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Endolaser

Facial
A revolução da Harmonização Facial

Rogério Gonçalves Velasco


Roberta Zaideman Azar
1
© Endolaser Facial: A revolução da Harmonização Facial
© Instituto Velasco, 2023

Instituto Velasco
Rua Izonzo, 155 - Sacomã, São Paulo, SP
institutovelasco.com.br

2
Endolaser é Revolução em
Rejuvenescimento Facial
campo da estética facial tem visto inúmeras
inovações ao longo dos anos, mas poucas são
tão revolucionárias quanto o Endolaser
Facial.
Esta técnica não cirúrgica tem o poder de
transformar a pele, tratando desde a flacidez através
de um processo de desnaturação do colágeno até a
lipólise e controle da gordura localizada, tudo isso
com um tempo de recuperação mínimo e resultados
duradouros.
E nomes não faltam para esta técnica: Endolifting,
Endolift, Endolipo, LiftingLaser, Endoskin,
Endolight, Lipolaser e LaserLipoLift, Laser
Regenera. Muitos nomes, mas com a mesma
abordagem clínica, por mais que as empresas e
professores digam que tem diferenças entre
elas…
Como disse minha filha quando tinha uns 6 anos:
“Papai, você sabia que o Negresco é o Oreo de outra
marca?”. Com o endolaser facial é a mesma coisa.
3
Ao contrário de outros tratamentos que podem ser
invasivos ou exigir um período de inatividade
significativo, o Endolaser oferece uma alternativa
mais segura e eficaz.
Utilizando a precisão do laser, ele atinge camadas
mais profundas da pele (e da gordura) para estimular
a produção de colágeno, melhorar a textura e até
mesmo eliminar pequenas quantidades de gordura
indesejada.
O termo “atinge” talvez seja errado. O laser é
INSERIDO na camada mais profunda a ser tratada.
Mas falaremos adiante sobe isso.
Além de sua eficácia, o que realmente faz do
Endolaser uma revolução é sua versatilidade. Ele
pode ser personalizado para atender às necessidades
específicas de cada paciente, tornando-o adequado
para uma grande variedade de situações clínicas.
Isso é especialmente importante em um campo
como a Harmonização Facial, onde um único tipo de
tratamento raramente serve para todos pacientes.
O Endolaser também se destaca por sua capacidade
de fornecer resultados visíveis quase imediatamente,
com melhorias contínuas ao longo do tempo.

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Isso não apenas aumenta a satisfação do paciente,
mas também torna o tratamento mais atraente para
aqueles que buscam soluções rápidas e eficazes.
Mas talvez o aspecto mais revolucionário do
Endolaser seja como ele está mudando a narrativa
em torno do rejuvenescimento facial. Não mais
relegado a cirurgias caras e arriscadas, o
rejuvenescimento facial agora é acessível e
alcançável para um público mais amplo.
O Endolaser está redefinindo o que é possível na
estética facial, estabelecendo um novo padrão de
excelência e tornando o sonho de uma pele mais
jovem e saudável uma realidade tangível para
muitos.
E é disso que falaremos neste ebook.

Boa leitura!

Rogério e Roberta

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Cromóforos
palavra "cromóforo" tem origem no grego
antigo. Ela é composta por duas partes:
"chroma," que significa "cor," e "phoros," que
significa "portador" ou "carregando." Portanto,
"cromóforo" pode ser traduzido como "portador de
cor."
O termo é amplamente utilizado em química e
bioquímica para descrever partes de moléculas que
tem capacidade de absorver certos comprimentos de
onda da luz visível, ultravioleta ou infravermelha.
Essa absorção é o que dá cor a muitas substâncias,
de modo que a compreensão dos cromóforos é
crucial em várias áreas da ciência e da tecnologia,
incluindo o desenvolvimento de tintas, corantes,
sensores e até mesmo em pesquisas biomédicas,
onde moléculas como a clorofila e os carotenoides
são exemplos de cromóforos naturais.
Em contextos mais específicos o termo pode ser
usado para descrever grupos funcionais em
moléculas que têm propriedades de absorção de luz
particulares.

