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Como saber se meu


filho(a) APLV está em
reação por causa da
alergia?

ELABORADO POR AUTORA


CREATION SPACE JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA
JULIANA MAIA
NUTRICIONISTA CLÍNICA

QUEM SOU EU?


Meu nome é Juliana Maia. Sou nutricionista clínica, formada há 14 anos
(desde 2006). Tenho uma especialização em nutrição clínica e sou
especialista em alergia alimentar - em APLV (alergia à proteína do leite
de vaca). Sou apaixonada por compartilhar meus conhecimentos sobre
nutrição e minha missão é ajudar o máximo de mamães que tenham
filhos alérgicos a encontrar a cura!

MINHA HISTÓRIA
Há quatro anos (em 2016), quando meu filho, João Artur, nasceu, eu
recebi o diagnóstico de APLV dele e isso mudou a minha vida por
completo. Meu filho tinha apenas 20 dias de vida.

O João Artur era IgE Nâo Mediado para a proteína do leite, reagia ao leite
materno e a traços domésticos e tinha, sobretudo, reações
gastrointestinais fortíssimas.

Com um ano e dois meses de vida, ele adquiriu a tolerância à proteína do


leite de vaca! Contudo, o caminho até aqui não foi fácil.
UM POUCO DA MINHA
TRAJETÓRIA
Demorei muitos meses para
aprender o que eu precisava fazer
para conseguir estabilizar o meu
filho efetivamente. Eu sofria, ele
sofreu e minha família sofreu. Eu
não tive paz no início e,
infelizmente, eu não tenho boas
lembranças dos primeiros meses de
vida do meu filho.

Até que eu conseguisse entender tudo o que era necessário para


estabilizá-lo e fazer com que ele tivesse qualidade de vida, até eu
entender o que eu tinha que fazer com tratamento dele, para que ele
fosse uma criança saudável, se desenvolvesse bem, ficasse realmente feliz
e para que a paz voltasse para minha casa, eu demorei. Demorei mais de
cinco meses nesse processo.

Durante esses cinco meses, meu filho sofreu, perdeu peso, e eu perdi
muitas noites de sono. Ele chorava e eu chorava junto. A minha vida
estava um caos até que, enfim, estudando muito com um braço e
amamentando ele com outro e fazendo dieta de restrição, eu consegui
entender tudo o que eu tinha que fazer.

Hoje, eu continuo estudando. Minha caminhada dentro das alergias


alimentares começou naquela época, mas já tem quase 4 anos que estou
nesse universo. Sim, estou há 4 anos totalmente imersa nesse mundo, ao
ponto de que hoje eu apenas trabalho com alergias alimentares e tenho
um programa online de acompanhamento de centenas de crianças
alérgicas.
MEU PROGRAMA ONLINE DE
ACOMPANHAMENTO
O meu programa é para mães de APLV,
pais, avós, tios, madrinhas de APLV...
Enfim, se você conhece uma criança com
poucos anos, um bebê, ou até crianças
um pouco maiores (até mesmo adultos,
porque todos podem ter alergia proteína
do leite de vaca e alergia a demais
alimentos), o meu programa online
servirá para essa pessoa.

A base do tratamento é a mesma,


independente se a criança tem apenas
alergia à proteína do leite de vaca ou se
tem alguma outra alergia, como à soja, ao ovo, ao trigo, a algumas frutas,
alguns legumes, a carnes, ao amendoim, a outras leguminosas, a
castanhas, a amêndoas… A base é sempre a mesma e as informações são
muito parecidas.

Todas as dicas também estão lá, todas juntinhas e organizadas no meu


programa. Isso facilita muito a vida das mamães, porque a informação
está organizada e dividida por módulos. Os módulos têm seus subitens e,
no bônus, existem diversos cardápios montados com qualidade e
quantidade suficientes para que a mãe que está em dieta não passe
fome, não perca peso, ou seja, para que a dieta não seja mais um fator de
estresse na vida dela.

Lá, no programa, você também encontra uma lista com produtos que são
livres de alergênicos, que são seguros para consumo. Tem também
cardápios para bebês que iniciaram a introdução alimentar, cardápio
para crianças de 1 a 10 anos, para adolescentes e para adultos. Nesses
cardápios, você encontrará muitas receitas rápidas, práticas, divertidas e
gostosas para que você possa realmente aproveitar esse momento.
Esse é o momento de ressignificar a alergia alimentar! Aproveitar o
momento em que alergia alimentar apareceu na sua vida para mudar os
hábitos alimentares da sua casa, para que todos fiquem mais saudáveis,
para que toda a família entenda a importância de todos estarem juntos e
ajudarem no dia a dia, porque a mãe não consegue fazer tudo sozinha.
Esse é o momento de lembrar toda a família da importância de se
comprar alimentos in natura , de irmos mais ao sacolão do que ao
supermercado, da importância de se cozinhar, da importância desse
hábito tão importante que muito temos perdido com a correria do dia a
dia. A alergia alimentar nos resgata isso, nos força a saber efetivamente o
que estamos comendo e a ler rótulos com mais atenção, por exemplo.

No meu programa eu ensino a ler rótulos, falo sobre vacinas, sobre a


evolução das fórmulas, sobre qual a melhor fórmula para cada tipo de
sintoma, sobre como fazer essa evolução até o momento que a cura
chegue. Meu programa é muito completo!

Caso queira conhecer mais, acesse o meu Instagram


(@julianamaianutriaplv) e cliquem no link da minha bio. Além de tudo
isso, também temos o grupo fechado de mães no Telegram, no qual
fazemos uma troca muito rica de experiências. Eu mesma faço a
mentoria desse grupo, então não têm informações erradas, disse me
disse e desrespeito nele. No meu grupo, nós nos acolhemos, nos
respeitamos, trocamos informações realmente relevantes. Esse
acompanhamento serve para quem é alérgico à proteína do leite, à soja,
a múltiplos alimentos - para crianças, adolescentes e para adultos de
qualquer idade.

