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➔ Qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares

➔ Podem ocorrer por diversos mecanismos


➔ Há várias manifestações clínicas

➔ Definição - doença caracterizada por reação adversa imunológica reprodutível a determina alimento
➔ Epidemiologia – acomete até 10% da população, e é mais frequente em crianças
➔ Fatores predisponentes
 Relacionado com doenças atópicas (marcha atópica)
 Fatores genéticos – pais e mães atópicos tem mais chances de terem filhos atópicos
 Fatores ambientais – modo de preparo dos alimentos, aumento do uso de antiácidos (prejudica a
barreia do lúmen intestinal, exposição a cremes medicinais com compostos alimentares, hipótese da
higiene
➢ Exposição à alérgenos cutâneos – memória Th2
➢ Exposição à alérgenos alimentares – memória Th1
➔ Fatores protetores – dietéticos
 Aleitamento materno exclusivo até 6 meses e complementado até 2 anos
➢ O leite materno contém IgA secretora, que tem papel bloqueador de antígenos alimentares e
ambientais por favorecer amadurecimento da barreira
➢ Auxilia estabelecimento da microbiota e previne aparecimento de sintomas alérgicos
 Introdução precoce de alimentos sólidos
➢ Começar introdução alimentar aos 6 meses e oferecer de tudo
➢ A exclusão por tempo prolongado de alimentos com potencial alergênico aumenta o risco
 Alimentação da gestante e da nutriz normal, balanceada, equilibrada e sem restrições
➔ Alimentos mais responsabilizados pelas anergias alimentares – leite de vaca (APLV), ovo, soja, trigo,
amendoim, castanhas, peixes, crustáceos, sementes

➔ Mecanismos inespecíficos – barreira mecânica, epitélio intestinal e tight-junctions entre as células


epiteliais, flora intestinal, ácido gástrico, secreção biliar e pancreática, própria motilidade intestinal
➔ Mecanismos específicos – barreira epitélio intestinal, lâmina própria e GALT (tecido linfoide)
➔ Hipersensibilidade tipo I
 Sensibilização – proteína é apresentada aos linfócitos, desencadeando uma proliferação de linfócitos
T sensibilizados
 Reexposição – a exposição repetida ao alérgeno causa ativação dos mastócitos com liberação de
mediadores (aminas vasoativas causam hipersensibilidade imediata e citocinas causam reação de
fase tardia)
➔ Hipersensibilidade tipo IV – mediadas por células T por 3 vias diferentes
 Primeira via – células T auxiliares do tipo 1 reconhecem antígenos solúveis e liberam interferon para
ativar macrófagos, causando lesão tecidual
 Segunda via – resposta mediada por Th2 para recrutamento e ativação de eosinófilos, causando
dano tecidual
 Terceira via – dano causado diretamente por células T citolíticas (interleucina)

➔ Anamnese direcionada
 Idade de introdução do alimento suspeito (oferta de LV na maternidade)
 Idade de aparecimento dos sintomas - manifestações clínicas da APLV ocorre nos primeiros 2 anos de
vida
 Intervalo de tempo entre a ingestão do alimento suspeito e os sintomas
➢ Alergias mediadas por IgE - até 2 horas após introdução do alimento
➢ Alergias por outros mecanismos - (linfócitos T) podem aparecer tardiamente, como horas ou mesmo
dias
 Duração dos sintomas
➢ IgE medidas – desaparecem rapidamente ou com pouca duração
➢ Outros mecanismos - a reação permanece mesmo com a retirada do alimento
 Reprodutibilidade repetição dos sintomas quando da reexposição
 Quantidade de alimento ingerido
 Conhecimento dos hábitos familiares
 Avaliação das crianças com eczemas, asma, rinite alérgica, outras alergias e antecedentes familiares
de doenças alérgicas
 Descartar outros diagnósticos que mimetizem alergia alimentar
➔ Prick test – pesquisa de IgE específica in vivo
 Não há restrição de idade para realizar o teste
 Necessário passar 7 dias sem anti-histamínico e corticoide
 Testar em área de pele saudável
➔ Dosagem de IgE específica sérica – quanto maior o valor IgE específica, maior a chance de ser uma
alergia verdadeira. A dosagem isolada não define diagnóstico de alergia alimentar
➔ Nas hipersensibilidades não IgE mediada o diagnóstico se baseia na observação clínica da resolução
de sintomas frente a restrição do alimento por 2 a 4 semanas. Também pode ser feita a provocação
diagnóstica em casa oferecendo o alimento de forma gradativa

Cutâneas (IgE mediada)


➔ Urticária aguda
 Quadro clínico – pápulas e/ou placas eritematosas, de formas variadas e halo avermelhado, com
distribuição irregular, assimétricas, pruriginosas, fugazes e migratórias
 Fisiopatologia - extravasamento de líquido oriundo de pequenos vasos ou de capilares derme
superficial. No angioedema existe um comprometimento mais profundo da pele
 Tratamento
➢ Retirar o fator desencadeante
➢ Administrar anti-histamínicos de 2ª geração (não sedantes)

➔ Angioedema
 Afeta camadas mais profundas da pele
 Acomete extremidades, como mãos, pés e partes moles como pálpebras,
lábios, língua e genitália
Sistêmicas (IgE mediada)
➔ Anafilaxia
 Definição - reação multissistêmica grave de início agudo e potencialmente fatal com alguns ou todos
os sinais e sintomas (urticária, angioedema, comprometimento respiratório e gastrintestinal e/ou
hipotensão arterial)
 Critério diagnóstico – manifestação cutânea + pelo menos uma manifestação sistêmica
(comprometimento respiratório, PA reduzida)

 Tratamento emergencial
➢ Administração rápida de adrenalina IM (na criança 0,01mg/kg até no máximo 0,3mg; em
adolescentes/adultos 0,2 a 0,5mg)
➢ Decúbito dorsal com MMII elevados
➢ Manutenção adequada da volemia
➢ Anti-histamínico
➢ Agonista beta2 para reverter broncoespasmos
 Após tratamento emergencial
➢ Manter paciente em observação (casos leves 6 a 8 horas; casos graves 24 a 48 horas)
➢ Reação bifásica pode ocorrer entre 8 a 12 horas do episódio agudo

 Prevenção – dispositivos de adrenalina disponibilizados em doses fixas


 Uso de adrenalina
➢ EV – Choque ou parada
➢ Inalatória – laringite viral
➢ IM – Anafilaxia

Proctocolite induzida por proteína alimentar (mediada por células, não por IgE)
➔ Pode ocorrer mesmo em aleitamento materno exclusivo, se mãe tomar leite de vaca
➔ Tratamento
 Se criança em AM exclusivo - submeter a mãe à dieta de exclusão (de 6 a 12 meses) com orientação
nutricional adequada para ela e para a criança, por ocasião da introdução da alimentação
complementar
 Se já ocorreu o desmame, a indicação é o uso de fórmulas hipoalergênicas adequadas para as
crianças menores de 1 ano
Dermatite atópica (mista)
 Dificuldade em se estabelecer relação causal entre a exposição a um alimento e manifestação de
lesão cutânea característico de dermatite atópica.
 Quadro clínico - em bebês e crianças pequenas ocorre prurido, erupções cutâneas na face e ou
superfícies extensoras. Já em crianças maiores ocorre liquenificação nas superfícies flexoras recidivas,
a pele tem xerose, prurido e eczemas, e pode haver histórico familiar de atopia

 Manejo – educação e autocuidado dos pacientes, hidratação da pele, controle dos


desencadeantes e medicamentos tópicos-orais

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