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Para entender os mecanismos envolvidos na
contração tecidual e lipólise no Endolaser Facial,
daremos ênfase especial nos cromóforos
encontrados em água, lipídios e hemoglobina.

Água
A água é um cromóforo universal que absorve uma
ampla gama de comprimentos de onda. No entanto,
ela tem picos de absorção específicos que podem ser
explorados em procedimentos médicos. Os
comprimentos de onda em torno de 950nm,
1020nm, 1.380 nm e 1.500 nm são especialmente
eficazes na absorção pela água (vide gráfico 1).
Isso ocorre porque esses comprimentos de onda
coincidem com os picos de absorção da água,
tornando-os ideais para procedimentos que visam
a geração de calor.
Em procedimentos de Endolaser onde a coagulação
é o objetivo, o uso de comprimentos de onda que
são eficazmente absorvidos pela água pode ser
muito útil. O calor gerado pode ser usado para
desnaturar o colágeno e ou coagular e selar vasos
sanguíneos.

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Gráfico 1. Em azul, as faixas com os picos de absorção do
cromóforo água (950nm, 1020nm, 1.380 nm e 1.500 nm).
FONTE: NACHABÉ et al.

O calor induzido pelo laser pode desencadear uma


resposta inflamatória controlada, que, por sua vez,
estimula a produção de colágeno. Isso pode ser
benéfico em tratamentos estéticos que visam
melhorar a elasticidade e a textura da pele.

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Além disso também é uma ação desejável em
procedimentos cirúrgicos de qualquer porte: a
coagulação eficaz pelo laser pode minimizar o
sangramento e acelerar o processo de cicatrização

Lipídios
Os lipídios são cromóforos que têm uma afinidade
particular por comprimentos de onda na região do
infravermelho. Mais especificamente, os
comprimentos de onda em torno de 920 nm a 980
nm e 1.210 nm a 1.240 nm são especialmente eficazes
na absorção pelos lipídios. Esses comprimentos de
onda são ideais para procedimentos que visam a
quebra de células de gordura, também conhecida
como lipólise (gráfico 2)
A lipólise é um procedimento que visa quebrar e
eliminar células de gordura. Ao utilizar
comprimentos de onda que são eficazmente
absorvidos pelos lipídios, é possível direcionar a
energia do laser especificamente para as células
adiposas. Isso permite que a energia do laser seja
convertida em calor dentro dessas células, causando

9
sua ruptura e posterior eliminação pelo sistema
linfático.
O uso de lasers com comprimentos de onda
específicos para lipídios minimiza o impacto em
outros tecidos, como vasos sanguíneos e células da
pele, tornando o procedimento mais seguro e eficaz.

Gráfico 2. Em vermelho, as faixas com os picos de absorção do


cromóforo lipídio (920 nm a 980 nm e 1.190 nm a 1.240 nm).
FONTE: NACHABÉ et al.

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Hemoglobina
A hemoglobina é o cromóforo responsável pela cor
vermelha do sangue e tem uma alta afinidade por
comprimentos de onda na região do vermelho e
infravermelho próximo.
Especificamente, os comprimentos de onda em
torno de 400 e 600nm são especialmente eficazes
na absorção pela hemoglobina, mas não temos
equipamentos de Endolaser que abarquem estes
comprimentos de onda.
Outros comprimentos de onda podem ser utilizados
nesta questão, desde que a técnica seja adaptada
especificamente para a coagulação, como no uso de
laseres que fiquem na faixa de 850-1100nm que
também tem alguma afinidade apesar de não
específicos para este cromóforo (gráfico 3)
Nestes casos, utiliza-se um efeito indireto a partir da
agua: o aquecimento também é um agente de
coagulação. Este método é particularmente útil em
tratamentos como a remoção de varizes,
hemangioma e em procedimentos cirúrgicos que
requerem controle preciso do sangramento. Até
mesmo para coagular pequenos vasos da rosácea e
telangiectasias.
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Ainda que não seja aplicado de forma intra-vascular,
o uso do endolaser em face aproveita o efeito da
coagulação dos vasos para tornar o procedimento
mais seguro.

