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6 A 7 C 8 C 9 E 10 A 11 E 12 D 13 C 14 * 15 C 16 C 17 B 18 B 19 C 20 B 21 B 22 D 23 B

24 C 25 B 26 B 27 D 28 B 29 C 30 A 31 D 32 B 33 A 34 C 35 A 36 D 37 A 38 D 39 D 40 C 41 A

42 E 43 D 44 A 45 A 46 A 47 A 48 C 49 B 50 D 51 C 52 B 53 B 54 A 55 A 56 C 57 B 58 C 59 C

60 B 61 A 62 B 63 C 64 B 65 B 66 B 67 A 68 C 69 B 70 A 71 C 72 C 73 B 74 A 75 C 76 C 77 C

78 C 79 D 80 C 81 A 82 E 83 C 84 B 85 B 86 A 87 C 88 A 89 A 90 B 91 B 92 B 93 C 94 B 95 B

96 A 97 A 98 B 99 A 100 D 101 C 102 C 103 E 104 C 105 D 106 D 107 D 108 C 109 A 110 B 111 A 112 E 113 A

114 A 115 D 116 D 117 A 118 C 119 D 120 D 121 B 122 B 123 B 124 D 125 C 126 B 127 A 128 C 129 B 130 D 131 A

132 C 133 D 134 D 135 C 136 D 137 C 138 C 139 D 140 B 141 E 142 C 143 C 144 A 145 D 146 C 147 B 148 B 149 A

150 D 151 B 152 B 153 C 154 B 155 C 156 D 157 B 158 C 159 B 160 D 161 A 162 D 163 D 164 D 165 B 166 D 167 B

168 A 169 C 170 B 171 A 172 B 173 1 174 C 175 A 176 E 177 A 178 A 179 C 180 E 181 E 182 B 183 A 184 A 185 B

186 A 187 B 188 B 189 C 190 C 191 A 192 A 193 D 194 B 195 A 196 C 197 B 198 D 199 D 200 D 201 D 202 A 203 B

204 B 205 D 206 E 207 A 208 C 209 E 210 D 211 C 212 D 213 A 214 A 215 D 216 B 217 C 218 A 219 E 220 A 221 A

222 A 223 B 224 C 225 D 226 A 227 D 228 C 229 A 230 A 231 B 232 A 233 D 234 C 235 D 236 B 237 D 238 D 239 A

240 B 241 A 242 A 243 A 244 A 245 C 246 B 247 D 248 D 249 A 250 A 251 A 252 D 253 C 254 B 255 D 256 A 257 B

258 D 259 B 260 A 261 B

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

Comentários da equipe acadêmica


Confira os comentários da nossa equipe acadêmica

6 - 2022 SUS - SP

» A banca copiou e colou informações extraídas na íntegra do documento citado! Quanto preguiça! Bem, de uma forma ou de outra, vamos aproveitar para entender os
conceitos da questão. Nos últimos anos, foi aprovada a combinação valsartan/sacubitril (mais conhecida como Entresto®) para o tratamento da IC após os resultados do
estudo PARADIGM-HF, que mostrou que a combinação reduziu a mortalidade e as internações cardiovasculares, quando comparada ao enalapril isolado. O valsartan já é
um conhecido bloqueador do receptor de angiotensina II e o sacubitril (este menos famoso!) é um inibidor de neprilisina, enzima que degrada peptídeos natriuréticos,
bradicina e adrenomedulina. A inibição da neprilisina, portanto, levaria ao aumento na concentração dessas substâncias, o que seria benéfico para esses pacientes. Sua
principal recomendação é para substituir o IECA em pacientes sintomáticos classes II e III refratários ao tratamento, com fração de ejeção reduzida (o benefício é discreto
apenas para uma subpopulação de pacientes com fração de ejeção preservada) e com níveis levemente elevados de peptídeos natriuréticos (BNP ≥ 100 pg/ml ou NT-
pró-BNP ≥ 600 pg/ml). Evita-se o uso em pacientes > 75-80 anos, sobretudo na presença de fragilidade, pelo risco de hipotensão. Cabe dizer que conforme a experiência
com essa droga cresce, há crescimento também das recomendações e potenciais benefícios. Resposta: letra A.

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7 - 2022 HSJC - SP

» Vamos começar lembrando que a emergência hipertensiva é a situação em que o aumento da pressão arterial ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com
lesões de órgão-alvo agudas e progressivas (ex.: cérebro, rins, coração, retina, aorta). Em geral, os valores de PAS estão ≥ 180 mmHg e/ou os de PAD ≥ 120 mmHg. O
objetivo do tratamento é reduzir em minutos ou poucas horas a PA com drogas parenterais. Sendo assim, vamos analisar as afirmativas: A) Incorreta. A ansiedade e
inquietação são achados neuropsiquiátricos inespecíficos, que não permitem caracterizar uma encefalopatia hipertensiva. B) Incorreta. Edema de membros inferiores de
longa data fala a favor do diagnóstico de uma condição crônica, como insuficiência cardíaca com repercussão sistêmica ou insuficiência venosa crônica. C) Correta. O
início SÚBITO de confusão mental e fala desorganizada falam a favor de uma encefalopatia hipertensiva; nesse caso, a lesão de órgão-alvo é o cérebro. D) Incorreta. O
estreitamento arteriolar ISOLADAMENTE não é capaz de indicar a presença de lesão de órgão-alvo (retina), uma vez que esse achado pode estar presente na retinopatia
hipertensiva crônica. Na chamada retinopatia hipertensiva maligna (encontrada na emergência hipertensiva), ocorre edema retiniano pela quebra da barreira de
autorregulação do fluxo vascular. A oclusão de microvasos explica o aparecimento de manchas algodonosas (microinfartos na camada de fibras ganglionares) associadas
à presença de hemorragias em chama de vela (focos hemorrágicos na camada de fibras ganglionares). Resposta: letra C.

