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Como ter certeza


que meu filho(a)
é APLV?

ELABORADO POR AUTORA


CREATION SPACE JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA
JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA

QUEM SOU EU?


Meu nome é Juliana Maia e eu sou nutricionista há 14 anos. Possuo pós
graduação em Nutrição Clínica e especialização em APLV e demais
alergias alimentares. Mas, mais do que isso, sou mãe do João Artur, que,
aos 12 dias de vida, em 2016, foi diagnosticado com APLV.

Meu filho reagiu à proteína do leite de vaca, à soja, à carne de porco, e ao


chocolate (que é a única alergia do João que ele ainda não se curou
totalmente). Ele se curou da APLV, da alergia à proteína do leite de vaca,
com 1 ano e 2 meses.

O João Artur apresentou o primeiro sintoma com 12 dias de vida e o


diagnóstico dele foi quando ele tinha apenas 20 dias. Meu filho tinha
sintomas IgE não mediados, ou seja, gastrointestinais, basicamente
(muita dor, muitos gases, muito sangue nas fezes) e ele também tinha o
clássico chiado.

Eu sei exatamente tudo o que você está passando e eu sei que não é
fácil!

Ao longo desse processo, descobri muitas coisas, errei e acertei muito no


tratamento do meu filho, aprendi muito e muito aconteceu. Comecei a
compartilhar nos grupos de Internet que estava sobre os resultados do
tratamento do meu filho e, aos poucos, estive cada vez mais presente no
digital, ajudando e auxiliando mães.
Hoje, eu consigo ajudar muitas mães a fazerem, da melhor forma, o
tratamento para seus filhos alérgicos. É com imenso prazer e orgulho que
compartilho o conhecimento que eu adquiri (e que eu queria ter tido
acesso) com vocês.

NA AULA DE HOJE
Abordarei, neste material, sobre o Teste de Provocação Oral -
famoso TPO - para fechamento de diagnóstico.

Se você tem dúvidas se o seu filho é realmente APLV, se os sintomas que


ele apresenta são provenientes da APLV, o TPO é o grande aliado desse
processo investigativo.

O Teste de Provocação Oral consiste na retirada da proteína suspeita de


estar causando alergia por um tempo e depois na reintroduzida da
mesma na alimentação, a fim de confirmar se os sintomas que a criança
estava apresentando eram realmente devidos à alergia à essa proteína.

TPO PARA CRIANÇAS IgE


MEDIADAS
Para crianças IgE mediadas - crianças que fazem reação alérgica em até,
no máximo, duas horas após o contato com a proteína do leite de vaca -,
que têm como sintomas as urticárias (que são as típicas placas
vermelhas ao longo do corpo), angioedemas (que são os inchaços na
boca e nos olhos, podendo até inchar a garganta, gerando o risco de
choque anafilático), o TPO nem sempre se faz necessário para o
fechamento do diagnóstico.

Nesses casos, o que realmente fecha o diagnóstico para alergia


alimentar é a história clínica. O TPO é um adicional, apenas caso
haja necessidade.
TESTES
No caso das crianças IgE mediadas, ou
seja, que produzem o anticorpo
Imunoglobulina E , existem exames que
podem ser feitos que auxiliarão no
fechamento do diagnóstico. O médico
solicitará exames específicos de IgE no
sangue , para as proteínas do leite, por
exemplo, caseínas, alfa lactoalbumina,
beta lactoglobulina. Ele pode pedir
também para a soja, ovo, trigo, milho,
banana… Enfim, é possível solicitar exame
para várias IgE’s que são suspeitas.

Outro exame possível de ser feito, que também auxilia no fechamento do


diagnóstico, é o Prick Teste . Esse exame é o teste das picadinhas que o
alergista faz no consultório. São várias picadinhas, em que se coloca um
líquido, que é o extrato que contém a proteína daquela substância, ou
alimento que esteja em investigação. Se surgir pápulas - vermelhidão,
inchaço - superiores a 3 mm de largura, o médico entende como um
teste positivo para aquela substância. Esse exame pode ser feito tanto
para alimentos, como para outras substâncias, como aeroalérgenos, pelos
de animais, pólen, os três tipos de ácaros da poeira, o que torna a
investigação mais ampla.

O resultado positivo do exame de sangue e ou do prick teste não


significa o fechamento do diagnóstico.

O que o exame mostra é a sensibilização, isto é, mostra que a criança


produz IgE para a proteína do alimento, mas isso, não necessariamente,
quer dizer que ela é alérgica. Tendo os resultados positivos, junto com a
análise da história clínica - o motivo que te levou a ter a suspeita de que
o leite de vaca, por exemplo, está fazendo mal a sua criança - ocorre o
fechamento do diagnóstico.

Os exames, então, para esse tipo de criança, podem auxiliar o médico ao


fechamento do diagnóstico mais assertivo.
SUSPEITAS DE ALERGIA
As suspeitas de uma criança IgE mediada acontece mais ou menos
assim, veja se você se identifica: “Sempre amamentei meu filho ao seio
e estava tudo bem. Ao introduzir a fórmula na alimentação, após
beber a primeira mamadeira, poucos minutos, ou em uma hora mais
ou menos, no máximo em 2 horas depois, ele ficou todo empolado,
todo vermelho, com placas vermelhas no corpo, na região da boca,
e os olhos incharam.”

