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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E


OBSTETRÍCIA

Promoção da Amenorreia Lactacional Como Método


Contraceptivo na Unidade do Puerpério da Maternidade Geral do
Lobito

AUTORA: CAROLINA LUVUNO LEMBE TATI DINIS

BENGUELA / 2022

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E
OBSTETRÍCIA

Promoção da Amenorreia Lactacional Como Método


Contraceptivo na Unidade do Puerpério da Maternidade Geral do
Lobito.

AUTORA: CAROLINA LUVUNO LEMBE TATI DINIS

Dissertação apresentado ao Instituto Superior Poitécnico Jean Piaget Benguela para


obtenção do grau de Mestre em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia

TUTORA: Lúcia Fernanda Dassala Chipuca, PhD

BENGUELA /2022

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FICHA TÉCNICA

Título
Promoção da Amenorreia Lactacional Como Método Contraceptivo na Unidade do Puerpério
da Maternidade Geral do Lobito.
Autora
Carolina L. L. Tati Dinis
Tutora
Lúcia Fernanda Dassala Chipuca, PhD
Co-Tutor: Divane Marcolino Pericles, Md
Instituição tutelar
Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela
Publicação
Benguela – 2022
Impreensão e acabamento
Francisco Silva

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou


parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor é crime
estabelecido pela lei.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, nomeadamente ao Esposo, meus Pais, Irmãos.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por dar-me forças para vencer e chegar a culminar a minha formação por
intermédio deste trabalho.

Aos professores do ISP JEAN PIAGET, especialmente do curso de Ciências da Saúde


pela paciência na facilitação dos conhecimentos em várias perspectivas;

A minha orientadora Lúcia Fernanda Dassala Chipuca, PhD e co-tutor Divane


Pereclis, Md pelo acompanhamento sábio e minucioso na elaboração desta dissertação;

À toda minha família pelo carinho, força e apoio durante a minha formação;

À todos os trabalhadores da Maternidade do Lobito pela disponibilidade e contributos


prestados para o enrequecimento desta obra, o meu muito obrigado!

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SIGLÁRIO

OMS – Oganização Mundial da Saúde

LAM - Método de Amenorréia Lactacional

UNICEF –

IHAC - Iniciativa Hospital Amigo da Criança

AIDS

OIT – Organização Internacional do Trabalho

LH – Hormônio Luteinizante

FU – Fundo do Útero

gr - grama

FSH –

MPLA -

SUS – Sistema Único de Saúde

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RESUMO

A presente dissertação faz uma abordagem sobre a Promoção da Amenorreia


Lactacional como método contraceptivo na unidade do Puerpério da Maternidade Geral do
Lobito, que teve como base o seguinte problema: que estratégia adoptar para que a amenorreia
lactacional seja um método contraceptivo na unidade do Puerpério da Maternidade Geral do
Lobito? Nesta base e considerando as linhas mentoras foi traçado como objectivo geral:
analisar a amenorreia lactacional como método conceptivo na unidade do Puerpério da
Maternidade Geral do Lobito. Na base do desenho metodológico optou-se pela pesquisa do
tipo descritivo, cuja abordagem é mista e para efeito foram utilizados métodos de nível
teórico e de nível empíricos estabelecidos nos seguintes: analítico-sintético, indutivo-
dedutivo, inquérito por questionário, inquérito por entrevista, pesquisa bibliográfica e o
procedimento matemático-estatístico, apos uma investigação exaustiva, os resultados
evidenciam que a amenorreia lactacional é um método conceptivo muito vantajoso para as
mulheres da unidade do Puerpério da Maternidade Geral do Lobito e não só, pelo facto de
servir como um método contraceptivo, mas também por proporcionar saúde no bebê e
estabelecer afectividade entre a mãe e o bebê por intermédio da amamentação exclusiva.

Palavras-Chave: Amenorreia Lactacional; Método conceptivo; Unidade do Puerpério.

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ABSTRAT

The present dissertation approaches the Promotion of Lactational Amenorrhea as a


contraceptive method in the Puerperium unit of the General Maternity Hospital of Lobito,
which was based on the following problem: what strategy to adopt so that lactational
amenorrhea is a contraceptive method in the Puerperium unit of General Maternity of Lobito?
On this basis and considering the guidelines, the general objective was outlined: to analyze
lactational amenorrhea as a conception method in the Puerperium unit of the General
Maternity Hospital of Lobito. On the basis of the methodological design, a descriptive
research was chosen, whose approach is mixed and for this purpose, theoretical and empirical
methods established in the following were used: analytical-synthetic, inductive-deductive,
survey by questionnaire, survey by interview , bibliographic research and the mathematical-
statistical procedure, after an exhaustive investigation, the results show that lactational
amenorrhea is a very advantageous conception method for women in the Puerperium unit of
the General Maternity of Lobito and not only, because it serves as a contraceptive method, but
also for providing health to the baby and establishing affection between mother and baby
through exclusive breastfeeding.

Key words: Lactational Amenorrhea; Conception method; Puerperium Unit.

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ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA.........................................................................................................................3

AGRADECIMENTOS................................................................................................................4

SIGLÁRIO..................................................................................................................................5

RESUMO....................................................................................................................................6

ABSTRAT..................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO........................................................................................................................11

I-CAPÍTULO - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................15


1.1- Definição de conceitos.......................................................................................................16

1.2- Desenvolvimento das mamas da mulher para a produção do leite materno......................16

1.3- Benefícios da amamentação para a mãe por influência de hormônios..............................18

1.3.1 Entendimento e conhecimento das mães em relacção amamentação/Sistema Único de


Saúde.........................................................................................................................................19

1.3.2 Intervenção dos técnicos de saúde para que a amenorréia lactacional seja um método
concepcional nas unidades do puepério....................................................................................22

1.3.3 A amentação no combate ao câncer.................................................................................23

1.4 Amenorréia lactacional na perspectiva de diferentes autores e realidades.........................25

1.4.1 A amenorréia lactacional como método contraceptivo no periodo do puerpério............27

1. 5 Características Fisiológicas do Puerpério..........................................................................29

CAPÍTULO II – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO.....................................................34

2.1. Desenho metodológico da investigação.............................................................................34

2.2 Métodos de Nivel Teórico...................................................................................................34

2.3 Métodos de Nivel Empirico................................................................................................35

2.4 População e Amostra.........................................................................................................36

CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS OBTIDOS NA MATERNIDADE DO LOBITO...........................................37
3.1 Apresentação, análise e interpretação dos resultados dos inquéritos aplicado as
enfermeiras................................................................................................................................38
8
3.2 Análise e discussão dos resultados......................................................................................46
CONCLUSÕES........................................................................................................................48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................49
APÊNDICES.............................................................................................................................56

ÍNDICE DE TABELAS

Quadro:1- Constituintes do leite materno e artificial...............................................................17

9
Quadro: 2- Evolução uterina....................................................................................................29

Quadro:3- Evolução dos lóquios no pós-parto.........................................................................30

Quadro:4- diferenças entre muleres que amamentam e as que não amamentam....................31

Quadro:5- Idade das entrevistadas............................................................................................37

Quadro:6- Habilitações literária/profissionais..........................................................................38

Quadro:7- Tempo de serviço dos entrevistados........................................................................39

Quadro:8- Sabe o que é a Amenorreia Lactacional?................................................................ 40

Quadro:9- Qual é a mensagem que passa às puerperas após o parto, para evitar outra
gravidez?...................................................................................................................................40

Quadro:10- Assinale em que altura é mais adequada começar a amamentação exclusiva.......41

Quadro:11- Amenorreia lactacional é aconselhavel para todas as mães?.................................42

Quadro:12- Quem são as pessoas que devem auxiliar a amamentação do bebê, para que a
mesma seja cumprida na íntegra?............................................................................................. 42

Quadro:13- Que vantagens a amamentação exclusiva pode proporcionr a mãe?.....................43

INTRODUÇÃO

A amamentação natural tem sido abordada em várias indole, principalmente sob o


ponto de vista nutricional, imunológico e psicossocial pela importância que a mesma suporta.
portanto, é um assunto de interesse multiprofissional envolvendo entidades como, médicos,
fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, tudo para que a criança enquanto

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recém-nascido tenha uma alimentação adequada e sem risco assim como para evitar gravidez
precoce na mãe no periodo do puerpério.

O mundo está em constante evolução e com ele os sistemas e processos, razão


pela qual o surgimento da industrialização e da urbanização crescentes inseriram novas
rotinas e hábitos na alimentação, atingindo também mães e filhos. Pelo que, nos meados do
século XX, a indústria moderna introduziu o leite em pó que, através de intensas campanhas
de incentivo, foi conquistando o mercado com sua facilidade e praticidade. Este fato,
associado a determinados factores sociais e culturais como o aumento do número de mães
trabalhadoras e a pouca informação sobre os benefícios da amamentação nos primeiros
tempos de vida da criança tanto para a mãe quanto para a criança, levam as mães pensarem
que o melhor é introduzir de forma prematura os suplementos naturais (leite), alimentado com
disculpas como, “a criança não quer mais leite do peito”, “tenho pouco leite e a criança não
fica repleta” ou ainda refugiam -se nas crenças tradicionais que o “leite é fraco e está a causar
diarreia ao bebê”, além do medo em relação à estética do seio e tantas outras disculpas
perpetuadas pelas mulheres mães.

Bem, até hoje os factores ilencados acima continuam fazendo eco na vida das
mães angolanas e não só, mesmo com tanta informação que passa nos nossos meios de
comunicação social e dada nas palestras pré-natal.

Assim, é obrigação de todos os profissionais de saúde principalmente os das


unidas materno- infântil, divulgar informações inerentes a promoção da amamentação não só
para garantir uma vida saudável ao recém-nascido como também um método contracptivo nas
recém-mães. Para que estas informações passadas tenham exitos na vida das mães, é
necessário que o profissional de saude conheça a realidade vivencial das familias tanto no
âmbito social, económico e cultural assim como as suas preocupações primordiais para
proporcionar algumas melhorias na sua qualidade de vida.

Entretanto, ainda está longe de se alcançar a meta recomendada pela Organização


Mundial da Saúde (OMS), facto esse que deve-se reforçar o compromisso das unidades
básicas de saúde na promoção do aleitamento materno. Desse modo, o presente trabalho de
investigação objetiva argumentar, através de informações actuais e esclarecedoras, sobre a
importância da amamentação como método contraceptivo para a mãe e para uma vida calma
ao bebê, dando estímulo à formulação de políticas e açcões que priorizem a prática da

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amamentação. É necessário que toda esta educação sanitária seja acompanhada de aspectos
psicológicos para que a mãe compreenda na integra as vantagens da amamentação até no
minimo seis mêses de vida da criança.

Os aspectos psicológicos do aleitamento materno estão relacionados ao


desenvolvimento da

personalidade do indivíduo pois que, as crianças que mamam no peito têm


possibilidades de ser mais tranqüilas e fáceis de socializar-se durante a infância acredito ser
por causa do afecto que recebem enquanto bebés e isto é determinante para o
desenvolvimento do carácter do indivíduo quando adulto.

