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Filipe Moura

DRGE
Refluxo ou fluxo retrógado do ácido para o esôfago. Geralmente por  Queimação retroesternal
aberturas defeituosas do esfíncter superior. O diagnóstico é clínico:  Regurgitação
Sintomas de queimação retroesternal 2 vezes por semana de 4 a 8  Azia que sobe pelo esterno
semanas e sensação de empachamento  Queimação que piora ao ingerir pimenta, café, álcool,
chocolate.
 Piora quando está deitado e melhora quando se eleva.
 Paciente sente como se tivesse uma bola na garganta e
empachado.

SINTOMAS ATÍPICOS OU EXTRA ESOFÁGICO:

Os sintomas atípicos decorrem de devido a aspiração suco gástrico


durante o refluxo.

 Tosse
 Refluxo  Rouquidão
 Achado histológico  esofagite de refluxo  Laringite
 Diagnóstico clinico Sintomas 2x/ semanas por 1 a 2 meses  Pneumonia recorrente
 Asma sibilância
EPIDEMIOLOGIA:  Pigarro
 Sinusite crônica bronquite
 Doença crônica mais frequente do TGI  Bronquiectasia
 Acomete qualquer idade, predileção por pessoas mais velhas  Otite
 Perda importante da qualidade de vida  Aftas
 Sintomatologia variável  Halitose
 Erosão dentária
FISIOPATOLOGIA  Mucosa orofaríngea inflamada

A principal causa é o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior. É muito relativo, a intensidade e frequência dos sintomas nem sempre
Mas existem inúmeras causas, como o esfíncter ser muito curto, o esôfago batem com os achados histopatológico. É só lembrar que podemos ter
entrar em um ângulo muito agudo no estômago, o EEI estar muito acima do esofagite sem sintomas e sintomas sem esofagite.
abdômen e perder o apoio da musculatura do abdômen. Uma outra causa
possível é a presença de hérnia hiatal, que faz com as estruturas do DIAGNÓSTICO:
abdômen subam e fiquem dentro do tórax.
Pirose ou regurgitação ou ambos que pioram após a refeições, pioram
 Relaxamento transitório do EEI em decúbito e aliviam com antiácidos. Esses sintomas são suficientes
 Hérnia de hiato: para dar o diagnóstico de DRGE. Nesses casos em que o paciente tem
 Existe refluxo sem hérnia de hiato esses sintomas e não mostra sinais de alerta, basta fazer uma prova
 Existem hérnia de hiato sem refluxo terapêutica com omeprazol 20 mg por 14 dias semanas – duas
 São três tipos: semanas.

 Deu certo? --> Vc acertou e ele tem de manter DRGE, agora


HÉRNIA DE HIATO TIPO I: A junção gastroesofágica
é manter o tratamento por mais tempo
atravessa o hiato e sobe para o mediastino. Quanto maior for a hérnia,
 Não deu certo? --> Exames.
maior será o refluxo gastroesofágico.

HÉRNIA DE HIATO TIPO II: Por rolamento, o fundo gástrico EXAMES:


invade a cavidade torácica. Nesse tipo a transição fica fixa no lugar, o
Solicitado quando o teste terapêutico não surtiu o efeito esperado
que sobe é apenas o fundo gástrico.
durante as duas semanas.
HÉRNIA DE HIATO TIPO III: Mista, tanto a região do
esfíncter; como o fundo gástrico sobem. PHMETRIA DE 24 HORAS:

É o exame padrão ouro para diagnostico de refluxo ácido. O exame


SINTOMAS:
avalia o nº de episódios maiores que 5 minutos e o tempo de refluxo
2x na semana de 4 a 8 semanas com sintomas. O paciente alega Azia mais longo.
ou queimação que sobe pelo esterno e pode tocar a boca, fazendo o
paciente regurgitar. Essa sensação é devido ao ácido que toca o
esôfago e muitas vezes alcança a boca. Queimação retroesternal+
regurgitação  ERGE. Podemos separar os sintomas em típicos e
atípicos.

SINTOMAS TÍPICOS
Filipe Moura
SERIGRAFIA ESÔFAGO  20mg/dia em jejum ou 30 minutos antes do jantar
ou dividir café e janta
Avalia a anatomia, se há ou não hérnia de hiato ou obstrução, bom  2º Pantoprazol:
para crianças que não toleram a phmetria.  40mg/dia em jejum ou 30 minutos antes do jantar
ou dividir café e janta.

IMPEDANCIOMETRIA
Quando o paciente não melhorar, devemos dobrar a dose. Quando
Exame caro e pouco disponível. Dizem que será o futuro, pois não mesmo assim não melhorar, significa dizer que o paciente é refratário
importa o refluxo (temos refluxos não ácidos (duodeno), ela consegue  cirurgia
avalia a movimentação de líquido ácido e básicos. Avalia a presença e
movimento do bolo no interior do estômago- se é retrogrado ou OUTROS MEDICAMENTOS: São drogas que agem na acidez, mas
anterógrado. Diferencia líquido de gás e avalia a acidez ou se o refluxo que quase não são usados para refluxo devido agirem em apenas uma
é não ácido. das vias que elevam o PH ácido.