Eu tenho no meu programa, hoje, mais de 100 mães, ou seja, mais de 100
famílias e mais de 100 crianças com alergias alimentares, de múltiplas
idades, alérgicos múltiplos. O programa é para todos, independente
dos sintomas.

Nele, eu dou direcionamento para cada tipo de sintoma. Se você tem um


filho com alergia alimentar, não tem menor necessidade de pagar duas
ou três vezes. Um programa vale para família inteira. Eu oriento tanto a
mãe que está em aleitamento materno, quanto a evolução da criança
que começa a se alimentar. Se você é adulto e acabou de entender que
tem alergia à proteína do leite de vaca, ou a alergia começou agora -
porque alergia alimentar pode acontecer em qualquer momento da
nossa vida - venha para o meu programa. Nele, você vai entender tudo o
que precisa fazer para ter qualidade de vida.

COMO SABER SE MEU FILHO(A)


APLV ESTÁ EM REAÇÃO POR
CAUSA DA ALERGIA?
Para compreendermos se a criança está em reação alérgica, ou seja, em
reação à alguma proteína alimentar, em primeiro lugar precisamos
conhecer quais são os possíveis sintomas da alergia alimentar. Esses
sintomas são divididos de acordo com os três mecanismos imunológicos.

Na alergia alimentar, temos um grupo de células, da família de


anticorpos, que se chama Imunoglobulina E . Essas células são chamadas
ao exército quando o sistema imunológico entende, por uma
imaturidade, que a proteína do alimento é uma agressora. Dessa
maneira, com o objetivo de impedir que aquela proteína entre no corpo
da criança, adolescente ou adulto, o sistema imunológico responde com
uma reação.

REAÇÕES IGE MEDIADAS


No tipo de reação imediata , que acontece quase que imediatamente ao
consumo do alimento, ou até no máximo em 2 horas, o tipo soldado que
foi chamado para guerra e está ali, no pelotão, é a Imunoglobulina E - a
IgE . Esse tipo de soldado é muito forte e age muito rápido.

Por isso as reações tendem a ser muito fortes, como urticárias e


angioedemas, que são placas vermelhas, altas, que podem aparecer no
corpo (sintoma bem típico de alergia), e temos também edemas de
partes mais moles do corpo, como inchaço nos olhos e na boca -
podendo, também, fazer com que a garganta inche, o que é chamado de
edema de glote.
Dentre essa gama de sintomas das IgE’s mediadas , temos um sintoma
que é muito arriscado e muito perigoso , que é a anafilaxia , que pode
levar ao choque anafilático . O choque anafilático pode acometer o
sistema respiratório (que geralmente é o principal acometido). a pele, o
sistema gastrointestinal, cardiovascular, neurológico, ocular e, inclusive, o
sistema urinário.

Na pele, geralmente acontecem as placas vermelhas. Eu mesma já tive


uma reação anafilática, com edema de glote. Eu fiquei cheia de pintas e
muito inchada. Fiquei com muita falta de ar e minha garganta foi
fechando aos poucos. Eu fiquei completamente tonta. Me deu ânsia de
vômito - sintoma do sistema gastrointestinal, que também participa do
quadro de uma reação anafilática. Tive queda de pressão e uma
bradycardia , que envolvem os sistemas circulatório e cardiovascular.
Esse tipo de reação pode acometer vários sistemas, mas denominamos
como “anafilaxia” quando dois ou mais sistemas são acometidos. Essas
reações podem acontecer muito rapidamente e em alguns casos,
infelizmente, até podem levar a pessoa à óbito.

SINTOMAS DE REAÇÕES IGE MEDIADA


Pele: eritema, prurido, urticária, angioedema e ereção dos pelos.

Sistema gastrointestinal (da boca ao ânus): náuseas, vômitos,


diarréia, incontinência fecal (diarreia explosiva, de dificílimo
controle) e dor abdominal.

Sistema oral: prurido, edema de lábio, inchaço da língua e do palato


e pode também surgir um sabor metálico na boca.

Sistema respiratório: prurido, sensação de garganta fechando,


edema de glote e de laringe, tosse seca, disfonia, sensação de
aperto torácico, falta de ar, crise de espirro e congestão nasal.

Sistema cardiovascular: dor no coração (pode chegar a desmaiar),


sensação de que o coração não está batendo no ritmo normal
(arritmia cardíaca), queda de pressão, podendo chegar ao choque,
que seria a parada do coração.

Sistema neurológico: confusão mental, quadro de convulsão,


sonolência, perda da consciência (que pode levar ao coma).

Sistema ocular: edema periorbital, eritema conjuntival e


lacrimejamento.

Sistema genito-urinário: urgência ou incontinência urinária no


momento do choque anafilático.
FIQUE ATENTA!
Se o seu filho for IgE mediado, todos esses sintomas são possíveis de
acontecer. Caso ele comece a ter vários desses sintomas, corra para
o hospital! É muito importante que você fique atenta! Chegue no
hospital e explique que o quadro, possivelmente, é uma reação
alérgica a algum alimento, porque esses sintomas podem ser
confundidos com algumas outras coisas.

Se esses sintomas acontecerem com sua criança, chegue ao hospital,


relate que o seu filho é alérgico à proteína de determinado alimento.
Dessa forma, você auxilia, inclusive, no diagnóstico correto do
quadro de anafilaxia devido à alergia alimentar.
Sabendo que seu filho tem alergia alimentar e que ele faz sintomas
rapidamente depois do contato com o alimento, se você começar a
perceber esses sintomas, corra para a emergência! Não espere!

PRINCIPAIS DÚVIDAS DAS FAMÍLIAS QUE


TÊM CRIANÇAS IGE MEDIADAS
“Ah, Ju, ontem comecei a fazer a introdução da carne de boi e hoje
ele acordou cheio de bolinhas vermelhas no corpo… O que é isso?”
Essas manchas no corpo seriam
sintomas de urticária, que é um
sintoma de IgE mediada. Se ele é
IgE mediado, nesse caso, as
manchas poderiam ser reação
alérgica? Não, não poderia. A carne
foi dada no dia anterior , ou seja, já
tinham se passado mais de duas
horas da ingestão da carne e,
durante esse período, nada
aconteceu. Passadas duas horas da
ingestão do alimento, sintomas de
urticária não serão caracterizados
como reação ao alimento.
Conclusão: indiquei que ela fosse ao
médico para que ele fechasse o
diagnóstico e era uma virose. Depois
de 10 dias, ele melhorou.

