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Nutrição e Dietética

Alexandra Menezes Viana


Dietas Terapêuticas

 Refeições equilibradas, preparadas com alimentos


de qualidade e em quantidades adequadas às
necessidades energéticas, nutricionais e
fisiológicas dos indivíduos são imprescindíveis ao
bom funcionamento do organismo.
 No caso de pacientes hospitalizados não é
diferente, pelo contrário, por estarem debilitados,
necessitam receber alimentação adequada para,
além de evitar a desnutrição, recuperar e
preservar a saúde.
Consistência das Dietas Terapêuticas
 Entre as alterações que costumam ocorrer nas
refeições destinadas aos pacientes hospitalizados,
elas podem caracterizadas pela alteração na
consistência da comida.
 As dietas podem ser classificadas como dieta
normal, geral ou livre, dieta branda, dieta pastosa,
dieta líquida-pastosa, dieta líquida, dieta líquida
completa e dieta líquida restrita.

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Dieta Branda
 Etapa de transição entre a dieta pastosa e a dieta
normal, a dieta branda é caracterizada pelo
abrandamento, mecânico ou por cocção, das fibras
alimentares, como celulose e tecido conjuntivo das
carnes, a fim de facilitar o processo digestivo.
É indicada para pacientes com baixa dificuldade de
mastigação e de deglutição, com doenças
gastrointestinais e aqueles em período pós-operatório.
 Os alimentos a serem evitados são os condimentados,
picantes, gordurosos, hortaliças e legumes crus,
flatulentos, alimentos duros e bebidas gaseificadas.
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Dieta Pastosa
 Transição entre a dieta líquida-pastosa e a dieta branda,
nesta etapa, os alimentos passam por abrandamento da
textura, com o intuito de facilitar os processos de mastigação
e de deglutição.
 Também é indicada para pessoas acometidas por doenças
neuromotores, distúrbios gastrointestinais e estado grave de
doenças crônicas.
 Como os alimentos precisam estar bem cozidos e serem de
fácil mastigação e deglutição, as preparações devem estar
nas formas liquidificadas, de purês, cremes, papas, massas
bem cozidas, suflês, carnes moídas ou desfiadas, ovos,
mingau, pudins, gelatinas e sorvetes, pães, biscoitos e bolo.
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Dieta Leve, Semilíquida ou Líquida-Pastosa
É recomendada para pacientes na fase pós-operatória,
com função gastrointestinal comprometida e dificuldade na
mastigação e deglutição de alimentos mais sólidos. No
ciclo de progressão alimentar, é a etapa de transição entre
as dietas líquida e pastosa.
 Os alimentos devem ser líquidos ou liquidificados,
cremosos e homogêneos, com a finalidade de favorecer a
ingestão e a digestão.
 Devem ser evitados bebidas gasosas, alimentos sólidos,
especiarias e condimentos fortes. São permitidas as sopas
cremosas, alimentos na consistência de papa, purês,
mingaus, cremes, alimentos liquidificados e sorvetes.
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Dieta Líquida Restrita, Cristalina ou Líquidos Claros
 Esta dieta costuma ser administrada pacientes nas fases
pré e pós-operatória, com trato gastrointestinal
debilitado, com infecções e diarreia graves e em
preparação para realização de exames, com o propósito
de fornecer nutrientes e eletrólitos, prevenir a
desidratação e reduzir a quantidade de resíduos no
intestino.
 Caracteriza-se por ser uma dieta líquida límpida, sem a
presença de alimentos que contenham lactose, fibras,
lipídeos e proteínas fibrosas.
 Nesta fase são permitidos água, chás claros, caldo de
sopa, água de coco, isotônicos e polímero de glicose. 7
Dieta para Diabetes
 A dieta
é a base do tratamento desta patologia, quer
como medida exclusiva ou conciliado ao tratamento
medicamentoso.
É uma dieta onde há a restrição de carboidratos
simples e a introdução de carboidratos complexos,
auxiliando no controle glicêmico.
É indicada para paciente com diabetes, tendo como
objetivo corrigir as anomalias metabólicas
características do diabetes, manter o peso ideal e
prevenir complicações associadas ao diabetes.
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Dieta Hipossódica
 Asdietas hipossódicas são prescritas primariamente para a
prevenção ou controle de edemas e hipertensão ou
hipernatremia.
É indicada para pacientes renais, cardíacos e que
apresentam hipertensão.
 Dependendo da severidade da doença, a restrição de sódio
será determinada podendo variar entre restrição leve de
sódio até 1000 mg de sódio diário;
 Não são permitidos alimentos enlatados, industrializados ou
embutidos; A dieta é preparada sem o acréscimo de sal,
sendo encaminhado, no almoço e jantar, um sache de sal
(1g) para acréscimo.
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Dieta Assódica
 Dieta assódica é a dieta sem nenhuma adição de
sódio. É indicada para pacientes com problemas
renais, cardíacos ou hepáticos, principalmente nos
casos mais avançados da doença.
 Não é permitida nenhuma adição de sal na dieta
oferecida;
 Não são permitidos alimentos enlatados,
industrializados ou embutidos;
 A dieta é preparada sem o acréscimo de sal.

