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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA

GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO /SAÚDE

INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE SACRINOR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO MÉDIO DE

ENFERMAGEM

HEMORRAGIA PÓS-PARTO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PRESTADA EM MULHERES COM

HEMORRAGIA PÓS-PARTO NO CENTRO DE SAÚDE DA PAZ,

DURANTE O PERÍODO DE JANEIRO A MAIO DE 2023.

Luanda – 2023
Assistência de Enfermagem prestada em mulheres com hemorragia pós-parto no centro de

saúde da paz, no período de janeiro a maio de 2023.

Trabalho de fim do curso apresentado


ao Instituto Técnico privado de Saúde
Sacrinor, como um dos requisitos para
a obtenção do titulo de Técnico Médio
de Enfermagem.

Integrantes do grupo n° 18
1. Alice Andre Queita
2. Delmira Ruth Manuel Ventura
3. Elizabeth Lukuikilu Luvumbo Pedro
4. Elizandra Ana Veiga De Carvalho
5. Felina Da Conceição Cassingue Venâncio
6. Fernanda Cabeto Sangamba
7. Francisca Pedro Dos Santos
8. Francisco Rogério Jacinto Maniku
9. Gabriel Tchitembo Cangoia Satombela
10. Gabriela Finiza Muanza Musseta.

Orientadora

Paula Catanha
(Licenciada em Enfermagem)
Autorizamos a reprodução total ou parcial deste trabalho do fim de curso para fins académicos e
científicos, desde que citada à fonte.

Assinatura
Assinatura
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Assinatura
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Assinatura
Assinatura
Assinatura
Assinatura

Data / /2023
FICHA CATALOGRÁFICA
Alice André Queita, Delmira Ruth Manuel Ventura, Elizabeth Lukuikilu Luvumbo Pedro,
Elizandra Ana Veiga De Carvalho, Felina Da Conceição Venâncio, Fernanda Cabeto Sangamba,
Francisca Pedro Dos Santos, Francisco Rogério Jacinto Maniku, Gabriel Tchitembo Cangoia
Satombela, Gabriela Finiza Muanza Musseta.

Assistência de Enfermagem prestada em mulheres com hemorragia pós-parto no centro de


saúde da paz, no período de janeiro a maio de 2023.

Trabalho de Conclusão do Curso Médio de Enfermagem apresentado ao Instituto Técnico


Privado de Saúde Sacrinor para obtenção do titulo de Técnicos de Saúde.

Palavras-chave: hemorragia pós-parto, assitência, mulheres.

Luanda-2023
Assistencia de Enfermagem prestada em mulheres com hemorragia pós-parto no centro de saúde da
paz, no período de janeiro a maio de 2023.

Aprovado aos / / 2023

Trabalho de fim do curso apresentado


ao Instituto Técnico privado de Saúde
Sacrinor, como um dos requisitos para
a obtenção do titulo de Técnico Médio
de Enfermagem.

Banca Examinadora:

Presidente Assinatura

1º Vogal Assinatura

2º Vogal Assinatura

Secretário Assinatura
i

DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho aos nossos familiares, especialmente aos nossos encarregados de
educação, pós, graça ao esforço que eles fizeram durante esses 5 anos ao pagar a nossa formação,
confiando que dariamos o nosso máximo para concluir o curso médio de enfermagem com
excelência, graças a Jeová, estamos aqui hoje para apresentar o nosso trabalho de conclusão de
curso. Aproveitamos também para dedicar o nosso trabalho aos nossos amigos colegas que durante
esses anos todos estiveram connosco nos apoiando, e dedicamos também a todos que directa ou
indirectamente contribuíram para que esse ciclo de formação se tornasse uma realidade.
ii

AGRADECIMENTO

Agradecemos em primeira instância a Jeová todo o poderoso, por nos dar força e nos
manter vivos até a data de hoje, pós não é fácil num mundo com muitas turbulèncias, onde muitos
adoencem e morrem estarmos aqui hoje com vida e saudaveis pra apresentar o nosso trabalho. A
direcção da Escola de Formação de Técnicos de Saúde de Luanda (EFTSL), pela franca
colaboração que teve com a direcção do Instituto Técnico Privado de Saúde Sacrinor. Ao Director
do Instituto Técnico Privado de Saúde Sacrinor, António Norberto, por ter permitido a nossa
formação na sua instituição. A nossa orientadora Paula Catanha, por ter sido muito paciente e
atenciosa connosco no processo todo de fazer o trabalho, e também por disponibilizar o seu
precioso tempo pra nós.

Agradecemos aos nossos encarregados, a eles dirigimos um grande apreço de gratidão, por
sempre terem pagado as propinas com regularidade, confiando em nós, por também
disponibilizarem verbas para podermos elaborar esse trabalho.

Agradecemos também a todos os professores que participaram no nosso processo de


formação, isto é, por lecionarem sempre as suas cadeiras com muito amor e paciência, a todos o
nosso muito obrigado.
iii

EPÍGRAFE

"A enfermagem é uma arte, e para realizalá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um
preparo tão rigoroso, quanto a abra de qualquer pintor ou escultor, pois o que é tratar da tela morta ou
do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo." (Florence Nightingaler).
iv

RESUMO

Introdução: Hemorragia pós Parto: É definida como a perda de sangue ≥ 500 ml após o parto.
Está é a definição da Organização Mundial da Saúde uma das mais aceitas no mundo. Algumas
referências consideram a via de parto ao definir a HPP: ≥ 500 ml após parto vaginal e ≥ 1000 ml
após cesariana. Resultados: A identificação de sinais e sintomas da hemorragia deve ser precoce
para iniciar o manejo terapêutico. Inicialmente é preferido o tratamento clínico, com fármacos e
manobras, e em caso de falha terapêutica, o tratamento cirúrgico deve ser indicado e realizado o
quanto antes. Conclusão: No presente trabalho que teve como objetivo geral compreender as
assistências de enfermagem prestadas em mulheres com hemorragia pós-parto no Centro de Saúde
da Paz, no período de Janeiro a Maio de 2023, fez-se um estudo observacional, descritivo,
transversal com abordagem qualitativa. Trabalhamos com uma amostra constituída por 20
profissionais de enfermagem da faixa etária de 18 a 61 anos, sendo o instrumento de recolha de
dados uma ficha de inquérito. Dos resultados da pesquisa e depois de um longo tempo de trabalho
árduo, o grupo chegou a seguinte conclusão: dos 20 profissionais inqueridos, 70% têm um
conhecimento abrangennte acerca da HPP, e apenas 30% têm pouco conhecimento acerca da HPP.

