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Dietoterapia I
Unidades I e II
Prof.ª Msc. Ana Caroline dos Santos
Objetivos
Propiciar tratamento
Colaborar no tratamento
medicamentoso eficaz e
da patologia ou tratá-la
menos danoso
Adequar a dieta de
acordo com as
condições do paciente
Fisiológico → normal e ideal
Tipos de dietas
• Características
– Normocalórica, normolipídica, normoprotéica, normoglicídica.
– Fibras: recomendação para alimentação saudável
– Aporte nutricional de acordo com as necessidades nutricionais
do paciente
• Indicações
– Pacientes que não apresentam problemas gastrointestinais, de
mastigação, deglutição, digestão e absorção. Sem restrições
específicas
• Alimentos permitidos
– Todos os alimentos de acordo com recomendação de
alimentação saudável, de acordo com as necessidades e guia
alimentar (pirâmide alimentar)
Dieta Geral
MODIFICAÇÕES A PARTIR DA DIETA NORMAL
Por que?
Indicações
– Usada como transição para dieta geral.
– Pacientes com dificuldade de mastigação e/ou disfagia, pós operatório.
– Processos inflamatórios do TGI: gastrite, colite
– Intolerância a gorduras
Ainda
• “sem alimentos crus” ou todos os “alimentos cozidos”
• Imunidade baixa, neutropenia
Dieta Branda
Dieta Leve
Características
– Alimentos macios, fácil digestão, poucos resíduos
– Pacientes com baixa aceitação da dieta
– Normocalórica, normoglicídica, normoprotéica, normolipídica
– Alguns autores trazem como cremosa
Indicações
– Dieta de transição entre branda e pastosa
– Descanso do trato gastrointestinal
– Pré e pós cirúrgico, úlceras, gastrites, preparo de exames,
disfagia e problemas mastigatórios
Alimentos permitidos
– Alimentos da dieta pastosa e cremosa
Dieta Pastosa
Características
– Equilibrada nutricionalmente: Normocalórica, normoglicídica,
normoprotéica, normolipídica
– Alimentos modificados pela cocção e subdivisão para facilitar o
processo de mastigação e deglutição
– Alimentos amassados e liquidificados, na forma de creme, purê,
papa, mingau
– A aparência pode causar má aceitação
Indicações
– Dieta de transição para dieta leve e branda
– Dificuldade de mastigação, disfagia e odinofagia, problemas
neurológicos, problemas respiratórios, risco de aspiração,
engasgos, pós operatório, alterações gastrointestinais
Dieta Pastosa
Dieta Cremosa
Características
– Normocalórica, normoglicídica, normoprotéica, normolipídica
– Semi-líquida à pastosa → Líquidos devem ser espessados
(espessante alimentar – amido modificado)
– Menos consistente que a dieta pastosa – “mingau”
– Sem apresentar pedaços de alimentos inteiros
– “Sem residual na boca”
Indicações
– Risco de broncoaspiração, problemas neurológicos,
disfagia/ofinofagia severa, pós operatório orofarígeo, câncer do
trato superior (gastro e pulmonar)
Alimentos permitidos
Alimento na forma de creme, purês, papas, mingau, semi-
líquidos, pudins, gelatina espessada.
Dieta Líquida completa
Características
– Aporte nutricional próximo às necessidades do paciente: Normocalórica à
hipocalórica, normoprotéica
– Fornece líquidos, eletrólitos, CHO, PTN e LIP
– Fácil digestão
– Alimentos na forma de líquidos ou que se liquefazem no TGI
– Pode conter leite e derivados
– Pobre em fibras; suplementação de vitaminas e minerais (se duração > 2
semanas)
• Indicações
– Dieta de transição para pastosa/ cremosa, ou desmame da dieta enteral para via
oral
– Após cirurgias de cabeça e pescoço, em doenças agudas e para pacientes
incapazes de tolerar alimentos sólidos ou com dificuldade de mastigação e
deglutição, preparo de exames, preparo cirúrgico
– Problemas inflamatórios do TGI
– Deve haver cuidado com pacientes com risco de broncoaspiração
Dieta Líquida completa
Dieta Líquida restrita / líquida de prova
Características
– Dieta líquida restrita/ líquida clara
– Altamente restritiva
– Inadequada em todos os nutrientes, devendo ser ofertada por 24-48hs;
– Hidrata e fornece nutrição mínima sem esforço digestivo (aprox 500 calorias);
– Alimentos na forma de líquidos, líquidos translúcidos (brancos), isenta de fibras
– Considerar uso de complemento nutricional pobre em resíduos em pacientes desnutridos.
Indicações
– Reiniciar a alimentação por VO quando o paciente estiver em dieta zero por muito tempo.
