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09/11/2018

TOLERÂNCIA X ALERGIA ALIMENTAR

RESPOSTA IMUNE AOS ANTÍGENOS INGERIDOS

Indivíduos saudáveis

RESPOSTA IMUNE AOS ANTÍGENOS


INGERIDOS
Indivíduos alérgicos

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O QUE É ALERGIA ALIMENTAR?

A alergia alimentar é definida como uma doença


consequente a uma resposta imunológica anômala, que
ocorre apos a ingestão e/ou contato com determinado(s)
alimento(s).

CLASSIFICAÇÃO DA ALERGIA ALIMENTAR

Classificação
As reações de hipersensibilidade aos alimentos podem ser classificadas de acordo com o
mecanismo imunológico envolvido em:
Mediadas por IgE
Exemplos: reações cutâneas (urticaria, angioedema), gastrintestinais (edema e prurido de
lábios, língua ou palato, vômitos e diarreia), respiratórias (broncoespasmo, coriza) e
reações sistêmicas (anafilaxia e choque anafilático).

Reações mistas (mediadas por IgE e hipersensibilidade celular)


Manifestações decorrentes de mecanismos mediados por IgE associados a participação
de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatorias.
Exemplos: a esofagite eosinofilica, a gastrite eosinofilica, a gastrenterite eosinofílica, a
dermatite atópica e a asma.

Reações não mediadas por IgE


Não são de apresentação imediata e caracterizam-se basicamente pela hipersensibilidade
mediada por células.
Exemplos: proctite, enteropatia induzida por proteína alimentar e enterocolite induzida
por proteína alimentar.

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Epidemiologia

Epidemiologia
A prevalência de alergia alimentar, ao redor do mundo, são
conflitantes e variáveis a depender de: idade e características da
população avaliada (cultura, hábitos alimentares, clima), mecanismo
imunológico envolvido, método de diagnóstico, tipo de alimento,
regiões geográficas, entre outros. É mais comum em crianças e a
sua prevalência parece ter aumentado nas últimas décadas em
todo o mundo. Estima-se que a prevalência seja aproximadamente
de 6% em menores de três anos, e de 3,5% em adultos

IMUNIDADE DE MUCOSA

IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA

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A lâmina própria e o epitélio da mucosa intestinal são


compartimentos linfoides discretos.

PAPEL PROTETOR E PATOGÊNICO DA MICROBIOTA


INTESTINAL NAS IBDs

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RESPOSTA IMUNOLÓGICA NORMAL A ANTÍGENOS INGERIDOS

RESPOSTA ALÉRGICAS AOS


ANTÍGENOS ALIMENTARES

VIA DE SENSIBILIZAÇÃO ALERGÊNIC A

ØINTESTINAL

ØPELE: DERMATITE ATÓPICA

ØTRATO RESPIRATÓRIO: ASMA DO PADEIRO


(SENSIBILIZAÇÃO AO TRIGO)

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ALÉRGENO ALIMENTAR

Glicoproteínas
PM 10-70 kDa
termoestáveis e resistentes à ação de
ácidos e proteases
alérgeno composto por carboidrato

FORMAS DE UM ALÉRGENO INDUZIR REAÇÃO

– quando o alimento é ingerido ou há contato com a


pele ou o trato respiratório;
– quando, pela reatividade cruzada, houve produção
de IgE especifica e sensibilização antes mesmo do
contato com o alimento;
– quando ha reatividade cruzada entre um alérgeno
inalável (ex. polens, látex) responsável pela
sensibilização e produção de IgE e ingestão do
alimento.

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FATORES DE RISCO
A predisposição genética, associada a fatores de risco ambientais, culturais e
comportamentais, formam a base para o desencadeamento das alergias alimentares
em termos de frequência, gravidade e expressão clinica.

Herança genética
Estima-se que os fatores genéticos exerçam papel fundamental na expressão da
doença alérgica, especialmente nas formas mediadas pela IgE.

o risco de alergia alimentar foi aumentado para 40% se um membro da família nuclear
apresentasse qualquer doença alérgica, e em 80% quando isto aconteceu em dois
familiares próximos.

PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA

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FATORES DE RISCO
Fatores dietéticos

Privação do aleitamento materno


O leite materno contem IgA secretora, que funciona como bloqueador de antigenos alimentares e
ambientais, bem como vários fatores de amadurecimento da barreira intestinal e fatores
imunorreguladores importantes no estabelecimento da microbiota. O leite materno tem papel
importante na indução de tolerância oral, quando o alimento alergênico é introduzido de forma
complementar, em pequenas quantidades

Uso de fórmulas lácteas


Receber formulas de leite de vaca, ainda no berçário, pode ser indutor de disbiose intestinal,
e fator de risco importante de alergia alimentar.