Virose pode dar muitos sintomas de


pele (como manchinhas), também
pode apresentar sintomas
gastrointestinais, como vômito,
diarreia, dor na barriga, o que traz
muita confusão no diagnóstico.
Contudo, viroses são autolimitadas,
ou seja, entre 7 a 10 dias, os
sintomas vão parar.

“Mas, Ju, já tem 15 dias que minha


criança está com essas lesões de
pele.”

Ela não pode estar em reação


alérgica há 15 dias. Os soldados
muito fortes agem com muita força,
de forma muito rápida, mas eles
saem do campo de batalha.
Uma urticária decorrente de alergia alimentar não acontece durante
duas semanas direto, a não ser que a criança esteja em contato
constante com o alimento causador.

Geralmente, quando acontece a urticária, tomamos cuidado, paramos


tudo o que estamos fazendo e começamos a observar. É bem difícil a
criança ter esse contato recorrente. Na dúvida, se o sintoma surgiu, nós
suspendemos o alimento que estamos testando, esperamos os sintomas
melhorarem e, quando tivermos segurança, testamos novamente -
sempre de acordo com a liberação e o acompanhamento médico.

Se, ao testar o alimento novamente, os sintomas não aparecerem


novamente, as reações não estão relacionadas à alergia alimentar. A
principal característica da alergia alimentar é a reprodutibilidade dos
sintomas, na medida que apresentamos ao corpo aquele alimento da
mesma forma . Por exemplo, se testei a banana cozida e a criança não
reagiu, mas depois eu apertei a banana crua e a criança reagiu, o
alimento não estava igual a primeira vez que foi ofertado. Sabemos que,
ao cozinhar o alimento, fazemos com que ele passe por um processo
térmico, o que diminui o seu potencial alergênico. Nesse sentido,
algumas crianças toleram alguns alimentos cozidos, mas não toleram
esse mesmo alimento cru.

REAÇÕES MISTAS
A reação mista é feita com os soldados IgE, que são os anticorpos
Imunoglobulina E, e com outras células de defesa. Podemos dizer, então,
que soldados de patentes diferentes (que não aparecem nos exames de
sangue e nos exames de pele) também participam das reações mistas,
junto das IgE’s..

DICA
Se você quiser entender melhor sobre exames: quando fazer, para
qual tipo de alérgico, quando o médico pode solicitar, quando ajuda
no diagnóstico e tratamento e qual o tipo de alérgico não tem que
pedir exame nenhum (porque não auxiliará em nada e, muito pelo
contrário, pode atrapalhar o diagnóstico), eu já dei uma aula sobre
isso e ela está no meu canal do YouTube. Veja a minha aula sobre
“Exames para alergia alimentar”.
Para que esse tipo de reação aconteça, é necessário, portanto, que a
criança tenha dois tipos de soldados misturados no campo de batalha -
Imunoglobulina E e outras células inflamatórias, como linfócitos e
citocinas, por exemplo.

Nesse tipo de reação, por ter mais de um tipo de soldado envolvido, o


tempo de aparecimento dos sintomas pode variar.

SINTOMAS DE REAÇÕES MISTAS


Essas reações podem aparecer como asma, dermatite atópica, esofagite
eosinofílica e gastroenteropatia eosinofílica (gastro = estômago, entero =
intestino, patia = doença, e eosinófilo é um outro tipo de célula de
defesa).

É importante dizer que a dermatite atópica é uma doença


multifatorial. Em cerca de apenas 40% das crianças que têm dermatite
atópica, de moderada à grave, existe, como causa, a alergia alimentar.

“Ju, meu filho tem dermatite atópica. Estou fazendo a dieta e tudo
está bonitinho. Dos outros sintomas gastrointestinais que ele tinha,
estão todos estabilizados. A dermatite atópica melhorou, mas não
totalmente. Pode estar tendo algum furo?”

Dermatite atópica é um sintoma que precisa de acompanhamento com


um alergista, justamente por ser uma doença multifatorial. Quando
existe um alimento que é gatilho da dermatite atópica, nem sempre
basta apenas controlar a dieta, mas também é preciso realizar o cuidado
com a pele, porque a pele também é muito sensível e muito permeável.
Por isso, o médico precisa receitar alguns cremes hidratantes específicos,
ou seja, é preciso fazer um tratamento multilateral. Nem sempre
somente a dieta resolverá os sintomas da dermatite atópica.

No caso dessa criança específica, do relato acima, a mãe começou a fazer


o tratamento na pele do bebê que o alergista já tinha passado, passando
alguns cremes, alguns medicamentos e alguns cuidados necessários para
o dia a dia. Dermatite atópica é multifatorial e só cerca de 40% das
crianças que têm dermatite moderada à grave possuem algum
cunho de disparo a partir da alergia alimentar.
“E a asma, Ju?”

É importante salientar que nem toda asma decorre de uma alergia


alimentar e o diagnóstico é feito sempre pelo alergista. Quando o
alergista diagnosticar que a asma é decorrente de uma alergia alimentar,
geralmente ela não é o único sintoma. A criança apresenta o sintoma
respiratório da asma, mas tem alguma coisa na pele ou tem asma junto
de outro sintoma gastrointestinal, por exemplo. Então, geralmente a
asma não surge sozinha e nem toda asma está relacionada à alergia
alimentar.

“Ah, meu filho é asmático, então ele tem alergia proteína do leite?”

Não é essa a relação!

“Como saber, então, se ele é alérgico?”


Fazendo o TPO (Teste de Provocação Oral).