Palavras-chave: hemorragia pós-parto, assitência, mulheres.


v

LISTA DE SIGLA E ABREVIATURAS

OMS- Organização Mundial da Saúde

HPP- Hemorragia Pós-Parto

MINSA- Ministério da Saúde

HPPI- Hemorragia Pós-Parto Intensa

OPAS- Organização Pan-Americana de Saúde

RN- Recém Nascido

HIV- Virús de Imunodeficiêcia Humana

IV- Intra Venosa

IM- Intra Muscular

UI- Unidade Internacional

%- Percentegem.
vi

LISTA DE TABELAS

Tabela nº 1- Distribuição da amostra segundo o género____________________________26

Tabela nº 2- Distribuição da amostra segundo a idade__________________________27


Tabela nº 3- Distribuição da amostra segundo nível académico 28

Tabela nº 4- Distribuição da amostra segundo o tempo de trabalho____________________29

Tabela nº 5- Distribuição da amostra sobre quais são os factores de risco acerca de hemorragia
pós-parto________________________________________________________________30

Tabela nº 6- Distribuição da amostra de quando é que estamos perante a uma hemorragia pós-
parto___________________________________________________________________31

Tabela nº 7- Distribuição da amostra sobre quando a puerpera perde mais de 2000 ml de sangue
pode morrer______________________________________________________________32

Tabela nº 8- Distribuição da amostra se a utilização de ocitocina é eficaz em caso de hemorragia


pós-parto________________________________________________________________33

Tabela nº 9- Distribuição da amostra em caso se respondeu sim, diga a dose_____________34

Tabela nº 10- Distribuição da amostra sobre o que é inércia uterina____________________35


SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................... I

AGRADECIMENTO ...................................................................................................................... II

EPÍGRAFE ..................................................................................................................................... III

RESUMO ...................................................................................................................................... IV

LISTA DE SIGLA E ABREVIATURAS ....................................................................................... V

LISTA DE TABELAS................................................................................................................... VI

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

1.1. Formulação do Problema ..................................................................................................... 14

1.2. Justificativa .......................................................................................................................... 15

2. OBJECTIVOS ..................................................................................................................... 16

2.1.1. Objectivo Geral: ................................................................................................................... 16

2.1.2. Objectivos específicos .......................................................................................................... 16

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 17

3.1. Definições de termos e conceitos ......................................................................................... 17

3.2. Etiologia e Fatores de Risco .................................................................................................. 17

3.3. Diagnóstico .......................................................................................................................... 17

3.4. Prevenção ............................................................................................................................ 18

3.4.1. A conduta ativa na terceira fase do parto inclui:Administração de agentes uterotônicos ... 18

Manejo do cordão ........................................................................................................................... 19

3.5. Tratamento ........................................................................................................................... 19

3.5.1. Medidas iniciais e manejo conservador: ............................................................................... 19

3.5.1.2. Quando o diagnóstico é de atonia uterina, as medidas farmacológicas e mecânicas


abaixo devem ser realizadas até o sangramento ser controlado: ......................................... 20

Manejo cirúrgico: ............................................................................................................................ 21

3.6. Cuidados de Enfermagem .................................................................................................... 21

3.7. Fases do Parto....................................................................................................................... 22

3.8. Estratégias de Prevenção ...................................................................................................... 22


4. METODOLOGIA................................................................................................................ 24

4.1. Tipos de estudo .................................................................................................................... 24

4.2. Locais de estudo ................................................................................................................... 24

4.3. Populações em estudo .......................................................................................................... 24

4.4. Amostra ............................................................................................................................... 24

4.5. Critérios de Inclusão ............................................................................................................ 24

4.6. Critérios de exclusão ............................................................................................................ 24

4.7. Procedimentos éticos ............................................................................................................ 24

4.8. Procedimentos de recolha de dados ..................................................................................... 24

4.9. Processamentos de dados ..................................................................................................... 25

4.10. Principais Variáveis ............................................................................................................. 25

4.10.1.Variável sócio-demográfica:................................................................................................. 25

4.11. Variáveis em estudo: ............................................................................................................ 25

6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 36

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 37

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 38

I. GLOSSÁRIO .............................................................................................................................. 39

II. APÊNDICE A ............................................................................................................................ 40

III. ANEXOS .................................................................................................................................. 44


13

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordou as Assistências de enfermagerm prestada em mulheres com
hemorragia pós-parto no Centro de Saúde da Paz, no período de Janeiro á Maio de 2023.

Segundo a OMS apesar do progresso feito nos últimos anos na redução do número de
mulheres que sofrem morbilidade ou mortalidade devido à hemorragia pós-parto (HPP), ela
continua sendo a causa direta mais comum de morte materna em países de baixa renda. A
maioria dessas mortes pode ser evitada por meio do uso de uterotônicos profiláticos durante
a terceira fase do parto e por meio da gestão adequada em tempo hábil. Em 2015 ocorreram
cerca de 303.000 mortes maternas relacionadas com a gravidez ou com o trabalho de parto,
99% das quais em países em desenvolvimento estimando-se que a maioria pudesse ter sido
prevenida. A mortalidade materna em países em desenvolvimento é de 239 por 100.000
nados vivos e em países desenvolvidos é de 12 por 100.000 nados vivos. (OMS, 2018).

Todas as actividades para a prevenção da HPP (hemorragia pós-parto) devem ser


realizadas dentro de um pacote abrangente de intervenções para prevenir e gerenciar a HPP,
durante os cuidados contínuos domésticos e hospitalares.

