Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2018;84(1):3---14
Brazilian Journal of
OTORHINOLARYNGOLOGY
www.bjorl.org
ARTIGO ESPECIAL
t
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Escola Paulista de Medicina, Departamento de Otorrinolaringologia, São Paulo, SP,
Brasil
u
Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do
Trabalho, São Paulo, SP, Brasil
v
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Escola Paulista de Medicina, Departamento de Pediatria --- Divisão de Alergia,
Imunologia Clínica e Reumatologia, São Paulo, SP, Brasil
KEYWORDS Abstract
Consensus; Introduction: The guidelines on allergic rhinitis aim to update knowledge about the disease and
Rhinitis; care for affected patients. The initiative called ‘‘Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma’’,
Allergic rhinitis initially published in 2001 and updated in 2008 and 2010, has been very successful in dissemina-
ting information and evidence, as well as providing a classification of severity and proposing a
systemized treatment protocol. In order to include the participation of other medical professi-
onals in the treatment of allergic rhinitis, it is important to develop algorithms that accurately
indicate what should and can be done regionally.
Objective: To update the III Brazilian Consensus on Rhinitis --- 2012, with the creation of an
algorithm for allergic rhinitis management.
Methods: We invited 24 experts nominated by the Brazilian Association of Allergy and Immu-
nology, Brazilian Association of Otorhinolaryngology and Head and Neck Surgery and Brazilian
Society of Pediatrics to update the 2012 document.
Results: The update of the last Brazilian Consensus on Rhinitis incorporated and adapted the
relevant information published in all ‘‘Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma’’ Initiative
documents to the Brazilian scenario, bringing new concepts such as local allergic rhinitis, new
drugs and treatment evaluation methods.
Conclusion: A flowchart for allergic rhinitis treatment has been proposed.
© 2017 Published by Elsevier Editora Ltda. on behalf of Associação Brasileira de Otorrinolarin-
gologia e Cirurgia Cérvico-Facial. This is an open access article under the CC BY license (http://
creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
de histórico alérgico pessoal e familiar é fundamental, assim preferencialmente com alérgenos padronizados, escolhidos
como a identificação dos fatores desencadeantes.12 de acordo com a relevância clínica pela história, idade
do paciente, profissão, pelo ambiente, pela distribuição
Fatores desencadeantes regional de alérgenos e sob a supervisão direta de médico
devidamente capacitado para se evitarem os falso-positivos
e falso-negativos e as potenciais reações sistêmicas.18 A
Estudos nacionais reforçam a participação dos ácaros domés-
intensidade da reação geralmente é mais reduzida nos
ticos como os principais agentes etiológicos da rinite
extremos da vida e a presença de eczema extenso ou
alérgica, seguidos por alérgenos de barata, epitélio de ani-
dermografismo, o uso de anti-histamínicos orais e o uso
mais domésticos e mais raramente fungos.13,14 Na Região Sul
de corticosteroides tópicos por mais de sete dias são
do país os pólens têm importância na sensibilização de adul-
contraindicações do teste.18
tos e crianças.15 Reforça-se o papel dos irritantes da mucosa
Embora níveis elevados de IgE sérica total sejam admiti-
com especial ênfase aos poluentes e irritantes (tabela 1).16
dos por alguns autores como sinônimo de doença alérgica,
Os alimentos raramente desencadeiam sintomas respira-
podem ser detectados também em diferentes doenças,
tórios de modo isolado. Na maioria das vezes vêm como
como infecção pelo HIV, aspergilose pulmonar alérgica, sinu-
manifestações associadas a quadros mais graves como a
site fúngica alérgica, linfomas, tuberculose, parasitoses com
anafilaxia.17
ciclo pulmonar, entre outras. Assim, o seu valor no diagnós-
tico de alergias é limitado. À semelhança dos SPT, os níveis
Fisiopatogenia de IgE total sérica são baixos nos primeiros anos de vida.19
Por outro lado, a presença de IgE sérica específica a um
Mecanismos celulares e moleculares participantes da reação determinado alérgeno é forte indicador de sensibilização
alérgica e responsáveis pela inflamação alérgica são apre- alérgica, mas não deve ser valorizada na ausência de
sentados de modo a facilitar o entendimento dos diferentes sintomas alérgicos.20,21 Tem sensibilidade e especificidade
endotipos de rinite propostos.9 similares aos do SPT, é mais onerosa, requer punção venosa,
laboratório especializado e maior tempo para obtenção
do resultado. Entretanto, não sofre a interferência de
Recursos diagnósticos
medicações e das condições da pele, é isenta de risco de
reações alérgicas graves, permite a avaliação de número
De acordo com a finalidade de avaliação eles podem ser divi-
maior de alérgenos, tem melhor reprodutibilidade e não tem
didos em: a) diagnóstico etiológico, b) avaliação da cavidade
interferência da técnica na feitura do exame.20
nasal, c) avaliação por imagem e d) avaliação complementar.
Mais recentemente, a aquisição do Component Resolved
Diagnostic (CRD) permitiu a determinação de IgE específica a
a) Diagnóstico etiológico múltiplos alérgenos (recombinantes ou não) com o emprego
Os exames subsidiários mais importantes no diagnóstico eti- da técnica de microarray (ex: Immuno Solid Phase Allergen
ológico da rinite alérgica, tanto pela especificidade como (ISAC) e possibilitou maior precisão diagnóstica e a possi-
pela sensibilidade, são os skin prick test (SPT) e a avaliação bilidade de discriminar cossensibilização de sensibilização
dos níveis séricos de IgE alergenoespecífica. O diagnóstico de cruzada por diferentes alérgenos que apresentam a mesma
alergia e a identificação dos alérgenos mais relevantes em proteína em sua composição.21,22
cada caso são importantes pela perspectiva de intervenções ®
No Brasil, está disponível o ImmunoCap-ISAC (Thermo-
preventivas dirigidas, como o controle ambiental, pelas Fisher Scientific), uma plataforma múltipla que identifica
opções de tratamento farmacológico e, finalmente, pela 112 componentes, naturais ou recombinantes, de 51 fontes
opção da imunoterapia específica com alérgenos. alergênicas. O custo elevado ainda o restringe a casos muito
Os SPT com aeroalérgenos são os recursos mais usa- especiais.
