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SEMANA DA

RESUMO
Aula 03

TC ABDOME
PARTE 02
SEMANA DA

RESUMO - AULA 03
TOMOGRAFIA DE ABDOME
PARTE 02

SUMÁRIO
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 04
Brida 04
Íleo Adinâmico 04
Obstrução em Alça Fechada
04
Obstrução do intestino grosso 05
ABDOME AGUDO PERFURATIVO
05
Úlcera Perfurada
05
Doença Inflamatória Intestinal
06
ABDOME AGUDO ISQUÊMICO
06
Colite isquêmica 06
SUMÁRIO
Torção Ovariana 06
Torção Testicular
07
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO
07
RESUMÃO POR LOCALIZAÇÃO
08

/voceradiologista /joãopauloqueiroz t.me/voceradiologista

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ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO
Clínica: distensão abdominal, parada de eliminação de flatos e fezes, vômitos. RHA no início pode ser metálico e
tende a desaparecer, percussão hipertimpânica.
Obstrução do delgado
Brida, íleo paralítico (pós-cirúrgico ou sepse), obstrução em alça fechada, hérnia interna, hérnia encarcerada,
intussuscepção (crianças – alça dentro de alça – aspecto em “alvo”, longitudinal lembra “sanduíche”).

Brida
Regra do 3 – 6 – 9: delgado deve ter no máximo 3 cm de diâmetro, alças de cólon no máximo 6 cm e ceco no
máximo 9 cm.

Dilatação de alça intestinal com nível hidroaéreo: pensar em abdome obstrutivo. Procurar por duas coisas: 1) se
as alças estão difusamente dilatadas ou 2) se há mudança abrupto de calibre nas alças (algo está estenosando a
alça (aderência) – causa mecânica).

Quando procuramos o ponto de transição abrupta de calibre, sempre procurar fecalização (aspecto em miolo
de pão) no delgado, que ocorre por estase. Geralmente isso ocorre logo antes de haver o ponto da obstrução.
Nem sempre vamos ver com precisão o ponto da mudança abrupta de calibre da alça intestinal, mas se vermos
num mesmo exame alças de delgado dilatadas, com nível hidroaéreo, adensamento da gordura adjacente e
vermos também alças de delgado de calibre normal, é muito provável que haja uma mudança abrupta de
calibre.

No abdome agudo obstrutivo por causa mecânica a principal hipótese é brida. Nesses casos, frequentemente
há líquido na cavidade abdominal.
Brida é uma aderência, frequentemente por cirurgia prévias, mas pode ter inúmeras causas.

Íleo Adinâmico
Alça dilatada com nível hidroaéreo, pode ter adensamento da gordura adjacente, líquido intra-abdominal.
A diferença é que no íleo adinâmico a dilatação de alças intestinais é difusa (delgado e cólons).
Íleo paralítico ou íleo adinâmico: depende a causa, se metabólica ou pós-cirúrgica.

Obstrução em Alça Fechada


Hérnia interna e hérnia encarcerada.

Hérnia interna é a passagem do conteúdo abdominal sem sair da cavidade abdominal (interior da cavidade
abdominal) – como defeitos nos omentos em que a alça intestinal passa por ali.
Hérnia encarcerada é qualquer hérnia que a alça intestinal não consegue voltar ao seu local habitual (fica fora
da cavidade abdominal) – como hérnias inguinais. Líquido perto da alça e adensamento da raiz mesentérica
indicam sofrimento da alça.
Obstrução do intestino grosso
Volvo sigmoide, volvo cecal, câncer colorretal, intussuscepção ileocólica.

Volvo sigmoide.

Clássico sinal do grão de café ou “U” invertido.

Aspecto liso/“careca” (tende a não preservar as haustrações).

Geralmente há dilatação (ar) em outros segmentos intestinais.

Tende a apontar para o hipocôndrio direito.

Na TC vamos encontrar dois pontos de transição abrupta de calibre (alça fechada) e o sinal mais importante é a
torção do mesentério do sigmoide (sinal do redemoinho). Caso não seja possível identificar a torção do mesen-
tério do sigmoide, pode se tratar apenas de uma dilatação do intestino grosso.
Volvo cecal
Geralmente apenas uma alça está dilatada.
Preserva as hasutrações.
Aspecto em “vírgula”.
Tende a apontar para o hipocôndrio esquerdo.

Na TC: alça dilatada com transição abrupta de calibre. Não faz o sinal do remedoinho pois o ceco apenas gira
sobre o seu próprio eixo.
O ceco que torce geralmente é o que não está bem fixado no seu local habitual (congênito).

ABDOME AGUDO PERFURATIVO


Clínica: quadro de dor súbita intensa, muitas vezes já tem uma dor crônica que agudiza, vômitos abundantes.

Úlcera Perfurada
Geralmente devido perfuração de alça intestinal, gerando pneumoperitônio ou até mesmo nível hidroaéreo
(hidropneumoepritônio).

Cuidado para não confundir pneumoperitônio com chilaiditti: alça intestinal com conteúdo aéreo sobreposta
ao fígado. Para diferenciar: cólon vai ter conteúdo fecal.

Gás livre x gás dentro de alça intestinal: observar se há parede (alça).


A causa mais comum é úlcera perfurada.