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8 - 2022 SUS - SP

» Questão “decoreba”. O diagnóstico de IC pelos critérios de Framingham exige a presença de 2 critérios maiores ou 1 critério maior + 2 menores. Observe abaixo: (1)
Critérios maiores: dispneia paroxístico noturna; turgência jugular patológica; estertores pulmonares; cardiomegalia no Rx de tórax (índice cardiotorácico > 50%); edema
agudo de pulmão; B3; PVC > 16 cmH2O; refluxo abdominojugular; perda de peso > 4,5 kg em cinco dias em resposta ao tratamento; (2) Critérios menores: edema de
membros inferiores bilateral; tosse noturna; dispneia aos esforços ordinários; hepatomegalia; derrame pleural; diminuição da capacidade funcional em 1/3 da máxima
registrada previamente; FC > 120 bpm. Cabe dizer que preferimos o termo “refluxo abdominojugular”, em detrimento do termo “refluxo hepatojugular”, pois na
realidade o aumento do retorno venoso com a manobra é oriundo de toda a circulação esplâncnica, e não somente do leito hepático. De uma forma ou de outra, a letra C
não deixa de ser a melhor resposta por causa disso. Resposta: letra C.

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9 - 2022 HSL - SP

» Vários mecanismos foram propostos para os efeitos dos inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) no tratamento da insuficiência cardíaca com fração
de ejeção reduzida. Os inibidores de SGLT2 promovem diurese osmótica e natriurese em pacientes com e sem diabetes e, portanto, podem reduzir a pré-carga (LETRAS
B e C CORRETAS). Esta classe também pode ter efeitos vasculares (incluindo melhora da função endotelial) que promovem vasodilatação e, portanto, também reduz a
pós-carga (LETRA D CORRETA). Os inibidores do SGLT2 podem melhorar o metabolismo miocárdico e, assim, melhorar a contração cardíaca (LETRA A CORRETA). Outra
hipótese é que os inibidores de SGLT2 podem inibir a isoforma do trocador sódio-hidrogênio tipo 1 no miocárdio, reduzindo os níveis citoplasmáticos de sódio e cálcio,
enquanto aumentam os níveis de cálcio mitocondrial (LETRA E INCORRETA). A inibição do SGLT2 também foi postulada para reduzir a fibrose cardíaca e para alterar a
produção de adipocinas e citocinas. Os efeitos benéficos na função renal podem contribuir para a melhora dos resultados em pacientes com IC. Há ainda redução do risco
de arritmias atriais por mecanismos que podem incluir reduções na dilatação atrial, inflamação, estresse oxidativo e estímulo simpático. Resposta: letra E.

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10 - 2022 USP - RP

» Questão de "melhor resposta dentre as alternativas". Veja bem... Sabemos que os diuréticos, especialmente os tiazídicos, aumentam os níveis séricos de ácido úrico,
devendo ser evitados no tratamento da hipertensão arterial em portadores de gota. Os betabloqueadores não são anti-hipertensivos de primeira linha, exceto em
coronariopatas e portadores de insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida, logo, não teriam nenhuma "vantagem especial" neste caso. Bloqueadores de canais
de cálcio diidropiridínicos são anti-hipertensivos de primeira linha, porém, são "neutros" em relação aos níveis séricos de ácido urico. A grande "pegadinha" da questão é
que todos sabem que a losartana, um bloqueador de receptor de angiotensina II, exerce efeito uricosúrico discreto, sendo um excelente anti-hipertensivo para o portador
de gota. Contudo, hoje sabemos que os IECA provavelmente também possuem algum efeito uricosúrico, ainda que mais discreto que a losartana. Assim, a "melhor opção
dentre as fornecidas" (que não é a melhor opção no geral), acaba sendo a letra A.

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11 - 2022 HSL - SP

» A síndrome de Takotsubo (ou cardiomiopatia induzida por estresse) é uma condição caracterizada por disfunção sistólica regional transitória, principalmente do
ventrículo esquerdo (VE), mimetizando infarto do miocárdio, mas na ausência de evidências angiográficas de doença arterial coronariana obstrutiva ou ruptura aguda de
placa coronária com trombose (LETRA E CORRETA). Esta entidade acomete mais comumente mulheres acima de 50 anos. O quadro tem início após situações de estresse
emocional ou físico agudas (LETRA B INCORRETA), com desconforto precordial acompanhado de supra de ST e/ou inversão de onda T nas derivações precordiais. Por
esse motivo, faz diagnóstico diferencial com síndromes coronarianas agudas, inclusive com aumento de biomarcadores de necrose miocárdica como a troponina, que
está discretamente elevada na maioria das pacientes (LETRA D INCORRETA). Os critérios de diagnóstico para síndrome de Takotsubo são (os quatro precisam estar
presentes): - Disfunção sistólica transitória do ventrículo esquerdo (hipocinesia, acinesia ou discinesia). As anormalidades do movimento da parede são tipicamente
regionais e se estendem além de uma única distribuição coronária epicárdica. O achado mais típico é um balonamento sistólico da região apical do ventrículo esquerdo –
e não formação de aneurisma (LETRAS A e C INCORRETAS). - Ausência de doença coronariana obstrutiva ou evidência angiográfica de ruptura aguda da placa. Se a
doença coronariana for encontrada, o diagnóstico de cardiomiopatia de estresse ainda pode ser feito se as anormalidades do movimento da parede não estiverem na
distribuição da doença coronariana. Essa exceção é feita porque alguns pacientes com cardiomiopatia de estresse têm doença coronariana concomitante (15,3% dos
casos). - Novas anormalidades eletrocardiográficas (elevação do segmento ST e/ou inversão da onda T) ou elevação modesta da troponina cardíaca. - Ausência de
feocromocitoma ou miocardite. Resposta: letra E.

