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CURSO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA -

NUTRIÇÃO E AUTISMO
INSTITUTO DE PESQUISA, ENSINO E GESTÃO EM
SAÚDE (IPGS)

PROF. NATÉRCIA FERREIRA


NUTRICIONISTA CLINICA E MATERNO INFANTIL
EDUCADORA EM DIABETES
MESTRE EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE -
UFPR
MÓDULO 1

O CÉREBRO DA
HISTÓRIA E DIAGNÓSTICO E
EPIDEMIOLOGIA CRIANÇA
DEFINIÇÃO DO TRATAMENTO
E CLASSIFICAÇÃO AUTISTA: SINAIS
AUTISMO MÉDICO
E SINTOMAS
MÓDULO 2

DISFUNÇÃO
METAIS PESADOS E
MITOCONDRIAL NO INTESTINO E AUTISMO
XENOBIÓTICOS
AUTISMO
MÓDULO 3

ALERGIAS AVALIAÇÃO
AUTISMO E O HÁBITO
ALIMENTARES E NUTRICIONAL DA
ALIMENTAR
AUTISMO CRIANÇA AUTISTA
MÓDULO 4

DIETAS ESPECIAIS NA PLANEJANTO A DIETA


CRIANÇA AUTISTA DA CRIANÇA AUTISTA
SITUAÇÕES ESPECIAIS – ALERGIAS E
INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
ALERGIA ALIMENTAR

BRASIL: 6-8%
DAS CRIANÇAS
ATÉ 3 ANOS
FONTE: ABAI, 2014.

FOOD ALLERGY
LEAP STUDY

❑ 640 crianças entre 4 e 11 meses de idade


❑ Submetidos ao consumo de 6g de amendoim (= 24 amendoins ou 6 c. de
chá de pasta de amendoim)
❑ 11-25% na redução do risco de desenvolver alergia aos 5 anos de idade
(p<0,001)
❑ CONCLUSÃO: A introdução precoce do amendoim diminuiu
significativamente a frequência do desenvolvimento de alergia ao
amendoim entre crianças com alto risco para essa alergia.
TIPOS DE ALERGIAS

MEDIADAS POR IgE MISTAS NÃO MEDIADAS POR


IgE

IMEDIATAS OU TARDIAS

REAÇÕES DE PELE, RINITE, REAÇÕES INTESTINAIS,


ASMA, URTICÁRIA, EOSINOFILIA SANGUE OCULTO, DIARRÉIA,
ANGIEDEMA, CÓLICA VÔMITO, ENTEROCOLITE
TRIGO
• DOENÇA CELÍACA
• ALERGIA AO TRIGO
• SENSIBILIDADE AO GLÚTEN NÃO CELÍACA
• FODMAPS

IMRAN A.; HADJIVASSILIOU M.; SANDERS, D.S., 2015.


SINTOMATOLOGIA DA DOENÇA CELÍACA
NÃO MEDIADAS POR IgE

DIARREIA CRÔNICA E/OU VÔMITO

DOR E DISTENSÃO ABDOMINAL

PERDA DE PESO E DÉFICIT DE CRESCIMENTO

SINAIS DE DESNUTRIÇÃO

FORMAS ATÍPICAS E SILENCIOSAS, SEM SINTOMAS GASTRINTESTINAIS

Osteoporose, osteomalácia, cãimbras musculares, fraqueza,


neuropatias, desordens endócrinas
ALERGIA À PROTEÍNA DO LV

→ Intolerância aos derivados proteicos encontrado nos


leites e derivados

→ Beta-lactoglobulina, caseína, alfa-lactoalbumina,


globulina sérica bovina, albumina sérica bovina

→ Deficiência de IgA ou genética, secundária à


gastroenterite aguda
DIAGNÓSTICO

SINTOMAS CLÍNICOS

HISTÓRIA FAMILIAR DE ALERGIA À PTN DO LV

REMOÇÃO DO LEITE DE VACA DA DIETA E RECIDIVA DOS


SINTOMAS COM REINTRODUÇÃO

HEMOGRAMA: ANEMIA MICROCÍTICA E HIPOCRÔMICA

AUMENTO DE IGE E IGA (EOSINOFILIA)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: QUADRO DE DESNUTRIÇÃO OU


SECUNDÁRIA À LACTOSE
SINTOMATOLOGIA APLV
• Gastrointestinais: agudas e crônicas - cólicas
- sangue oculto NÃO MEDIADAS POR IgE
- vômitos
- constipação

