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SILVANO DE QUADRA COSTA

LEVANTAMENTO PATOLÓGICOS EM OBRAS RESIDENCIAIS DE BAIXO


CUSTO EM SINOP-MT

Sinop/MT
2021
SILVANO DE QUADRA COSTA

LEVANTAMENTO PATOLÓGICOS EM OBRAS RESIDENCIAIS DE BAIXO


CUSTO EM SINOP-MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Banca Avaliadora do Departamento de
Engenharia Civil, da Faculdade UNIFASIPE,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador(a): Profº. Andréia Alves Botin


Coorientador(a): Profº. Bruno Rodrigues dos
Santos

Sinop/MT
2021
RESUMO

Na atualidade observa-se um aumento na incidência das anomalias em


edificações de baixas rendas em Sinop/MT. Ao identificar essas patologias, e com qual
frequência elas ocorrem, podemos adotar medidas preventivas durante a confecção do
projeto e execução da obra, e também grande parte dessas anomalias pode ser evitadas na
aquisição do material, se atentando à as especificações do mesmo. Durante o
desenvolvimento da pesquisa será realizado o acompanhamento de inúmeros casos
patológicos presentes em edificações de baixa rendas, tomando como amostra inúmeras
unidade residências com diferentes tipos de fundações e vigas, onde serão evidenciadas e
registradas as patologias mais presentes nas residências: trincas/fissuras ocasionadas pela
retração plástica do revestimento da argamassa; infiltração causada por erros
construtivos; infiltração causada por ausência de impermeabilização da viga. Durante o
estudo adotaremos uma série de etapas para chegar em um diagnóstico, para que só assim
podemos registrar os resultados, tais como: vistorias e uso da percepção humana, análise
de formas, localização da patologia, principais características além de histórico junto ao
proprietário. Ao identificar diversos tipos de ocorrências de patologias, apenas
demonstra que há muito a se fazer em termos de qualidade de obras, melhorias de
materiais visando sempre o baixo custo, pois nem tudo que é barato, necessariamente
precisa ser de má qualidade.

Palavra Chave: Anomalias, Construções de baixo custo, patologia e prevenção.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................4

1.1 Justificativa......................................................................................................................5

1.2 Problematização..............................................................................................................5

1.3 Objetivos.........................................................................................................................6
1.3.1 Geral...............................................................................................................................6
1.3.2 Especifico.........................................................................................................................6

2. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................................7

2.1 Conjuntos Residenciais...................................................................................................7

2.2 Manifestações Patológicas..............................................................................................7

2.3 Consequências................................................................................................................9

2.4 Principais tipos de patologias..........................................................................................9


2.4.1 Trincas e fissuras.............................................................................................................9
2.4.2 Patologias causadas pela umidade...............................................................................10

2.5 Vistoria de patologias construtivas...............................................................................11

2.6 Desempenho das edificações........................................................................................12

3. MATERIAL E METODO..................................................................................................13

REFERÊNCIAS..........................................................................................................................14
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1. INTRODUÇÃO

A palavra patologia tem origem grega, páthos (doença) e lógos (estudo), utilizadas
em diversas áreas da ciência, onde esse estudo é mais direcionado em diversas anomalias na
área das construções estruturais e funcionais visando solucionar doenças e prevenir sua
prorrogação. (SILVA, 2011)
Tomando como base a medicina, no qual é frequentemente utilizado o termo
patologia, a engenharia adotou para fins de identificar anomalias construtivas, onde os
engenheiros civis fizeram algumas comparações do corpo humano com as estruturas de uma
edificação e concluíram que essa correlação tinha total sentido. (SILVA, 2011).
Devido má execução dos projetos, a falta de preparo dos profissionais e a não
preocupação com os fatores naturais, ocorrem diversos erros em algumas edificações. Um
erro que tem sido bastante recorrente hoje em dia são as infiltrações, podendo prejudicar de
diversas formas. (RODRIGUES et al., 2016).
A infiltração é passagem de um fluido da superfície que penetra interstícios de corpos
sólidos, componente do ciclo hidrológico. Na engenharia é movimento de água no solo
causado pela gravidade, as infiltrações são muito comuns e fáceis de serem encontradas em
várias edificações e os problemas referentes a umidade geram grande desconforto e rápida
degradação nas edificações. Existem fatores que podem gerar aumento da intensidade e do
número de patologias e problemas frequentes causados por umidade. (FÓRUM DA
COSTRUÇAO CIVIL, 2017).
A existência das infiltrações em imóveis representa grandes riscos à saúde, prejuízos
financeiros tanto para consertar os danos, quanto a desvalorização do imóvel, afirma Carvalho
Jr. (2014).
De acordo com um estudo feito pela CBIC (2013), cerca de 74% das empresas da
construção civil encontram dificuldades na seleção de trabalhadores com qualificações
necessárias para o preenchimento de diversas vagas. este grave problema do setor
casualmente gera problemas na execução de obras, já que é um dos elementos mais
importante da execução, por estar presente em todas as suas etapas. Visto isso, cabe ao
engenheiro manter-se atento a todos processos da obra. O conhecimento das patologias
influencia diretamente no resultado. Saber como ocorrem e como tratá-las evita que
prejudique a estética da edificação, sua qualidade, durabilidade, gastos não previstos no
controle orçamentário além de poder evitar acidentes e possíveis catástrofes (TAGUCHI,
2010).
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No brasil, os conjuntos habitacionais seguem nos últimos anos sendo um dos