Também já tenho inúmeras aulas sobre isso no meu canal do YouTube,


JulianaMaiaNutriAPLV.

O TPO consiste em fazer a dieta de restrição da proteína por pelo menos


30 dias. Depois que houver uma melhora dos sintomas, reintroduzimos a
proteína à dieta. Óbvio que não é tão simples assim, porque existem
detalhes - alguns tipos de alérgicos precisam fazer tudo isso com
acompanhamento médico, por exemplo. Recomendo que você assista a
essa aula para facilitar a sua compreensão do tema.

A esofagite e a gastroenteropatia eosinofílica são sintomas decorrentes


da alergia que estão aumentando muito. Não eram tão comuns no
passado, mas, recentemente, têm aumentado muito as taxas de
incidência.

“Como suspeitar da esofagite eosinofílica, Ju?”

Ela se parece muito com a doença do refluxo. A criança ou o adulto terá


dificuldade em engolir e com pouco alimento haverá a sensação de
empachamento, ou seja, a pessoa se sentirá lotada (muito satisfeita). O
alimento para no esôfago/no estômago e pode ter vômito e refluxo.
Esse é um quadro que traz uma dificuldade alimentar muito grande,
junto de uma grande seletividade alimentar. Como todo o esôfago e, às
vezes, até o estômago podem estar inflamados, ou até o intestino, a
esofagite eosinofílica resulta em muita dor e desconforto. A pessoa que
tem esse quadro não tolera muito a consistência sólida do alimento, ou
seja, ela terá mais facilidade em tolerar alimentos mais pastosos.

Nesse tipo de comprometimento, desses sintomas, podem ter vários


alimentos associados que levem à essa alergia.

“Como fazer o diagnóstico?”


Pela história clínica, o médico suspeitará e um gastropediatra fará um
exame de endoscopia, retirará um pouquinho daquelas células e, na
biópsia, verá se há presença desse tipo de soldado específico - que é o
eosinófilo.

Endoscopia é um exame realmente é mais invasivo. Tenha critério! Faça


com médicos especializados e com alergistas especializados. É um
exame mais invasivo, mas é assim que se fecha o diagnóstico para esse
tipo de sintoma.

REAÇÕES NÃO MEDIADAS


Esses sintomas acontecem mais tardiamente. São muitas as
possibilidades de sintomas não mediados e eles facilmente são
confundidos com várias outras coisas. Essas dúvidas surgem para os
médicos, para mim, para as mães...

“Como eliminar essas dúvidas?”


Veremos adiante.

SINTOMAS NÃO MEDIADOS


Os sintomas podem ser respiratórios ou gastrointestinais, basicamente.
Nos sintomas respiratórios, podem acontecer a obstrução nasal, o
nariz constipado, coriza, espirros. Geralmente, estão associados a
sintomas oculares, podendo acontecer uma hiperemia. O olho fica
vermelho, chega até a ficar um pouco quente, podendo lacrimejar e
escorrer lágrimas - podendo estar associado ao sintoma respiratório
da alergia.

Muitas crianças que têm sintomas gastrointestinais, também apresentam


o chiado como sintoma respiratório associado. O meu filho começava a
trancar o nariz, e o chiado aparecia.

Os sintomas gastrointestinais também são bem diversos. Lembrando


que por “gastrointestinal” entendemos da boca até o ânus. Nestes
casos, podem acontecer a doença do refluxo, com golfadas que
acontecer (às vezes, não chegam nem a exteriorizar). O alimento,
junto com as enzimas do estômago que são para quebrar o alimento
podem voltar, chegam até o esôfago, mas não saem pela boca, fica
subindo e voltando pelo esôfago. Nesse processo de subir e voltar, o
alimento sobe com o ácido do estômago, o que também vai gerando
dor, muita dificuldade para engolir. A criança tende a não querer
aceitar o peito, a jogar a cabecinha para trás (esse que é um
movimento muito frequente das crianças que têm a doença do
refluxo), começam a mamar, mas não conseguem dar continuidade e
começam a chorar de dor.

Podem acontecer soluços também. Se a mãe coloca o ouvido no peito


da criança, é possível ouvir o barulho do líquido subindo e descendo.
Como pode acontecer também, vômitos a jato, que é muito
característico de um tipo de acometimento decorrente da alergia
alimentar que se chama FPIES . É uma sigla em inglês e também já
dei aula sobre isso.

Dos sintomas não mediados, FPIES é o mais grave, pois pode resultar em
choque hipovolêmico . A criança começa a ter episódios de vômito
repetidas vezes, às vezes vômito à jato de difícil tratamento. A criança
perde muito volume. Depois de umas 3 a 5 horas do contato com a
proteína do alimento que causou a reação alérgica, pode virar diarreia,
ocasionando em grande perda de água, o que pode resultar na queda da
pressão, do volume sanguíneo e pode entrar em choque.
Das IgE’s mediadas, esse é o sintoma com o maior risco.

Se o seu filho tem alergia, ou se você está desconfiada disso, porque ele
tem esses episódios de vômitos que custam a passar e depois fica
apático, quase que desmaiando, ou em algumas vezes, até chega a
desmaiar, não fique esperando: vá ao hospital!

Se você ainda não tem diagnóstico fechado, pode levantar a hipótese de


FPIES para o seu médico, se o quadro for similar. Até porque esse
diagnóstico tem aumentado muito.

Crianças com FPIES tendem a reagir a mais alimentos - e não só à


proteína do leite de vaca. Neste caso, o arroz está muito envolvido, a
aveia, algumas batatas… Esses são alguns alimentos um pouco diferentes
do mais comum, que são ovo, soja e trigo, comumente.

Um outro sintoma que pode ocorrer é a própria doença do refluxo


oculto, que é diferente do refluxo fisiológico (refluxo normal), que
todo bebê tem.

“Mas, Juliana, qual é a diferença?”

A doença do refluxo ocorre quando há dor e quando a criança chora e


apresenta alta irritabilidade. É possível escutar o líquido ir e voltar e é
perceptível que, em alguns momentos, o bebê engole o líquido que está
voltando pelo esôfago. É muito comum, também, ocorrerem soluços
nesses casos.

