Você está na página 1de 37

Fisiopatologia: Alergia Alimentar e

Intolerâncias

Conteudista: Prof.ª Dra. Karolina Marie Alix Benedictte Van Sebroeck Dória
Revisão Textual: Esp. Danilo Coutinho de Almeida Cavalcante

Objetivos da Unidade:

Definir os conceitos relacionados à alergia alimentar, à hipersensibilidade tardia


e à intolerância alimentar;

Entender como é realizado o diagnóstico e como o organismo responde em cada


processo envolvido pode facilitar a definição da melhor estratégia nutricional
para a promoção da qualidade de vida dessas pessoas.

📄 Material Teórico
📄 Material Complementar
📄 Referências
📄 Material Teórico
Página 1 de 3

Alergia Alimentar
A alergia alimentar é muito comum em todo o mundo e está se tornando um importante
problema de saúde pública. De acordo com a OMS (2022), aproximadamente 10% da população
sofre com algum tipo de alergia alimentar. Apesar das alergias alimentares afetarem apenas uma

pequena parte da população, a reação alérgica pode ser grave ou fatal. Além disso, é evidente que
as pessoas com alergias alimentares experimentam uma redução na qualidade de vida.

Os alérgenos são preocupantes quando falamos sobre a segurança alimentar para os


consumidores que sofrem com alergias alimentares, para aqueles que têm pessoas com alergias
alimentares aos seus cuidados, para as empresas do setor alimentar e para as autoridades
competentes.

Com a crescente carga para o sistema de saúde representada pelos alérgenos alimentares, surge
uma expectativa de que as empresas do setor alimentar tomem medidas para declarar com
precisão a presença de ingredientes alergênicos, minimizando assim o risco e prevenindo a
presença acidental de alérgenos.

Os alérgenos devem ser geridos ao longo da cadeia de abastecimento e no processo de produção.


Os tratamentos aplicados para microrganismos patogênicos, como aquecimento ou
processamento em alta pressão, geralmente não destroem as proteínas alergênicas. O mesmo
ocorre com os processos de hidrólise enzimática ou hidrólise ácida, ou seja, as proteínas não
são completamente eliminadas ou destruídas.
A alergia alimentar é causada por uma reação imunológica adversa (hipersensibilidade) a certas
proteínas alimentares. Elas podem ser classificadas pelo seu mecanismo imunológico, a saber:

Mediada por imunoglobulina E (IgE) com hipersensibilidade imediata, cujos


sintomas se desenvolvem dentro de minutos ou de 1 a 2 horas após a ingestão do
alimento. Os sintomas apresentados podem incluir coceira ao redor da boca,
urticária, inchaço nos lábios e olhos, dificuldade respiratória, queda na pressão
arterial, diarreia e, em sua forma mais grave, a anafilaxia e a morte;

Não mediada por IgE (hipersensibilidade mediada por células ou retardada), cujos
sintomas aparecem várias horas após a ingestão do alimento e manifestam-se com
sintomas de dermatite de contato, síndromes respiratórias e gastrointestinais;

Mista, com os sintomas aparecendo horas depois da ingestão do alimento. Os


sintomas incluem a dermatite atópica, asma e sintomas gastrointestinais.

Vídeo
O que é Alergia Alimentar e o que Não é?
What's a Food Allergy -- and What's Not? | Body Stuff with Dr. Jen …

Ainda que cada tipo de alimento possa constituir um potencial alérgeno, a lista de alimentos
responsáveis pela grande maioria dos casos é relativamente curta. Em países desenvolvidos, os

alimentos mais frequentemente responsáveis por alergias em crianças são leite de vaca, ovos,
trigo, peixes e mariscos, amendoim, nozes e soja. Enquanto em adultos, os alérgenos mais
comuns são peixes e frutos do mar, amendoim, nozes, frutas e vegetais (BENEDÉ et al., 2016).

Nos países em desenvolvimento, a incidência de alergia alimentar também tem sido crescente. O

crescimento econômico e a expansão da globalização apontam para um futuro aumento nas


alergias alimentares nesses países.
Figura 1 – Alimentos que podem causar alergia alimentar
Fonte: Adaptada de Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia com vista frontal. Sobre um


fundo branco, nove retângulos com alimentos que podem causar alergia
alimentar. Na parte superior, estão os ovos, os morangos e os peixes. No centro,
as espigas e grãos de trigo e amendoim. Abaixo, as nozes, avelãs e amêndoas, a
soja e o leite. Fim da descrição.