Havendo reprodutibilidade de sintomas, história clínica e o exame


positivo (auxiliando com as informações), o diagnóstico de uma criança
IgE mediada pode ser fechado. Só é possível afirmar que a criança é
alérgica ao alimento se a história clínica confirmar os resultados dos
exames. Por exemplo: o exame deu positivo (de leve a moderado) para as
proteínas do ovo, mas a criança não reage ao consumir o ovo. Nessa
situação, a criança pode ser considerada sensível ao ovo, mas não
alérgica, já que a história clínica não “fecha” com os resultados dos
exames.

Ainda no caso das crianças IgE mediadas, se história clínica gera dúvidas,
se a criança apresentou reações diferentes, ou não reagiu algumas vezes
ao entrar em contato com o alimento e, por fim, os exames não
apresentaram um resultado de IgE muito claro (pouco alterada), nestes
casos o médico pode pedir um Teste de Provocação Oral, para conseguir,
efetivamente, fechar o diagnóstico.

ATENÇÃO!!
Para as crianças IgE mediadas - que, alguma vez, tiveram suspeitas ao
entrar em contato com o alimento (seja o leite, ovo, trigo, milho, banana,
etc), fizeram reação de inchaço (de edema) e o médico avaliou que existe
o risco para anafilaxia, o TPO precisa ser feito com acompanhamento
médico. Nesse caso, é preciso fazer o TPO em local que tenha uma
estrutura para, se caso aconteça uma reação anafilática, a criança tenha
todo o aparato médico disponível (que seja uma aplicação de adrenalina
ou outros medicamentos), para que o socorro médico ocorra da forma
mais breve possível.
Se sua criança for IgE mediada (com risco de anafilaxia) faz inchaços
e edemas, não faça o TPO em casa!

Mesmo crianças que sempre só fizeram urticária, depois de


reapresentação da proteína, após um tempo maior de restrição, podem
fazer uma reação maior, como uma reação de choque anafilática, na qual
a garganta feche (acometimento do sistema respiratório e circulatório). A
definição de choque anafilático é quando a reação envolve mais de dois
sistemas do corpo.

Esse tipo de reação pode levar a óbito!

Então, se a sua criança for IgE mediada, não corra esse risco!

Para crianças IgE mediadas, o médico especialista é o alergista. Marque a


consulta, converse com o médico, marquem o TPO no local em que ele
indicar - que tenha todo o aparato e os médicos especialistas para
acompanharem o teste. No SUS, o TPO também é feito com
acompanhamento.

Eu sei que, infelizmente, não são todas as cidades do Brasil que têm o
programa que funciona, mesmo existindo regulamentação federal para
que tenha suporte de alimentação com leite especiais para criança com
alergia alimentar. De qualquer forma, procure o SUS e se informe para a
realização do TPO.

CRIANÇAS IgE NÃO MEDIADA


E COM REAÇÕES MISTAS
MISTAS
As reações mistas são reações nas quais o mecanismo imunológico
da criança produz IgE - os soldados de ações rápidas - mas também
produz outros soldados de defesa (outros tipos de células) que
podem agir mais lentamente, mas que, depois que começam a agir,
“montam um acampamento” e tendem a estender os sintomas por
mais tempo.
Como expliquei anteriormente, as reações IgE mediadas acontecem
rapidamente, em até 2 horas após o contato com a proteína, mas ela
também passa em poucos dias.

Se o seu filho, por exemplo, estiver com o corpo cheio de pintinhas


vermelhas há mais de um mês, certamente essa reação não se trata de
uma reação IgE mediada. Ela pode ser, na verdade, uma reação mista de
dermatite atópica (e não de urticária).

No caso das reações mistas, tem-se a presença dos soldados


mediados e dos não mediados, que são outras células de defesa
(citocinas e linfócitos T, por exemplo), com outras características.

Na medida que o corpo detecta a presença da proteína do alimento, ele


reconhece aquela proteína como agressora e, por conta de uma
imaturidade do sistema imunológico, ocorre uma hiper reatividade dos
sistema imunológico. Dessa forma, entende-se que as células de defesa,
ainda não reconhecem bem o que realmente agride o corpo, já que elas
reagem à proteína de alimentos que não fariam mal.

Esses soldados detectam a entrada da proteína, se juntam e disparam


uma reação alérgica, permanecendo por mais tempo no campo de
batalha.

As reações mistas podem ser caracterizadas por aquelas reações que


demoram um pouco para acontecer, como por exemplo a dermatite
atópica - acometimento na pele, deixando-a com o aspecto de áspera,
ressecada, rugosa, podendo dar feridas -, asma - nem toda asma é
decorrente de alergia alimentar -, esofagites eosinofílicas, gastrite
eosinofílica e gastroenteropatia eosinofílica.

Esses três últimos são sintomas um pouco diferenciados, já que eles têm
a participação dos eosinófilos (um outro tipo de célula), que são um
outro tipo de soldado que faz um “acampamento” a longo prazo,
querendo “morar”, querendo “ficar mais de meses instalado”,
metaforicamente falando. Esse tipo de sintoma tem que ser tratado e, na
maioria dos casos, precisa de medicamento. O diagnóstico para esse tipo
de reação precisa de uma endoscopia com biópsia.