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12 - 2022 USP - SP

» Temos uma paciente de 55 anos que apresenta precordialgia há 24 horas, cujo ECG evidencia supradesnivelamento de ST aqui o principal diagnóstico diferencial deve
ser entre pericardite aguda e IAM. Há alguns dados neste caso que falam a favor de pericardite e não IAM. O primeiro é a característica da dor: intensidade moderada,
duração de um dia (geralmente o paciente com IAM vai ao pronto-socorro bem antes disso), ausência de melhora com repouso e ausência de irradiação. Além disso,
observamos o supradesnivelamento de ST em praticamente todas as derivações, supra este que possui a concavidade voltada para cima. Além, disso, na pericardite é
comum observarmos infradesnivelamento de PR (alteração mais específica, porém menos observada), que representa a corrente de lesão atrial e está presente,
sobretudo em derivações periféricas e precordiais esquerdas (V5 e V6). No IAM teríamos um supradesnivelamento mais localizado, dependendo da parede acometida,
sem concavidade para cima nem infra de PR. No TEP, a alteração clássica é o famoso padrão S1Q3T3, ou seja, onda S em D1, onda Q em D3 e T negativa em D3, mais
comum nas embolias maciças. Na hipercalemia, a caraterística mais marcante é a presença de uma onda T alta e apiculada, sem supra de ST. Resposta: D.

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13 - 2022 SUS - SP

» Vamos analisar com cautela as informações expostas no enunciado. Primeiramente, temos um paciente idoso, com fator de risco cardiovascular (hipertenso), que
apresentou quadro de opressão torácica com melhora parcial em repouso e, posteriormente, evoluiu com dispneia aos esforços. Ao exame, além da dessaturação, há
turgência jugular, estertores bibasais e edema de membros inferiores - ou seja, sinais de congestão venosa! Na radiografia de tórax, é possível visualizar alargamento do
tronco da artéria pulmonar bilateralmente, com abaulamento do arco médio à esquerda. Ou seja, sinais claros de hipertensão pulmonar! O que nos ajuda a entender os
achados do exame físico... O desdobramento da segunda bulha em foco pulmonar deve ter como causa um atraso ainda maior no fechamento da valvula pulmonar pela
sobrecarga do VD e a própria hipertensão pulmonar faz com que essa válvula acabe se fechando de forma mais vigorosa, justificando a hiperfonese. Em resumo: todos
os achados são compatíveis com uma síndrome de hipertensão pulmonar! Aliás, é bem provável que a opressão torácica que o paciente relatou seja um equivalente
anginoso, o que nos remete a duas possibilidades: (1) no momento da dor o paciente apresentou um IAM e evoluiu com disfunção de VE, repercutindo com sobrecarga
do coração direito e, consequentemente, hipertensão pulmonar; ou (2) por algum motivo ainda não esclarecido, o paciente já apresentava hipertensão pulmonar e, por
conta das demandas excessivas e de fluxo coronariano inadequado no VD, apresentou episódio de síndrome coronariana aguda. O próximo passo seria tentar identificar
a etiologia da hipertensão pulmonar, que tem como principais causas: insuficiência do VE, doença vascular ou parenquimatosa pulmonar, TEP ou idiopática. Neste
cenário, o ecocardiograma transtorácico deve ser o primero exame a ser realizado, uma vez que ele pode nos fornecer dicas valiosas:- Se ele identificar insuficiência de
VE, o próximo passo seria realizar um estudo mais apropriado da anatomia coronariana (letra E incorreta).- Nos casos de VD dilatado, podemos pensar em doenças
pulmonares como etiologia e o exame que se impõe é a prova de função pulmonar (letra B incorreta). Se a mesma tiver padrão obstrutivo, ficaremos com a hipótese de
DPOC. Se o padrão for normal ou restritivo, recomenda-se prosseguir com TC tórax para investigação de doença pulmonar intersticial (letra A incorreta). Se a TC não
mostrar alterações no parênquima, as hipótese de TEP ou HAP idiopática devem ser avaliadas. Resposta: letra C.