Gráfico 3. Em verde, as faixas com os picos de absorção do


cromóforo hemoglobina. Faixa ideal entre 400 e 600nm mas
pequeno aumento na absorção entre 850 e 1100 nm

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O Efeito “LIFT”
desnaturação das fibras de colágeno
induzida por laser é um fenômeno biofísico
complexo que tem implicações significativas
em várias áreas da medicina, incluindo
dermatologia, odontologia, cirurgia plástica e
oftalmologia. Este processo envolve várias etapas e
fatores que contribuem para a transformação
estrutural do colágeno, uma proteína fibrosa que
serve como um dos principais componentes da
matriz extracelular em tecidos conectivos.
Entendendo-se que o laser de alta potência em
questão é aplicado sob a pele, existe um
aquecimento local que tem como efeito direto o
estímulo à produção de colágeno.

Absorção de Energia
O primeiro passo no processo de desnaturação é a
absorção de energia pelo tecido alvo. Lasers médicos
são projetados para emitir luz em comprimentos de
onda específicos que são absorvidos seletivamente
pelas moléculas de água, gordura ou outro

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cromóforo de interesse ao tratamento. No caso do
lift, atuamos essencialmente com a água.
Isso é interessante porque tanto a água como o
colágeno é onipresente no organismo. Nos tecidos
conectivos densos riquíssimos em colágeno, como
tendões e ligamentos, o conteúdo de água pode ser
tão baixo quanto 20-30%.
Em outros tecidos, como a pele, que contém uma
mistura de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos,
o conteúdo de água pode ser significativamente
maior, chegando a até 70-80% do peso total do
tecido, podendo portanto absorver muito energia
dos laseres com este cromóforo.

Aumento de Temperatura
Após a absorção de energia, ocorre um aumento
localizado da temperatura nas fibras de colágeno.
Este aumento de temperatura é um pré-requisito
para a desnaturação e deve ser cuidadosamente
controlado.
Temperaturas muito baixas podem não ser
suficientes para induzir a desnaturação, enquanto
temperaturas muito altas podem causar danos
irreversíveis ao tecido. Geralmente, a temperatura

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precisa atingir um limiar de cerca de 60°C para que a
desnaturação ocorra de forma eficaz.
Mas ao mesmo tempo, o tecido por si só não pode
exceder 41ºC, sob risco de necroses, então é
necessário equilíbrio e técnica na aplicação da
técnica do Endolaser Facial

Desnaturação e Mudança Estrutural


A desnaturação é o ponto crítico do processo, onde
as fibras de colágeno sofrem mudanças estruturais
significativas. O colágeno é uma proteína tripla
hélice, estabilizada por uma série de ligações de
hidrogênio e interações eletrostáticas (também
chamados de cross-link). Quando expostas a
temperaturas elevadas, essas ligações são rompidas,
levando à desestabilização da estrutura helicoidal.
Isso resulta em uma forma desenrolada e estendida
da proteína, conhecida como colágeno desnaturado
(Esquema 1).

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TECIDO

COLÁGENO

AQUECIMENTO/
DESNATURAÇÃO

RESFRIAMENTO

AQUECIMENTO

SOLUÇÃO GELATINA

Esquema 1. Esquema com o processo de desnaturação térmica do


colágeno, um efeito importante para o lift facial usando endolaser.
Há um encurtamento das fibras colagens após a desnaturação, o
que provoca o efeito de contração tecidual. Fonte: https://
theory.labster.com/gelatin/