As doses que provocam as reações alérgicas são variáveis entre os indivíduos e dependem do
tipo de alérgeno. O contato cruzado com alérgenos pode ocorrer no processamento, preparo e
manuseio dos alimentos, alguns com maior potencial de contato cruzado com alérgenos, de
modo que medidas para prevenir ou minimizar essa ocorrência devem ser avaliadas pelas
empresas do setor alimentar.
Glossário
Alérgeno: é uma substância inofensiva capaz de desencadear uma resposta que se
inicia no sistema imunológico e resulta em uma reação alérgica. No caso dos
alimentos, é a proteína;

Contato cruzado alergênico: ocorre quando um alimento ou ingrediente alergênico


é incorporado involuntariamente em outro alimento que normalmente não contém
esse alimento alergênico.

Um diagnóstico preciso é essencial para o manejo personalizado das pessoas que possuem
alergias alimentares. Saber a história clínica sobre a alergia alimentar, realizar o teste de
puntura, de IgE sérica específica, dietas de exclusão e desafios alimentares orais são

ferramentas importantes para o diagnóstico da alergia alimentar (WERFEL et al., 2015).

Site
Allergen Nomenclature

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
Saiba Mais
Existem oito alimentos ou grupos de alimentos que são responsáveis

por mais de 90% de todas as alergias alimentares. São eles: cereais


contendo glúten (trigo, centeio, aveia e cevada), crustáceos, ovos,
peixes, leite, amendoim, soja e nozes (Food and Agriculture Organization
of the United Nations; World Health Organization, 2020).

Embora a fisiopatologia da alergia alimentar não esteja totalmente compreendida, o alérgeno


deve sobreviver ao ambiente ácido e proteolítico do estômago para alcançar o sistema

imunológico do intestino (MARTINIS et al., 2020).

A seguir vamos conhecer um pouco mais sobre cada tipo de alergia e quais medidas são tomadas
para evitar que episódios de alergia alimentar ocorram.

Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV)


A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma das alergias alimentares mais comuns na
primeira infância, normalmente com apresentação de sintomas clínicos com 6 meses de idade
(TURNER et al., 2022). A APLV afeta cerca de 2,5% dos bebês, com sintomas que variam de
relativamente leve à grave e com risco de vida. Dados apontam que a maioria das crianças
superam a APLV aos 3 anos de idade; numa minoria de crianças, entretanto, ela pode se tornar
persistente (TSABOURI et al., 2014).
As principais proteínas do leite de vaca incluem a caseína (que representa 80% da proteína total
do leite), e o soro do leite (que corresponde a 20%). Existem quatro proteínas maiores no
coágulo, a saber: aS1-caseína, aS2-caseína, β-caseína e κ-caseína. (SPERIDIÃO, 2021). No soro

estão a α-lactalbumina (Bosd4), β-lactoglobulina (Bosd5), a albumina sérica bovina (Bosd6) e a


lactoferrina (FLOM; SICHERER, 2019).

Você Sabia?
A reatividade cruzada é baseada na ligação de um anticorpo IgE a
estruturas homólogas de alérgenos. Isso significa que uma pessoa com
APLV pode apresentar alergia também a outros tipos de leite como, por
exemplo, o de cabra, o de ovelha e o de búfala.

O tratamento para a APLV consiste na retirada do alérgeno da dieta alimentar. É indicado


verificar a presença do leite e seus derivados em alimentos de origem não láctea, uma vez que o
quadro alérgico pode permanecer.
Figura 2 – Alimentos que possuem leite em sua composição
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é um fotografia. Sobre um fundo de madeira


marrom, estão distribuídos sobre uma mesa de madeira vários alimentos
derivados do leite de vaca. Na parte superior, estão um queijo emmental, uma
garrafa e um copo de leite com um queijo parmesão apoiado num ralador com
cabo de madeira. Abaixo, há manteiga em tablete, três cubos de manteiga ao
centro empilhados sobre um prato de madeira. Em sua lateral, há uma bola de
queijo cottage. Na parte inferior, um copo com iogurte, uma colher de madeira
com uma porção de creme de ricota, uma peça de queijo curado cortado e fatias
de queijo tipo emmental na lateral. Fim da descrição.

Alergia ao Ovo
A alergia ou hipersensibilidade ao ovo de galinha (Gallus gallus) afeta de 0,5% a 2,5% das
crianças em todo o mundo. Essa manifestação é mais comum na Austrália, com índice de alergia
de 1 para cada 20 crianças. Isso ocorre quando o sistema imunológico do indivíduo reage ao

entrar em contato com as proteínas do ovo (tanto da clara quanto da gema), desencadeando a
reação alérgica (TAN; JOSHI, 2013).
A clara possui vinte proteínas, das quais quatro são relacionadas à alergia alimentar, a saber:
ovomucoide (Gal d1), ovoalbumina (Gal d2), ovotransferrina (Gal d3) e lisozima (Gal d4) (DANG
et al., 2018).

As alergias a gema de ovo são mais comuns em adultos, ao contrário da clara que comumente
afeta crianças. A gema do ovo contém dois alérgenos: a albumina (Gal d5) e a glicoproteína 42 da
gema (Gal d6).