principais projetos do governo, no entanto, essas residências sofrem muito com essas
enfermidades, já que a produção foca em edificar em grande escala sem preocupação em
atender as condições mínimas de habitação, não priorizando a qualidade. (FERREIRA;
LOBO; RENOFIO, 2007).
O ramo da engenharia responsável por fiscalizar obras e edificações, a perícia,
desempenha papel importantíssimo na construção civil, apontando vícios construtivos e
patologias na construção, mantem edificações conforme as normas construtivas, que as matem
seguras durante a construção e o uso, são responsáveis também por laudos que apontam
soluções para estes eventuais problemas. (CÓIAS, 2006).
A questão de habitação no Brasil ainda representa um desafio para a política brasileira.
Com décadas sem programas de incentivo no segmento, o país acumulou um déficit habitacional
gigantesco entre as famílias mais pobres, que buscaram alternativas com construções informais
em áreas periféricas e morros. A criação do programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009, tentam
reverter esse quadro, construído com anos de inexistência de políticas públicas no setor de
habitação (AZEVEDO, 2014).
Analisando essas citações, este trabalho busca reunir informações através de perícias,
formas de ajudar tanto o profissional quanto o usuário das edificações do conjunto
habitacional sobre os diagnósticos das patologias o número de incidência, como ocorrem.
A forma das edificações nem sempre foi verticalizada como se encontra , em muitos
locais, nos dias de hoje. Antigamente, as construções tinham, no máximo, quatro ou cinco
pavimentos e eram compostas de estruturas simples e autoportantes. Foi a partir do
surgimento do cimento Portland e da teoria do concreto armado que as obras começaram a
tornar-se mais arrojadas e ganharam altura inspirada no modelo urbano americano, buscando
assim, adaptar-se, cada vez mais, às necessidades e exigências do consumidor. Porém, desde
os primórdios da civilização já era possível se observa r uma preocupação da sociedade com o
desempenho das obras construídas. Em 1700 A.C., o código de Hamurabi já impunha regras
básicas para punição dos responsáveis, caso algum tipo de colapso na estrutura viesse a
ocorrer. Com tamanha inti midação, os riscos de ruína tornavam-se praticamente nulos. As
edificações são produtos voltados ao mercado consumidor, logo, devem atender às exigências
do cliente e corresponder às expectativas nelas depositadas quando efetivada a compra do
imóvel, apresentando, assim, um desempenho considerado satisfatório. Todo o edifício tem
um ciclo de vida útil, o qual pode variar dependendo de fatores como a durabilidade dos
materiais empregados na construção, das condições de exposição e uso do mesmo e a
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existência de uma manutenção periódica. A falta de manutenção faz com que pequenas
manifestações patológicas, que teriam baixo custo de recuperação, evoluam para situações de
desempenho insatisfatório com ambientes insalubres, de deficiente aspecto estético, de
possível insegurança estrutural e de alto custo de recuperação.
A patologia na construção pode ser entendida, analogamente à Ciência Médica, como
o ramo da engenharia que estuda os sintomas, formas de manifestação, origens e causas das
doenças ou defeitos que ocorrem nas edificações (CARMO, 2000). Os problemas patológicos
estão presentes na maioria das edificações, seja com maior ou menor intensidade, variando o
período d e aparição e/ou a forma de manifestação. Segundo Lichtenstein (1985), estes
problemas podem apresentar -se de forma simples, sendo assim, de diagnóstico e reparo
evidentes ou então, de maneira complexa, exigindo uma análise individualizada. As formas
patológicas encontradas com maior freqüência são infiltrações, fissuras, corrosão da
armadura, movimentações térmicas, descolamentos, entre outros. Deve-se salientar a
importância da detecção precoce de manifestações patológicas, tendo-se em vista que o
quanto antes estas forem tratadas, menor será a perda de desempenho e mais barato será a
terapia. Toda edificação possui um período de vida útil a que se destina. Muitas vezes, antes
mesmo deste prazo ser alcançado, o nível de desempenho já encontra -se abaixo do
satisfatório devido, por exemplo, a falta de manutenção periódica. A manutenção não evitará
que o estabelecimento alcance, um dia, o fim da sua durabilidade, mas sim, prorrogará a vida
útil deste, buscando sempre a ausência de patologias. A responsabilidade pela manutenção de
um estabelecimento está atr ibuída ao proprietário do mesmo, ou então, a alguma outra
empresa ou profissional habilitado que o proprietário venha a delegar a função (NBR 5674
/1980). Frente a uma manifestação patológica, necessita -se analisar o problema em questão,
visto que este processo, muitas vezes, envolve um conjunto complexo de procedimentos, no
qual ocorrem variações para cada caso. O problema está na falta de uma metodologia
cientificamente reconhecida e aprovada para tal procedim ento (CARMO, 2000). Lichtenstein
(1985) propôs uma estrutura para a análise de problemas patológicos que consiste em uma
seqüência de três etapas. A primeira fase consiste no levantamento de subsídios, fazendo parte
desta, a vistoria do local, a anamnese, ensaios complementares e pesquisa. Entendido o caso,
parte -se então para a segunda etapa, que é a elaboração do diagnóstico, precedido de um
prognóstico que indicará a viabilidade de se fazer intervenções. O último passo será o estudo
das alternativas de i ntervenção, para posterior decisão da conduta a ser seguida. É importante
que os casos, depois de analisados e solucionados, sejam registrados para que, futuramente,
possa -se tomar medidas preventivas para tais falhas e assim, não se torne necessário ter
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gastos e incomodos com terapias corretivas. A NBR 14037/198 também é de suma