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A desnaturação do colágeno tem efeitos imediatos
sobre as propriedades mecânicas do tecido. Após o
resfriamento, as fibras de colágeno encurtam e
engrossam, levando a um efeito de aperto ou
contração do tecido.
Este é o princípio (a desnaturação do colágeno) por
trás de muitos procedimentos dermatológicos como
radiofrequência, ultrassom microfocado (ainda que
de forma diferente, não por aquecimento mas por
efeito acústico), e, claro, o Endolaser facial.
Além disso, a desnaturação também aumenta a
permeabilidade do tecido, o que pode ser útil em
aplicações como a entrega de medicamentos, útil
nos tratamentos de cicatrizes hipertróficas, acne e
quelóides.
Embora a desnaturação induzida por laser seja um
processo altamente controlado, ainda existem riscos
associados, como queimaduras e danos térmicos ao
tecido circundante (lembra-se dos 60ºC para iniciar
a desnaturação? Então…). Portanto, é crucial que os
parâmetros do laser sejam cuidadosamente
calibrados e que o procedimento seja realizado por
profissionais treinados.

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A Bioestimulação Tecidual
reorganização das fibras de colágeno após a
desnaturação induzida por laser é um
processo biológico complexo que envolve
múltiplas etapas e células diferentes. Mas este
fenômeno é crucial para a eficácia e resultados em
longo prazo do efeito de lift facial.
O ponto principal é entender que, com a
desnaturação do colágeno por ação fototérmica é
uma forma de lesão tecidual que desencadeia uma
resposta inflamatória local.
Esta resposta é mediada por uma série de citocinas
e fatores de crescimento liberados pelas células
danificadas e pelas células imunológicas que migram
para o local da lesão. E sabemos que a inflamação
não é boa ou ruim. Ela simplesmente é uma resposta
necessária que serve para limpar detritos celulares e
preparar o terreno para a fase de reparo e
regeneração, que é a parte que nos interessa.

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Recrutamento de Fibroblastos
Os fibroblastos são células especializadas na síntese
de componentes da matriz extracelular, incluindo o
colágeno. Eles são recrutados pelas citocinas
inflamatórias para o local da lesão em resposta a
sinais químicos liberados durante a fase inflamatória.
Uma vez no local, os fibroblastos começam a
proliferar e a produzir novo colágeno para reparar
aquele que está desorganizado. Nesta ação, também
vai atuar produzindo outras proteínas da matriz
extracelular, como elastina e glicosaminoglicanos.
Os fibroblastos produzem colágeno em uma forma
precursora chamada pró-colágeno, que é então
modificado e organizado em fibrilas e fibras. Este
novo colágeno é inicialmente menos organizado e
mais solúvel do que o colágeno nativo, mas serve
como uma "tela" sobre a qual a remodelação
subsequente pode ocorrer.
A remodelação é um processo dinâmico que envolve
tanto a degradação do colágeno antigo e danificado
quanto a formação de novo colágeno. Enzimas como
as metaloproteinases da matriz (MMPs) e suas
inibidoras (TIMPs) desempenham um papel crucial
nesta fase. A atividade dessas enzimas é
20
cuidadosamente regulada para garantir que a
degradação e a síntese estejam em equilíbrio,
levando à formação de um tecido mais organizado e
funcional.
A reorganização do colágeno resulta em um tecido
mais firme e mais elástico, com propriedades
mecânicas melhoradas. Este ciclo, entre a lesão
térmica e a finalização da reparação leva cerca de 3
meses, que é justamente o intervalo mínimo
recomendado para complementar os tratamentos ou
mesmo para ter o resultado final do tratamento
realizado.

Fotobiomodelação
Esta é outra forma com o qual o Endolaser Facial
atua no bioestímulo de colágeno. Mas com o
excedente de energia no tecido.
A ação direta do laser acontece no ponto de
aplicação, atingindo os cromóforos alvo, mas uma
parte da energia é dispersada e atinge as células
adjacentes à área “lesionada”.
Estas células reagem, portanto, com o estímulo
semelhante aos laseres de baixa potência,
provocando a fotobiomodelação. Explicamos:

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Sabemos que a luz pode afetar os tecidos biológicos
de várias maneiras, dependendo de fatores como
comprimento de onda, intensidade e duração da
exposição. Alguns dos mecanismos de ação
incluem:

• Fototermia: Aumento da temperatura do tecido


devido à absorção de luz.
• Fotoquímica: Reações químicas desencadeadas
pela absorção de luz.
• Fotomecânica: Efeitos mecânicos, como a
mudança na conformação de uma proteína,
induzidos pela luz.

