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MONOGRAFIA
MONOGRAFIA
iii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais: Vasco António Barroso José e
Constância João Francisco, pela coragem e ensinamentos sobre o caminho do sucesso.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Vasco António Barroso e Constância João Francisco,
por confiarem em mim este tempo todo.
Votos de agradecimento aos meus irmãos de pai e mãe: Raimundo Vasco José,
Celso João José, Virgínia de Fátima José, Francisco Barroso José, Mariano José, Cláudio José
e Ruth José, pelo carinho.
Agradeço à minha Orientadora Eurica Graça Rocha por tudo pelo qual contribuiu
para atingir este grau muito importante para mim e minha família, pela força e confiança
depositada.
Aos meus professores (Nelito Barros, Adão Chimuanji, Lopes Tchivala, António
Sabalo, Eurica Rocha, Marlene Chitumba, Idalina Amaro, Crisóstomo Mulundo e João
Celestino), pelo contributo na minha formação no Ensino Superior e na realização deste
Trabalho de Fim de Curso.
Muito Obrigado!
v
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do Regulamento de
Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original excepto onde indicado por
referência especial no texto.
Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo algum quaisquer
visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação
noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras.
Mais informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA.
Assinatura: ________________________________________________________________
Data: _____/_____/__________
vi
ABREVIATURAS
vii
RESUMO
viii
ABSTRACT
Objective: To know the Causes of Work Accidents with Sharps, in the Nursing Professionals
of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga, in the 2nd Semester of 2019. Method used:
This is an observational, descriptive cross-sectional study of quantitative approach. Results:
According to the data obtained on the age group, the results show that 37% of the sample
comprised the age group between 30 and 40 years old and 7% between 51 and 60 years old.
Regarding gender, the results show that 90% correspond to females and 10% to males.
Regarding gender by age group, the results show that 37% correspond to females aged
between 30 and 40 years, and in the age group between 51 and 60 years 3% correspond to
males. About the professional category, the results show that, 70% are Nursing Technicians
and 3% Bachelor. Concerning length of service, the results show that 38% correspond to less
than or equal to 5 years of work and 14% between 11 and 15 years of work. Regarding the
level of knowledge, the results show that 44% have a good level of knowledge and 10% of
professionals have moderate knowledge. Regarding the causes of accidents at work with
sharps, the results show that 23% of the accidents were due to emotional uncontrollability and
3% due to failures in the supervision of services. Conclusions: It was concluded that 80% of
nursing professionals suffer accidents and that the causes of work accidents with sharps in the
nursing professionals of the Municipal Hospital of Viana - Capalanga were the emotional lack
of control during the procedures, double shift work, physical wear, professional
unpreparedness, improper disposal, incorrect recapping, supervisory failures and ignorance
and trivialization of risks.
ix
ÍNDICE
EPÍGRAFE ................................................................................................................................iii
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ iv
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... v
DECLARAÇÃO DE AUTOR ................................................................................................... vi
ABREVIATURAS ................................................................................................................... vii
RESUMO ................................................................................................................................viii
ABSTRACT .............................................................................................................................. ix
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................... xii
ÍNDICE DE FIGURAS ........................................................................................................... xiv
ÍNDICE DE QUADROS .......................................................................................................... xv
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 2
OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ................................................................................................. 3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................................. 3
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS ................................................................................................. 4
CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ................................................. 5
1.1. MATERIAIS PERFURO-CORTANTES .................................................................... 5
1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes ..................................................... 6
1.2. ACIDENTES DE TRABALHO ................................................................................... 9
1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de
enfermagem .......................................................................................................................... 11
1.2.2. Principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de enfermagem ................................................................................................ 12
CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO .............................................. 15
2.1. MODOS DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................ 15
2.2.VARIÁVEIS ............................................................................................................... 15
2.3. OBJECTO DE ESTUDO ........................................................................................... 18
2.4. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO ................................................................ 18
2.5. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO ............................... 18
CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS RESULTADOS ............ 20
CONCLUSÕES ............................................................................................................... 34
x
RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................... 36
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 37
APÊNDICE ...................................................................................................................... 40
ANEXOS .......................................................................................................................... 41
xi
ÍNDICE DE TABELAS
xii
Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas
de Acidentes com materiais perfuro-cortantes. ------------------------------------------------------ 31
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-
cortantes em Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga ..... 27
Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes
em profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a
Região do Corpo Afectado ....................................................................................................... 30
Figura 12: Exemplo de descarpack (caixa colectora) para materiais perfuro-cortantes ........... 6
xiv
ÍNDICE DE QUADROS
xv
INTRODUÇÃO
«No Brasil, mesmo não havendo estatísticas oficiais, achados semelhantes foram
descritos na literatura, apontando índice de acidentes por perfuro-cortantes de 30,17%.»