Figura 3 – Pessoa com alergia alimentar ao ovo


Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia. Sobre um fundo branco, há uma


pessoa desfocada na imagem com as palmas das mãos abertas indicando que
não quer os ovos de galinha caipira que estão sendo ofertados sobre um prato
branco (com 7 unidades) por uma outra pessoa, a qual tem apenas uma das
mãos aparecendo na foto, segurando o prato. Fim da descrição.
As reações alérgicas mais comuns ao ovo ocorrem em crianças e geralmente coincidem com a
introdução alimentar do ovo na dieta do lactente. O início dos sintomas pode ocorrer minutos
após a ingestão ou até 2 horas depois de ingerido (DANG et al., 2019).

A reatividade cruzada com ovos de outras aves, como peru, pato, ganso e codorna, são comuns
na alergia ao ovo de galinha, sendo necessária a exclusão desses alimentos da dieta. Isso é
impraticável, pois os ovos são utilizados numa série de alimentos processados e produtos
farmacêuticos, como por exemplo vacinas (DONA; SUPHIOLU, 2020).

A dessensibilização para os indivíduos com alergia ao ovo tem sido praticada desde os anos
1900. Uma vez que o diagnóstico de alergia é confirmado, em particular ao ovo, o tratamento
envolve minimizar o contato com o alérgeno. Alguns medicamentos são utilizados para
neutralizar sintomas, mas não são curativos. A imunoterapia pode ser considerada a maneira

mais eficaz de aliviar e tratar os sintomas. O processo envolve a administração regular de


extratos alergênicos para alcançar a tolerância ao alérgeno.

Alergia à Soja
A soja (Glycine max) é originária da China e do Japão. Ela pertence à família Fabaceae, assim
como o amendoim, o feijão e a lentilha. As primeiras alergias à soja em humanos foram
descritas em 1934 (DUKE, 1934).
Figura 4 – Leite de soja e grãos
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia. Sobre um fundo branco, uma


mão está virando uma garrafa de leite de soja sobre um copo de vidro
transparente. O leite está próximo à borda do copo. Na lateral direita, há uma
colher de madeira com grãos de soja que chegam até em cima da colher. Outros
grãos estão dispersos pela mesa branca. Fim da descrição.

Os relatos de alergia à soja não são tão comuns como aqueles relacionados à alergia à proteína
do leite de vaca; porém de 10% a 14% dos pacientes que possuem APLV também são alérgicos à

soja. A proteína da soja possui um alto peso molecular, o que a torna um antígeno em potencial.
Foram identificadas 28 proteínas na soja que são capazes de se ligar ao IgE, causando alergia
alimentar (TEIXEIRA; QUEIROZ, 2021).

A recomendação é que a utilização de fórmulas à base de soja só ocorra como substituição para o

leite de vaca quando se confirmar que o paciente não tem alergia à soja. A lecitina de soja e o óleo
de soja altamente refinados são tolerados por pessoas que apresentam alergia à soja.
A reatividade cruzada da soja com o amendoim foi observada em apenas 7% dos casos. Quando
comparada com outras leguminosas, como amendoim, feijão lentilha e grão de bico, não houve
reatividade. Ou seja, não há necessidade de exclusão desses alimentos do consumo (TEIXEIRA;
QUEIROZ, 2021).

Alergia ao Trigo
O trigo (Triticum aestivum) é o vegetal mais cultivado no mundo devido à sua facilidade de cultivo
e produtividade elevada. Ele possui elevado valor nutricional, é palatável e pode ser processado
para diversos alimentos, que variam de pães e massas a bebidas, como a cerveja.

Figura 5 – Grãos de trigo


Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia. Sobre uma mesa de madeira


marrom, há um cesto de vime, um rolo de macarrão e um pano de cor marrom.
Ao centro, uma cerâmica de barro marrom envernizada com uma porção de
farinha de trigo branca. Na parte inferior, duas espigas de trigo estão à esquerda
e sementes de trigo à direita. Fim da descrição.

As reações alérgicas ao trigo mediadas por IgE são bem conhecidas e podem ser decorrentes
tanto da ingestão (alergia alimentar) quanto da inalação (alergia respiratória).

A alergia alimentar ao trigo manifesta-se com sintomas que variam de urticária, asma, rinite

alérgica, dor abdominal e vômitos a anafilaxia induzida por exercício. Testes cutâneos indicam
que até 3% da população pediátrica da américa é alérgica ao trigo (CIANFERONI, 2016).

As crianças apresentam alergia alimentar ao trigo com maior frequência quando comparadas
aos adultos, especialmente se o trigo for introduzido após os 6 meses de idade. Essa frequência
mais elevada em crianças pode ser explicada pelo fato de que a maioria dos pacientes supera a
alergia até os 16 anos de idade (CIANFERONI, 2016).