Todo este esforço, visa na promoção da saúde, associada à qualidade de vida e


autonomia individual no que tange o estado de sáude. No pensar de (CZeresmia, 2003), tendo
em conta a abordagem global e intersetorial, a saúde integra aspectos da qualidade de vida da
população relacionada as condições de moradia, educação, segurança e lazer.

Desta feita, a escolha deste tema justifica-se pelo facto de darmos conta da
insuficiência no conhecimento dos benefícios do aleitamento materno para a saúde da mãe e
do bebé nos primeiros tempos de vida da criança, que pode ser feito com prazer gerando à
satisfação de uma vida saudável sem risco no pós-parto e no puerpério.

Na Unidade do Puerperio da Maternidade do Lobito, os enfermeiros se deparam


muitas vezes com casos de gravidez precoce e no acto da auscutação com as mães, muitas
alegam que o facto de trabalhrem, as mantem distante do bebê, logo, são aconselhadas ou até
mesmo por intuição pessoal a usar suplementos para o bebê, ignorando os efeitos prejudicais a
saúde do mesmo. Porém, não sabem que o método da amenorreia lactacional é usado após o
parto se a mulher estiver amamentando o bebê exclusivamente com leite materno. Em geral,
essas mulheres não têm menstruações (o que é chamado de amenorreia), não liberam um
óvulo e, portanto, não estão férteis. Desta forma, estarão se prevenindo de uma gravidez
prematura, proporcionando uma saúde solída para o bebê. Por este motivo sentimos a ânsia
de fazermos uma pesquisa a respeito para enriquecer esta questão e incentivar cada vez mais
esta prática, para poder mostrar à população que o aleitamento não é só uma fonte de
nutrição e bem-estar para o bebê, mas sim, um importante método natural contraceptivo; .

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Com base na abordagem exposta, temos como ponto de partida o seguinte
problema de investigação: que estratégia adoptar para que a amenorreia lactacional seja
um método contraceptivo na unidade do Puerpério da Maternidade Geral do Lobito?

Na base do problema formulado e de acordo com Ramos e Naranjo (2014, p.80),


entende-se que o objecto de estudo deve ser aquele processo que o investigador dirige; nesta
conformidade, determinou-se como objecto de estudo a intervenção de enfermagem.

De acordo com o objecto de investigação e tendo em conta ao pensamento de


Markoni e Lakatos (2014, p.64), o campo de Acção circunscreve-se na estratégia a adoptar
para que a amenorreia seja um método contraceptivo na unidade do puerpério da maternidade
geral do Lobito.

Uma vez que toda acção de investigação prevê a minimização de determinado


fenómeno, pretendemos, com esta investigação, alcançar os seguintes objectivos:

Objectivo Geral

Analisar a amenorreia lactacional como método contraceptivo na unidade do


Puerpério da maternidade Geral do Lobito.

Objectivos Específicos

 Elencar os fundamentos teóricos que sustentam a temática amenorreia lactacional como


método conceptivo;
 Identificar a estratégia para que amenorreia lactacional seja tida como método conceptivo
na unidade do Puerpério na maternidade geral no municipio do Lobito;
 Descrever as vantagens da amenorreia lactacional nas mulheres da unidade do Puerpério na
maternidade geral do municipio do Lobito.

Assim sendo e apoiando-se nos objectivos, formulou-se as seguintes perguntas de


investigação:

 Que fundamentos teóricos retratam amenorreia lactacional como método conceptivo?

 Que estratégias são adoptadas para que amenorreia lactacional seja tida como método
conceptivo na unidade do Puerpério na maternidade geral no municipio do Lobito?

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 Quais as vantagens que a amenorreia lactacional pode proporcionalr as mães da unidade do
Puerpério na maternidade geral no municipio do Lobito?

Do ponto de vista organizacional, o trabalho está estruturado em três capítulos


antecedidos de uma introdução, na qual são inscritos os aspectos metodológicos, enfatizando
a problemática, importância e actualidade do tema, justificação do problema de investigação,
delimitação do objecto de investigação, campo de acção, clarificação dos objectivos da
pesquisa e perguntas científicas. O I capítulo, denominamodo de fundamentação teórica
comporta um conjunto de pressupostos e teorias de diversos autores que permitiu referenciar
para melhor compreensão a problemática em estudo. O II capítulo enfatiza os aspectos
relativos a metodologia do trabalho, bem como os procedimentos, instrumentos, técnicas e
métodos levados a cabo durante a investigação. O III capítulo aborda a apresentação, análise e
interpretação dos resultados adiquiridos atraves da aplicação dos instrumentos e técnicas de
investigação tais como: inquérito por questionário dirigido aos tecnicos de enfermagem e
médicos, bem como o roteiro de entrevista dirigido a responsavel da unidade em estudo.
Finalmente espelham-se as conclusões, sugestões, referências bibliografia e um corpo de
apêndices.

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I-CAPÍTULO - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

I-CAPÍTULO - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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Neste capítulo faz se apresentação dos aspectos teóricos, relacionados com as
opiniões de vários autores que debruçaram sobre o tema em estudo. Iniciamos pela definição
de conceitos e seguiu-se a abordagem de vários itens que achamos pertinentes para o suporte
até a análise e interpretação dos resultados.

1.1- Definição de conceitos

Amenorreia lactacional: refere-se ao período de amenorreia fisiológica que se


segue ao parto nas mulheres lactantes Giugliani (2009).

Puerpério: é o intervalo de seis (6) semanas entre o nascimento e o retorno dos


órgãos reprodutores ao seu estado normal. É do nosso conhecimento que, após o parto
ocorrem mudanças anatómicas e fisiológicas na mulher e a recuperação do estado normal da
mãe, decorre em mais ou menos seis semanas. O que quer dizer que, depois das seis semanas
todo o excesso corporal que a mulher ganhou durante a gravidez como os edémas ou excesso
de liquidos no organismo, o abdomem destendido, o aumento do volume dos seios etc, volta
ao estado normal.

1.2- Desenvolvimento das mamas da mulher para a produção do leite materno

“As mamas são orgãos femininos que começam a se


desenvolver na puberdade e este desenvolvimento é estimulado pelos
estrogénios dos ciclos sexuais mensais da mulher adulta. Os
estrogénios estimulam o crescimento da glandula-mamária e a
deposição da gordura”(Guyton e Hall, 2011. p.892).

A gravidez é um periodo em que se verifica um crescimento elevado das mamas


por causa do elevado nível de estrogénios deixando desta feita endurecido o tecido glandular
que permite o desenvolvimento efectivo do leite. Para que haja produção de leite materno, é
necessário que a mulher chegue a uma maturidade.

Assim, o autor acima citado descreve quatro outros hormônios importantes para o
crescimento do sistema de ductos como: o hormônio do crsecimento, a prolactina, os
glicocorticóides adrenais e a insulina. Cada um destes hormônios joga um grande papel no
metabolismo das proteinas alavancando uma função determinante no desenvolvimento da
mama.

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Guyton e Hall ( 2011), perspectivam que, para que as mamas se traduzam em um
orgão produtor de leite é necessário a presença de progesterona que depois do
desenvolvimento do ductos estes tem uma função conjunta com outros hormônios no
crescimento de lóbulos e os alvéolos com todas as suas caracteristicas celulares levando a
certas alterações análodas aos efeitos secretores da progesterona sobre o endométrio do útero
durante a segunda metade do ciclo mentrual feminino.

Embora o estrogénio e a progesterona serem necessárias para o desenvolvimento


físico das mamas durante a gravidez, possuiem um efeito contrario por inibir a secreção do
leite deixando tal função para o hormônio prolactina. Autores defendem que, esse hormônio é
secretado pela hipófise anterior da mãe e a sua concentração sanguinea aumenta
uniformemente desde a quinta semana de gestação até o nascimento da criança.

Assim, o líquido secretado nos últimos dias da gravidez e nos primeiros dias após
o nascimento do bebé chama-se colostro e neste periodo as mamas apresentam grande
concentração de proteinas e lactose do que leite mas com pouca gordura tendo uma produção
máxima de 1/100 da produção subsequente de leite. Razão pela qual considera-se importante
o primeiro leite para o desenvolvimento da criança nos primeiros tempos de vida. E para
melhor compreensão apresentamos abaixo um quadro comparativo com os constituintes do
leite materno e artificial.

Quadro:1- Constituintes do leite materno e artificial

Elementos constituintes do leite Leite materno Leite de vaca


Água 88,5 87,0
Gordura 3,3 3,5
Lactose 6,8 4,8
Caseina 0,9 2,7
Proteinas (lactalbumina e outras) 0,4 0,7
Cinzas 0,2 0,7

Adaptado em (Guyton e Hall, 2011)

Conforme ilustra a tabela apresentada, existe proteina no leite animal duas ou


mais vezes maior do que no leite humano enquanto que contém calcio e outros minerais
apenas tem um terço no leite materno comparado com o leite animal (vaca). Pelo que, é

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necessário passar esta informação para que se perceba o quanto é vantajoso a amamentação
exclusiva durante o primeiro semestre pós – parto tanto para a mãe quanto para o novo ser.

Dizer que, o leite materno apresenta composição adequada à necessidade


nutricional da criança pois que no pensar de Oliveira e Osório (2005), o leite materno e da
vaca mostrou maior biodisponibilidade do ferro no primeiro e maior risco de desenvolvimento
de anemia ferropriva entre crianças alimentadas com leite de vaca. Assim sendo, precisamos
mais do que nunca apelar as nossas comunidades e familias para que saibam o quanto podem
prejudicar o crescimento e desenvolvimento das crianças antecipando com a alimentação
artificial antes dos seis meses de vida.

1.3- Benefícios da amamentação para a mãe por influência de hormônios

Para a mulher, a amamentação tem um papel muito importante sob vários aspectos
pois que ao amamentar, o instinto maternal é satisfeito e supre a separação abrupta ocorrida
no momento do parto, que muitas vezes acaba causando depressão na mãe ao ponto de nunca
mais querer gerar um filho e ete estado é muitas vezes melhorado no momento da
amamentação. A satisfação no instinto sexual da mãe tem sido relacionada a esse acto devido
a respostas da lactação serem semelhantes às do coito na estimulação da contratibilidade
uterina e ao aumento do interesse sexual pós-parto . A redução de estresse e mau humor tem
sido relatada por mães após as mamadas. Este efeito é mediado pelo hormônio ocitocina, que
é liberado na corrente sanguínea durante a amamentação em altos níveis. Godinho (2015).

Além disso, a sensação de bem-estar referida pela lactante no final do tempo da


mamada deve-se também à liberação endógena de beta-endorfina no organismo materno. O
início da liberação da ocitocina começa na hora do parto para a promoção da contração
uterina. Sua acção é continuada e potencializada no acto da amamentação pela estimulação
que a sucção causa sobre a hipófise.