Uma criança que pode estar reagindo com esses sintomas mencionados
acima tem dificuldade em engolir,
mesmo pouca quantidade de
alimento (seja o leite, a fórmula, ou
alimentos sólidos). Essa criança
sentirá a sensação de saciação com
muito pouco, porque ela terá o que
chamamos de “impactação” - o bolo
alimentar, líquido ou sólido, não
consegue sair do estômago.

Além disso, ocorre o estreitamento


do esôfago. Essa é outra
característica desses três sintomas.
O esôfago cria um tecido fibroso ao
seu redor, diminuindo o calibre
(como se fosse uma mangueira que
vai se entupindo). Esse tipo de
célula, eosinófilo, faz com que a
criança tenha muita dificuldade de
engolir, então ela sente satisfeita
com pouca quantidade, podendo
ter episódios de vômito e, em
decorrência disso, pode ter baixo
ganho de peso. Geralmente, esse
tipo de sintoma acomete crianças
um pouco maiores.

Se o seu filho, filha, apresenta


essas características, não deixe de
marcar uma consulta com um
alergista para que ele faça esse
diagnóstico diferencial.

O fechamento desse tipo de


sintoma realmente só é feito com
endoscopia, fazendo a biópsia. Na
biópsia, será coletado um pouco do
tecido, seja do esôfago, estômago,
ou intestino, para verificar o número
de eosinófilos por campo
investigado.
IGE NÃO MEDIADAS
As reações IgE não mediadas podem ser sintomas respiratórios, como
infecções respiratórias de repetição (geralmente bronquite, bronquiolite,
pneumonia de repetição, a criança com o chiado constante - sintoma
bem característico da alergia alimentar em crianças que apresentam
sintomas respiratórios).

Além dos sintomas respiratórios, temos os sintomas gastrointestinais,


como a doença do refluxo gastroesofágico - importante ressaltar que
nem toda doença do refluxo gastroesofágico é decorrente de alergia,
mas ela pode ser, inclusive, sintoma da alergia alimentar. Neste caso, o
médico especialista indicado para analisar é o gastropediatra.

Além disso, temos como sintomas de IgE não mediadas: irritabilidade e


choro excessivo, dor, sangue e muco nas fezes, distensão abdominal
(barriga estufada), produção excessiva de gases. Algumas crianças
produzem tantos gases, que têm dificuldade em eliminá-los, causando
dor. A própria reação inflamatória no intestino causa dor. A dor é
resultado de “fincadas” na região abdominal.

Lembrando que nem toda criança com sintomas gastrointestinais


precisa ter sangue nas fezes para o diagnóstico de IgE não mediado.
Entretanto, o sangue nas fezes é muito característico,
principalmente em crianças muito novinhas. A principal suspeita do
gastropediatra, quase sempre, será de alergia proteína do leite de
vaca ou alguma outra alergia alimentar, quando esse sintoma estiver
presente.

COMO DIAGNOSTICAR
CRIANÇAS MISTAS E IGE NÃO
MEDIADAS?
Crianças com mecanismos mistos dificilmente terão o exame de IgE
positivo e crianças IgE não mediadas, com sintomas respiratórios e
gastrointestinais, não vão positivar por se tratar de crianças que não pro-
-duzem IgE.

Para esses tipos de crianças, não existem exames a serem feitos


para auxiliar em diagnósticos. Não perca seu tempo e dinheiro!

O que fecha o diagnóstico de uma criança IgE não mediado, por


exemplo, são os sintomas respiratórios, como infecções respiratórias de
repetição, ou sintomas do trato gastrointestinal, somados à história
clínica (o que vem acontecendo com a criança) e o TPO bem feito.

Se o bebê está em aleitamento materno exclusivo e os sintomas


iniciaram durante o amamentamento exclusivo, quem faz a dieta de
restrição é a mãe!

Se a criança foi amamentada por meses e ela só começou a apresentar


os sintomas depois que introduziu a fórmula, muito possivelmente, a
mãe não precisará fazer a dieta.

Apenas fazendo uma observação sobre os casos de IgE mediados:


dificilmente a criança fará reações quando se alimenta exclusivamente
do leite materno. Dificilmente não quer dizer que nunca pode acontecer.
Normalmente, uma criança faz sintomas IgE mediados quando entra em
contato direto com a proteína do leite de vaca, seja na introdução
alimentar ou na introdução de fórmula artificial.

Uma coisa que eu aprendi no universo das alergias alimentares foi:


“Nunca diga nunca e nunca diga sempre”.

Já recebi alguns pacientes que faziam reação, mas que estavam em


aleitamento materno mais em uso de fórmula. Nesses casos, como não te
sem clareza do real motivo das reações, é preciso fazer intervenção nas
duas fontes de alimentação, trocando a fórmula por uma fórmula
hipoalergênica, e a mãe iniciar a dieta de restrição total da proteína do
leite de vaca, ou de algum outro alimento que esteja em suspeita. Depois
de um tempo, fazemos a reintrodução de alguns alimentos na mãe, para
observar se realmente a criança reage ou não por meio do leite materno.

Geralmente, no início, para crianças IgE não mediadas, eu oriento uma


dieta bem certinha, bem restrita, os cuidados do dia a dia bem
orientados, visando o fechamento do diagnóstico de forma mais assertiva
possível.

