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Dados da Demência e do Alzheimer no mundo

Em primeiro, o Alzheimer é um tipo de demência- que se trata de uma diminuição, lenta e progressiva, da função
mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender. A Organização Mundial de
Saúde estima que em todo o mundo existam 47.5 milhões de Pessoas com Demência, número que pode atingir os
75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. Sendo que a doença de Alzheimer
representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência conforme a Organização Mundial da Saúde (dados
2015).

Hoje cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência – a maioria deles têm a doença de Alzheimer. Há 30
anos, eram 500 mil e, prevê-se que daqui há 30 anos, serão 4 milhões de doentes. Esses dados são a principal
conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade de Queensland, da Austrália publicado
na Revista Brasileira de Epidemiologia.

Em Portugal, não há um estudo epidemiológico que retrate a real situação do problema, mas podemos ter como
referência os dados da Alzheimer Europe que apontam para mais de 193 mil e 500 Pessoas com Demência
(Alzheimer Europe, 2019). Ainda, no Relatório “Health at a Glance 2017” (“Uma visão da saúde”) da OCDE
publicado a 10 de novembro de 2017, são apresentados novos dados sobre a prevalência da demência, colocando
Portugal como o 4º país com mais casos por cada mil habitantes. A média na OCDE é de 14.8 casos por cada mil
habitantes, sendo que para Portugal a estimativa é de
19.9. De acordo com este relatório, a estimativa do número de casos com demência para Portugal sobe para
mais de 205 mil pessoas, número que subirá para os 322 mil casos até 2037. (Dados ALZHEIMER
PORTUGAL)

Aliás, o Alzheimer é assunto bastante sério e de dimensões epidemiológicas conforme os dados demonstrados.
Através dele há “a perda progressiva da função mental, caracterizada pela degeneração do tecido do cérebro,
incluindo a perda de células nervosas, a acumulação de uma proteína anormal chamada beta-amiloide e o
desenvolvimento de tranças neurofibrilares. É um tipo de demência, que é uma diminuição, lenta e progressiva da
função mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender. Em 60 a 80% dos
idosos, a causa da demência é a doença de Alzheimer. É rara sua existência em pessoas com menos de 65 anos de
idade. Torna-se mais comum com o aumento da idade.” (Manual MSD versão para a família).
O Alzheimer é hoje um dos principais problemas sociais e de saúde que muitas vezes sobrecarregam
a família. Na Espanha, por exemplo, a família é a principal instituição sobre a qual recai a tarefa de cuidar das
pessoas com essa doença, e mais ainda dos idosos, com taxas de cuidado acima de 90%.

E quais seriam os estágios da Doença de Alzheimer?

A Doença de Alzheimer (DA) de modo geral progride lentamente apresentando 3 estágios ou fases, começando
com sintomas leves, passa a um período em que pode-se dizer moderada e atinge o seu ápice no estágio grave.
No entanto, a forma como essa doença atinge cada pessoa é diferente e o tempo e a gravidade dos sintomas
demenciais variam. As mudanças cerebrais relacionadas à doença iniciam anos antes da manifestação dos
primeiros sintomas. Esse período, que pode durar anos, é chamado de Doença de Alzheimer pré-clínica.

Segundo a Confederación Española de Alzheimer: “Além dos sintomas relacionados à perda da capacidade
intelectual e funcional, os chamados sintomas comportamentais e psicológicos da demência (SCPD) aparecem
ao longo do curso da doença. Existem três tipos: transtornos de humor (depressão, ansiedade e apatia); agitação
(agressividade, irritabilidade, inquietação, gritos e deambulação errática); e sintomas psicóticos (visuais,
alucinações auditivas e delírios). Com o tempo, tudo isso leva a uma deficiência da pessoa que sofre dessa
doença.”(Diretriz de prática clínica sobre cuidados abrangentes para pessoas com doença de Alzheimer e outras
demências, 2011.
Confederación Española de Alzheimer).

A fase inicial a doença permite ao paciente certa independência. Ele consegue dirigir, trabalhar ou realizar
atividades sociais. Apesar disso, apresenta lapsos de memória, pode esquecer palavras ou o local habitual de
determinado objeto. Amigos e familiares próximos notam as dificuldades. Apresenta problemas de memória ou
concentração. Em geral, as pessoas afetadas ainda podem viver de forma independente e manter sua higiene
pessoal.