A descarga de hormônio que ocorre reduz o tamanho do útero, libera a placenta,


diminui o sangramento pós-parto, causa atraso da menstruação e conseqüente prevenção à
anemia. No período em que não começa a menstruação, enquanto a mulher amamenta
exclusivamente, a protecção quanto à gravidez fica em torno de 98% nos primeiros seis meses
e depois cai para 96%. Nesse período, as mulheres sem contar estarão aplicando uma técnica
de planeamento familiar extremamente segura chamada LAM – Método de Amenorréia

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Lactacional, que assegura o espaçamento entre gestações desde que a amamentação seja
exclusiva e em livre demanda.

Os benefícios relacionados à mulher após a amamentação são vários: a forma


física retorna ao peso pré-gestacional, menor risco de desenvolver artrite reumatóide, risco
reduzido de osteoporose aos 65 anos e menor probabilidade de desenvolver esclerose
múltipla.

Em relação aos diversos tipos de câncer, amamentar por no mínimo dois meses
reduz o risco de câncer no epitélio ovariano em 25% 15, 26; de 3 meses a 24 meses é um dos
principais factores protetores do câncer de mama que ocorre antes da menopausa, além de
estabilizar o progresso da endometriose materna diminuindo o risco de obter o câncer
endometrial e de ovário.

1.3.1 Entendimento e conhecimento das mães em relacção amamentação/Sistema


Único de Saúde

As crenças e os tabus fazem parte de uma herança sociocultural, determinando


diferentes significados do aleitamento para a mulher. A decisão de amamentar ou não o seu
bebê depende da importância atribuída a esta prática que freqüentemente é fundamentada nas
informações transmitidas culturalmente através do relaccionamento avó-mãe-filha.

A substituição da amamentação e do leite materno por produtos industrializados


apresentou uma fase de declínio no início do século XX. As estratégias de “marketing” para a
implantação de fórmulas sempre se concentraram na conveniência da mamadeira e do leite em
pó, enfatizando o ponto de vista da mulher – liberdade para manter uma vida social activa,
participação do marido na alimentação. Logo, nos anos 70, auge do declínio da prática da
amamentação, constitui uma das condições de saúde materna infantil e, como conseqüência,
campanhas foram organizadas e o aleitamento voltou a ser estimulado nas décadas
subseqüentes, nas quais houve aumento lento, no entanto crescente.

Para proteger o aleitamento materno quanto às estratégias de marketing não éticas,


a OMS, em 1981, recomendou aos países a adoção do “Código Internacional de Marketing
dos Substitutos do Leite Materno”. O cumprimento deste código, objetivou evitar o
estabelecimento da relacção profissional-indústria e conflitos de interesses pessoais

19
(financiamento direto aos profissionais, aceitação de presentes, patrocínios e incentivos
individuais) para a prescrição dos substitutos do leite materno. A partir da década de 80, a
OMS e o UNICEF direcionaram esforços para a instituição de uma política de incentivo à
amamentação. Nesse contexto, insere-se a publicação do texto “Proteção, promoção e apoio
ao aleitamento materno: o papel dos serviços de saúde”, que apresenta os “Dez passos para o
sucesso do aleitamento materno”, e, posteriormente, o lançamento da IHAC. A IHAC propõe
rotinas hospitalares facilitadoras do aleitamento materno.

Venâncio (1996) em seu estudo mostra que tal instrumento, além de ser útil para a
orientação de condutas dos profissionais de saúde quanto ao manejo do aleitamento materno,
foi também capaz de fornecer um diagnóstico sobre a frequência de diferentes tipos de
problemas da amamentação no pós-parto imediato.

Todavia, estudos comparativos de épocas mais recentes com a década de 80


relatam manutenção da prevalência da amamentação.

Apesar da tendência ascendente da prática da amamentação no país, ainda está


longe do cumprimento da recomendação da OMS, de amamentação exclusiva até o sexto mês
de vida e a continuidade do aleitamento materno até o segundo ano de vida ou mais por causa
das várias ocupações que a mulheres têm nos dia de hoje onde muitas ocupam determinadas
posições sociais como gestoras de empresas or empregadas, professores, enfermeiras,
vendedoras, etc e muitas a trabalharem distante das suas localidades residenciais. O desmame
precoce segue sendo um desafio para os profissionais que atuam com a saúde materno-
infantil.

Os benefícios que a amamentação delega ao bebê são reconhecidos não


importando raça, condição social ou econômica. As diversas atribuições do leite materno
fazem com que os mesmos considerem-no o mais natural e desejável método de alimentação
infantil no que diz respeito aos aspectos fisiológicos, físicos e psicológicos.

Assim, em Angola apesar de se observar uma enorme diferenciação social, o


aleitamento materno surge como elemento importante, não só sob esse ponto de vista, mas
também do econômico. As mães verbalizam amplamente a importância da prática da
amamentação, ainda que nem todas saibam expor os benefícios que o leite materno traz para
seus filhos e para si mesma. Segundo Júnior (2015), os aspectos sobre amamentação menos

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conhecidos por mães entrevistadas em programas pré-natais foram: a importância do colostro,
o estímulo da sucção do seio pelo bebê para a produção do leite materno, as situações em que
a mãe não deve amamentar (AIDS), a relação entre dieta materna e amamentação e os
benefícios da lactação para a mãe, denotando falha no sistema de saúde quanto à
universalização das informações sobre aspectos de fundamental importância. A questão do
desmame precoce também traz à tona a situação das mulheres trabalhadoras.

As regras preconizadas pela OIT, garantem uma série de benefícios trabalhistas de


proteção à mulher grávida e lactente, tais como garantia de emprego, licença maternidade
remunerada, creche e pausas para amamentar, não têm sido respeitado muitas vezes por
alguns empregadores. Tal situação leva a mulher mãe no cumprimento do tempo de
amamentação recomendado recorrendo desta feita a outros mecanismos de alimentação do
bebé para suprir o tempo da amamentação em falta. Para tal, Koeppen & Stanton ( 2009.)
descreve outras formas sociais de suporte fundamentais para que a manutenção da lactação
seja facilitada, tais como: permitir a proximidade mãe-criança e/ou a retirada periódica de
leite materno durante a jornada de trabalho.

A par do que já foi dito, encontramos outras alegações que levam ao não
cumprimento do tempo recomendado da amamentação lactacional como: a falta de
experiência materna; fardo ocasionado pela amamentação frente às actividades
desempenhadas cotidianamente; inadequação entre suas necessidades e as da criança;
interferências externas de familiares, amigos e demais interações; trabalho materno; solidão e
isolamento da mulher mãe e a necessidade de obter apoio para a execução da amamentação.
As mães sentem-se culpadas por não amamentarem e não são preparadas para conhecer esse
processo básico de vida. Por isso, precisam de ajuda e principalmente informação adequada
em tempo oportuno. Este apoio deve ser prestado através da atuação do setor de saúde,
aparelhos sociais de suporte à maternidade e o núcleo familiar.

1.3.2 Intervenção dos técnicos de saúde para que a amenorréia lactacional seja
um método concepcional nas unidades do puepério.

As mulheres muitas vezes manifestamo quanto são abandalhadas pela equipe de


saúde, principalmente enfermeiras, que não prestam o apoio necessário à mulher o que tem
causado um desarranjo psicologico nestas, levando-lhes ao frequente acto de desmame. Pelo

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que, apelamos a quem de direito a necessidade do treinamento do profissional de saúde que
lida precocemente com a mãe através de treinamentos de forma a prover um processo social
em construção permanente dentro de uma contínua discussão sobre como se implementar
políticas de saúde relacionadas à amamentação. Moura (2011).

O profissional de saúde deve estar inserido no SUS atuando em nível central,


provincila e municipal em equipe interdisciplinares, no planejamento de políticas públicas
saudáveis e no desenvolvimento de acções de vigilância da saúde da comunidade que venham
promover a prática da amamentação. Neiva (2003). O cirurgião dentista entra nesse contexto
devendo estar capacitado a exercer uma prática que atenda ao SUS, sendo necessário uma
readequação dos cursos de odontologia para formar profissionais para atuarem neste sistema.
A Carta de Ottawa já postulava que os profissionais de saúde deveriam ter suas atribuições
direcionadas à combinação de estratégias como fortalecimento de ações comunitárias,
estabelecimento de políticas públicas saudáveis, desenvolvimento de habilidades pessoais,
criação de ambientes saudáveis e reorientação a serviços de saúde. O conceito de promoção
de saúde vem se modificando nos últimos anos, propondo a articulação de saberes técnicos e
populares, mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, na
busca de qualidade de vida da população. Assim, os profissionais de saúde são responsáveis
pela promoção de saúde da população; entretanto, é necessário que os cidadãos assumam a
responsabilidade pela defesa de sua própria saúde e da coletividade.

A amamentação deve ser estimulada, pois cada mamada representa uma vacina
para o bebê. O aleitamento materno fornece todos os nutrientes, proteção e desenvolve
estruturas ósseas. O mesmo ocorre com a lactante que, ao amamentar seu filho, produz
benefícios futuros para ela e seu bebê. Além disso, esse ato é elemento importante para o
Brasil sob ponto de vista econômico. Amamentar representa um encaixe perfeito entre mãe e
filho, cumprindo uma função de cordão umbilical externo. A mulher que amamenta vê
reconfortada sua capacidade de continuar gerando vida através do alimento que brota do seu
corpo. Através de informações sobre aleitamento e seus benefícios dadas às mães, programas
de incentivos (governamental através do SUS, órgãos mundiais como UNICEF e OMS),
quebra de tabus, treinamento de profissionais para auxílio no estímulo à amamentação, ética
no marketing, dentre outros, o perigo do desmame precoce pode ser convertido em estímulo à
amamentação, podendo assim alcançar à meta idealizada pela OMS.

22
1.3.3 A amentação no combate ao câncer

Os estudos mostram que, em ordem decrescente de significância, os factores de


protecção associados ao câncer ovariano são: uso de contraceptivo oral; gravidez e
amamentação; ligadura de trompas e histerectomia; oforectomia profilática; e não-exposição a
agentes comprovadamente associados com a doença, tais como talco, terapia de reposição
hormonal e drogas usadas para infertilidade. Embora a etiopatogenia não esteja totalmente
esclarecida, uma das hipóteses plausíveis é de que o câncer apareceria no epitélio ovariano
devido a traumas ininterruptos de ovulações e proliferações celulares, com a formação de
cistos onde as células malignas poderiam se reproduzir mais facilmente. Essa teoria pode
explicar porque factos que interrompem a ovulação e descansam o ovário, como é o caso da
amamentação, estariam associados a um menor risco de câncer. Embora existam poucos
estudos relacionando a prática de amamentar ao câncer de ovário, pode-se afirmar que o risco
da doença é menor em mulheres que amamentam. Ichisato (2001), em estudo de casos e
controles realizado na Califórnia, mostraram que o menor risco de câncer de ovário entre
mulheres que amamentaram se dá para todos os tipos de tumores epiteliais de ovário, exceto
os invasivos mucinosos. Esses autores também notaram uma relação inversa e significativa:
quanto mais prolongada a duração da amamentação, menor o risco de câncer de ovário não-
mucinoso de células claras e endometrióides.