importância dentro do tema estudado pois “determina o conteúdo a ser incluído no manual de
operação, uso e manutenção de edificações, com recomendações para sua elaboração e aprese
ntação”, tendo como objetivo orientar o proprietário e o usuário para a correta realização das
atividades de manutenção. Esta norma prevê que a elaboração do manual fica a cargo do
responsável pela produção da edificação. O manual de operação é imprescindí vel para o
usuário para que o mesmo possa consultá-lo quando surgirem dúvidas quanto ao tipo
adequado de uso à qual a edificação se propõe com segurança, assim como para indicar
procedimentos corretos de manutenção e operação. Em marquises, a manutenção se torna
ainda mais importante, pelo fato de constituírem-se elementos isostáticos e em balanço. A
falta de manutenção nestas estruturas pode gerar o colapso das mesmas, devido ,
principalmente, à obstrução do sistema de drenagem e a degradação da camada
impermeabilizante, os quais acabam por desencadear diversas patologias gravíssimas. A
ausência de um manual de manutenção também pode ser a causa inicial de patologias em
marquises, pois os usuários acabam por fazer uso indevido da estrutura, depositando
materiais, pendurando letreiros pesados, e aparelhos condicionadores de ar, gerando uma
sobrecarga não prevista em projeto. Segundo Dal Molin & Campagnolo (1989) um controle
de qualidade rigoroso deve ser realizado tanto no projeto, como nos materiais utilizad os, na
execução e durante o uso de uma marquise, pois a grande maioria das patologias tem origem
relacionada com alguma falha na realização de uma ou mais etapas do processo da construção
civil.

1.1 Justificativa

Este tema foi escolhido pela pertinência das diversas formas de patologias em obras
da edificação civil, podendo ser evitadas com ações preventivas e corretivas. Empresas que
exercem esse tipo de empreendimento podem adotar formas de evitar esse tipo de situações,
criando um setor de avaliação da qualidade do projeto e obra. O modo de como as patologias
são evidenciados é de suma importância para reparações na estrutura, evitando assim sérios
danos para edificação.

1.2 Problematização

A problemática das manifestações patologias está completamente relacionada aos


seguintes parâmetros: quantidade, qualidade, custo e durabilidade, a quantidade diz respeito a
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inúmeras residências padronizadas edificadas, já a qualidade está ligada a consuntibilidade


que também está correlacionado a custo e durabilidade. As empresas que praticam esse tipo
de edificações têm total interesse apenas no lucro máximo em seus empreendimentos,
perdendo assim o foco no desemprenho satisfatórios da entrega de uma boa moradia.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Este trabalho tem como objetivo geral realizar uma revisão bibliográfica sobre a
metodologia de análise e solução de problemas patológicos relacionados a construções civis.

1.3.2 Especifico

 Realizar uma abordagem geral sobre o comportamento das edificações.


 Revisar os conceitos sobre desempenho e durabilidade, e nfatizando os
fatores de influência e as exigências dos usuários
 Pesquisar as principais incidências dos problemas patológicos
 Abordar as recomendações para a manutenção das edificações.
 Revisar bibliograficamente os métodos de análise de problema s patológicos
 Enfatizar as patologias que causam colapsos em marquises, verificando as
formas de manutenção e inspeção.
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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Conjuntos Residenciais

No início os programas habitacionais no brasil surgiram na década de 1960


durante o regime miliar, em consequência da expansão da população trabalhista nas cidades.
No entanto o objetivo principal dessas habitações não era qualidade, mas o custo final,
refletindo na durabilidade e vida útil da edificação, causando o surgimento de patologias e
consequentemente a deterioração dela (FERREIRA; LOBO; RENOFIO, 2007).