Isso, na medicina, a chamada fotobiologia tem uma


ampla gama de aplicações, como as Terapia
Fotodinâmica (que utiliza luz associada a
pigmentos para ativar matar bactérias em bolsas
periodontais, por exemplo) ou mesmo a
Fotobiomodulação, que utiliza luz de baixa energia
para promover a cicatrização de feridas, reduzir a
inflamação e aliviar a dor.

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Como isso é feito? Estimulando o citocromo c
oxidase , enzima mitocondrial complexa que
desempenha um papel crucial no metabolismo
celular. Esta enzima é responsável, através de uma
cadeia de eventos complexa, por promover a síntese
do ATP, a “gasolina” da célula.

Esquema 2. Esquema da Fotobiomodulação. Adaptado de Freitas e


Hamblin, 2015

23
A fotosensibilização do citocromo c oxidase é um dos
mecanismos propostos para explicar os efeitos da
fotobiomodulação em nível celular e molecular:
quando o citocromo c oxidase absorve fótons,
especialmente na faixa de luz vermelha e
infravermelha próxima (de 650 nm pra cima) ela
aumenta sua atividade e provoca uma reação
benéfica na célula:
• Aumento na Produção de ATP: com mais ATP
disponível, a célula tem mais energia para realizar
suas funções, desde a síntese de proteínas até a
reparação de DNA e a regulação do ciclo celular.
• Modulação do Estresse Oxidativo: redução das
de espécies reativas de oxigênio (ROS), que são
frequentemente associadas a inflamação e dano
celular
• Sinalização Celular levando à expressão de
genes que promovem a sobrevivência celular, a
proliferação e a diferenciação.

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A Lipólise
inda que a terminologia correta não seja
Lipólise, e sim adipocitólise (pois o
procedimento degrada o adipócitos, e não a
gordura), usamos o termo mais conhecido e citado
na literatura para o procedimento de endolaser:
Lipólise assistida por laser, ou simplesmente
laserlipólise
Usada para quebrar e remover depósitos de gordura
em várias partes do corpo, incluindo a face e o
pescoço. O procedimento utiliza a energia do laser
para atingir especificamente a gordura armazenada
dentro das células adiposas através do uso dos lasers
de diodo com comprimento de onda entre 980 nm e
1210 nm, e com a energia acumulada dentro da
célula, a membrana celular é desestabilizada.

Ruptura da Membrana Celular


As células adiposas, ou adipócitos, são
particularmente sensíveis ao calor em comparação
com outros tipos de células e tecidos, como a pele,
músculos e vasos sanguíneos.

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Isso se deve em parte à composição lipídica da
membrana celular dos adipócitos, que tem maior
fragilidade em comparação com as membranas
celulares de outros tipos de células. Além disso, as
células adiposas têm uma vascularização
relativamente menor, o que significa que elas são
menos eficazes na dissipação de calor/frio, tornando-
as mais suscetíveis às alterações induzidas pelo laser.
Quando o laser é aplicado, a energia é absorvida
pelos cromóforos nos lipídios das células adiposas,
levando ao aquecimento dessas células. Esse
aumento de temperatura causa uma desestabilização
da bi-camada lipídica que compõe a membrana
celular dos adipócitos. A membrana começa a
perder sua integridade estrutural, tornando-se
permeável ou até mesmo rompendo-se
completamente.
Uma vez que a membrana celular é comprometida,
os componentes internos da célula adiposa são
liberados no espaço extracelular. Isso inclui
triglicerídeos e ácidos graxos, que são as principais
formas de armazenamento de energia nas células
adiposas. A ruptura da membrana também pode
liberar outros componentes celulares, como enzimas

27
e eletrólitos, embora o foco principal da lipólise
assistida por laser seja a liberação de lipídios.
É importante notar que a seletividade do laser para
as células adiposas minimiza o dano térmico aos
tecidos circundantes. Isso é crucial para a segurança
do procedimento, pois evita complicações como
queimaduras, cicatrizes ou danos aos vasos
sanguíneos e nervos.