FATORES DE RISCO
Insuficiência de vitamina D
A insuficiência de vitamina D (abaixo de 15 ng/mL) foi associada a risco aumentado para
a sensibilização ao amendoim.

Fatores comportamentais e culturais

Filhos de gestantes que fumaram e ingeriram álcool na gravidez apresentam níveis


elevados de IgE e eosinofilia no sangue do cordão umbilical, sugerindo que este
irritante respiratório pode ser indutor de desvio Th2 e consequentemente, de doença
alérgica.

FATORES DE RISCO
Comorbidades alérgicas
Comorbidades alérgicas são fatores de risco para o desenvolvimento
de alergia alimentar. Estudos indicam que a alergia alimentar pode
predispor a asma, e, da mesma forma, a asma pode predispor a
alergia alimentar.

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FATORES DE RISCO

Introdução precoce de alimentos sólidos

A introdução precoce de leite de vaca, ovo, amendoim, castanhas, peixe


e frutos do mar poderia ser fator de risco e induzir o desenvolvimento de
alergia alimentar. Contudo, na atualidade a noção e oposta, de que a
exclusão por tempo prolongado de alimentos
com potencial alergênico pode ser fator de risco.

FATORES DE RISCO
Disbiose intestinal
uso materno de antibiótico, condições excessivas de higiene e o uso de formula complementar
oferecida a criança. O leite materno e rico em oligossacarídeos, responsáveis pelo efeito
bifidogenico, o que faz com que lactentes em aleitamento materno tenham aumento de
bifidobacterias em seu trato gastrintestinal. Já as crianças que recebem formulas infantis ou leite
de vaca integral desenvolvem uma microbiota
intestinal com predomínio de enterobacterias e bacteroides, tornando o sistema imunológico mais
vulnerável a quebra de tolerância.

RESPOSTA IMUNE AOS ANTÍGENOS


INGERIDOS
Indivíduos alérgicos

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MECANISMO IMUNOLÓGICO DA ALERGIA MEDIADA


POR IgE

Sequência de Eventos
- Fase de Sensibilização
- Fase de Ativação
- Fase Efetora

Hipersensibilidade tipo I

- Fase de Sensibilização
•Primeiro contato com o alérgeno
•Apresentação de Ag
•Indução de Resposta Th2 (IL-4, IL-5, IL-13)
•Produção de IgE
•Sensibilização dos mastócitos

FASE DE SENSIBILIZAÇÃO

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FASE DE
SENSIBILIZAÇÃO

ATIVAÇÃO DE
LINFÓCITOS Th2

INTERAÇÃO CD40-CD40L

IL-4 e IL-13 = MUDANÇA DE CLASSE PARA IgE

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IL-4 MUDANÇA DE CLASSE PARA IgE

IL-4

FASE DE SENSIBILIZAÇÃO

FASE DE
SENSIBILIZAÇÃO

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Mastócitos

• Precursores formados na
medula óssea – maturação
final nos tecidos
• Tecidos conjuntivos (pele
e mucosas)

Basófilos

• Presentes na circulação
sanguínea (0.5 – 1% das
células brancas
circulantes)

Hipersensibilidade tipo I

- Fase de Sensibilização
•Primeiro contato com o alérgeno
•Apresentação de Ag
•Indução de Resposta Th2 (IL-4, IL-5,IL-13)
•Produção de IgE
•Sensibilização dos mastócitos

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MECANISMO IMUNOLÓGICO DA ALERGIA

Seqüência de Eventos
- Fase de Sensibilização
- Fase de Ativação
- Fase Efetora

FASE DE ATIVAÇÃO

Ligação cruzada

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FASE DE ATIVAÇÃO

ATIVAÇÃO DOS MASTÓCITOS:


§ Secreção dos grânulos pré-formados (histamina, enzimas, TNF-a)

§ Síntese e secreção dos mediadores lipídicos (Prostaglandinas e Leucotrienos)

§ Síntese e secreção de citocinas (IL-4, IL-5, IL-13, GM-CSF, TNF-a)

FASE DE
ATIVAÇÃO DE

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Hipersensibilidade tipo I

- Fase
Efetora

MOLÉCULAS LIBERADAS PELOS MASTÓCITOS

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HISTAMINA

• Ação de curta duração

• Aumento da permeabilidade vascular

• Constrição do músculo liso

• Aumenta a secreção de muco

• Constrição das vias aéreas

• Estimula as células endoteliais a sintetizarem relaxantes do músculo liso


vascular = vasodilatação

• Halo eritematoso

• Aumento da peristalse e broncoespasmo

Leucotrieno
q Contração do mm liso
q Constrição das vias aéreas
q Aumento de PV
q Secreção de muco
q 100X mais potente do
que a histamina

Prostaglandina
q Vasodilatação
q Aumento de PV

Mudança de isótipo IgE

Aumenta a expressão de moléculas de adesão


no endotélio

Ativação de eosinófilos/ amplifica a maturação dos eosinófilos

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ASMA

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE ALERGIA A ALIMENTOS

•Alergia gastrointestinal imediata: náusea, vômitos, dor


abdominal, diarréia.

