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São Paulo
2022
ERICA CRISTINA GREGGIO
JULIA BORTOLO
NILZA COSTA GOMES
PRISCILA RODRIGUES
THIAGO DA SILVA SCHIAVON
São Paulo
2022
RESUMO
A questão da microbiota e seu papel na saúde do hospedeiro nunca foi tão investigada, em
virtude de inúmeras pesquisas terem descoberto que sua relação pode ser muito mais rica e
complexa do que se imaginava há alguns anos, além de que atualmente a tecnologia tende ser
mais avançada e apta para alcançar resultados. Este trabalho teve como objetivo analisar as
interações entre alimentação e microbiota do praticante de atividade física. Para tal, foi
realizada uma pesquisa de Revisão Integrativa da Literatura, com artigos relevantes para o
tema nas bases de dados U.S National Library of Medicine and the National Institutes Health
(PUBMED) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO) no período de Março à Junho de
2022. Para garantir uma microbiota em homeostase é necessário ter um aporte ideal de
probióticos e prebióticos, e assim atingir a eubiose intestinal e a consequente saúde do
hospedeiro e para tal, deve-se oferecer fibras fermentáveis em variedade, já que os
microorganismos se beneficiam dessa fermentação. A relação com a atividade física pode se
dar de formas como o bom funcionamento e a proteção do epitélio intestinal, evitando a
disbiose e o leaky-gut, condições que causam sintomas extra-intestinais. Os estudos são
promissores quanto a essa relação entre saúde gastrointestinal e atividade física em benefício
do hospedeiro, porém mais exploração se faz necessária, devido a variedade de esportes,
níveis de esforço, condutas alimentares, bem como a idade dos praticantes e suas
particularidades.
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………….. 5
2 OBJETIVOS ………………………………………………………………………………...8
3 METODOLOGIA …………………………………………………………………………...9
7. CONCLUSÃO …………………………...………………..……………………………..22
1. INTRODUÇÃO
Neste contexto, o objetivo deste presente estudo foi analisar a relação do exercício
físico e sua influência na modulação da microbiota intestinal, sendo uma temática relevante,
já que o desequilíbrio da microbiota se relaciona ao desenvolvimento de diversas
comorbidades que podem impactar na saúde dos indivíduos. (CAVALCANTE, 2021). A
recomendação é que eles devem limitar a quantidade do tempo em comportamento sedentário
e praticar atividades físicas de qualquer intensidade, proporcionando benefícios para a saúde.
Enquanto uma dieta rica em gorduras de origem animal, como carnes vermelhas, alto
teor de açúcares, álcool, ultraprocessados e poucas fibras, elevam os níveis de
microorganismos que podem trazer prejuízos a essa microbiota intestinal, e
consequentemente, à saúde do indivíduo. (CAVALCANTE, 2021).
Deste modo, reparar e restaurar a integridade da mucosa intestinal, por meio de uma
dieta equilibrada e saudável, não irritativa, rica em nutrientes importantes para a integridade
da barreira intestinal, como vitaminas A, D, zinco, ômega 3 e glutamina, focando em hábitos
saudáveis, é de extrema importância para assim obter um equilíbrio que favoreça a saúde
intestinal do indivíduo. (CAVALCANTE, 2021).
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Sendo assim, é de suma importância que se realizem estudos que avaliem o efeito da
alimentação e atividade física na microbiota intestinal para a fundamentação de estratégias
nutricionais e de qualidade de vida (CAVALCANTE, 2021).
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
3. METODOLOGIA
4. REVISÃO DE LITERATURA
Já os prebióticos são fibras não digeridas que são utilizadas pelos microorganismos
intestinais em seu benefício. Alguns exemplos dessas fibras são os frutooligossacarídeos
(FOS), galactooligossacarídeos (GOS), oligossacarídeos e outros. Os prebióticos estimulam o
crescimento de bactérias favoráveis no intestino, além de ter efeitos positivos na saúde
cardiovascular e cognitiva (SIMON et al., 2021).