Aspirar ou Aguardar?
A liberação de triglicerídeos e ácidos graxos torna
mais fácil aspirar a gordura liquefeita através de uma
cânula, ainda que este passo, em face, não seja
obrigatoriamente necessário (a quantidade é muito
pequena). Região submentual até se justifica. Nos
casos onde a aspiração não é realizada, o corpo pode
metabolizar esses lipídios liberados e eliminá-los
naturalmente, embora isso possa levar mais tempo.
Aspiração Mecânica
Na maioria dos casos de lipólise assistida por laser, a
gordura liquefeita é imediatamente aspirada do
corpo usando uma cânula, inserida através de uma
pequena incisão na pele até a área onde a gordura
foi liquefeita.

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Existem no mercado, inclusive, cânulas adaptadas
que cumprem a função de levar a ponta da fibra do
laser para o tecido e aspirar em simultâneo o lisado
local. Este método aspirativo é eficaz para a
remoção rápida e precisa de grandes volumes de
gordura e é o mais comum em procedimentos de
contorno corporal.
Metabolismo Natural e Sistema Linfático
Em alguns casos, especialmente quando se trata de
pequenas quantidades de gordura ou áreas de difícil
acesso, a gordura liquefeita pode não ser aspirada
imediatamente. Nestes casos, o corpo tem
mecanismos para lidar com esses lipídios. Um dos
principais caminhos é através do sistema linfático.
1. Transporte Linfático: A gordura liquefeita
pode entrar nos capilares linfáticos, que são
pequenos vasos que compõem o sistema
linfático. Este sistema é responsável pelo
transporte de líquidos, proteínas e várias outras
substâncias ao redor do corpo.
2. Metabolismo e Excreção: Uma vez que os
lipídios são transportados para o sistema
linfático, eles podem ser eventualmente
direcionados para o fígado ou outros tecidos

29
onde são metabolizados para produção de
energia ou excretados do corpo. Este é um
processo mais lento e menos eficaz para a
remoção de gordura em comparação com a
aspiração mecânica e pode não fornecer os
resultados imediatos de contorno que muitos
pacientes desejam.
3. Resposta Imune: Vale a pena notar que a
presença de lipídios no espaço extracelular
também pode desencadear uma resposta
imune, levando à fagocitose dos lipídios por
células como os macrófagos. No entanto, este é
geralmente um mecanismo secundário e menos
eficiente para a remoção de gordura.
Ainda não existe evidências claras se o metabolismo
natural destes lipídios alteram os índices séricos dos
diversos tipos de colesterol ou dos triglicérides.

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Riscos e Complicações
mbora seja uma técnica minimamente
invasiva e altamente eficaz em muitos casos, é
crucial entender os riscos associados ao seu
uso. Vamos discutir esses riscos:

Queimaduras e Lesões Térmicas


Queimaduras e lesões térmicas podem ser tanto os
principais objetivos (quando controlados) como algo
perigosamente significativo quando não foi algo
planejado.
Essas complicações podem surgir quando o laser
utilizado tem uma potência excessiva ou quando é
aplicado por um período de tempo prolongado em
uma área específica da pele (ou abaixo da pela). A
energia do laser é convertida em calor ao entrar em
contato com o tecido causa danos às células
cutâneas e aos tecidos subjacentes quando não for
adequadamente controlado.
O risco de queimaduras e lesões térmicas é
particularmente elevado em procedimentos que
requerem uma alta densidade de energia ou uma