2.2 Manifestações Patológicas

No decorrer da vida útil de uma construção, frequentemente, interfere nas


alterações do desempenho da edificação, não apresentando as exigências que deveria seguir.
Essas anomalias podem ser originadas na própria edificação, devido a erros de projeto ou de
execução, resultantes da ação do tempo (deterioração, danificação), ou provocadas pela
alteração de circunstâncias. Para essas deficiências se dá o nome, patologias construtivas, a
ciência da patologia das construções se entende como o ramo da engenharia que estuda os
sintomas, causas e origens dos vícios construtivos que estão presentes em edificações. A partir
do estudo das fontes dos vícios, é possível de se evitar que a ocorrência de problemas
patológicos se torne algo comum nas edificações modernas (DO CARMO, 2003).
É de sumo importância o estudo da patologia, já que influencia diretamente com a
qualidade e durabilidade da obra. Para evitarmos manifestações patológicas, precisa-se fazer
um estudo detalhado das origens para melhor entendimento do fenômeno e ajudar nas
decisões e melhores medidas para combater os problemas (NAZARIO; ZANCAN, 2011).
Segundo Helene (1993), pode estar ligada a vários fenômenos e anomalias, como:
cargas excessivas, variações de umidade, variações térmicas, incompatibilidade de materiais,
agentes biológicos e atmosféricos, entre outros. De acordo com Chaves (2009), patologias
possuem várias origens dentre elas, podemos classificar como congênitas, construtivas,
adquiridas, onde as congênitas tem origem na fase de projeto, geralmente ocorrem por falta de
atenção com as normas técnicas ou erro no lançamento de projeto com falta de detalhamento
ou concepção inadequada, as construtivas ocorrem na fase de execução, geralmente devido a
mão de obra não ou pouco especializada, matérias de baixa qualidade, além de ausência de
metodologia no assentamento de peças, as adquiridas acontecem durante a vida útil dos
revestimentos, geralmente resultado da exposição do meio em que permanecem, de forma
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natural, ou por falta de manutenção, por ação humana, acidentais tem origem de fenômenos
incomuns, como ventos e chuvas fora do habitual e até mesmo incêndios. Patologia é o ramo
da medicina responsável estudo de doença mais especificamente suas causas e sua origem.
(Segundo Robertson 2019).
A análise das patologias são funções também de dois aspectos essenciais, tempo e
condições de exposição, o que a torna associada aos conceitos de durabilidade, vida útil e
desempenho (ANDRADE, 2008). Numa edificação, um sintoma para ser considerado
patológico deve comprometer algumas das exigências de construção, quer seja de capacidade
mecânica, funcional ou estética. Neste sentido, percebe-se que existe uma forte relação entre a
patologia e o desempenho da edificação, na medida em que a sua avaliação é dependente do
comportamento da estrutura em uso (GRANATO, 2002). A resistência e principalmente a
durabilidade de uma edificação dependerá dos cuidados que se tenha com ela e não somente
no instante de projeto como também durante sua construção e posterior manutenção
(GARCIA, 1998). As obras de construção civil continuam sendo apropriadas para as
utilizações e exigências para que foram projetadas. As cargas imposta no projeto deverão
sempre ser avaliadas, pois caso contrario, a construção ao longo do tempo pode apresentar
sérios problemas (GRANATO, 2002). De acordo com Roque (2009), a patologia por
movimentação térmica alcançou a maior incidência verificada na inspeção de campo de sua
pesquisa: 15,7% das manifestações encontradas no total das unidades habitacionais (gráfico
1). É um indicativo importante para a verificação prévia da implantação das unidades
habitacionais, levando em conta as características das condições climáticas (por exemplo, a
incidência da radiação solar), com alternativas técnicas previstas em projeto que possam
minimizar o aparecimento dessa patologia. Entre as incidências patológicas identificadas nas
edificações vistoriadas, as fissuras apresentaram o maior percentual de ocorrência estando
presente em 87% dos casos, seguida por descolamentos com “pulverulência” com 73% e pelo
mofo ou bolor com 47% dos casos estudados. Dos casos analisados pode-se concluir que as
condições de cura e a exposição do revestimento argamassado aos intempéries, contribuem
para o aumento das fissuras (FERREIRA, 2010
Para a aplicação da pintura o reboco deve estar totalmente curado, no mínimo 28
dias. O local que irá receber pintura deve estar, livre de qualquer sujeira, partes soltas devem
ser eliminadas com espátulas, lixas ou escova, locais com manchas, gorduras ou graxas
devem ser eliminados com água e detergente, em seguida enxaguar e aguardar a secagem.
(FAZENDA, 2008). Segundo Iliescu (2007), as causas de patologias mais comuns
ocasionadas na pintura são: Seleção inadequada da tinta por conta da exposição imprópria a
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condições agressivas em relação ao produto escolhido; Condições inadequadas por


temperatura ou umidade muito elevada, baixa ou ventos; 17 Má preparação do substrato, para
aplicação da tinta. Neste caso a pintura apresenta contaminação em graxa, óleo, sujeira, bolor,
superfícies soltas e porosas. Superfícies que ainda não apresenta estabilidade, como o
concreto e argamassa que ainda não atingiram seu tempo de cura; Diluição excessiva da tinta
na aplicação; Formulação inadequada da tinta. Com o passar do tempo, todas as superfícies
sofrem algum tipo de desgaste, seja devido ao uso, ao intemperismo natural ou a outros
agentes externos; de acordo com a superfície ou substrato (FAZENDA, 2008). Os
revestimentos freqüentemente estão sujeitos à ação da umidade e de microorganismo, os quais
provocam surgimento de algas e mofo, e consequentemente o aparecimento de manchas
(BAUER, 1994).
Segundo o dicionário Michaelis, o termo patologia, na medicina, significa "a
ciência que estuda todos os parâmetros da doença, com mais objetividade à origem, aos
sintomas e ao desenvolvimento das condições orgânicas anormais e suas consequências”
Segue algumas manifestações patológicas mais comuns:

Figura 1: Trincas/fissuras causadas pela retração do reboco.

(Fonte Própria, Sinop/MT 2021)

Figura 2: Trincas/fissuras causadas por problemas estruturais. As deformações


estruturais ocorrem quando acontece erro de cálculo de flecha admitida pela norma
da estrutura de concreto armado, o que passa esforços para a alvenaria, resultando
em trincas e fissuras.
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(Fonte Própria, Sinop/MT 2021)

Figura 3: Infiltração causada por ausência de impermeabilização da viga


baldrame. A umidade penetra na alvenaria por capilaridade através dos baldrames quando
não é feita a impermeabilização correta, formando manchas e até mesmo trincas e fissuras.

(Fonte Própria, Sinop/MT 2021)

2.3 Consequências

A ocorrência de patologias na edificação pode interferir diretamente na vida útil


dela, que está diretamente ligada ao desempenho dos materiais e componentes da edificação
(TAGUCHI, 2010). “Vida útil”, é o termo para o tempo que a edificação consegue manter
suas principais características aceitáveis, tais como: resistência, funcionalidade e aspectos
externos. Isso levando em conta que estas estruturas não precisaram passar por reparos
imprevistos.
Além disso, as patologias são progressivas e tendem a se agravar com o passar do
tempo, além de acarretarem outros problemas associados a patologia em questão. Diante
disso, podemos afirmar que medidas tomadas na fase de projeto podem baratear em até cinco
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vezes mais que decisões tomadas durante a execução, pois os custos de reparo são muito
elevados (TAGUCHI, 2010).