• Respiratórias: rinite, asma, bronquite, otite MEDIADAS POR IgE


• Dermatológicas: dermatite atópica, eczema, urticária, angioedema
• Hematológicas: anemia, eosinofilia
• Neurológicas e comportamentais: irritabilidade, cefaléia, hiperatividade,
choro excessivo, fadiga
ALEGAÇÕES DA DIETA GFCF

✓ Deficiência na produção
INTESTINO PERMEÁVEL enzimática de DPPIV
✓ Má digestão de peptídeos: glúten
(gliadinomorfina) e caseína
(caseomorfina)
✓ Deficiência na sulfatação
(glicosaminoglicanos)
✓ Intestino permeável
✓ Alteração da barreira hemato-
cefálica

MARCELLINO C. Autismo: A Cura pela Nutrição, 2010.


PIWOWARCZYK A et al. Gluten- and casein-free diet and autism spectrum disorders in children: a systematic review. Eur J Nutr, 2017
DIETA GFCF
“TEORIA DE EXCESSO DE OPIÓIDES”

EFEITOS POSITIVOS: MELHORA NA COMUNICAÇÃO, LINGUAGEM, COORDENAÇÃO


MOTORA, HIPERATIVIDADE E MOVIMENTOS ESTERIOTIPADOS

MAIOR PARTE DOS ESTUDOS DEMONSTRAM MELHORA DOS SINTOMAS


COM A DIETA

NÃO HÁ CONSENSO E NEM GUIDELINES

SAUSMIKAT, J.; SMOLLICH, M., Klin Padiatr. 228(02): 62-68, 2016.


LANGE, K.W.; HAUSER, J.; REISSMANN, A.; Clin Nutr Metab Care. 18(6):572-
5,2015.
BAUSET et al.; J Child Neurol. 29(12):1718-27, 2014.
OPIÓIDES CEREBRAIS
• 1° evidência: Hans Asperger (1961)
• Sistema opióide endógeno (SOE): cjto receptores peptídeos ligantes
endógenos no SNC, CV, endócrino e TGI
• SOE: regula respostas fisiológicas, cardiovasculares, circadianas,
ansiedade, depressão, memória, locomotor, comportamento e
desenvolvimento SNC
• Principais receptores opióides: mu, delta, kappa e ORL-1
• Teoria do excesso de opióides e autismo: proveniente da dieta e
descrita por PANKSEPP (1978/1979)
• Síndrome Autística: sobrecarga do sistema opióide (PANKSEPP,1979;
GILLBERT et al,1985)
• DOHAN (1980): peptídeos opióides derivados do trigo e glúten
associados com esquizofrenia, autismo e epilepsia
• REICHELT; KNIVSBERNG (2009): epilepsia mais comum em indivíduos
autistas
CRIANÇA AUTISTA

SINTOMAS
• Movimentos estereotipados, restritos e repetitivos
• Dificuldade de comunicação verbal e interpessoal
• Coceiras e urticárias
• Alteração do funcionamento intestinal
• Quebra incompleta de proteínas: glúten e caseína

DSM V,2014.
OPIÓIDES • DISBIOSE INTESTINAL
CEREBRAIS: • PERMEABILIDADE INTESTINAL
GLÚTEN/CASEÍNA • MÁ-ABSORÇÃO DE
NUTRIENTES (OPIÓIDES E
INVESTIGAR ALERGIAS OU ANTICORPOS)
INTOLERÂNCIAS • RECAPTAÇÃO DE DA
SEROTONINA (CARÊNCIA DE
NUTRIENTES)
• BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA
• SÍNDROME AUTÍSTICA