– Pré e pós-operatório, fístula, após extubação, iniciar a hidratação, após período de
alimentação por via intravenosa, infecções graves e diarreia aguda, sem resíduos
– Preparação para exames ou cirurgia de cólon;
– Diminuição da função do TGI;
– Identificação de sangue em vômitos e fezes
Alimentos permitidos
– Caldos de carne, caldo de legumes, sucos não cítricos e coados, água de coco, chás claros,
gelatina diet clara, maltodextrina 10 a 20%.
Sem resíduos
• Caracterísitcas
– Evitar alimentos flatulentos e que geram
residual, irritantes gástricos.
– Isenta de sacarose e lactose
– Sem fibras
– Maior fracionamento e menor volume
• Indicações
– Quadros de diarréia, devido a situações específicas
ou por efeito farmacológico. Na diarréia aguda e na
crônica (tempo maior que duas semanas), durante
a fase de manutenção.
Sem resíduos
Dieta para diabetes (DM)
• Características
– Fornece nutrientes adequados às necessidades do doente,
distribuindo-as nas várias refeições do dia
– Controle glicêmico
– Controle na ingestão de carboidratos, preferir carboidratos complexos
e evitar CHO simples
– Isenta de açúcar simples, mel, glicose, sacarose, controlada em lactose
– Normal em relação aos outros nutrientes, podendo ser rica em fibras
– Indicada para manter os níveis glicêmicos normais, evitando
descompensações decorrentes de abusos alimentares
• Indicações
– Pacientes com diabetes ou que necessitem de controle glicêmico
Dieta para diabetes (DM)
Dieta hipolipídica
• Características
– PGS → pouca gordura saturada
– Reduzida e modificada nas gorduras para facilitar a digestão e
absorção das mesmas
– Para dietas com controle de lipídeos, diminuição de gordura
animal e industrializados (saturada e trans)
– Normocalórica, normoglicídica, normoproteíca
• Indicações
– Tratamento de dislipidemias, doenças cardíacas, problemas
hepáticos, pancreáticos ou biliares, pós cirúrgicos
Dieta hipolipídica
Dieta Hipossódica
• Características
– Dieta com controle de sal e sódio
– Alimentos preparados sem adição de sal (ou no máximo 2g de sal),
sendo retirados os enlatados, embutidos, temperos industrializados
– Normal em todos os demais nutrientes
• Indicações
– Pacientes que necessitam controlar a ingestão de sódio, devido a
hipertensão (arterial ou pulmonar) ou insuficiência cardíaca, renal ou
hepática. Doenças cardiovasculares, retenção hídrica, edema, cirrose
hepática, hipertensão portal, tratamento com cortisona
• Características
– Normal em nutrientes, rica em fibras e alimentos
laxativos
– Aumentar a hidratação
• Indicações
– Indicada para estimular os movimentos
peristálticos, regularizando o trânsito intestinal
– Indivíduos que apresentam constipação/
obstipação intestinal
Dieta Laxativa
Dieta Hipercalórica
• Características
– Dieta que fornece maior quantidade calórica.
– Aumentada em quantidade, podendo ainda ser
hiperprotéica, hiperlipídica e hiperglicídica
• Indicações
– Estados infecciosos, desnutrição, queimaduras,
alguns pós-operatórios, cicatrização de feridas,
câncer (com desnutrição), AIDS (com desnutrição),
anorexia.
Dieta Hipocalórica
• Características
– Reduzida em calorias
– Menor quantidade e maior fracionamento
• Indicações
– Indivíduos que necessitem de restrições calóricas,
sobrepeso ou obesidade, Tratamento pré –
operatório de cirurgia bariátrica, obesos com
diabetes mellitus descompensada e função renal
normal, hipotireoidismo
Dieta Hipocalórica
Dieta Hiperprotéica
• Características
– Acréscimo de proteínas, com proteínas de alto
valor biológico (carne, peixe, aves, ovos, leite)
• Indicações
– Idem dieta hipercalórica e hiperprotéica –
Doenças que elevam o metabolismo, desnutrição,
hipoalbuminemia…
Dieta Hipoprotéica
• Características
– Menor conteúdo de proteínas, principalmente de
origem animal
• Indicações
– Pacientes com problemas renais ou hepáticos
• Dieta isenta de lactose
• Dieta isenta de glúten
• Dieta pobre em purina
• Dieta para pacientes com úlcera/ gastrite
• Dieta com restrição hídrica
• Entre outras…
Urografia Excretora:
Administração de contraste para visualização da vias urinárias e
identificação de cálculos radiopacos (esvaziamento do cólon, sem
resíduos)
• Preparo – véspera do exame dieta hipofermentativa, sem resíduos
e restrição líquida e no dia do exame: jejum
Perfil do paciente:
→ cultura
→ classe social
→ sexo
→ doenças predominantes
→ restrições
→ orçamento
→ tempo disponível/de internação
Redução da ingestão
e/ou aumento das
Necessidades Nutricionais perdas de nutrientes
Complicações
Desnutrição
TERAPIA NUTRICIONAL
Terapia nutricional
Manter ou Recuperar
o bom estado
nutricional Reduzir o risco de complicação
Reduzir a morbidade e a
mortalidade
→ Iniciar a TN somente após ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA
ou hospitalar
Quanto a forma de preparo:
• Dietas Enterais Industrializadas:
- preparada industrialmente
- 3 formas:
➢ Em pó para reconstituição:
- acondicionadas em pacotes hermeticamente fechados
- porções individuais (60 a 96 g)
- ou latas (+ou- 400 g)
- Necessitam de reconstituição com água ou outro veículo
Quanto a forma de preparo:
• Dietas Enterais Industrializadas:
→ Total de calorias que o paciente necessita X volume da dieta enteral que deverá ser
administrada durante o dia
- capacidade do paciente tolerar a quantidade a ser infundida.