Zavaschi (1991) ao estudar 655 mulheres suecas de 50 a 74 anos e 3.899


controles, também encontraram proteção da amamentação contra câncer de ovário, mas
apenas de tumores de células claras. Esses autores defendem a hipótese de uma etiopatogenia
do câncer de ovário relacionada ao transporte retrógrado de sangue e outras substâncias (como
talco, por exemplo) pelas trompas de Falópio. Fraturas por osteoporose Durante a fase de
lactação, a mulher produz de 600 a 1.000 ml de leite por dia, com uma perda média diária de
cálcio de 200 mg, o que poderia levar, por exemplo, a fratura óssea por perda desse mineral,
especialmente se a amamentação for exclusiva por 6 meses (como é recomendado).
(Medetros, 2001, p. 456).

Seria plausível, portanto, supor que a amamentação aumente o risco de fraturas, já


que as perdas de cálcio e as modificações hormonais ocorridas na gravidez e na lactação
podem ser responsáveis por modificações ósseas que facilitem fraturas. Porém, sabe-se que na
natureza tal perda se recupera no período de desmame e de retorno menstrual.

23
De fato, a massa óssea mostrou-se com maior densidade mineral entre mulheres
que amamentaram por mais de 8 meses, em estudo realizado em Minnesota, (Estados
Unidos). Um outro estudo mostrou que a amamentação protege contra o risco de fratura de
quadril, embora essa conclusão tenha sido prejudicada por não ter sido levada em
consideração a paridade, fator sabidamente associado a fraturas. Venâncio (2003) também
mostrou protecção da amamentação contra a presença de fraturas no quadril e no braço por
osteoporose.

Entretanto, Venâncio (2003), não encontrou relação entre amamentação e risco de


fratura de quadril em mulheres suecas, considerando a paridade. Porém, outros autores
sugerem que a amamentação, independentemente da paridade, pode diminuir o risco de
fraturas ósseas por osteoporose.

A etiologia da doença ainda não é clara, mas sabe-se, por estudos realizados em
gemelares, que cerca de 60% da probabilidade da doença pode ser atribuída a herança
genética, embora se questione se o componente familiar não atuaria mais na gravidade da
doença. A probabilidade restante seria ambiental, não havendo um fator único causador da
artrite reumatóide. Existem indicações de que mudanças hormonais no período perinatal
poderiam estar associadas ao aparecimento da doença, já que ela não aparece na gravidez,
sendo mais comum no puerpério.

Assim, os factores prevalentes durante o ciclo reprodutivo necessitam ser mais


bem investigados. Em estudo realizado por Serra (1997), mais de 60.000 mulheres
norueguesas foram seguidas por anos, sendo conhecidos os aspectos de sua vida reprodutiva;
em seus certificados de óbito, 355 casos de artrite reumatóide foram mencionados. O tempo
total de lactação esteve associado a menor mortalidade por artrite reumatóide. O s autores
esclarecem que, sendo este o primeiro estudo que mostra tal associação, seria necessário
repeti-lo em outras populações. Com o objetivo de estudar a relação entre artrite reumatóide e
fatores perinatais, uma pesquisa realizada na Suécia com 77 mulheres com a doença e 308
controles encontrou uma relação inversa entre ter iniciado a amamentação no hospital e
mortes por artrite reumatóide 24. Em um outro estudo caso-controle com 88 mulheres
inglesas que desenvolveram artrite reumatóide após o nascimento do primeiro filho, foi
constatado que a doença foi cinco vezes mais incidente entre aquelas que amamentaram.

24
1.4 Amenorréia lactacional na perspectiva de diferentes autores e realidades

A amenorréia lactacional “refere-se ao período de amenorréia fisiológica que se


segue ao parto nas mulheres lactantes. Durante a gravidez, ocorre a inibição da produção de
leite, que é interrompida com a dequitação da placenta, devido ao aumento do nível de
progesterona no sangue, com o consequente enchimento das mamas com colostro.
Independentemente da sucção do bebê e da consequente remoção do leite, há um aumento
importante no volume das mamas no período pós-parto. Havendo sucção, há estímulo das
terminações nervosas do mamilo e da aréola, que chegam até o hipotálamo, o qual, por sua
vez, induz à secreção de prolactina pela hipófise anterior e ocitocina pela hipófise posterior
mantendo desta feita a lactação” (Escuder; Venâncio 2003, p. 432).

De entre a presença de outros hormônios, como cortisol, insulina, hormônios da


tireóide, paratireóide e do crescimento, que também estão envolvidos na lactação, a prolactina
é o principal hormônio, pois que atua também sobre os ovários, inibindo a ovulação. Mas esse
mecanismo ainda não está totalmente esclarecido.

Em um ciclo de uma mulher não-lactante, o hipotálamo secreta hormônio


gonadotrófico em pulsos, o qual estimula a secreção de LH da pituitária anterior; o LH leva a
um crescimento no volume e número dos folículos ovarianos, produção de estrógeno e
conseqüente ovulação. Sabe-se que, nas populações onde a amamentação prolongada em livre
demanda é a regra, os intervalos entre a amamentação e a mulher intergestacionais são
grandes e a amenorréia lactacional é o método anticoncepcional natural. (Escuder; Venâncio,
2003, p. 66).

Entre os vários fatores estudados que poderiam estar envolvidos na manutenção


da infertilidade no período pós-parto, a sucção do bebê parece ser a mais importante. A
grande dificuldade encontrada pelos pesquisadores tem sido a quantificação adequada da
sucção freqüência, força, volume de leite extraído (que mediria a eficácia da lactação como
anticoncepcional).

Diversos métodos foram usados expressão das mamas, pesagem antes e depois da
mamada, uso de isótopos , mas com pouco sucesso. Estudo realizado nas Filipinas e nos
Estados Unidos utilizou um método que se mostrou mais confiável: mediu-se o número de
mamadas no peito entre o total de alimentações dos bebês, ou seja, a frequência relativa de

25
mamadas; as mulheres cuja ovulação ocorreu antes do sexto mês de vida do bebê
amamentaram significativamente menos vezes no peito que as demais.

No entanto, entre mulheres escocesas, foi observado que a ovulação não ocorre
enquanto o bebê for amamentado por pelo menos seis vezes num total de 65 minutos
distribuídos em 24 horas. Entretanto, outros estudos não confirmaram esse achado, indicando
que nenhum numero mínimo de mamadas garante a anovulação. Uma vez que, com a
introdução de qualquer outro fluido, o bebê tende a sugar menos na mãe, por ter sua fome e
sede parcialmente saciadas por esses líquidos, é de se supor que a prática da amamentação
exclusiva contribua para o retardo da volta da fertilidade. Isso ficou demonstrado em 1987,
quando, publicaram um estudo realizado entre mulheres de Bangladesh, cuja conclusão foi de
que a prática da amamentação exclusiva por 7 meses, quando comparada com o aleitamento
misto, levava à maior duração mediana da amenorréia lactacional.

Estudo realizado em 1992 por Baldrighi (2001), mostrou que, o alimento


complementar pode interferir na duração da amenorréia lactacional, mesmo que o número e a
duração das mamadas se mantenham após a introdução da alimentação complementar. Para
que a mulher utilize a amamentação como prática contraceptiva, ela deve: estar nos
primeiros 6 meses pós-parto; não ter menstruado e amamentar exclusivamente ou quase
exclusivamente. Essas recomendações continuam se apoiando no assim chamado Consenso de
Bellagio, de 1988, baseado na revisão de todos os estudos sobre o tema publicados ate aquela
época. Segundo o Consenso, a amamentação fornece mais de 98% de proteção contra a
gravidez nos primeiros 6 meses depois do parto se a mulher não tiver menstruado depois do
560 dia e se estiver amamentando exclusiva ou quase exclusivamente.

Em revisão sobre amenorréia lactacional como método contraceptivo, o chamado


LAM (Lactational Amenorrhoea Method), foram identificados 454 estudos potencialmente
relevantes. Destes, 13 trabalhos investigavam o risco de engravidar usando o LAM, tendo
critérios e parâmetros possíveis de comparação com outros estudos. Os resultados mostraram
que não houve diferença entre as taxas de gravidez das mulheres que usavam o LAM
(sensibilizadas e conhecedoras do método) comparadas àquelas que estavam amenorréicas e
amamentavam mas não usavam qualquer método anticoncepcional. Entretanto, há críticas,
principalmente quanto à heterogeneidade entre os grupos de mulheres oriundas de populações
com hábitos diferentes de amamentar. Baldrighi (2001).

26
Apesar dos estudos realizados e resultados obtidos, e necessário que se tenha em
conta os indicados como: idade, herança cultural, padrões de amamentação, de amenorréia e
paridade para se aferir a verdadeira utilidade da amenorreia no retardo de uma gravidez.

1.4.1 A amenorréia lactacional como método contraceptivo no periodo do


puerpério

Durante a gravidez, ocorre a inibição da produção de leite, que é interrompida


com a dequitação da placenta, devido ao aumento do nível de progesterona no sangue, com o
consequente enchimento das mamas com colostro. Independentemente da sucção do bebê e da
consequente remoção do leite, há um aumento importante no volume das mamas no período
pós-parto. Havendo sucção, há estímulo das terminações nervosas do mamilo e da aréola, que
chegam até o hipotálamo, o qual, por sua vez, induz à secreção de prolactina pela hipófise
anterior e ocitocina pela hipófise posterior e desta forma, a lactação é mantida.

Além dos elementos já descritos acima, ainda existe presença de outros


hormônios, como cortisol, insulina, hormônios da tireóide, paratireóide e do crescimento, que
também estão envolvidos na lactação, a prolactina é o principal hormônio que actua também
sobre os ovários, inibindo a ovulação e mantendo a amenorréia.

Portanto, na lactação, o estímulo da sucção e o aumento da prolactina levam à


inibição do hormônio gonadotrófico e à interrupção do processo de ovulação. Em um ciclo de
uma mulher não-lactante, o hipotálamo secreta hormônio gonadotrófico em pulsos, o qual
estimula a secreção de LH da pituitária anterior. Assim, o LH leva a um crescimento no
volume e número dos folículos ovarianos, produção de estrógeno e consequente ovulação.
Baldrighi (2001).

Entre os vários factores que podem interferir a manutenção da infertilidade no


período pós-parto, a sucção do bebê tende ser a mais importante. A amenorréia lactacional é
vista como um método anticoncepcional natural. Assim, durante várias pesquisas feitas
encontrou-se algumas dificuldades como a quantificação adequada da sucção frequência, a
força e o volume de leite extraído que seria um indicador da eficácia da lactação como
anticoncepcional.

