nascidos necessitam de acesso vascular rápido e eficaz ou de
acesso duradouro para hidratação, nutrição ou infusão de medicação ou nutrição
parenteral. São vários os fatores que tornam este acesso necessário: prematuridade,
muito baixo peso, sofrimento fetal agudo, más-formações (tanto do trato digestivo,
como de outras localizações que necessitam suspensão da via oral para realização de
procedimento cirúrgico).
8

O acesso venoso umbilical é, frequentemente, o primeiro acesso utilizado


naqueles recém-nascidos que necessitam de uma via parenteral 1. O cateter umbilical
é adequado para esse objetivo no entanto o tempo de permanência pode ser
questionado. Na literatura é preconizada a utilização destes cateteres por até 14 dias.
Contudo, a colonização desses cateteres é fator importante para infecção dos
pacientes em que são utilizados, inclusive como variável independente. A maioria das
infecções relacionadas a cateteres parece resultar da migração de microorganismos
da pele, levando à colonização da ponta dos mesmos. Por outro lado, existem dados
que sugerem que a colonização intralumial é proveniente de possível contaminação
das conexões dos cateteres. O primeiro mecanismo está relacionado, principalmente,
aos cateteres de curta permanência, enquanto o segundo refere-se aos de longa
duração. Além disso, o material do dispositivo utilizado e os fatores de adesão dos
microrganismos são determinantes para a colonização.
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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral


Elencar na literatura evidências cientifica acerca da assistência de
enfermagem a pacientes com cateterismo umbilical.

2.2 Objetivos específicos

 Identificar através de revisão bibliográfica na literatura


especializada, os aspectos técnicos envolvidos no cateterismo
venoso umbilical.
 Identificar possíveis complicações na inserção do cateter
umbilical.
 Compreender o papel do enfermeiro frente ao procedimento de
cateterismo umbilical.
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3. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa realizada através de uma revisão na literatura


sobre a assistência de enfermagem em cateterismo umbilical em RN. O
levantamento bibliográfico foi realizado no mês de abril de 2023. O desenvolvimento
deste estudo consiste na possibilidade de propor subsidio para a implementação de
mudanças que promovam qualidade das condutas assistenciais de enfermagem
através de modelos de pesquisas. Admite a construção de considerável analise da
literatura, envolvendo discussões acerca de métodos e resultados das publicações
(Ganong,1987)

Após seleção dos artigos, foi imediatamente feita uma leitura superficial do
material obtido, para selecionar o que era de interesse para a pesquisa, em seguida
realizou-se uma leitura mais minuciosa, a fim de não serem perdidos aspectos
importantes para o enriquecimento do estudo e confecção da redação final da
pesquisa

