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Doença Celíaca

Patologia da Nutrição e Dietoterapia I


UNIRP – 2006
Profª Silvia Albertini e Profª Fabiane Oliveira
Doença Celíaca
 A doença celíaca (DC): é uma má absorção da
mucosa intestinal.

 Acredita-se que é causada por um erro


congênito do metabolismo ou uma sensibilidade
imunológica à gliadina (componente do glúten)
pelo intestino delgado.
Fisiopatologia
Fisiopatologia
 As vilosidades intestinais se reduzem em
número, com menor superfície de absorção e
poucas enzimas nas células danificadas.

 Este estado é reversível quando se retira o


glúten da dieta.
Fisiopatologia
Fisiopatologia

Nas vilosidades
intestinais ocorre a
absorção de
vitaminas, minerais
e outros nutrientes
Fisiopatologia

Nos indivíduos com


doença celíaca
ocorre lesão nas
vilosidades
intestinais quando
se ingere glúten.
Fisiopatologia
 Enzimas envolvidas:
 dissacaridases e peptidases  necessárias à digestão
(a intolerância à lactose pode ocorrer);
 Carreadores  cuja diminuição prejudica o
transporte de nutrientes na corrente sanguínea;
 Liberação diminuída de colecistocinina   as
secreções da vesícula biliar e pancreáticas.

 diminuição da absorção de
CHO, LIP e PTN.
Apresentação clínica

 Existem três formas de apresentação


da DC:

 forma clássica

 forma não clássica

 forma assintomática
Apresentação clínica
Forma clássica
 Geralmente se inicia nos primeiros anos de vida.
 Déficit de crescimento e desnutrição,  da
musculatura das nádegas acompanhada de
pregueamento da pele e palidez pela anemia.

 Características:
 diarréia crônica;
 fezes cinzentas volumosas e brilhantes.
Apresentação clínica
Forma não- clássica
 As formas não clássicas se caracterizam pelo
predomínio de manifestações clínicas não
vinculadas ao aparelho digestório, como:
 anemia;

 abortos de repetição;
 infertilidade;

 tetania;

 hemorragia;

 síndromes psiquiátricas (como depressão);


 osteoporose, dentre outras.
Apresentações clínicas

Forma assintomática

 Comprovada fundamentalmente entre


familiares de 1º grau

 Só apresenta alterações à biópsia


intestinal.
Etiopatogenia
 Foi demonstrada com exatidão a toxicidade da
gliadina para o intestino de pacientes com DC.

 As prolaminas hordeína e secalina, presentes na


cevada e centeio, também têm poder tóxico
demonstrado.
Etiopatogenia
 Ainda não se encontra bem esclarecida a
fisiopatologia da DC, mas estudos deixam
claro que o glúten danifica a mucosa
intestinal.

 Fatores genéticos, imunológicos e ambientais


parecem também estar associados na
patogênese da DC.
Diagnóstico
 Marcadores sorológicos
São usados para:
 avaliar pacientes com suspeita da doença;
 monitorar a adesão ao tratamento;
 avaliar resposta à dieta sem glúten;
 e filtrar os que possuem manifestações
gastrintestinais atípicas.
Diagnóstico

 Testes hematológicos e bioquímicos:


dosagem de Fe, Ca, Folato e vit. D 
avaliam possíveis deficiências que
ocorrem em consequência do
comprometimento da porção proximal do
intestino delgado.
Diagnóstico
 Biópsia de intestino delgado:
 “Padrão Ouro”: realizado com amostra obtida
da mucosa duodeno-jejunal.
 Deve ser realizada:
 antes de iniciar o tratamento;
 na fase de recuperação durante a dieta sem
glúten;
 e após o teste com re- introdução do glúten.
Diagnóstico
 Imagem:
 Raio-X do intestino delgado e tomografia
computadorizada abdominal ou pélvica
podem ser solicitados quando existir
suspeita de complicação da DC, como
linfoma, carcinoma ou jejunoileíte
ulcerativa.
Tratamento

 A dieta sem glúten, ou seja, sem


alimentos que contenham trigo, centeio,
malte, cevada e aveia permanece sendo a
única modalidade terapêutica da doença
celíaca com eficácia inquestionável.
Tratamento
 Devido à desnutrição e carência de nutrientes,
reposições de Fe, ácido fólico, Ca e vit. D são
necessárias.

 Evitar produtos lácteos devido à deficiência


secundária de lactase.

 3 a 6 meses após reintroduzi-los.


Dietoterapia
 Objetivos da Terapia Nutricional:
 Remover da dieta a proteína causadora do problema;
 Melhorar a condição nutricional do paciente;
 Repor nutrientes perdidos através da diarréia ou
esteatorréia;
 Superar a anorexia com refeições agradáveis;
 Reverter a desmineralização óssea;
 Corrigir a hipoalbuminemia e hipoprotrombinemia,
quando presentes.
Dietoterapia
 A dieta deve proporcionar:
 1- 2g de proteína/kg/dia
 35 - 40 kcal/kg/dia para adultos.
 Os TCM são geralmente empregados com bons
resultados, sobretudo em adultos.
 Inicialmentepequenas quantidades de fibras
devido ao achatamento das vilosidades da
mucosa.
Dietoterapia

 O celíaco poderá comer todos os


alimentos que não contenham glúten,
ou seja, que não sejam produzidos com
trigo, aveia, centeio, cevada e malte.
Dietoterapia
 O glúten pode ser substituído por:
 arroz (farinha de arroz);

 milho (farinha e amido de milho, fubá);

 mandioca (polvilho e farinha de mandioca);


 fécula de batata.
Dietoterapia – Alimentos proibidos
Dietoterapia – Alimentos proibidos
Qualquer que contenha trigo, aveia, centeio, cevada
e malte:
• Cerveja,
• Whisky,
• Vodca,
• Gin,
• Ovomaltine,
• Bebidas com Malte,
• Cafés com Cevada,
• Bebidas cuja composição não esteja cara no rótulo,
• Achocolatados com malte ou extrato de malte,
Dietoterapia – Alimentos proibidos
Qualquer que contenha trigo, aveia, centeio, cevada
e malte:

• Queijos Fundidos,
• Queijos preparados com Cereais proibidos,
• Pastas de Carne,
• Patês,
• Carnes enlatadas ou preparações como bolinhos
empanados ou à milanesa,
• Extrato protéico vegetal,
Dietoterapia – Alimentos proibidos

Qualquer que contenha trigo, aveia, centeio, cevada e


malte:
• Proteína vegetal hidrolisada,
• Maionese,
• Catchup,
• Extrato de Tomate,
• Mostarda,
• Sopas Prontas
• Temperos industrializados que possam conter glúten
Dietoterapia – Alimentos Permitidos
Educação do paciente
 Instruir o paciente para que leia etiquetas
de alimentos quando se tratar de cereais,
amido, farinha, agentes espessantes,
emulsificantes, estabilizadores, proteína
vegetal hidrolizada, etc.

 Verificar os ingredientes de todas as


receitas.
Educação do paciente
 A aderência dietética estrita ao longo da vida
é essencial para as pessoas que têm lesão
intestinal permanente.

 Os pacientes com DC que obedecem à dieta


isenta de glúten são completamente normais,
ou seja, não são doentes e podem desfrutar de
todas as atividades junto a família e a
sociedade.

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