dos no diagnóstico da alergia respiratória e evidenciam Apesar de os testes de provocação nasal (TPN) serem
reações alérgicas mediadas por IgE. Devem ser executados mais empregados na área de pesquisa, têm se mostrado úteis
no diagnóstico de rinite alérgica, inclusive a rinite alérgica entendimento e de baixo custo.33 São exemplos desses
local, e de rinite não alérgica.23---25 São úteis no diagnóstico questionários: Rhinoconjunctivitis Quality of Life Questi-
da rinite ocupacional, têm por objetivo identificar e quanti- onnaire (RQLQ),34 Mini Rhinoconjunctivitis Quality of Life
ficar a relevância clínica de alérgenos inaláveis ou irritantes Questionnaire (MiniRQLQ)35 e Pediatric Rhinoconjunctivitis
ocupacionais.23,24 Os TPN devem ser feitos por médicos Quality of Life Questionnaire (PRQLQ).36
especializados, em locais apropriados e com o emprego de
extratos alergênicos padronizados. Avaliação da resposta
Comorbidades
nasal pode ser feita por escore de sintomas, mas o uso de
método objetivo de monitoramento é recomendado.23,24
As principais comorbidades associadas à rinite alérgica são:
asma, conjuntivite alérgica, rinossinusite aguda, crônica,
b) Avaliação da cavidade nasal otite média com efusão e as alterações do desenvolvimento
Outros exames (citologia nasal, bacterioscopia e cultura de craniofacial dos respiradores bucais em crianças, além de
secreções de vias aéreas, avaliação do olfato, permeabili- apneia e hipopneia obstrutiva do sono, tanto em crianças
dade nasal [rinometria acústica, rinomanometria, pico de como em adultos.12
fluxo nasal]) são usados com menor frequência.12
Tratamento
c) Avaliação por imagem
A radiografia simples da rinofaringe é útil para o diagnós- Constam do tratamento do paciente com rinite alérgica
tico de obstrução nasal por hipertrofia da tonsila faríngea medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas. As
(adenoide) ou por outros processos tumorais da rinofaringe. medidas não farmacológicas visam a reduzir a exposição
A dos seios paranasais (incidências de Caldwell e Waters) do paciente aos agentes irritantes e/ou aos quais é sen-
não tem papel no diagnóstico da rinite alérgica.26 sibilizado. Embora haja discussão com relação aos efeitos
A tomografia computadorizada e a ressonância nuclear dessas medidas de controle ambiental sobre o controle das
magnética de seios paranasais podem ser necessárias na alergias respiratórias, elas têm sido defendidas por vários
avaliação de quadros inflamatórios e infecciosos crônicos pesquisadores.37 A tabela 2 reúne as principais medidas a
sinusais, em complicações de quadros infecciosos agudos e serem tomadas para um controle ambiental efetivo.16
na avaliação de processos tumorais benignos e malignos.26 Como medidas farmacológicas destacamos as diferentes
classes de medicamentos habitualmente usados na aborda-
d) Avaliação complementar gem terapêutica dos pacientes com rinite alérgica: anti-
Sabe-se que a rinite alérgica gera elevado impacto sobre a -histamínicos H1 isolados (anti-H1; sistêmicos ou tópicos),
vida dos pacientes e de seus parentes. Recentemente foram descongestionantes (sistêmico, tópico nasal), corticoste-
idealizados questionários autoaplicáveis que permitem uma roides (sistêmico, tópico nasal), cromoglicato dissódico,
avaliação mais ampla dos pacientes e assim possibilitam antagonistas de receptores de leucotrienos. Além desses, a
abordagem terapêutica mais personalizada e abrangente. solução salina, a imunoterapia alergenoespecífica e, mais
Entre eles destacam-se os que avaliam distúrbios do sono e recentemente, agentes imunobiológicos têm composto o
os de qualidade de vida. arsenal terapêutico de pacientes com rinite alérgica.12
Distúrbios relacionados ao sono (DRS) têm associação Os anti-H1 são considerados medicamentos de primeira
com fatores ambientais, sociais, culturais, biológicos, fami- linha no tratamento da RA, sobretudo os de segunda geração
liares e emocionais e geralmente são pouco relatados ou não clássicos.2,3,7 Por atuar sobre o receptor H1 da hista-
e consequentemente não valorizados e investigados.27,28 mina, aliviam de forma eficaz os sintomas da fase imediata
A polissonografia, considerada o padrão-ouro para o diag- da RA, como o prurido nasal, os espirros, a rinorreia e os sin-
nóstico de DRS, é uma avaliação objetiva, entretanto seu tomas oculares associados, e parcialmente o bloqueio nasal,
custo é elevado, é de difícil feitura, o que limita seu uso característico da fase tardia da doença.38 Por serem menos
em estudos populacionais. Diários de sono são baratos, lipofílicos e terem baixa passagem pela barreira hemato-
mas requerem tempo para preenchimento e são difíceis de encefálica, fixam-se pouco aos receptores H1 cerebrais e
interpretar.28 consequentemente causam menos efeitos adversos sobre o
Recentemente, questionários escritos têm sido desenvol- sistema nervoso central como sedação.39
vidos para avaliação de DRS em diversas faixas etárias. São Os anti-H1 de segunda geração tem início rápido de ação
autoadministrados e de fácil aplicação, com custo baixo e são medicamentos para uso por tempo variável (uma a
e úteis para grandes estudos.29,30 Um exemplo é o Chil- quatro semanas), podem também ser usados por tempo
dren’s Sleep Habits Questionnaire (CSQH).31 Estudo recente prolongado em casos moderados-graves e persistentes. Em
documentou escore significativamente maior do CSHQ em virtude de seu excelente perfil de segurança e vantagens
crianças com asma e/ou rinite em comparação com crianças terapêuticas no tratamento da rinite alérgica, os anti-H1 de
saudáveis, em especial naquelas nas quais a doença era mal segunda geração devem ser sempre priorizados em relação
controlada.32 aos compostos mais antigos para todas as faixas etárias.40---42
Outros instrumentos que têm sido cada vez mais empre- Além das formulações orais, atualmente são disponíveis
gados no seguimento de pacientes com rinite alérgica são anti-histamínicos para uso tópico nasal e ocular. Os anti-H1
os questionários de qualidade de vida em saúde (Health tópicos nasais têm eficácia similar aos compostos orais e
Related Quality of Life, HRQL), pois permitem avaliar de apresentam como vantagem terapêutica início de ação
forma mais ampla o quanto a doença interfere no dia mais rápido e maior efetividade no controle da obstrução