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Dieta Hipogordurosa ou Hipolipídica
 Dieta isenta da adição de gorduras e restrita em
alimentos ricos em lipídios.
 Deve conter aproximadamente 20% ou menos do
valor calórico total proveniente dos lipídios.
A restrição de gorduras implica tanto na limitação de
gorduras visíveis como de gordura incorporada ao
alimento.
 Destina-se a pacientes onde a restrição de gorduras
pode interferir, favoravelmente, no sistema digestivo.

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Dieta Hipoproteica
 Dieta restrita em proteínas, a fim de diminuir o
trabalho renal e hepático, dependendo do grau de
evolução da doença.
A dieta hipoprotéica é indicada para pacientes com
problemas renais ou hepáticos.
 Restringir a quantidade de PAVB (proteína de alto
valor biológico) nas refeições.
 Carne, ovos, leite e derivados são chamadas
proteínas de alto valor biológico, já que apresentam
maior concentração de aminoácidos
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Dieta Hipocalórica
É uma dieta harmônica, balanceada, onde há a restrição de
calorias fornecidas ao paciente.
A redução calórica requer critério e acompanhamento de
profissionais, individualizando o cardápio, uma vez que as
necessidades energéticas variam de pessoa para pessoa.
É importante ressaltar que a redução calórica da dieta não
pode implicar na supressão dos principais nutrientes
essenciais à vida.
A dieta hipocalórica é indicada para as paciente com
distúrbios alimentares ou obesidade. Dieta com restrição de
carboidratos simples e açúcares;
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Dieta Laxativa
 Dieta rica em alimentos formadores de resíduos
intestinais, inclui alimentos ricos em fibras insolúveis, uma
vez que estas não são digeridas, e agem aumentando o
volume fecal e estimulando o peristaltismo intestinal.
 Dieta indicada para paciente com obstipação intestinal,
em casos de hiperglicemia, hiperlipidemia e
hipercolesterolemia.
 Facilitar o trânsito intestinal; Indicam-se alimentos
integrais como pães, biscoitos, farinhas, frutas como
ameixa, mamão, verduras, arroz, massas; Importante
estimular a ingestão de água.
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Dieta com Resíduos Mínimos

 É uma dieta pobre em alimentos formadores de resíduos


intestinais, a fim de poupar o trato gastrointestinal.

