Você está na página 1de 18

Copyright 2020

Aprenda a ler rótulos


de alimentos
industrializados
evitando reações em
seu filho APLV

ELABORADO POR AUTORA


CREATION SPACE JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA
JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA

QUEM SOU EU?


Eu sou Juliana Maia, nutricionista há 13 anos. Em maio de 2016 o meu
filho, João Artur, nasceu. Hoje, com três anos, ele já está tolerante à
proteína do leite de vaca. Ele adquiriu a tolerância com 1 ano e 2 meses
de idade, mas, em 2016, com 12 dias de vida, ao fazer a troca de uma
fralda, eu me deparei com mar de sangue e foi desesperador. Ele já
chorava muito, já se contorcia de dor e, eu, mãe de primeira viagem,
achava que estava tudo dentro do script . Contudo, o sangue realmente
foi um sinal claro de que não estava tudo bem.

Na época, nós estávamos sendo acompanhados por uma gastropediatra.


Sei que, diferente de muitas de vocês, o nosso diagnóstico veio de uma
forma rápida. Porém, escutei aquela célebre frase que provavelmente
você já escutou: “Tire leite e derivados da dieta” . Saí do consultório
apenas com isso.

Confesso que eu achei que tudo ia dar certo, porque eu já era graduanda
em Nutrição. Não trabalhava com esse público antes, mas eu tive aulas
sobre alergia alimentar na faculdade. Então, eu pensei: “Ah, vai ser fácil.
Eu corto os alimentos que têm leite e derivados, leio alguns rótulos, vou
descobrir, nos componentes, se tem proteína do leite, e tá tudo certo.
Meu filho vai estabilizar e vida que segue.”
Só que não foi nada assim - e a nossa caminhada foi longa. Até que eu
consegui entender tudo o que eu tinha que fazer para realmente
estabilizar o meu filho, para que ele parasse de sentir dor causada pelas
reações da alergia, foram longos cinco meses de caminhada. Nesse
tempo, estudei demais, troquei muitas informações com outras mães,
errei muito, encontrei muita informação errada na internet, tentei muitas
coisas que deram errado com meu filho (que eu escutava em lugares). Eu
não tinha o passo a passo, ou seja, todas as informações necessárias para,
efetivamente, conseguir estabilizar o meu filho, e fazer com que ele
crescesse e se desenvolvesse de forma saudável - como pode e deve ser.

Muitas vezes, nessa caminhada, achamos que nossos filhos nunca se


estabilizarão, que sempre será um caos, que nunca mais teremos paz,
que nossos filhos sempre terão reações - e não tem que ser assim, não
precisa ser assim.

No acompanhamento online que eu faço com os meus pacientes (que


são centenas), eu compartilho o método que eu criei - que fez com que
meu filho estabilizasse e parasse de sentir dor. Esse método já ajudou
muitas mães a aprenderem a como fazer o tratamento, que é feito em
casa, no dia a dia. Para conseguir estabilizar o seu filho, fazer com que a
dor dele acabe, que as reações acabem, é preciso fazer o tratamento
correto .

No caso das alergias alimentares, o tratamento é dietético, é dietoterapia,


ou seja, é preciso realizar uma restrição alimentar, que precisa ser feito
de forma correta, identificando todas as proteínas que o seu filho reage,
para que você consiga isolar elas de forma correta - até que a criança se
estabilize e a cura chegue.

Quando a cura vai chegar, especificamente, é muito individual!


Infelizmente, nenhum profissional de saúde (nem mesmo médico), vai
conseguir te afirmar, com certeza, quando seu filho vai adquirir a cura. A
cura vem por uma maturidade do sistema imunológico. Não é
remédio, não é um tratamento - alguns tratamentos podem auxiliar
alguns tipos de alérgicos, mas até isso tem risco e não é 100% garantido.

Até que a cura chegue, o que sabemos que auxilia no processo é o


tratamento da dieta alimentar e dos cuidados do dia a dia corretos.
NA AULA DE HOJE
Abordaremos um tema muito especial: leitura de rótulos de produtos
industrializados. São muitas pegadinhas que existem e, infelizmente,
muitas crianças já tiveram reações graves por erro de leitura de rótulos,
de não entendimento dos rótulos. Recebo muitos pedidos de vocês para
fazer uma aula sobre como fazer a leitura correta de rótulos de produtos
industrializados, como decifrar os rótulos de produtos industrializados, se
é seguro fazer o consumo desses produtos, se é possível confiar no rótulo.
Essas são as dúvidas mais recorrentes. Será que podemos confiar
mesmo? Neste material, vou explicar como fazer esse passo a passo de
forma segura.