TEORIA NÃO TOTALMENTE


ESCLARECIDA
ESTUDOS GLÚTEN/CASEÍNA FREE E AUTISMO
AUTOR TÍTULO RESULTADO
CADE et al., 2000 Autism and Schizophrenia: Intestinal disorders. Melhora no comportamento de seus participantes com
Nutritional Neuroscience. restrição em 12 meses de gluten e caseina, sem
melhora nos níveis de peptidos na urina (UPL).
ELDER et al.(2006) The gluten- and casein-free diet and autism: Todos usaram como método de intervenção a dieta
IRVIN (2006). Communication outcomes from a preliminary double- restrita de gluten e caseina, para analisar o
SEUNG et al. (2007). blind clinical trial. Journal of Medical Speech-Language comportamento de seus participantes, mas nenhum
Pathology. obteve respostas eficazes. Sem diferença estatística
Using analog assessment procedures for determining significativa entre o pré e pós intervenção e a pesquisas
the effects of a gluten-free and casein-free diet on rate não tinham grupo controle, o que impossibilita o efeito
of problem behaviors for an de comparação.
adolescent with autism. Behavioral Interventions.
The gluten-free, casein-free diet in autism: Results of a
preliminary double-blind clinical trial. Journal of Autism
and Developmental Disorders.
WHITELEY, P. et al.,2012. Gluten- and casein-free dietary intervention for autism Sem conclusão a respeito da dieta GFCF e sugere mais
spectrum conditions. Frontiers in Human Neuroscience. debates e pesquisas sobre a sensibilidade autística
intestinal.
BAUSET, S.M. et al.,2016. Nutritional Impact of a Gluten-Free Casein-Free Diet in Sugere melhora na qualidade da dieta, porém sem
Children with Autism Spectrum Disorder.J Autism Dev conclusão a respeito da melhora dos sintomas de
Disord autismo.

GHALICHI F.et al., 2016. Effect of gluten free diet on gastrointestinal and A dieta pode trazer benefícios no sintomas intestinais e
behavioral indices for children with autism spectrum no comportamento de crianças autistas.
disorders: a randomized clinical trial. World J Pediatr.

HYMAN S.L. et al.,2016. The Gluten-Free/Casein-Free Diet: A Double-Blind O estudo conclui que os dados são inconclusivos e sem
Challenge Trial in Children with Autism. J Autism Dev evidências para dar suporte à dieta GFCF.
Disord.

Elimination diets' efficacy and mechanisms in attention O complexo mecanismo microbiota, intestino e cérebro
LY V. et al., 2017. deficit promove interações entre sistemas metabólicos,
hyperactivity disorder and autism spectrum disorder. endócrinos e neuronais, e sugere novas aplicações
Eur Child Adolesc Psychiatry. práticas e futuros direcionamentos clínicos sobre a
eficácia da dieta no TEA E TDAH.
IMPACTO DIETA GFCG

Redução no
Menor consumo de
consumo de
cálcio e vitamina D
calorias

Consumo de
Menor consumo de
gorduras de melhor
vitaminas do
qualidade
complexo B
(suplementação)

Pode favorecer
redução de peso

MARÍ-BAUSET, S., LLOPIS-GONZÁLEZ, A., ZAZPE, I. et al.


J Autism Dev Disord (2016) 46: 673.
• Alergia alimentar comum na população em geral
• DIETA GF/ CF: dieta restritiva e carência de nutrientes importantes
• Risco de rejeição social, estigmatização e dificuldades na socialização, com efeitos na
própria doença
• Conclusão final: os pacientes com TEA só devem ser submetidos a dietas de exclusão de
glúten e/ou caseína caso haja diagnóstico (ou suspeita) de algum tipo de intolerância ou
hipersensibilidade a alimentos
DIETA CETOGÊNICA E AUTISMO
HISTÓRICO DA DIETA

• 1920: imitar o metabolismo do jejum


• Proposto pelo Hospital J. Hopkins
• Empregada como alternativa ao tratamento da epilepsia refratària à
medicamentos
• Indicações primárias: deficiência da proteína transportadora de glicose
(GLUT-1) e a deficiência de piruvato desidrogenase, além de desordens
metabólicas.