 Dieta indicada para pacientes como nos casos de


preparos cirúrgicos, diarreia aguda, doença de Crohn,
síndrome do cólon irritável, diverticulite e em quadros
crônicos onde seja necessário repouso intestinal, ou
moderação do trânsito intestinal, controlando o
peristaltismo. 15
Dieta com Resíduos Mínimos
 Oferta de líquidos e eletrólitos suficientes para repor
as perdas, como água de coco e bebidas
isotônicas, são interessantes por serem ricas em
potássio;
A oferta de fontes de fibras solúveis é importante
para auxiliar no controle intestinal através da
viscosidade que proporciona, bem como pela
possibilidade de produção de ácidos graxos de
cadeia curta, importantes para integridade e
recuperação da mucosa intestinal.
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Dieta com Resíduos Mínimos

 Alimentos que podem ser excluídos da dieta:


Especiarias e condimentos fortes, bebidas
gaseificadas, hortaliças e legumes crus, leite
e derivados, frutas ricas em fibras, doces e
açúcar, as frutas deverão ser consumidas
sem casca.
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Dieta Pobre em Vitamina K
 Dieta recomendada para pacientes em uso de
medicamento, cujo princípio ativo é a varfarina.
 Dieta indicada para pacientes com medicamento
anticoagulante.
 Não há necessidade de alteração na consistência
dos alimentos
 Alimentos excluídos da dieta, por inativar os efeitos
dos anticoagulantes: verduras e alimentos verdes
escuros, lentilha, gema de ovo, azeite de oliva.

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Dieta Rica em Cálcio

 Dieta enriquecida com alimentos fonte de cálcio.


É indicada para pacientes que necessitem de
suplementação de cálcio e em condições normais de
alimentação, sem restrição de nutrientes e alimentos
quanto à consistência.
 Sem alteração de consistência;
 Inclusão de alimentos contendo leite, seus derivados
e vegetais verde-escuros.

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Dieta Rica em Ferro

A anemia ferropriva é a maior causa de distúrbios à


saúde e perda de capacidade de trabalho. Muitas vezes
a deficiência não se dá apenas pela baixa ingestão do
mineral, mas sim pela forma que é feita a veiculação do
ferro em nosso organismo.
 As causas da carência deste mineral podem ser as mais
diversas: uma dieta rica em cereais e pobres em carne,
absorção inadequada, doenças intestinais, remoção
cirúrgica do estômago e perda excessiva de sangue.
 Esta
dieta é indicada a pacientes que necessitem de um
maior aporte de ferro.
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Dieta Rica em Ferro
 Sem alteração de consistência;
 Inclusãode alimentos ricos em ferro, como carnes
vermelha, fígado e vegetais verde escuros.
 Alguns dos fatores que prejudicam a absorção de
ferro são:
Taninos encontrado nos chás, café, chocolate, gema
de ovo.
 Alimentos que auxiliam na absorção de ferro:
Ácido ascórbico, frutas cítricas, proteínas tissulares,
carne vermelha, frango e peixe. 21
Dieta Pobre em Potássio
A dieta com redução nos níveis de potássio deve
ser individualizada, dependendo do nível sérico
apresentado.
A insuficiência renal aguda (IRA) é uma condição
clínica caracterizada pela rápida deterioração de
função renal, resultando em desequilíbrio
eletrolítico e acúmulo de produtos do catabolismo
hidrogenado.
Dieta Pobre em Potássio
 Alimentos ricos em potássio:
 Banana nanica, maracujá, cenoura, banana
prata, coco, tomate, melão, figo, pimentão,
laranja, tangegina, acelga, abacate, almeirão e
uva.
 Alimentos pobres em potássio:
 Laranja lima, pêra, alface, maçã, pêssego,
agrião, abacaxi, caqui, pepino, banana maçã,
melancia, repolho, mamão, manga, goiaba e
morango.
Dieta Aproteica
 Dieta restrita em proteínas de origem animal e
vegetal, a fim de diminuir o trabalho hepático,
dependendo do grau de evolução da doença.
A dieta aprotéica é indicada para pacientes com
problemas hepáticos em grau avançado da
doença.
 Dieta normocalórica, hiperglicídica, normolipídica e
isenta de proteínas;
 Restringir a quantidade de proteína de alto ou
baixo valor biológico nas refeições.
Dieta Hipoalergênica
É uma dieta harmônica, balanceada, onde há a
restrição de alimentos com grande potencial alérgico,
como corantes, chocolate e conservantes.
 A dietahipoalergênica é indicada para pacientes com
reações alérgicas, conhecidas ou não, afim de
melhorar o quadro clínico, retirando da alimentação
alimentos que podem agravar o quadro atual.
 Dieta com restrição de alimentos industrializados
ricos em corantes e conservantes;
 Restrito em alimentos que podem agravar o quadro
atual, como chocolates.
Dieta Isenta de Glúten