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4. RESULTADOS

Desde o primeiro minuto de vida, o recém-nascido deve ser observado com


extremo cuidado, pois necessita de cuidados que possibilitem sua adaptação ao
mundo exterior devido a sua suscetibilidade às infecções e pela ausência de
mecanismos de defesa. Nesse contexto as atenções a ele dispensadas na unidade
de neonatologia, podem ser decisivas para a sua vida futura (NAGANUMA, CHAUD,
PINHEIRO, 1999 apud PIZZATO; POIAN, 1988).
Em uma unidade de neonatologia, o enfermeiro assiste uma clientela com
características e peculiaridades especiais em um momento de grande
vulnerabilidade. Segundo Naganuma, Chaud, Pinheiro (1999), a fim de garantir ao
recém-nascido uma adaptação satisfatória à vida extrauterina, o enfermeiro
necessita de conhecimentos específicos para garantir-lhes a assistência devida e de
qualidade.
Aproximadamente após três meses do nascimento os vasos umbilicais
transformam-se em estruturas ligamentares, mas nas primeiras horas de vida ainda
podem ser utilizados como acesso. A posição incorreta da extremidade do cateter
umbilical associa-se a múltiplas e graves complicações de ordem vascular, cardíaca
e infecciosa, bem como a lesões relacionadas com o procedimento de inserção.
Assim, o exame radiológico de tórax e abdome deve ser realizado logo após a
realização do cateterismo, para confirmar a localização do cateter e, se necessário,
orientar as condutas de recolocação ou remoção do mesmo.
O cateter umbilical arterial é introduzido no recém-nascido em uma das duas
artérias umbilicais, passando pelas artérias ilíaca interna, ilíaca comum e aorta. A
ponta do cateter umbilical arterial deve ficar situada na aorta e distante do orifício de
qualquer artéria de menor calibre, visando a evitar a oclusão desses vasos e a
injeção direta de soluções hipertônicas ou com pH elevado em sua luz. As duas
localizações que atendem a esse critério são a aorta abdominal, logo acima da
bifurcação das artérias ilíacas (localização baixa), e a aorta torácica, entre o ducto
arterioso e o tronco celíaco (localização alta).
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O cateter umbilical venoso, após sua introdução, cursa pela veia umbilical,
ramo esquerdo da veia porta e ducto venoso, entrando na veia cava inferior, onde
deve ficar locado, próximo ao átrio direito. Um dos grandes desafios no
posicionamento adequado dos cateteres umbilicais é a determinação da extensão a
ser introduzida, possibilitando um posicionamento sem risco de complicações.
Mesmo obedecendo a técnicas padronizadas, é frequente a observação de cateteres
não adequadamente locados, de modo que novas técnicas de inserção vêm sendo
desenvolvidas na tentativa de minimizar o mau posicionamento. Várias técnicas, que
tomam como base o peso do recém-nascido ou distâncias corporais como a
distância ombro umbigo, têm sido utilizadas. O estudo de Dunn foi realizado em
cadáveres e desenvolveu um nomograma que permite estimar a distância a ser
introduzida medindo-se o comprimento do ombro até a cicatriz umbilical.
Como a casuística de recém-nascidos com menos de 1500 g nesses estudos
foi reduzida, as estimativas desses nomogramas podem não ser muito adequadas
para essa faixa ponderal, que nos dias atuais é a que mais se utiliza do cateterismo
umbilical. Cateteres umbilicais são indicados para recém-nascidos instáveis, que
precisam de acesso venoso de urgência, monitorização de gases sanguíneos
frequentes, monitorização da pressão arterial e da pressão venosa central, ou
exsanguineotransfusão. Após cinco a sete dias essa via é substituída por cateteres
centrais de inserção periférica (PICC). Wright et al. [19] demonstraram, em um
ensaio randomizado controlado, realizado em 74 recém-nascidos de muito baixo
peso, que houve diferença estatística entre o nomograma de Dunn e uma nova
fórmula proposta pelos autores: comprimento do cateter umbilical arterial = 4 × peso
em kg+7. Verheij et al. [4], em um estudo com 139 recém-nascidos, demonstraram
que a fórmula de Shukla, (3 × peso de nascimento em kg+9) / 2+1 cm, apresenta
maiores taxas de hiper inserção do cateter em comparação com a seguinte fórmula
revisada: (3 × peso de nascimento em kg+9) / 2, cuja diferença básica em relação à
fórmula original é a não inclusão de 1 cm ao final da equação. Tais estudos
demonstram uma constante preocupação e tentativas de melhorias nas técnicas de
inserção do cateter umbilical.
13

A posição incorreta da extremidade do cateter umbilical e um tempo grande de


permanência do mesmo em localização inadequada podem ocasionar graves
complicações [2]. Problemas de ordem vascular podem ser decorrentes de espasmo,
laceração, hemorragia, fenômenos tromboembólicos e isquêmicos. O espasmo
vascular ocorre de maneira aguda, sendo mais frequentemente relacionado aos
cateteres arteriais, minutos a horas após sua inserção. A suspeita de espasmo
vascular ocorre na presença de sinais isquêmicos distais progressivos, como palidez
de um membro, ausência de pulso e gangrena em casos avançados [1,6,7,23].
Cateteres umbilicais arteriais em posição baixa (T12-L3) podem estar associados à
redução de fluxo nas artérias renais de recém-nascidos pré-termo, podendo
reduzir o débito urinário [6,24]. O tromboembolismo da artéria renal é geralmente
iatrogênico, relacionado ao cateterismo da artéria umbilical, representando a
principal causa de hipertensão renovascular em recém-nascidos.
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5. Descrição da técnica de cateterismo umbilical, materiais


utilizados no procedimento e cuidados de enfermagem

Quanto a inserção:

 Médicos ou enfermeiros treinados e capacitados podem realizar o


procedimento

Preparo e material:

 Paciente em decúbito dorsal.


