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Anna Julia do Amaral Pena

Urgência e Emergencia - aula 9


30/04/19 

Prof. Roberto Salvador

Abdome agudo não cirúrgico (não traumático)


Abdome agudo envolve choque: hipovolêmico (hemorrágico ou perda de liquido)

e séptico (processo inflamatório). Faz parte do fluxograma no C focar para o

choque. Não vai enviar paciente para fazer tomografia chocado, várias vezes é

chamado para atender parada nesses locais. O que mata mais rápido é o

choque e não abdome agudo.

- Dor severa de início repentino, espontâneo (não traumático).

- Requer tratamento não traumático.

O abdômen agudo pode causar choque com o choque hipovolêmico e séptico.

Abdômen agudo: Quadro de dor repentina e espontâneo que precisa de tratamento


imediato. Esse tratamento pode ser cirúrgico ou clínico.

Vamos focar em não traumático e não cirúrgico.

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• Epidemiologia:
- 5-10% visitas ao pronto socorro - é muito coisa.

- ¼ pacientes sem diagnóstico definido na alta (35 a 41% sem diagnóstico na


internação).

- A maioria dos casos: evolução favorável.

- Uma pequena %: risco de morte ou necessitam de tratamento cirúrgico.

A maioria dos casos tem uma evolução boa e pequena porcentagem tem risco de
morte. São esses os casos que precisamos estar atentos.

A epidemiologia não é muito favorável.

• Abdome Agudo – Idosos:


- Mortalidade 6-8x maior.

- 20% visitas no PS – idosos (3-4% AA).

- 50-65% são internados.

- 1/3 são operados.

Os idosos é um grupo de paciente que possuem maior tendência a morrer.

AA = aneurisma de aorta.

O abdômen agudo isquêmico e aneurisma de aorta são causas muito comuns em


idosos.

Então um velhinho com dor no abdômen é importante. Tem que tomar cuidado.

• Abordagem do Abdome Agudo:


- História.

- Exame físico.
Boa parte do diagnóstico é dado com a história clínica.

Mulher tem várias coisas na barriga como útero, ovário, trompa, do lado do
apêndice. Isso retarda o diagnóstico porque confunde. Pode ser cisto de ovário
roto, DIP, infecção urinária, gravidez ectópica.

O fluxograma de mulher tem que saber, porque é diferente.

Então, prestar atenção quando for idoso e mulher.

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• Importância:
- Prioridades:

1. Enfermidade abdominal grave - descartar caso grave.

2. Quadro de abdome agudo cirúrgico.

3. Intervenção médica clínica imediata - tratar fatores associados e buscar


tratar causas clínicas.

Sempre devemos pensar em todas as causas abdominais agudas tanto clínicas


quanto cirúrgicas.

Caso que o prof contou: paciente que chegou no PS curva com muita dor na
barriga (do lado direito). Tem que pensar que pode ser um pneumonia em casa
direita que inflamou o diafragma e depois foi para o fígado.

Faz parte da avaliação RX de abdome com cúpula.

**ISQUEMIA MESENTÉRICA - VCP!

• Sinais de alerta:
- Diagnóstico clínico e sinais de alerta (RED FLAGS):
• Dor epigástrica/torácica:

- Avaliar fatores de risco cardiovascular. Considerar sempre os protocolos de


IAM com e sem supra de ST e de dor torácica.

• Choque hipovolêmico:

- PAM < 60mmHg ou PAS < 90mmHg.

- FC > 10 bpm ou Pulso filiforme.

- Insuficiência respiratória.

- Confusão mental e/ou agitação.

- Hematoma retroperitoneal.

• Sepse abdominal:

- Seguir o protocolo de sepse.

• Peritonite:

- Dor a descompressão abdominal; pode ser localizada ou difusa.

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- Rigidez involuntária da parede abdominal (“abdome em tábua”).

- Ausência de ruídos intestinais ou dor desproporcional ao exame físico.

São os sinais que devem sempre estar muito em alerta.

Choque hipovolêmico ou choque sepse associado a abdômen agudo.