- Ex: NEE = 2000 Kcal; pode receber até 2000 mL/dia via enteral
= DC: 1 Kcal/mL
→ Pacientes com restrição hídrica: DC (1,5 a 2 Kcal/mL).
➢ Nutrientes X osmollidade:
- CHO Simples (mono e dissacarídeos), minerais, eletrólitos
(propriedade de dissociação), PTN hidrolisadas, aas cristalinos, TGCM
(mais solúveis) = efeito osmótico
- Atenção para relação caloria não proteicas para cada grama de nitrogênio.
Fontes:
- PTN intactas : caseína, PIS, lactoalbumina, ovoalbumina, carne bovina
- parcialmente intactas: caseína, PIS, lactoalbumina, soro leite e colágeno
- Di e tripeptidios: Soro leite, PIS, lactoalbumina
- aas cristalinos
- Aminoácidos
➢ Posicionamento gástrico:
- flexibilidade,
- tolerância em relação osmolalidade – isosmolares até hiperosmolares,
- Permite volumes elevados (depende capacidade câmara gástrica,
- até 1 L por vez,
- funil plástico (gastrostomias com sondas calibrosas) OU seringas (bolus)
OU equipo próprio com pinça para gotejamento intermitente
OU Bomba infusão (continua)
Escolha da Via de Administração, Tipo infusão, tempo.
➢ Posicionamento Pós-pilórico:
- Preferencialmente dietas Isosmolares ou Levemente Hiperosmolares
✓ Método Intermitente:
- Volume não muito elevados – 200 a 300 mL em cada horário.
- Alguns casos tolerância de até 500 mL/horário.
Nutrição Parenteral
• É definida pela Portaria nº 272 como uma
solução ou emulsão composta basicamente de
CHO, aas, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e
apirogênica, acondicionada em recipiente de
vidro ou plástico, destinada à administrada
endovenosamente em pacientes desnutridos ou
não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando à síntese ou à manutenção
dos tecidos, órgãos ou sistemas.
Nutrição Parenteral
• Mistura:
- homogênea
- Estável
- Não deve apresentar partículas nem corpos estranhos
- Coloração – Incolor (sem vitaminas)
- amarela (com vitaminas)
- Aparência – Leitosa (com lipídios)
- Translúcida (sem lipídios)
Nutrição Parenteral
• Classificação:
- NP dois-em-um: Possui Ptn e CHO
- NP três-em-um ou NP total: Possui Ptn, CHO e Lipídios
• Central
➢ NPT através de intracath (cateter venoso central)
▪ veia jugular ou sub-clávia, ou PICC (cateter central de inserção periférica) – grosso
calibre e fluxo sg alto
➢ Possibilita o uso de soluções de maior osmolaridade (1800 mOsm/kg)
➢ Menor volume ofertado - (IC, IR ou Ins. hepática)
➢ Previsão de uso de NP > 10 - 14 dias
➢ Situações de hipercatabolismo (stress severo)
➢Desvantagens: Maior risco de Infecções e
complicações
• Periférica - (NPP através de veia periférica)
O modo mais prático para o cálculo do peso ideal ou desejável é pela utilização
do IMC:
peso ideal ou desejável = IMC* desejado × estatura (m)2.
Para homens, o IMC desejado é 22 kg/m2 e para as mulheres 21 kg/m2
ADEQUAÇÃO DO PESO
PESO AJUSTADO
Rabito (2006):
Peso corporal (kg) = (0,5759 x CB) + (0,5263 x CA*) + (1,2452 x CP) – (4,8689 x
sexo*) ± 32,9241
Em que: *sexo masculino = 1 e sexo feminino = 2.