A famosa frase “Tire leite e derivados da dieta” não resolve a nossa


dieta, não nos orienta bem sobre como fazer a dieta. E, além disso, ela
também não resolve quando a criança é, por exemplo, extremamente
sensível e tem contato com a proteína do leite de vaca por meio de
outras coisas, que não alimentos.

A criança que faz reação IgE não mediada demora a apresentar os


sintomas e como eu falei, os sintomas também demoram a passar. Por
este motivo, a orientação é de que a dieta dure pelo menos 30 dias.

ATENÇÃO!!
Exames de sangue oculto nas fezes, quando o sangue já é visível na
própria fralda, é totalmente dispensável! Se o sangue está visível, não é
preciso fazer este exame. Não perca o seu tempo e o seu dinheiro
fazendo exames que só vão confundir a sua cabeça.

Esse exame, é um exame que dá muito falso positivo.

Um estudo feito com bebês que não eram alérgicos alimentares, sem
nenhum sintoma de alergia alimentar, que estavam fazendo uso de
fórmula artificial, mostrou que cerca de 50% apresentaram positivo para
sangue oculto.

Para fechar o diagnóstico, precisamos olhar para a história clínica, para


os outros sintomas presentes e visíveis para o resultado do TPO.

Acontece, às vezes, da criança estar linda, estabilizada, maravilhosa, com


a dieta toda certinha… Até que decidem pedir um exame de sangue
oculto e o resultado dá positivo. Nesse momento, a mãe fica louca, se
descabela, começa a cortar desnecessariamente vários alimentos da
dieta, desnutre, fica fraca, diminui a produção de leite… Muito cuidado
com isso! Busque por profissionais que realmente entendam de alergias
alimentares.
Com um exame desses que, aparentemente é tão inofensivo, pode fazer
um estrago na vida de uma mãe de APLV.

Conclusão: Esse tipo de exame não nos diz nada. Não fecha
diagnóstico.

Todos nós temos dois intestinos: o grosso e o delgado. Imagine: nosso


intestino é uma fina membrana responsável por separar o que comemos
do que será absorvido pelo corpo e será distribuído pelo nosso sangue. O
que não for absorvido é transformado em bolo fecal. Pense essa
membrana, mas em um bebê! Ela é ainda mais fina e mais sensível.
Como o intestino fino delgado é responsável pela absorção dos
nutrientes, essa membrana é extremamente vascularizada (cheia de
vasos sanguíneos).

Com a chegada das células de defesa, que iniciam uma guerra contra a
proteína do alimento, nessa guerra morrem soldados dos dois lados. Na
tentativa de impedir que a proteína entre, as células de defesa acabam
matando, também, algumas células do próprio intestino (inclusive,
abrindo feridas, muitas vezes).

Pense: o intestino é rico em vasos sanguíneos, a


membrana é mais fina por se tratar de um bebê e, além
disso, o tempo inteiro passam fezes por ali... A
cicatrização desse local demora muito mais tempo!

As crianças IgE não mediadas tendem


a se curar mais rápido das alergias
alimentares, do que as crianças IgE
mediadas, mas, na medida que os
sintomas começam, eles demoram
mais a passar.
Você, mãe de criança com reações mistas e IgE não mediadas, respire e
acredite no tratamento (se estiver fazendo de forma correta e bem
orientada)!

As reações, às vezes, demoram a passar. Isso também confunde muito a


maioria das mães, porque muitas recebem informações incorretas de que
os sintomas vão passar em uma semana. Na maioria das vezes, pode
demorar até mais do que 30 dias para que o intestino cicatrize
totalmente.

O tratamento precisa ser bem orientado! A dieta precisa ser explicada


nos mínimos detalhes: onde pode existir leite e derivados; como fazer a
leitura correta de rótulos; quais outros produtos, além de alimentos,
precisam ser analisados (cosméticos, medicamentos); quando é preciso e
como fazer o controle de traços domésticos; etc.

Crianças muito sensíveis podem reagir a traços domésticos, por exemplo,


que são pequenas quantidades da proteína do leite, que podem ficar
aderidas em materiais porosos. Nesses casos, a atenção precisa estar
voltada para esses detalhes, principalmente nos 30 primeiros dias de
dieta.

Eu recomendo que se faça sim o controle de traços domésticos, para que


o fechamento do diagnóstico seja bem feito. Isso porque, às vezes, a
criança reage a traços, mas, ao não fazer esse controle nos 30 primeiros
dias, a criança apresenta uma melhora mas não melhora totalmente - o
que pode comprometer o resultado.

Além de todos esses cuidados, também recomendo a retirada da soja


durante os 30 primeiros dias.

Durante os 30 dias de dieta, nós observamos se os sintomas melhoraram,


se a dieta está sendo bem feita, se os outros cuidados foram bem
orientados, se os cosméticos e medicamentos foram revisados, se a
fervura de leite e derivados parou de ser feita - porque algumas crianças
podem reagir à inalação.
Passados esses dias, nós temos duas opções:

1) OS SINTOMAS NÃO MELHORAM EM NADA.


Neste caso, muito provavelmente, a criança não é APLV. Volte ao médico,
reporte a ele e será o papel dele fazer o diagnóstico diferencial, ou seja,
investigação outras causas para aqueles sintomas.