As alergias respiratórias mediadas por IgE ao trigo são representadas pela asma ou rinite de
padeiro e estão frequentemente associadas às doenças ocupacionais.

A anafilaxia induzida por exercício dependente do trigo (AIEDA) apresenta um quadro de


reações anafiláticas que podem ocorrer após a ingestão de alimentos que contenham trigo (10
minutos a 4 horas antes do exercício) e entre 10 minutos e 1 hora depois do exercício físico
(VANZ, 2021).

O teor de proteína no trigo representa de 10% a 15% do peso seco do grão. As proteínas podem
ser classificadas em duas frações, a saber: solúvel em sal (inclui as albuminas e globulinas e
representa de 15% a 20% das proteínas totais) e a insolúvel em sal (inclui a gliadina e o glúten,
representando 80% do conteúdo proteico do trigo) (CIANFERONI, 2016).

O glúten pode desencadear um conjunto de patologias que inclui a doença celíaca, a


sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) e a alergia ao trigo. Juntas, essas doenças afetam 10%
da população.
De forma resumida, levando em consideração apenas os processos relacionados à patogênese
envolvendo o trigo, podemos ter: alergia alimentar, alergia respiratória (asma e rinite de
padeiro), anafilaxia induzida por exercício dependente do trigo (AIEDA) e a urticária de contato.

A recomendação para evitar que a alergia ocorra é que o trigo seja excluído da alimentação. A
reatividade cruzada não é comum, porém pode ocorrer com o centeio e a cevada, pois possuem
similaridade proteica, uma vez que esses vegetais pertencem à mesma família botânica.

Alergia ao Amendoim
A alergia ao amendoim (Arachis hypogea) é uma das alergias alimentares mais comuns entre
crianças nos países ocidentais, chegando a atingir 2% da população e sendo uma condição que
pode permanecer pela vida toda em 80% dos casos (LIEBERMAN et al., 2020). O início da alergia
ao amendoim geralmente ocorre na primeira infância.

Figura 6 – Amendoim
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia. Sobre um fundo branco, vagens


de amendoim estão empilhadas umas sobre as outras. Ao centro, há grãos com
casca de tonalidade salmão. Na parte inferior, grãos descascados com a
coloração creme. Fim da descrição.

O amendoim possui 16 componentes alérgenos catalogados, sendo eles pertencentes a 7


famílias de proteínas e listados da seguinte forma:

Tabela 1 – Lista das famílias de proteínas e alérgenos do amendoim

Família da proteína Alérgeno

Cupina Ara h 1 e Ara h 3

Prolamina Ara h 2, Ara h 6, Ara h7

Profilina Ara h 5

PR-10 Ara h 8

Proteína de transferência
Ara h 9, Ara h 16 e Ara h 17
de lipídio não específica

Oleosina Ara h 10, Ara h11, Ara h 14 e Ara h15

Defensina Ara h 12 e Ara h 13

Fonte: Adaptada de ALMEIDA, 2021


As reações alérgicas envolvem a pele, o trato respiratório e o trato gastrointestinal. A alergia ao
amendoim é muito perigosa, e até mesmo a ingestão de uma pequena quantidade desse alimento
pode colocar a vida de uma pessoa em risco em poucos minutos (ZHOU et al., 2013).

A estratégia para o manejo dessa alergia limita-se à exclusão do alimento e de outras


preparações que o contenham. A reatividade cruzada apesar de baixa, pode ocorrer entre
amendoim e oleaginosas. Além disso, pode ocorrer a sensibilização ao gergelim.

A alergia ao amendoim exerce uma enorme pressão na qualidade de vida do indivíduo e dos

familiares, uma vez que a modificação na dieta e hábitos alimentares restritivos são necessários.
Por ser considerada um problema de saúde pública (EUA e Reino Unido), é uma das alergias mais
estudadas em virtude de sua gravidade e frequência.

Alergia a Frutos do Mar


Os frutos do mar podem ser classificados como um grupo de diferentes animais que incluem os
crustáceos (camarões, caranguejos, lagostins e lagostas) e os moluscos (polvo, lula, ostra e
mexilhão).
Figura 7 – Crustáceos e moluscos
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia com vista superior. Na parte


superior, uma faca e um garfo estão sobre um guardanapo branco. Ao seu lado,
há uma panela com vários mariscos e uma taça de vinho branco. Ao centro, uma
porcelana branca com camarões grandes cortados ao meio. À direita, uma
porcelana branca com camarões. Na parte inferior, há uma bacia de aço inox
com 8 unidades de ostras abertas e, à sua direita, pedacinhos de pão estão sobre
um pano branco. Fim da descrição.