A hemorragia é a principal causa de mortalidade materna, sendo responsável por cerca


de 27,1% das mortes a nível mundial, sendo África a liderar com relação aos outros
continentes com 10.45%. (OMS, 2018).

Estima-se que anualmente em Angola cerca de 15% do total de gravidezes, espera-se


causas indireitas de mortalidade materna com hemorragia pós-parto. As causas directas
contribuem para 85% das mortes maternas institucionais. (MINSA, 2016).
14

1.1. Formulação do Problema


A hemorragia pós-parto (HPP) é uma das cinco principais causas de mortalidade
materna tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Estima-se que
mais de 125.000 mulheres morrem no mundo por esta condição, sendo a atonia uterina ou
inércia uterina a sua causa mais comum, Angola é um dos países que se inclui nesta
estatística. (CABRAL, 2015). Deste modo decidimos levantar a seguinte questão:

Quais são os tipos de Assistências de Enfermagem prestadas em mulheres com


hemorragia pós-parto no centro de saúde da paz, durante o período de janeiro a
maio de 2023?
15

1.2. Justificativa
A Hemorragia pós-parto (HPP) ocorre em aproximadamente 2% das puérperas. Além de
ser responsável por 25% das mortes maternas no mundo, ela está associada a importante
morbilidade e sequelas em longo prazo. Um adequado manejo da HPP é fundamental para
reduzir a mortalidade materna e melhorar a saúde da mulher. (CABRAL, 2015).

Desta feita, buscamos compreender a assistência de enfermagem prestada em mulheres


com hemorragia pós-parto, a fim de melhorar a abordagem dos profissionais de enfermagem
e dereduzir o número de mortes por hemorragia pós-parto no Centro de Saúde da Paz.
16

2. OBJECTIVOS
2.1.1. Objectivo Geral:
Compreender os tipos de assistências de enfermagem prestadas em mulheres com
hemorragiapós-parto no Centro de Saúde da Paz, durante o período de Janeiro á Maio de
2023.

2.1.2. Objectivos específicos


 Apresentar o conceito de hemorragia pós-parto;
 Identificar as principais causas;
 Enumerar os factores de riscos da HPP;
 Descrever os tipos de assistência prestados pelos técnicos do centro;
 Questionar os técnicos sobre o conceito de hemorragia pós-parto;
17

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Definições de termos e conceitos

Hemorragia pós Parto: É definida como a perda de sangue ≥ 500 ml após o parto. Está
é a definição da Organização Mundial da Saúde uma das mais aceitas no mundo. Algumas
referências consideram a via de parto ao definir a HPP: ≥ 500 ml após parto vaginal e ≥
1000 ml após cesariana (OMS, 2000).

Enfermagem: é a arte de cuidar e também é uma ciência cuja essência e especificidade


é o cuidado ao ser humano, considerando como um todo individual. Contudo, hoje o olhar
dos enfermeiros alarga-se à família e à comunidade, bem como os grupos específicos, não
deixando de se focar na pessoa de forma holística (CABRAL, 2015).

Profissionais de enfermagem: são aqueles que se dedicam a desenvolver actividades


autónomas e interdependentes, o que lhes confere qualidades significativas nas instituições e
nas políticas de saúde (MALAGUTTI, 2015).

3.2. Etiologia e Fatores de Risco

A “Regra dos 4-T” é utilizada para identificar as causas de HPP: Tono, Trauma, Tecido
e Trombina. A atonia uterina é a causa mais comum de HPP, seguida por Trauma
(lacerações, hematoma, rotura, inversão), Tecido (placenta retida e placenta acreta) e
Trombina (coagulopatias). A maioria dos casos de HPP não possui fatores de risco
identificáveis (TEIXEIRA, 2009). Atonia uterina prévia, pré-eclâmpsia e corioamnionite
foram considerados fatores de risco independentes. Alguns outros fatores de risco, como:
placenta acreta, multiparidade, obesidade, indução do parto, trabalho de parto prolongado ou
rápido, anestesia geral, gemelaridade, polidrâmnio, macrossomia, anemia, também
demonstraram relação com HPP, (FABRASGO, 2019).

3.3. Diagnóstico

O diagnóstico da HPP é feito através do reconhecimento de um sangramento maior do


que o esperado (≥500 ml) ao exame físico da paciente. O sangramento é geralmente
mensurado visualmente, como consequência muitas vezes é subestimada. A maioria dos
guidelines não estabelece um método de escolha para quantificação do sangramento e
sugere que mais estudos sejam realizados a fim de estabelecer um parâmetro fidedigno
para diagnóstico adequado e precoce. (FABRASGO, 2019)
18

Ao exame físico, podem ser observados sinais e sintomas como: palidez, tontura,
confusão, aumento da frequência cardíaca, hipotensão, saturação de oxigênio < 95% em ar
ambiente, entre outros sinais e sintomas de hipovolemia (FABRASGO, 2019).

3.4. Prevenção

Não são estabelecidas condutas específicas prévias à terceira fase do parto (definida
pelo nascimento até a dequitação), a fim de prevenir a HPP. Sugere-se que pacientes
submetidas à cesariana prévia tenham o sítio de implantação da placenta definido por
ecografia durante a gestação. (CELICH & GALON, 2009). Entretanto, não existem
evidências que suportem a embolização profilática das artérias pélvicas em pacientes com
placenta acreta/percreta para prevenção de HPP. A conduta ativa na terceira fase do parto
reduz o risco de HPP causada por atonia uterina e deve ser oferecida a todas as pacientes,
(MORGAN & MIKHAIL, 2003).

3.4.1. A conduta ativa na terceira fase do parto inclui:


Administração de agentes uterotônicos

A droga mais recomendada como primeira linha para prevenção da HPP é a ocitocina,
que pode ser administrada por via intravenosa (10-40UI em 1000 ml de solução) ou por via
intramuscular (5-10UI). Em parto cesáreo, recomenda-se a mesma dose. Caso a via de
administração escolhida seja intravenosa, a velocidade de infusão deve, preferencialmente,
ser lenta (LOPES, 2003).