Sinais de peritonite - se inflamou o peritônio (superfície muito grande) pode levar


roubo de fluxo sanguíneo fazendo paciente ficar chocado. É distributivo. Tem dor a
descompressão abdominal que pode ser localizada ou difusa, rigidez involuntária
da parede abdominal (abdome em tábua), ausência de ruídos intestinais (não tem
peristaltismo) ou dor desproporcional ao exame físico.

Se o peritôneo inflama é um sinal de alerta.

• Peritonites:
- Inflamação do peritônio:

• Localizada (pancreatite).

• Generalizada.

- Processo inflamatório por infecção ou não-infeccioso.

- Quase sempre a peritonite é uma complicação grave de outra enfermidade


abdominal (infecciosa, neoplásica, inflamatória).

Um exemplo: abdômen agudo por úlcera que perfurou e está sangrando para
dentro do peritônio. O sangue é altamente irritativo em tem todos os sinais de
peritonite. Outro caso é um paciente com dor abdominal, que já tem história de
dispepsia e chega com melena (fezes digeridas com sangue).

Um está sangrando para o peritônio é um abdômen agudo. O outro também está


sangrando, mas é para fora, então é chamado de hemorragia digestiva alta.

• O que significa?
- Extensão de uma infecção localizada numa víscera abdominal.

- Inflamação por perfuração ou ruptura de uma víscera abdominal.

- Processos inflamatórios em órgãos abominais —> perfuração —> inflamação


peritônio.

Peritonite: Processo inflamatório ou infeccioso de várias origens.

Quase sempre a peritonite é uma complicação grave de outra enfermidade


abdominal (infecciosa, neoplásica, inflamatória).

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• Causas mais frequentes:


- Apendicite supurada.

- Colecistite.

- Processos inflamatórios pélvicos - DIP doença inflamatória pélvica (apêndice


opera, DIP não opera, precisa ver se tem corrimento, a DUM, etc.).

- Gastrenterites.

• Outras causas:
- Doença diverticular complicada.

- Úlcera péptica perfurada.

- Peritonite bacteriana espontânea.

Esse é um escore para predizer mortalidade:

Falência de órgãos, peritonite, idade > 50 anos, mulher são fatores agravantes.

As peritonites são a segunda causa.

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• Fatores de alto risco de gravidade:


- História:

• Idade > 60 anos.

• Paciente imunocomprometidos (HIV, usuário crônico de corticoide, drogas


antineoplásicas ou pós - transplantados).

• Uso abusivo de álcool ( risco de hepatite, cirrose e pancreatite).

• Doença cardiovascular (insuficiência coronariana e vascular periférica, HAS e


fibrilação atrial).

• Comorbidades importantes (câncer, doença diverticular, pancreatite,


insuficiência renal).

• Cirurgia prévia ou manipulação gastrointestinal recente (risco de obstrução e


perfuração).

• Gravidez recente (risco de gravidez ectópica, se ja teve aborto, as vezes tem


cicatrização irregular).

- Característica da dor:

• Inicio súbito e intenso (pode ser origem isquêmica).

• Dor seguida de vômito (sinal de alerta).

• Dor constante e com duração menor que dois dias.

- Achado de exame físico:

• Sinais de choque.

• Abdome tenso ou rígido (sinal de peritonite).

• Sinal de defesa ao exame (contrai quando vai apertar).

• Posição antiantálgica (se curva pada diminuir a dor).

• Idade x Causa:
- Causas de AA de acordo com idade:

• Jovens: apendicite.

• Idosos.

- Doença biliar.

- Obstrução intestinal.

- Isquemia e infarto intestinal.

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- Diverticulite.

• Avaliação da dor:

Órgão envolvido Localização e irradiação


Fígado QSD e ombro D (raízes de C3 a C5)
Intestino delgado Periumbilical
Cólon Centralizada entre umbigo e sífise púbica
Apêndice cecal FID e periumbilical (inervação –
referida)Qtgu
TGU Flanco, escroto e grandes lábios

• Local de dor referida e suas causas:


- Ombro direito:

• Fígado.