As proteínas alergênicas identificadas nesse grupo incluem a tropomiosina (Pen a 1) (principal


alérgeno e que é termoestável, ou seja, pode causar reação alérgica mesmo depois do alimento
cozido), a arginina quinase (Pen m2), proteína sarcoplasmática ligadora de cálcio (Lit v 4),
miosina de cadeia leve (Lit v 3), troponina C e hemocianina.

A alergia aos frutos do mar pode persistir ao longo da vida em 90% dos pacientes (LALY;
SANKAR, 2021). O camarão é o responsável pela maior parte das alergias relatadas, e pode incluir
como sintoma reações anafiláticas graves.

Não é comum a reatividade cruzada entre os frutos do mar e os peixes, ou seja, geralmente
pessoas alérgicas a frutos do mar podem comer peixe. A reatividade cruzada entre crustáceos e

moluscos não é uniforme, sendo necessária a observação caso a caso.

O tratamento dessa alergia alimentar implica na retirada do alimento da dieta. Essa é uma das
alergias menos estudadas, porém não menos importante.

Alergia a Peixe
O consumo de peixes tem crescido nos últimos anos graças ao seu conteúdo nutricional, e esse
aumento foi associado ao aumento na alergia a peixes. Essa alergia é uma das mais comuns, e os
dados disponíveis estimam que 2,9% da população tenha essa alergia.

Foram identificados 21 alérgenos pertencentes a 15 espécies de peixes de acordo com a OMS e a


União Internacional de Sociedades Imunológicas (TAMBELLINI, 2021). Alergias ao salmão, ao
atum e ao linguado são as mais comuns entre as mais de 20 mil espécies de peixes.
Figura 8 – Peixes
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia com vista superior. Sobre um


fundo branco de pedras de gelo, estão vários peixes. Na parte superior, aparecem
três trutas prateadas; ao centro, três pargos imperiais com a coloração salmão;
e, na parte inferior, três pescadas prateadas. Fim da descrição.

A sensibilização geralmente ocorre por ingestão, inalação ou por contato com a pele. Os
sintomas observados na alergia ao peixe podem incluir a anafilaxia (TONG et al., 2018).

A reatividade cruzada entre as várias espécies de peixe é comum. Portanto, o tratamento sugere a
exclusão do peixe da dieta alimentar.

Alergia a Castanhas
A alergia à castanha é comum e tornou-se um importante problema de saúde na medida em que
o consumo de castanhas aumentou. A disponibilidade de castanhas aumentou tanto para o
consumo in natura quanto em alimentos processados e produtos de panificação. A alergia a
castanhas é mais comum em crianças, que acabam a desenvolvendo por volta dos 2 anos de
idade (WEINBERG; SICHERER, 2018).

Nove castanhas são responsáveis pela maioria das alergias alimentares, a saber: noz, amêndoa,
pistache, caju, noz pecã, avelã, macadâmia, castanha-do-pará e pignoli.

Existem oito alérgenos mais comuns e as reações alérgicas podem ser graves, ocasionando
casos de anafilaxia variando de 18% a 40% dos casos.

Importante!
É comum indivíduos que tenham alergia à castanha de caju também
apresentarem reação contra o pistache e vice-versa. Outro exemplo são
aqueles que possuem alergia à noz também serem alérgicos à noz-pecã.
Figura 9 – Castanhas
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é uma fotografia com vista superior. As castanhas


estão distribuídas no sentido vertical, formando linhas. Da esquerda para a
direita, temos as castanhas-do-pará, avelãs, castanhas de caju e amêndoas. Fim
da descrição.

O tratamento para essa alergia inclui a retirada das castanhas da dieta. Um componente
essencial é a evitação de alimentos que possam ter castanhas; para tanto, a leitura de rótulos e o
reconhecimento do alérgeno é fundamental.
Site
Allergen Nomenclature
Para ter maiores informações sobre os alérgenos aprovados pela
Organização Mundial da Saúde e pela União Internacional das
Sociedades Imunológicas, consulte:

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Diagnóstico da Alergia Alimentar


Diante da suspeita da alergia alimentar, é necessário que alguns procedimentos investigativos
sejam seguidos, pois eles serão determinantes para o sucesso no manejo da dieta do indivíduo.
Essas etapas podem ser divididas da seguinte forma:

História Clínica
Consiste na escuta ativa sobre a queixa do indivíduo ou dos familiares. Nessa etapa são
observados os sintomas e as reações que ocorreram após a ingestão do alimento. Descrever a
história pessoal e os sintomas associados à ingestão de outros alimentos, avaliar o consumo
alimentar e o estado nutricional.

Exames Laboratoriais
Utilizados para aprimorar o diagnóstico da alergia alimentar. Com base nos mecanismos
imunológicos, a investigação pode ser: mediada por IgE, não mediada por IgE e forma mista. Os
testes aplicados para mecanismos mediados por IgE e forma mista são: Prick test (teste de
puntura), dosagem sérica de IgE específica e TPO (teste de provocação oral) para reações
imediatas e tardia (esta última somente para a forma mista). O teste aplicado para o mecanismo
não mediado por IgE é o TPO para reações tardias.