27
Podemos ter em conta a outros estudos realizados nas Filipinas e nos Estados
Unidos, onde foi utilizado um método que a prior se mostrou mais confiável que visava na
medição do número de mamadas no peito entre o total de alimentações dos bebês, ou seja, a
frequência relativa de mamadas. Notou-se que as mulheres cuja ovulação ocorreu antes do
sexto mês de vida do bebê amamentaram significativamente menos vezes no peito que as
demais. Entre mulheres escocesas, foi observado que a ovulação não ocorre enquanto o bebê
for amamentado por pelo menos seis vezes num total de 65 minutos distribuídos em 24 horas.
Entretanto, outros estudos não confirmaram esse achado, indicando que nenhum número
mínimo de mamadas garante a anovulação. Uma vez que, com a introdução de qualquer outro
fluido, o bebê tende a sugar menos na mãe, por ter sua fome e sede parcialmente saciadas por
esses líquidos, é de se supor que a prática da amamentação exclusiva contribua para o retardo
da volta da fertilidade.

Em 1987 ficou demonstrado, por Huffman (1992), um estudo realizado entre


mulheres de Bangladesh, cuja conclusão foi de que a prática da amamentação exclusiva por 7
meses, quando comparada com o aleitamento misto, levava à maior duração mediana da
amenorréia lactacional. Resultados semelhantes foram obtidos com mulheres hondurenhas.
Por outra, alguns estudos realizados por Benitez (1992), mostrou que o alimento
complementar pode interferir na duração da amenorréia lactacional, mesmo que o número e a
duração das mamadas se mantenham após a introdução da alimentação complementar.

Para que a mulher utilize a amamentação como prática contraceptiva, ela deve
estar nos primeiros 6 meses pós-parto; não ter menstruado e amamentar exclusivamente ou
quase exclusivamente. Essas recomendações continuam se apoiando no assim chamado
Consenso de Bellagio, de 1988, baseado na revisão de todos os estudos sobre o tema
publicados ate aquela época. Segundo o Consenso, a amamentação fornece mais de 98% de
proteção contra a gravidez nos primeiros 6 meses depois do parto se a mulher não tiver
menstruado depois do 56 dia e se estiver amamentando exclusiva ou quase exclusivamente.

Em revisão sobre amenorréia lactacional como método contraceptivo, o chamado


LAM (Lactational Amenorrhoea Method), foram identificados 454 estudos potencialmente
relevantes. Destes, 13 trabalhos investigavam o risco de engravidar usando o LAM, tendo
critérios e parâmetros possíveis de comparação com outros estudos. Os resultados mostraram
que não houve diferença entre as taxas de gravidez das mulheres que usavam o LAM

28
(sensibilizadas e conhecedoras do método) comparadas àquelas que estavam amenorréicas e
amamentavam mas não usavam qualquer método anticoncepcional.

Entretanto, há críticas, principalmente quanto à heterogeneidade entre os grupos


de mulheres oriundas de populações com hábitos diferentes de amamentar. A afirmação de
que o LAM retarda a volta da menstruação não pode ser comprovada.

1. 5 Características Fisiológicas do Puerpério

O puerpério corresponde ao periodo que vai de um a seis dias após ao parto e


neste periodo várias são as transformações que ocorrem no organismo da mulher. Assim,
podemos fazer uma avaliação desde a involução e subinvolução uterina, contrações e dores
decorrentes após o parto, inserção placentária, evolução dos lóquios no pós-parto, colo
uterino, vagina e períneo, sistema endócrino e tantas outras.

Quanto a involução uterina, acompanha-se a evolução da posição e volume dentro


de seis semanas conforme tabela abaixo.

Quadro: 2- Evolução uterina

Tempo pós-parto Posição do útero Peso/volume


12h pós-parto Fundo do útero 1cm acima do umbigo 1000gr
6º dia Fundo do útero (FU), está a metade da 500gr
distância da sínfese púbica so umbigo
1ª semana Fundo do útero (FU), não é palpavel está e 350gr
posicionado na cavidade pélvica
6ª semana Cavidade pélvica 50/60 gr

Fonte: Baldrighi (2001)

29
Normalmente, o útero deve permanecer na cavidade pélvica o que muitas vezes
não acontece após-parto dando desta forma a subinvolução que é a incapacidade do útero
retornar ao seu estado normal por várias causas como: retenção de fragmentos placentares e
infecção pelo que é necessário massagem ou administração de ocitocina imediatamente.

Após a expulsão do bebê, a mãe pode ter algumas anomalias no funcionamento do


seu organismo como o aumento da intesidades das contrações, algumas dores pós-parto,
frequentes nos partos em que o útero foi exageradamente distendido. As dores são uma das
características fisiológicas do puerpério que resultam dos periódos de relaxamento e
contracção do musculo distendido nariando em mulheres primíparas e multíparas. Assim,
verifica-se determinadas diferenças na variedade destas dores onde nas primíparas os tónus
musculares são maiores e o fundo do útero permanece firme enquanto que para as mulheres
multíparas, os tónus musculares apresentam menor em relação às primíparas com um periodo
de contração e relaxamento percistente durante o início do puepério. Neste período, a
amamentação e a ocitocina exógena, podem intensificar as dores por estimular as contrações
uterinas. (Guyton & Hall, 2011. p.892).

A Inserção placentar é uma das caracteristicas do pueroério que se manifesta após


a expulsão da placenta e membranas dando a regeneração do tecido uterino. Durante este
periodo, ocorre a regeneração do endométrio numa dimensão de 3 cm e regeneração da área
placentar 6 cm apos o parto.

Um dos elementos que caracteriza a fisiologia do puerpério são os líquidos que se


identifica com a perda de sangue uterino após o parto. Em primeira instancia tem uma
incidência no vermelho vivo mudando posteriormente para escuro, nas duas horas após o
parto, o fluxo sanguíneo assemelhar-se a um forte período menstrual podendo ser confundido
com uma hemorragia pós-parto e que vai mudando posteriormente de forma gradual. Assim a
evolução dos lóquios tomam as seguintes características:

Quadro:3- Evolução dos lóquios no pós-parto

Lóquios Características Duração


Constituídos por sangue vivo dps
Hemáticos Primeiros 3/4 dias
rosado.

30
Constituídos por sangue velho mais
Sero – hemáticos Do 4º ao 9º dia
restos de tecidos.
Constituídos por muco mais células A partir do 10º dia até a
Serosos
epitélio mais leucócitos e bactérias. 2ª / 6ª semana após o parto.

Fonte: Baldrighi (2001)

Por tanto, é preciso ter-se em conta que nem toda a hemorragia pós-parto são
lóquios e para identificar e necessário avaliar sua cor, quantidade, cheiro, duração e presença
de outros elementos.

A ciência aponta ainda o sistema endócrino como característica fisiológica do


puerpério. O pós-parto é um período onde ocorrem grandes alterações hormonais como: a
expulsão da placenta que provoca a diminuição acentuada das hormonas do organismo
(estrogénio; progesterona e outras) deixando os níveis normais em 1 sem após o parto. A
função ovárica permite que a primeira ovulação e o recomeço do ciclo menstrual estejam
diferentes entre as mulheres que amamentam e as que não amamentam. Assim podemos aferir
na tabela abaixo as diferenças:

Quadro:4- diferenças entre muleres que amamentam e as que não amamentam

Mulheres que amamentam Mulheres que não amamentam


Amamentação – Nestas, os níveis de Em duas semanas pós-parto – prolactina (não
prolactina são influenciados pela há supressão da ovulação). Nestas mulheres,
amamentação. Prolactina (supressão da a ovulação pode ocorrer 27 – 70 dias após o
evolução – FSH não estimula o ovário). parto.
A amamentação não é uma forma tão segura
de controlo de natalidade pós que a primeira
ovulação pode ocorrer 190 dias pós-parto.

(Guyton & Hall, 2011. p.892).

31
Aleitamento materno: O aleitamento vem a ser uma das características mais
essencial da fisiologia do puerpério pela sua importância tanto na amamentação do bebé
quanto na prevenção de uma gravidez indesejada na mãe.

32
CAPÍTULO II -METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

CAPÍTULO II – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

2.1. Desenho metodológico da investigação

A presente investigação desenvolveu-se com base numa pesquisa do tipo


descritiva que na visão de Rodrigues, (2004, p. 45), consiste em observar, registrar, analisar,
interpretar fenómenos ou estabelecer relações entre variáveis de um determinado fenómeno
sem manipula-las. Deste modo, procuramos através desta pesquisa descrever, analisar,
interpretar e especificar as situações inerentes a amenorreia lactacional como método
conceptivo na unidade do Puerpério na Maternidade Geral no Município do Lobito.

Para melhor prossecução optou-se a abordagem mista, isto é, qualitativa e


quantitativa considerando o processo de análise e interpretação dos dados por um lado e da
possibilidades de quantificar e fazer juízos dos resultados e possíveis linhas de mensuração
por outro lado, bem como a aplicação de métodos teóricos e empíricos que por meio deles foi
33
possível direccionar acções concretas e uma correcta análise na selecção e utilização dos
métodos, instrumentos e técnicas mais viáveis de recolha de dados.

Assim, para o desenvolvimento da investigação e tendo em conta o tipo de


pesquisa, foram utilizados métodos de nível teórico e de nível empírico como: analítico-
sintético, indutivo-dedutivo, inquérito por questionário, inquérito por entrevista, pesquisa
bibliográfica e o procedimento matemático-estilístico.

2.2 Métodos de Nivel Teórico

Analítico - sintético: Marconi e Lakatos (2003), dizem que a análise ou


explicação, é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre os fenómenos estudados e
outros factores. Este método permitiu uma maior compreensão sobre perda perinatal das mães
na maternidade geral do Lobito, tendo em conta os fenómenos já existentes ou semelhantes,
descrito pelos diferentes autores consultados.

Indutivo – dedutivo: de acordo com Andrade (2003, p. 54) indução é o caminho


inverso da dedução, isto é, a cadeia de raciocínio estabelece conexão ascendente, do particular
para o geral, neste caso, as constatações particulares são as que levam as teorias e leis gerais.
Ou seja, a dedução como o caminho das consequências, uma cadeia de raciocínio em conexão
descendente, isto é, do geral para o particular e leva a conclusão. Semelhantemente este
método, partindo das teorias dos mais diversos autores consultados, chegou-se a determinação
e ou previsão de conclusões de situações relevantes tocantes ao tema acima descrito.

Pesquisa Bibliográfica: segundo Marconi e Lakatos (2002, p. 15), este método


visa a busca de informações bibliográficas, permitindo navegar nas mais variadas obras de
diferentes autores, a fim de se obter informações relacionadas com a problemática em estudo.
No entanto, este método permitiu-nos efectuar uma busca de abordagens sobre a abrangência
da problemática nas bibliografias existentes, já publicadas em relação a temática sobre a
amenorreia lactacional como método conceptivo na unidade do Puerpério na Maternidade
Geral no Municipio do Lobito.