a dia do paciente. São curtos, autoaplicáveis, de fácil nasal.43---45
8 Sakano E et al.
similar à observada com os pacientes tratados com placebo. e crônicas. Por ser método barato, prático e bem tolerado
Até o momento não há dados suficientes sobre segurança de tornou-se muito difundido. O uso da solução salina facilita
seu uso em mulheres grávidas ou em amamentação.55,61 a remoção de secreções, promove consequentemente alívio
O cromoglicato dissódico tem ação estabilizadora sobre sintomático aos pacientes.51 No caso específico das rinites
a membrana de mastócitos e, consequentemente, impede inflamatórias e alérgicas, a lavagem nasal também promove
a ação dos mediadores químicos liberados por essas células a remoção de mediadores inflamatórios presentes no muco
durante a reação alérgica. São superiores ao placebo, porém nasal, atua assim na melhoria do quadro.51 A solução salina
muito menos eficazes quando comparados com aos anti-H1 isotônica deve ser usada 1-2x ao dia, como tratamento adju-
e os CN, no controle da rinorreia, dos espirros e do prurido vante na rinite alérgica.80 A observação clínica recomenda
nasal, além de pouco atuar sobre a obstrução.2,62 Apresenta a lavagem nasal prévia antes da aplicação de outros medi-
excelente perfil de segurança, torna-se uma opção terapêu- camentos tópicos nasais.
tica aceitável em lactentes, faixa etária em que os CN não Agentes biológicos (anticorpos monoclonais humanos ou
são liberados.2,62 Devido à sua curta meia-vida, deve ser humanizados) desenvolvidos para o tratamento da asma
administrado de quatro a seis vezes ao dia, o que dificulta a grave têm sido usados, com bons resultados, em outras
adesão ao tratamento. doenças, como urticária crônica, rinossinusite crônica, poli-
O montelucaste sódico (MS) é o único composto repre- pose nasal e rinite alérgica. Sintetizados por organismos
sentante dos antagonistas de receptores de leucotrienos vivos e direcionados contra um determinante específico, por
existente no Brasil. Tem superioridade reconhecida ao pla- exemplo, uma citocina ou seu receptor.81 A identificação de
cebo no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade diferentes vias moleculares que têm significado clínico con-
de vida de pacientes com rinite alérgica.63---65 Embora o MS tribuiu para estabelecer os alvos do tratamento e levou à
não seja a primeira escolha para o tratamento de pacien- identificação dos endotipos descritos em asmáticos e que
tes com rinite alérgica, tem sido apontado como uma opção poderiam muito bem ser transferidos à rinite alérgica.82
terapêutica para os pacientes com asma e rinite alérgica Em doenças alérgicas os alvos contra os quais foram
concomitante66 e naqueles com dificuldade de adesão aos desenvolvidos agentes biológicos são: IgE, citocinas promo-
regimes de tratamento com medicação tópica nasal. Além toras de resposta Th2, como IL-4, IL-5, IL-9, IL-13, IL-31, e
disso, podem ser considerados nos casos de rinossinusite crô- TSLP, receptor para quimiocinas CCR4 e moléculas de super-
nica com polipose nasal, na doença respiratória exacerbada fície e adesão CD2, CD11a, CD20, CD25, CD52 e ligante OX40.
por aspirina (AERD). No entanto, há poucas evidências de uso de biológicos em
Recentemente uma associação entre um anti-H1 (levoce- rinite alérgica.
tirizine 5 mg + montelucaste de sódio 10 mg) para indivíduos Metanálise avaliou a eficácia e segurança de omalizu-
maiores de 18 anos foi disponibilizada para uso.67 Estudos mabe em pacientes com rinite alérgica não controlada e o
em adultos mostram que a terapia combinada é superior associou de modo significante a alívio de sintomas, redução
a ambas as medicações quando administradas de modo do consumo de medicação de resgate e melhoria da qua-
isolado.68---70 lidade de vida nesses pacientes.83 O omalizumabe é, em
A imunoterapia alergenoespecífica (ITE) permanece geral, bem tolerado e a sua readministração não é seguida
como o único tratamento modificador da doença alérgica.71 pela formação de anticorpos contra a medicação, portanto
Além disso, proporciona benefícios duradouros após a sua não se mostrou imunogênico.84 Além disso, a adição de anti-
descontinuação,72 previne a progressão da doença, inclusive -IgE à imunoterapia alérgeno específica reduziu o índice de
o desenvolvimento de asma,73,74 bem como o desenvolvi- reações sistêmicas à ITE.85---87
mento de novas sensibilizações.75---77 Biológicos, inclusive anti-IL-5 (mepolizumabe, reslizu-
A ITE é recomendada no tratamento de adultos e crianças mabe) e anti-IL4/13 (dupilumabe), foram estudados em
(> 5 anos) com rinite alérgica moderada/grave intermi- pacientes com diferentes condições, mas a eficácia não
tente e em todas as formas persistentes,77 sempre por ocorreu em todos os pacientes. O alvo desses biológicos
especialista em alergologia. A indicação da ITE deve estar são moléculas específicas que participam dos mecanismos
fundamentada na comprovação da sensibilização alergeno- patogenéticos da asma, rinite, dermatite atópica e rinossi-
específica por métodos in vivo ou in vitro, na relevância nusite crônica.88 O que se espera é o controle das doenças
do(s) alérgeno(s) no desencadeamento de sintomas, na pela redução da inflamação imunológica e da produção de
impossibilidade de evitar a exposição ao(s) alérgeno(s) e na anticorpos IgE. Há necessidade de estudos delineados para
disponibilidade de extrato alergênico padronizado e com- avaliar a ação desses recursos terapêuticos com desfecho
provadamente eficaz.12,78 É procedimento terapêutico de primário na rinite alérgica.89
longa duração.
