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Alzheimer

Doença neurodegenerativa fatal e progressiva, é marcada por um declínio nas funções


cognitivas e de memória, bem como por uma perda gradual da capacidade de realizar
atividades cotidianas. Além disso, a doença é acompanhada por diversos sintomas
neuropsiquiátricos e alterações de comportamento. Isto deve-se ao processamento
inadequado de certas proteínas no sistema nervoso central, o que subsequentemente
resulta na acumulação de fragmentos de proteínas perigosos dentro e entre os neurónios.
Como resultado desta toxicidade, as células neuronais perdem-se ao longo do tempo em
áreas-chave responsáveis pelo governo da memória, e do córtex cerebral, que é crucial
para a linguagem, o raciocínio, a percepção de informações sensoriais e o pensamento
abstrato. . Embora a causa desta doença seja desconhecida, presume-se que seja
determinada geneticamente.

A doença de Alzheimer tende a avançar através de vários estágios a um ritmo gradual e


inevitável e, portanto, nenhuma intervenção pode impedir a progressão da doença.
Durante a fase inicial do declínio cognitivo, podem ocorrer alterações em diversas áreas,
como memória, personalidade, bem como habilidades visuais e espaciais. À medida que
a condição avança para o estágio dois, o indivíduo afetado pode sentir maior dificuldade
para falar, realizar tarefas básicas e coordenar movimentos. Além disso, eles também
podem apresentar sinais de irritabilidade e dificuldade para dormir.

À medida que a doença progride, os indivíduos podem começar a apresentar uma série
de deficiências físicas. A resistência à realização das tarefas diárias torna-se mais
comum, podendo ocorrer incontinência urinária e fecal. Também podem surgir
dificuldades alimentares, bem como distúrbios progressivos do movimento. Depois de
entrar na Fase 4 do tratamento, os pacientes são submetidos a restrições de leito e
devem permanecer em silêncio. A dor é uma ocorrência comum durante a deglutição e
muitas vezes é acompanhada por infecções simultâneas.

Dados epidemiológicos

De acordo com estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS),


aproximadamente 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo vivem atualmente com a
doença de Alzheimer (DA). Prevê-se que esse número alarmante duplique até o ano de
2030 e triplique até 2050. No Brasil, estima-se que 1,2 milhão de pessoas sejam
afetadas por esta doença. É crucial reconhecer que a grande maioria destes pacientes
ainda não recebeu a avaliação médica e o tratamento essenciais necessários para gerir a
sua condição. A demência é uma condição que afeta as habilidades cognitivas e a causa
mais prevalente dessa condição é a DA, responsável por 70% dos casos globais. Como a
DA é uma condição mais comum em indivíduos mais velhos, espera-se que o seu efeito
cresça proporcionalmente ao envelhecimento da população. Segundo dados da OMS
cerca de 1.1% do PIB mundial, ou seja, aproximadamente 818 bi de dólares são usados
para o tratamento de demências a caráter mundial.

Todos os anos, no Brasil, ocorrem aproximadamente 100 mil novos diagnósticos da


doença. Prevê-se que o Brasil seja um dos países mais atingidos por esta doença, já que
países com grandes populações e rendas mais baixas são mais suscetíveis ao aumento da
incidência de casos. Ao lado do Brasil, países como Índia, China, Nigéria e México
também deverão ter o maior número de casos. Estes países partilham certas
semelhanças, tais como uma crescente população idosa e um número significativo de
fatores de risco, incluindo hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes.

O Alzheimer é significativamente influenciada pela idade, que é um importante fator de


risco. O risco do surgimento da doença aumenta exponencialmente, dobrando a cada 5
anos após os 70 anos. Vale ressaltar que 80% das pessoas diagnosticadas com
Alzheimer têm mais de 75 anos. doença, razão pela qual cerca de 67% dos pacientes são
do sexo feminino. Além disso, as mulheres têm um risco global mais elevado de serem
diagnosticadas com a doença do que os homens. Aos 65 anos, o risco de desenvolver
Alzheimer é de 21,1% para as mulheres e de 11,6% para os homens.

Principais complicações

O Alzheimer é uma doença que avança de forma constante e implacável. Embora em


algumas pessoas tenham os sintomas da doença de Alzheimer há mais de 20 anos,
outros podem sofrer com a rápida progressão da doença em apenas dois ou três anos.

Estabelecer uma data definitiva para o início dos sintomas pode ser desafiador, o que
consequentemente torna difícil determinar retrospectivamente a duração da progressão
da doença. A principal causa de morte dos pacientes não é a doença que sofrem, mas
sim as complicações que dela decorrem. Estas complicações incluem acidentes e quedas
que resultam em lesões na cabeça, dificuldade em engolir, levando a broncoaspiração e
desnutrição, e períodos prolongados de acamação, o que pode aumentar a probabilidade
de infecções e úlceras de pressão. Os pacientes de Alzheimer, em particular, são
propensos a pneumonia e infecções do trato urinário como os principais tipos de
infecções que apresentam.