A ALERGIA ALIMENTAR
Eu sempre falo sobre a ressignificância da alergia alimentar. A alergia
alimentar nos traz a importância de ter um novo olhar, um olhar mais
atento, para que identifiquemos, realmente, o que nós estamos
ingerindo, o que estamos colocando na mesa da nossa família.

ALIMENTOS
INDUSTRIALIZADOS
As embalagens dos alimentos industrializados
podem guardar muitas surpresas. Sempre será mais
seguro para a nossa família, para o nosso filho, para
nós, que fazemos a dieta, a ingestão de alimentos in
natura. É o que eu sempre falo:

“Descascar mais,
desembalar menos.”
Fazer isso é sempre o mais seguro. No sacolão, sabemos realmente qual
alimento estamos comprando. Na prateleira do supermercado, porém,
muitas vezes não sabemos.

Com as dicas de hoje, você pode até se surpreender com alguns


alimentos que você consome quase que diariamente na sua casa, mas
que você não sabia exatamente o que compunha esse alimento.

DICAS PARA ANÁLISE DE RÓTULO


“Quem vê embalagem, não vê conteúdo.”
A mão de mães, pais, quaisquer familiar de uma criança alérgica, tem
que ser uma mão “de gancho”. Não queremos saber da capa da
embalagem, porque ela não nos diz muita coisa. O que queremos ver é o
verso da embalagem , o que eu quero ver é o local da embalagem onde
constam os componentes e as frases que nos ajudam tanto.

Hoje, é determinado pela Legislação Brasileira - mais especificamente,


pela resolução 26 da ANVISA (publicada em Julho de 2015), como
resultado de uma luta travada na justiça por mães de alérgicos - que as
empresas rotulem de forma adequada os seus alimentos, contendo, em
letras maiúsculas e em negrito, duas frases:

ALÉRGICOS CONTÉM e ALÉRGICOS PODE CONTER .

Essas frases precisam estar em negrito, em todos os rótulos de alimentos


e contendo o nome dos alimentos , não o nome das proteínas ou o
nome científico (aquele que a gente não entende). O consta hoje, na lei,
que é uma lei da vigente desde 2015, é que toda indústria que embale
seu alimento, tem que constar, na rotulagem, essas duas frases - desde
que na composição daquele alimento ou na contaminação industrial
dele possa conter algum alimento que eles considerem como os mais
potencialmente alergênicos.

Se você pegar um rótulo que não tem essas frases, ou se você pegar um
rótulo que não esteja bem escrito e não esteja adequado à legislação,
você, como mãe de alérgico, parente de alérgico, pessoa que ama uma
criança com alergia alimentar, tem a obrigação de denunciar essa
embalagem para Anvisa.

Esse é o nosso papel como protetores de crianças alérgicas, justamente


para que outras crianças não sofram qualquer risco de alergia alimentar
e para que a empresa se adeque a essa lei.

Se você ver uma embalagem que não esteja adequada, se estiver com
letras miúdas e não constar o nome dos alimentos potencialmente
alergênicos (que contém ou pode conter), se estiver com o rótulo
borrado, ou até em outra língua, não compre ! Isso representa um risco
para você e para o seu filho - e denuncie .

Eu e as mães que fazem acompanhamento online comigo temos um


grupo, no qual trocamos muitas dicas e muitas informações. Um dia,
uma dessas minhas alunas tirou uma foto da embalagem de um
alimento e colocou lá no grupo, pedindo para que encontrássemos o
erro. Qual era o erro? Nos componentes do alimento, continha ovo, mas
na frase “ALÉRGICOS CONTÉM” , eles não rotularam ovo. Muito cuidado!
Infelizmente, ainda, nós não podemos confiar 100% nas embalagens.
Leiam com muito critério, com cuidado, com calma, façam a distinção do
que está no componente, ou seja, não leia apenas as frases “ALÉRGICOS
CONTÉM” e “ALÉRGICOS PODE CONTER” .

Leia todos os componentes, porque, às vezes, eles colocam um


componente presente no alimento e não rotulam ele na frase obrigatória.
Faça a conferência sempre dos componentes do rótulo e dessas frases.

