Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leucinéia Schmidt1
Taís Fátima Soder2
Rubia Garcia Deon3
Fábia Benetti4
ABSTRACT: On the last few decades we saw an alarming grow of obesity in the whole
world. Recent scientific studies suggest that intestinal microbiota might play an
important role on obesity and its diseases. In this article we make a literature review
about the most recent data on microbial diversity on the intestinal tract and its relation
1 Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões – URI, Campus de Frederico Westphalen/RS. E-mail: leucineia@hotmail.com.
2 Nutricionista. Mestranda em Educação pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Sul (PUCRS). Docente do curso de Graduação em Nutrição da Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões – URI, Campus de Frederico Westphalen/RS. E-mail: rubia@uri.edu.br.
4 Nutricionista. Mestre em Envelhecimento Humano pela Universidade de Passo Fundo. Doutoranda em
with obesity. We have researched papers, which were written during 2004 and 2016,
in English and in Portuguese, on the following databases: PubMed, Medline, Scielo,
Science Direct and Lilacs. Studies say there are around 3.3 million of genes on the
human microbiota, considering that the major of them, around 90%, have Firmicutes
and Bacteroidetes phylum. It is demonstrated that obese animals have their microbiota
changed, with reduction of 50% on the quantity of Bacteroidetes and a proportional
increasing of Firmicutes. Yet, on obese individuals after weight losing, it was observed
less Firmicutes than Bacteroidetes. The imbalance on the intestinal microbiota inflicts
on the intestine’s integrity, once it changes the intestinal barrier and increases the
content of negative-gram bacterias, which are rich on lipopolysaccharide, and these
start being absorbed, what generates metabolic endotoxemia and pro-inflammatory
cytokines’ secretion. Among the tools to modulate the intestinal microbiota, the
probiotics, the prebiotics and the symbiotics are the most important. We conclude that
the relation between intestinal microbiota and obesity is increasingly clearer, yet there
are many mechanisms to be clarified and new studies are necessary.
Keywords: Obesity. Gastrointestinal Microbiome. Dysbiosis. Probiotics. Prebiotics.
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
MICROBIOTA INTESTINAL
fenótipos do hospedeiro, não sendo abruptamente alterada por intervenções de curto prazo.
Algumas dietas podem modificar o padrão de colonização intestinal desde o início da vida.
Logo, sugere-se que a alimentação tenha efeito direto sobre a microbiota (MORAES et al.,
2014; BRAHE; ASTRUP; LARSEN, 2016).
Segundo Hildebrandt et al. (2009) Firmicutes representam bactérias que possuem
genes de transporte de membrana, transcrição e motilidade celular, com isso são
favorecidas para crescimento na presença de dieta rica em gorduras, enquanto as
Bacteriodetes anaeróbias tem declínio nesta situação. Logo, demostrou-se que genes para
o metabolismo de aminoácidos e carboidratos diminuíram em abundância sobre o
interruptor com a dieta rica em gordura, enquanto que os genes para a transdução de sinal
e transporte de membrana aumentaram. Assim, estabeleceu-se que a própria dieta rica em
gordura, e não o estado obeso era responsável pela microbiota alterada. Além disso,
confirmou-se que alterações relativamente modestas no gasto de energia podem levar a
diferenças dramáticas no acúmulo de gordura ao longo do tempo.
Jumpertz et al. (2011) investigaram alterações nas fezes de 12 indivíduos magros
e 9 indivíduos obesos durante dietas que variaram em conteúdo calórico (2400 kcal/dia
comparado com 3400 kcal/dia). Eles mostraram que uma carga de nutrientes alterada
induzia mudanças rápidas na composição bacteriana da flora intestinal. Essas alterações
foram de tal forma que um aumento de 20% em Firmicutes e uma diminuição
correspondente em Bacteroidetes foi associado a um aumento da extração de energia de
cerca de 150 kcal. Além disso, o elevado grau de superalimentação nos indivíduos magros
foi associado a maior perda de energia nas fezes. Assim, sugere-se que a microbiota
intestinal detecta alterações na disponibilidade de nutrientes.
Os lipopolissacarídeos (LPS) são o principal componente das bactérias gram-
negativas. O nível de LPS no soro está aumentado em cerca de duas vezes em indivíduos
obesos alimentados com dieta rica em gordura, através de processos que envolvem o
aumento de quilomícrom, diminuição na integridade da barreira intestinal e uma diminuição
na atividade da fosfatase alcalina, que é a enzima responsável pela clivagem dos LPS no
intestino. Logo, sugere-se que a combinação de dieta gordurosa e a presença de bactérias
gram-negativas no intestino, são fatores capazes de induzir a inflamação intestinal
(DELZENNE; NEYRINCK; CANI, 2011).