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14 - 2022 IAMSPE

» O que temos é um paciente tabagista e obeso com PA acima dos alvos preconizados seguros. Estamos autorizados a iniciar o tratamento medicamentoso? Bem...
conceitualmente, dizemos que o paciente é hipertenso quando tem a média das aferições da PA, em DUAS ou mais consultas, acima do valor adotado como normal pelas
diretrizes - no caso da mais recente diretriz brasileira, 140 x 90 mmHg. Em condições ideais, as visitas médicas devem ocorrer em intervalo de dias ou semanas. De
maneira mais assertiva, podemos fazer o diagnóstico com medidas fora do consultório (MAPA ou MRPA), desde que sejam viáveis do ponto de vista logístico e
econômico. Cabe lembrar que o diagnóstico de HAS já deve ser considerado na primeira consulta nos pacientes de alto risco cardiovascular, com crises hipertensivas
(urgência ou emergência) ou com níveis extremamente elevados (PA ≥180 x 110 mmHg). Não temos dados no enunciado para dizer que o paciente é de alto risco
(ateroesclerose subclínica, dislipidemia, DM, aneurisma de aorta abdominal ou doença renal crônica, por exemplo). Assim, uma boa opção aqui é realizar controle de PA
domiciliar ou no serviço de saúde. Através da MRPA, medimos a PA obrigatoriamente três vezes pela manhã e três à noite, durante cinco dias. São consideradas
anormais as médias de PA ≥130 x 80 mmHg. Outra estratégia interessante seria a AMPA ou automedida da PA, modalidade que não obedece nenhum protocolo
preestabelecido, sendo baseada em medidas aleatórias com equipamento automático do próprio paciente. É recomendado um número mínimo de sete medidas
realizadas no período de 16 a 72 horas (o valor final poderia ser a mediana). Até o momento, são adotados valores de normalidade iguais aos da MRPA. A conclusão aqui
é: antes de começar a tratar, confirme que o paciente é hipertenso! Consideramos que o gabarito liberado pela banca foi um pouco restrito, mas o importante é entender
que precisamos de novas aferições. Gabarito oficial: Controle de PA domiciliar ou no serviço de saúde.

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15 - 2022 SCMSP

» Observe que essa criança apresentou antecedentes recentes de uma infecção (febre baixa e coriza há uma semana), tendo evoluído para uma síndrome que sugere
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA, caracterizada por dispneia aos pequenos esforços, taquicardia, hepatomegalia e pulsos finos. Tudo isso é confirmado com o
ecocardiograma, que, de fato, evidencia a presença de disfunção sistólica do ventrículo esquerdo.Com essa história clínica, a principal hipótese diagnóstica deve ser a de
uma MIOCARDITE AGUDA, que tem como principal etiologia as infecções virais (ex.: vírus Coxsackie, adenovirus, etc.).O exame considerado padrão-ouro para diagnóstico
dessa condição é a ressonância magnética cardíaca, pois não só é capaz de avaliar os volumes ventriculares (como o próprio ecocardiograma), como também detecta
padrões típicos de inflamação e necrose dessa doença (LETRA C CORRETA). A biópsia endomiocárdica é necessária apenas em casos de dúvida diagnóstica, não sendo,
portanto, obrigatória (LETRA A INCORRETA).A troponina é um marcador de lesão miocárdica, frequentemente elevado na miocardite aguda; porém, não é específica,
visto que outras condições também podem causar seu aumento (ex.: lesões coronarianas) - LETRA B INCORRETA.Em crianças, recomendas-se o uso de imunoglobulina
intravenosa no manejo de todo paciente com miocardite viral, na dose de 2 g/kg. Corticoide pode ser realizado em pacientes refratários (LETRA E INCORRETA).Para
manejo do choque cardiogênico que pode complicar a miocardite, pode-se utilizar drogas inotrópicas como a dopamina, milrinona e dobutamina, que são, em geral,
menos arritmogênicas que a epinefrina, pouco utilizada especificamente para o manejo desse tipo de choque (LETRA D INCORRETA).Resposta: letra C.

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16 - 2022 UNESP

» A partir dos resultados do estudo PARADIGM-HF, recomenda-se a troca de IECA/BRA para o sacubitril-valsartana nos pacientes com IC com FE reduzida que persistem
sintomáticos mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-hormonais. Neste caso temos uma paciente com FE reduzida, em terapêutica
otimizada, que permanece sintomática aos mínimos esforços, exatamente como descrito anteriormente. Logo, a melhor conduta no momento seria a substituição do BRA
pela associação sacubitril-valsartana. Quanto às demais opções, (A) está correta pois IECA e BRA são equivalentes no tratamento da ICFER. A opção (B) não deve ser
marcada pois a ivabradina é recomendada para pacientes com ritmo sinusal, FC > 70 bpm e classes funcionais II-III da NYHA com disfunção sistólica em uso de terapia
otimizada - embora essa paciente esteja aparentemente em ritmo sinusal e classe funcional III, sua FC é exatamente de 70 bpm, não maior que 70 bpm (questão
caprichosa!). E a digoxina? A verdade é que o efeito dos digitais, diante do tratamento moderno da IC, é virtualmente desconhecido e suas indicações são cada vez mais
restritas. Logo, a melhor resposta segundo a literatura atual é a opção C.

