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Confesso que eu achei que tudo ia dar certo, porque eu já era graduanda
em Nutrição. Não trabalhava com esse público antes, mas eu tive aulas
sobre alergia alimentar na faculdade. Então, eu pensei: “Ah, vai ser fácil.
Eu corto os alimentos que têm leite e derivados, leio alguns rótulos, vou
descobrir, nos componentes, se tem proteína do leite, e tá tudo certo.
Meu filho vai estabilizar e vida que segue.”
Só que não foi nada assim - e a nossa caminhada foi longa. Até que eu
consegui entender tudo o que eu tinha que fazer para realmente
estabilizar o meu filho, para que ele parasse de sentir dor causada pelas
reações da alergia, foram longos cinco meses de caminhada. Nesse
tempo, estudei demais, troquei muitas informações com outras mães,
errei muito, encontrei muita informação errada na internet, tentei muitas
coisas que deram errado com meu filho (que eu escutava em lugares). Eu
não tinha o passo a passo, ou seja, todas as informações necessárias para,
efetivamente, conseguir estabilizar o meu filho, e fazer com que ele
crescesse e se desenvolvesse de forma saudável - como pode e deve ser.
A ALERGIA ALIMENTAR
Eu sempre falo sobre a ressignificância da alergia alimentar. A alergia
alimentar nos traz a importância de ter um novo olhar, um olhar mais
atento, para que identifiquemos, realmente, o que nós estamos
ingerindo, o que estamos colocando na mesa da nossa família.
ALIMENTOS
INDUSTRIALIZADOS
As embalagens dos alimentos industrializados
podem guardar muitas surpresas. Sempre será mais
seguro para a nossa família, para o nosso filho, para
nós, que fazemos a dieta, a ingestão de alimentos in
natura. É o que eu sempre falo:
“Descascar mais,
desembalar menos.”
Fazer isso é sempre o mais seguro. No sacolão, sabemos realmente qual
alimento estamos comprando. Na prateleira do supermercado, porém,
muitas vezes não sabemos.
Se você pegar um rótulo que não tem essas frases, ou se você pegar um
rótulo que não esteja bem escrito e não esteja adequado à legislação,
você, como mãe de alérgico, parente de alérgico, pessoa que ama uma
criança com alergia alimentar, tem a obrigação de denunciar essa
embalagem para Anvisa.
Se você ver uma embalagem que não esteja adequada, se estiver com
letras miúdas e não constar o nome dos alimentos potencialmente
alergênicos (que contém ou pode conter), se estiver com o rótulo
borrado, ou até em outra língua, não compre ! Isso representa um risco
para você e para o seu filho - e denuncie .
Por isso, sempre é mais seguro restringir qualquer alimento que rotule
com “ALÉRGICOS PODE CONTER” . Não devemos fazer o consumo de
alimentos que podem conter a proteína do leite, do ovo, caso seu filho
seja alérgico.
Importante!
Não sei se você já percebeu que, em muitos supermercados, ou até
mesmo em padarias, ao embalarem alguns produto, geralmente aqueles
que vêm naquelas bandejinhas de isopor, com um plástico filme (na qual
eles colam uma etiqueta emitida, com data de validade, peso etc) não
constam, detalhadamente, os componentes do alimento.
Manteiga Ghee;
Lactato e lactose;
Para algumas de vocês, pode parecer absurda essa confusão, mas para
muitas mães que estão no começo isso pode ser confuso -
principalmente se ela não teve uma boa orientação.
Leite em pó;
Iogurte;
Esses nomes são das próprias proteínas do leite. Então, muitas vezes, no
rótulo, não aparece leite de vaca, mas aparece “lactoalbumina”, “alfa-
lactoalbumina”, “beta-lactoglobulina” e caseína. Esses são nomes das
proteínas do leite - porque existem vários tipos.
Petit Suisse;
Esse é um nome comercial muito conhecido, mas toda essa linha ‘Petit
Suisse’ (de várias marcas) tem a proteína do leite de vaca.
Lactoferrina;
Esse também é um outro nome para a proteína do leite de vaca, que não
pode ser consumido por crianças APLV.