31
aplicação prolongada, ou mesmo em áreas com uma
camada mais fina de pele, como a região periorbital,
que se mostram bem mais susceptíveis a esses tipos
de lesões.
Aqui estão os parâmetros do equipamento que
devem ser observados para evitar queimaduras e
lesões térmicas:
Potência do Laser
A potência do laser, geralmente medida em watts, é
um dos parâmetros mais críticos a serem
monitorados. Um laser de alta potência pode
fornecer energia muito rapidamente, aumentando o
risco de queimaduras. Portanto, é crucial começar
com uma potência mais baixa e aumentá-la
gradualmente, observando cuidadosamente a
resposta da pele.
Tempo de Exposição
O tempo durante o qual o laser está em contato com
a pele também é um fator crítico. Mesmo um laser
de baixa potência pode causar queimaduras se
aplicado por um período prolongado. É
recomendável usar um cronômetro ou um sistema
de temporização integrado ao equipamento de laser
para controlar rigorosamente o tempo de exposição.
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Densidade de Energia
A densidade de energia, medida em joules por
centímetro quadrado ( J/cm²), é outro parâmetro
vital. Ela representa a quantidade de energia
entregue por unidade de área da pele. Uma
densidade de energia muito alta pode levar a um
acúmulo excessivo de calor, resultando em
queimaduras e lesões térmicas. Portanto, é essencial
ajustar esse parâmetro com base no tipo de pele e na
condição que está sendo tratada.
Monitoramento em Tempo Real
Alguns dispositivos de laser modernos vêm com
sistemas de monitoramento em tempo real que
podem detectar variações na temperatura da pele e
ajustar automaticamente os parâmetros do laser.
Essa tecnologia pode fornecer uma camada adicional
de segurança.

Hiperpigmentação e
Hipopigmentação
A hiperpigmentação são alterações na coloração da
pele que podem ocorrer após procedimentos que
provocam grande resposta inflamatória. Por outro
lado, a hipopigmentação refere-se ao clareamento da

33
pele, que pode ocorrer devido à destruição ou
inibição das células produtoras de melanina
(melanócitos).
Aqui estão os parâmetros do equipamento que
devem ser observados para evitar hiper e
hipopigmentação:
Tipo de Pele do Paciente
É crucial avaliar o tipo de pele do paciente usando a
escala Fitzpatrick, que classifica a pele de acordo
com sua reação à exposição solar. Isso orienta o
comprimento de onda mais adequado e a ajustar
outros parâmetros, como a densidade de energia e o
tempo de pulso.

Risco de Cicatrizes
O endolaser facial é frequentemente empregado
para tratar uma variedade de condições como
cicatrizes de acne, cicatrizes cirúrgicas e outras
marcas indesejadas.
No entanto, paradoxalmente, o procedimento em si
pode causar cicatrizes se não for realizado com
precisão e cuidado. As cicatrizes podem ocorrer
devido a uma variedade de fatores, como danos

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excessivos ao tecido, queimaduras, ou mesmo uma
resposta inflamatória exacerbada pós-procedimento.
O risco de cicatrização é maior em áreas onde a pele
é mais fina ou mais sensível, e em pacientes com
histórico de cicatrização hipertrófica ou queloidiana.
Além disso, a técnica inadequada, como a aplicação
de energia excessiva ou a falta de cuidado pós-
operatório, pode aumentar significativamente esse
risco.
Aqui estão os parâmetros do equipamento que
devem ser observados para evitar cicatrizes:
Velocidade de Pulso
A velocidade de pulso do laser refere-se à duração de
cada pulso de energia emitido pelo dispositivo.
Um pulso mais rápido pode aumentar de exposição
da pele ao calor, aumentando assim o risco de danos
que podem levar à cicatrização. Ajustar a velocidade
de pulso de acordo com o tipo de pele e a condição a
ser tratada é crucial.
Densidade de Energia
A densidade de energia ( J/cm²) é outro parâmetro
crítico que deve ser ajustado para minimizar o risco
de cicatrização. Uma densidade de energia muito

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alta pode causar danos excessivos ao tecido,
enquanto uma densidade de energia muito baixa
pode ser ineficaz e exigir múltiplas sessões,
aumentando o risco de complicações.
Resfriamento da Pele
O resfriamento adequado da pele antes, durante e
após o procedimento é vital para minimizar o risco
de cicatrizes. O resfriamento pode ser realizado com
a ajuda de géis, dispositivos de resfriamento por ar
ou outros métodos. Isso ajuda a reduzir a inflamação
e a minimizar o dano térmico ao tecido circundante.