2) OS SINTOMAS MELHORARAM.
Maravilha! Meio caminho andado no TPO! Agora, temos que reintroduzir
a proteína, seja na dieta da mãe (se a criança reagiu por meio do leite
materno), seja na fórmula, seja reintroduzindo o alimento com proteína
do leite de vaca (caso se trate de uma criança maior).

“Ai, Juliana, pelo amor de Deus, eu me esforcei demais para o filho


melhorar… Enfim ele está melhor, enfim ele parou de ter doença de
pele, respiratória, enfim ele melhorou sintomas de refluxo, enfim ele
melhorou daquelas dores terríveis, enfim ele dormiu mais de três
horas seguidas… E agora você vem me falar para reintroduzir a
proteína do leite de vaca? Louca! Eu não vou fazer isso!”

Pois é, mãe, se nós não fizermos essa segunda etapa do TPO, de


reintroduzir a proteína depois daquele período de dieta de restrição de
contato com a proteína do leite de vaca (que geralmente é primeira que
suspeitamos) não estaremos fazendo o correto processo para
fechamento de diagnóstico.

Muitas coisas podem ter acontecido


durante os 30 dias, muitas coisas que
não sejam da alergia, por exemplo. A
criança pode ter amadurecido o
intestino, os sintomas podem ter sido
resultado de um processo de infecção
por bactéria (que lesionou o intestino)
que já tenha se resolvido, um parasita
pode ter morrido e resolvido o quadro
dos sintomas, etc.
Sua criança pode ter sido uma reação da vacina Rotavírus, que sabemos
que é uma vacina que não tem a proteína do leite, mas é feita com o
vírus vivo. Essa característica de composição da vacina pode ocasionar,
como efeito colateral, uma grande agressão na mucosa do intestino,
gerando, inclusive, todos os sintomas de reação alérgica. O intestino
pode ter fica ferido, mais permeável, mais suscetível - inclusive, para a
entrada de pedaços de proteína do leite -, a criança pode ter tido dor,
gases, sangramento, etc. Esse quadro se confunde demais com o quadro
de sintomas gastrointestinais das reações IgE não mediadas.

Enfim, várias outras coisas podem ter acontecido.

Por tudo isso a importância de, depois de fazer a dieta muito bem feita,
por, no mínimo, 30 dias, reintroduzirmos a proteína após notar a melhora
dos sintomas.

Já presenciei, à título de exemplificação, casos em que a mãe (que


entrou no meu programa) tinha a convicção de que o filho era APLV, mas
não havia feito o TPO ainda. Eu orientei ela e fizemos o TPO muito bem
feito e de forma gradativa para o fechamento de diagnóstico. Na última
fase, ou seja, na reintrodução da proteína do leite de vaca de forma
gradativa (com a liberação do médico para fazer em casa, obviamente), a
criança simplesmente não reagiu!

Então, percebam:

Ela era uma mãe que estava convicta de que a criança era APLV, até
porque ela tinha apresentado todos os sintomas de IgE não mediado
(refluxo, gases, cólica, muco, sangue nas fezes). Nesse caso, ainda por
cima, esse quadro não tinha acontecido após o oferecimento da vacina
da Rotavírus. Depois do TPO bem orientado e bem realizado,
descobrimos que não era APLV.
Fizemos a dieta bem feita, melhoramos a qualidade do intestino da
criança, desinflamando-o, e reintroduzimos a proteína do leite de vaca de
forma gradativa.

Nesse caso, especificamente, essa criança no caso ela usava fórmula na


dieta. Nós fomos, aos poucos, fazendo a evolução das fórmulas até
chegar na fórmula com a proteína inteira (íntegra) do leite de vaca.
Permanecemos com a oferta dessa última fórmula por mais de 15 dias e a
criança não reagiu. Ela, definitivamente, não era APLV.

Alguma outra coisa, então, aconteceu e fez com que a criança


apresentasse aqueles sintomas.

Agora, imaginem comigo: essa mãe, essa criança e essa família iriam
arrastar esse diagnóstico equivocado por quanto tempo? Por meses ou
até anos! Eles gastariam muito tempo fazendo a dieta de restrição,
gastando, por exemplo, com fórmulas especiais. Por mais que você pegue
no SUS, às vezes fica em falta (sem contar que eu sei que é uma
trabalheira, porque eu peguei para o meu filho quando precisei).

O João Artur era extremamente sensível e quando eu precisei voltar a


trabalhar precisei da fórmula. Ele apenas tolerou a fórmula de
aminoácidos (que é a mais cara) e eu recorri ao SUS. Eu moro em Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais. A fórmula chegou por três meses e
depois ficou em falta. Eu, então, tive que me virar. Então, imaginem…

Às vezes a criança não é APLV e é exatamente por isso que a


reintrodução faz-se extremamente necessária.

A reintrodução precisa ser feita da forma mais segura possível, ou seja, de


uma forma gradativa e escalonada. É preciso, nesse momento, observar
os sinais que a criança vai dar, aos poucos.