2.4 Principais tipos de patologias

2.4.1 Trincas e fissuras

Segundo Braga (2010), essas patologias têm relação com a qualidade da obra,
tanto dos materiais quanto da dosagem de argamassa e concreto, aplicação e a fatores externos
como: variação de temperatura, infiltração, fadiga por cargas repetitivas e temporárias e
fatores estruturais. Por possuírem causas variadas precisam de uma perícia para apurar
melhor, correta intervenção e solução do problema.
Um ponto importante sobre essas patologias, é que elas devem ser monitoradas,
para analisar se são trincas ativas ou passivas. As ativas são trincas que ainda se movimentam,
alterando assim sua dimensão com o passar do tempo e podendo se tornar rachaduras, no
entanto as passivas, estáveis, podem passar anos sem alterar dimensões, tanto largura como
abertura (THOMAZ, 1989).
É possível que haja um conflito entre os termos trinca, fissura e rachadura. Para
deixar claro essa questão, basta saber que as fissuras recebem o mesmo tratamento que as
trincas, no entanto se diferenciam pela dimensão, sendo que as fissuras possuem aberturas até
0,5 mm as trincas vão de 0,5 a 1,0mm e as rachaduras de 1,0 a 1,5 mm (GONÇALVES,
2015).
Em todas as edificações que se emprega o uso de cimento, aparecem fissuras que
podem surgir após anos, semanas ou mesmo algumas horas após o termino da execução dos
trabalhos, existem dois distintos tipos de fissuras quanto a movimentação: o primeiro são as
fissuras “vivas” com movimentação; o segundo são as estabilizadas ou sem movimentação,
denominadas “mortas” (BAUER, 2001). Segundo Thomaz (2010), com a presença da argila
os materiais geram plasticidade às argamassas no estado fresco, porem quando se trata de
compostos finos, os materiais podem induzir a grande incidência de fissuras, podendo ocorrer
infiltração ou até mesmo a desagregação do revestimento. De acordo com Bauer (1994), as
fissuras que sofrem algum tipo de movimentação ou a fissuração da base (estrutura em
concreto ou alvenaria), ocorrem devido aos fatores de execução do revestimento argamassado,
movimentações higrotérmicas e principalmente pela retração da argamassa. Fissuras são
trincas estreitas, rasas e sem continuidade. Ocorrem por várias causas, entre as quais destacam
a má qualidade da argamassa fina e o tempo 18 insuficiente da cal antes da aplicação do
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reboco e a camada muito grossa da massa fina (FAZENDA, 2010). A falta de vergas e
contravergas, ou a utilização ineficiente, contribui para o surgimento de fissuras nos
revestimentos, as vergas e contravergas devem neutralizar as tensões na extremidade das
janelas (BAUER, 1994).

Uma das falhas construtivas que tem se verificado nas edificações é a construção de
contra-vergas muito curtas (pequeno transpasse na lateral dos vãos), a distribuição de cargas
para a base não é feita com a mesma eficiência chegando a verificar-se fissuras verticais
(THOMAZ, 2001).
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2.4.2 Patologias causadas pela umidade

A umidade só se torna um problema quando se apresenta de forma indesejada e


em proporção muito elevada da considerada aceitável. Em grandes proporções, ela pode, por
exemplo, estabelecer condições auspicias a degradações, físicas, químicas e biológicas dos
elementos construtivos (FRANZONI; BANDINI; GRAZIANI, 2014).
A umidade nas edificações está sempre ligada à infiltração de fluidos, na maioria
das vezes, a água, nas estruturas. Diante das adversidades e maneiras como a água percola nos
materiais porosos na construção civil, torna-se primordial o estudo da patologia, para
compreender melhor a infiltração, quais as enfermidades associadas e consequências para que
possa evitar e tratar (BAUERMANN, 2018).
As principais causas de patologias por umidade são: umidade decorrente da
fabricação dos materiais, umidade gerada na exceção da obra, umidade proveniente do ar
decorrente de fenômenos meteorológicos, e pela umidade do solo. (Segundo Thomaz 1989),
Ademais, a umidade na edificação pode causar anomalias generalizadas ou
localizadas, seja a causa a ebulição da água, ou mesmo ela encontrada liquida em grandes
quantidades nos materiais. No primeiro caso a água ao evaporar-se pode provocar expansões
ou destaques de alguns materiais ou, por diminuir a temperatura superficial dos materiais, dar
início a condensações. No segundo, podem surgir manchas de umidade ou condensações,
originárias devido a condutibilidade térmica dos materiais variar em função do respectivo teor
de água (HENRIQUES, 1994).
A grande maioria dos problemas é causada nos pequenos detalhes, seja na fase de
projeto, execução ou manutenção. Os problemas com relação à umidade estão presentes em
todas as fases de uma edificação, sendo a prevenção a melhor solução. “Ou seja, antecipar
projetos na fase de projeção é essencial” (BRAGA, 2010). Segundo Bauer (1994), existe uma
série de mecanismo que podem provocar umidade nos materiais de construção, sendo os mais
importantes relacionados: Absorção capilar de água; Absorção de águas de infiltração ou de
fluxo superficial de água; Absorção higroscópica de água; Absorção de água por
condensação capilar; Absorção de água por condensação. O acesso de água as fundações em
uma quantidade que ocasione a deformabilidade de solos argilosos podem ocasionar em
diversos casos de patologias e danos as edificações (THOMAZ, 2001).
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A umidade pode provocar descascamento em que, junto com a película de tinta, sai
também parte do reboco e costuma ficar esfarelado por baixo. Sua caracterização é pela
destruição da pintura, que se esfarela, destacando-se da superfície juntamente com partes do
reboco (ILIESCO, 2007). Com finalidade de diminuir a umidade, certa companhia de
habitação especificou para um de seus empreendimentos: “nas bases de todas as paredes
externas deverá ser aplicada barra de chapisco de cimento e areia, traço 1:3, com altura de 50
cm” (THOMAZ, 2001). Os problemas de umidades foram os que apresentaram maior
incidência no levantamento realizado em conjuntos habitacionais, as ocorrências mais sérias
de umidade nas bases de paredes externas, tanto por ascensão capilar de umidades do solo
(deficiência de impermeabilização de alicerces) como pelo respingamento de água de chuva
proveniente dos telhados (THOMAZ, 2001). Segundo Bauer (1994), nos pavimentos térreos,
onde a água pode subir por capilaridade pela alvenaria, poderão ocorrer fissuras próximas ao
piso, provocadas pelo inchamento da alvenaria e argamassa, pelo contato constante com a
água
A umidade pode provocar descascamento em que, junto com a película de tinta, sai
também parte do reboco e costuma ficar esfarelado por baixo. Sua caracterização é pela
destruição da pintura, que se esfarela, destacando-se da superfície juntamente com partes do
reboco (ILIESCO, 2007). Com finalidade de diminuir a umidade, certa companhia de
habitação especificou para um de seus empreendimentos: “nas bases de todas as paredes
externas deverá ser aplicada barra de chapisco de cimento e areia, traço 1:3, com altura de 50
cm” (THOMAZ, 2001). Os problemas de umidades foram os que apresentaram maior
incidência no levantamento realizado em conjuntos habitacionais, as ocorrências mais sérias
de umidade nas bases de paredes externas, tanto por ascensão capilar de umidades do solo
(deficiência de impermeabilização de alicerces) como pelo respingamento de água de chuva
proveniente dos telhados (THOMAZ, 2001). Segundo Bauer (1994), nos pavimentos térreos,
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onde a água pode subir por capilaridade pela alvenaria, poderão ocorrer fissuras próximas ao
piso, provocadas pelo inchamento da alvenaria e argamassa, pelo contato constante com a
água.