(Ruas, Santos, Barbosa, Belasco, & Bettencourt, 2012, p. 4)
Diante a realidade dos serviços de saúde do nosso país (Angola), e da forma como
estão distribuídos os turnos, carece de uma reflexão sobre as causas de acidentes de trabalho
com materiais perfuro-cortantes em profissionais de enfermagem.
1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Hoje, os serviços de qualquer sector, são exigidos à prestação das actividades com
a máxima qualidade possível, sem ter em conta os riscos e falta de informação para os
profissionais sobre biossegurança no trabalho.
OBJECTIVOS
Geral:
Conhecer as Causas de Acidentes de Trabalho com Materiais Perfuro-cortantes,
nos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga, no II
Semestre de 2019.
Específicos:
Caracterizar os Profissionais de Enfermagem segundo a Faixa etária, sexo,
categoria profissional e tempo de serviço.
Identificar o Conhecimento dos Profissionais de enfermagem sobre técnicas
correctas de manuseamento dos materiais perfuro-cortantes.
Identificar a ocorrência de acidente por materiais perfuro-cortante nos
profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga.
Descrever as causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes à
equipe de Enfermagem.
2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
3
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
4
CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
5
1.1.1. Manuseio correcto dos materiais perfuro-cortantes
6
A identificação do grupo dos perfuro-cortantes indica o risco que os resíduos representam
o biológico. Assim, deve constar o símbolo de substância infectante constante na Norma
Brasileira (NBR) -7500 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com
rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de Resíduos
Perfuro-cortantes e os riscos adicionais, que pode ser o químico ou radiológico na sua
parede externa do colector. (Brasil, 2004, citado por Moura, Deodato, & Gama, 2016, p.
194)
É importante identificar bem cada colector de descarte para não haver engano e
possível acidente. O colector de descarte deve possuir rótulo de fundo branco com o desenho
que indica o tipo material que é armazenado,
Após a utilização das agulhas, não devem ser reencapados, quebrada ou entortadas.
Assim que utilizar uma agulha deve-se utilizar o método de pesca se decidir recapear para o
descarte adequado caso use um colector não resistente a perfuração
Segundo Souza et al., (2013) citado por Moura, Deodato, & Gama, (2016) em um
estudo realizado no Hospital de Macapá-AP, durante uma visita em todos os sectores da
unidade, foram observadas as condições dos colectores usados e identificando 48 recipientes,
dos quais 38 eram recipientes improvisados.
Cada objecto de descarte, deve ter uma finalidade específica, bem sinalizados para
evitar mistura de resíduos hospitalares. Os materiais perfuro-cortantes devem ser separados no
descarte, num colector específico e rígido, resistente a perfuração. Outros resíduos deverão ser
desprezados noutros colectores.