O benefício da ocitocina na prevenção de HPP foi observado mesmo sem as demais


medidas que compõem a conduta ativa na terceira fase do parto. Caso não haja ocitocina
disponível, existem outros agentes uterotônicos que podem ser utilizadas: a ergometrina (0,5
mg), misoprostol (600μg via sublingual ou retal) e outras prostaglandinas. Os derivados de
ergometrina são contraindicados em pacientes hipertensas, com pré-eclâmpsia ou
eclâmpsia e possuem efeitos adversos como náuseas, vômitos e elevação da pressão arterial
(GEBHART, 2009).

O misoprostol não é tão efetivo quanto ocitocina, mas mostrou-se eficaz em prevenir
HPP quando o local de nascimento não é um hospital, onde a ocitocina não é disponível.
Seus efeitos adversos são calafrios, febre e diarreia. As demais prostaglandinas mostraram-
se menos eficazes na prevenção da HPP, portanto sua utilização deve ser mais focada no
tratamento.
19

A combinação fixa de ergometrina (O, 5mg) e ocitocina (5UI) está associada a uma
diminuição do risco de HPP ≥ 500 ml – 1000ml quando comparada a administração de
ocitocina (5UI ou 10UI) isolada, porém não há diminuição significativa do risco de HPP ≥
1000ml. Esta combinação está associada a um aumento significativo de efeitos adversos
como náuseas, vômitos e hipertensão quando comparada a ocitocina isolada. (GEBHART,
2009)

Manejo do cordão

Recomenda-se o clampeamento do cordão entre 1 e 3 minutos após o nascimento e tração


controlada do cordão independente da via de parto. Recomenda-se avaliação seriada do
tônus uterino para identificação precoce de atonia uterina (FABRASGO, 2019). A
massagem uterina sustentada em pacientes que receberam ocitocina profilática não é
recomendada e não existem evidências suficientes que suportem esta medida quando outro
ou nenhum uterotônico são utilizados na prevenção da HPP (VALE 2000 &
NASCIMENTO, 2007).

3.5. Tratamento

O tratamento da HPP envolve componentes que devem ser realizados simultaneamente:


comunicação, ressuscitação, monitorização e investigação, controle do sangramento.

3.5.1. Medidas iniciais e manejo conservador:

3.5.1.1. Após comunicar a equipe, medidas de ressuscitação volêmica devem ser


iniciadas e a paciente monitorizada e investigada:

HPP menor (500-1000 ml e sem sinais de choque): deve-se obter um acesso venoso
periférico (cânula de 14 mm) e iniciar infusão de até 2L de solução cristalóide (SF 0,9% ou
Ringer Lactato). Solicitar tipagem sanguínea e hematimetria, screening de coagulação e
monitorizar o pulso e pressão arterial a cada 15 minutos. (DIOGO, SILVA, 2009, 2019)

HPP maior (> 1000 ml ou sangramento contínuo ou sinais de choque): as medidas de


ressuscitação devem ser iniciadas utilizando o “ABC”. Inicia-se pela avaliação da via aérea
(“A”) e respiração (“B”): independente da saturação de oxigênio materna, administrar
alta concentração de oxigênio (10-15 litros/minuto) via máscara facial. (DIOGO, SILVA,
2009). Na avaliação da circulação (“C”), obter dois acessos venosos periféricos (cânula de
14 mm), manter a paciente aquecida, infundir até 3,5 litros de solução cristaloide aquecida
(SF 0,9% ou Ringer Lactato) e/ou 1 a 2 litros de coloide (albumina, dextrana, gelatinas,
amido hidroxietílico) o mais rápido possível. Se a paciente não
20
responder a ressuscitação volêmica,após infusão de 2-3 litros de solução coloide (SF 0,9%
ou Ringer Lactato), recomenda-seiniciar transfusão de concentrado de hemácias e plasma
fresco na proporção 1, 4 unidades de cada. Se a tipagem sanguínea for conhecida, optar
pelo mesmo tipo, caso não seja conhecida ou não houver disponibilidade, transfundir sangue
O Rh negativo. (DIOGO, SILVA, 2009).

As principais causas de HPP devem ser consideradas na etapa de controle do


sangramento. Mesmo que a atonia uterina seja a principal causa de HPP, o exame físico
deve ser realizado a fim de excluir as demais etiologias, que, caso presentes, devem ser
tratado: retenção placentária (extração manual e antibioticoprofilaxia), lacerações de trajeto
(rafia da lesão), outras causas devem ser tratadas conforme etiologia. (DIOGO, SILVA,
2009).

3.5.1.2. Quando o diagnóstico é de atonia uterina, as medidas farmacológicas e


mecânicas abaixo devem ser realizadas até o sangramento ser controlado:

Ocitocina intravenosa (IV) 20 UI em 1 litro de solução salina na velocidade de 250


ml/h, podendo administrar até 500 ml da solução em 10 minutos sem que haja
complicações. A ocitocina é a droga uterotônica recomendada para o tratamento da HPP,
mesmo que a paciente tenha recebido esta droga como profilaxia da HPP. Se a ocitocina IV
não estiver disponível, outra opção é a via intramuscular (10 UI IM). Caso a droga não esteja
disponível ou a paciente não responder a mesma, drogas de 2ª linha podem ser utilizadas:
ergometrina (por via IV), combinação fixa de ergometrina (O,5 mg) e ocitocina (5UI),
prostaglandinas (incluindo misoprostol 800 μg sublingual ou 1000 μg via retal), ácido
tranexâmico (1g via IV).Não há indicação de tratamento adjuvante com misoprostol quando
utilizada ocitocina. Considera-se o uso de ácido tranexâmico caso o sangramento não seja
responsivo a ocitocina ou outro uterotônico e a etiologia da HPP seja trauma (VALE 2000).

Massagem uterina é fortemente recomendada no tratamento da HPP e possui vantagens


como segurança e baixo custo. Caso o sangramento não seja responsivo ao tratamento com
uterotônicos e outras drogas ou se as mesmas não forem disponíveis, pode-se proceder ao
tamponamento intrauterino com balão.