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17 - 2022 UNESP

» Pacientes aderentes ao tratamento e que não respondem à terapia otimizada com três drogas, incluindo entre elas um diurético, caracterizam o que se chama
hipertensão resistente. O posicionamento mais recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia não restringe mais a definição pela inclusão obrigatória de um diurético,
mas na ausência de controle, apesar de três medicações de primeira linha (cita-se apenas que um deles deve ser, preferencialmente, um diurético tiazídico). Esta
definição se estende ainda ao uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos, mesmo com a PA controlada. No entanto, muito cuidado! Antes de definir que uma
hipertensão é resistente, devemos descartar as seguintes condições: medida inadequada da pressão arterial; HAS agravada pelo efeito do "jaleco branco"; tratamento
inadequado; falta de aderência ao tratamento, dieta rica em sal, ingestão de álcool excessiva; Hipertensão Arterial Secundária. Atenção especial para esta última
situação: por que uma paciente que vinha com bom controle pressórico passou a apresentar elevação da pressão arterial? Uma causa secundária, seja ela qual for, deve
entrar no nosso radar! Sobre as letras C e D: a definição de hipertensão refratária, segundo a última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, se aplica aos pacientes
com hipertensão arterial resistente VERDADEIRA que mantém PA não controlada, mesmo em vigência de cinco ou mais anti-hipertensivos, incluindo espironolactona e
um diurético de longa ação. Resposta: letra B.

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18 - 2022 HSJC - SP

» O ECG é completamente compatível com pericardite, marcado pelo supra difuso do segmento ST e infra de PR (este último é o achado mais específico). Eventualmente,
podemos encontrar também alterações de onda T. Agora, qual seria a etiologia? Certamente bacteriana! A pericardite piogênica geralmente ocorre como complicação de
uma infecção bacteriana torácica ou abdominal alta, como pneumonia, empiema pleural, mediastinite, abscesso subfrênico ou endocardite bacteriana através de um
mecanismo de contiguidade (pode também ser consequência de uma bacteremia, por disseminação hematogênica). As bactérias mais comuns são: Staphylococcus
aureus, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus sp., seguidos por Gram-negativos entéricos (E. coli e Klebsiella sp., por exemplo), Neisseria meningitidis e
Haemophilus influenzae (este último é uma importante causa em crianças). Após a suspeita, deve ser realizado imediatamente um ecocardiograma para verificar o
derrame pericárdico e programar a drenagem pericárdica, normalmente uma pericardiotomia subxifoide. Paralelamente, um esquema antibioticoterápico parenteral
deve ser iniciado. Geralmente, para infecções que ocorrem em ambiente hospitalar, há necessidade de cobertura para Gram-positivos e Gram-negativos. Um esquema
sugerido: vancomicina + ceftriaxone OU imipenem OU ampicilina/sulbactam. Resposta: letra B.

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19 - 2022 UNESP

» A principal hipótese diagnóstica para o caso é de apneia obstrutiva do sono (AOS), uma vez que temos paciente obeso, com circunferência cervical aumentada, com
hipoplasia de mandíbula, apresentando quadro clínico altamente compatível, incluindo história de cansaço ao longo do dia, esquecimento e hipertensão arterial
aparentemente resistente.

O exame de escolha para confirmar o diagnóstico de AOS é a polissonografia.

A espirometria seria o exame se a suspeita fosse de DPOC, mas no caso temos um doente que não fuma e não apresenta queixas como dispneia objetiva ou tosse (A
INCORRETA). Não há também queixas objetivas de doença pulmonar para pensarmos em solicitar exame de imagem desse órgão, como TC ou RM (C e D
INCORRETAS).Resposta: letra C.

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20 - 2022 USP - RP

» A estenose valvar aórtica leva à hipertrofia do VE, por aumento da pós-carga, gerando uma insuficiência cardíaca diastólica, que leva à dispneia, associada a sintomas de
baixo débito, como síncope e angina (devido à redução do fluxo sanguíneo coronariano. O pulso parvus tardus (ascenso lento e baixa amplitude) é característico desta
condição. O sopro mesossistólico na borda esternal direita alta (foco aórtico) é o sopro característico da estenose aórtica. Este sopro irradia para as carótidas e fúrcula
esternal. Sua intensidade é proporcional ao retorno venoso, aumentando na posição de cócoras e após exercício e diminuindo com manobras que reduzem o retorno
venoso (Valsalva, ortostase) ou que aumentam a resistência vascular periférica (handgrip). O desdobramento paradoxal de B2 acontece na EA grave. Por fim, em
paciente com EA grave e calcificação da aorta, pode ser observada irradiação do sopro para o foco mitral, com timbre piante (fenômeno de Gallavardin). O mecanismo
parece ser a transmissão interna das vibrações do anel aórtico diretamente para o anel mitral. Resposta: estenose aórtica, opção B.

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21 - 2022 USP - RP

» Antes de mais nada, o que chama a atenção no Rx e no ECG da paciente? Bem, o raio-X deixa bem clara a presença de calcificação do saco pericárdico, isto é, nota-se
uma evidente linha de hipotransparência acentuada em volta de todo o coração; já o ECG também deixa bem claro o isolamento elétrico do coração - baixa amplitude
dos complexos QRS. Somente com tais informações já podemos formular uma hipótese diagnóstica: pericardite constrictiva! Olhando agora para as queixas
apresentadas, confirmamos que as mesmas são compatíveis com nossa hipótese diagnóstica: sinais e sintomas de insuficiência cardíaca com predomínio de congestão
sistêmica (lembre-se: as manifestações de disfunção do ventrículo direito são mais acentuadas na pericardite constrictiva pelo fato desta se tratar de uma câmara de
baixa pressão). Há edema de membros inferiores, hepatomegalia congestiva com ascite moderada e o famoso sinal de Kussmaul (inspiração profunda aumenta o pulso
jugular, que fica mais engurgitado e mais elevado). Na endomiocardiofibrose a síndrome clínica é parecida, porém, não há calcificação pericárdica. No tamponameto
cardíaco a silhueta cardíaca está aumentada, devido à presença de derrame. Na amiloidose cardíaca há hipertrofia ventricular acentuada, também sem calcificações no
saco pericárdico.