São contraindicações absolutas de ITE: asma não contro-
lada, doença autoimune ativa, neoplasia maligna, crianças Avaliação do controle clínico
menores de dois anos e pacientes com infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV). São contraindicações rela- De modo semelhante ao observado em diversas doenças crô-
tivas: asma parcialmente controlada, doença autoimune em nicas, como a asma e a urticária crônica, o conceito de
remissão, uso de betabloqueadores, doenças cardiovascu- controle clínico na rinite tem sido valorizado nos últimos
lares, crianças entre dois e cinco anos, infecção pelo HIV anos. Esse conceito pode ser definido como o nível no qual
(classificação A e B; CD4 > 200 células/mm3 ), infecções crô- os objetivos do manejo da doença são alcançados pelo tra-
nicas, imunodeficiências e uso de imunossupressores.79 tamento instituído.90
A lavagem nasal com soluções salinas tem sido empregada Diferentemente do nível de gravidade da doença, cri-
como coadjuvante no tratamento de afecções nasais agudas tério classicamente empregado para definir o tratamento
IV Brazilian Consensus on Rhinitis - an update on allergic rhinitis 11
Intermitente Persistente
Melhora:
Rever paciente após Rever paciente após Reduzir medicação
2 − 4 semanas 2 − 4 semanas e manter por 1 mês
Falha: Falha:
Aumentar Rever diagnóstico, adesão e Rever diagnóstico, adesão
tratamento investigar infecção ou outras investigar infecção ou outras
causas causas
Imunoterapia específica
Anti-H1 − anti-histamínico H1; Cortic. − corticosteroide; a − sem ordem de preferência; b - acima de 6 anos; c − em ordem de preferência;
d - acima de 18 anos.
da rinite,2 o controle da rinite parece ser um critério mais obstrução nasal refratária ao tratamento clínico e que
adequado para nortear o seu tratamento.90 Entretanto, a apresentam hipertrofia da concha inferior.41 Os benefí-
avaliação do controle da doença deve ser personalizada e cios relatados por estudos observacionais indicam potencial
nada substitui o adequado seguimento da rinite alérgica melhoria da respiração e consequente melhoria na qualidade
no contexto da relação médico-paciente. Diversos instru- de vida, assim como a melhor distribuição dos medicamentos
mentos foram desenvolvidos com o objetivo de auxiliar a tópicos na cavidade nasal.40
avaliação do controle da rinite por médicos e/ou atuar na Até o momento, nenhuma técnica foi estabelecida como
triagem de pacientes não controlados na atenção padrão-ouro. A seleção da técnica a ser empregada é indivi-
primária.90,91 Entre eles destacam-se a escala visual dualizada e depende de fatores como, por exemplo, maior
analógica (EVA) e questionários/escores de avaliação. ou menor componente ósseo ou mucoso da concha inferior,
A EVA foi recentemente proposta por algumas organizações experiência do cirurgião, equipamentos disponíveis, custo,
e sociedades médicas como ferramenta para a autoavaliação entre outros.100
rotineira do paciente e como método auxiliar no manejo do
tratamento farmacológico.4,92,93
Considerações finais
Os questionários/escores de avaliação de controle, pro-
postos mais recentemente, diferem no enfoque dado ao
Com base nas recomendações para tratamento da rinite
conceito de controle, ora abordam mais intensamente os
alérgica publicadas pela iniciativa ARIA2,4,5 e pela Acade-
sintomas da doença, ora valorizam o impacto das consequên-
mia Europeia de Alergia e Imunologia, Americana de Asma,
cias da rinite nas atividades e na vida diária. Além disso,
Alergia e Imunologia9 e Americana de Otorrinolaringologia,40
observam-se questionários específicos para a avaliação da
propusemos o fluxograma para o tratamento (figura 1).
rinite e questionários que abordam simultaneamente a rinite
e a asma. Entre esses destacam-se: Rhinitis Control Asses-
sment Test (RCAT),94,95 Rhinitis Control Scoring System Conflitos de interesse
(RCSS)96 e Allergic Rhinitis Control Test.97 O Control of Aller-
gic Rhinitis and Asthma Test (CARAT) foi idealizado para Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
avaliar conjuntamente o controle de pacientes com asma
e rinite em adolescentes e adultos98 e o Control of Allergic
Rhinitis and Asthma Test --- Kids (CARATkids) para crianças Referências
de seis a 12 anos.99
1. Bousquet J, Van Cauwenberge P, Khaltaev N, Aria Workshop
Group; World Health Organization. Allergic rhinitis and
Tratamento cirúrgico its impact on asthma. J Allergy Clin Immunol. 2001;108
Suppl:S147---334.
O tratamento cirúrgico na rinite alérgica tem por finalidade 2. Bousquet J, Khaltaev N, Cruz AA, Denburg J, Fokkens WJ,
corrigir as alterações anatômicas nasossinusais crônicas Togias A, et al. Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma
associadas. Isso é especialmente válido para pacientes com (ARIA) 2008 update (in collaboration with the World Health
12 Sakano E et al.
Organization, GA(2)LEN and AllerGen). Allergy. 2008;63 Suppl editors. Middleton’s allergy principles and practice. 8th ed.
86:8---160. Philadelphia: Elsevier Saunders; 2014. p. 1119---32.