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2 Penders et al., 2006 Leite materno Flora intestinal benéfica, rica em bifidobactérias X
A alimentação exclusiva com leite materno até o 6º mês tem grande influência sobre
a microbiota intestinal do bebê, com predominância de Lactobacillus e Bifidobacterium, o que
reduz a ocorrência de diarreias e infecções do TGI. (RIBEIRO et al., 2016).
Crianças não amamentadas ao peito, que recebem outro tipo de leite, têm número
reduzido de bifidobactérias em sua flora intestinal e maior e maior quantidade Escherichia
coli, bacteroides e Clostridium. (KALLIOMÄKI et al., 2001).
Os compostos bioativos isoflavonas e lignanas são polifenóis, que são uma grande
classe de compostos de origem vegetal. Estima-se que 90% dos polifenóis tenham absorção
incompleta no intestino delgado e sejam metabolizados pela microbiota no intestino delgado.
Existe uma grande variabilidade individual na produção de metabólitos após o consumo de
precursores polifenólicos na dieta, o que pode refletir diferenças na microbiota intestinal. O
consumo de plantas e muitos polifenóis, incluindo isoflavonas e lignanas, foram propostos
como relacionados a uma série de resultados de saúde, incluindo doenças cardiovasculares e
diabetes. Os achados de que as medidas funcionais da microbiota mudam com as mudanças
na dieta são convincentes, mas não sabemos se a função da microbiota intestinal é alterada
por meio de intervenções dietéticas direcionadas ou se as alterações na produção de
metabólitos e na expressão gênica refletem o potencial funcional existente que é ativado
através da entrega de precursores alimentares. Com relação aos resultados de saúde, os dados
indicam o potencial de interconexões complexas; por exemplo, a obesidade pode ser
influenciada pela microbiota intestinal (MORAES; SILVA; ALMEIDA-PITITTO;
FERREIRA, 2014).
A laranja, por exemplo, é uma fruta onde são encontrados compostos bioativos, em
especial polifenóis, relacionados com a composição e funcionalidade da microbiota intestinal.
Estudos demonstram que a microbiota intestinal pode transformar compostos fenólicos em
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O vinho tinto tem sido sugerido como possível modulador da microbiota do TGI pelo
seu conteúdo de polifenóis, que em parte não é absorvido pelo intestino delgado, chega ao
cólon e tem ação probiótica interagindo com a microbiota de maneira benéfica, os polifenóis
contidos no vinho tinto contribuem para o aumento nas populações de Proteobacteria,
Fusobacteria, Firmicutes e Bacteroidetes e nos gêneros Enterococcus, Bacteroides e
Prevotella e redução dos patógenos do gênero Clostridium (Clostridium histolyticum). Um
dos principais mecanismos protetores do vinho tinto decorre da elevação da produção de
Bifidobacterium spp., o que contribui na redução da colesterolemia e das concentrações de
PCR (marcador inflamatório). (QUEIPO-ORTUÑO,2013).
Dietas com alto teor de lipídeos, principalmente saturados, podem ser um fator de
risco para o desenvolvimento de inflamação sistêmica de baixo grau, mas os estudos indicam
que a suplementação de ácidos graxos ômega-3 pode atenuar a inflamação frente a um
excesso do consumo de lipídeos pela dieta. (CANI, 2012).
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Mas, a intervenção com inulina, por exemplo, parece beneficiar mais aqueles que já
têm um alto consumo de fibra. Um estudo classificou 34 participantes entre aqueles que
tinham um alto consumo de fibra e aqueles com baixo consumo de fibra na dieta habitual. A
composição da microbiota intestinal e as concentrações de ácidos graxos de cadeia curta
foram avaliadas após a intervenção que consistiu em 3 semanas de suplementação diária com
16 g de frutanos do tipo inulina ou com placebo, maltodextrina, também 16g diárias. O grupo
com baixa ingestão habitual de fibras, apresentou um aumento de Bifidobacterium, enquanto
o grupo com alta ingestão habitual de fibras, teve um aumento de Bifidobacterium e
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indivíduos que não são treinados, os atletas geralmente apresentam maior diversidade da MI,
e consequentemente maior diversidade de vias metabólicas, entre as quais vias de síntese de
AGCC, por conta do seu estilo de vida ativo e alimentação equilibrada (DA SILVA, 2020).
7. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS
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