2.3 Métodos de Nivel Empirico

Inquérito por questionário: Marconi e Lakatos (2002, p.225), considera como


um instrumento mais usado para a recolha de informações, sendo constituído por um conjunto
de enunciados ou mesmo de questões que permitem avaliar as atitudes, e opiniões dos sujeitos
34
ou colher qualquer outra informação junto dos sujeitos alvos. E este tem uma grande acção
científica, fundamentalmente nas investigações pedagógicas. Contudo, este método por sua
vez, permitiu-nos realizar a colecta de dados que foram construídos por uma série ordenada de
perguntas, através de instrumentos elaborados para o efeito, que foram respondidos por
escrito na presença do investigador, e que com base nas respostas, o investigador pode julgar
os distintos aspectos da influencia da avaliação das aprendizagens na vida dos escolares.
Desta foram construídos boletins de inquéritos para as enfermeiras da maternidade geral no
municipio do Lobito.

Alem dos métodos acima citados, contou-se tambem com o procedimento


matemático-estatístico conforme abaixo descrito.

Procedimento Matemático – estatístico: de conforrmidade com Mesquita e


Rodrigues (2014, p. 20) “contribui para precisar os dados empíricos obtidos e posteriormente
generalizações apropriadas a partir delas”. Este método permitiu-nos efectuar uma adequada
quantificação dos resultados da pesquisa, resumir e simplificar os dados numéricos obtidos e
fazer uma descrição dos mesmos.

A manipulação estatística permitiu ainda justificar uma racional comprovação das


relações dos dados da população em relação a amostra e esta por sua vez, resultou na
obtenção de dados sínteses a partir das respostas dada em relação a natureza, ocorrência e
significado dos mesmos.

2.4 População e Amostra

Caracterização da Maternidade Geral do Lobito

A Maternidade Geral do Lobito é uma das sub-unidades do Hospital Regional do


Lobito, e está localizada na rua Roberto William, faz fronteira a Norte o Tribunal Municipal
do Lobito, Sul Administração Munincipal, Leste Comité Mincipal do Partido do MPLA,
Oeste Hotel Términus na Província de Benguela Município do Lobito.

Esta foi fundada em janeiro de 1977, e nela funcionam os seguintes serviços:


Farmácia, Berçário, Hemoterapia, Planeamento Familiar, Laboratório, Internamentos de
Ginecologia, Obstetrícia e Cirurgia, Sala de Partos, Banco de Urgências, Pré Parto, Pós-Parto,
Bloco operatório, Consultas externas nomedamente Obstetrícia, Ginecologia e Psicologia
Clínica e Área administrativa.

35
População

Neste contexto de investigação e de acordo com Fortin (2009), afirma que é um


grupo de pessoas ou elementos que têm características comuns, sobre as quais se faz um
estudo. A população alvo da pesquisa conta com dez (10) enfermeiras.

Amostra

De acordo com Freixo, (2012, p.210) a amostra é considerada como conjunto de


entes extraídos de uma população, neste caso, da população alvo da escola.

Relativamente à amostra, utilizou-se do tipo probabilística e não probabilística,


quanto a forma de selecção foi aleatória simples e conveniência. Nesta intencionalmente
foram selecionados dez (10) enfermeiras que trabalham na unidade do puerpério.
A amostra é intencional quando “o investigador simplesmente escolhe intencionalmente os
elementos da amostra considerando que se trata dos elementos mais representativos da
característica em estudo na população. Os critérios de selecção são puramente subjectivos e
totalmente dependentes do investigador” (Pinto, 2012, p. 167).

36
CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS OBTIDOS NA MATERNIDADE DO LOBITO

CAPÍTULO 3- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS

Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos através dos instrumentos


elaborados para recolha de informações relativas às questões formuladas ao estudo. Assim são
expostos os inquéritos por questionário aplicado as enfermeiras da unidade do puerpério,
inquérito por questionário aplicado aos médicos da mesma unidade, resultados obtidos a partir
da entrevista aplicada responsável da unidade do puerpério. Esta recolha de dados teve como
finalidade reunir um conjunto de informações relevantes a partir dos sujeitos intervenientes
neste estudo.

3.1 Apresentação, análise e interpretação dos resultados dos inquéritos aplicado


as enfermeiras

Quadro:5- Idade das entrevistadas

Indicadores Frequência Porcentagem

25/30 3 30%

37
35/40 2 20%
45/50 2 20%
55/60 3 30%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente a esta questão, 3 enfermeiras que representam 30% da amostra, são


de idade compreendida entre 25/30 anos de idade, 2 enfermeras que correspondem a 20% da
amostra, são de idade compreendida entre 35/40, 2 enfermeras que correspondem a 20% da
amostra, são de idade compreendida entre 45/50 e 3 enfermeras que correspondem a 30% da
amostra, são de idade compreendida entre 55/60.

Logo, podemos inferir que de acordo a tabela acima, a maior parte das
enfermeiras são de idade compreendida entre 25/30 e 55/60 anos idade. Observa-se neste
resultado que há uma variação de idade, o que representa um certo equilíbrio tendo em conta
que os mais adultos possam ser portadores de muito boa experiência decorrentes dos longos
anos do exercício da profissão, enquanto os mais novos podem ser possuidores de bastante
energia, dinamismo e vontade de aprender para melhor execução de suas tarefas profissionais.
De certo modo consideramos ser vantajosa para o estudo, porque anos, são idades que
apresentam um nível de maturidade pessoal aceital para o profissionalismo na área da saúde.

Quadro:6- Habilitações literária/profissionais

Habilitaões Frequência Porcentagem

Ensino Médio 2 20%


Ensino Superior 8 80%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente ao grau académico das enfermeiras, 2 que correspondem a 20%, da


amostra responderam que técnicos médio, enquanto que 8 enfermeiras que correspondem a
80% da amostra, responderam que são licenciados.

Pode-se aqui notar que o grau de formação das enfermeiras do hospital em


referência é satisfatório na medida em que se pode inferir de acordo com os resultados, que na

38
sua maioria apresentam um grau de escolaridade aceiável para o exercício de suas tarefas,
apesar de dois enferimeiros ainda possuirm o grau de ensino médio.

Desta feita, podemos notar que este dado é um indicador que favorece o domínio
de conhecimentos e capacidades profissionais que fundamentam a profissionalismo na
unidade do puerpério.

Quadro:7- Tempo de serviço dos entrevistados

Indicadores Frequência Porcentagem


0/5 3 30%
6/10 2 20%
11/15 0 05
16/20 0 0%
21/25 5 50%
26/30 0 0%
31/35 0 0%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente a esta questão acima feita 3 (três) enfermeiras que corresponde a


30% da amostra, afirmaram que são enfermeiras a 5 anos o que indica possuírem uma
experiência aceitável para o exercício da função unidade do puerpério, 2 (duas) enfermeiras
que correspondem a 20% da amostra responderam que são enfermeiras de 6/10 ano e 5
enfermeiras que corresponde a 50% responderam que são enfermeiras de 21/25 anos de
serviço.

Contudo, podemos inferir que a maioria das enfermeiras tem um tempo de serviço
favorável para o bom trabalho nesta unidade sanitária porque geralmente quanto mais tempo
de servico se têm maior é a maturidade profissional, fruto das várias experiências vividas na
vida profissional que muitas vezes serve de alavancagem para grandes melhorias na atuação
diaria.

Desta feita, poderão apresentar uma capacidade de trabalho suficiente para


melhor ajudarem as mães a utilizarem métodos adequados que visam a proporcionar uma
qualidade de vida tanto para elas quanto para o recém nascido

39
Quadro:8- Sabe o que é a Amenorreia Lactacional?

Indicadores Frequência Porcentagem

Sim 9 90%
Não 1 10%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente a esta questão, 9 das enfermeiras que correspondem a 90% da


amostra responderam que sim, sabem sobre o que é a Amenorreia Lactacional. Por outro lado
temos uma enfermeira que corresponde a 10% da amostra, que disse não saber nada sobre o
que é a Amenorreia Lactacional.

Logo, podemos inferir que a maioria das enfermeiras sabem sobre o que é a
Amenorreia Lactacional, apesar de uma enfermeira ainda não ter noção sobre o assunto.
Assim lamentamos o facto pelo que aconselhamos a todas as técnicas de saúde principalmente
as que trabalham directamente a buscarem conhecimentos sobre aspectos que têm a ver com o
seu dia-a-dia no trabalho para que possam ajudar melhor as nossas mães.

Quadro:9- Qual é a mensagem que passa às puerperas após o parto, para evitar outra
gravidez?

Indicadores Frequência Porcentagem

Amamentação exclusiva 6 60%


Uso de contraceptivo 4 40%
Abstinência sexual 0 0%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente a esta questão, 6 enfermeiras que correspoondem a 60% da


amostra, responderam que passariam a mensagem da amamentação exclusiva, 4 enfermeiras
que correspondem a 40% da amostra, responderam que passaraim a mensagem de uso de
contraceptivo.

40
Logo, podemos inferir que a maioria das enfermeiras consideram a amamentação
exclusiva como melhor mensagem a ser passada às puérperas para que estas possam evitar
qualquer gravidez não programada. Assim, recomenda-se que a amamentação seja a única
forma de nutrição do bebê até os seis meses de vida. Como defende Vanessa, “até esse
período, não é necessário fornecer água, suco ou chás para o bebê, pois ele encontra no leite
todos os nutrientes essenciais para a manutenção de sua saúde” (Vanessa 2012, p.28). Não
descuramos de algumas enfermeiras que representam um número menor, que consideram o
uso de contraceptivo a melhor mensagem a passar para evitar gravidez, mas de salientar que
se o método de amamentação exclusiva for bem aplicado, não haverá necessidades de a mãe
tomar anticoncepcionais que poderão causar-lhe outras consequências menos saudáveis.

Quadro:10- Assinale em que altura é mais adequada começar a amamentação exclusiva

Indicadores Frequência Porcentagem

Logo após o parto 7 70%


Após a alta hospitalar 3 30%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relactivamente a esta questão, 7 enfermeiras que representam 70% da amostra,


responderam que logo após o parto é a altura mais adequada e 3 enfermeiras que
correspondem a 30% da amostra, responderam que após a alta hospitalar é a altura mais
adequada para começar a amamentação exclusiva.

Logo, podemos inferir que a maioria das enfermeiras considera que logo após o
parto é a altura mais fácil para acomeçar com a amamentação exclusiva. Venesa (2012),
concorda com as enfermeiras quando diz que o aleitamento materno exclusivo é a alimentação
do bebé feita só com o leite materno durante os primeiros 6 meses de vida, sem introduzir
nenhum outro alimento líquido ou sólido, nem mesmo água e remédios tradicionais, com

41
excepção dos medicamentos e suplementos de vitaminas e minerais em forma de gotas e
xarope, apenas quando recomendados pelo médico.

Assim, recomendamos que se passe a informação que defende alimentação


materna exclusiva até que a criança alcance os seis meses com um desenvolvimento físico
agradável e preparado para receber outros suplementos alimentares .
Quadro:11- Amenorreia lactacional é aconselhavel para todas as mães?

