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Conteudista
Prof. Dr. Anderson Sena Barnabe
Revisão Textual
Esp. Jéssica Dante
OBJETIVO DA UNIDADE
• Proporcionar ao aluno o conhecimento sobre a importância do equilíbrio
microbiano junto ao trato gastrointestinal, suas relações com distúrbios
patológicos e a interação com o sistema imunológico.
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Modulação Intestinal
Nosso intestino tem uma diversidade de aplicações, sendo responsável por ações
tais como a digestão de proteínas, carboidratos e lipídios provenientes da nossa
alimentação e, com isso, implica-se a absorção de líquidos e micronutrientes.
Além disso, outro papel fundamental está associado ao fato dele ser uma barrei-
ra física e imunológica para uma grande quantidade de microrganismos, corpos
e elementos estranhos e antígenos, os quais inviavelmente podem ser consumi-
dos juntamente com o alimento. Todas essas intrincadas redes de ações, reações
e relações sofrem modulações e regulação graças a ação integrada do nosso
metabolismo, constituição das células intestinais e seus tecidos (histologia) mor-
fologia, fisiologia e ação de nossa microbiota endógena e ou entérica (ALMEIDA
et al., 2009).
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Figura 1 – Relações do Selênio e da Microbiota intestinal
Fonte: FERREIRA et al., 2021
#ParaTodosVerem: imagem de um ser humano em desenho na cor amarela (da parte central para a parte
esquerda da figura) com demonstração do sistema digestório em vermelho (no centro da figura do ser
humano), acompanhado de três setas azuis (no centro da imagem), as quais mostram quadros (em cor azul),
partindo para o lado esquerdo centralizado. Na parte oposta (totalmente à esquerda) temos indicadores
da interação das bactérias vistas em bastonetes vermelhos e círculos (cocos) roxos. Toda essa imagem se
encontra sob um fundo branco. Fim da descrição.
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Saiba Mais
A disbiose acontece quando as bactérias que compõem nosso
trato gastrointestinal – que inclui o estômago e o intestino – fi-
cam desequilibradas em relação à quantidade e diversidade.
Alguns efeitos da disbiose, como dor de estômago, são tem-
porários e leves. Em muitos casos, o próprio organismo pode
corrigir o desequilíbrio sem tratamento.
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Dentre os problemas mais associados à disbiose, citamos, por exemplo, o caso da
Doença de Crohn (DC), caracterizada por tolerância imunológica comprometida à
microbiota comensal intestinal, causando um estado de inflamação da barreira
intestinal. A disbiose da microbiota intestinal pode ser um fator determinante na
etiologia da DC. Sabe-se que portadores de DC apresentam uma baixa diversi-
dade microbiana e uma alta abundância de bactérias potencialmente patogêni-
cas. A microbiota humana equilibrada atua beneficiando a saúde do hospedeiro
humano contra invasões patogênicas. Sem essa microbiota específica, a mucosa
intestinal fica exposta a antígenos que precisarão ser eliminados por barreiras
imunológicas, as quais são afetadas por fatores como antibióticos, estilo de vida
e a dieta do hospedeiro, sendo a dieta, o fator que mais se associa com a micro-
biota intestinal e seus eventuais desequilíbrios (DIAS et al., 2020). Os probióticos
são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequa-
das, asseguram benefícios à saúde do hospedeiro.
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Disbiose e Imunidade
Além de o intestino ser um órgão de digestão e absorção, também assume im-
portante função no sistema imunológico. O bom aporte de nutrientes pode mo-
dular e melhorar a resposta imune neste local (ALMEIDA et al., 2009). A microbio-
ta natural do trato gastrointestinal (TGI) realiza o papel colaborativo na barreira
fisiológica, que é composta pelo epitélio da mucosa do intestino, localizada no
sistema digestivo e, em maior parte, no cólon do intestino grosso. As partes cons-
tituintes integrantes da barreira correspondem ao epitélio mucoso, o sistema
imune local, Placa Peyer, lâmina própria, barreira linfoepitelial e a circulação he-
mato-linfática (PERBELIN et al., 2019).
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Saiba Mais
Probióticos são elementos muito divulgados na mídia como
promotores de saúde, mas você sabe o que são eles? Probi-
óticos são definidos como microrganismos vivos, os quais são
administrados em quantidades certas, que conferem uma série
de benefícios à saúde do hospedeiro.
Figura 3 – Células do sistema imune em ambiente pouco colonizado por bactérias (A) e
com colonização adequada (B)
Fonte: Adaptada de SOMMER; BACKHED, 2013
#ParaTodosVerem: representação de células intestinais em marrom, com fundo amarelado no primeiro
quadrante, com células arredondadas em azul e vermelho, indicando as células do sistema imune. No
segundo quadrante, temos representação de células intestinais com pequenos pontos representando
bactérias e, ao lado, círculos azuis de maior tamanho, representando células do sistema imune sob um
fundo amarelado. Fim da descrição.
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Histologia do Sistema
Digestório e Flora Microbiana
Sabemos que o sistema digestório é constituído pelo trato digestório (cavidade
oral, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso) e suas glândulas associadas
(glândulas salivares, fígado e pâncreas).