Se o sangramento for irresponsivo às medidas conservadoras citadas acima, devem-se


considerar medidas invasivas para o tratamento da HPP.

Medidas transitórias entre tratamento conservador e tratamento invasivo Compressão


uterina bimanual, compressão aórtica externa, uso de roupas não pneumáticas
antichoque são medidas recomendadas, de modo transitório, até que um cuidado
apropriado possa ser realizado. O tamponamento uterino com gases não é recomendado
(FABRASGO, 2019).
21

Manejo cirúrgico:

Nos casos em que a paciente não responda ao manejo conservador está indicada a
laparotomia exploradora. Existem algumas opções de manejo cirúrgico propostas para
controle do sangramento que variam em complexidade e podem ser necessárias de acordo
com o grau de responsividade da paciente ao tratamento. As principais medidas são:
ligadura bilateral das artérias uterinas, ligadura bilateral das artérias ilíacas internas (artérias
hipogástricas), embolização arterial seletiva (se disponível), suturas uterinas hemostáticas
(sutura uterina B-Lynch e outras), histerectomia subtotal e histerectomia total. A
histerectomia subtotal ou total é considerada o procedimento de última linha na abordagem
da HPP, porém deve ser realizada “antes tarde do que nunca”. (DUBIN;
PATAPOUTATIAN, 2010; OLIVEIRA ET AL., 2003; PAIVA ET AL., 2006).

3.6. Cuidados de Enfermagem

 Garantir a realização de classificação sanguínea;

 Fazer screening de coagulação e monitorizar os sinais a cada 15 minuto;

 Em caso de perdas de sangue superiores a 1000 ml devem ser manejados com


medidas de ressuscitação e administração de oxigêneo em alta concentração;
(JAQUELINE DOS SANTOS & SILVA, 2019).

 Prevenir anemias futuras;

 Estabilizar e reanimar a mulher;

 Cessar hemorragia;

 Princípios para atenção a HPP: rapidez, competência e prioridade; (OMS, 2005)

 Verificar o estado de consciência da puerpera;

 Deixar a mulher aquecida, uma vez que é normal que em caso de hrmorragia
interna haja sensação de frio e tremores;

 Colocar a mulher em posição de segurança; (SILVA, 2019)

 Colocar acesso venoso na mulher;

 Administrar soro e monitorar os sinais vitais.


22

3.7. Fases do Parto

O trabalho de parto divide-se em quatro períodos distintos que variam de mulher para
mulher, os mesmos estão descritos a seguir: 1º período, compreende duas fases, a fase
latente, é a fase inicial que culmina com a dilatação do colo até aos 3 cm, e a fase ativa,
iniciada quando o colo alcança 4 cm até atingir a dilatação completa; o 2º período
(expulsivo) começa com a dilatação completa do colo e termina com a expulsão total do
feto; 3º período (dequitadura da placenta) começa após a expulsão do feto e termina com a
expulsão da placenta, dividido em três momentos: descolamento, descida e expulsão da
placenta; e por fim, o 4º período (observação) que começa após a dequitadura da placenta é
considerado a 1ª hora após o parto. (SMILTH, 2005)

Várias são as causas que podem contribuir para a HPP, sendo que as mais referidas
pelos autores são as seguintes: atonia uterina - é a mais comum, sendo citada em todas as
referências –, traumatismo do trato genital (isto é, lacerações vaginais e cervicais), retenção
do tecido placentário (acretismo), inversão uterina, placenta anômala e alteração de
coagulação. (OSANAN, 2018 & MARTINS, 2013)

Embora a maioria das mulheres que experimentam complicações da HPP não apresente
fatores de risco clínicos ou históricos identificáveis, a grande multiparidade e a gestação
múltipla estão associadas ao risco aumentado de hemorragia após o parto. A HPP pode ser
agravada pela anemia preexistente e, nesses casos, a perda de um volume menor de sangue
pode ainda resultar em sequelas clínicas adversas. (OMS, 2014)

A Organização Mundial da Saúde reforça que a maioria das mortes resultantes da HPP
ocorre durante as primeiras 24 horas após o parto, denominada HPPI. Ela é causada
especialmente pela atonia uterina (80%), retenção placentária, distúrbio de coagulação,
inversão uterina, lacerações e hematomas no trajeto do canal do parto. Acontece em 4 a 6%
de todas as gestações. (OMS, 2012)

3.8. Estratégias de Prevenção

Segundo a OMS é geralmente aceito que prevenindo e tratando, a maioria das mortes
associadas à HPP poderia ser evitada. Para a OPAS medidas de prevenção da HPP devem ser
incorporadas na rotina de todos os profissionais que assistem pacientes em trabalhode parto.
(OMS, 2012)

A principal estratégia proposta, atualmente, para se prevenir uma HPP é o manejo ativo
do 3º estágio do trabalho de parto e massagem uterina periódica: a cada 15 minutos nas
primeiras 2horas após o parto.
23

O manejo ativo do 3º período do trabalho de parto reduz significativamente o risco de


perdas sanguíneas no HPPI. Tal manejo consiste em profilaxia medicamentosa com
ocitocina, clampeamento oportuno do cordão umbilical (entre 1 e 3 minutos) e a tração
controlada do cordão umbilical. (GONÇALVES; OSANAN; DELFINO ET AL., 2016).

A ocitocina após o parto constitui a principal ação de prevenção da HPP medicação de 1ª


escolha, podendo reduzir em mais de 50% os casos de HPP por atonia uterina (FLASOG,
2018; OPAS, 2018).

Deve-se massagear o fundo uterino através do abdome até que o útero esteja contraído e
assegurar-se que o útero não se torne relaxado (amolecido) após terminar a massagem. Caso
o útero se mantenha hipotônico, é necessário abrir o protocolo de HPP. (GONÇALVES;
OSANAN; DELFINO, 2016)

O controle precoce do sítio de sangramento é a medida mais eficaz no tratamento da


hemorragia pós-parto. (FLASOG, 2018; MARTINS, 2014; OMS, 2014; OPAS, 2018)

Sendo assim os enfermeiros e a equipa de saúde têm um papel crucial em assegurar a


hemóstase nos pós-parto com o intuito de diminuir as perdas sanguíneas controlando assim
a hemorragia. (ANDRADE, 2015)
24

4. METODOLOGIA

4.1. Tipos de estudo

Foi realizado um estudo Observacional, descritivo e transversal com abordagem quali-


quantitativa.