Indicadores Frequência Porcentagem


Sim 3 30%
Não 7 70%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente a esta questão, 3 enfermeiras que correspondem a 30% da amostra


responderam que amenorreia lactacional é aconselhavel para todas as mães e 7 enfermeiras
que corresponde a 70% da amostra responderam que não aconselhariam Amenorreia
lactacional para todas as mães.

Logo, podemos inferir que a maioria das enfermeiras considera que amenorreia
lactacional não é aconselhavel para todas as mães e um número reduzido de enfermeiras acha
que amenorreia lactacional é aconselhavel para todas as mães.

Achamos pouco provável a resposta da maioria das enfermeiras tendo em conta


aquilo que é a importancia da amenorreia lactacional na vida da puérpera, pois que é um dos
métodos mais considerado para retardar a mestruação evitando assim gravidez indesejável.

Quadro:12- Quem são as pessoas que devem auxiliar a amamentação do bebê, para que
a mesma seja cumprida na íntegra?

Indicadores Frequência Percentagem


A mãe 2 20%
O casal 8 80%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

42
Relativamente a está questão, 2 (duas) enfermeniras que correspondem a 20% da
amostra responderam que a mãe é a pessoa que auxilia a amentação do bebê, para que a
mesma seja cumprida na íntegra e 8 enfermeiraas que representam 80% da amostra,
responderam que o casal são as pessoas que devem auxiliar a amamentação do bebê, para que
a mesma seja cumprida na íntegra.

Logo, podemos inferir que a amioria das enfermeiras considera que o casal são as
pessoas indicadas a auxiliarem na amamentação do bebê, para que a mesma seja cumprida na
íntegra; pesembora haja uma menoria de enfermeiras que considera ser da responsabilidade da
mãe auxiliar na amamentação do bebê, para que a mesma seja cumprida na íntegra.

Pensamos que, como os primeros momentos da maternidade deve ser bem


vivenciado pelos dois (casal), é mais lógico que o pai também supervisione a amamentação do
filho uma vez que, este acto é de vital importância para o bebê assim como para a mãe porque
se de um lado ajuda no desenvolvimento do bebé do outro lado evita o aparecimento
prematuro da menstruação que poderá desembocar a uma gravides desesperada.
Quadro:13- Que vantagens a amamentação exclusiva pode proporcionr a mãe?

Indicadores Frequência Percentagem


Menor probabilidade da mulher desenvolver o câncro de 1 10%
mama
Inibe o período menstrual, evitando o surgimento de nova 2 20%
gravidez
Queima calorias e ajuda a mãe a regressar ao peso normal 1 10%
Ajuda o útero a regredir para a sua dimensão normal 1 10%
Reforça laço afectivo entre a mãe e o bebê 2 20%
É de facil preparação 1 10%
Rico em proteinas e nutrientes 1 10%
Melhora o desenvolvimento mental do bebê 1 10%
A longo prazo é importante para prevenção de diabetes e de 0 0%
linfoma no bebê
Diminui a perca de sangue no pós-parto 0 0%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

43
Relativamente a está questão, 1 (uma) enfermenira que corresponde a 10% da
amostra, respondeu que dá menor probabilidade da mulher desenvolver o câncro de mama, 2
(duas) enfermeiras que correspondem a 20% da amostra, responderam que inibe o período
menstrual, evitando o surgimento de nova gravidez, 1 (uma) enfermenira que corresponde a
10% da amostra, respondeu que queima calorias e ajuda a mãe a regressar ao peso normal, 1
(uma) enfermenira que corresponde a 10% da amostra, respondeu que ajuda o útero a regredir
para a sua dimensão normal, 2 (duas) enfermeiras que correspondem a 20% da amostra,
responderam que reforça laço afectivo entre a mãe e o bebê, 1 (uma) enfermenira que
corresponde a 10% da amostra, respondeu que é de facil preparação, 1 (uma) enfermenira que
corresponde a 10% da amostra, respondeu que é rico em proteinas e nutrientes e 1 (uma)
enfermenira que corresponde a 10% da amostra, respondeu que melhora o desenvolvimento
mental do bebê.

Logo, podemos inferir que com base nessa diversidade de vantagens, a maioria
das enfermeiras pensa que amamentação exclusiva tem como principal vantagem a inibição
do período menstrual, evitando o surgimento de nova gravidez e reforça laço afectivo entre a
mãe e o bebê.

No entanto, todas as alternativas de resposta são aceitáveis quando bem efetuada a


amamentação nos primeiros seis meses de vida da criança e seis meses pós – parto da mãe
considerando-lhe assim como um método eficaz e eficiente que visa proporcionar não só um
desenvolvimento agradável ao bebé como também uma qualidade de vida aos dois (mãe e
bebé).

Quadro 14: Que estratégia adoptar para que a amenorreia lactacional seja tida como
um método conceptivo na unidade do Puerpério na maternidade geral no municipio do
Lobito?

Indicadores Frequências Percentagem


Passar informações nas consultas de pré-natais 4 40%
Dar informações nas mães durante o puerpério 5 50%
Passar informações nas consultas de puericultura 1 10%
Total 10 100%

Fonte: Elaboração própria

44
Tendo em conta os dados acima, da questão sobre estratégias adoptar para que a
amenorreia lactacional seja tida como um método conceptivo na unidade do Puerpério na
maternidade geral no municipio do Lobito. 5 enfermeiras que representa 50% responderam,
dar informações nas mães durante o puerpério; 4 enfermeiras que perfaz 40% responderam
passar informações nas consultas de pré-natal e 1 enfermeira que corresponde a 10%,
respondeu passar informações nas consultas de puericultura.

Consideramos todas as opiniões válidas e pertinentes porque quando partilhadas


as informações há grandes ganhos para a saúde das mães, dos bebés e consequentemente de
toda a comunidade.

Para tal, é necessário que todas as enfermeiras tenham o dominio das informações
que demostram a importância da amenorreia lactacional como um método conceptivo e
consigam passar correctamente aos utentes para que eles tenham está experiência e possam
passar as gerações vindouras.

3.2 Análise e discussão dos resultados

O presente trabalho fez uma abordagem em volta da amenorreia lactacional como


medida contraceptiva, com foco direccionado as mães da Maternidade Municipal do Lobito.
O local do estudo foi escolhido a dedo, pelo facto de muitas mães aparecerem em menos de 3
anos duas vezes grávidas precocemente. Ou seja, não sabem sobre os métodos de evitar uma
gravidez precoce. Logo, o estudo traz uma sugestão para resolução desse problema.

Na realização do estudo, foram seleccionados vários técnicos de enfermagem para


que podessam responder as perguntas da pesquisa e dali extrairmos conclusões para os
resultados. E para que os resultados fossem obtidos, tivemos que fazer o uso de vários
métodos como pesquisa bibliográfica, indutivo-dedutivo e analítico-sintético, não descorando
também de alguns métodos empíricos como o inquérito por questionário e o procedimento
matemático -estatístico, para que os objectivos preconizados com a pesquisa fossem possíveis
a sua concretização.

O trabalho foi estruturado em três capítulos, onde no primeiro capítulo tratou-se


de abordagens relactivamente a amenrreia lectaconal como medida contraceptiva, onde estão
estampadas as opinões de vários autores que falam sobre o tema, que de certa forma poderam

45
lucidar acerca de tudo que está a volta do tema. No II capítulo, foi abordado questões
metodológicas, que serviram-nos de recursos para a colecta de dados, para possíveis
interpretações e postariormente extrair as conclusões. Já no III capítulo ao qual consideramos
como ponto fulcral do nosso trabalho, foi analisado as respostas ouvidas dos nossos
inqueridos, o que nos fez chegar a uma descoberta e propor uma solução ao nosso problema
de investigação.

Todavia, a luz daquilo que pretendíamos saber no nosso estudo, dos 10


enfermeiros inqueridos, a maioria tinha noção do que é amenorreia lactacional. Pensamos que
como agentes da saúde, especialmente da maternidade, seria plasível saberem sobre a
amenorria lactacional.

Outrossim, o estudo nos mostrou que a maioria dos enfermeiros a mensagem que
passam às puérperas no após-parto, para evitar outra gravidez é a prática da amamentação
exclusiva. Pensamos que das medidas usadas para evitar uma gravidez precoce, essa é vista
pela maioria como a melhor pelo facto de ser bastante natural e oferecer vantagens específicas
a mãe como a recepção e entrega do afecto entre a mãe e o bebê, a absorção dos nutrientes e
proteinas por parte do bebê através do aleitamento materno. Por isso é recomendável começar
este procedimento logo após o parto, tal como nos confima o estudo.

Porém, os enfermeiros são categóricos em concordarem que nem toda as mães


podem optar pela medida da amenorreia lactacional. Acreditamos que sim porque existe
aquelas mães que após de terem dado luz, o seu corpo encontra-se em estado de insuficiência,
o que lhes impossibilita até mesmo de amamentar. Outro caso, são as mães que não possuem
uma nutrição adequada no seu leite materno. Nestes casos, não é aconselhável a medida da
amenorria lactacional visto que pode agravar o estado de saúde do bebê ou da mãe.

Com base nos resultados obtidos, inferiu-se que a amamentação exclusiva,


proporciona a mãe algumas vantagens como: Menor probabilidade da mulher desenvolver o
câncro de mama; Inibe o período menstrual, evitando o surgimento de nova gravidez;
Queima calorias e ajuda a mãe a regressar ao peso normal; Ajuda o útero a regredir para a
sua dimensão normal; Reforça laço afectivo entre a mãe e o bebê; É de fácil preparação;
Rico em proteínas e nutrientes e Melhora o desenvolvimento mental do bebê. Achamos que
essas vantagens garantem a estabilidade completa da mãe após o parto, e, seria bom que as
mães levassem em conta esta recomendação porque muitas mães após o parto não têm
46
conseguido se recuperar no que se refere a condição física, especialmente as jovens que
tiveram a sua primeira experiência, muitas delas não sabem agir quando o corpo apresenta
algumas irregularidades e começam a ouvir muitos depoimentos de pessoas que falam de
forma empírica e só agrava ainda mais a sua condição.

Logo, é necessário que se faça alguma coisa para que as futuras mães estejam bem
munidas no que diz respeito a amenorreia lectacional. O nosso estudo sugere passar
informação nas consultas pré-natais, dar informação nas mães durante o puerpério e passar
informações nas consultas de puericultura. Concordamos piamente com estes resultados,
porque não existe momento melhor para dar a conhecer as mães sobre a amenorreia
lectacional, porque são momentos em que as enfermeiras entram em contacto directo com
pessoas para instruí-las de forma sábia sobre o procedimento da amenorreia lectacional.

CONCLUSÕES

Após a análise cuidadosa de cada um dos capítulos e em concordância com os


objectivos, problema e perguntas de investigação, chegou-se as seguintes conclusões:

 Os fundamentos teóricos que retratam amenorreia lactacional como método


conceptivo, mostraram que as puérperas devem optar por esta alternativa contraceptiva pelo
facto dos fundamentos serem claro no que se refere a exatidão, seguraça e outros elementos
vantagosos para a mãe e o bebê.