No caso da doença do refluxo, a criança tem dificuldade de engolir e


chora. Além disso, ela criança começa a perder peso em decorrência em
razão dessa dor e dessa dificuldade de engolir.
Quem vai fazer esse diagnóstico é um gastropediatra. Estou falando aqui
sobre os sintomas, mas não sou eu nem familiares que fechamos o
diagnóstico – e sim o médico especialista. Por isso, procurem um
profissional caso vocês desconfiarem desse quadro.

Continuando nos sintomas de IgE Não Mediadas, ainda no trato


gastrointestinal, chegamos ao intestino. Quando o quadro de reações
acomete o intestino, temos duas divisões. Como temos dois intestinos,
os quadros de reações alérgicas afetam diferentemente essas partes
do corpo.

Em primeiro lugar, no intestino fino (delgado) – responsável por


produzir enzimas para digestão de nutrientes e responsável por parte
da absorção dos nutrientes -, um quadro de reação alérgica terá a
repercussão, principalmente, de baixo ganho de peso (uma vez que as
células não conseguem fazer o que precisam).

Nesse cenário, muitas vezes a criança engole o alimento (não tem


problema para deglutir bem o alimento), mas, quando ele chega
nessa parte do intestino, este está inflamado. Por conseguinte, o
alimento não é digerido bem e vai embora na diarreia, ou seja, os
nutrientes vão todos nas fezes e a criança sofre com um baixo ganho
ponderal (baixo ganho de peso).

ALERTA, MAMÃE!
Muito, muito, muito cuidado com essa questão, por favor!

Sobre as curvas de ganho de peso: entendam essas curvas !!!

Já fiz uma aula falando apenas sobre isso no meu canal do YouTube,
JulianaMaiaNutriAPLV.

Peço isso porque está ocorrendo um terrorismo dentro de alguns


consultórios com algumas famílias.

“A criança está com baixo ganho de peso!” , quando muitas vezes, na


verdade, ela não está!
“Ah, vamos tirar o peito e colocar uma fórmula...”

“Ah, vamos iniciar a introdução alimentar com 4 meses...”

CUIDADO!

Se o intestino está inflamado, a gente tem que fazer a dieta correta para
pararmos a inflamação, ou seja, precisamos cuidar do intestino. Existem
até alguns suplementos que nos ajudam nisso, mas não é tirando o peito
que a situação vai resolver – essa é, na verdade, a pior decisão possível
para um alérgico.

Eu recebo todos os dias mensagens de mães dizendo que receberam


orientações como essa. Não estou tirando essa realidade da minha
cabeça. E vocês, como conversam com outras mães, sabem que essa é a
realidade de muitas, infelizmente.

É óbvio que existem casos em que a fórmula é a melhor indicação e é


óbvio que fórmulas salvam vidas. Isso é um recurso que temos
atualmente e que tem o seu papel. Mas, na maioria das vezes, ela não é
necessária.

Na maioria dos casos, eu consigo muito facilmente estabilizar o bebê por


meio da dieta da mãe, isto é, a mãe não precisa parar de amamentar.
Muitos profissionais, contudo, por algum motivo, escolhem não passar
uma boa orientação para a dieta e optam por retirar o peito e
introduzirem uma fórmula hipoalergênica.

Sim, o bebê desinflamará e passará a absorver bem o nutriente, mas não


porque o leite não sustenta ou é fraco. Fórmula nutre e leite materno
cura.

O leite materno é o infinitamente superior a qualquer forma a


qualquer fórmula, porque ele é uma substância viva, que cura e que
desenvolve a criança. O leite materno protege a criança contra
várias outras doenças e promove o amadurecimento do sistema
imunológico de forma mais rápida.
A cura da alergia vem mais rápido quando o bebê permanece em
aleitamento materno - isso é inegável. Muitos estudos científicos já
comprovaram essa afirmação. Isso não quer dizer, contudo, que crianças
que saem do aleitamento não vão desenvolver a tolerância – elas vão,
mas, na média, crianças que permaneceram em aleitamento
desenvolvem a cura antes das demais.

Não podemos esquecer de todos os outros benefícios do leite materno. A


fórmula até pode “estabilizar mais rápido” a criança, mas isso não é regra.
Se a fórmula for mal indicada, ela também pode até piorar o quadro.

Quando oferecemos a fórmula, o intestino desinflama da mesma forma


que aconteceria se a dieta da mãe fosse bem orientada (às vezes, fazer
isso sem o leite materno até demora mais). O leite materno contém
várias substâncias que contribuem na reestruturação e na proliferação
das células e bactérias intestinais.

Muco e sangue nas fezes são outros sintomas gastrointestinais, mas


que acontecem quando a inflamação acontece no segundo intestino
(no intestino grosso).

Quando a inflamação é nessa parte do intestino, a criança não terá


problemas de ganho de peso, porque o intestino grosso não é
responsável nem por digerir e nem por absorver os nutrientes, mas sim
por reabsorver a água e os sais minerais dos alimentos.

Então, quando a inflamação é no intestino grosso, podem ocorrer


quadros de sangue, muco, diarreia e, às vezes, constipação. Contudo, os
estudos científicos sobre esse último sintoma ainda são bastante
controversos. Eu possuo pacientes que têm quadros de constipação em
reação alérgica, mas isso, obviamente, não significa que toda constipação
é decorrente de reação alérgica.

MUITO CUIDADO, MAMÃES!


“Ah, meu filho estava com as fezes mais diarreicas, aí ele
estabilizou, as fezes ficaram legais, mas agora a consistência
mudou…”

A introdução alimentar muda muito as fezes!


O cheiro, a consistência, a cor e aparência mudam muito depois que
nós introduzimos alimentos sólidos à dieta da criança.

Isso quem vai avaliar é o profissional. Contudo, sim, as fezes mudam


muito depois da introdução alimentar.