4.2. Locais de estudo

O estudo foi realizado no Centro de Saúde da Paz.

4.3. Populações em estudo

Foram os profissionais de Enfermagem do Centro de saúde da Paz.

4.4. Amostra

A amostra foi constituída por 20 profissionais de enfermagem, seleccionados pelo método


probablístico aleatório simples.

4.5. Critérios de Inclusão

Foram incluídos todos os profissionais de enfermagem que aceitaram fazer parte do


estudo.

4.6. Critérios de exclusão

Foram excluídos todos os profissionais de enfermagem que não aceitaram fazer parte do
estudo.

4.7. Procedimentos éticos

A pesquisa foi feita com a autorização da Direcção do Centro de Saúde da Paz, como
resposta a carta de solicitação de pesquisa que a Direcção do Instituto Técnico Privado de
Saúde Sacrinor endereçou a Direcção acima referida. No momento do inquerito, foi lido e
assinado pelos intervenientes (o inqueridor e o inquerido), o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) através do qual se garantiu o anonimato da identidade do participante
(inquerido).

4.8. Procedimentos de recolha de dados

Os dados foram recolhidos por meio de uma ficha de inquérito estruturado com perguntas
abertas e fechadas contendo linguagem simples.
25

4.9. Processamentos de dados

Para a elaboração do texto, foi utilizdo a Microsoft Word 10, para elaboração de tabelas a
Microsoft Execel e para apresentação dos resultados em plenário a Microsoft Power Point.

4.10. Principais Variáveis

4.10.1. Variável sócio-demográfica:

 Gênero, idade, nível acadêmico, tempo de trabalho.

4.11. Variáveis em estudo:

 Apresentou-se o conceito de hemorragia pós-parto;


 Identificamos as principais causas;
 Enumeramos os factores de riscos da HPP;
 Descrevemos os tipos de assistência prestados pelos técnicos do centro;
 Questionamos os técnicos sobre o conceito de hemorragia pós-parto;
26

5. APRESENTAÇÃO E IMTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Tabela 1: Distribuição da amostra segundo o género.

Sexo Fr %
Masculino 3 15
Feminino 17 85
Total 20 100
Fonte: Ficha de Inquérito.
Interpretação: Na tabela nº 1 segundo o género, constatamos que dos profissionais inqueridos,
15% correspondem ao género masculino, enquanto que 85% correspondem ao género femenino,
prefazendo um total de 100%.
27

Tabela 2: Distribuição da amostra segundo a idade.

Idades Fr %
18-28 10 50
29-39 5 25
40-50 5 25
51-61 0 0
Total 20 100
Fonte: Ficha de Inquérito.
Interpretação: Na tabela nº 2 segundo a idade, observou-se que dos profissionais inqueridos, 50%
correspondem no intervalo de idades de 18-28 anos, enquanto que 25% correspondem no intervalo
de idades de 29-39 anos e outros 25% corresponde ao intervalo de idades de 40-50 anos,
prefazendo um total de 100%.
28

Tabela 3: Distribuição da amostra segundo o nível académico.

Nível académico Fr %
Iº Ciclo 0 0
IIº Ciclo 11 55
Ensino Superior 9 45
Total 20 100

Fonte: Ficha de inquérito.


Interpretação: Na tabela nº 3 segundo nível académico, cosntatou-se que dos profissionais
inqueridos, 55% correspondem ao IIº ciclo, ao passo que 45% correspondem ao ensino superior,
prefazendo um total de 100%.
29

Tabela 4: Distribuição da amostra segundo tempo de trabalho.

Tempo de trabalho Fr %
Menos de 1 ano 2 10
1 á 3 anos 10 50
4 á 6 anos 3 15
7 á 10 anos 1 5
Ou mais anos 4 20
Total 20 100

Fonte: Ficha de inquerito


Interpretação: Na tabela nº 4 segundo tempo de trabalho, os dados mostram que dos profissionais
inqueridos, 10% correspondem menos de 1 ano de trabalho, enquanto que 50% correspondem 1 á
3 anos de trabalho, ao passo que 15% correspondem 4 á 6 anos de trabalho, consequentemente 5%
correspondem 7 á 10 anos de trabalho, e 20% correspondem ou mais anos de trabalho, prefazendo
um total de 100%.
30

Tabela 5: Distribuição da amostra segundo os factores de risco para hemorragia pós-parto?

Quais são os factores de Fr %

risco para hemorragia pós-


parto?
10 50
Atonia uterina prévia.
Pré-eclâmpsia. 5 25
5 25
Corioamnionite.
Total 20 100

Fonte: Ficha de inquérito.

Interpretação: Na tabela nº 5 segundo quais são os factores de risco para hemorragia


pós-parto, dos profissionais inqueridos, 50% responderam atonia uterina prévia,
consequentemente 25% responderam pré-eclâmpsia equanto que outros 25% responderam
corioamnionite, prefazendo um total de 100%.
31

Tabela 6: Distribuição da amostra sobre quando é que estamos perante a uma hemorragia
pós-parto.

Quando é que estamos Fr %


perante a uma hemoragia
pós-parto
Perante a perda maior ou 20 100
igual a 500 ml de sangue
Perante a perda menor de 0 0
500 ml de sangue
Total 20 100
Fonte: Ficha de inquérito
Interpretação: Na tabela nº 6 sobre quando é que estamos perante a uma hemoragia pós-parto,
constatamos que dos profissionais inqueridos, 100% alegam que é perante a perda maior ou igual a
500 ml de sangue.
32

Tabela 7: Distribuição da amostra sobre quando a puerpera perde mais de 2000 ml de


sangue pode morrer.