 As estratégias adoptadas para que amenorreia lactacional seja tida como


método conceptivo na unidade do Puerpério na maternidade geral no municipio do Lobito
visa em passar informações constantes nas consultas de pré-natal, puerpério, puericultura das
mães, familiares e não só sobre a necessidade e importância da amamentação exclusiva nos
primeiros seis meses de vida do bebé.

 Quanto as vantagens que a amenorreia lactacional pode proporcionar às mães


da unidade do puerpério na Maternidade Geral no Municipio do Lobito podemos inumerar
várias tais como: inibição do período menstrual, evitando assim o surgimento de nova
gravidez, proporcionar um desenvolvimento adequado no recém-nascido como a única forma
de nutrição do bebê até os seis meses de vida assim como oferecer uma saúde plena à mãe.

47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BALDRIGHI S.E.Z.M, & PINZAN A, & ZWICKER C.V.D, (2001), A importância do


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48
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práticas assistenciais das maternidades. Brasília: Pediatr editora.

ZAVASCHI, L.S. (1991), Aspectos psicológicos do aleitamento materno. Rio Gd Sul: Revista
Psiquiatr.

49
GLOSSÁRIO

Alvéolos: Alvéolos é onde ocorre as trocas gasosas e constituem a última porção da árvore
brônquica.

Amenorreia: É a ausência da menstruação.

Anemia ferropriva: é um tipo de anemia que acontece devido à falta de ferro no


organismo, o que diminui a quantidade de hemoglobina e, consequentemente,
hemácias, que são as células do sangue responsáveis por transportar oxigênio
para todos os tecidos do corpo.

Anovulação: é a ausência da ovulação. Ela ocorre quando o óvulo não é liberado pelo ovário,
indicando algum tipo de distúrbio, principalmente hormonal.

Beta-endorfina: é um neurotransmissor endógeno encontrado tanto nos neurônios do sistema


nervoso central quanto nos do sistema nervoso periférico.

Câncer: é o nome que se dá a um conjunto de mais de 200 doenças diferentes que têm como
característica em comum o crescimento anormal

Câncer de ovário: é o câncer ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o mais letal.
Sua incidência está associada a fatores genéticos.

Câncer endometrial: é um adenocarcinoma endometrioide. Tipicamente, ocorre


sangramento vaginal pós-menopausa. O diagnóstico é por biópsia.

50
Carta de Ottawa: A Carta de Ottawa é um documento apresentado na Primeira Conferência
Internacional sobre Promoção da Saúde, realizado em Ottawa, Canadá, em
novembro de 1986.

Cistos: é uma espécie de saco cheio de ar, líquido ou conteúdo semi-sólido que pode se
desenvolver em qualquer parte do corpo.

Coito: Relação sexual que supõe, especificamente, introdução de pénis por via anal ou oral
(em contraste com a cópula, que supõe introdução de pénis por via vaginal)

Colostro: primeiro leite que você produz quando começa a amamentar, é o alimento ideal
para o recém-nascido.

Contratibilidade: Qualidade do que é contractível ou do que se pode contrair.

Dequitação da placenta: é a fase 3 do trabalho de parto e ocorre depois do nascimento do


bebê, sendo caracterizada pela saída da placenta, que pode sair espontaneamente.

Ductos: Espaço que serve para passagem

Endógena: Os agentes internos ou endógenos de transformação do relevo são aqueles que


surgem ou agem de dentro da Terra, ou seja, abaixo da superfície.

Endométrio: É o tecido que reveste a parte de dentro do útero e que durante todo o ciclo
menstrual passa por fases e diferentes espessuras.

Endometriose materna: é uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente que


ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela
presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma, fora da cavidade uterina.

Epitélio: É uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea

Esclerose múltipla: é uma doença neurológica, crônica e autoimune, ou seja, as células de


defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central

Estrógeno: é um dos principais hormônios sexuais da mulher e é responsável pelo


desenvolvimento das características físicas e pelos órgãos

51
Etiologia: é o estudo ou ciência das causas. Não há que se falar em "etiologia" como termo
restritivo de uma ciência.

Etiopatogenia: Estudo das causas das doenças e dos mecanismos patogénicos que atuam
sobre o organismo para provocarem essas doenças.

Folículos ovarianos: são as unidades funcionais dos ovários que armazenam os óvulos e têm
a capacidade de se desenvolver e liberar os óvulos (ovulação).

Glândula-mamária: são especializadas na produção de leite e estão presentes em todos os


mamíferos, em ambos os sexos. Ilustração da glândula mamária.

Glicocorticoides: são hormônios esteroides caracterizados pela habilidade de se ligar com o


receptor de cortisol e desencadear efeitos similares.

Hipófise: é uma glândula do tamanho de uma ervilha que está alojada no interior de uma
estrutura óssea (sela turca) localizada na base do cérebro.

Hipotálamo: é uma região do diencéfalo localizada abaixo do tálamo e acima da hipófise.


Essa estrutura constitui um centro de controle do organismo.

Histerectomia: é uma cirurgia ginecológica (ou operação) que consiste na remoção do útero,
podendo ser realizada por via laparoscópica

Hormonas: são substâncias produzidas por glândulas endócrinas que funcionam como
mensageiros e atuam à distância do local onde são produzidas.

Gonadotrófico: é um hormônio produzido pela placenta que impede a destruição do corpo


lúteo e estimula a produção de esteroides.

Ocitocina: é um hormônio produzido no cérebro, que tem papel importante para facilitar o
parto e a amamentação

Hormônios: são substâncias químicas que controlam diversas funções do organismo.

Imunológico: é o que garante proteção ao nosso corpo, evitando que substâncias estranhas e
patógenos afetem.

52
Insulina: É um hormônio secretado pelo pâncreas que controla o nível de glicose no sangue

Lactação: é a produção de leite por ação de hormo.

Leucócitos: são células sanguíneas conhecidas por muitas pessoas como glóbulos brancos.

Lóbulos: Parte inferior da orelha humana, de tecido mole

Lóquios: são denominados as perdas de sangue, muco e tecidos do interior do útero durante o
período puerperal.

Menopausa: é o nome dado à última menstruação, que geralmente acontece entre 45 e 55


anos, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher.

Mucinoso: é um subtipo incomum de carcinoma ductal invasivo (CDI), representando de 1%


a 7% do total de neoplasias da mama.

Odontologia: é a área da saúde humana que estuda e trata do sistema estomatognático

Ooforectomia profilática: É uma cirurgia feita para remover um órgão que apresenta grande
possibilidade de desenvolver câncer, mesmo que não haja sinais da doença no
momento da operação.

Osteoporose: é uma condição mais comum em mulheres acima dos 45 anos que deixa os
ossos frágeis e porosos.

Ovário: são duas glândulas do Sistema Reprodutor Feminino responsáveis pela síntese de
hormônios sexuais, produção e armazenamento das células.

Óvulo: é a célula sexual feminina (gâmeta feminino) que, depois de fertilizada por um
gâmeta masculino, dá origem ao zigoto, durante o processo.

Paratireoide: são glândulas endócrinas presentes, normalmente, nos polos superior e inferior
da parte dorsal da glândula tireoide.

Placenta: é um órgão formado durante a gestação, que tem como papel principal promover a
comunicação entre a mãe e o feto e, assim, garantir as condições .

53
Progesterona: é um hormônio, produzido pelos ovários, que tem um papel muito importante
no processo de gravidez, sendo responsável por regular o ciclo .

Prolactina: é um hormônio secretado pela adenoipófise e tem como principal função


estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas.

Puerpério: ambém chamado resguardo ou quarentena, é a fase pós-parto em que a mulher


experimenta modificações físicas e psíquicas. Este é o período de tempo que
decorre desde a dequitadura até que os órgãos reprodutores da mãe retornem ao
seu estado pré-gravídico.

Reumatoide: é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações.

Terapia: significa o tratamento para uma determinada doença. As terapias dependem do


diálogo com um profissional da área, num processo que demanda investimento
de tempo e de dinheiro.

Tónus musculares: é o estado de tensão elástica (contração ligeira) que apresenta o músculo
em repouso, e que permite iniciar a contração.

Trompas de Falópio: são dois tubos contráteis, com 10 centímetros cada aproximadamente,
que se estendem do ângulo.

54
APÊNDICES

55
TERMO DE CONSENTIMENTO

Com a finalidade de se concluir o Mestrado em enfermagem Saúde Materna e Obstetrícia,


estamos a elaborar uma dissertação com o tema: Promoção Da Amenorreia Lactacional
Como Método Contraceptivo, Na Unidade Do Puerpério, na Maternidade Geral do
Lobito, tendo como objectivo de estudo:Analisar a Amenorreia Lactacional como Método
Na Unidade do Puerpério. Pretendemos recolher dados através de uma entrevista
semiestruturada com base num guião de perguntas que servirá de orientação.

Desde já comprometemo-nos a respeitar o anonimato dos participantes bem como a


confedencialidade quanto aos dados recolhidos.

A participação dos entrevistados é voluntária, ficando salvaguardado o direito a recusa neste


momento ou posterior, podendo interromper a sua colaboração logo que assim decidir.

Não se preveêm danos físicos, emocionais ou efeitos colaterais para colaboradores neste
estudo.

Estamos disponíveis para apresentar os resultados do estudo se assim for solicitado.

Antecipadamente grata pela colaboração!

56
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS


O presente questgionário é anónimo e confidencial

Lê com muita atenção o questionário que se segue e responda com sinceridade uma das
questões apresntadas.

DADOS IDENTITÁRIOS

Idade
F
Sexo (Assinale com um X) M
Ensino Básico
Habilitações literárias/profissionais Ensino Médio
(assinale com um X) Ensino Superior
Especialista em Saúde Materna
Tempo de serviço

1. Sabe o que é a Amenorreia lactacional?

Sim
Não

2. Qual a mensagem que passa para as puerperas após o parto, para evitar outra gravidez?

Amamentação exclusiva
Uso de contraceptivo
Abstinêcia sexual

57
3. Assinale em que altura é mais fácil começar a amamentação exclusiva?

Logo após o parto


Após a alta hospitalar
15 ias depois da alta hospitalar

4. Amenorreia lactacional é aconselhável para todas as mães?

Sim
Não

a) Quem são as pessoas que auxiliam a amamentação do bebê, para que a mesma seja
cumprida na íntegra:

Pai
Mãe
O casal

5. Vantagens da amamentação exclusiva

De fácil ingestão
Baixo custo económico
Reforça laço afectivo entre a mãe e o bebê
É de fácil preparação
É dado de livre demanda
Rico em proteinas e nutrientes
Melhora o desenvolvimento mental do bebê
Ao logno prazoé importante para prevenção de diabetes e de linfoma no bebê
Diminui a perca de sangue no pós parto
Menor probabilidade da mulher desenvolver o câncro da mama
Inibe o período menstrual, evitando o surgimento de nova gravidez
Queima calorias e ajuda a mãe a regressar ao peso normal
Ajuda o útero a regredir para a sua dimensão normal

Obrigada pela colaboração!

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