QUAL A DIFERENÇA DO “ALÉRGICOS


CONTÉM” E “ALÉRGICOS PODE CONTER” ?
Na frase “ALÉRGICOS CONTÉM” são discriminados os alimentos
potencialmente alergênicos que são componentes do produto, como
leite de vaca, soja, trigo, ovo, amendoim, outras oleaginosas, frutos do
mar, peixes. Então, nessa frase, aparecem esses alimentos, quando eles
estão na composição do alimento.
Será rotulado com “ALÉRGICOS PODE CONTER” quando existir a
possibilidade de uma contaminação industrial. Essa contaminação, por
algum alimento que potencialmente pode causar alergia em uma
criança, pode ocorrer desde o plantio, colheita, estocagem distribuição,
beneficiamento, ou seja, todos os processos até a venda deste produto.
Se durante todo esse processo, existir algum risco de contaminação
cruzada, por mais que o alimento que esteja na embalagem não
contenha nenhum outro alimento potencialmente alergênico, se houver,
durante todo esse processo, em algum momento, o risco de ter contato
com a proteína do leite de vaca (ou alguma outra altamente alérgena), a
indústria é obrigada a rotular.

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE OS TRAÇOS


INDUSTRIALIZADOS PARA OS TRAÇOS
DOMÉSTICOS?
Geralmente, quando a criança recebeu o diagnóstico de APLV, ou está no
processo de descoberta - por exemplo, quando está fazendo o TPO (Teste
de Provocação Oral), para fechamento de diagnóstico - dizemos: “Corte
leite, derivados e traços industrializados” . É o primeiro passo para
qualquer tipo de criança alérgica. Dependendo do tipo de reação,
existem outras orientações, mas essa é a orientação básica. O que seriam
esses traços?

Traços industrializados estão presentes quando há uma


possibilidade de contaminação cruzada durante todo o processo de
elaboração do produto, do alimento industrializado.
Imagine que uma indústria
alimentícia esteja produzindo um
biscoito que, na composição não
tenha a proteína do leite, porém,
antes de se fazer esse biscoito,
naquela mesma máquina, foi feito
um biscoito que tinha leite em pó
como um dos componentes.

Se não for feita a correta


higienização desse maquinário, no
momento em que esse segundo
biscoito que, teoricamente, não tem
na composição a proteína do leite
de vaca, for feito, nessa mesma
máquina, ele vai aderir, em sua
massa, aquele leite em pó que foi
utilizado na fabricação do alimento
anterior. O quanto de leite em pó o
biscoito vai aderir não temos
controle - pode ser pouco, pode ser
uma quantidade média e pode ser
muito. Então, traços industrializados
são diferentes de traços domésticos,
porque, nesse último caso, estamos
tratamos de mínimas quantidades
de proteínas que podem ficar
aderidas a algumas superfícies ou
em alguns utensílios.

Algumas crianças não reagem a


traços domésticos, mas, sim, nós
temos que fazer o controle dos
traços industrializados. Isso porque
traços industrializados estão
naqueles alimentos que não têm,
em na sua composição, a proteína
do leite, mas que passaram por
processos industriais no qual podem
ter sido contaminados.
E como nós não temos controle do nível de contaminação (se foi baixo
ou alto), o ideal é restringir esse consumo, porque ele, sim, pode
desencadear reações alérgicas na maior parte dos alérgicos.

Por isso, sempre é mais seguro restringir qualquer alimento que rotule
com “ALÉRGICOS PODE CONTER” . Não devemos fazer o consumo de
alimentos que podem conter a proteína do leite, do ovo, caso seu filho
seja alérgico.

Importante!
Não sei se você já percebeu que, em muitos supermercados, ou até
mesmo em padarias, ao embalarem alguns produto, geralmente aqueles
que vêm naquelas bandejinhas de isopor, com um plástico filme (na qual
eles colam uma etiqueta emitida, com data de validade, peso etc) não
constam, detalhadamente, os componentes do alimento.

Me parece que não existe obrigatoriedade para isso, então muito


cuidado com esses alimentos que são embalados em padarias e que
não contém a rotulagem correta . Eles são um risco enorme, até porque
nós sabemos que, no ambiente de padaria, o que está presente é
proteína do leite, do ovo e do trigo. É muito arriscado. A minha
recomendação é que você não consuma esse tipo de alimento. Não
temos nenhuma segurança com eles, então muito cuidado!