Sankar R, Menezes MS. Metabolic and endocrine aspects of the ketogenic


diet. Epilepsy Res. 37:191-201 , 1999.

KOSSOF et al., 2009; ARMENO et al., 2014.


PAOLLI et al. HOW KETOGENIC (LOW CARB HIGH FAT) DIETS WORK. EUR J CLIN NUT, 2013.
ESTUDOS EXPERIMENTAIS COM DIETA
CETOGÊNICA E AUTISMO
AUTOR TÍTULO RESULTADO
RUSKIN D.N. et al., 2013. Ketogenic diet improves core symptoms of N= 30 animais e 28 controles. DC por 3-5
autism in BTBR mice. PLoS One.5;8(6):e65021, semanas. A dieta cetogênica melhorou a
2013. sociabilidade, comunicação e reduziu
movimentos repetitivos e estereotipados.
(p0,001).

RUSKIN D.N. et al., 2017. Ketogenic diet improves behaviours associated Os camundongos alimentados com fórmulas
wih autismo spetrum disorder in a sex-specific cetogênica a partir de 5 semanas de idade. A
manner in the el mouse. Physiology & dieta cetogênica melhorou as características
Behavior. 168: 138 –14, 2017. comportamentais do transtorno do espectro
autista, melhorou as múltiplas medidas de
sociabilidade e reduziu o comportamento
repetitivo em camundongos fêmeas. (p0,01 e
0,001).

KASPROWSKA-LIŚKIEWICZ D. et al., 2017. The ketogenic diet affects the social behavior Os machos de quatro semanas de idade foram
of young male rats. Physiology & Behavior. tratados com o KD por 4 semanas
179: 168–177, 2017. subseqüentes. Os ratos alimentados com o KD
mostraram uma maior exploração social
porém sem alterações no nível de interações
sociais.
ESTUDOS EXPERIMENTAIS COM DIETA
CETOGÊNICA E AUTISMO
AUTOR TÍTULO RESULTADO
EVANGELIOU A., 2003. Application of a ketogenic N= 30 crianças 4-10 anos com TEA. DC aplicada por
diet in children with autistic behavior: pilot study. 6 meses com 4 semanas de seguimento e 2
J Child Neurol. 18(2):113-8, 2003. semanas sem dieta. 18 crianças mantiveram a
dieta e com a CARS melhora de 60% nos sintomas.
ESTUDOS COM SERES 2 pctes: pré-Escala 35,00 ± 1,41 [média ± DP]
HUMANOS redução >12 pontos 8 pctes: pré-Escala 41,88 ±
3,14 [média ± DP]: redução >8-12 pontos 8 pctes:
pré-escala 45,25 ± 2,76 [média ± DP]: redução 2-8
pontos.
Conclusão: Existem algumas evidências de que a
dieta cetogênica pode ser usada no
comportamento autista como terapia adicional
ou alternativa
FRYE et al., 2011. Traditional and non-traditional treatments for N= 146 crianças com TEA e epilepsia. Dieta
autism spectrum disorder with seizures: an online cetogênica por 6 meses. Pais responderam à um
survey. BMC Pediatrics . 11:37, 2011. questionário sobre frequência das crises e sobre
fatores clínicos (sono, comunicação,
comportamento, atenção e humor). Dieta
cetogênica reduziu crises convulsivas e alterou
alguns comportamentos autísticos.
SPILIOTI M., 2013. Evidence for treatable inborn errors of metabolism N=6 pctes (4-14 anos). DC por meses com pré e
in a cohort of 187 Greek patients with autism pós CARS. Todos os pacientes apresentaram
spectrum disorder (ASD). Front Hum Neurosci. melhora nos domínios, porém 1 paciente
24;7:858. 2013. apresentou melhora significativa na escala pré e
pós dieta (41 para 21).
HERBERT M. R.; BUCKLEY J.A., 2013. Autism and dietary therapy: case report and N= 1 com 4 anos de idade com diagnóstico pela
review of the literature. J Child Neurol. 28(8):975- GARS e ADHD-IV RATING SCALE. DC com avaliação
82, 2013. de CARS e coeficiente de inteligência. Resultados
após DC: CARS (49/17); Coeficiente de inteligência:
aumentou 70 pontos. Melhora cognitiva,
habilidades sociais, melhora no comportamento e
na resolução de estereótipos.
• Grupo 1: 15 pacientes com DAM com 60% de LIP, 30% de PTN
e 10% CHO (8-10g/dia)
• Cálculo da dieta individual (calorias, CHO, PTN e LIP) e
suplementação de vitaminas e minerais
• Medições de cetose urinária diária.
• Grupo 2: 15 pacientes com dieta GFCF.
• Grupo 3: 15 pacientes em grupo controle recebendo dieta
saudável.