8
uso único estão sendo realmente descartados e se em local apropriado. (Oppermann &
Pires, 2003, p. 10)
O trabalho é uma actividade fundamental nas condições de vida do homem. Produz efeito
positivo, quando é capaz de satisfazer as necessidades básicas de subsistência, de criação
e de colaboração dos trabalhadores. Entretanto, ao realizá-lo, o homem expõe-se a
diversos riscos presentes no ambiente laboral, os quais podem interferir directamente em
sua condição de saúde e bem-estar (Canini et al, 2000, citado por Ribeiro, Santos, Ebner,
& Oliveira, 2012)
9
Sendo o trabalho, uma prática fundamental nas condições de vida do homem,
deve-se evitar a exposição ao realizá-lo, usando equipamentos de protecção individual e
colectivo para o bem-estar e garantir condições de vida laboral. Para isso, é necessária a
colaboração dos profissionais e combater a distracção no local de serviço.
Segundo Ruiz, Barboza e Soler (2004), citado por Rodrigues, (2017, pp. 38-39) os
acidentes de trabalho na área de saúde, principalmente em hospitais são de grande
importância, uma vez que são diversos os agentes aos quais os trabalhadores estão
expostos, sendo eles: Físicos: nos quais se tem os ruídos, temperaturas, radiações;
mecânicos: nos quais estão presentes as contusões, fracturas, ferimentos cortantes, dentre
outros; químicos: que envolvem os processos de esterilização e desinfecção de materiais,
anestesias e medicamentos; ergonómicos: referentes principalmente aos esforços físicos
intensos, que envolvem o transporte manual de pacientes, posturas inadequadas;
biológicos: devido ao contacto com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas e
materiais contaminados; psíquico: exposição à atenção permanente no trabalho,
supervisão com pressão, altos ritmos de trabalho e a repetitividade.
Existem vários factores que quando interagido nos podem causar acidentes, desde
os físicos aos mecânicos. Os ferimentos por objectos cortantes as vezes é decorrente devido a
falta de atenção e desgaste físico, por isso exige-se a máxima atenção e supervisão dos
serviços para evitarmos tais situações.
10
1.2.1. Acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de
enfermagem
Cada profissão tem seus riscos inerentes à natureza e ao ambiente do seu trabalho, que
podem causar acidentes ou doenças ocupacionais. Esses constantes riscos ocupacionais,
interferem de forma temporária ou permanente nas condições de saúde do trabalhador. As
actividades laborais exercidas por trabalhadores de enfermagem se constituem como
fonte de riscos ocupacionais, pois o ambiente de trabalho expõe esses trabalhadores a
uma variedade de riscos, como a riscos físicos, ergonómicos, químicos, psicossociais e
principalmente os biológicos (Almeida et al., 2009; Neves et al., 2011, citado por Moura,
Deodato, & Gama, 2016, p. 197)
Num estudo realizado por Sarquis & Felli, (2002), identificaram o coeficiente de
risco em profissionais de enfermagem em todas as categorias, apontando os auxiliares e
técnicos médios de enfermagem com maior risco de cometer acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes. O auxiliar de enfermagem, realiza funções de administração de
medicamentos e assiste directamente o paciente, como também realiza procedimentos de
emergência e pensa-se como uma das causas que os levam a acidentar-se frequentemente.
11
Segundo o caderno E, do Curso Básico de Controlo de Infecção Hospitalar do
Brasil em 2000, o número de acidentes por materiais perfuro-cortantes são alarmantes e partes
destes acidentes são causados por resíduos cortantes. (Rodrigues, 2017)
São várias as causas deste evento, desde os emocionais aos desconhecimentos de técnicas
sobre biossegurança. Uma simples desatenção no ato de preparar a medicação, durante e após a
realização de um procedimento pode ser suficiente para chegar a este agravo. Muitos autores
12
identificaram a dupla jornada de trabalho nos profissionais acidentados, apontam como sendo uma das
causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes.
