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A Microbiota Intestinal representa um grande papel no que toca ao seu contributo para
o devido funcionamento do nosso sistema imunológico. Em oposição ao que se
acreditava antigamente, há uma forte interação entre tecido epitelial do intestino,
microbiota intestinal e células imunológicas (Takiishi et al., 2017), o que resulta na
influência das próprias respostas dos fatores imunológicos aos antigénios detetados,
na tolerância e eficácia das respostas imunológicas (Takiishi et al., 2017, p. 1). Para
além disso, a microbiota tem capacidade de modelar os mediadores imunológicos e
tem um papel no desenvolvimento do sistema imunitário em si (Takiishi et al., 2017)
Dito isto, poderá haver uma relação entre a manutenção da microbiota e a barreira
intestinal e a suscetibilidade do organismo humano a determinadas doenças.
Existem imensos fatores que possuem um grande envolvimento nas respostas
imunológicas do nosso corpo como as interleucinas (IL1, IL6, etc..), os fatores de
crescimento (TNF-a, etc..), entre outros, estando neles incluídas as células linfoides,
também conhecidas como os linfócitos B e T, estas células são responsáveis pela
produção de anticorpos (Linf.B) e pela eliminação e destruição de células
potencialmente prejudiciais para o nosso organismo (Linf.T) (Carneiro, n.d.).
Compreendendo o porte que estas células possuem no que toca às defesas do nosso
corpo, o facto de se estimar que 70% dos linfócitos existentes no corpo humano
encontram-se no trato gastrointestinal (tornando-o o maior órgão imunológico que
possuímos) (Takiishi et al., 2017), dá-nos uma clara visão do quão necessitamos da
microbiota intestinal e consequentemente do bom funcionamento do nosso intestino
para que haja uma carga imunológica eficiente contra possíveis ameaças externas ao
nosso organismo.
Numa tentativa de explicar sucintamente como a microbiota funciona também por si
como um fator imunológico, muitas das vezes o microbioma encontra-se em
competição com fatores patogénicos (como por nutrientes, por exemplo), em
consequência disso são secretados péptidos antimicrobianos em função desta
competição, com a finalidade de eliminar estes estas possíveis ameaças.(Takiishi et
al., 2017). Este processo consiste na ação da Imunoglobulina A, uma proteína com
função anticorpo, que se liga aos agentes patogénicos e neutraliza a sua atividade
(Gomes et al., 2018). A secreção deste anticorpo advém de fatores de diferenciação
mieloide sinalizados por parte das bactérias intestinais e da diferenciação dos
linfócitos B em células produtoras de Imunoglobulina A. (Gomes et al., 2018). Através
deste mecanismo a microbiota funciona como uma defesa a corpos estranhos que
cheguem ao intestino.
Segundo Takiishi et al. uma microbiota estável previne infeções bacterianas e a sua
ausência cria um enfraquecimento e uma suscetibilidade do nosso organismo a
bactérias patogénicas. E reforça também que é essencial a colonização bacteriana da
nossa microbiota desde a infância para um desenvolvimento adequado do sistema
imunológico no desenvolvimento das crianças até à idade adulta (Takiishi et al., 2017)
isto pode-se alcançar-se ao promover o consumo de probióticos indicados às crianças
em questão. O mesmo aplica-se aos idosos que, sofrem bastante de obstipação, uma
condição que muitas das vezes causa a recorrência de laxantes, fármacos que podem
causar grandes disrupções nas colónias bacterianas, para além do facto de se
observar já naturalmente um decréscimo na população de colónias bacterianas
benéficas à medida que se vai envelhecendo (Takiishi et al., 2017), sendo também
neles importante a suplementação probiótica para que não haja uma depleção na sua
capacidade imunológica e uma maior vulnerabilidade a infeções.
Referências:
Gomes, A. C., Hoffmann, C., & Mota, J. F. (2018). The human gut microbiota: Metabolism and
perspective in obesity. Gut Microbes, 9(4), 308.
https://doi.org/10.1080/19490976.2018.1465157
Lebovitz, H. E. (2001). Insulin resistance: Definition and consequences. Experimental and Clinical
Endocrinology and Diabetes, 109(SUPPL. 2), S135–S148. https://doi.org/10.1055/S-2001-
18576/BIB
Takiishi, T., Ideli, C., Fenero, M., Olsen, N., & C^, S. (2017). Intestinal barrier and gut microbiota:
Shaping our immune responses throughout life.
https://doi.org/10.1080/21688370.2017.1373208