• Diagnóstico: DSM-5.
• CARS e ATEC foram aplicados antes da dieta e após 6 meses.
• ATEC (domínios avaliados): fala, linguagem e comunicação,
sociabilidade, capacidade cognitiva e sensorial.
P<0,05

~
PLANEJAMENTO DA DIETA DA CRIANÇA AUTISTA
PLANEJAMENTO DA TERAPIA
NUTRICIONAL

10-20% PTN Vitaminas e


VET 55-60% CHO 25-30% LIP Minerais
(g/kg peso) (RDA E DRI)

Fracionamen Fibras Uso de


to da dieta: solúveis e probióticos e
5-6 refeições insolúveis prebióticos
PLANEJAMENTO DA TERAPIA
NUTRICIONAL

ALIMENTAÇÃO
ALERGIAS,
INTOLERÂNCIAS
CH: SEM GLÚTEN ???? OU
DOENÇA
PTN: SEM PROTEÍNA CELÍACA
LÁCTEA???
VEGETAIS E FRUTAS: LIVRES
VEGETAIS FOLHOSOS:
FONTES DE FIBRAS
LIPÍDEOS: ÔMEGA-3
SUPLEMENTAÇÃO B6, CA,
VITAMINA D E COMPLEXO B.
PLANEJAMENTO DA TERAPIA
NUTRICIONAL

AÇÕES EDUCATIVAS PARA A


FAMÍLIA

RECEITAS

OPÇÕES E LISTA DE SUBSTITUIÇÃO

ACOMPANHAMENTO QUINZENAL
OU MENSAL

DIETA GFCF: MÍNIMO 3 MESES


LISTA DE ALIMENTOS
LEITURA
DE
RÓTULOS

GRUPO ALIMENTOS PERMITIDOS


ALIMENTAR
Pães Fécula de batata, fécula de milho,fécula
de araruta,farinha de milho,fubá, farinha
de arroz, farinha de soja, pães sem
glúten,bolo de arroz, macarrão de arroz,
cereais de arroz, milho, farinha de coco,
farinha de banana verde (biomassa)

Frutas Todas as frutas e suco de frutas in natura.

Hortaliças Frescos, congelados ou cozidos.

Carnes Vermelhas, aves, peixes, feijões, lentilha,


grão de bico, queijo de soja.

Leite ✓ Opções de alimentos fontes de


cálcio (brócolis, folhas verdes
(espinafre, couve, chicória, acelga,
mostarda), gergelim preto, chia, aveia,
feijão e grão de bico, sardinha),
semente de melão
✓ Leites vegetais: amêndoas, gergelim
preto, quinoua, arroz, aveia.
CASEÍNA E CASEINATOS
CASEINATOS ALIMENTARES
LEITE E DERIVADOS Leite de vaca (integral, desnatado, semi-
desnatado, evaporado, condensado, em
pó, fluído,desidratado, maltado, sem
lactose)
Leite e queijo de cabra, ovelha e búfala
Queijos (todos os tipos)
Requeijão, cream cheese, cottage
Nata, coalho, coalhada, soro de leite
Creme de leite, molho branco
Iogurte, leite fermentado, petit suisse,
bebida láctea
Manteiga
Ghee (manteiga clarificada)
Margarina com leite
Doce de leite
Cremes Doces
SUBSTITUTOS DO OVO EM RECEITAS