• Vesícula biliar.

• Hemidiafragma direito.

Irradia para o ombro direito tudo o que pode irritar do lado direito.

- Ombro esquerdo:

• Coração.

• Cauda do pâncreas.

• Baço.

• Hemidiafragma esquerdo.

- Escroto e testículo:

• Ureter.

VCP - Trato urinário (vai cair na PI).

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• Avaliação da dor:

Característica da dor Possíveis causas


Súbita Perfuração intestinal; embolização arterial,
isquêmica
Com desenvolvimento e piora progressiva Inflamação progressiva ou infecção
(horas) (colecistite aguda, colite, obstrução
intestinal)
Em episódios intermitentes Cólica por obstrução, cólica biliar e suas
complicações, cólica renal

Fatores de melhora e piora Possíveis afecções envolvidas


Piora com ingestão de alimentos Obstrução intestinal, cólica biliar,
pancreatite, diverticulite, perfuração
intestinal
Alívio com alimentação Úlcera péptica não perfurada, gastrite
Piora com movimento brusco ou Peritonite
empurrando o abdome
Alívio com flexão dos joelhos Peritonite

Sintomas associados Possíveis causas associadas


Vômitos Consequente de dor qualquer abdominal
intensa (por estimulação de fibras eferentes
medulares), obstrução intestinal
Constipação ou obstipação (inclui parada Obstrução mecânica ou diminuição da
de eliminação de gases e fezes) peristalse
Diarreia Enterite infeciosa, doença intestinal
inflamatória, parasitoses
Icterícia, colúria, acolia SD de Vias biliares
Corrimentos vaginais DIP (gonorreia, clamídia)
Sinais de hipovolemia (taquicardia, Hemorrágico
sudorese)
Febre Inflamatório/infeccioso

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• Exame físico:

Ponto de McBurney: dor a descompressão na palpação de FID.

Sinal de Murphy: dor desencadeada pela inspiração profunda, durante a palpação


de HCD (não faz inspiração completa porque dói).

Sinal do iliopsoas: dor à extensão passiva da perda.

• Classificação:
- Abdome agudo:

• Clínico:

- Extra abdominal.

• Cirúrgico:

- Intra abdominal.

Abdome agudo pode ser clínico ou cirúrgico. Clinico pode ser extra abdominal e
intra abdominal (pielonefrite).

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• Causas cirúrgicas:

Mas tem a pancreatite aguda que só aborda cirurgica se for necrosante ou na


evolução quando faz pseudocisto, necrose, abcesso. Cirurgia entra no segmento.

• Causas mais frequentes de abdome agudo:

Inflamatório Obstrutivo Perfurativo Vascular Hemorrágico


Apendicite Bridas/ Úlcera Infarto intestinal Gravidez tubária
aguda aderência perfurada rota
Colecictite Hérnia na Doença Cisto de ovário
aguda parede inflamatória hemorrágico
abdominal intestinal
Diverticulite Hérnia interna Corpo estranho Rotura
sigmoide espontânea de
baço
Doença Tumores
inflamatória

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• Diagnóstico sindrômico do Abdome agudo – baseado nas características da


dor:

Tipos de Abdome agudo e característica da dor


TIPOS DOR TEMPO DE EVOLUÇÃO
Inflamatório Insidiosa, progressiva Geralmente longo
Obstrutivo Cólica Variável
Perfurativo Súbita, difusão precoce Geralmente curto
Hemorrágico Súbita, fraca, difusa Curto
Vascular Súbita, progressiva Curto

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• Causas não cirúrgicas:


- Endócrinas e metabólicas: Uremia, crises diabéticas, crises addsonianas, Porfiria
intermitente aguda.

- Hematológicas: crises de anemia falciforme, leucemia aguda, outras discrasias


sanguíneas.

- Toxinas e drogas: envenenamento por chumbo e outros metais pesados,


abstinência de narcótico, envenenamento por aranha viúva negra.

- Inflamatórias: pielonefrite aguda, gatroenterites agudas, doença inflamatória


pélvica, pericardite aguda, afecções pleuropulmonares.