Mesmo sabendo que existem alguns protocolos que dizem para fazer
isso, eu não oriento, de modo algum, um TPO agressivo como, por
exemplo, já de cara a mãe tomar um copo cheio de leite integral durante
7 a 14 dias, ou a criança tomar mamadeira inteira de fórmula de leite ou,
se caso ela já tenha mais de um ano de idade, tomar um copo de leite
todos os dias... Eu não gosto de trabalhar dessa forma e tem um
motivo.
Uma vez, uma mãe chegou ao meu programa com a seguinte história
clínica: a criança havia estabilizado (durante os 30 dias iniciais do TPO,
antes dela entrar no programa) mesmo sem o controle de traços e
mesmo sem a restrição de medicamentos e de alguns alimentos que
continham lactose. A criança estabilizou nos 30 dias mesmo com tudo
isso. Aí, a mãe fez um TPO agressivo, tomando copos e copos de leite.
Sabem qual foi o resultado?

A criança recebe uma enxurrada de proteína do leite de vaca de uma


vez, teve tanta reação, mas tanta reação, que ela sensibilizou ainda
mais! Ou seja, a criança ficou mais sensível do que antes!

Então, eu gosto de fazer de uma forma mais gradativa e esse é o motivo.

OS PONTOS MAIS
IMPORTANTES
Espero que vocês tenham entendido a real importância de se fazer a
dieta de restrição.

Além disso, não se esqueçam de que, para crianças IgE mediadas, o TPO
deve, sempre, ser acompanhado por médico e que, ainda com esse tipo
de crianças, os exames auxiliam no fechamento do diagnóstico (mas não
fecham).

O que fecha diagnóstico, em qualquer tipo de criança alérgica, é,


além da análise dos exames (no caso de IgE mediado e misto), a
soma da história clínica com o resultado do TPO (Teste de
provocação Oral) para fechamento de diagnóstico.
No caso de IgE mediadas:

O TPO não se faz necessário quando, na história clínica, a criança já


tiver o histórico, por exemplo de: tomar leite e logo em seguida
empolar, tomar o leite e vomitar, tomar o leite e inchar… Ou seja,
históricos clínicos repetidos que já cumprem o papel do TPO. Junto
do exame, que auxilia, o médico especialista conseguirá fechar o
diagnóstico.

Ainda, para crianças mistas, precisamos lembrar de que:

Quando há gastrite, esofagite e gastroenteropatia eosinofílicas, é


preciso fazer a endoscopia com biópsia;
Quando há dermatites atópicas, não podemos esquecer de que esse é
um quadro sempre multifatorial. Mesmo quando tem um alimento
envolvido como “disparador” da reação de dermatite atópica (estima-
se que cerca de 30% das dermatites de grau moderado a grave tem
alimento como disparador, mas dermatite não é causada, portanto,
apenas pela alergia alimentar), tem que fazer o tratamento proposto
pelo alergista, porque essa é uma criança com pele muito sensível,
que precisa de cuidados especiais (cuidados, medicamentos e/ou
cremes específicos) - caso isso esse cuidado não ocorra, o quadro
pode evoluir para um processo grave de inflamação. O tratamento,
então, é conjunto: retirar o alimento (gatilho que dispara) e tomar os
cuidados que os sintomas exigem;
A asma também é multifatorial e pode ter, no caso de crianças mistas,
o alimento como gatilho disparador. Contudo, o tratamento da asma
é indispensável.

No caso de crianças IgE não mediadas:

Não tem NENHUM exame para auxiliar no diagnóstico, então não


perca seu tempo fazendo exames que não vão funcionar para o tipo
de resposta imunológica da sua criança;
O que fecha o diagnóstico é a análise da história clínica somada ao
resultado de um TPO (Teste de Provacação Oral) muito bem feito e
bem orientado (dieta bem restrita por, no mínimo, 30 dias), para
fechar o diagnóstico de forma correta (seguindo as orientações de
forma correta, seguindo as etapas e reintroduzindo a proteína).
Importante buscar um profissional que te auxilie com todas as orien-
-tações: se tirou um grupo alimentar da dieta, o que coloca? Você vai
entrar em risco nutricional? Quais são todos os outros cuidados que você
precisa ter no dia a dia? Tudo isso precisa ser avaliado quando você
estiver em busca de um profissional para te acompanhar nesse processo;

MÃE, RESPIRA FUNDO E FAZ!


CONFIA NO PROCESSO!

É muito melhor que você tenha o diagnóstico bem


fechado, bem assertivo, ou seja, ter certeza do que a
sua criança tem e trabalhar na causa disso, do que
ficar arrastando por meses ou mesmo por anos uma
possibilidade de um diagnóstico (que, às vezes, nem
se confirma).

É fácil? Longe disso! Muito longe de ser fácil… Mas dá para ser mais leve?
Dá para ter uma vida com mais qualidade?

COM CERTEZA!
Contudo, esse é um processo que exige mudanças. São mudanças nos
hábitos de vida e mudanças na alimentação de todos da casa. Não é fácil,
mas é possível.

E, além disso, é possível sim trazer resultados benéficos para todo


mundo. É hora de mudar e cultivar para sempre os bons hábitos
alimentares! É o que eu sempre falo com vocês:

Busquemos ressignificar a alergia!


Eu não acredito que uma alergia alimentar apareça em nossas vidas por
acaso. Na minha visão, ela aparece para nos lembrar da importância de
uma boa alimentação e também nos recordar de que somos o que
comemos.