MUDANÇA DE PESO
ÁCIDO ÚRICO
ANTICORPO ANTIGLIADINA
- Suspeita de intolerância ao glúten.
BILIRRUBINAS
- Paciente com icterícia.
- Investigar obstrução ao fluxo biliar e lesão hepatocelular.
CÁLCIO
- Diagnóstico de disfunção da glândula paratireoide.
- Investigação de litíase urinária.
- Manifestações neuromusculares.
- Monitoramento de síndrome de lise tumoral.
- Monitoramento em pacientes com insuficiência renal.
Avaliação Bioquímica
CÁLCIO
insuficiência renal
Avaliação Bioquímica
D-XILOSE
FERRITINA
FERRO
- Diagnóstico de hemocromatose e hemossiderose.
- Diagnóstico diferencial de anemias.
FOSFATASE ALCALINA
- Destruição ou remodelagem óssea.
FRUTOSAMINA
- Avaliação do controle metabólico em pacientes com DM.
GGT
- Acompanhamento de pacientes submetidos a transplante de fígado.
- Alcoolismo.
GLICOSE DE JEJUM
HEMOGLOBINA GLICADA
HOMOCISTEÍNA
- Rastreamento de DCV e cerebrovasculares.
- Investigação de doenças veno-oclusivas.
TSH
INSULINA
LIPASE PANCREÁTICA
- Diagnóstico de doenças pancreáticas.
PCR
- Acompanhamento de processos inflamatórios agudos e infecções.
SÓDIO
- Diagnóstico e tratamento de desidratação e hiper-hidratação.
TAP
- Avaliação da função hepática.
- Rastreamento de distúrbios do sistema de coagulação.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
MÉTODOS MÉTODOS
DIRETOS INDIRETOS
Consumo
alimentar
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - SUBJETIVOS
Albumina: Pré-albumina:
Método prognóstico, refletindo mais a Apresenta algumas limitações semelhantes
gravidade da doença. àquelas encontradas na albumina;
Utilização como parâmetro nutricional Diversos fatores não relacionados à
é questionada, pois sua concentração no nutrição promovem alteração na sua
soro pode sofrer influência de diversos concentração plasmática;
fatores como estresse metabólico, Não utilizá-la como marcador nutricional
hidratação corporal, desnutrição, isolado em pacientes propensos a
infecções, traumas, dentre outros. apresentar processos inflamatórios
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - OBJETIVOS
LINFÓCITOS
A relação entre estado nutricional e imunidade é bem evidente.
A redução da imunidade celular é observada à medida que o paciente
desnutre com isso a utilização da resposta imunológica auxilia na
identificação de alterações nutricionais.
A contagem total de linfócitos (% linfócitos x leucócitos/ 100) pode ser
utilizada para avaliar a competência imunológica momentânea,
indicando as condições de defesa do organismo.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL TRIAGEM NUTRICIONAL
TRIAGEM NUTRICIONAL:
➢ Identificar aqueles que estão em risco nutricional, e se uma
avaliação nutricional mais detalhada será necessária;
➢ Refere-se a apenas detectar a presença de risco de desnutrição
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL:
➢ Caracteriza o estado nutricional do indivíduo mais profundamente;
➢ Além de detectar desnutrição, também classifica seu grau e permite
coleta de informações que auxiliem em sua correção.
TRIAGEM NUTRICIONAL
03- A respeito das características das fórmulas enterais, assinale V (verdadeiro) ou F (falso)
em cada uma das sentenças abaixo:
( ) Dietas normocalóricas apresentam densidade calórica entre 0,9 kcal/ml e 1,2 kcal/ml.
( ) Dietas elementares apresentam os macronutrientes, em especial a proteína, em sua
forma intacta (polipeptídio).
( ) Dietas com maiores densidades calóricas apresentam menores quantidades de água.
( ) Dietas poliméricas apresentam especialmente as proteínas na forma intacta.
( ) Dietas enterais contendo 300 mOsm/Kg a 350 mOsm/Kg de água são consideradas
isotônicas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) F, F, V, V, V.
b) V, F, V, V, V.
c) F, V, V, V, F.
d) F, V, F, V, V.
d) V, V, F, V, F.
Exercícios – Unidade II
02- Alterações específicas na atividade de um fármaco podem ser causadas por um ou mais
nutrientes, ou alterações na cinética de um nutriente podem ser ocasionadas por um
fármaco. Quais dos fármacos abaixo são reconhecidos por interferirem na absorção da
vitamina B12?