Whey Protein;
Caseinato de magnésio;
Leite fermentado;
Proteína do leite hidrolisada;
Requeijão;
Composto Lácteo;
Margarina que contenha leite;
A gente sabe, hoje, que a grande parte das margarinas tem proteína do
leite. Eu tinha, na minha cabeça, que margarina era só vegetal, que não
existia margarina com proteína do leite de vaca. Eu só fui descobrir isso
quando meu filho teve o diagnóstico APLV.
Lactulose.
FIQUE ATENTA!
Esses são os nomes disfarçados da proteína do leite de vaca ou produtos
que podem ter a proteína do leite de vaca muito facilmente.
Manteiga de cacau;
Leite de coco cremoso (sempre confirme no SAC se não há nada da
proteína do leite de vaca, porque alguns contêm);
Cremor de tártaro;
Lactato de cálcio e de sódio;
Estearoil lactato de sódio;
Estearoil lactato de cálcio.
Até porque, até com alimentos que você pode usar, normalmente,
com segurança, pode ter os componentes alterados pela indústria a
qualquer momento, sem qualquer obrigação de aviso prévio. Isso
aconteceu, recentemente, e, infelizmente, muitas crianças alérgicas
reagiram. Então, sempre que você for às compras, crie o hábito de
checar os rótulos, por mais acostumada que você esteja com
determinado produto. Esse é o alerta que eu venho dar para vocês,
mães, hoje.
Meu filho dela foi diagnosticado com APLV. Faz bem comer gelatina? Tem proteína do leite
nela?
Bom, respondendo como nutricionista, essa gelatina que a gente compra em supermercados é
cheia de corante, conservantes e de produtos químico. Ela não é, nem de longe, recomendada
para qualquer criança.
O que a gente pode fazer, para transformar a gelatina em um produto mais nutricionalmente
saudável para criança, é comprar aquela gelatina incolor e sem sabor e bater com uma fruta.
Assim, você acrescenta vitaminas e minerais ao alimento, sem tantos corantes e conservantes.
Dessa forma, a gelatina fica um pouco mais nutricionalmente aceitável - quando misturada com
frutas e/ou com pedaços de fruta. Muito cuidado com aquela gelatina pronta, do sachê colorido,
porque, quando colocamos aquela na boca, o sabor é excessivamente artificial. Então, cuidado.
A princípio, acredito que não tenha a proteína do leite na gelatina, mas sempre leia a
composição, porque isso depende muito da marca. Além disso, não deixe de conferir no SAC,
para ter a certeza se houve ou não compartilhamento de maquinário.
Ju, se a criança for APLV Não Mediada e o último ingrediente listado seja caramelo. Ainda
sim não posso consumir ou posso consumir produtos com caramelo?
Então, o que que acontece com a maior parte dos alimentos é que eles colocam “corante
caramelo”, mas não colocam qual é o tipo de corante. Aí, ficamos na dúvida, se é o corante
sintético ou o que é à base da proteína do leite.
Por isso, se não estiver essa informação discriminada de modo claro, é preciso confirmar no SAC
para ter certeza. Um tipo é derivado da proteína do leite os outros três tipos, se eu não me
engano, são sintéticos e não teriam problema.
Então, como essa rotulagem, no caso do corante caramelo, geralmente é incompleta, a gente
tem que confirmar no SAC.
Lactose é a parte do açúcar do leite, mas, como eu expliquei aqui, ela pode conter a proteína do
leite de forma aderida.
Então, você tem o produto ele que é o leite de vaca. Dentro dele, temos os açúcares (ou
carboidratos), as gorduras e as proteínas. Existem alguns produtos, então, que usam o
carboidrato do leite (a lactose), enquanto outros usam a gordura e outros usam a proteína.
Contudo, quando tiramos qualquer um desses nutrientes do leite de vaca, podem ficar aderidos
traços de qualquer um desses três nutrientes.
No caso de crianças alérgicas muito sensíveis, tem que ter muito cuidado, porque alguns
alimentos que usam lactose monoidratada, ou até medicamentos, podem conter traços da
proteína do leite de vaca.
Infelizmente, a gente tem relatos de crianças que tiveram reação - não tinha a proteína no
alimento em si, mas tinha a lactose (com traços da proteína do leite aderidos). Então, tem que ter
critério, além de depender muito da sensibilidade do seu bebê.
Material escrito por Creation Space
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