Já comentei inúmeras vezes nas minhas aulas que já ouvi relatos de


dezenas de mães (que entraram no programa) fazendo confissões de
terem se curado (durante a dieta de restrição) de doenças decorrentes
de maus hábitos alimentares.

Abracem essa mudança de vida, porque eu juro que, por mais que seja
difícil enxergar agora, ela traz coisas boas.

Então, para que vocês possam ter essa experiência, é necessário o


acompanhamento com um profissional que, além de informar você
sobre tudo o que você precisa saber, te acolha e respeite.

É muito fácil estar sentado do outro lado da mesa e dizer: “corta isso,
tira aquilo e se vira para lá…”!

Para mim isso não é um bom acompanhamento. Pelo menos não é assim
que eu trabalho.

Atenção: o acompanhamento médico é essencial e tem que existir,


obviamente. Contudo, a dieta é com nutricionista! Não tem como não
ser! O médico estuda várias outras coisas e é ele quem fecha o
diagnóstico - nunca tente fazer isso da sua cabeça.

Agora, a dieta de restrição é papel do nutricionista, porque é atributo


desse profissional a prescrição de tratamentos dietéticos. Um bom
profissional nunca para de estudar, mas, até agora, eu já fiz 5 anos de
faculdade de Nutrição, passei dois anos na Especialização em Alergia
Alimentar, passei mais de uma década na Nutrição Clínica e dediquei
exclusivamente os meus últimos quatro anos ao tratamento de pacientes
com alergia alimentar.

É lógico que a minha expertise e a minha base teórica e conhecimentos


práticos voltados para o estudo de alimentação (dieta) e alimentos é
muito maior, nesse sentido.
O ideal, é claro, é um acompanhamento multiprofissional, com uma
equipe multidisciplinar. Às vezes, a criança precisa de uma
fonoaudióloga, de um terapeuta ocupacional e de um psicólogo, por
exemplo. Contudo, o essencial, ou seja, o que não pode faltar de forma
alguma, é um bom médico especialista e um nutricionista especialista
(um nutricionista generalista dificilmente fará o mesmo nível de
atendimento a uma criança alérgica do que um nutricionista especialista
em alergias alimentares).
DÚVIDAS
Entenda um pouco mais sobre o assunto, a partir da experiência
de outras mamães como você!

Minha filha de 6 meses só teve sintomas leves de pele, em casos bem esporádicos. Fiz
exame de sangue e deu positivo para leite e ovo. É realmente alérgica?

Se o exame deu positivo para qualquer proteína alimentar, o médico irá analisar a história clínica
para fazer o diagnóstico. Lembrando que para ser reação alérgica, é preciso que haja a
reprodutibilidade dos sintomas, ou seja, toda vez que há contato com a proteína daquele
alimento, deverá ter uma reação - isso é imprescindível.

Com o exame que auxilia (e deu positivo), o médico irá, junto da história clínica, analisar o
resultado, Se ele achar necessário, será realizado um TPO (Teste de Provocação Oral) com esses
alimentos - no caso de IgE mediadas, sempre em local preparado e acompanhado pelo médico
alergista especialista.

Meu filho é APLV e tem alergia ao trigo, com sintomas gastrointestinais, além de
intolerante à lactose. Estou sem comer ovo e morrendo de medo de fazer o TPO.

É muito difícil que uma criança muito novinha tenha intolerância à lactose. O que acontece, na
maioria dos casos, é uma intolerância secundária, ou seja, uma intolerância à digestão de
carboidrato secundária à inflamação. Isso ocorre quando a inflamação, decorrente da alergia,
impede que as células do intestino produzam adequadamente as células para que a lactose seja
digerida.

Na medida que essa inflamação passa, muito provavelmente as enzimas voltarão a ser
produzidas de forma e na quantidade ideais, ou seja, a criança teve uma “intolerância
momentânea”. Intolerância à lactose mesmo nós pensamos apenas para crianças com mais de 6
anos. É muito difícil que isso ocorra antes dessa idade.

Sobre o TPO, seu filho não tem IgE positiva? O médico liberou para fazer em domicílio? Faça o
TPO! Tem que fechar o diagnóstico, gente. É pior ficar na incerteza.

Faça de forma gradativa. Não coloque o ovo inteiro, de cara, para a criança comer - vá de forma
segura, gradual, lenta, escalonada.

Asma, bronquite e rinite têm a ver com alergia alimentar, com alergia ao leite?

Pode ter sim! Nem toda asma, bronquite e rinite têm como gatilho a alergia alimentar. Como
você vai descobrir?

Fazendo o TPO!
Lembrando, rapidamente: mínimo de 30 dias de dieta de exclusão total da proteína (bem feita,
bem restrita, checando os medicamentos, os cosméticos e tudo mais). Depois desses trinta dias,
caso haja melhora dos sintomas, nós reintroduzimos (de forma gradativa) a proteína na dieta
alimentar. Se os sintomas voltarem (ou não), o médico fecha o diagnóstico.

Como definir a alergia como baixa, moderada ou grave em APLV com sintomas
gastrointestinais com placas vermelhas na pele e chiado no peito?

Geralmente, essa gradação de baixo, moderado e grave é feita para crianças IgE mediadas no
exame de IgE’s específicas.