Hipersensibilidade gastrintestinal imediata

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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE ALERGIA A


ALIMENTOS
Cutâneas: urticária e angiodema

A pele é o principal órgão acometido nas manifestações agudas de alergia alimentar, IgE
mediadas, sendo a urticária (pápulas eritematosas pruriginosas) e o angioedema
(semelhante, porém acomete camadas mais profundas) os sintomas mais prevalentes
cerca de 90% dos pacientes que desenvolvem anafilaxia apresentam a urticária como o
sintoma inicial.

Cutâneas: urticária

A liberação não imunológica de histamina pode gerar ocorrer após a


ingestão de:
Ømorango e banana, certos queijos e tomate.
Øfrente a bactérias presentes em alimentos contaminados;
Ø peixes em mal estado de conservação.
Gerar urticária por intoxicação exógena.

MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS DERMATITE


ATÓPICA

Dermatite atópica ou eczema atópico é um processo inflamatório crônico da pele


caracterizado por lesões avermelhadas, que coçam muito e, às vezes, descamam.
Geralmente, elas se localizam na face das crianças pequenas e nas dobras do joelho e
cotovelo das crianças maiores e dos adultos.

o principal alimento envolvido na dermatite atópica é o ovo (80% dos pacientes ),


seguido pelo leite de vaca, soja e amendoim.

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Dermatite atópica (eczema)

• Mastócitos da pele

• Resposta
inflamatória que
causa exantema
crônico
pruriginoso, com
erupções cutâneas

Manifestações gastrintestinais

Síndrome da alergia oral


As manifestações clínicas têm início logo após a exposição ao
alérgeno e incluem: edema, hiperemia, prurido e sensação de
queimação nos lábios, língua, palato e garganta
.
Reação ao alérgeno ocorre apenas quando fresco e cru, pois
as proteínas envolvidas usualmente são termolábeis.

Tipos de alimentos
frutas (banana, cereja, kiwi, maçã, nozes, pera),
castanhas e vegetais (aipo, batata e cenoura).

ANAFILAXIA INDUZIDA POR ALIMENTOS


SISTEMA NERVOSO

SISTEMA
CARDIOVASCULAR
PELE
SISTEMA
GASTRINTESTINAL

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DIAGNÓSTICO

História clínica

Diagnóstico laboratorial:

In vivo: teste cutâneos de hipersensibilidade imediata


Teste positivo – pápula 3mm

Hipersensibilidade tipo I

Testes Cutâneos (prick-test)

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Hipersensibilidade tipo I

Testes Cutâneos (prick-test)

Testes Cutâneos (prick-test)

TESTE CUTÂNEO PRICK TO PRICK

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PESQUISA DE IgE ESPECÍFICA IN VITRO

RAST = determina os niveis séricos de IgE


específicos para um dado alérgeno

PESQUISA DE IgE ESPECÍFICA IN VITRO

ImmunoCAP allergen-specific IgE assay is


fluoroenzyme-immunoassay (FEIA),
built on a classic "sandwich" technique.

Maior sensibilidade e especificidade

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TRATAMENTO

QUADRO CUTÂNEO: anti-histamínico/ casos mais extensos –


corticosteróides.

QUADRO RESPIRATÓRIO: nebulização broncodilatadores.

QUADRO GASTROINTESTINAL: anti-espasmódico e soluções hidratantes.

ANAFILAXIA: adrenalina

PREVENÇÃO

O aleitamento materno exclusivo,


até os seis meses de idade tem
sido ressaltado como eficaz na
prevenção do aparecimento dos
sintomas alérgicos

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PREVENÇÃO

RESTRIÇÃO ABSOLUTA DO ALIMENTO NA DIETA DO PACIENTE

Perspectivas futuras:
Imunomoduladores : Th1 xTh2 e ativação de células T regulatórias.

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA ALERGIA ALIMENTAR

1. Exclusão dos alérgenos alimentares.


2. Utilização de fórmulas ou dietas hipoalergênicas, em
lactentes.

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA ALERGIA ALIMENTAR

OBJETIVODO TRATAMENTO NUTRICIONAL:

Evitar o desencadeamento dos sintomas, a progressão da doença e a


piora das manifestações alérgicas e proporcionar à criança crescimento
e desenvolvimento saudável

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ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA ALERGIA ALIMENTAR

•Identificar o alérgeno
•Oferta alimentar qualitativa e quantitativamente adequada.
•Evitar dietas desnecessárias muito restritivas

TRABALHO DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

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