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DOENÇA CELÍACA

Micheli Leite
DOENÇA CELÍACA
Desordem sistêmica autoimune,
desencadeada pela ingestão de glúten. É
caracterizada pela inflamação crônica da
mucosa do intestino delgado que pode
resultar na atrofia das vilosidades
intestinais, com conseqüente má absorção
intestinal e suas manifestações clínicas. O
glúten é uma proteína que está presente
nos seguintes alimentos: trigo, aveia,
centeio, cevada e malte.
A doença celíaca ocorre em
pessoas com tendência
genética à doença. Geralmente
aparece na infância, nas
crianças com idade entre 1 e 3
anos, mas pode surgir em
qualquer idade, inclusive nas
pessoas adultas.
SINTOMAS
O quadro clínico da doença pode se manifestar com ou sem sintomas. E os sintomas e
sinais podem variar de pessoa para pessoa, no entanto deve-se ficar atento aos mais
comuns:

Diarreia crônica (que dura mais de 30 dias);

Prisão de ventre;

Anemia;

Falta de apetite;

Vômitos;

Emagrecimento / obesidade;

Atraso no crescimento;
Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;

Distensão abdominal (barriga inchada);

Dor abdominal;

Flatulência

Aftas de repetição;

Lesões na pele;

Infertilidade;
Enfermidades associadas
 A DC associa-se com enfermidades autoimunes e não autoimunes.
 A evidência mais forte é de associação com diabetes mellitus tipo 1,
uma vez que até 8% dos diabéticos tipo 1 têm biópsia de intestino
delgado com histologia compatível com a doença.
 Há também descrição de associação entre tiroidite autoimune e DC,
principalmente em adultos.
 Entre as doenças não autoimunes, a evidência mais forte de associação
é com a síndrome de Down: de 5% a 12% desses pacientes têm DC.
 Também já foi descrita a associação com as síndromes de Turner e de
Williams.
 Por sua vez, a deficiência seletiva de IgA está fortemente relacionada
com a doença, a ponto de 1,7% a 7,7% dos pacientes com DC terem
essa deficiência.
Grupos de risco para a doença celíaca
- Pacientes com sintomas sugestivos da doença
- Diabéticos tipo 1
- Indivíduos com tiroidite autoimune
- Portadores das síndromes de Down, de Turner e de
Williams
- Pacientes com deficiência seletiva de IgA
- Parentes de primeiro grau de pacientes celíacos.

Esses grupos devem ser testados entre 3 e 4 anos de


idade, tendo sido garantido que eles tenham recebido
uma dieta contendo glúten por, pelo menos, um ano.
Exames de triagem
Anticorpo antitransglutaminase (anti-TTG)

 São pesquisados anticorpos da classe IgA. Tem sensibilidade e especificidade de 90% a


95%.
 É realizado por método Elisa e universalmente aceito como teste de triagem para DC.
 Por haver uma concomitância de 2% a 10 % de DC e deficiência de IgA, é necessário fazer
a dosagem de IgA sérica concomitante. No caso de IgA baixa, deve-se testar o anticorpo
antitransglutaminase da classe IgG.

 Material: Soro
 Método: Fluoroenzimaimunoensaio

REFERÊNCIA
• Negativo : < 7,0 U/mL
• Indeterminado: 7,0 a 10,0 U/mL
• Positivo : > 10,0 U/mL
Exames de triagem
Anticorpo antiendomísio (EMA)

 Também é feito para anticorpos de classe IgA.


 Tem sensibilidade e especificidade semelhante à do anti-TTG, porém, realizado
por técnica de imunofluorescência indireta.
 EMA e anti-TTG têm desempenho diagnóstico comparável e geralmente
apresentam concordância. Isso ocorre porque o antígeno reconhecido no teste
EMA é a própria transglutaminase, enzima em que o endomísio é rico. No
entanto, algumas amostras podem ser reagentes em apenas um desses dois testes
devido a peculiaridades de exposição de epítopos em cada um desses ensaios.
 Material: Soro
 Método: Imunofluorescência Indireta
REFERÊNCIA
• Não Reagente:Inferior a 1/10
Exames de triagem
Anticorpo antigliadina IgA
Por sua menor sensibilidade e especificidade, esse anticorpo
não tem mais sido recomendado para a triagem de DC.

Teste genético
A grande maioria dos pacientes celíacos e 30% da população geral
apresentam HLA-DQ2 e/ou DQ8.
A presença de um desses dois alelos tem boa sensibilidade, mas
baixa especificidade.
Portanto, um teste negativo para DQ2/DQ8 praticamente afasta a
possibilidade de DC, mas um resultado positivo não permite fechar
diagnóstico, sendo necessários outros subsídios de natureza clínica,
imunológica ou histológica.
Biopsia intestino delgado
 Nos celíacos, partículas não digeridas das proteínas do
glúten – como a gliadina, presente no trigo – conseguem
atravessar a parede intestinal.
 Isso desencadeia uma reação do sistema imunológico,
que agride as células da camada superficial do intestino
delgado, gerando uma inflamação.
 Com o tempo, o distúrbio vai destruindo as vilosidades do
intestino, aquelas saliências em formato de dedos que
absorvem nutrientes.
 Em outros cereais, os agentes nocivos são a secalina
(cevada) e a hordeína (centeio). A doença celíaca é
incurável, e seu único tratamento é eliminar o glúten da
dieta.
Tratamento
O tratamento consiste na exclusão do glúten da
dieta por toda a vida. O paciente deve ser
orientado a não ingerir nenhum alimento que
contenha trigo, aveia, cevada e centeio.
É importante que se lembre dos alimentos que
podem conter glúten “escondido”, como cremes,
molhos e até comprimidos.

Apesar de a dieta parecer bastante restritiva, os


celíacos podem ingerir todos os tipos de
proteínas, verduras, legumes e frutas.
Referências:
• http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/
artigos/Pages/doenca-celiaca.aspx
• http://www.glutenconteminformacao.com.br/o-que-e-a-
doenca-celiaca/
• http://www.fenacelbra.com.br/fenacelbra/doenca-
celiaca/
• http://www.repositorio.unb.br/handle/10482/13947
• http://www.repositorio.unifesp.br/handle/11600/1267
• http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/67348

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