OS NOMES QUE VOCÊ


PRECISA SABER
Gostaria de compartilhar com vocês algumas das cartilhas que eu tenho
no meu curso online para vários alimentos - leite, ovo, oleaginosas, trigo,
glúten etc.
Então, eu monto essas cartilhas de uma maneira bastante
esquematizada, para que as mães possam imprimir e levar na bolsa no
momento de fazer compras. Vou compartilhar aqui com vocês alguns
nomes aos quais vocês também precisam estar atentas (nos
componentes).

Como eu expliquei, nós devemos pegar a embalagem, virá-la e ler o que


está no rótulo (mais especificamente, o que está nos componentes e nas
duas frases). Se você identificar, em qualquer parte do rótulo, alguma
coisa da proteína do leite de vaca, sendo a criança APLV, o meu consumo
já está restrito, pois há um grande risco da criança reagir.

Porém, existem alguns outros nomes e alguns outros alimentos que


marcam, que mostram para gente que ali, naquele alimento, há a
presença da proteína do leite de vaca. São eles:

Manteiga Ghee;

Essa manteiga está muito na moda. Ela é um tipo de manteiga


clarificada e indiana, porém é manteiga e contém a proteína do leite.
Diferentemente de ghee vegetal, que é um óleo, essa manteiga contém a
proteína do leite. Ela é muito similar com a manteiga de garrafa, que
também tem a proteína do leite. Então, essa manteiga ghee é
perigosíssima para crianças alérgicas.

Gordura anidra de leite;

Também tem a presença da proteína do leite de vaca.

Lactato e lactose;

Lembrando que lactose é um açúcar (carboidrato), mas, como para


retirar a lactose do leite, é feito um processo que gera uma espuma do
leite, partes da proteína do leite (traços) podem vir aderidas a essa parte
do açúcar da lactose. Algumas crianças muito sensíveis podem reagir.

Leite sem ou com baixo teor de lactose;

Essa é aquela célebre dificuldade de algumas mães no início, até porque,


muitas vezes, não é feita uma boa explicação do profissional de saúde
que fez o diagnóstico sobre a diferença de alergia à proteína do leite de
vaca e intolerância à lactose.

Para algumas de vocês, pode parecer absurda essa confusão, mas para
muitas mães que estão no começo isso pode ser confuso -
principalmente se ela não teve uma boa orientação.

Muitas mães saem do consultório pensando que produtos sem lactose


não vão fazer mal ao bebê. Porém, produtos sem lactose não tem o
açúcar - e não a proteína, que é a causadora da alergia. A proteína do
leite de vaca, então, está presente em produtos sem lactose. Portanto,
produtos sem lactose não são, de forma alguma, recomendados para
crianças que têm APLV.

Leite em pó;

Sim, o leite em pó tem a proteína do leite de vaca. Eu já recebi alguns


relatos no seguinte sentido: “Ah, mas eu não sabia que aquelas fórmulas
infantis têm leite de vaca.”

Fórmula infantil não é leite em pó materno! Fórmula infantil é leite


de pó de vaca, na sua grande maioria das vezes.

Hoje nós temos alguns leites em pó de vegetais, como da proteína do


arroz e da soja, mas, na ausência do leite materno, quando a criança usa
a fórmula infantil, ela está consumindo leite de vaca - e não leite
materno. Então, muito cuidado com isso.

Leite de cabra, leite de ovelha, leite de búfala;

A chance da criança APLV reagir ao leite de outro mamífero (exceto o


leite materno), é muito alta - 80 a 90%. Então, a ASBAI (Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia) não recomenda a utilização desses
tipos de leite para crianças que sejam comprovadamente APLV.

Iogurte;

Também tem a proteína do leite.


Lactoglobulina, Lactoalbumina e Caseína;

Esses nomes são das próprias proteínas do leite. Então, muitas vezes, no
rótulo, não aparece leite de vaca, mas aparece “lactoalbumina”, “alfa-
lactoalbumina”, “beta-lactoglobulina” e caseína. Esses são nomes das
proteínas do leite - porque existem vários tipos.

Petit Suisse;

Esse é um nome comercial muito conhecido, mas toda essa linha ‘Petit
Suisse’ (de várias marcas) tem a proteína do leite de vaca.

Lactoferrina;

Esse também é um outro nome para a proteína do leite de vaca, que não
pode ser consumido por crianças APLV.