É uma dieta restrita em alimentos com trigo, aveia,


centeio, cevada e malte.
 Dieta indicada para paciente com intolerância ao
glúten.
 Normocalórica, normoglicídica, normoprotéica e
normolipídica;
 Exclusão de alimentos que contenham na sua
composição trigo, aveia, centeio, cevada e malte
(subproduto da cevada).
Dieta Hiper proteica
 Composta por nutrientes necessários ao organismo
para sua manutenção, reparação, processos vitais,
crescimento e desenvolvimento.
 Dieta indicada para pacientes que necessitam de
reposição de proteínas, devido a perda de massa
corpórea, hipercatabolismo, queimaduras ou
pacientes que estejam com o estado imunológico
diminuído.
 Aumento da oferta de alimentos fontes de proteínas,
principalmente as proteína de alto valor biológico,
ou seja, aquelas de origem animal.
Atividade 1
 Paciente: João, 55 anos, com diagnóstico recente
de diabetes tipo 2.
 Histórico:João tem histórico familiar de diabetes
e apresentou sintomas como sede excessiva,
fadiga e perda de peso inexplicada. Seus exames
confirmaram o diagnóstico de diabetes tipo 2.
 Objetivo da Dieta: Controlar os níveis de glicemia,
manter o peso adequado e prevenir complicações
associadas ao diabetes.

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Atividade 2
 Paciente: Maria, 60 anos, com diagnóstico de
hipertensão arterial.
 Histórico:Maria foi diagnosticada com hipertensão
há 10 anos. Ela toma medicamentos para
controlar a pressão arterial, mas gostaria de
melhorar sua dieta para reduzir a dependência
dos medicamentos.
 Objetivo da Dieta: Controlar a pressão arterial e
reduzir o risco de complicações cardiovasculares.

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Atividade 3
 Paciente: Carlos, 35 anos, com obesidade grau II.
 Histórico: Carlos tem lutado contra o excesso de
peso há muitos anos. Ele já tentou várias dietas,
mas não conseguiu manter uma perda de peso
significativa a longo prazo.
 Objetivo da Dieta: Reduzir o peso corporal,
promover a perda de gordura e melhorar a saúde
geral.

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Atividade 4
 Paciente: Ana, 45 anos, com doença renal crônica
em estágio avançado.
 Histórico:Ana foi diagnosticada com doença renal
crônica há 5 anos. Seus rins apresentam
comprometimento significativo da função. Ela
precisa de uma dieta que minimize a sobrecarga
renal.
 Objetivo da Dieta: Reduzir a sobrecarga renal,
controlar a progressão da doença e manter o
equilíbrio nutricional adequado.
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Atividade 5
 Paciente: Laura, 28 anos, com diagnóstico de
doença celíaca.
 Histórico: Laura foi recentemente diagnosticada
com doença celíaca, uma condição em que o
consumo de glúten causa danos ao revestimento
do intestino delgado. Ela precisa de orientações
dietéticas adequadas para evitar o glúten.
 Objetivo da Dieta: Eliminar o glúten da
alimentação e evitar complicações decorrentes da
ingestão de alimentos com glúten.
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