Para Costa (1996), citado por Machado e Henkes (2014, pp. 219-220) os factores
de risco para a ocorrência de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes, tanto na
assistência directa como indirecta ao paciente são:
13
trabalho, falta de atenção. (Balsamo & Felli 2006, citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, 2012)
Conforme análise de um estudo que propõe que o número de ocorrências de acidentes de
trabalhos com perfuro cortantes não resulta apenas no baixo nível de formação dos
profissionais, mas também pela falta de treinamento, capacitação, recursos materiais e
cultura institucional (Rodrigues & Marziale, 2002). Porém autores acreditam que o grau
de qualificação influencie na ocorrência dos acidentes Ribeiro e Shimizu (2002, citado
por Ribeiro, Santos, Ebner, & Oliveira, 2012, p. 2)
Segundo Alves, Passos e Tocantins (2009), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, (2012), na profissão de enfermagem, os acidentes com materiais perfuro-cortantes
ocorrem por falta de conhecimento sobre biossegurança, má administração das instituições,
desmotivação dos profissionais, instalações precárias e falta de atenção da enfermagem nos
procedimentos.
«Outro factor apresentado é que as origens dos acidentes podem vir acontecer
pela rapidez em que são realizados os procedimentos devido ao grande número de pacientes
e a gravidade do estado de saúde dos mesmos.» (Vieira; Pinheiro; Lima, 2007, citado por
Ribeiro, Santos, Ebner & Oliveira, 2012, p. 2)
14
CAP. II OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
2.2.VARIÁVEIS
Variáveis
Código
Sexo
Masc Masculino
Fem Feminino
Faixa Etária
15
1 19 – 29 Anos
2 30 – 40 Ano
3 41 – 50 Anos
4 51 – 60 Anos
5 ≥ 61 Anos
Categoria Profissional
1 Auxiliar de Enfermagem
2 Técnico Médio de Enfermagem
3 Bacharel de Enfermagem
4 Enfermeiro
Tempo de Serviço
1 ≤ 5 Anos
2 6 – 10 Anos
3 11 – 15 Anos
4 ≥ 16 Anos
Conhecimento dos Profissionais sobre Técnicas correctas de manuseamento
dos materiais perfuro-cortantes.
A A separação correcta dos materiais perfuro-cortantes previne acidentes
ocupacionais como picadas de agulhas e cortes com bisturi.
B Os recipientes de descartes devem estar bem sinalizados para evitar mistura de
resíduos de saúde.
C Os recipientes de descartes devem estar próximo do local de assistência.
D Durante a realização dos procedimentos o profissional deve ter a máxima atenção.
E O profissional deve utilizar os dedos como anteparo durante a realização de
procedimento que envolvam materiais perfuro-cortantes
F As agulhas devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa
com as mãos.
G Não utilizar agulhas para fixar papeis.
H Todo material perfuro-cortante (agulha, seringas, scalp, lâminas de bisturi,
vidraria, entre outros), mesmo que esterilizados devem ser desprezados em
recipientes resistentes a perfuração e com tampa.
16
I Os recipientes específicos para descartes de materiais perfuro-cortantes não
devem ser preenchidos acima do limite 2/3 de sua capacidade total e devem ser
colocadas sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.
Identificação de ocorrência de Acidentes de Trabalho com Materiais
Perfuro-cortantes
A Antes do Procedimento
B Durante o Procedimento
C Após o Procedimento
1 Agentes da Lesão (agulhas, bisturi, cacos de vidro, tesouras e outros)
2 Tipo de Lesão (corte, picada, secreção com sangue e outros)
3 Região do Corpo afectado (palma da mão direita ou esquerda, olho, dedo e outro)
Causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes
A Desgaste físico
B Desconhecimento e banalização do risco
C Ausência de treinamento e inexperiência dos profissionais
D Falhas na supervisão
E Despreparo profissional – formação deficiente
F Ausência de grade curricular que contemple as formas de prevenção às
exposições a material biológico
G Dupla jornada de trabalho
H Sobrecarga de trabalho
I Falso senso de segurança
J Ausência de método, organização e planeamento no trabalho
K Descarte incorrecto
L Descontrole emocional frente às situações de emergência
M Reencape incorrecto
17
2.3. OBJECTO DE ESTUDO
Universo: Profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana –
Capalanga.