Leite condensado, leite integral, semidesnatado ou desnatado;

Eles também têm a proteína do leite de vaca. Já recebi diversas vezes


essa dúvida: “Ah, Ju, mas e se eu der um leite semidesnatado? A chance
é menor de reação?”

Mães, leites desnatado, semidesnatado e integral só têm diferenças no


teor de gordura. Não tem nada a ver com a proteína do leite de vaca -
essa está presente em todos os tipos de leite.

Gordura e soro do leite;

No processo de retirada da gordura do leite, acontece o mesmo de


quando retira-se a lactose. No processo, podem ficar aderidos traços da
proteína do leite. Então, muito cuidado, porque crianças mais sensíveis
podem reagir.

Já quando falamos em soro do leite, ele é riquíssimo em proteína do leite


de vaca. Cuidado.

Whey Protein;

Inclusive, para produtos de higiene, identificamos a presença ou não da


proteína do leite de vaca por meio das denominações: proteína do leite
de vaca, leite de vaca ou, quando o produto for internacional, pode vir
rotulado o nome “Whey Protein” - que nada mais é do que a proteína do
leite de vaca, também. Muito cuidado!

Proteínas do soro e proteínas lácteas;


Caseína hidrolisada, caseína;
Caseinato de amônia ou de cálcio;
Bebida láctea;
Caseinato de sódio;
Queijos em geral;
Coalhada;
Manteigas;
Fosfato de lactoalbumina;
Doce de leite;
Creme de leite;
Nougat (produto de confeitaria);
Chantilly (pode conter caseinato);
Molhos brancos (a grande maioria é à base de leite de vaca);
Sabor e aroma de manteiga, margarina, caramelo, baunilha, queijo,
coco;

Esses aromas podem ser naturais ou artificiais. Então, nesses casos,


oriento muito cuidado. Confirme com o SAC.

Caseinato de magnésio;
Leite fermentado;
Proteína do leite hidrolisada;

Esse “hidrolisada”, dependendo do grau de hidrólise, não é adequado


para a criança. Então, se essa for a única descrição presente em um
produto de prateleira de supermercado, muito cuidado, porque seu filho
pode reagir.

Requeijão;
Composto Lácteo;
Margarina que contenha leite;

A gente sabe, hoje, que a grande parte das margarinas tem proteína do
leite. Eu tinha, na minha cabeça, que margarina era só vegetal, que não
existia margarina com proteína do leite de vaca. Eu só fui descobrir isso
quando meu filho teve o diagnóstico APLV.
Lactulose.
FIQUE ATENTA!
Esses são os nomes disfarçados da proteína do leite de vaca ou produtos
que podem ter a proteína do leite de vaca muito facilmente.

Portanto, muito cuidado com biscoitos, bolachas, alimentos embutidos


(como salsichas, linguiças e apresuntados). É muito cuidado a proteína
do leite de vaca estar presentes nesses itens.

Além, é claro, de achocolatados, sorvetes, pudins, pães, bolos, tortas,


purês (a grande maioria dos locais coloca leite de vaca no purê).

NOMES QUE PARECEM


QUE TÊM A PROTEÍNA,
MAS NÃO TÊM
Agora, passarei uma outra lista. Porém, dessa vez, com alimentos que não
têm a proteína do leite de vaca. Esses são nomes que parecem que
contêm a proteína, mas que, na grande parte das vezes, não tem. São
eles:

Manteiga de cacau;
Leite de coco cremoso (sempre confirme no SAC se não há nada da
proteína do leite de vaca, porque alguns contêm);
Cremor de tártaro;
Lactato de cálcio e de sódio;
Estearoil lactato de sódio;
Estearoil lactato de cálcio.

Esses são os nomes que podem causar alguma


suspeita de que há a proteína do leite de vaca, mas
que não têm, ou seja, são seguros.

Eu sei que são muitos nomes e muitas informações,


mas é só para vocês ficarem atentas, porque o que
parece pode não ser dá.
Não dá para confiar 100% em embalagens, por mais que a Lei da
Rotulagem esteja vigorando desde 2015. Ela, sim, nos ajuda muito, mas
sempre confirme com o SAC, caso você fique em dúvida.