3. Brozek JL, Bousquet J, Baena-Cagnani CE, Bonini S, Cano- 19. Smith PH, Ownby DR. Clinical significance of immunoglobulin
nica GW, Casale TB, et al. Allergic Rhinitis and its Impact on E. In: Adkinson NF Jr, et al., editors. Middleton’s allergy prin-
Asthma (ARIA) guidelines: 2010 revision. J Allergy Clin Immu- ciples and practice. 8th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders;
nol. 2010;126:466---76. 2014. p. 1108---18.
4. Bousquet J, Schünemann HJ, Hellings PW, Arnavielhe S, 20. Scadding GK, Scadding GW. Diagnosing allergic rhinitis. Immu-
Bachert C, Bedbrook A, et al. MACVIA clinical decision algo- nol Allergy Clin N Am. 2016;36:249---60.
rithm in adolescents and adults with allergic rhinitis. J Allergy 21. Canonica GW, Ansotegui IJ, Pawankar R, Schmid-Grendelmeier
Clin Immunol. 2016;138, 367---374.e2. P, van Hage M, Baena-Cagnani CE, et al. A WAO --- ARIA --- GA2LEN
5. Brożek JL, Bousquet J, Agache I, Agarwal A, Bachert C, consensus document on molecular-based allergy diagnostics.
Bosnic-Anticevich S, et al. Allergic Rhinitis and its Impact on World Allergy Organ J. 2013;6:17.
Asthma (ARIA) guidelines----2016 revision. J Allergy Clin Immu- 22. Matricardi PM, Kleini-Tebbe J, Hoffmann HJ, Valenta R,
nol. 2017;140:950---8. Hilger C, Hofmaier S, et al. EAACI Molecular Allergology
6. Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e Associação User’s Guide. Pediatr Allergy Immunol. 2016;27 Suppl 23:
Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. II 1---250.
Consenso Brasileiro sobre Rinites --- 2006. Rev Bras Alerg Imu- 23. Dordal M, Lluch-Bernal M, Sanchez M, Rondon C, Navarro A,
nopatol. 2006;75:29---59. Montoro J, et al. Allergen-specific nasal provocation testing:
7. Solé D, Sakano E, Cruz AA, Pastorino AC, Prado EA, Castro review by the rhinoconjunctivitis committee of the Spanish
FM, et al. III Consenso Brasileiro sobre Rinites --- 2012. Braz Society of Allergy and Clinical Immunology. J Investig Allergol
J Otorhinolaringol. 2012;75:1---51. Clin Immunol. 2011;21:1---12.
8. International Consensus Report on Diagnosis and Management 24. Gosepath J, Amedee R, Mann W. Nasal provocation testing as
of Rhinitis. International Rhinitis Management Working Group. an international standard for evaluation of allergic and nonal-
Allergy. 1994;49:1---34. lergic rhinitis. Laryngoscope. 2005;115:512---6.
9. Muraro A, Lemanske RF Jr, Hellings PW, Akdis CA, Bieber T, 25. Rondon C, Fernandez J, Canto G, Blanca M. Local allergic rhini-
Casale TB, et al. Precision medicine in patients with aller- tis: concept, clinical manifestations, and diagnostic approach.
gic diseases: airway diseases and atopic dermatitis-PRACTALL J Investig Allergol Clin Immunol. 2010;20:364---71.
document of the European Academy of Allergy and Cli- 26. Joshi VM, Sansi R. Imaging in sinonasal inflammatory disease.
nical Immunology and the American Academy of Allergy, Neuroimaging Clin N Am. 2015;25:549---68.
Asthma & Immunology. J Allergy Clin Immunol. 2016;137: 27. Zhang J, Li AM, Fok TF, Wing YK. Roles of parenteral
1347---58. sleep/wake patterns, socioeconomics status and daytime acti-
10. Hellings PW, Klimek L, Cingi C, Agache I, Akdis C, Bachert vities in the sleep/wake patterns of children. J Pediatr.
C, et al. Non-allergic rhinitis: position paper of the European 2010;156:606---12.
Academy of Allergy and Clinical Immunology. Allergy. 2017, 28. Owens JA. Classification and epidemiology of childhood sleep
https://doi.org/10.1111/all.13200 [Epub ahead of print]. disorders. Prim Care. 2008;35:533---46.
11. Solé D, Rosário Filho NA, Sarinho ES, Camelo-Nunes IC, Barreto 29. Alfano CA, Smith VC, Reynolds KC, Reddy R, Dougherty LR.
BAP, Medeiros ML, et al. Prevalence of asthma and allergic dise- The Parent-Child Sleep Interactions Scale (PSIS) for pre scho-
ases in adolescents: nine-year follow-up study (2003---2012). olers: factor structure and initial psychometric properties.
J Pediatr (Rio J). 2015;91:30---5. J Clin Sleep Med. 2013;9:1153---60.
12. Sakano E, Sarinho EC, Solé D, Cruz AA, Pastorino AC, Tamashiro 30. Certal V, de Lima FF, Winck JC, Azevedo I, Costa-Pereira
E, et al. IV Consenso Brasileiro sobre Rinites --- Documento A. Translation and cross-cultural adaptation of the Pediatric
conjunto elaborado pelas Associação Brasileira de Alergia Sleep Questionnaire into Portuguese language. Int J Pediatr
e Imunologia, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Otorhino-Laryngol. 2015;79:175---8.
e Cirurgia Cérvico Facial e Sociedade Brasileira de Pedia- 31. Owens JA, Spirito A, McGuinn M. The children’s Sleep Habits
tria. http://www.aborlccf.org.br/consensos/Consenso sobre Questionnaire (CSHQ): psychometric of a survey instrument for
Rinite-SP-2017.pdf school-aged children. Sleep. 2000;23:1043---51.
13. Pastorino AC, Kuschnir FC, Arruda LK, Casagrande RR, de Souza 32. Urrutia-Pereira M, Solé D, Chong Neto HJ, Acosta V, Cepeda AM,
RG, Dias GA, et al. Sensitisation to aeroallergens in Brazilian Álvarez-Castelló M, et al. Sleep disorders in Latin-American
adolescents living at the periphery of large subtropical urban children with asthma and/or rhinitis and normal controls.
centres. Allergol Immunopathol (Madr). 2008;36:9---16. Allergol Immunopathol (Madr). 2017;45:145---51.