 Medir a distância ombro e umbigo com a fita métrica e verificar o
tamanho de cateter a ser introduzido.
 Precações padrões
 Máscara cirúrgica
 Touca cirúrgica
 Avental estéril
 Luva estéril
 Limpar a área do cordão com solução antisséptica
 Colocar campo estéril sobre a área delimitada
 Amarrar um pedaço de fita cardíaca na base e cortar a parte incidente
 Identificar anatomia do cordão umbilical
 Utilizar uma pinça curva para segurar o umbigo na vertical
 Se cateterismo arterial usar uma pinça íris sem dente para abrir
delicadamente a artéria
 Introduzir o cateter delicadamente até a marcação
 Checar se o cateter reflui
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 Retirara fita cardíaca


 Suturar em bolsa ao redor do cateter ficando separadamente artéria e
veia
 Retirar os campos
 Realizar raio-x de tórax e abdômen para verificar a posição do cateter

Cuidados de enfermagem

 Assegurar-se a fixação do cateter


 Observar a numeração referente a posição do cateter, comparando com
a medida feita na sua colocação
 Observação quanto cor e temperatura das extremidades inferiores
 Observar simetria e intensidade dos pulsos femorais
 Embebedar a gaze estéril em álcool 70%
 Calçar luvas estéril
 Fazer a desinfecção, fixando a gaze com álcool 70% em todos os
dispositivos e conexões antes de administrar qualquer medicamento
endovenoso
 Durante o manuseio mantem as conexões protegidas
 Retirar cuidadosamente os resíduos de sangue ao redor do coto
umbilical
 Manter todos os circuitos de infusão parenteral livres de resíduos de
sangue
 Conectar a seringa e administrar 1 ml de soro fisiológico 0,9% para a
verificação do cateter
 Administrar lentamente a medicação prescrita
 Após a medicação administrar 1ml de soro fisiológico de 0,9 % para
retirar o resíduo do lúmen do cateter e fechar a conexão
 Realizar evolução e prescrição de enfermagem
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 Atenta-se á pontos importantes e possíveis riscos se for cateter umbilical


arterial
 Checar pulsos femorais a cada 6|6h, avaliando simetria e a intensidade

6. DISCUSSÃO

Os eventos tromboembólicos ocorrem nos sítios venoso e arterial e decorrem


da lesão endotelial causada por um corpo estranho com superfície trombogênica,
principalmente em recém-nascidos com outros fatores de risco para trombogenese,
como Policitemia neonatal, pré-eclâmpsia materna, prematuridade, desidratação e
septicemia, entre outros. Com relação ao tempo de cateterizarão, os cateteres
umbilicais arteriais apresentam risco de trombose diretamente proporcional ao seu
tempo de permanência, sendo incomum essa complicação nos primeiros cinco dias
de inserção. Estudos referem que o cateter venoso apresenta maior risco de causar
trombose do que o arterial.
A presença de cateter umbilical por mais de seis dias predispõe a trombose
portal, sendo que a maioria evolui com recanalização portal sem sequelas clínicas
[22]. É possível também que ocorra a perfuração da veia porta pelo cateter, levando
a hemoperitôneo. As complicações decorrentes da inadequada localização
intracardíaca do cateter umbilical são graves e potencialmente fatais. Nessa
localização, seja por movimentação do recém-nascido, ciclo cardíaco ou respiração,
a extremidade do cateter faz contato com o endocárdio e, quanto mais perpendicular
ela estiver junto à parede cardíaca, maior a chance de trauma direto e erosão,
potencializada pela infusão de substâncias hiperosmolares que ocasionam lesão
osmótica no endotélio, levando a perfuração atrial, tamponamento cardíaco e
arritmias. Os cateteres intracardíacos podem induzir mecanicamente estímulos
elétricos atriais, podendo ser um gatilho para o início de um flutter atrial ou uma
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taquicardia supraventricular na presença de um feixe anômalo atrioventricular, sendo


estas as arritmias mais frequentes nesse tipo de situação.

7. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

As complicações sépticas têm taxa de incidência de 5 a 57% entre todos os


cateterismos umbilicais e estão relacionadas à infecção da corrente sanguínea, uma
vez que o cateter pode atuar como um acesso direto de microrganismos à circulação
. Butler-O’Hara et al. [5], em um estudo retrospectivo com 196 recém-nascidos,
verificaram que dentre todos os tipos de cateteres vasculares, os umbilicais foram
aqueles com maiores taxas de infecção, sendo estas diretamente proporcionais ao
tempo de permanência do cateter. Naquele estudo também foi constatado que a
prematuridade e o baixo peso ao nascer representaram fatores relevantes para
maior tempo de internação dos recém-nascidos, atuando de maneira indireta como
fator de risco para infecção relacionada
Outro estudo demonstrou que a utilização frequente de cateteres umbilicais
aumentou significativamente a incidência de abscessos hepáticos. Vale ressaltar
que, segundo o Ministério da Saúde, cateteres duplo lúmen podem ser utilizados no
cateterismo venoso apenas em situações críticas, devido ao maior risco de
contaminação [1]. Outros estudos identificaram como fatores de risco para infecção
em recém-nascidos com cateteres umbilicais a baixa idade gestacional, o maior
tempo de permanência e o alto grau de manipulação do cateter e o seu uso para
nutrição parenteral [19].
Em todos os estudos, incluindo os demais tipos de cateteres centrais, o
principal agente infeccioso foi o Staphylococcus coagulase negativo. A manutenção
do cateter umbilical através de solução heparinizada deve ser evitada por se
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associar à infecção fúngica, devendo ser realizada apenas por solução salina, com
os devidos cuidados com a infusão de sódio no recém-nascido. Outras complicações
menos comuns devem ser lembradas, como lesão vascular hepática com
extravasamento de nutrição parenteral intraparen- quimatosa, perfuração iatrogênica
de diver- tículo de Meckel e fístula venobiliar. Em alguns casos pode ocorrer a
injeção de ar pelo sistema portal durante a inserção de cateter umbilical venoso,
achado que pode ser inadvertidamente confundido com enterocolite necrosante,
devendo nesses casos ser realizada a correlação com dados clínicos do recém-
nascido e outros achados radiológicos patognomônicos dessa doença,
especialmente a presença de pneumatose.
Ao verificar estudos que tratam sobre riscos de procedimentos na pratica de
enfermagem nos reforça a ideia de que se precisa avançar na melhoria de técnicas e
saberes em prol de novas tecnologias para guiar o cuidado ao neonato. A
enfermagem deve embasar-se na ciência para avançar neste aspecto. O enfermeiro
é o profissional responsável pelos cuidados diretos com o cateter umbilical, deste
modo o estudo trás grande relevância, pois permite que os profissionais tenham a
visão da ocorrência de casos com complicações de práticas cotidianas, fazendo-os
questionar e buscar melhorias para a otimização do exercício do cuidar
A promoção da educação dos profissionais que inserem e manipulam os
cateteres intravenosos é recomendação internacional, uma vez que o nível de
instrução adequado é imprescindível para atuação em UTI. Neste contexto, reitera-
se o papel do enfermeiro como educador da equipe. Ademais, deve-se avaliar
periodicamente os conhecimentos a respeito das diretrizes e competência para
inserir e manipular cateteres, delegando essas funções apenas a profissionais
competentes para tal.
Uma limitação encontrada se deve ao fato de que sete estudos não apresentam
diferenciação quanto ao tipo do cateter. Apenas quatro estudos mencionam a
diferença entre os tipos de cateter monolúmen de silicone e duplolúmen de
poliuretano quanto à indicação de remoção, tempo de permanência e as
complicações dos mesmos. Dentre estes estudos o cateter monolúmen de silicone
foi o mais utilizado entre os neonatos. Apesar da grande variedade de cateteres
19

disponíveis no mercado, há uma escassez de estudos que avaliem


comparativamente os tipos de dispositivos, o que limita o estabelecimento de
evidências científicas que apoiem a escolha do tipo ideal de dispositivo para cada
paciente. Diante do exposto, é necessária uma maior produção científica que
propiciam determinar taxas de incidência e fatores que se relacionam às
complicações oriundas do uso desse tipo de dispositivo.
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8. REFERÊNCIAS
LEÃO, Glenda Cristian Oliveira De et al.. RISCOS E COMPLICAÇÕES DA
INSERÇÃO E USO DO CATETER UMBILICAL: REVISÃO SISTEMATICA.. In:
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal.
Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em:
<https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63316-RISCOS-E-COMPLICACOES-
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Acesso em: 04/03/2023

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