Realizou-se um estudo entre indivíduos que consumiram uma dieta com baixo teor
de carboidratos e rica em gorduras, constatando-se que os mesmos haviam diminuído a
frequência de defecação e reduzido os níveis de butirato e bifidobactérias em amostras
fecais. Logo, as bactérias anaeróbias que sintetizam mais butirato em relação ao acetato
ou propionato podem diminuir a ingestão de alimentos ou a extração de energia, diminuindo
assim a produção de glicose hepática, a síntese de lipídios e a adipogênese, e em
contrapartida ainda podem aumentar a lipólise levando à redução da gordura corporal
(BRINKWORTH et al., 2009).
O alto teor de gordura presente na dieta ocidental pode alimentar bactérias do
intestino que aumentam a absorção de energia e diminuem as despesas de energia no
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BÄCKHED, F. et al. The gut microbiota as an environmental factor that regulates fat
storage. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of
America, v. 101, n. 44, p. 15718-15723, nov. 2004.
BORONI MOREIRA, A. P. et al. Gut microbiota and the development of obesity. Nutrición
Hospitalaria, v. 27, n. 5, p. 1408-1414, sep/oct. 2012.
CANI, P. D. et al. Role of gut microflora in the development of obesity and insulin
resistance following high-fat diet feeding. Pathologie Biologie, v. 56, n. 5, p. 305-309, jul.
2008.
CANI, P. D.; DELZENNE, N. M. The Role of the Gut Microbiota in Energy Metabolism and
Metabolic Disease. Current Pharmaceutical Design, v. 15, n. 13, p. 1546-1558, 2009.
CANI, P. D.; DELZONNE, N. M. Gut microflora as a target for energy and metabolic
homeostasis. Current opinion in clinical nutrition and metabolic care, v. 10, n. 6, p.
729-734, nov. 2007.
CARICILLI, A. M.; SAAD, M. J. Gut microbiota composition and its effects on obesity and
insulin resistance. Current opinion in clinical nutrition and metabolic care, v. 17, n. 4,
p. 312-318, nov. 2014.
CHEN, K. W. The Pivotal Role of Gut Microbiota in Energy Balance and Obesity.
International Journal of Endocrinology and Metabolism, v. 2, n. 2, p. 33-37, 2011.
ERRIDGE, C. et al. A high fat meal induces low-grade endotoxemia: evidence of a novel
mechanism of postprandial inflammation. American Journal of Clinical Nutrition, v. 86,
p. 1286-1292, 2007.
HILDEBRANDT, M. A. et al. High-Fat Diet Determines the Composition of the Murine Gut
Microbiome Independently of Obesity. Gastroenterology, v. 137, n. 5, p. 1716-1724, nov.
2009.
JONES, M. L. et al. The human microbiome and bile acid metabolism: dysbiosis,
dysmetabolism, disease and intervention. Expert Opinion on Biological Therapy, v. 14,
n. 4, p. 467-82, apr. 2014.
LEY, R. E. et al. Microbial ecology: human gut microbes associated with obesity. Nature.
v. 444, n. 7122, p. 1022-1023, dec. 2006.
LEY, R. E. et al. Obesity alters gut microbial ecology. Proceedings of the National
Academy of Sciences of the United States of America, v. 102, n. 31, p. 11070-11075,
aug. 2005.
LOZUPONE, C. A. et al. Diversity, stability and resilience of the human gut microbiota.
Nature, v. 489, n. 7415, p. 220-230, sep. 2012.
PARK, J. E.; OH, S. H.; CHA, Y. S. Lactobacillus plantarum LG42 isolated from gajami sik-
hae decreases body and fat pad weights in diet-induced obese mice. Journal of Applied
Mirobiology, v. 116, n. 1, p. 145-156, jan. 2013.
RIDAURA, V. K. et al. Cultured gut microbiota from twins discordant for obesity modulate
adiposity and metabolic phenotypes in mice. Science, v. 341, n. 6150, p. 1-30, set. 2013.
TILG, H.; KASER, A. Gut microbiome, obesity, and metabolic dysfunction. The Journal of
Clinical Investigation, v. 121, n. 6, p. 2126-2132, jun. 2011.
TSUKUMO, M. D. et al. Translational research into gut microbiota: new horizons in obesity
treatment. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, v. 53, n. 2, p. 139-
144, mar. 2009.
TURNBAUGH, P. J. et al. A core gut microbiome in obese and lean twins. Nature, v. 457,
n. 22, p. 480-484, jan. 2009.
VRIEZE, A. et al. The environment within: how gut microbiota may influence metabolism
and body composition. Diabetologia, v. 53, n. 4, p. 606-613, apr. 2010.