19
CAP. III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS
RESULTADOS
Esta análise e interpretação dos resultados segundo Vaz-Freixo (2012), provém
dos resultados obtidos através das observações efectuadas e consiste na decomposição de um
todo nas suas partes com o propósito de se realizar descrição das relações entre elas.
51 - 60 Anos
7%
19 - 29 Anos
27%
41 - 50 Anos
30%
30 - 40 Anos
36%
20
compreendem a faixa etária dos 30 – 40 anos, 30% dos 41 – 50 anos, 27% dos 19 – 29 anos,
7% dos 51 – 60 anos e 0% maior ou igual a 60 anos.
Sarquis e Felli (2002), afirmam que a faixa etária mais propensa em acidentar-se é
a entre 19 – 29 anos. De acordo com essa afirmação, surge a ideia de que os jovens por serem
ainda novos nessa profissão e no seu crescimento como pessoa, a tendência são maiores em
relação a faixa dos 41 – 50 anos.
Muitos estudos realizados por autores, mostram que a faixa moda está entre 30 –
40 anos nos profissionais de enfermagem. Verifica-se neste estudo que os profissionais são na
sua maioria jovens e ainda têm muito para oferecer em termos de qualidade de assistência.
Mas os acidentes de trabalho também são frequentes nessas faixas jovens, caracterizado pelo
descontrolo emocional e desgaste físico. No entanto, a capacitação com planos de formação
contínua, devem albergar temas como este, para despertar o interesse da atenção o controlo
dos materiais na prestação e evitar acidentes por iatrogenias.
Masc
10%
Fem
90%
Masculino 0 0%
41 - 50 Anos
Feminino 9 30%
Masculino 2 7%
19 - 29 Anos
Feminino 6 20%
Masculino 1 3%
51 - 60 Anos
Feminino 1 3%
Masculino 0 0%
30 - 40 Anos
Feminino 11 37%
Masculino 3 10%
Total
Feminino 27 90%
Total Geral 30 100%
De acordo com os dados obtidos sobre o sexo por faixa etária dos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que 37% correspondem
ao sexo feminino em faixa etária compreendida nos 30 – 40 anos, 30% correspondem ao sexo
feminino em faixa etária compreendida nos 41 – 50 anos, 20% corresponde ao sexo feminino
em faixa etária compreendida nos 19 – 29 anos, na mesma faixa etária 7% correspondem ao
sexo masculino, e, na faixa etária do 51 – 60 anos 3% correspondem ao sexo masculino e a
mesma percentagem para o sexo feminino.
Verifica-se que a faixa mais incidente está entre 30 – 40 anos, representado pelo
sexo feminino, a seguir da faixa entre os 41 – 50 anos também representados pelo sexo
feminino. Concordando com os resultados do estudo de (Sarquis & Felli, 2002).
22
Tabela 4: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana – Capalanga
segundo a Categoria Profissional
Categorias Frequência Percentagem
Auxiliar 5 17%
Técnico 21 70%
Bacharel 1 3%
Enfermeiro 3 10%
Total 30 100%
Bacharel Enfermeiro
Auxiliar
3% 10%
17%
Técnico
70%
23
Tabela 5: Distribuição dos Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana -Capalanga
segundo o Tempo de Serviço
Tempo de Serviço Frequência Percentagem
≤ 5 Anos 11 38%
6 - 10 Anos 6 21%
11 - 15 Anos 4 14%
≥ 16 Anos 8 28%
Total 29 100%
Maior de 16 Anos
27% Menor de 5 Anos
38%
11 - 15 Anos
14%
6 - 10 Anos
21%
Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini (2012), num artigo que relata o
índice de acidentes com Perfuro-cortantes, verificou-se que 60% dos profissionais
frequentavam o serviço em menor ou igual a 5 anos de trabalho.