Na TC, o paciente está deitado e o ar se acumula na parede abdominal anterior. Na maioria das vezes não
conseguiremos identificar a úlcera na TC; as vezes vemos a parede espessada e uns focos de ar na parede do
estômago ou duodeno.
Doença Inflamatória Intestinal
Especificamente doença de Crohn. Retocolite ulcerativa tende a não fazer perfuração.
Sinal do pente: gordura da raiz do mesentério fica adensada e os vasos ficam calibrosos. Além disso, pode-se
ver espessamento da parede da alça que está acometida (no espessamento crônico vemos gordura dentro da
parede da alça).
Dependendo do nível da perfuração o pneumoperitônio pode ser extra ou intraperitoneal (e isso determina a
abordagem cirúrgica).
Geralmente não se identifica o local da perfuração na TC.

ABDOME AGUDO ISQUÊMICO


Isquemia Intestinal
Pode não dar sinal tomográfico nenhum. Muitas vezes a fase inicial da isquemia intestinal não dá alteração
tomográfica nas primeiras horas.
“Paciente idoso, com dor mal localizada, EF inespecífico, com fibrilação atrial de comorbidade, com exame
tomográfico normal = não dar alta até resolução da dor!”.
Na fase mais avançada da isquemia, vê-se na TC: parede de alça espessada (aspecto em halo) e borramento
intenso da raiz mesentérica – nesse momento há necrose da alça intestinal.
No local da necrose pode ter bactéria produtora de gás na parede de alça, pneumatose intestinal (gás na
parede da alça) e esse gás é drenado para o sistema porta-hepático (aeroportia).
Pneumatose x ar normal na alça: o ar normal fica na porção superior da alça. Se o ar ficar na parte inferior
(circundando a alça, circundando conteúdo fecal) é porque o ar está dentro da parede da alça (pneumatose
intestinal).

Colite isquêmica
Espessamento da parede e borramento da gordura.
Geralmente paciente com insuficiência cardíaca crônica, fibrilação atrial, pós-PCR, ateromatose vascular
exuberante ou com outros locais com isquemia.
Localização típica: perto da flexura esplênica e sigmoide (zonas de fronteira do cólon – mais mal vascularizados
– primeiros locais a sofrer com o baixo débito).
Artéria mesentérica superior: ceco até a flexura esplênica.
Artéria mesentérica inferior: flexura esplênica até o reto.
Zonas de fronteira: flexura esplênica e retossigmoide.

Torção Ovariana
Dor abdominal de início súbito, intensa, frequentemente mal localizada. Paciente jovem em idade fértil.
Pode ser idiopática, mas geralmente tem um gatilho: cisto ovariano/massa ovariana grande prévio.
Melhor vista no US e RM.
Aumento de volume, adensamento da gordura adjacente, interrompe a vascularização (sem mapa vascular ao
estudo Doppler), os pequenos folículos se acumulam na periferia do ovário.
Torção Testicular
US ou RM, mas geralmente US.
Aumento de volume, parênquima mais heterogêneo, sem mapa vascular ao estudo Doppler.
Comum em adolescentes. Dor súbita.

ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO

Trauma Abdominal
Sangue na TC: pode ter cor de líquido normal (cinza escuro), mas se for bem recente pode ter atenuação maior
(mais branco).

Fígado
Geralmente por trauma como facada ou automobilístico.
A laceração no fígado vê-se como uma alteração da sua densidade (sangue proveniente da laceração no meio
do parênquima hepático).
Sempre atentar para o subcutâneo (enfisema).

Baço
Alteração de densidade no parênquima esplênico.

Testículo
Aspecto irregular (não mais ovoide), área mais heterogênea dentro do testículo (hematoma dentro do testículo),
a qual não apresenta fluxo ao estudo Doppler (mas o restante do parênquima testicular apresenta fluxo habitu-
al). Pode ter hematoma dentro da bolsa testicular.

Pênis
Quando lesa a túnica albugínea pode ter extravasamento de sangue das artérias e veias penianas para a bolsa
testicular e para o próprio envoltório do pênis, causando um edema local exuberante.
Procura-se por uma área de descontinuidade da túnica albugínea (tratamento cirúrgico). Caso não haja: trata-
mento conservador.

Ruptura de Aneurisma de Aorta


Sinal de ruptura na TC: líquido na cavidade abdominal no contexto de aneurisma.
Aneurisma micótico: irregular. Pensar em infecção, causa não é ateromatosa.

Gravidez Ectópica
US: antes identificar sempre os dois ovários. Geralmente fica perto dos ovários, parecendo como um “terceiro
ovário”, com saco gestacional em seu interior.
Clínica: paciente jovem ou mais velha, que inicia com dor abdominal súbita, com queda da hemoglobina
(gravidez ectópica rota sangra muito e cai a Hb), taquicárdica, desidratada, com sinais de baixo débito.
RESUMÃO POR LOCALIZAÇÃO

Dor epigástrica: pancreatite, colelitíase e colecistite, úlcera perfurada e aneurisma aórtico roto.

Dor no quadrante superior direito: colecistilitíase e coledocolitíase, colecistite aguda, abscesso hepático.

Dor no quadrante superior esquerdo: infarto esplênico, trombose de veia esplênica e ruptura esplênica.

Dor no quadrante inferior direito: apendicite, adenite mesentérica, cecoileíte, infarto omental.

Dor no quadrante inferior esquerdo: diverticulite aguda, apendagite epiploica, torção/abscesso tubo-ovariano.

Dor lombar/dorsalgia: cálculo ureteral, pielonefrite aguda, trombose da veia/infarto renal.

Dor hipogástrio: corpo lúteo hemorrágico, torção ovariana, cistite, DIP.

Dor bolsa escrotal: orquiepididimite, torção testicular, hérnia inguinoescrotal.

Dor difusa/mal localizada: apendicite inicial, isquemia intestinal, obstrução do delgado ou grosso, colite infec-
ciosa.

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