1 col. sopa diluído em ½ xícara


3 col. sopa de água
3 col. de chá
diluído em água

¼ de xícara
MODELO DE CARDÁPIO DIETA SEM
GLÚTEN E SEM CASEÍNA
REFEIÇÃO ALIMENTO
CAFÉ-DA-MANHÃ Leite vegetal com cacau e banana
Pão sem glúten com requeijão adaptado
LANCHE-DA-MANHÃ Abacate batido com leite de coco
ALMOÇO Arroz integral colorido (cenoura e tomate), feijão
enriquecido com beterraba e folha de couve,
nhoque de abóbora ao sugo, bife ou frango
grelhado.
LANCHE-DA-TARDE Bolo de laranja com farinha de arroz, maçã assada
com canela e àgua de coco.
JANTAR Panqueca s/glúten de espinafre à bolonhesa
CEIA Salada de frutas com granola sem glúten
DIETA CETOGÊNICA CLÁSSICA

APORTE DE PROTEÍNAS
• A recomendação de proteínas deve ser de no mínimo
1g/kg peso/dia, podendo chegar a 1,5g/kg/dia
• Em bebês se utiliza aporte maior

KOSSOF et al. Optimal clinical management of children receiving the ketogenic diet: Recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia. 50(2):304–317, 2009.
ALBERTI J.A. Recommendations for the clinical management of children with refractory epilepsy receiving the ketogenic diet. Arch Argent Pediatr. 114(1):56-63, 2016.
DIETA CETOGÊNICA CLÁSSICA

LIPÍDEOS
• Pode-se utilizar todos os tipos de óleo vegetal.
• Azeite de oliva, óleos de canola e linhaça ( ↑ ômega 3)
• TCM em problemas absortivos ( não usar como fonte
exclusiva)

KOSSOF et al. Optimal clinical management of children receiving the ketogenic diet: Recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia. 50(2):304–317, 2009.
ALBERTI J.A. Recommendations for the clinical management of children with refractory epilepsy receiving the ketogenic diet. Arch Argent Pediatr. 114(1):56-63, 2016.
ETAPAS DA DIETA CLÁSSICA

Primeira Semana

Dieta 2:1 Confirmar cetose

Segunda e terceira semana


Inicia suplementação vitaminas e
Dieta 3:1 minerais e aferição da cetose

Quarta semana

Dieta 4:1 Conforme cetose


FREEMAN et al., 1994.
ALIMENTOS PERMITIDOS NA DIETA
BASE DA DIETA CETOGÊNICA
ALIMENTOS PROIBIDOS NA DIETA
DIETA ATKINS MODIFICADA

• Criada no Hospital Johns Hopkins em 2003


• Alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos
• Menos restritiva, controla apenas os carboidratos/dia
• Benéfica para pacientes com dificuldade de tolerar a dieta cetogênica
clássica
• Cerca de 45% dos pacientes com epilepsia respondem a DAM com
redução de crises superior a 50%

Kossoff EH, Doward JL. A dieta de Atkins modificada. Epilepsia. 49 (8): 37-41, 2008.
DIETA ATKINS MODIFICADA

• PROTEÍNAS (15-20% do VCT ou g/kg de peso corporal conforme idade)

• LIPÍDEOS: 60-70% do VCT

• CARBOIDRATOS

• 10-15g /dia para crianças


• 15 -20g /dia para adolescentes e adultos

Consenso Nacional de dieta Atkins Modificada. Rev Neurol. 62 (8): 371-376, 2016.
EXEMPLO DE CARDÁPIO DAM
REFEIÇÃO ALIMENTO TOTAL CARBOIDRATOS
(CHO)
CAFÉ DA MANHÃ Omelete especial 2g