2.4.3 Patologias na pintura

Para a aplicação da pintura o reboco deve estar totalmente curado, no mínimo 28 dias. O local
que irá receber pintura deve estar, livre de qualquer sujeira, partes soltas devem ser
eliminadas com espátulas, lixas ou escova, locais com manchas, gorduras ou graxas devem
ser eliminados com água e detergente, em seguida enxaguar e aguardar a secagem.
(FAZENDA, 2008). Segundo Iliescu (2007), as causas de patologias mais comuns
ocasionadas na pintura são: Seleção inadequada da tinta por conta da exposição imprópria a
condições agressivas em relação ao produto escolhido; Condições inadequadas por
temperatura ou umidade muito elevada, baixa ou ventos; 17 Má preparação do substrato, para
aplicação da tinta. Neste caso a pintura apresenta contaminação em graxa, óleo, sujeira, bolor,
superfícies soltas e porosas. Superfícies que ainda não apresenta estabilidade, como o
concreto e argamassa que ainda não atingiram seu tempo de cura; Diluição excessiva da tinta
na aplicação; Formulação inadequada da tinta. Com o passar do tempo, todas as superfícies
sofrem algum tipo de desgaste, seja devido ao uso, ao intemperismo natural ou a outros
agentes externos; de acordo com a superfície ou substrato (FAZENDA, 2008). Os
revestimentos freqüentemente estão sujeitos à ação da umidade e de microorganismo, os quais
provocam surgimento de algas e mofo, e consequentemente o aparecimento de manchas
(BAUER, 1994).

2.5 Vistoria de patologias construtivas

Segundo Lichtenstein (1986), várias edificações pelo mundo enfrentam problemas


que diminuem seu desempenho, e boa parte merece uma análise metódica individualizada
para resolvê-lo. No entanto, essa análise não segue um método especifico ela depende mais,
embora não unicamente, da intuição e conhecimento empírico do profissional, com a
“habilidade” prevalecendo no lugar do método. A resolução da patologia depende do alcance,
da abertura e plenitude do conhecimento do técnico de perceber e vivenciar a própria
experiencia.
18

A estrutura da genérica de do método da patologia se divide em três etapas, sendo,


levantamento dos subsídios, essa parte trata-se sobre reunir sondagens e informações sobre a
patologia local, essas informações são recolhidas de três formas, perícia, histórico do
problema e da edificação e resultados de ensaios e análises complementares. Dentro da perícia
o técnico utiliza dos sentidos e determinados instrumentos para realizar testes de campo
rápidos, para determinar o fenômeno, dependendo do técnico podendo dar o diagnóstico já
nos exames iniciais. Caso os subsídios não se tornem efetivos o segundo passo será o
levantamento do histórico da edificação e da patologia, a partir de informações verbais de
testemunhas, ou podem ser formalizadas como em projetos diário de obra, notas fiscais de
materiais e componentes e assim por diante.
A metodologia da perícia direciona a partir do levantamento de dados, não
imutáveis e adaptáveis para cada situação, segue os seguintes passo: determinação da
existência da patologia e sua gravidade; definição da extensão e alcance do exame;
particularização de materiais e da patologia (utilizando sentidos humano e instrumentos); e o
registro dos resultados. Diagnóstico da situação, esta parte, resumidamente, trata-se do
entendimento de causas e efeitos das patologias e como prosseguir com o conhecimento e
dados recolhidos. Grande parte das ocasiões o diagnostico final do problema, pode ser feita de
maneira imediata, pelos sintomas característicos das patologias, no entanto as vezes o sentido
humano os interrogatórios e avalição dos documentos pertinentes a obras não se mostram
suficiente e o técnico é levado a fazer exames complementares. Seja para aprofundamento da
causa ou garantir a correção os exames complementares podem ser classificados como:
exames e ensaios laboratoriais; ensaios in loco. Definição da conduta, nesta etapa entra o
trabalho que vai ser executado para resolver a patologia, incluindo os meios empregados e a
previsão das consequências se tratando de desempenho. Primeiramente é feito o prognóstico,
hipóteses sobre as consequências que a patologia pode vir a ocorrer e as alternativas de
intervenção destas.
O técnico deve levar em conta a evolução da patologia, e ao definir as alternativas
estudadas e levar em consideração a relação custo/benefício.