 Bloqueadores de H2
MANOMETRIA:  Cimetidina: 800mg/dia 2x ao dia (em jejum e 30
min antes do jantar)
Avalia as pressões, não dá diagnóstico de refluxo. É uma avaliação
anatômica e motora. Indica o grau de incompetência do esfíncter. É
fundamental para cirurgia. Ela valia a pressão e tamanho do esfíncter. TRATAMENTO CIRÚRGICO

ENDOSCOPIA
INDICAÇÃO:
Endoscopia normal não exclui refluxo. Avaliar tumor, ulcera e
 Refratário não responde aos IBP
biópsia. Indicado quando houver complicações ou sinais de alarme
 Recorrente Trata e volta
como:
 Complicado  úlcera esofágica, estenose, esôfago de barret
 Sintomas em pacientes com > 45/40 anos
 Odinofagia (dor ao deglutir) EXAMES PRÉ-OPERATÓRIO
 Perda de peso
 Icterícia Veja que até o momento todo o diagnóstico e tratamento usou de
 Anemia critério clínicos. Até mesmo a indicação cirúrgica, mas não podemos
 Disfagia (dificuldade ao deglutir) por um paciente na mesa de cirurgia com base em apenas achados
clínicos. Devemos ter em mente que a cirurgia é complicada e o
paciente segue com riscos e restrições; por isso devemos sempre
DIAGNÓSTICOS DI FERENCIAL:
confirmar o diagnóstico por exames:
Um dos primeiros diagnósticos diferencias que devem ser eliminados é
 Phmetria ácida: confirmar o refluxo ácido em 24 horas
doença coronariana. Sempre elimine a possibilidade de infarto, solicite ECG e
 Monometria: auxilia no tipo de funduplicatura que será
troponina.
realizada, tendo como base a pressão atual do esfíncter
 Doença coronariana
Perceba que se o paciente entrar de cara em uma cirurgia, mesmo que
 Dispepsia funcional por hábitos de vida
ele tenha refluxo, podemos apertar de mais ou de menos o EEI por não
 Distúrbios neuropsiquiátricos
saber qual a pressão atual. Muito pacientes podem evoluir com
 Esofagite infeciosa
acalasia por erros cirúrgicos
 Distúrbios motores do esôfago
 Neoplasia esofágica
 Outros: TÉCNICAS

A técnica se chama de funduplicatura por usar o fundo do estômago.


TRATAMENTO
Ele é passado ao redor do EEI e suturado.

MUDANÇA DE HÁBITOS DE VIDA E ALIMENTAÇÃO


FUNDUPLICATURA TOTAL: pacientes com manometria
 Elevar a cabeceira da cama em 15 cm normal, mostra que o paciente tem boa peristalse.
 Evitar deitar nas duas primeiras horas após a refeição
 NISSEN: Colocação de uma valva de 360º
 Reduzir peso, para diminuir pressão sobre o esfíncter
 Comer em intervalos regulares, em 3/3 horas
 Não fumar, não beber

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

IBP por 8 semanas. O medicamento de primeira linha são os inibidores


da boba de prótons. O paciente vai iniciar com o teste terapêutico por
duas semanas, caso ele apresente melhora; vamos solicitar mais 6 FUNDUPLICATURA PARCIAL : paciente com manometria
semanas para inteira as 8 semanas de tratamento. mostrando problemas de motilidade.

 Anterio: Dor e Thal


INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS

 1º Omeprazol:
Filipe Moura
Vemos manter esse paciente próximo, pois o risco de câncer de esôfago
é alto.

 Sem displasia:
 EDA de 3/5 anos
 Displasia de baixo grau:
 EDA de 6/12 meses ou ressecção)
 Posterior: Lin e Toupet  Displasia de alto grau:
 como não dá para diferenciar do carcinoma in
situ, devemos logo indicar cirurgia.
 Adenocarcinoma invasivo:
 Esofagectomia

Dica: Quer ficar lindo, é só jogar o Toupet para trás. Essas são as
posteriores. E lembrar que Nissen é de 360º

ESÔFAGO DE BARRETT E ADENOCARCINOMA.

Devido a exposição crônica, ocorre uma metaplasia. Temos a troca do


epitélio estratificado pavimentoso por um epitélio simples coluna com
células caliciformes, mas parecido com o epitélio do intestino. Por isso
a doença do refluxo não pode ser negligenciada. Mesmo que faça a
endoscopia, o diagnóstico é feito apenas com biópsia e verificação da
metaplasia.

É só pensar que o meio que recebe a conteúdo do estômago é o


intestino duodeno, o esôfago começa a evoluir com metaplasia para
formar um epitélio mais semelhante ao do intestino e responder
melhor ao conteúdo gástrico que vem pelo refluxo.

CLÍNCIA

O paciente apresenta sintomas de refluxo por muito tempo e de


repente sente que o refluxo melhorou. O refluxo do paciente não
melhorou, o que ocorreu foi uma metaplasia e agora o epitélio do
esôfago está adaptado ao refluxo. Esse estágio é grave, pois durante a
met aplasia podemos ter mutações e o surgimento de câncer.

DIAGNOSTICO

Solicitar endoscopia e observar o surgimento de vermelho salmão e


biopsia para confirmar a metaplasia (escamoso  cilíndrico)

ACOMPANHAMENTO

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