Até porque, até com alimentos que você pode usar, normalmente,
com segurança, pode ter os componentes alterados pela indústria a
qualquer momento, sem qualquer obrigação de aviso prévio. Isso
aconteceu, recentemente, e, infelizmente, muitas crianças alérgicas
reagiram. Então, sempre que você for às compras, crie o hábito de
checar os rótulos, por mais acostumada que você esteja com
determinado produto. Esse é o alerta que eu venho dar para vocês,
mães, hoje.

Para ter segurança, descasque mais e desembale menos. Isso será,


sempre, o mais seguro.

Quando o produto é in natura e é você quem cozinha, você realmente


sabe o que está dando para o seu filho ou o que você está comendo.
Quando você desembala, muitas vezes podem ter coisas escondidas que
podem causar reações alérgicas nos bebês e nas crianças com APLV e
com demais alergias alimentares.
DÚVIDAS
Entenda um pouco mais sobre o assunto, a partir da experiência
de outras mamães como você!

Meu filho dela foi diagnosticado com APLV. Faz bem comer gelatina? Tem proteína do leite
nela?

Bom, respondendo como nutricionista, essa gelatina que a gente compra em supermercados é
cheia de corante, conservantes e de produtos químico. Ela não é, nem de longe, recomendada
para qualquer criança.

O que a gente pode fazer, para transformar a gelatina em um produto mais nutricionalmente
saudável para criança, é comprar aquela gelatina incolor e sem sabor e bater com uma fruta.
Assim, você acrescenta vitaminas e minerais ao alimento, sem tantos corantes e conservantes.
Dessa forma, a gelatina fica um pouco mais nutricionalmente aceitável - quando misturada com
frutas e/ou com pedaços de fruta. Muito cuidado com aquela gelatina pronta, do sachê colorido,
porque, quando colocamos aquela na boca, o sabor é excessivamente artificial. Então, cuidado.

A princípio, acredito que não tenha a proteína do leite na gelatina, mas sempre leia a
composição, porque isso depende muito da marca. Além disso, não deixe de conferir no SAC,
para ter a certeza se houve ou não compartilhamento de maquinário.

Ju, se a criança for APLV Não Mediada e o último ingrediente listado seja caramelo. Ainda
sim não posso consumir ou posso consumir produtos com caramelo?

Corante caramelo é utilizado em alimentos, em medicamentos e a maior parte deles é sintético.


Tem um tipo que é natural e aí, sim, ele pode ser derivado da proteína do leite.

Então, o que que acontece com a maior parte dos alimentos é que eles colocam “corante
caramelo”, mas não colocam qual é o tipo de corante. Aí, ficamos na dúvida, se é o corante
sintético ou o que é à base da proteína do leite.

Por isso, se não estiver essa informação discriminada de modo claro, é preciso confirmar no SAC
para ter certeza. Um tipo é derivado da proteína do leite os outros três tipos, se eu não me
engano, são sintéticos e não teriam problema.

Então, como essa rotulagem, no caso do corante caramelo, geralmente é incompleta, a gente
tem que confirmar no SAC.

Se no rótulo tiver “lactose monoidratada”, a criança pode consumir o produto?

Lactose é a parte do açúcar do leite, mas, como eu expliquei aqui, ela pode conter a proteína do
leite de forma aderida.
Então, você tem o produto ele que é o leite de vaca. Dentro dele, temos os açúcares (ou
carboidratos), as gorduras e as proteínas. Existem alguns produtos, então, que usam o
carboidrato do leite (a lactose), enquanto outros usam a gordura e outros usam a proteína.

Contudo, quando tiramos qualquer um desses nutrientes do leite de vaca, podem ficar aderidos
traços de qualquer um desses três nutrientes.

No caso de crianças alérgicas muito sensíveis, tem que ter muito cuidado, porque alguns
alimentos que usam lactose monoidratada, ou até medicamentos, podem conter traços da
proteína do leite de vaca.

Infelizmente, a gente tem relatos de crianças que tiveram reação - não tinha a proteína no
alimento em si, mas tinha a lactose (com traços da proteína do leite aderidos). Então, tem que ter
critério, além de depender muito da sensibilidade do seu bebê.
Material escrito por Creation Space

Todos os direitos reservados a


Juliana Maia | CNPJ: 33.572.240/0001-10
Belo Horizonte - MG
2020

Clique nos ícones abaixo para ser


Clique nos ícones abaixo para ser redirecionado para nossas redes.
redirecionado para nossas redes.

creationspaceteam@gmail.com https://www.julianamaianutriaplv.com.br/

Você também pode gostar