Dieta
A dieta normalmente consiste na exclusão do alimento que contém o alérgeno.

Teste de Provocação Oral – TPO


É o exame realizado para afastar um diagnóstico de alergia alimentar. Além disso, também é
utilizado para verificar se o indivíduo desenvolveu tolerância ao alimento. Existem três formas
de aplicação desse teste: aberta, simples-cego ou duplo-cego, as quais podem ser definidas da
seguinte maneira:

Aberta: teste em fase única no qual o médico e o paciente sabem que o alimento está
sendo ofertado;

Simples-cego: teste realizado com ou sem placebo. O paciente sabe que o alimento
pode ou não ser ofertado;

Duplo-cego: duas fases de condução, sendo uma com a oferta do alimento real ou do
placebo. Nem o médico nem o paciente sabem o que está sendo ofertado em cada
fase do teste.

Novas Estratégias e Tratamentos


A retirada do alimento que causa a alergia da dieta é indispensável, assim como evitar o risco de
exposição acidental. Cabe lembrar que a retirada do alimento inclui também a exclusão de outras
fontes alimentares que contenham a proteína alergênica.
Assim como falamos ao longo da nossa Unidade, a reatividade cruzada também deve ser
observada. Como falamos, quem apresenta a alergia ao leite de vaca também pode ter alergia ao
leite de cabra, ou seja, deve ser desaconselhado seu consumo.

Uma das formas empregadas como tratamento das alergias alimentares é a imunoterapia, que
consiste no desenvolvimento e na utilização de anticorpo monoclonal anti-IgE que diminuiria
os sintomas alérgicos para que a imunoterapia convencional possa ser utilizada com pouco risco
de eventos adversos. O objetivo da imunoterapia é alcançar uma ausência permanente de

respostas aos alérgenos alimentares, ou pelo menos aumentar a dose limite de alimento
necessária para desencadear uma reação alérgica.

Alimentos modificados com alergenicidade reduzida também podem promover menor risco de
reação alérgica.

Hipersensibilidade Tardia
Na hipersensibilidade tardia os sintomas ocorrem entre 6 e 24 horas após a ingestão do
alimento. É um processo lento e que pode chegar ao pico dos sintomas 48 horas ou mais após a

ingestão. As reações de hipersensibilidade estão relacionadas às células que liberam substâncias


que causam ação inflamatória. Normalmente os sintomas nesses casos estão relacionados ao
sistema gastrointestinal.

Vídeo
FSA Explains: Food Hypersensitivity
FSA Explains: Food hypersensitivity

Doença Celíaca
Pode ser definida como uma síndrome de má absorção que ocorre em pessoas que ingerem o
trigo ou outros grãos, como cevada ou centeio, causando uma reação inflamatória localizada no
intestino.

Esse processo inflamatório tem como resultado a “mucosa careca”, ou seja, um menor número
de células especializadas na digestão e na absorção e, consequentemente, um prejuízo na
absorção de nutrientes.

O agente causador da doença celíaca é o glúten (também conhecido como prolamina). Tanto a
fração solúvel (gliadina) quanto a insolúvel (gluteína) estão envolvidas no desencadeamento da
doença celíaca.
Figura 10 – Símbolo de alimento sem glúten
Fonte: Getty Images

#ParaTodosVerem: a imagem é um vetor. Etiqueta indicativa de que o alimento


não possui glúten. Um círculo verde com um traço na diagonal da direita para a
esquerda e de cima para baixo. Ao centro, há uma espiga de trigo desenhada. Fim
da descrição.

A doença celíaca pode ter sintomas de anemia, câimbras, fadiga, diarreia, distensão abdominal,
além de problemas nutricionais.

Assim como as alergias alimentares mediadas por IgE, a doença celíaca também é tratada com
dieta restritiva. Há necessidade de evitar ingredientes que contenham a proteína alergênica.

Atualmente está disponível no mercado uma série de alimentos “sem glúten”.


Vídeo
Qual é o Problema com o Glúten?

What’s the big deal with gluten? - William D. Chey

Intolerância Alimentar
A intolerância alimentar agrupa outra categoria de reações adversas associadas à ingestão de
alimentos. Estima-se que até 20% da população seja acometida por intolerância alimentar
(TUCK et al., 2019).