Qando a puerpera perde Fr %


mais de 2000 ml de sangue
pode morrer
Sim 20 100
Não 0 0
Total 20 100
Fonte: Ficha de inquérito
Interpretação: Na tabela nº 7 sobre quando a puerpera perde mais de 2000 ml de sangue pode
morrer, constatamos que dos profissionais inqueridos, 100% responderam sim (alegando assim,
que quando a mulher perde mais de 2000 ml de sangue pode morrer).
33

Tabela 8: Distribuição da amostra se a utilização de ocitocina é eficaz em caso de hemorragia


pós-parto.

A utilização de ocitocina é Fr %
eficaz em caso de
hemorragia pós-parto
Sim 20 100
Não 0 0
Total 20 100
Fonte: Ficha de inquérito
Interpretação: Na tabela nº 8 sobre se a utilização de ocitocina é eficaz em caso de hemorragia
pós-parto, constatamos que dos profissionais inqueridos, 100% responderam sim (alegando assim,
que a utilização de ocictocina é eficaz em caso de hemorragia pós-parto).
34

Tabela 9: Distribuição da amostra em caso se respondeu sim, diga a dose.

Se respondeu sim, diga a Fr %


dose
10 UI 15 75
100 UI 5 25
Total 20 100
Fonte: Ficha de inquérito
Interpretação: Na tabela nº 9 em caso se respondeu sim, diga a dose, constatamos que dos
profissionais inqueridos, 75% responderam 10 UI, e consequentemente 25% responderam 100 UI,
prefazendo um total de 100%.
35

Tabela 10: Distribuição da amostra sobre o que é inércia uterina.

O que é Inércia uterina Fr %


Incapacidade de o útero 19 95
contrair
Capacidade de o útero 1 5
contrair
Total 20 100
Fonte: Ficha de inqueríto.
Interpretação: Na tabela nº 10 sobre o que é inércia uterina, constatamos que dos profissionais
inqueridos, 95% responderam incapacidade de o útero contrair e consequentemente 5% respondeu
capacidade de o útero contrair, prefazendo assim, um total de 100%.
36

6. CONCLUSÃO
Os nossos objectivos foram alcançados com sucesso, em que se coletaram informações
mediante o nível de conhecimento dos profissionais de enfermagem do Centro de Saúde da Paz
sobre assistências de enfermagem prestadas em mulheres com hemorragia pós-parto.
Sendo assim, chegamos a seguinte conclusão:
Quanto ao género, dos 20 inqueridos tivemos maior frequência no género feminino com um
total de 17 mulheres, prefazendo assim 85%, sendo que o género masculino tivemos um total de 3
homens, prefazendo assim um total de 15%.
Segundo a faixa étaria, constatou-se que o maior número de participantes tem uma idade entre
18-28 anos, prefazendo assim um total de 50%, e o menor tem uma idade entre 40-50 anos,
prefazendo assim um total de 25%.
Acerca do nível académico, observou se que dos 20 profissionais inqueridos a maioria,
equivalente a 11 correspondem ao II ciclo, prefazendo assim um total de 55%, e menoria,
equivalente a 9 correspondem ao ensino superior, prefazendo assim um total de 45%.
Sobre quais são os factores de risco acerca de hemorragia pós-parto, dos 20 profissionais
inqueridos 50% correspondem à atonia uterina, enquanto que outros 25% correspondem a
corioamnionite.
Sobre quando é que estamos perante a uma hemoragia pós-parto, dos 20 profissionais
inqueridos 100% responderam que é quando a puérpera perde uma quantidade se sangue maior ou
igual a 500 ml.
Sobre quando a puérpera perde mais de 2000 ml sangue pode morrer dos 20 profissionais
inqueridos 100% responderam sim.
Acerca se a utilização da ocitocina é eficaz em caso de hemorragia pó-parto, dos 20
profissionais inqueridos 100% responderam sim, onde 15 profissionais equivalente a 75% disseram
que a sua dose é 10 UI, e apenas 5 profissionais equivalente a 25% disseram 100 UI.
Sendo assim, tivemos um inquerito positivo onde dos 20 profissionais inqueridos, 70% têm
conhecimento abrangente acerca de hemorragia pós-parto, e apenas 30% têm pouco conhecimento
acerca de hemorragia pós-parto.
O Centro de Saúde da Paz, registou no período de janeiro a maio de 2023, apenas 2 casos de
hemorragia pós-parto, esses dois casos foram tratados de princípio com ocitocina, soro fisiológico
e lactato de ringer, e aposterior foram transferidos a uma unidade de referência para melhor
observação.
37

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em conta os resultados obtidos durante a nossa pesquisa, temos as seguintes
recomendações:
 A luz das conclusões obtidas no presente estudo, apelamos a comunidade estudantil á
continuidade da investigação acerca da hemorragia pós-parto, que é uma complicação
do pós-parto muito frequente e que tem tirado a vida a muitas mulheres com sede de
viver.
 Apelamos que haja mais whorkshops e cursos curriculares acerca de HPP, no sentido
de capacitar os técnicos, para uma melhor abordagem em caso de hemorragia pós-
parto.
 Recomendamos ao Centro de Saúde da Paz a fazer melhorias no sector da sala de parto,
investindo no capital humano e no capital material, afim de melhor os cuidados de
enfermagem prestados em mulheres com hemorragia pós-parto naquela umidade.
38

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Beer GM, Varga Z, Budi S, Seifert B, Meyer VE. Incidence of the superficial fascia
and its relevance in Fabrasgo, 2019.

2. OMS, 2000, 2005, 2012, 2014, 2018, hemorragia pós-parto, PUBMED.

3. MINSA, 2016; CABRAL, 2015 pg.10; MALAGUTTI, 2010 pg.6; TEIXEIRA, 2009 pg.9,
ScieLo.

4. FABRASGO, 2019 pg.178; FEBRASGO, 2010 pg.15, PUB MED.

5. CELICH, GALON, 2009 pg.4; MORGAN E MIKHAIL, 2003 pg.13 GOOGLE


SCHOOL.