2.6 Desempenho das edificações

Patologia em uma estrutura é entendida como algo que compromete aquilo que a
edificação busca desempenhar, para algum objetivo, seja estético, estrutural ou funcional. Por
isso existe forte ralação ente desempenho e a manifestação de alguma patologia na edificação,
19

assim que para avaliação da mesma, busca-se analisar o comportamento da construção no uso
(ANDRADE; SILVA, 2005).
Desempenho de uma edificação pode ser definido como conduta de utilidade, ou
seja, a edificação atender condições mínimas de moradia (conforto termoacústica, higiene,
segurança, entre outros), atender a necessidade do(s) morador(es) por um período de tempo
(POSSAN; DEMOLINER, 2013).
Segundo borges (2008), afirma que desempenho dependerá do senso do usuário,
ou o desempenho atenderá de acordo com as exigências dele, subjetivas, crescentes, varia de
acordo com o tempo e região, e baseadas ainda na expectativa que os usuários têm com a
edificação. Porem essa não é a única variável, dependendo também pelo ambiente em que se
encontra, como a exposição a temperatura, umidade, insolação, além de ações externas
resultantes de ocupação (BORGES, 2008).
20

3. MATERIAL E MÉTODOS

Como trabalho inicial será realizado um estudo qualitativo do desempenho de


residências de um conjunto habitacional, a partir de um estudo quantitativo de vistorias, em
busca de patologias, e assim a partir de um diagnostico chegar a um prognóstico das mesmas.
O conjunto habitacional escolhido para pesquisa foi de um bairro localizado na cidade de
Sinop-MT. As residências são padronizadas, possuem dois quartos, banheiro, sala e cozinha
conjugada. com área de 47,5 m², avaliadas em cerca de R$ 62 mil cada unidade.
Para a perícia será utilizada uma série de passos para recolher e avaliar dados das
patologias tais como identificar presencialmente a partir dos sentidos humanos e
conhecimentos agregados durante o trabalho, as possíveis patologias edificações do conjunto
habitacional, realizar registro fotográfico das patologias identificadas, além de registro com
sentidos humanos e ferramentas de quantidade, localização, características, a incidência nas
residências e se está afetando a estrutura da edificação, além de um registro histórico com o
proprietário sobre a evolução da patologia.

3.1 Especificações dos Materiais

Para a realização da pesquisa foi utilizado:


 Formulário para abordagem dos moradores;
 lista de verificação para anotação das principais patologias encontradas;
 câmera digital para registro fotográfico;

Figura 4: Metodologia - Fluxograma de inspeção

(Fonte Própria, Sinop/MT 2021)


21

3.2 Especificações dos Metodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a ocorrência de patologias das construções,
especificamente sobre conjuntos habitacionais. As informações obtidas serviram de
embasamento cientifico para as posteriores etapas de desenvolvimento do trabalho.
O conjunto habitacional, teve a certidão de habite-se expedida no ano de 2006, fica localizado
na região norte da cidade de Sinop, estado do Mato Grosso, em um terreno bastante íngreme,
que anteriormente era usado para plantio de lavouras de soja e milho. O conjunto analisado
possui 22 (vinte e duas) unidades habitacionais, das quais foi retirada uma amostragem de 9
(nove) unidades, aproximadamente 50% do total de residências. As amostras foram
selecionadas por meio de sorteio, pelo método de cumbuca:
1º - as casas foram numeradas de 1 a 83.
2º - foram escritos os números das casas, de 1 a 22, em pedaços iguais de papel, colocados em
uma urna e após serem misturados, foram retirados, um a um, os nove números que formaram
as amostras. A pesquisa foi realizada entre os dias 28/09/2021 e 09/10/2021 em horários
distintos, conforme a disponibilidade dos moradores. Cada avaliação durou aproximadamente
30 minutos. Foi elaborado um check-list (Figura 5) que consiste em um formulário de
investigação. O formulário é preenchido com entrevista realizada com os moradores com a
finalidade de detectar as manifestações patológicas. Após a identificação das patologias
atribuiu-se notas as amostras de acordo com a seguinte classificação:
0 – sem incidência de patologias (nenhuma patologia encontrada);
1 – baixa incidência de patologia (de 1 a 3 patologias encontradas);
2 – média incidência de patologia (de 4 a 6 patologias encontradas);
3 – alta incidência de patologia (acima de 6 patologias encontradas);
Os resultados obtidos serão analisados criteriosamente em tabelas e gráficos com objetivo de
indicar a incidência de patologias encontradas nas amostras, e realizar ainda uma comparação
com outros trabalhos já realizados nessa linha de pesquisa.
22
23

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

De acordo com o material utilizado para anotações das patologias encontradas nas
amostras pesquisadas (Figura 5), foi possível direcionar as incidências patológicas para
tabelas, denominando as amostras em: amostra 1 (A1), amostra 2 (A2), amostra 3 (A3)...
Amostra 9 (A9), conforme descrito abaixo

4.1 Patologias causados pela umidades

Na amostra 1 foram identificadas incidências patológicas referente à umidade por capilaridade


conforme figura 6.