14. Sarinho EC, Mariano J, Sarinho SW, Medeiros D, Rizzo JA, 33. Juniper EF, Ståhl E, Doty RL, Simons FE, Allen DB,
Almerinda RS, et al. Sensitisation to aeroallergens among asth- Howarth PH. Clinical outcomes and adverse effect monito-
matic and non-asthmatic adolescents living in a poor region ring in allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol. 2005;115:
in the Northeast of Brazil. Allergol Immunopathol (Madr). S390---413.
2009;37:239---43. 34. Juniper EF, Guyatt GH, Griffith LE, Ferrie PJ. Interpretation of
15. Chong Neto HJ, Rosario CS, Rosario BA, Chong FH, Grasselli rhinoconjunctivitis quality of life questionnaire data. J Allergy
EA, Silva FC, et al. Allergic rhinitis in preschool children from Clin Immunol. 1996;98:843---5.
southern Brazil. Allergy. 2014;69:545---7. 35. Juniper EF, Thompson AK, Ferrie PJ, Roberts JN. Development
16. Rubini NPM, Wandalsen GF, Rizzo MCV, Aun MV, Chong Neto HJ, and validation of the mini Rhinoconjunctivitis Quality of Life
Sole D. Guia prático sobre controle ambiental para pacientes Questionnaire. Clin Exp Allergy. 2000;30:132---40.
com rinite alérgica. Arq Alergia Imunol. 2017;1:7---22. 36. Juniper EF, Howland WC, Roberts NB, Thompson AK, King DR.
17. Simons FE, Ardusso LR, Bilò MB, Cardona V, Ebisawa M, Measuring quality of life in children with rhinoconjunctivitis.
El-Gamal YM, et al. International consensus on (ICON) anaphy- J Allergy Clin Immunol. 1998;101:163---70.
laxis. World Allergy Organ J. 2014;7:9. 37. Le Cann P, Paulus H, Glorennec P, Le Bot B, Frain S, Gangneux
18. Chiriac AM, Bousquet J, Demoly P. Cap 70. In vivo methods for JP. Home environmental interventions for the prevention or
the study and diagnosis of allergy. In: Adkinson NF Jr, et al., control of allergic and respiratory diseases: what really works.
J Allergy Clin Immunol Pract. 2017;5:66---79.
IV Brazilian Consensus on Rhinitis - an update on allergic rhinitis 13
38. Simons FE, Simons JK. Histamine and H1-antihistamines: lastine hydrochloride and fluticasone propionate. Drugs Today
celebrating a century of progress. J Allergy Clin Immunol. (Barc). 2014;50:15---31.
2011;128:1139---50. 57. Meltzer EO, LaForce C, Ratner P, Price D, Ginsberg D, Carr
39. Holgate ST, Canonica GW, Simons FE, Taglialatela M, Tharp W. MP29-02 (a novel intranasal formulation of azelastine
M, Timmerman H, et al. Consensus Group on New-Generation hydrochloride and fluticasone propionate) in the treatment
Antihistamines (CONGA): present status and recommendati- of seasonal allergic rhinitis: a randomized, double-blind,
ons. Clin Exp Allergy. 2003;33:1305---24. placebo-controlled trial of efficacy and safety. Allergy Asthma
40. Seidman MD, Gurgel RK, Lin SY, Schwartz SR, Baroody FM, Proc. 2012;33:324---32.
James R, et al. Clinical Practice Guideline: Allergic Rhinitis. 58. Meltzer E, Ratner P, Bachert C, Carr W, Berger W, Canonica
Otolaryngol Head Neck Surg. 2015;152(1S):S1---43. G, et al. Clinically relevant effect of a new intranasal therapy
41. Roberts G, Xatzipsalti M, Borrego LM, Custovic A, Halken S, (MP 29-02) in allergic rhinitis assessed by responder analysis.
Hellings PW, et al. Paediatric rhinitis: position paper of the Int Arch Allergy Immunol. 2013;161:369---77.
European Academy of Allergy and Clinical Immunology. Allergy. 59. Berger W, Bousquet J, Fox AT, Just I, Muraro A, Nieto A,
2013;68:1102---16. et al. AzeFlu is more effective than fluticasone propionate
42. Snidvongs K, Seresirikachorn K, Khattiyawittayakun L, Chit- for the treatment of allergic rhinitis in children. Allergy.
suthipakorn W. Sedative effects of levocetirizine: a systematic 2016;71:1219---22.
review and meta-analysis of randomized controlled studies. 60. Berger W, Meltzer EO, Amar N, Fox AT, Just J, Muraro A, et al.
Drugs. 2017;77:175---86. Efficacy of MP-AzeFlu in children with seasonal allergic rhinitis:
43. Kaliner MA, Berger WE, Ratner PH, Siegel CJ. The efficacy of importance of paediatric symptom assessment. Pediatr Allergy
intranasal antihistamines in the treatment of allergic rhinitis. Immunol. 2016;27:126---33.
Ann Allergy Asthma Immunol. 2011;106:S6---11. 61. Klimek L, Bousquet J, Price D. Safety evaluation of MP29-02 (a
44. LaForce CF, Corren J, Wheeler WJ, Berger WE, Rhinitis Study novel intranasal formulation of azelastine hydrochloride and
Group. Efficacy of Azelastine nasal spray in seasonal allergic fluticasone propionate) for allergic rhinitis. Expert Opin Drug
rhinitis patients who remain symptomatic after treatment with Saf. 2016;15:117---29.
Fexofenadine. Ann Allergy Asthma Immunol. 2004;93:154---9. 62. Ratner PH, Ehrlich PM, Fineman SM, Meltzer EO, Skoner DP.