Mau
13%
Excelente Moderado
33% 10%
Bom
44%
Segundo Goiás (2003), citado por Lisboa, Melo, Bardella, Meirelles e Bolentini
(2012), a capacitação dos profissionais é sempre essencial para a conscientização em a adoção
de práticas de seguranças, além de orientar quanto aos riscos que estão expostos e as medidas
que deverão adoptar na prevenção de acidentes.
Não
Acidentados
20%
Acidentados
80%
No estudo realizado por Sarquis e Felli (2002), mostram que menor parte dos
profissionais sofrem acidentes, não quer dizer que seja positivo porque o positivo é não haver
acidentes de trabalho. Mas quando a maioria dos profissionais sofrem acidentes, a
preocupação é maior em relação ao facto anterior.
Figura 7: Apresentação gráfica das etapas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
Profissionais de Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga
Após o
Procedimento
20%
Durante o
Procedimento
30%
27
materiais perfuro-cortantes durante o procedimento, 20% sofreram acidentes de trabalho com
materiais perfuro-cortantes após o procedimento e os outros 20% correspondem aos
profissionais que não sofreram quaisquer acidentes de trabalho.
Verifica-se que maior parte dos acidentes foram ocorridos antes e durante a
realização dos procedimentos, tendo como risco de contaminação e medo por parte dos
profissionais acidentar-se durante e após a realização dos procedimentos, concordando com o
estudos dos autores acima.
Não é o caso
20%
Vidros
13%
Agulhas
67%
Para Ferreira e Anjos (2001) citado por Machado e Henkes (2018), os materiais
perfuro-cortantes são responsáveis por graves acidentes, causando medo de contaminação aos
profissionais.
Tabela 10: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortante em profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Tipo de Lesão
Tipo de lesão Frequência Percentagem
Picada 19 64%
Corte 4 13%
Secreção com
1 3%
sangue
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Corte
13% Picada
64%
29
De acordo com os dados obtidos sobre o tipo de lesão nos profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 64% das lesões nos
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes foram por picadas, 13% foram por
cortes, 3% foram por secreções com sangue sendo que 20% corresponde aos indivíduos que
não sofreram acidente.
Tabela 11: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de
enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo Afectado
Região do corpo Frequência Percentagem
afectado
Palma da mão direita ou
9 30%
esquerda
Dedo 15 50%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
Figura 10: Apresentação gráfica dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em
profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo a Região do Corpo
Afectado
Dedo
50%
30
De acordo com os dados obtidos sobre a região do corpo afectada pelos acidentes
nos profissionais de enfermagem do Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que,
50% dos profissionais sofreram acidentes nos Dedos, 30% na palama da mão direita ou
esquerda, sendo que, 20% corresponde aos indivíduos que não sofreram acidentes.
Tabela 12: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo as Causas de Acidentes com materiais
perfuro-cortantes.
Causas de Acidente Frequência Percentagem
Desgaste físico 3 10%
Desconhecimento e
banalização do risco 1 3%
Reencape Incorrecto 1 3%
Falhas na supervisão 1 3%
Despreparo profissional 2 7%
Dupla jornada de trabalho 1 3%
Sobrecarga de trabalho 6 20%
Ausência de método 1 3%
Descarte incorrecto 1 3%
Descontrole emocional 7 23%
Não é o caso 6 20%
Total 30 100%
31
De acordo com Balsamo e Felli (2006), citado por Ribeiro, Santos, Ebner, &
Oliveira, (2012), a falta de atenção, o desgaste físico e sobrecarga de trabalho, são as
principais causas de acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes. Associando a
resposta, desconrolo é falta de atenção, profissionais com dupla jornada de trabalho, têm
maior risco de descarga de trabalho e consequentemente maior risco de acidentar-se devido o
cansaço.