A tabela 1 mostra às notas atribuídas as incidências patológicas provocadas por umidade.

Com os resultados obtidos na tabela 1, podemos visualizar que das patologias causadas por
umidade, à umidade por capilaridade com média de 1,8, é a que tem a maior incidência
patológica dentre as amostras. O gráfico 2 mostra as notas atribuídas as incidências
patológicas apresentadas pela umidade.
24

Como se pode observar através do gráfico-2, a principal patologia causada pela umidade foi
umidade por capilaridade com a nota 1,8, seguida de umidade na janela com nota de 1,2 e por
fim temos umidade nas parede de banheiros e cozinhas, empatadas com nota de 0,3.

4.2 Patologias causados por fissura

A figura 10 nos mostra, fissuras decorrentes da inexistência ou utilização incorreta de vergas e


contra-vergas.

A tabela 2 apresenta às notas atribuídas as incidências patológicas por fissuras.


25

Com as informações obtidas na tabela 2, pode-se afirmar que dentre as patologias causadas
por fissuras, a principal incidência patológica são os mapeamento nos revestimentos com nota
média de 1,7. O gráfico 3 mostra as notas atribuídas as incidências patológicas apresentadas
pelas fissuras.

Como vemos no gráfico 3, a principal patologia cauda por fissura foi, mapeamento com a nota
1,7, seguida por fissura em revestimento com nota de 1,4, fissura em portas e janelas
empatadas com nota de 0,6 e por fim temos fissuras em revestimento cerâmico com nota de
0,3.

4.3 Patologias causados na pintura

A figura 14 mostra a incidência de manchas na pintura interna, proveniente de umidade


excessiva.

A tabela 3 mostra as notas das incidências patológicas apresentadas na pintura.


26

Com os resultados apresentados na tabela 3, podemos dizer que das patologias causadas na
pintura, as manchas, é a que tem a maior incidência patológica dentre as amostras, com nota 2
de média. O gráfico 4 trás as notas atribuídas as incidências patológicas na pintura

4.4 Resumo das principais patologias encontradas

O gráfico 5 mostra a média geral das principais patologias encontradas no conjunto


habitacional Domingos Machado de Oliveira.

Como se pode observar no gráfico 5, as principais patologias encontradas foram as referente


a: Pintura; Fissuras; Umidade; Tendo uma grande similaridade com os outros trabalhos
pesquisados, que também apresentam esses tipos de patologias como principais resultados.

5. CONCLUÇÕES
27

Com as informações obtidas no conjunto habitacional de Sinop, estado do Mato


Grosso, foi possível caracterizar a incidência de patologias nesse tipo de habitação.

5.1 Sintese dos principais resultado

Como principal resultado pode se considerar problemas na pintura como a vilã das
patologias encontradas, conforme a bibliografia pesquisada. As fissuras também aparecem em
boa parte das amostras, ocasionadas por diversas formas, temos como exemplo: o
mapeamento, fissuras em portas e janelas. A maioria das patologias tem relação com umidade
por diversas ocasiões, como exemplo: a capilaridade. Apenas uma das amostras analisadas
não foi encontrada indícios de patologias, isso pode ter ocorrido muito provavelmente pela
manutenção imposta pelo proprietário, que havia efetuado uma pintura interna e externa na
edificação, poucos dias antes do levantamento para esse trabalho.

5.2 Relação dos objetivos do trabalho

Os objetivos traçados para esse trabalho foram alcançados. As principais patologias


foram identificadas através da metodologia adotada, usando um questionário foi possível
identificar o que estava ocorrendo no conjunto habitacional. 35 Por meio da pesquisa foi feito
um levantamento bibliográfico das principais patologias decorrentes em edificações do
mesmo padrão das habitações do conjunto habitacional Domingos Machado de Oliveira.
Quando comparado a outros trabalhos já realizados na mesma finalidade, pode se verificar
que as incidências patológicas foram similares, como por exemplo, no estudo elaborado em
um dos trabalhos citados acima, a patologia de maior incidência foi por movimentação
térmica, conseqüentemente provocando fissuras. No estudo realizado no conjunto habitacional
Domingos Machado de Oliveira, podemos ver que a fissura também esta entre as principais
incidências patológicas.

5.3 Sintese dos principais resultado

Para empresas e profissionais do ramo da construção civil voltadas para edificações


de conjuntos habitacionais, um dos fatores importantes a se considerar são as incidências
patológicas apontadas por esse estudo. Seria muito interessante e recomendável um posterior
estudo onde as patologias encontradas nas referidas amostras fossem acompanhadas após
determinado tempo de término desse trabalho, pois essas poderão evoluir agravando o estado
28

das edificações ou até mesmo surgirem novas patologias decorrentes nessas mesmas unidades
habitacionais

5.4 Sintese dos principais resultado

Consideradas as dificuldades na aquisição de uma habitação pela população de menor


renda, e dentro de suas possibilidades econômicas e sociais, a iniciativa de viabilizar o
loteamento popular tornou-se importante para atender parte da demanda reprimida existente
no município de Sinop. Contudo, a concepção do empreendimento pode ser considerada como
eivada de algumas deficiências relacionadas aos projetos, aos materiais e ao processo
construtivo.
29

6. REFERÊNCIAS
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