- Porfiria – autossômica dominante rara – deficiência enzimas hepáticas —>


síntese do heme.

Ataques agudos – drogas ou estados físicos que interferem na síntese do


(Hemoglobina, mioglobina, citocromos) —> acúmulo metabólicos nos
tecidos.

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• Exames laboratoriais:
- Hemograma completo.

- Urina I.

- B-HCG (urina ou sangue).

- Glicemia.

- Radiografia abdome (AP e Perfil).

- Dependendo do caso:

• Função renal.

• Enzimas hepáticas.

• Amilase/lipase.

• Toxicológicos.

• Exames subsidiários:
- Radiografia simples do abdome:

• Incidências: ortostática, decúbito lateral e cúpulas (obstrução intestinal).

• Principais alterações: distensão das alças/níveis hidroaéreos/aerobilia/


opacidade/coleções abcessos/presença de corpos estranhos.

• Distensão gasosa: íleo paralítico, obstrução intestinal e/ou pseudo-obstrução.

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• Contra-indicações: gestantes, pacientes instáveis (ultrassom é mais indicado);


dor inespecífica e branda.

Se tem nível hidroaéreo é porque tem líquido lá.

As vezes o paciente engole espinha de peixe e isso perfura o intestino.

• Exames de imagem:
- Raio-x (69% sensibilidade, 57% especificidade).

- Ultrassom (escolha no PS – casos graves).

- Tomografia (90% - eficiência vs 76% somente EF).

- Ressonância magnética (quase nunca é acessível).*

- Dispensáveis quando EF = apendicite.

Na emergência a gente faz ultrassom, porque não da tempo de fazer radiografia.

• Abordagem na emergência:

A primeira coisa é afastar o choque, porque mata rápido.

No caso do paciente instável, a primeira coisa a se fazer é estabilizar o paciente.

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Algoritmo 2 (VCP):

Esse fluxograma resume tudo.

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No choque —> isquemia —> Falta de O2 —> mitocôndria não trabalha—> Acumula
piruvato —> aumenta o lactato.

Geralmente as infecções abdominais, se não pega o óstio renal ou mesentérico, o


paciente não tem nada somente a dor.

• Intervenção da equipe cirúrgica:


Devemos primeiro estabilizar o paciente e depois chamar o cirurgião nos seguintes
casos:
- Peritonite.

- Pneumoperitôneo.

- Infarto mesentérico.

- Instabilidade hemodinâmica associada.

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(Porém estabilizar a circulação primeiro!!!)

• Suporte clínico:
- Pancreatite.

- Intoxicação.

- Gastroenterites/colites.

- Porfirias.

- Crises de falcização.

- Litíase renal.

- Pneumonia.

- IAM.

Nesses casos, trata-se clinicamente.

• Porfirias:
Raro. Não cai na prova

Quando paciente tem herança não sintetiza ala desidrogenasa e acumula acido
amino levulinio. Dosa na urina e vem aumentado. Outro que pode vir aumentado é
porfobilinogenio pela falta da enzima pb desaminase.

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• Porfirias - Manifestações:
(Sistema nervoso periférico e o central)
- Alterações comportamentais.

- Dor visceral.

- Neuropatia motora (paralisia da musculatura esquelética).

- Crises convulsivas.

• Porfirias - Clínico:
- Dor abdominal/Alteração da cor da urina/Mudança no ritmo intestinal.

- Déficit motor ou sensitivo-motor.

- Vômitos.

- Alteração do nível de consciência.

- Confusão mental.

- Crises convulsivas.

- Quadros disautonômicos cardio-vasculares/distúrbios psiquiátricos.

- Diagnóstico do quadro agudo: “Estado de crise”

• Aumento da excreção urinária dos precursores das porfirinas

• Ácido delta-aminolevulínico e porfobilinogênio

• Tratamento da crise:
- Dor abdominal:

• Medicações não-porfitinogênicas:

- Clorpromazina (Amplictil) ou outros fenotiazínicos (inibição da atividade


autonômica).