Tabela 13: Distribuição dos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes em Profissionais de
Enfermagem do Hospital Municipal de Viana - Capalanga segundo o Sexo por Categoria mais afectado
por Acidentes de Trabalho.
Categoria Profissional
Etapas/Acidentes Sexo Total %
Auxiliar Enfermeiro Técnico Bacharel
Antes do Masc 0 0 2 0 2 8%
Procedimento Fem 0 1 6 0 7 29%
Durante o Masc 0 0 0 0 0 0%
Procedimento Fem 4 1 3 1 9 38%
Após o Masc 0 0 0 0 0 0%
Procedimento Fem 1 1 4 0 6 25%
Masc 0 0 2 0 2 8%
Total
Fem 5 3 13 1 22 92%
Subtotal 5 3 15 1 24 100%
Percentagem 21% 13% 63% 4% 100%
De acordo com os dados obtidos sobre sexo por categoria mais afectada por
acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes nos profissionais de enfermagem do
Hospital Municipal de Viana, os resultados mostram que, 63% dos profissionais acidentados
são da Técnicos médios de enfermagem, 21% dos afectado são Auxiliares de enfermagem,
13% dos profissionais afectados são Enfermeiros e 4% dos profissionais de enfermagem
acidentados são bacharel de enfermagem. Quanto ao sexo mais afectado por acidente de
trabalho com materiais perfuro-cortante, os resultados da pesquisa mostram que, 92% dos
acidentados são do sexo Feminino e 8% dos acidentados são do sexo masculino.
32
Segundo Sarquis e Felli (2002), as categorias com elevado índice de risco para
acidentes de trabalho são as categorias auxiliar e técnicos médios de enfermagem, devidas as
actividades realizadas por profissionais dessas categorias. Realizam administração de
medicamentos injectáveis e são envolvidos em procedimentos de risco nas emergências com
materiais perfuro-cortantes.
Segundo Heiman (1994), citado por Sarquis e Felli (2002), o maior coeficiente de
risco está entre as mulheres devido o papel que elas ocupam na sociedade, onde têm de aturar
os filhos, da casa e vai o emprego, causando assim, acidentes no trabalho por expressão dos
desgastes físicos. Segundo o mesmo assume que a maioria dos profissionais de saúde pertence
ao sexo feminino.
Segundo Sousa (2002) citado por Pacheco (2012), 59,3% dos acidentes são
cometidos por Enfermeiros e 40,7% Auxiliares de enfermagem. Ainda explicitando, o autor
afirma que maior parte desses acidentes forma após a realização dos procedimentos o que
representa maior risco de contaminação de patógenos.
33
CONCLUSÕES
A faixa etária que mais sofreu acidente é a entre os 30 e os 40 anos com 37% de
profissionais acidentados.
A categoria dos Técnico médios de enfermagem foi a que mais sofreu acidente de
trabalho, com uma percentagem de 63% dos acidentes.
80% Dos acidentes foram com objeto perfurantes e, destes, as agulhas de injeção
foram as mais frequentes (67%), sendo que 13%ocorrem com objetos cortantes. Tipo de lesão
mais frequente é a picada com 63% de 80% dos acidentes. A região do corpo mais afectado
nos acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes é o dedo representando 50% destes.
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RECOMENDAÇÕES
É inegável que os profissionais não sejam responsáveis por metade dos agravos
acontecidos, por descuido e a não colocação em prática do que diz a ciência. Além dos
resultados, ainda há muitos acidentes ocorrendo nesta unidade mas não são notificados,
portanto, recomenda-se aos directores desta unidade de serviço, que, apostem mais na
supervisão dos serviços de enfermagem e na capacitação dos profissionais no que tange a
biossegurança no trabalho.
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APÊNDICE
40
ANEXOS
41
Campus universitário de Viana
MONOGRAFIA