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22 - 2022 UNIFESP

» Em outras palavras, qual é a classe de anti-hipertensivo considerada de escolha para pacientes com albuminúria? Os inibidores da ECA (IECA) ou bloqueadores do
receptor de angiotensina (BRA)! O motivo disso é bem claro: os IECA e os BRA possuem o efeito peculiar de dilatar preferencialmente a arteríola eferente (vaso de maior
responsividade à angiotensina II). A dilatação desta arteríola alivia a pressão intraglomerular, o principal fator deflagrador da proteinúria. Porém, é preciso ter cuidado ao
prescrever para aqueles pacientes com TFG muito baixa! Como essas medicações diminuem ainda mais a TFG, é possível que ocorra uma piora da função renal - em
geral, toleramos um aumento de até 20-30% da creatinina. Caso necessário associar uma segunda droga, os bloqueadores de canal de cálcio seriam a melhor opção,
uma vez que os diuréticos tiazídicos podem interferir no metabolismo da glicose e aumentar o risco de diabetes (lembrando que o paciente da questão é obeso!). Os
betabloqueadores não são considerado terapia de primeira linha para hipertensão. Agora, apenas para ganhar conhecimento com a questão... Para crianças ente 1-13
anos, a hipertensão pode ser dividida em: - Estágio 1: ≥ p95 e < p95 + 12 mmHg ou 130x80 a 139x89 mmHg (o que for menor); - Estágio 2: ≥ p95 + 12 mmHg ou ≥
140x90 mmHg (o que for menor). Portanto, no caso em tela, temos um paciente com hipertensão arterial estágio 2 e a provável etiologia é a doença renal. Resposta:
letra D.

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23 - 2022 USP - RP

» A questão traz paciente com quadro de insuficiência cardíaca aguda secundária a um acidente escorpiônico grave. O quadro cardíaco pode ser caracterizado como
choque cardiogênico pela presença de taquipneia, taquicardia, hipoxemia em ar ambiente e estertores pulmonares finos difusos (indicando congestão pulmonar –
“edema agudo de pulmão”). Na classificação dos perfis de insuficiência cardíaca aguda, podemos caracterizar esse paciente como PERFIL C (frio e úmido). - Por que frio?
Há sinais de má perfusão periférica, que são: hipotensão arterial, enchimento capilar lentificado e pulsos centrais finos. - Por que úmido? Há sinais de congestão
pulmonar, como taquipneia, hipoxemia em ar ambiente e estertoração pulmonar. Além do tratamento específico para o acidente escorpiônico (4 a 6 ampolas de soro
antiescorpiônico nas formas graves como é o caso) e fornecimento de O2 com objetivo de manter a SpO2 > 90%, o manejo de pacientes com insuficiência cardíaca perfil
C envolve basicamente a administração de dois grupos principais de drogas: diuréticos de alça (para melhora da congestão) e, na presença de hipotensão mantida (PA
sistólica < 90 mmHg), inotrópicos adrenérgicos. A droga de escolha é a DOBUTAMINA, , que possui efeito estimulador da contração cardíaca (LETRA B CORRETA). A
norepinefrina, epinefrina e vasopressina são drogas com efeito predominante vasoconstrictor, levando a aumento da pós-carga, não sendo, portanto, boas opções
inicialmente no choque cardiogênico por dificultar a ejeção de sangue do coração (LETRAS A, C e D INCORRETAS). Resposta: letra B.

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24 - 2022 UFRJ

» Paciente masculino, de 39 anos, com dor torácica que varia com a respiração, elevação de troponina e supradesnivelamento difuso de ST. Calma... o aluno que saiu
marcando IAM com supra errou a questão! A banca nos dava diversas dicas que nos guiava ao diagnóstico de pericardite (ou miopericardite – observem que a elevação
da troponina se dá por lesão miocárdica por contiguidade), a saber: - Dor torácica de característica pleurítica; - Supra difuso de ST acompanhado por infra de PR (lembre
que o supra do ST da pericardite geralmente possui uma concavidade voltada para cima, o do IAM não); - História recente de síndrome gripal. A principal etiologia é viral
e os vírus mais implicados são o coxsackie B (principal) e o echovirus tipo 8, que comumente causam gripe e resfriado comum – daí ser frequente o pródromo com
quadro gripal na pericardite. Uma vez que a banca pede a hipótese MAIS provável, a única resposta possível é a opção C.