Tratamento

Os pacientes recebem medicamentos que aliviam os sintomas decorrentes da doença. O


tratamento farmacêutico também visa estabilizar o comprometimento cognitivo, o
comportamento e as atividades do dia a dia. Além disso, visa modificar os indicadores
da doença, ao mesmo tempo que reduz quaisquer efeitos secundários nocivos.

O adesivo transdérmico de Rivastigmina é atualmente utilizado em unidades de saúde


em todo o país para tratamento de demência e doença de Alzheimer sob a jurisdição do
Ministério da Saúde. O Protocolo Clínico e Diretrizes de Tratamento (PCDT) descreve
o uso desta terapia para esta condição médica específica e sugere intervenções
farmacológicas adicionais em conjunto com o adesivo:

 Donepezil
 Galantamina
 Rivastigmina;
 Memantina

Como a doença de Alzheimer afeta o cérebro e faz com que ele diminua
significativamente de tamanho conforme progride, o que de fato afeta as mais diversas
funções cerebrais. É uma doença degenerativa e que não tem cura. Apesar
disso, existem diversos tratamentos disponíveis que visam retardar a progressão do
problema a fim de proporcionar ao portador e seus cuidadores mais qualidade de vida,
como:

 Musicoterapia;
 Psicoterapia;
 Terapia Ocupacional;
 Fisioterapia.

Relação entre a doença e o idoso


O envelhecimento é um processo natural, que pode vir acompanhado por problemas
relacionados à saúde física e/ou psíquica, nesse contexto, inserem-se as demências, em
especial, a doença de Alzheimer , que se caracteriza como uma doença
neurodegenerativa e irreversível, que se instala de forma insidiosa e causa progressivo
declínio das funções cognitivas e motoras.

Uma das dificuldades relatadas pelos familiares foi que as pessoas idosas com DA, em
algum período da doença, apresentam dificuldade de reconhecer pessoas próximas e
locais comuns, como a sua própria casa. Conforme a doença evolui, o
comprometimento da memória aumenta, levando a pessoa idosa a não reconhecer
amigos, familiares e pessoas do convívio5 . A aceitação da doença pelos familiares,
também, foi evidenciada como uma dificuldade. Outra dificuldade referida está
relacionada à higiene corporal e na administração das medicações da pessoa idosa, visto
que algumas se negam a fazer uso das medicações e outras a utilizam de forma
incorreta. Agressividade da pessoa idosa, os cuidadores possuem medo em decorrência
das alterações de comportamento e personalidade da pessoa idosa com DA. Referem
que essas alterações podem causar riscos para o bem-estar tanto do cuidador quanto da
própria pessoa idosa .

Dessa forma, torna-se necessário que os familiares cuidadores conheçam bem os sinais
e sintomas da DA e que se utilizem de estratégias de cuidado que auxiliem nesse
processo. É importante que o familiar cuidador saiba compreender e manejar a
agressividade da pessoa idosa e não encare como verdades as agressões verbais/físicas e
o não reconhecimento da pessoa idosa com DA, por todas as ações realizadas e o
carinho dispensado a elas, pois são inerentes à doença. Evidencia-se que a assistência à
pessoa idosa com DA está relacionada, entre outros fatores, à manutenção da segurança
física e a redução da ansiedade e agitação.
PEDRO. Doença de Alzheimer: saiba mais sobre a principal causa de demência no
mundo | InformaSUS-UFSCar. Disponível em: <https://informasus.ufscar.br/doenca-
de-alzheimer-saiba-mais-sobre-a-principal-causa-de-demencia-no-mundo/>. Acesso em:
5 nov. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doença de Alzheimer. Disponível em:


<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/alzheimer#:~:text=A
%20Doen%C3%A7a%20de%20Alzheimer%20(DA,neuropsiqui%C3%A1tricos%20e
%20de%20altera%C3%A7%C3%B5es%20comportamentais.>. Acesso em: 5 nov.
2023.

‌Doença de Alzheimer - o que é, causas, sintomas, tratamento. Disponível em:


<https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/neurologia/doenca-de-alzheimer/>. Acesso
em: 5 nov. 2023.

DR. PEDRO PINHEIRO. Mal de Alzheimer: sintomas, causas e tratamento.


Disponível em:
<https://www.mdsaude.com/neurologia/mal-alzheimer/#google_vignette>. Acesso em:
5 nov. 2023.

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