6. LOPES, 2003 pg.9; GEBHART, 2009 pg.7; VALE, 2000 pg.2, NASCIMENTO,
2007 pg.56, rcaap.pt.

7. DIOGO, SILVA, 2009, 2019 pg.55, 78, docsity.

8. DUBIN, PATAPOOTATIAN, 2010 pg.45; OLIVEIRA; 2003 pg.23; PAIVA, 2006


pg.8, PUBMED.

9. SMITH, Compreender a Gravidez, 2005 pg.1; ANDRADE, 2015 pg.90, ScieLo.

10. OSANAN, 2018 pg. 34; MARTINS, 2013 pg.45, rcaap.pt.


39

GLOSSÁRIO
1. Hemorragia: corrimento de sangue para fora de um vaso sanguíneo lesado, á surperfície
do corpo ou no interior de um orgão ou de um tecido.
2. Morbilidade: número de caso de uma doença que se apresentam numa determinada
populução e durante um período de tempo determinado.
3. Uterotónico: que dá tónus aos musculos do útero ou o agente que tonifica os musculos
uterinos.
4. Atónia: relaxamento, fraqueza ou diminuição da tonicidade normal de um tecido ou de um
órgão, especialmente do tonus muscular.
5. Tono: estado de elasticidade de um tecido e a sua capacidade para desenpenhar a sua
função ou responder a estímulo.
6. Trombina: enzima proveniente da activação da protombina plasmástica e que trasforma o
fibrinogéneo em fibrina.
7. Coriomnionite: inflamação das membranas fetais, associada a infecção bacteriana.
8. Macrossomia: tamanho excessivamente grande.
9. Anemia: descida para valores inferioresaos normais do número de eritrócitos do sangue
circulante e/ou do conteúdo de hemoglobina.
10. Hipovolemia: diminuição do volume de sangue circulante.
11. Hemácia: célula anucleada do sangue, de cor rosa-avermelhado, em forma de disco
bicôncavo, que contem hemoglobina e transporta o oxigénio necessário ao organismo.
12. Hemoglobina: proteína que contém ferro sob a forma de uma fracção designada heme,
contida nos glóbulos vermelhos, as quais confere a cor. A hemoglobina é o veículo do
oxigénio no sangue.
13. Laparatomia: abertura cirúrgica da parede abdominal e do peritoneu, primeira fase de
grande número operações sobre os órgãos contidos no abdómen.
14. Histerectimia: ablação completa ou parcial (subtotal ou supravaginal; fúndica) do útero
por ia abdominal (histerectomia por via alta) ou por via vaginal (histerectomia por via
baixa), podendo também incluir a ablação dos seus anexos (trompas e ligamentos).
15. Hipotonia: diminuição do tónus muscular ou da tonicidade de um órgão.
16. Trombócitos: célula sanguínea desprovida de núcleo, proveniente dos magacariócitos da
medula óssea, que intervém na coagulação.
17. Hipoproteinemia: diminuição da concentração de proteínas no soro sanguíneo.
18. Plasma: parte líquida do sangue na qual se encontram em suspensão diversos elementos.
19. Hematimetria: contagem dos glóbulos sanguíneos existentes numa determinada
quantidade de sangue.
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APÊNDICE A

CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES

MESES
ACTIVIDADES Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Escolha e a Delimitação do Tema

Pesquisas bibliográficas
Elaboração do pré-projecto
Entrega do Pré-projecto
Recolha de dados no campo
Processamento dos dados

Montagem do TCC em Word


Revisão (correção) do TCC
Encardenação do TCC
Montagem do TCC em Power
Point
Entrega do TCC em Word
Ensaio de Apresentação do TCC

Apresentação Pública do TCC


REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA

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APÊNDICE B

Termos de consentimento livre esclarecido

Nós, abaixo assinado, finalistas do curso de Enfermagem do instituto tecnico privado de


saúde-sacrinor, referente ao ano lectivo 2022/2023, estamos a realizar uma pesquisa sobre
Assistencia de Enfermagem prestada em mulheres com hemorragia pós-parto no centro

de saúde da paz, no período de janeiro a maio de 2023.

Por isso, estamos a pedir sua colaboração para participar no estudo, respondendo um
instrumento contendo várias questões relacionadas ao conhecimento sobre o assunto em
epígrafe.

A participação no estudo é voluntária e não terá nenhum custo ou risco para a sua pessoa; a
sua identidade será mantida no anonimato.

Declaro que após ter recebido e entendido os esclarecimentos, aceito participar no estudo.

Luanda, aos , de , de 2023.

Assinatura do (a) entrevistado (a) Assinatura dos Pesquisadores


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APÊNDICE C

Ficha de inquerito

O presente inquérito é anónimo e confidencial, visa recolher informações sobre

Assistencia de Enfermagem prestada em mulheres com hemorragia pós-parto no centro

de saúde da paz, no período de janeiro a maio de 2023.

1. Questões relacionadas aos dados sociodemográfico:


a) Género: Masculino Feminino
b) Idade: ;
c) Nivel de Escolaridade:
Técnico Básico em Enfermagem
Técnico Médio em Enfermagem
Técnico Superior em Enfermagem

d) Onde reside: ;

2. Dados socioprofissionais:
Há quanto tempo trabalha como enfermeiro?

Menos de 1 ano
1 á 3 anos
4 á 6 anos

7 á 10 anos
Ou a mais anos?

3. Quais são os factores de risco para hemorragia pós-parto?


a) Atonia uterina prévia,

b) Pré-eclâmpsia e

c) Corioamnionite.

4. Quando é que estamos perante a uma hemorragia pós-parto?


a) Perante a perda maior ou igual a 500 ml de sangue

b) Perante a perda menor de 500 ml de sangue

5. Quando a puerpera perde mais de 2000 ml de sangue pode morrer?

a) Sim b) Não

6. A utilização de ocitocina é eficaz em caso de hemorragia pós-parto?

a) Sim b) Não

7. Se respondeu: Sim, diga a dose:

a) 10 UI b)100UI

8. O que é inércia uterina?

a) Incapacidade de o útero contrair


b) Capacidade de o útero contrair
ANEXOS

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