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25 - 2022 SES - RJ

» Para acertar a questão, o aluno tinha que entender o que a banca queria: forneceu a sintomatologia, sugerindo a mesma ser devida a uma lesão orovalvar (levando ao
surgimento de um sopro no nosso paciente) e questionou qual a provável carcaterística desse sopro. Vamos lá: as manifestações de insuficiência de VE (ocasionando
dispneia) associadas a baixo débito (angina, síncope) sugerem ESTENOSE AÓRTICA como provável lesão orovalvar e causa do sopro.Existem três causas principais de
este​nose aórtica no adulto: (1) estenose calcí​fica do idoso, (2) valva aórtica bicúspide em idosos, e, no nosso meio, (3) sequela de febre reumática. Vejamos os principais
achados semiológicos da estenose aórtica:Exame do precórdio:- Ictus do VE tópico e propulsivo- B2 hipofonética no FAo (componente A2)- Quarta bulha (B4)- Sopro
mesossistólico- Fenômeno de GallavardinPulso arterial:- Parvus e tardusPulso venoso:- Normal.O sopro mesossistólico na borda esternal direita alta (foco aórtico) é o
sopro característico da estenose aórtica. Este sopro irradia para as carótidas e fúrcula esternal. Os sopros mesossistólicos são aqueles que são audíveis somente durante
a ejeção ventricular, isto é, entre B1 e B2. Também são chamados de ‘sopro em diamante’, pois no fonocardiograma são representados com uma figura de diamante – a
intensidade aumenta progressivamente após B1, torna-se maior exatamente no meio da sístole e vai reduzindo progressivamente até desaparecer antes de B2.A
sobrecarga sistólica imposta pela estenose aórtica causa uma hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, cuja parede fica espessada - porém, mantendo o diâmetro
cavitário próximo ao normal, a não ser que exista outra lesão orovalvar associada, o que causa, em última análise, um aumento significativo da pressão
intracavitária.Melhor resposta, portanto, para a difícil questão: opção B.Quanto ao outro tipo de pulso citado, o pulso em martelo d'água ou de Corringan é característico
da insuficiência aórtica.

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26 - 2022 UERJ

» Estamos diante de uma paciente jovem com HAS. Pela idade, devemos considerar e investigar HAS secundária. O laboratório traz informações importantes: baita
disfunção renal, hipercalemia e discretas hiponatremia e hipofosfatemia, sendo estas duas alterações inespecíficas, aparentemente. Levando em consideração que a
ultrassonografia dos rins demonstra preservação da relação córtico-medular (com rins de tamanho normal ou discretamente reduzido), é mais provável que estejamos
diante de uma injúria renal aguda. Bom, mas o que pode ter causado isso? A única etiologia possível descrita foi o início do IECA! Em indivíduos saudáveis, esperamos
elevações discretas de ureia e creatinina com o uso dessa classe de drogas. Porém, pacientes que têm estenose de artéria renal, principalmente se bilateral, cursam com
aumento significativo das escórias. Nesta condição, a perfusão e, consequentemente, a pressão intraglomerular são mais baixas (chega menos rim no glomérulo por
causa da diminuição do lúmen vascular), prejudicando a filtração. Uma das formas de tentar compensar isso, é através da ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona. A angiotensina II promove vasoconstrição da arteríola eferente, elevando a pressão no interior do glomérulo (ela “fecha o trato de saída glomerular”, o que
aumenta sua pressão). O uso dos IECA bloqueia esse mecanismo compensatório, fazendo a função renal despencar... Com isso, manifestações de falência renal aguda
podem surgir, como a hipercalemia. Esse é o diagnóstico mais provável! Agora, vamos às outras opções: Letra A: incorreta. No hiperaldosteronismo, esperamos
encontrar hipocalemia e a função renal é, tipicamente, normal. Letra C: incorreta. A HAS essencial não cursa com alterações laboratoriais. Letra D: incorreta. Já
discutimos que, pela preservação da relação córtico-medular, a injúria renal é mais provavelmente aguda, e não crônica. Resposta: letra B.

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27 - 2022 UERJ

» O quadro clínico é compatível com estenose aórtica: a angina é a apresentação clínica em 35% dos pacientes com doença moderada a grave, sendo causada por
isquemia miocárdica; a síncope normalmente é desencadeada pelo esforço físico e pode ser explicada pela síndrome do débito fixo, ocasionando uma baixa perfusão
cerebral durante um esforço físico (em alguns casos, a síncope pode ser devida a arritmias cardíacas isquemia-induzidas); embora não presente no enunciado, a dispneia
seria o sintoma que marca o aparecimento da insuficiência cardíaca. O exame físico também "bate" com nossa hipótese: temos comumente uma quarta bulha (B4)
proeminente, devido à HVE concêntrica (atenção ao ECG do nosso paciente), além do sopro, que é caracteristicamente mesossistólico e “em diamante”, o que significa
que é mais intenso no meio da sístole. O foco de maior intensidade costuma ser o foco aórtico, com irradiação característica para as carótidas e fúrcula esternal. Sua
intensidade aumenta com manobras que aumentam o retorno venoso e/ou a contratilidade do VE (posição de cócoras, exercício físico, batimento pós-extrassistólico) e
diminui com manobras que reduzem o retorno venoso (Valsalva, posição ortostática) ou que aumentam a resistência vascular periférica (handgrip). Agora, como explicar
o sopro em foco mitral? É que o sopro da estenose aórtica pode irradiar-se para o foco mitral, fenômeno que é explicado pela continuidade anatômica entre os anéis
aórtico e mitral (a vibração do primeiro é diretamente transmitida ao último). Tal fenômeno ganha o nome de fenômeno de Gallavardin. A ruptura de cordoalha tendínea
explicaria um sopro de insuficiência mitral. Na cardiomiopatia hipertrófica, até podemos encontrar B4 e sopro sistólico em foco aórtico. Acontece que o sopro aumentaria
de intensidade com a manobra de Valsalva (pois a manobra aproxima o septo interventricular alto do aparelho mitral ao reduzir o retorno venoso). A comunicação
interatrial é um exemplo clássico de hiperfluxo pela valva pulmonar: o sangue está sendo constantemente deslocado do átrio esquerdo para o átrio direito, aumentando
bastante o fluxo pelas valvas tricúspide e pulmonar. Resposta: letra D.