Podem ser classificadas em: reações anafilactóides, distúrbios enzimáticos no sistema digestivo
e reações idiossincráticas.
As reações anafilactóides estão associadas à liberação de histamina e de outros mediadores de
reações alérgicas. Os distúrbios enzimáticos no sistema digestivo podem ser resultantes de uma
anormalidade genética hereditária que não permite metabolizar alguns alimentos. Existem dois

exemplos desse metabolismo ineficiente, a intolerância à lactose e o favismo. As reações


idiossincráticas, por sua vez, são mecanismos que ocorrem e que ainda não estão bem
esclarecidos; trata-se de reações adversas aos alimentos. Um exemplo desse tipo de reação é a
asma induzida por sulfito.

Intolerância à Lactose
A intolerância à lactose é um distúrbio metabólico no qual os indivíduos são incapazes de digerir
a lactose devido aos níveis insuficientes da enzima lactase (IBRAHIM et al., 2021).

A intolerância à lactose pode ser diferenciada em três tipos:

Intolerância primária: é geneticamente determinada e é caracterizada pelo baixo


nível de produção da lactase. Os níveis de lactase começam a diminuir na primeira
infância e continuam ao longo da vida;

Intolerância secundária: ocorre quando a superfície da mucosa intestinal é


danificada por doenças, cirurgias, radiação ou medicamentos. Pode ocorrer em
qualquer idade, porém é mais frequente na infância e pode durar um período curto
após a ocorrência de gastroenterite infecciosa;

Intolerância congênita à lactose: é extremamente rara e ocorre apenas quando a


enzima lactase está completamente ausente. Essa condição permanece ao longo de
toda a vida. Esse tipo de intolerância à lactose é considerado grave e com risco de
vida devido ao potencial de desidratação.

A eliminação completa de leites e derivados da dieta humana pode ter impacto negativo na
saúde, já que esses produtos correspondem a até 75% da ingestão de cálcio. Várias abordagens
estão sendo estudadas para reduzir os sintomas de intolerância à lactose e para manipular a
presença de lactose em alimentos e ingredientes lácteos. Atualmente existem muitos produtos
lácteos produzidos com lactose hidrolisada, reduzindo assim o risco de reações adversas.
📄 Material Complementar
Página 2 de 3

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos

Let's Focus on Food Allergy Prevention | Dr. Kari Nadeau


Let's Focus on Food Allergy Prevention | Dr. Kari Nadeau | TEDxPal…
TEDxPal…

The Use of Food Security to Combat Food Allergies | Leonard


Williams

The Use of Food Security to combat Food Allergies | Leonard Willi…


Willi…
Leitura

RDC n. 26, de 02 de julho de 2015


Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Allergy Encyclopedia

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
📄 Referências
Página 3 de 3

ALMEIDA, L. B. M. Amendoim. In: YONAMINE, G. H. Alergia alimentar: alimentação, nutrição e


terapia nutricional. Barueri: Manole, 2021. Cap. 8. p. 86-93.

BENEDÉ, S. et al. The rise of food allergy: environmental factors and emerging treatments.
Ebiomedicine, [S. l.], v. 7, p. 27-34, maio 2016. DOI:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.ebiom.2016.04.012>.

CIANFERONI, A. Wheat allergy: diagnosis and management. Journal Of Asthma And Allergy, [S. l.],
p. 13, jan. 2016. DOI: <http://dx.doi.org/10.2147/jaa.s81550>.

DANG, T. D. et al. Egg allergen specific IgE diversity predicts resolution of egg allergy in the
population cohort HealthNuts. Allergy, [S. l.], v. 74, n. 2, p. 318-326, nov. 2018. DOI:
<http://dx.doi.org/10.1111/all.13572>.

DONA, D. W.; SUPHIOGLU, C. Egg Allergy: diagnosis and immunotherapy. International Journal Of
Molecular Sciences, [S. l.], v. 21, n. 14, p. 5010, jul. 2020. DOI:
<http://dx.doi.org/10.3390/ijms21145010>.

DUKE, W. W. Soy bean as a possible important source of allergy. Journal Of Allergy, [S. l.], v. 5, n. 3, p.
300-302, mar. 1934. DOI: <http://dx.doi.org/10.1016/s0021-8707(34)90228-8>.

FLOM, J. D.; SICHERER, S. H. Epidemiology of Cow’s Milk Allergy. Nutrients, [S. l.], v. 11, n. 5, p. 1051,
maio 2019. DOI: <http://dx.doi.org/10.3390/nu11051051>.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS; WORLD HEALTH
ORGANIZATION. Code of practice on food allergen management for food business operatiors: CXC
80. [S. l.]: FAO: WHO, 2020. Disponível em: <fao.org/fao-who-codexalimentarius/sh-

proxy/en/?
lnk=1&url=https%253A%252F%252Fworkspace.fao.org%252Fsites%252Fcodex%252FStandar
ds%252FCXC%2B80-2020%252FCXC_080e.pdf>. Acesso em: 25/09/2023.