A regulação ocorre, portanto, pelo próprio meio, devido à presença dos diversos
grupos que se estabelecem à medida que as condições se apresentam favoráveis
em relação às interações microbianas e substâncias inerentes ao seu metabo-
lismo, aos fatores fisiológicos do hospedeiro e nutrientes provenientes da dieta
alimentar. Outros fatores que podem ser citados são: estado clínico do hospedei-
ro; idade; tempo de trânsito intestinal e pH intestinal; disponibilidade de material
fermentável; interação entre os componentes da microbiota; suscetibilidade a in-
fecções; estado imunológico; requerimentos nutricionais e o uso de antibióticos
e imunossupressores (ALMEIDA et al., 2009).
Entre essas áreas, entendemos então que há uma diversificação microbiana de-
pendendo da localização e de fatores fisiológicos do hospedeiro. Com base nes-
ses dados, podemos citar o povoamento microbiano em determinadas áreas,
como, por exemplo, a cavidade oral que contém uma mistura de microrganis-
mos, sendo principalmente encontradas bactérias anaeróbicas, tendo como es-
truturas anatômicas e histológicas aqui representadas pela boca e língua:
Quanto à língua, seus dois terços anteriores são formados por uma massa cen-
tral de fibras musculares esqueléticas. O terço posterior apresenta agregados de
tecido linfoide, as tonsilas linguais.
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Essa superfície contém numerosas projeções em sua estrutura, as quais deno-
minamos de papilas linguais. Ainda na abordagem das estruturas anatômicas e
histológicas, podemos abordar que na língua existem células quimiossensoriais
chamadas células receptoras gustativas. Essas células estão em contato sinápti-
co com as terminações dos nervos gustativos.
Mucosa
O epitélio que recobre a superfície do estômago é cilíndrico simples com células
secretoras de muco. Esse epitélio sofre invaginações em direção à lâmina própria,
formando as fossetas gástricas. No fundo dessas fossetas, na lâmina própria, se
abrem muitas glândulas pequenas. A lâmina própria do estômago é composta
por tecido conjuntivo frouxo contendo fibras colágenas e reticulares, já as fibras
elásticas são raras. Separando a mucosa da submucosa adjacente, existe uma
camada de músculo liso (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, c2023).
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Região Cárdia
A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5 a 3,0 cm de largura, na
transição entre o esôfago e estômago. Sua mucosa contém glândulas tubulares
enoveladas que se abrem nas fossetas gástricas, denominadas glândulas da cár-
dia. Suas células secretoras produzem muco e lisozima, mas algumas poucas cé-
lulas produtoras de elementos componentes dos processos digestivos também
podem ser encontradas (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, c2023).
Fundo e Corpo
A lâmina própria da região do corpo e fundo está preenchida por glândulas tubu-
lares ramificadas (glândulas fúndicas), das quais três a sete abrem-se no fundo
de cada fosseta gástrica. As glândulas possuem três regiões distintas: istmo, colo
e base. A distribuição dos diferentes tipos celulares epiteliais nas glândulas gás-
tricas não é uniforme. O istmo possui células mucosas em diferenciação que
substituirão as células da fosseta e as superficiais, células-tronco indiferenciadas
e células oxínticas (parietais); o colo contém as células mucosas do colo, célu-
las-tronco mitoticamente ativas e células parietais; e a base, representando a
maior parte da glândula, contém principalmente células parietais e zimogênicas
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, c2023).
As glândulas fúndicas possuem cinco tipos celulares principais: (1) células muco-
sas do colo, (2) células principais ou zimogênicas, (3) células parietais ou oxínti-
cas, (4) células-tronco, e (5) células enteroendócrinas ou gastroenteroendócrinas
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, c2023).
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Tipos Celulares da Região Fúndica
Células-tronco
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humanos, as células zimogênicas também produzem a enzima lipase. A exocito-
se do pepsinogênio é rápida e estimulada pela alimentação (após jejum).
Células Enteroendócrinas
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A eliminação de resíduos insolúveis e outras substâncias é a função do intestino
grosso.
Para essa fusão complexa entre as porções intestinais e a microbiota, temos que
nos atentar às estruturas da mucosa intestinal.
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Figura 4 – Estruturas da mucosa intestinal
Fonte: Reprodução
#ParaTodosVerem: estruturas representantes de células do intestino em amarelo com inclusões roxas no
centro da figura, acima no quadrante superior esquerdo, uma figura representando um intestino humano
em roxo, com uma seta em verde apontando para a célula e ao lado figuras em amarelo, azul, vermelho e
com formas circulares, toda representando células intestinais. Todas as imagens sob um fundo branco. Fim
da descrição.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
Vídeos
Leituras
ALMEIDA, L. B. et al. Disbiose intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, [S. l.],
v. 24, n. 1, p. 58-65, 2009.
PETERSEN, C.; ROUND, J. L. Defining dysbiosis and its influence on host immunity and
disease. Cellular microbiology, [S. l.], v. 16, n. 7, p. 1024-1033, 2014.
SOMMER, F.; BÄCKHED, F. The gut microbiota – masters of host development and
physiology. Nature reviews microbiology, [S. l.], v. 11, n. 4, p. 227-238, 2013.