O próximo estágio que se diz moderado é o mais longo e a doença progride exigindo um maior nível de cuidados
ao doente. Durante essa fase, os sinais e sintomas de demência são mais pronunciados. O paciente pode apresentar
maior dificuldade em executar tarefas, como pagar contas, mas ainda pode se lembrar de detalhes significativos
sobre sua vida. Observa-se sintomas como: esquecer de eventos ou sobre a sua história- o paciente pode não
reconhecer os membros da família. Isso pode gerar atitudes reativas por parte do doente, que se sente aborrecido
ou retraído por ver-se “desafiado” com esses lapsos frente aos demais. O doente esquece o seu endereço e
telefone; confunde a data do dia e o local onde está. Pode alterar os padrões de sono- trocando a noite pelo dia e
perder o controle da bexiga e intestino- fazendo-o esquecer-se de fazer coisas simples, como vestir-se e tomar
banho.
Pode perder-se ao caminhar sozinho por não lembrar quem é ou onde mora. Pode apresentar
comportamentos compulsivos e repetitivos (por exemplo, torcer as mãos ou rasgar tecidos).

Por fim, na fase avançada, os sintomas de demência são severos. Os indivíduos perdem a capacidade de
responder ao seu ambiente, de manter uma conversa e, eventualmente, de controlar os movimentos. Podem falar
palavras ou frases soltas, mas a comunicação é extremamente difícil ou impossível. À medida que a memória e as
habilidades cognitivas continuam a piorar, mudanças significativas na personalidade podem ocorrer e os
indivíduos precisam de ajuda extensiva nas atividades diárias. Nesse estágio, os doentes precisam de assistência
24 horas por dia, para todas as atividades: desde comer, tomar banho, ir ao banheiro. Inclusive, eles podem perder
a consciência de experiências recentes e de sua localização. Podem experimentar mudanças nas habilidades
físicas, incluindo a capacidade de andar, sentar e, eventualmente, engolir, entre outros efeitos.

Fatores de risco

São considerados fatores que inclinam à DA: a hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, sedentarismo e
obesidade. Além disso, pesquisadores observaram que dois a cada três idosos com Alzheimer no Brasil
apresentam depressão ou relatam tristeza “na maior parte do tempo”. Por fim, de acordo com o Ministério da
Saúde do Brasil outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença seriam a idade, o histórico familiar e o
baixo nível de escolaridade.

Como buscar prevenir o aparecimento dessa doença?

O estilo de vida é muito importante para prevenir o Alzheimer. Quanto mais cedo houver uma mudança de
hábitos, mais fácil minimizar o problema. Algumas dicas:

– estimular o cérebro: mantenha o cérebro ativo aprendendo algo novo: um idioma, um instrumento, palavras
cruzadas, etc. A leitura também é um ótimo hábito para o cérebro reter informações, treinando várias funções;

– exercitar-se: 30 minutos de atividade física de três a cinco vezes por semana. Para esta faixa etária recomenda-
se a prática de natação, caminhada ou até mesmo subir escadas em vez de ir de elevador;

– ter uma alimentação saudável e balanceada: vegetais, peixes e frutas têm ótimos nutrientes para o cérebro,
assim como óleos vegetais ricos em Ômega 3;
– controlar o diabetes e a pressão arterial: os dois problemas são comuns nesta faixa etária e podem
aumentar o risco de Alzheimer e de outros tipos de demência em até 50%;

– tomar sol ou suplementar com Vitamina D: um estudo publicado em agosto de 2.014 na revista Neurology
apontou que as pessoas com idade avançada que não recebem quantidades suficientes de vitamina D correm mais
riscos de apresentar demência.

Conclusão

O Alzheimer não é discussão nova no cinema, mas segue despertando interesse e sentimentos profundos, uma vez
que envolve não somente a saúde do doente, como afeta a vida dos familiares desse. E como vimos, essa é uma
doença neurológica progressiva que faz com que o cérebro encolha (atrofia) e as células cerebrais morram, sendo
a causa mais comum de demência, onde há um declínio contínuo no pensamento, habilidades comportamentais e
sociais que afeta a capacidade de uma pessoa de funcionar de forma independente. Portanto, se você notar
qualquer um dos sinais de alerta do mal de Alzheimer em si ou em alguém que você conhece, não os ignore.
Agende uma consulta com seu médico. Com a detecção precoce, você pode explorar tratamentos que podem
fornecer algum alívio dos sintomas e ajudá-lo a manter um nível de independência por mais tempo.

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