IBRAHIM, S. A. et al. Fermented foods and probiotics: an approach to lactose intolerance. Journal Of

Dairy Research, [S. l.], v. 88, n. 3, p. 357-365, ago. 2021. DOI:


<http://dx.doi.org/10.1017/s0022029921000625>.

LALY, S. J.; SANKAR, T. V. Crustacean Allergens and Impact of different Processing Techniques on its
Allergenicity: A Review. Fishery Tecnology, [S. l.], v. 58, p. 63-76, abr. 2021.

LIEBERMAN, J. A.; GUPTA, R. S.; KNIBB, R. C.; HASELKORN, T.; TILLES, S.; MACK, D. P.;
POUESSEL, G. The global burden of illness of peanut allergy: a comprehensive literature review.
Allergy, [S.L.], v. 76, n. 5, p. 1367-1384, 16 jan. 2021. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/all.14666.

MARTINIS, M.; et al. New Perspectives in Food Allergy. International Journal Of Molecular Sciences,

[S. l.], v. 21, n. 4, p. 1474, fev. 2020. DOI: <http://dx.doi.org/10.3390/ijms21041474>.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. FAO e OMS lideram comissão especializada em alergias


alimentares. 23/06/2022. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/187445-fao-e-oms-
lideram-comissão-especializada-em-alergias-alimentares#>. Acesso em: 25/09/2023.

SPERIDIÃO, P. G. L. L.; In: YONAMINE, H. H.; PINOTTI, R. Alergia alimentar: alimentação, nutrição
e terapia nutricional. Barueri: Manole, 2021. Cap. 4. p. 42-54.

TAMBELLINI, T. H. Peixes. In: YONAMINE, H. H.; PINOTTI, R. Alergia alimentar: alimentação,


nutrição e terapia nutricional. Barueri: Manole, 2021. Cap. 10. p. 104-111.

TAN, J. W.; JOSHI, P. Egg allergy: an update. Journal Of Paediatrics And Child Health, [S. l.], v. 50, n.
1, p. 11-15, out. 2013. DOI: <http://dx.doi.org/10.1111/jpc.12408>.
TAYLOR, S. L.; BAUMERT, J. L. Alergias alimentares e intolerâncias. In: ROSS, A. C. et al. Nutrição
moderna de Shils na saúde e na doença. 11. ed. Barueri: Manole, 2016. Cap. 102. p. 1434-1452.

TSABOURI, S.; DOUROS, K.; PRIFTIS, K. N. Cow’s Milk Allergenicity. Endocrine, Metabolic &

Immune Disorders - Drug Targets, [s. l], v. 14, n. 1, p. 16-26, 2014.

TEIXEIRA, A. B. G.; QUEIROZ, J. A. S. S. In: YONAMINE, H. H.; PINOTTI, R. Alergia alimentar:


alimentação, nutrição e terapia nutricional. Barueri: Manole, 2021. Cap. 6. p. 63-68.

TONG, W. S. et al. Diagnosis of fish and shellfish allergies. Journal Of Asthma And Allergy, [S. l.], v.

11, p. 247-260, out. 2018. DOI: <http://dx.doi.org/10.2147/jaa.s142476>.

TUCK, C. J. et al. Food Intolerances. Nutrients, [S. l.], v. 11, n. 7, p. 1684, jul. 2019. DOI:
<http://dx.doi.org/10.3390/nu11071684>.

TURNER, P. J. et al. Reproducibility of food challenge to cow’s milk: systematic review with

individual participant data meta-analysis. Journal Of Allergy And Clinical Immunology, [S. l.], v.
150, n. 5, p. 1135-1143, nov. 2022. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jaci.2022.04.035.

VANZ, R. T. In: YONAMINE, H. H.; PINOTTI, R. Alergia alimentar: alimentação, nutrição e terapia
nutricional. Barueri: Manole, 2021. Cap. 7. p. 69-85.

WEINBERGER, T.; SICHERER, S. Current perspectives on tree nut allergy: a review. Journal Of
Asthma And Allergy, [S. l.], v. 11, p. 41-51, mar. 2018. DOI:
<http://dx.doi.org/10.2147/jaa.s141636>.

WERFEL, T.; ASERO, R.; BALLMER‐WEBER, B. K.; BEYER, K.; ENRIQUE, E.; KNULST, A. C.; MARI, A.;
MURARO, A.; OLLERT, M.; POULSEN, L. K.; Position paper of the EAACI: food allergy due to
immunological cross: reactions with common inhalant allergens. Allergy, [S.L.], v. 70, n. 9, p. 1079-
1090, 7 jul. 2015. Wiley. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1111/all.12666>.

ZHOU, Y. et al. Peanut Allergy, Allergen Composition, and Methods of Reducing Allergenicity: a
review. International Journal Of Food Science, [S. l.], v. 2013, p. 1-8, 2013. DOI:
<http://dx.doi.org/10.1155/2013/909140>.

Você também pode gostar