• Combate a outros sintomas associados (ansiedade, náuseas e vômitos).

- Diminuir a produção dos metabólitos tóxicos.

A. Infusão endovenosa lenta de glicose de 300-400g/dia (inibição da enzima


ALA sintetase).

B. Hematina (3-4mg/kg/dia):

- Bloqueador bioquímico negativo.

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- Feedback hepático negativo (diminui o aumento dos precursores do heme).

• Para pacientes com sintomas crônicos ou com sinais de neuropatia motora


(fraqueza muscular e piora da disautonomia).

• Crise Vaso-oclusão:
- Doença falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo.

• Anemia falcidorme (ou Hb SS).

• A S-beta talassemia ou microdrepanocitose.

• Duplas heterozigotos Hb SC e Hb SD.

Várias hemácias em forma de foice

- Crises dolorosas - complicações:

• Obstrui vaso fazendo isquemia. Dor abdominal ou torácica por lesão de


músculo isquêmica. Dor abdominal as vezes é tão intensa que vai pra
laparotomia e não vê nada.

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- Tratar a dor: opioide/ morfina.

- Reduzir o medo e a ansiedade: suporte psicológico.

- Retirar a causa desencadeante.

- Estimular a ingestão oral de líquidos.

- Repouso relativo.

- Evitar mudanças bruscas de temperatura.

- Hidratação parenteral (se dor moderada a severa).

• Adultos: 3 a 5L por dia.

• Crianças: 1,5 vezes as necessidades hídricas diárias.

• Soro glicosado 5% (bicarbonato de sódio em acidose metabólica comprovada


ou nefropática).

• Pancreatite aguda (VCP!!):


- Inflamação aguda do pâncreas tecidos peripancreáticos e/ou órgãos a distância.

- Mortalidade (ligada ao grau de necrose e lesão pancreatica):

• A pancreatite edematosa intersticial 3%.

• Necrose pancreática até 17%.

- Doença inflamatória da glândula pancreática clinicamente caracterizada por dor


abdominal, náuseas e vômitos.

- Acometimento variável das estruturas:

• O processo inflamatório se inicia pela lesão das células acinares (enzimas).

• A ativação prematura das enzimas digestivas no interior da glândula.

Super comum causa de abdome agudo, chega chocada.

Maioria trata na clínica, na enfermaria.

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- Marco da doença = necrose gordurosa —> Parênquima, tecido peripancreático,


mesentério e omento.

• Diagnóstico:
- Requer pelo menos 2 das 3 características.

- Clínica:

• Dor abdominal persistente, de forte intensidade, localizada no andar superior


do abdome, com irradiação para o dorso e associada a náuseas e vômitos.

- Laboratorial:

• Lipase sérica e/ou amilase >= 3 vezes o limite superior do normal.

- Imagem:

• Tomografia computadorizada contrastada.

Se for leve não precisa fazer tomografia. Com 2 desses 3 pode fechar. Leve: os
sinais locais menos intenso e não tem repercussão sistêmica (taquicardia,
desconforto respiratório, chocado).

Alterou função renal pensar em grave. Precisa fazer tomografia pra medir grau de
necrose.

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• Manifestações clínicas:
- Dor abdominal.

- Náuseas.

- Vômitos.

- Dor abdominal: início no epigástrio e, com frequência, se irradia para a região


dorsal.

- Caráter contínuo, com intensidade máxima em 30 a 60 minutos, após o que


persiste por dias.

- Difícil basear o diagnóstico somente em sintomas e sinais clínicos.

• Exame físico:
Buscar sinais de choque e de SIRS.
- Taquicardia.

- Abdome: frequentemente distendido, com diminuição de RHA.

- Sensibilidade a palpação do abdome (Blumberg).

- Icterícia (10%) pode estar presente se houver obstrução biliar por um cálculo.
NÃO AFIRMA!

- CASOS GRAVES —> Necrosante.

• Hipotensão, taquipneia, dispneia, febre, confusão, delírio e coma- esse precisa


fazer tomografia de todo jeito.