Além desses sintomas gastrointestinais, temos dor e gases.


Aqui, nós precisamos entender o que são gases como sintomas
alérgicos e o que são gases (naturais do corpo humano). A criança
pode fazer uma forcinha, mas é preciso avaliar outras questões para
diferenciar gases naturais de gases de reações alérgicas.

Alguns fatores de atenção para conseguirmos fazer essa diferenciação


são: se a produção de gases ocorrer junto de uma dor abdominal; se a
produção for excessiva; se a barriga do bebê estiver estufada e dura.
Se isso estiver ocorrendo, aí sim podemos pensar em dor e gases
como sintomas alérgicos.

Esses foram os sintomas possíveis da alergia. Agora, falaremos um pouco


sobre os os sintomas que ainda não são comprovadamente decorrentes
de reações alérgicas.

SINTOMAS QUE AINDA NÃO


SÃO COMPROVADAMENTE DE
REAÇÕES ALÉRGICAS
Otite (inflamação de ouvido) e rinite isolados;

As pesquisas científicas ainda não conseguiram comprovar, ou seja, ainda


não temos artigos científicos (com boas metodologias) que comprovem
que otite isolada e/ou rinite isolada são sintomas de alergia alimentar.

Recentemente, estive em um congresso de alergia alimentar, no qual um


excelente alergista (super renomado) falou o seguinte:
“Nosso intestino é recoberto de células de defesa, assim como a
nossa pele é e o nosso sistema respiratório também é. Imaginemos,
então, que a proteína alimentar entrou pela boca e começa a sua
trajetória no sistema gastrointestinal do indivíduo alérgico. Essa
proteína vai passar pelo intestino, local no qual há um exército de
células de defesa. Não houve nenhum sintoma alérgico, ou seja, não
houve nenhuma reação. Essa proteína vai entrar na corrente
sanguínea e parar no ouvido, local no qual há pouquíssimas células
de defesa. Então, essa proteína passou por quase todo o exército de
células de defesa e houve reação apenas no ouvido, onde quase não
há células de defesa?”

Ficamos, então, com uma interrogação na cabeça… E o mesmo acontece


no caso da rinite. Porém, no caso da rinite, fui a outro congresso (já que
estou sempre buscando me atualizar) e uma alergista super renomada
(que é referência em alergia alimentar no Brasil) falou que existem
pacientes que fazem apenas sintomas respiratórios (e não fazem
outros sintomas associados à alergia alimentar).

Então, é aquela questão: nunca diga nunca


quando falamos de alergia alimentar.
Além disso, precisamos levar outra coisa em consideração: doenças
respiratórias são altamente comuns em crianças têm e a maioria delas
não estão ligadas às alergias alimentares.

O meu filho, João Artur, por exemplo, está curado da alergia alimentar
desde quando ele tinha um ano e dois meses. Contudo, hoje, com quatro
anos, ele está fazendo marcha atópica - ele tem alergia a ácaro.

Pode acontecer, então, da criança se curar da alergia alimentar e


desenvolver outras alergias e infecções respiratórias, ou então a criança
nem tem essas alergias respiratórias, mas tem viroses e gripes. Isso ocorre
porque o sistema imunológico ainda está muito imaturo nessa faixa
etária, ou seja, está tendo os primeiros contatos com vírus e com
bactérias. No momento em que a criança entra na escolinha,
principalmente, é um momento muito delicado e de muita atenção.
Então, o que precisamos observar?

Houve algum sintoma respiratório? Ok. Mas deu algum outro sintoma ou
esse acometimento respiratório foi isolado?

Se ele ocorreu de forma isolada, então é mais provável que não seja um
sintoma de reação alérgica.

Muco isolado;

Muco isolado não é sintoma de alergia alimentar!

Entenda: por muco isolado, entendemos que esse é o único sintoma.


Portanto, a criança não tem gases, não tem dor, não tem sangue
(vermelho vivo), não tem nada de sintomas respiratórios, não apareceu
nada na pele… Ou seja, está tudo bem.

Imagine que a criança comeu algum alimento (da introdução alimentar,


por exemplo), ou a mãe comeu um alimento com a proteína, ou então
ela fez uso de um medicamento com a proteína e a criança teve apenas
o sintoma de muco isolado, acalme-se! Isso não é sintoma de alergia
alimentar.

Muco é uma barreira de proteção natural do intestino e a sua


apresentação nas fezes pode ocorrer normalmente. Se o sintoma é o
muco de forma isolada, nós não vamos pensar em reação alimentar.

Agora, atenção. Se começou com o muco e começaram a evoluir outros


sintomas de alergia, tais como gases, sangue, acometimento na pele, dor,
sintomas respiratórios… Aí sim nós acendemos o alerta para um quadro
de reação alérgica alimentar.

Linhas escuras nas fezes;

Às vezes, recebo fotos de mães (muito preocupadas) de linhas bem


escuras nas fezes das crianças alérgicas. Isso é fibra alimentar !

Quando a fibra alimentar do alimento não é bem digerida, ela aparece


dessa forma nas fezes. Não se desespere, mamãe! Eu sei que nós, quando
estamos nesse processo, desenvolvemos um olho biônico para o mínimo
detalhe das fezes, mas nem sempre o que está lá é o que pensamos.
Vou, a seguir, contar um caso para vocês do que aconteceu com uma
mãe do meu programa:

A mãe me enviou uma foto das fezes do seu bebê. A foto realmente tinha
um vermelho bem vivo, mas algo não estava certo, porque aquilo não se
parecia com sangue. Quando a mãe foi investigar, o bebê tinha pegado
uma boneca com cabelinho de lã vermelha e comido ela. O vermelho no
cocô era um fiapo de lã vermelha.

Sim, coisas do além acontecem! Então, muito cuidado. Não se despere.

DICA
Pegue um cotonete e esfregue-o contra as fezes. Assim, você
descobrirá se aquele vermelho trata-se de sangue mesmo ou de
alguma outra coisa, como um resquício de alimento (o que pode
acontecer no início, como o sistema digestório não está maduro e a
mastigação não é tão efetiva).