ALMOÇO Frango com molho cheddar + brócolis 3g


refogado

LANCHE DA TARDE Enroladinho de alface+ presunto + 2g


queijo+ cenoura

JANTAR Panqueca de carne com azeitona + 3g


salada de pepino e tomate

TOTAL 10g
ORIENTAÇÕES PARA SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS NO TEA
• INFLAMAÇÃO INTESTINAL (alergias, intolerâncias ou DC)
➢ Remover alimentos que inflamam: glúten, caseína, soja, amendoim
➢ Introduzir alimentos que reduzem inflamação: óleo de peixe, sementes de
linhaça, abacate, chá verde, legumes e frutas de coloração avermelhada e/ou
roxa ( fontes de w-3 e compostos fenólicos)
➢ Uso de prebióticos ou probióticos: manipulados ou na forma de leites e
iogurtes fermentados

MCELHANON et al. Gastrointestinal Symptoms in Autism Spectrum Disorder: A Meta-


analysis. PEDIATRICS Volume 133, Number 5, 2014.
KANG D-W.; PARK J.G.; ILHAN Z.E.; WALLSTROM G.; LABAER J. et al. Reduced Incidence
of Prevotella and Other Fermenters in Intestinal Microflora of Autistic Children. PLoS ONE
8(7), 2013.
LAU N.M.; GREEN P.H.R.; TAYLOR A.K.; HELLBERG D.; AJAMIAN M. et al. Markers of Celiac
Disease and Gluten Sensitivity in Children with Autism. PLoS ONE 8(6),2013.
BASHIR S. et al. Alterations in plasma dipeptidyl peptidase IV in autism: A pilot study.
Neurology, Psychiatry and Brain Research. v 20 (2), 2014.
ORIENTAÇÕES PARA SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS NO TEA

• DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES
➢ Qualidade e digestibilidade dos nutrientes: prato saudável
➢ Disfarçar os vegetais em caso de recusa (seletividade): caldos, sopas, sucos,
molhos, muffins, panquecas, sanduíches, etc.
➢ Suplementação: multivitamínica ou enzimática
➢ Evitar gorduras trans e hidrogenadas: priorizar ARA, EPA, DHA)

BANDINI, L.G. et al. Food Selectivity in Children with Autism Spectrum Disorders and
Typically Developing Children. J Pediatr. v. 157, n. 2, p. 259-264, 2010.
KAWICKA A.; REGULSKA-ILOW B. HOW NUTRITIONAL STATUS, DIET AND DIETARY
SUPPLEMENTS CAN AFFECT AUTISM. A REVIEW. Rocz Panstw Zakl Hig. 64(1):1-12, 2013.
CURTIN, C. et al. Food Selectivity, Mealtime Behavior Problems, Spousal Stress, and Family
Food Choices in Children with and without Autism Spectrum Disorder. J Autism Dev
Disord. v. 45, n. 10, p. 3308-15, 2015.
PRESENÇA DE FUNGOS

FONTE: A INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NO AUTISMO. CLADIA MARCELINO


ORIENTAÇÕES PARA SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS NO TEA
➢ DIETA FERMENTATIVA
➢ Aumentar o consumo de fibras e simbióticos
➢ Reduzir ou limitar consumo de açúcares e amido: pães, biscoitos, bolos, massas,
etc.
➢ Remover fermento biológico: pães, ameixas, uvas, carnes maturadas e vinagre
➢ Inclusão de alimentos fermentados
➢ Uso de probióticos
➢ Fortalecimento da imunidade

Aumenta a fermentação e
gases
Não testado em cças BURRUS C.J. A biochemical rationale for the interaction between gastrointestinal yeast
and autism. Med Hypotheses. 79(6):784-5,2012.
SEMON B.A. Dietary cyclic dipeptides, apoptosis and psychiatric disorders: a hypothesis.
Med Hypotheses. Jun;82(6):740-3, 2014.
METILAÇÃO E SULFATAÇÃO