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• Causas de elevação amilase e lipase:


Tem que coletar enzimas no mínimo 24h pra ver se esta aumentando ou se está
caindo a medida da evolução.

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• Critério de Ranson:
Serve pra dar gravidade. É o mais usado no mundo mas precisa esperar 48h pra
dar score completo.

• Balthazar-Ranson: CT
Quantificar grau de necrose.

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• Tomografia de abdome:
- A TC com contraste: padrão ouro (identificar lesões locais e orientar punções,
indicar cirurgia).

- A predição de gravidade pela tomografia computadorizada com contraste é


similar à dos critérios de Ranson.

- Há controversas em quais pacientes ela estaria indicada.

- Indicação formal:

• Diagnostico duvidoso.

• Ranson > 3 ou APACHE II≥8.

• Pacientes com formas mais graves.

• Evolução desfavorável (Evolução favorável piora abrupta).

• Sintomas persistentes após 48/72h.

Se é leve é enfermaria. Se grave UTI

• Causas de…

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• Etiologias:
- Litiase biliar.

- Alcool.

Em crianças é trauma abdominal, esmaga pâncreas e faz pancreatites com guidão


de bicicleta.

Caxumba, epstein barr,

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• Litíase biliar:
- Pancreatite aguda biliar.

- Cálculos através da ampola de Vater.

- Obstrução transitória do ducto pancreatico.

- Aumento da pressão intraductal estimula a fusão de lisossomos aos grânulos


de zimogênio tripsina.

- Refluxo biliar para o ducto pancreático, desencadeando ativação enzimática.

• Álcool:
- Pancreatite alcoólica:

• Mais de 5 anos de ingestão (média de 15), com uma média de 5 a 8 drinques/


dia (a maioria dos indivíduos com esse nível de ingestão não desenvolve a
doença).

• Cofatores: dieta rica em gorduras, alterações genéticas e tabagismo.

• Aumento de enzimas pancreáticas ativadas.

• Contração transitória do esfíncter de Oddi.

• Lesão direta do etanol e seus metabólitos.

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• Classificação de Atlanta:

• Doença moderada:
- Insuficiência transitória de órgãos.

- Complicações (locais ou sistêmicas).

- < 48 horas.

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• Hipovolemia:
- Complicação grave e frequente.

- Agrava e converte o quadro de isquemia pancreática em necrose.

- Menor ingesta hídrica.

- Febre.

- Taquipneia.

- Vômitos - perda liquido.

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- Íleo paralitico - não absorve.

- Sequestração hídrica no retroperitônio por hemorragia.

• Tratamento:
- Hidratação agressiva.

- Analgesia.

- Repouso pancreático com jejum

• Tratamento - Como abordar?


- Reposição volêmica, analgesia e dieta enteral zero.

- Definir: leve ou grave?

• Grave: TC contrastada observar se existe necrose > 30% do pâncreas =


mau prognóstico.

- Observar complicações.

- Pancreatite aguda:

• Forma leve.

- Escore de ranson < 3.

- Apache II < 8.

• Forma grave.

- Escore de Ranson > ou = 3.

- APACHE - II > ou = 8.

- Complicações locais (necrose, abcesso ou pseudocisto).

- Complicações sistêmicas: choque, insuficiência renal, ICC…

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• Reposição de fluidos:
- Administração agressiva de fluidos durante as primeiras 24h reduz a morbidade e
a mortalidade.

- Uma taxa de 5 a 10mL/kg por hora (equivale a 2.500 a 4.000 ml nas primeiras 24
horas).

- Monitoração cardiopulmonar clínica para o estado fluido.

- Diurese - diminuir infusão de liquido.

- Ureia creatinina.

- Pressão arterial - se tava hipotenso, ver se está normotenso.

- Hemoconcentração.

- Lactato.

- Terapia dirigida por metas: a titulação de fluidos intravensoso para alvos clínicos
e bioquímicos específicos de perfusão.

- A fluidoterapia excessivamente agressiva pode estar associada a danos


(complicações respiratórias e síndrome do compartimento abdominal).

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