Cenoura e beterraba, principalmente,


confundem muito. A beterraba, inclusive,
tinge muito as fezes de vermelho (por um
ou até dois dias). Deixe, então, para testar
a beterraba em um momento em que o
quadro da criança esteja bem tranquilo, já
que esse é um alimento que tinge as fezes
e que pode causar muita confusão.

Coloração de fezes;

“Ju, está verde! É reação, é reação!”

Calma! A coloração das fezes pode mudar por muitos fatores.

Algumas delas são nascimento de dentes, infecção bacteriana, alguma


outra questão da flora intestinal, ou até mesmo do tipo de alimento que
foi ingerido.
O cocô pode variar entre amarelo, marrom, verde e até mesmo para um
marrom mais escuro.

A gente tem que ter muito cuidado com fezes claras, ou seja,
branquinhas, que podem nos mostrar um comprometimento do fígado.
Se o seu bebê estiver com fezes claras, vá ao gastropediatra. Nesses
casos, sim, você deve acender um alarme.

Agora, fezes muito escuras acontecem, às vezes, quando a criança está


com um alto trânsito intestinal e com prisão de ventre (constipação).
Cuidado para não confundir esse quadro com sintomas de reação
alérgica. Isso ocorre, principalmente, no início da introdução alimentar,
porque diversos aspectos das fezes mudam.

ATENÇÃO!
Não se esqueçam: entrou com alimento, é preciso entrar, também,
com água.

Como é que está a dieta dessa criança? Será que tá ali no arroz, batata,
batatinha baroa, ou seja, com muito carboidrato? Isso prende o intestino
e as bactérias agem por mais tempo sobre o bolo fecal (o que deixa ele
mais escuro). Além disso, quando isso ocorre, gases são formados e a
criança fica com desconforto. Isso não é reação alérgica.

É importante analisarmos a criança como um todo, sempre.

Por isso, analisemos qual é o tipo de alimento que pode estar


favorecendo esse trânsito intestinal, por exemplo. Ela está bebendo a
quantidade de água adequada? Está muito calor e a criança está
transpirando muito? Se sim, temos também que aumentar oferta de
água (e de leite materno também).

Precisamos, então, ter muito muito cuidado com essas oscilações.


Quando uma criança muito pequena perde muita água (por transpiração,
por exemplo), essa perda é muito mais danosa à ela do que a nós,
adultos. Então, não se esqueçam de reforçar a hidratação!
Sobre fezes verdes, também, eu recebo muitas perguntas de vocês,
principalmente quando a criança está fazendo uso de fórmula de
aminoácido.

Nessa situação, as fezes ficam esverdeadas mesmo! Inclusive, em alguns


casos, elas até chegam a espumar.

Será que é reação mesmo?

Um último alerta que eu devo fazer é que, algumas vezes, mães chegam
para mim com a seguinte fala:

“Ju, comecei a introdução alimentar e meu bebê reagiu o alimento!


Ele está com muitos gases!”

Eu geralmente pergunto qual foi o alimento dado. Se a resposta for algo


como:

“Ah, repolho” , ou “Ah, feijão” , “Grão-de-bico”, “Lentilha” , brócolis,


couve-flor ou algum similar: atenção, mãe!

Esses são alimentos que geram muitos gases naturalmente!

Você fez o remolho para os fitatos dos alimentos se dissolverem na água


e diminuir a produção de substâncias que dão flatulências? Isso é muito
importante.

Antes de achar que a reação alérgica, dê uma olhada em qual foi o


alimento que estava nas refeições do bebê.

Esses são alimentos que causam gases em nós, adultos, também.


Portanto, precisamos ter esse discernimento. Se esse alimento foi
responsável por uma grande produção de gases e isso trouxe dor ao
bebê, restrinja esse alimento por um tempo e retorne-o à dieta depois de
um tempo.

“Ah, mas Ju, esses sintomas não estão muito característicos, ele
ficou mais desconfortável e não dormiu bem naquela noite…”

Várias coisas podem fazer com que o bebê não durma bem uma noite.
Então, não é só por que ele teve um pouquinho de gases ou de muco nas
fezes que a criança terá o diagnóstico de alergia alimentar.

Como eu sempre fala com as mães do meu programa online:

Deu dúvida? Para um pouquinho, espero um


pouquinho e depois testa mais uma vez!
NÃO SE ESQUEÇA!
Lembrando que para as crianças fazem reações IgE mediadas, se você
deu um alimento e em até duas horas a criança reagiu com urticárias,
placas vermelhas, inchou a boca e os olhos, você não vai testar em
casa de novo. Vá ao alergista, ele pode pedir alguns exames para
verificar se realmente reage para àquele alimento.

Nesses casos, caso seja necessário testar novamente algo, é o próprio


alergista quem fará isso - em ambiente preparado!

Outra coisa também muito importante: a criança pode ser Ige


mediada para um alimento e IgE não mediada para outro. É claro que
a criança pode, caso faça, hoje, apenas reações IgE não mediadas,
continuar assim até adquirir a cura. Contudo, isso não impede que
casos de mediada para um e não mediada para outro ocorra. Eu, por
exemplo, tenho pacientes que são IgE mediados para o leite e IgE não
mediados para a soja, assim como tenho pacientes que são IgE não
mediados para o leite e IgE mediados para o ovo.

Então, fiquem atentas a todos os possíveis sintomas.

Este material é apenas para acender luzes na cabeça de vocês. Na


dúvida, lembre-se de que eu não fecho o diagnóstico de nada e nem
vocês fecham. Isso significa que, na dúvida, vá ao médico!

É o médico que fecha o diagnóstico de reação alérgica, de alergia


alimentar, ou de qualquer outra coisa. É o médico quem recomenda
tratamento (inclusive, se precisar de medicamento, caso seja outro
quadro). Essa aula é para vocês saberem a hora que é para sair correndo
para o hospital, ou então qual é a hora de marcar uma consulta com o
médico.
DÚVIDAS
Entenda um pouco mais sobre o assunto, a partir da experiência
de outras mamães como você!