45. Berger WE, White MV, Rhinitis Study Group. Efficacy of Azelas- Use of intranasal cromolyn sodium for allergic rhinitis. Mayo
tine nasal spray in patients with an unsatisfactory response to Clin Proc. 2002;77:350---4.
loratadine. Ann Allergy Asthma Immunol. 2003;91:205---11. 63. Grainger J, Drake-Lee A. Montelukast in allergic rhinitis:
46. Laccourreyea O, Wernerb A, Giroud J-P, Couloignerd V, Bonfilsa a systematic review and meta-analysis. Clin Otolaryngol.
P, Bondon-Guittone B. Benefits, limits and danger of ephe- 2006;31:360---7.
drine and pseudoephedrine as nasal decongestants. Eur Ann 64. Rodrigo GJ, Yanez A. The role of antileukotriene therapy in
Otorhinolaryngol Head Neck Dis. 2015;132:31---4. seasonal allergic rhinitis: a systematic review of randomized
47. Vernacchio L, Kelly JP, Kaufman DW, Mitchell AA. Pseudoephe- trials. Ann Allergy Asthma Immunol. 2006;96:779---86.
drine use among US children, 1999---2006: results from the 65. Nayak A, Langdon RB. Montelukast in the treatment of allergic
Slone survey. Pediatrics. 2008;122:1299---304. rhinitis: an evidence-based review. Drugs. 2007;67:887---901.
48. Meltzer EO, Bernstein DI, Prenner BM, Berger WE, Shekar T, 66. Global Initiative for Asthma --- Global Strategy for Asthma
Teper AA. Mometasone furoate nasal spray plus oxymetazoline management and prevention. Revised 2017. Disponível em:
nasal spray: short-term efficacy and safety in seasonal allergic www.ginasthma.org [accessed May 2017].
rhinitis. Am J Rhinol Allergy. 2013;27:102---8. 67. Gupta V, Matreja PS. Efficacy of montelukast and levocetirizi-
49. Fokkens WJ, Lund VJ, Mullol J, Bachert C, Alobid I, Baroody neas treatment for allergic rhinitis. J Allergy Ther. 2010;1:103.
F, et al. EPOS 2012: European position paper on rhinosinusitis 68. Xu Y, Zhang J, Wang J. The efficacy and safety of selec-
and nasal polyps 2012. A summary for otorhinolaryngologists. tive H1-antihistamine versus leukotriene receptor antagonist
Rhinology. 2012;50:1---12. for seasonal allergic rhinitis: a meta-analysis. PLOS ONE.
50. Wandalsen GF, Miranda C, Ensina LF, Sano F, Amazonas 2014;9:e112815.
RB, Silva JM, et al. Association between desloratadine 69. Wei C. The efficacy and safety of H1-antihistamine versus
and prednisolone in the treatment of children with acute Montelukast for allergic rhinitis: a systematic review and meta-
symptoms of allergic rhinitis: a double-blind, randomized -analysis. Biomed Pharmacother. 2016;83:989---97.
and controlled clinical trial. Braz J Otorhinolaryngol. 2016, 70. Di Lorenzo G, Pacor ML, Pellitteri ME, Morici G, Di Gregoli
https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2016.08.009 [Epub ahead of A, Lo Bianco C, et al. Randomized placebo-controlled trial
print]. comparing fluticasone aqueous nasal spray in monotherapy,
51. Karatzanis A, Chatzidakis A, Milioni A, Vlaminck S, Kawauchi fluticasone plus cetirizine, fluticasone plus montelukast and
H, Velegrakis S, et al. Contemporary use of corticosteroids in cetirizine plus montelukast for seasonal allergic rhinitis. Clin
rhinology. Curr Allergy Asthma Rep. 2017;17:1---11. Exp Allergy. 2004;34:259---67.
52. Schäfer T, Schnoor M, Wagenmann M, Klimek L, Bachert C. 71. Cox L, Wallace D. Specific allergy immunotherapy for aller-
Therapeutic Index (TIX) for intranasal corticosteroids in the gic rhinitis: subcutaneous and sublingual. Immunol Clin N Am.
treatment of allergic rhinitis. Rhinology. 2011;49:272---80. 2011;31:561---99.
53. Sastre J, Mosges R. Local and systemic safety of intranasal cor- 72. Durhan SR, Walker SM, Varga EM, Jacobson MR, O’Brien F, Noble
ticosteroids. J Investig Allergol Clin Immunol. 2012;22:1---12. W, et al. Long-term clinical efficacy of grass-pollen immnu-
54. Nowicka A, Samoliński B. Is the use of intranasal gluco- notherapy. N Engl J Med. 1999;341:468---75.
corticosteroids (inGCSs) in children safe? Otolaryngol Pol. 73. Jacobsen L, Niggemann B, Drenorg S, Ferdousi HA, Halken
2015;69:1---10. S, Høst A, et al. Specific immunotherapy has long-term-
55. Carr W, Bernstein J, Lieberman P, Meltzer E, Bachert C, Price D, -preventive effect of seasonal and perennial asthma: 10-years
et al. A novel intranasal therapy of azelastine with fluticasone follow-up on the PAT study. Allergy. 2007;62:943---8.
for the treatment of allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol. 74. Polosa R, Al-Delaimy WK, Russo C, Ferdousi HA, Halken S,
2012;129:1282---9. Høst A, et al. Greater risk of incident asthma cases in adults
56. Derendorf H, Meltzer E, Hermann R, Canonica G. Clinical with allergic rhinitis and effect of allergen immunotherapy: a
development of an advanced intranasal delivery system of aze- retrospective cohort study. Respir Res. 2005;6:153.
14 Sakano E et al.
75. Purello-D’Ambrosio F, Gangemi S, Merendino RA, Isola S, and adolescents with seasonal allergic rhinitis. J Allergy Clin
Puccinelli P, Parmiani S, et al. Prevention of new sensi- Immunol. 2002;109:274---80.
tizations in monosensitized subjects submitted to specific 88. Kern RC. Biologics and the treatment of chronic rhinosinusitis.
immunotherapy or not: a retrospective study. Clin Exp Allergy. J Allergy Clin Immunol. 2013;131:117---8.