Para crianças IgE não mediadas com sintomas gastrointestinais e respiratórios nós não temos
essa divisão. A gente tem mais uma divisão de criança mais sensíveis e menos sensíveis. Então,
por exemplo, se uma criança reage a traços domésticos, à inalação e ao toque é mais sensível do
que uma criança, por exemplo, que já tolera a proteína do leite de vaca em assados.

Nesse caso, então, vai depender muito da quantidade de proteína que a criança tolera. Como não
tem um exame, a gente não tem essa divisão baixo, moderado e grave para IgE não mediada.

Meu bebê está em aleitamento materno exclusivo e não reage mais ao leite materno. Como
fazer TPO direto na criança? Com quanto tempo estabilizado pode fazer o TPO via leito
materno?

TPO direto na criança, durante aleitamento exclusivo, já que seu bebê não reage mais ao leite
materno, apenas com a progressão de fórmulas.

Sobre o tempo a resposta é que depende, porque existem dois TPO’s (para fechamento de
diagnóstico e para aquisição de tolerância).

Para o TPO de fechamento de diagnóstico, a gente faz perto de 30 dias de estabilização. Pensem
comigo: se queremos fechar o diagnóstico, a gente quer fazer rápido. Se o TPO for fechado em
positivo, a criança já entra no tratamento correto, que é a exclusão da proteína.

Para avaliar a questão de tolerância, temos várias coisas a serem analisadas, como a história
clínica (se já houve um contato acidental, a criança reagiu ou não reagiu?). Se a criança não
reagiu, talvez já esteja na hora de fazer um TPO. Se a criança teve um contato acidental com a
proteína duas semanas atrás e reagiu, não está na hora de fazer um TPO.

Outro fator também é o tipo de resposta imunológica. Crianças IgE mediadas, por exemplo,
tendem, a adquirir a tolerância um pouco mais tarde do que as crianças IgE não mediadas.
Então, o médico vai avaliar o melhor momento, junto dos índices de IgE daquele exame de
sangue.

Sigam a orientação do profissional que está acompanhando vocês sempre. O que eu falo aqui é o
geral do geral para que vocês entendam o processo. Contudo, quando falamos de alergia,
estamos falando da individualidade de cada criança.
Meu bebê não está mais apresentando sinais de alergia. Eu como algumas coisas de leite.
Será que já posso tentar dar para ele bolo, pães, queijo ou algo parecido? Ele é IgE
mediado.

Nesse caso, de IgE mediado, não tente fazer isso em casa de forma alguma!

Consulte seu médico, porque, muito provavelmente, ele vai te orientar a terminar de fazer o TPO
em você primeiro. Se você está comendo assados e ele não reage, ainda tem a parte dos
derivados e do leite de vaca in natura .

Se a criança está em aleitamento, é sempre mais seguro fazer primeiro o TPO na mãe. Se a
criança não reagir, maravilha! A dieta da mãe é liberada e nós vamos para o segundo passo, que
é, justamente, fazer o TPO na criança.

Não queime as etapas, até porque, às vezes, a criança tolera algumas formas do alimento, mas
não tolera ele in natura. Quando já pulamos para o último passo, sem evoluir todas as fases,
corremos o risco de desnecessariamente, não conseguir liberar alimentos na dieta materna (aos
quais a criança não reagiria, mas não teremos como saber, porque foram passos que foram
pulados).

A pressa é inimiga do alérgico e da mãe de alérgico. Faça devagar para termos clareza de até
onde a criança está, de fato, tolerante.

Meu filho apresentava só gases e teve bronquiolite duas vezes. Por isso, demora o
diagnóstico.

Realmente, tem hora que os sintomas não são tão claros. Então, por exemplo, uma criança que é
IgE mediada e toma leite em pó ou teve sangue nas fezes, é muito mais clara a possibilidade de
ser APLV. Agora, se não tem sangue, não tem os edemas, os inchaços, as urticárias, a pele
vermelha… Realmente, é muito mais difícil do profissional surgiu, de cara, com a possibilidade do
quadro ser uma alergia alimentar.

Então, para tirar a dúvida o que tem que fazer? TPO para fechamento de diagnóstico.

Fiquei na dúvida agora. Sobre IgE não mediado, se tiver reação, para fazer um novo teste
devo esperar mais 6 meses para o mesmo alérgeno? E se forem alimentos diferentes? Aqui
é ovo, milho e soja.

TPO é um para cada proteína. Nunca faça as coisas misturadas, por exemplo, fazer um bolo com
dois desses ingredientes (ovo e milho) em um mesmo TPO. Você precisará de um TPO para cada
alimento, ou seja, para cada proteína alimentar.

Então, se estiver na fase dos assados, por exemplo, faça com um alimento de cada vez todo o
processo do TPO. Supondo, então, que você estava na primeira fase (assados) do ovo e seu filho
reagiu, anote a data e você apenas irá fazer outro TPO para o ovo depois de, no mínimo, três
meses. Aí, você pode fazer o teste com outro alimento e, aos poucos, evoluindo os estágios.

Sempre, para IgE mediados, o que o consenso fala é para esperar, no mínimo, de três a seis
meses. É lógico que aqui também entra a avaliação criteriosa e individualizada do profissional de
saúde que está acompanhando você.
Material escrito por Creation Space

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