Meu bebê vai fazer 6 meses. Após 27 dias com sangue nas fezes, ele estabilizou por seis
dias. Teve um novo episódio com sangue e está agora há 10 dias sem sangue nas fezes.
Devo desconsiderar os seis dias anteriores e contar esses 10 dias para fazer o TPO de traços
com um mês?

Esse TPO com esse intervalo foi recomendação da sua médica? Cada caso é um caso. Estamos
falando de TPO para fechamento de diagnóstico ou TPO para aquisição de tolerância?

Se for para conferir se houve a aquisição de tolerância e se antes ele reagia a traços, eu acho um
mês muito pouco. Nos meus pacientes eu espero mais tempo, porque quem é a mãe de alérgico
sabe como é angustiante você fazer um teste e, já de cara, ele dar negativo.

Por isso, como eu já tenho experiência na prática clínica (dentro de uma margem de segurança e
se o médico liberar para fazer o TPO em casa), eu sei qual é a média de tempo que as crianças
que têm aquele tipo de sintoma e que reagem àquele tipo de traço (ou alimento) costumam
adquirir a tolerância.

Na minha visão, esse é um tempo muito curto, mas, de qualquer forma deixa, o que eu posso
dizer é que contamos como “estável” após o último episódio de sangue.

Obrigada por ser esse anjo em nossas vidas!

Obrigada! Sou, aqui, mais uma mãe de alérgico que está tentando fazer a diferença na vida de
vocês. Eu fico muito, muito feliz em saber que eu faço! Isso me realiza muito.

Cada um de nós tem uma missão aqui, com certeza, e acredito que todos nós podemos fazer a
diferença na vida de outras pessoas. Às vezes, com uma coisa simples, às vezes com a parte
profissional... Enfim, essa é a minha missão e eu realmente fico muito feliz. Então, muito
obrigada.

Meu filho tem cinco meses e desde os três eu tento estabilizá-lo. Os maiores sintomas são
gastrointestinais, como (muito) sangue nas fezes. O que eu posso fazer? Já retirei traços
domésticos e industriais.

É preciso avaliar uma série de detalhes do dia a dia de vocês para descobrir de onde está vindo
esse contato. Depois de rever toda a dieta e os cuidados, ou seja, por último, nós revisamos os
medicamentos e os produtos.

Será que sua cozinha está realmente segura? Como foi feito o processo de descontaminação da
cozinha? É também preciso rever isso. Será que sua dieta está segura mesmo? Você conferiu
todos os produtos industrializados, se são realmente seguros?
Em último caso, se nada disso funcionar, partimos para a investigação de alergia alimentar a
algum outro alimento. Isso também pode acontecer.

Como sei se ele está estabilizado, se ele não tem assadura, nem manchas no corpo e nem
nenhum sintoma aparente? Mas ainda não ganha peso. Estou quase louca!

Aqui nós temos dois pontos.

Primeiro: será que ele não está ganhando peso adequado mesmo? Aqui, estou falando sobre a
questão que falei neste material sobre o entendimento das curvas de ganho de peso. Veja a aula
que eu comentei que está no meu canal do YouTube sobre esse assunto, porque nela eu
aprofundo nessa temática.

Segundo: se seu filho realmente não estiver ganhando o peso adequado, ele está com o intestino
inflamado e está tendo contato com a proteína alérgena (que está causando alergia). Para
desinflamar, é preciso tanto cuidar da qualidade do intestino (tem algumas coisas que aceleram
muito esse processo de melhoria da inflamação intestinal) quanto rever todos os cuidados para
evitar um futuro contato com a proteína.

Estamos no TPO de diagnóstico. Os sintomas eram de dor abdominal, baixo ganho de peso,
diarreia ou constipação (dependendo da fórmula). Ele tolerou assados, mas hoje dei
panquecas e ele teve duas diarreias. Devo prosseguir o TPO de diagnóstico com ninho sem
lactose?

A primeira coisa é dizer é que o processo com os assados deve durar pelo menos 7 dias.

Outra coisa importante a esclarecer é que nós chamamos de “diarreia” uma tanto o aumento do
número de vezes de evacuações quanto a mudança na consistência das fezes. Duas evacuações
com fezes “moles” não chegam a ser consideradas diarreia.

É claro que esses episódios acendem um alerta na gente, mas é preciso ter com clareza até que
ponto isso é diarreia mesmo. Na dúvida, mantenha por mais uns dias essa fase do TPO, ou seja,
não evolua ainda. Observe se, ao longo do dia, ele vai ter mais evacuações e se a consistência vai
ficar cada vez menor. Então, na dúvida, pare aonde você estiver no TPO e aguarde para entender
melhor o que está acontecendo.

A minha filha de três anos é APLV. Descobrimos aos 7 meses e ela está em dieta, mas
continua com a barriguinha alta. Sempre que come ela sente dores e tem muco nas fezes.

Isso é, muito provavelmente, reação alérgica. É preciso investigar melhor e avaliar todo o cuidado
que está sendo feito com a criança. Se ela tem 3 anos, por exemplo, ela está na escolinha. Como
é que está esse cuidado lá?

Meu bebê é IgE Mediado. Com quanto tempo de estabilização é aconselhável fazer um novo
exame e TPO?

Para bebês IgE mediados, pelo menos uns 5 a 6 meses. IgE mediados tendem a adquirir a
tolerância um pouco mais tarde que o IgE não mediado.

Dependendo, também, do nível aí IgE que deu no exame, se foi bastante alto, esse tempo pode
ser até um pouco maior. Contudo, isso é muito individualizado. É muito difícil responder a isso
tipo de questão, porque, por aqui, eu não tenho acesso ao histórico clínico do bebê. Toda essa
avaliação precisa ser feita pelo alergista responsável pelo acompanhamento. Lembrando: nunca
faça TPO em crianças IgE mediadas sem o alergista!
Material escrito por Creation Space

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