2001;31:1295---302. 89. Bachert C, Zhang L, Gevaert P. Current and future treatment
76. Inal A, Altinatas DU, Yilmaz M, Isola S, Puccinelli P, Par- options for adult chronic rhinosinusitis: focus on nasal polypo-
miani S, et al. Prevention of new sensitizations by specific sis. J Allergy Clin Immunol. 2015;136:1431---40.
immunotherapy in children with rhinitis and/or asthma mono- 90. Bousquet J, Schunemann HJ, Fonseca J, Samolinski B, Bachert
sensitized to house dust mite. J Investig Allergol Clin Immunol. C, Canonica GW, et al. MACVIA-ARIA Sentinel NetworK for
2007;17:85---91. allergic rhinitis (MASK-rhinitis): the new generation guideline
77. Pajno GB, Barberio G, De Luca F, Isola S, Puccinelli P, Parmiani implementation. Allergy. 2015;70:1372---92.
S, et al. Prevention of new sensitizations in asthmatic children 91. Van Wijk R. Rhinitis control: the next step. Clin Exp Allergy.
monosensitized to house dust mite by specific immunotherapy. 2011;41:773---4.
A six-year follow-up study. Clin Exp Allergy. 2001;31:1392---7. 92. Del Cuvillo A, Santos V, Montoro J, Bartra J, Davilla I, Fer-
78. Cox L, Jacobsen L. Comparison of allergen immunotherapy rer M, et al. Allergic rhinitis severity can be assessed using a
practice patterns in the United States and Europe. Ann Allergy visual analogue scale in mild, moderate and severe. Rhinology.
Asthma Immunol. 2009;103:451---9. 2017;55:34---8.
79. Pitsios C, Demoly P, Bilò MB, Gerth van Wijk R, Pfaar O, Sturm 93. Klimek L, Bergmann K, Biedermann T, Bousquet J, Hellings P,
GJ, et al. Clinical contraindications to allergen immunothe- Jung K, et al. Visual analogue scales (VAS): measuring ins-
rapy: an EAACI position paper. Allergy. 2015;70:897---909. truments for the documentation of symptoms and therapy
80. Hermelingmeier KE, Weber RK, Hellmich M, Heubach CP, Mös- monitoring in cases of allergic rhinitis in everyday health care
ges R. Nasal irrigation as an adjunctive treatment in allergic --- position paper of the German Society of Allergology. Allergol
rhinitis: a systematic review and meta-analysis. Am J Rhinol J Int. 2017;26:16---24.
Allergy. 2012;26:e119---25. 94. Meltzer E, Schatz M, Nathan R, Garris C, Stanford R, Kosinnski
81. Boyman O, Kaegi C, Akdis M, Bavbek S, Bossios A, Chatzipetrou M. Reliability, validity, and responsiveness of the rhinitis con-
A, et al. EAACI IG biologicals task force paper on the use of trol assessment test in patients with rhinitis. J Allergy Clin
biologic agents in allergic disorders. Allergy. 2015;70:727---54. Immunol. 2013;131:379---86.
82. Lotvall J, Akdis CA, Bacharier LB, Bjermer L, Casale TB, 95. Fernandes P, Matsumoto F, Solé D, Wandalsen G. Translation
Custovic A, et al. Asthma endotypes: a new approach to clas- into Portuguese and validation of the Rhinitis Control Asses-
sification of disease entities within the asthma syndrome. J sment Test (RCAT) questionnaire. Braz J Otorhinolaryngol.
Allergy Clin Immunol. 2011;127:355---60. 2016;82:674---9.
83. Tsabouri S, Tseretopoulou X, Priftis K, Ntzani E. Omalizumab 96. Boulay M, Boulet L. The rhinitis control scoring system:
for the treatment of inadequately controlled allergic rhinitis: development and validation. Am J Rhinol Allergy. 2016;30:
a systematic review and meta-analysis of randomized clinical 54---9.
trials. J Allergy Clin Immunol Pract. 2014;2:332---40. 97. Demoly P, Jankowski R, Chassany O, Bessah Y, Allaert F. Valida-
84. Ogino S, Nagakura T, Okubo K, Sato N, Takahashi M, Ishi- tion of a self-questionnaire for assessing the control of allergic
kawa T. Re-treatment with omalizumab at one year interval rhinitis. Clin Exp Allergy. 2011;41:860---8.
for Japanese cedar pollen-induced seasonal allergic rhinitis 98. Fonseca J, Nogueira-Silva L, Morais-Almeida M, Azevedo L,
is effective and well tolerated. Int Arch Allergy Immunol. Sá-Sousa A, Branco-Ferreira M, et al. Validation of a questi-
2009;149:239---45. onnaire (CARAT10) to assess rhinitis and asthma in patients
85. Casale TB, Busse WW, Kline JN, Ballas ZK, Moss MH, Townley with asthma. Allergy. 2010;65:1042---8.
RG, et al. Omalizumab pretreatment decreases acute reacti- 99. Linhares D, da Fonseca J, Borrego L, Matos A, Pereira A, Sá-
ons after rush immunotherapy for ragweed-induced seasonal Sousa A, et al. Validation of control of allergic rhinitis and
allergic rhinitis. J Allergy Clin Immunol. 2006;117:134---40. asthma test for children (CARATkids) --- a prospective multi-
86. Kopp MV, Hamelmann E, Zielen S, Kamin W, Bergmann KC, center study. Pediatr Allergy Immunol. 2014;25:173---9.
Sieder C, et al. Combination of omalizumab and specific 100. Chhabra N, Houser SM. The surgical management of allergic
immunotherapy is superior to immunotherapy in patients with rhinitis. Otolaryngol Clin N Am. 2011;44:779---95.
seasonal allergic rhinoconjunctivitis and co-morbid seasonal
allergic asthma. Clin Exp Allergy. 2009;39:271---9.
87. Kuehr J, Brauburger J, Zielen S, Schauer U, Kamin W, Von
Berg A, et al. Efficacy of combination treatment with anti-
-IgE plus specific immunotherapy in polysensitized children