Risco de Infecções
O risco de infecção é uma preocupação em qualquer
procedimento médico que rompa a barreira cutânea,
e o endolaser facial não é exceção. A pele serve
como uma barreira natural contra patógenos, e
qualquer intervenção que comprometa essa barreira
pode potencialmente introduzir bactérias, vírus ou
outros microrganismos no corpo. As infecções
podem variar de leves a graves e podem complicar
ainda mais o quadro se não forem tratadas
adequadamente. Além disso, uma infecção pode
retardar o processo de cicatrização e até mesmo
levar a outras complicações, como cicatrizes
36
permanentes ou disseminação da infecção para
outras partes do corpo.
Aqui estão o que devem ser observados para evitar
infecções:
Esterilização do Equipamento
A esterilização rigorosa de todo o equipamento que
entrará em contato com tecido é fundamental para
minimizar o risco de infecção. Isso inclui não apenas
o aparelho de laser em si, mas também quaisquer
instrumentos auxiliares, como fibras, pinças,
cotonetes e até mesmo as luvas usadas pelo
profissional. Os equipamentos devem ser
esterilizados usando métodos aprovados por cada
fabricante, como autoclavagem ou desinfecção com
soluções químicas apropriadas.
Técnicas Assépticas
O uso de técnicas assépticas durante o procedimento
é igualmente crucial. Isso inclui lavar as mãos
adequadamente, usar luvas esterilizadas, e preparar
o campo operatório de forma a minimizar a
exposição a patógenos. O ambiente onde o
procedimento é realizado também deve ser mantido
limpo e esterilizado.

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Vale lembrar que a assepsia da região a ser tratada
também é essencial.
Antibióticos Profiláticos
Em alguns casos, especialmente para procedimentos
mais invasivos ou para pacientes com histórico de
infecções cutâneas, o uso de antibióticos profiláticos
pode ser considerado para reduzir o risco de
infecção pós-procedimento.
Após o procedimento, é vital monitorar a área
tratada para sinais de infecção, como vermelhidão,
inchaço ou secreção purulenta. Qualquer sinal de
infecção deve ser tratado imediatamente com
antibióticos ou outros tratamentos específicos.
Consentimento Informado
É fundamental que os pacientes sejam plenamente
informados sobre os riscos e benefícios do
procedimento, permitindo-lhes tomar uma decisão
informada.

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ENDOLASER
I n s t i t u t o Ve l a s c o

O curso mais
completo de
Endolaser Facial!

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INFORMAÇÕES 39
Conclusões
o longo deste e-book, exploramos em
profundidade os mecanismos complexos e as
aplicações práticas da terapia com endolaser
facial. Desde a absorção seletiva de energia por
cromóforos específicos até os riscos e complicações
associados, abordamos os aspectos essenciais que
todo profissional da área deve conhecer. Mas como a
medicina é um campo em constante evolução, é
crucial olhar para o futuro e antecipar as tendências
emergentes que podem transformar a forma como
realizamos esses procedimentos.
A tecnologia de laser está em constante evolução,
com novos dispositivos e técnicas sendo
desenvolvidos para tornar os procedimentos mais
seguros, eficazes e acessíveis.
A terapia com endolaser facial não é uma solução
isolada, mas sim uma ferramenta que pode ser
integrada em uma abordagem multidisciplinar na
Harmonização facial. A combinação de endolaser
com outras modalidades terapêuticas, como
radiofrequência, ultrassom microfocado, injetáveis,

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bioestimulaores de colágeno, peeling pode oferecer
resultados superiores e mais duradouros.
Obrigado por nos acompanhar! Estamos ansiosos
para ver como você aplicará essas informações
valiosas em sua prática profissional. Até a próxima
inovação!

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Bibliografia Recomendada
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