XENOBIÓTICOS METAIS PESADOS

COMPOSTO
INSOLÚVEL
ORIENTAÇÕES PARA SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS NO TEA
➢ METILAÇÃO E SULFATAÇÃO DE DNA (XENOBIÓTICOS E METAIS PESADOS)
➢ Remover corantes e alimentos artificiais (derivados petróleo) ou fontes de
salicilatos (frutas vermelhas, roxas e oleaginosas)
➢ Retirar glutamato monossódico, aspartame e aditivos químicos
➢ Evitar toxinas: panelas de alumínio, plásticos em microondas
➢ Preferir alimentos orgânicos
➢ Nutrientes antioxidantes: beta caroteno, vitamina A, complexo B, vit. C, E,
glutationa
➢ Suplementação: magnésio, zinco, B6 e B12 reparadores de DNA
NUTRACÊUTICOS E AUTISMO

✓ Vitamina D
✓ Ômega-3
✓ N-acetilcisteína
✓ Vitamina C
✓ Methyl B12

GOGOU M., KOLIOS G. Brain Dev., 2017.


NUTRACÊUTICOS E AUTISMO
NUTRACÊUTICOS E AUTISMO

PLoS One. 2016 May 27;11(5)

- Análise de amostras sanguíneas de 85 crianças com TEA e 79 controles e 401 TDAH;


- Ácidos graxos extraídos de soluções salinas de células vermelhas;
- AA, DHA, EPA, AA/EPA ratio e w-3/w-6 ratio
- Crianças com TEA obtiveram menores valores de EPA, DHA e AA - associado com sintomas da
doença
NUTRACÊUTICOS E AUTISMO

PLoS One. 11(3),2016. Método: 83 crianças com TEA (75% meninos) e 72


crianças com comportamento típico (51% meninos).
Concentração de aminoácidos aromáticos (AAA) no
sangue e urinário + R24h para dados de consumo de
FENILALANINA,
TRIPTOFANO E proteína diário.
TIROSINA
Resultados: Crianças com TEA demonstraram
concentração de AAA normais em amostras
sanguíneas e urinárias e consumo adequado de
proteína comparado ao controle.
Conclusão: Sem associação entre concentração de
AAA e sintoma de TEA ou co-morbidades
psiquiátricas. Sem suporte no tratamentos e novos
estudos são recomendados.
AÇÕES PRÁTICAS –SENSIBILIDADE
SENSORIAL E SELETIVIDADE
ALIMENTAR
✓ Brincadeiras sensoriais para explorar o ambiente ou o alimento ajudam bastante, como por exemplo,
movimentos lúdicos manuais com materiais comestíveis ou não como argila, massinhas ou farinhas,
facilitando a exploração tátil.
✓ Crie bons hábitos alimentares com a família, e consuma alimentos que você quer que a criança
experimente
✓ Sempre que possível, procure mostrar a preparação dos alimentos e envolver a criança nessas
preparações, oferecendo preparações divertidas e convidativas.
✓ Respeitar o tempo da criança e entender que a recusa alimentar de crianças autistas no momento da
refeição se caracteriza como impossibilidade de processar texturas, sabores, cores, volumes e
temperaturas.
✓ Suporte de equipe multidisciplinar pode auxiliar nessa aceitação.
✓ Prepare o ambiente e o momento da refeição.
✓ Em relação a preparação do prato, colocar alimentos conhecidos e atrativos com alimentos novos a
serem introduzidos, e associar com o lúdico ou algum brinquedo ou brincadeira que a criança goste.
✓ Os alimentos podem estar separados no prato.
✓ Para quem tem rigidez no pensamento, é reconfortante comer sempre a mesma coisa. Tente inserir
um alimento diferente por vez.
✓ Dessensibilização de texturas e apresentar os alimentos de formas variadas e NÃO PUNIR!!!!
CORTES E TEXTURAS DIFERENTES

PROCESSOS DE ACEITAÇÃO

RECUSA

ACEITA

OBSERVA

EXPLORA

CONSOME

NUTRIÇÃO E AUTISMO
PROF. NATÉRCIA FERREIRA
NUTRICIONISTA CLINICA E MATERNO INFANTIL
EDUCADORA EM DIABETES
MESTRE EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - UFPR

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