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28 - 2022 FJG

» Questão muito boa e que cai todo ano em diversas provas de residência médica. Ela aborda as medicações que diminuem mortalidade nos pacientes com insuficiência
cardíaca de fração de ejeção reduzida (ICFEr). Vamos aproveitar a questão para fazer uma breve revisão sobre o tema. A prescrição de fármacos na ICFEr tem três
objetivos básicos: 1) aliviar os sintomas, reduzindo a frequência de internações hospitalares; 2) reduzir ou reverter a deterioração da função miocárdica; 3) aumentar a
sobrevida do paciente, ao interferir positivamente na história natural da cardiopatia. -Drogas que apenas aliviam os sintomas: grupo representado principalmente pelos
diuréticos e digitálicos. A princípio, devem fazer parte da abordagem apenas dos pacientes sintomáticos. -Drogas que aumentam a sobrevida (inibem o remodelamento
cardíaco): grupo composto pelos inibidores do sistema renina-angiontensina (inibidores da ECA, bloqueadores dos receptores da angiotensina e a associação valsartana
+ sacubitril), betabloqueadores, antagonistas da aldosterona, inibidores de SGLT2, ivabradina a combinação hidralazina/nitrato. Lembrando que os betabloqueadores
com benefício comprovado na ICFEr são: carvedilol, succinato de metoprolol e bisoprolol. Portanto, dentre as alternativas fornecidas, a única medicação que não
apresenta redução da mortalidade nos pacientes com ICFEr é o bloqueador do canal de cálcio. Resposta: letra B.

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29 - 2022 UERJ

» Boa questão! Perceba que a paciente apresenta, de fato, níveis tensionais elevados. No entanto, isso só foi observado uma única vez! Lembre-se que para firmarmos o
diagnóstico de HAS, é preciso que a aferição da PA seja feita, pelo menos, em duas consultas distintas. Portanto, não é possível diagnosticá-la no momento. Só podemos
dizer que os níveis estão acima do normal... Os termos “leve” e “moderada” não são utilizados para classificar a HAS; a classificamos em estágios (I, II e III). Da mesma
maneira, não é possível definir seu risco cardiovascular, já que a presença ou não de HAS altera a definição. Agora, o que devemos fazer é marcar nova consulta para
checar outra vez a PA e orientar sobre mudanças de estilo de vida. Resposta: letra C.

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30 - 2022 UFRJ

» Será que um quadro de asma explicaria o conjunto de achados do enunciado? O sopro é inocente ou se trata de uma doença valvar? Na verdade, temos um quadro
compatível com cardiomiopatia hipertrófica, uma doença primária do miocárdio, caracterizada por uma inexplicada hipertrofia ventricular concêntrica, geralmente
restrita ao ventrículo esquerdo, associada a uma função sistólica hiperdinâmica. A maioria dos pacientes é assintomática, mas sintomas podem vir a aparecer em
qualquer idade. O mais comum é a dispneia aos esforços, normalmente desencadeada ou exacerbada pelo esforço físico. O segundo sintoma mais comum é a angina
pectoris, ocorrendo em 70% dos pacientes sintomáticos por isquemia miocárdica. O terceiro sintoma é a síncope e a pré-síncope. O exame físico costuma mostrar
alterações interessantes, com sopro sistólico que aumenta com manobra de Valsalva, posição ortostática e batimento pós-extrassistólico, reduzindo com handgrip e
posição de cócoras. Por que isso acontece? É que todas as manobras que reduzem o retorno venoso e, portanto, o volume intraventricular (Valsalva, posição ortostática),
aumentam a intensidade do sopro, pois aproximam o septo interventricular alto do aparelho mitral. As manobras que aumentam o retorno venoso (posição de cócoras)
fazem o inverso. O aumento da pós-carga, como ocorre no handgrip, aumenta o volume intraventricular, reduzindo o sopro. O tratamento medicamentoso está indicado
para os pacientes sintomáticos. Os β-bloqueadores reduzem os sintomas em 2/3 dos pacientes, principalmente a angina de esforço, pelo seu efeito redutor da demanda
metabólica miocárdica (cronotropismo e inotropismo negativos). Além disso, os β-bloqueadores reduzem a obstrução dinâmica na CMH obstrutiva, pelo efeito inotrópico
negativo. Resposta: letra A.

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31 - 2022 UFES

» A presença de hipertensão arterial resistente deve nos fazer considerar a hipótese de hipertensão arterial secundária! Nesse caso, temos um indício (que nem sempre
está presente) de hiperaldosteronismo: a hipocalemia! Lembre-se que a aldosterona estimula a secreção de potássio (e íons H+) pela urina - se há excesso desse
hormônio, a tendência é que a calemia diminua. Analisando os outros exames, podemos dizer que esse hiperaldosteronismo é PRIMÁRIO! A relação aldosterona/atividade
de renina plasmática > 30 (ou seja, muito aldosterona e pouca renina) e a ausência de lesões vasculares ao Doppler aponta para este diagnóstico. Caso fosse
secundário, a relação seria < 30 (muita aldosterona e muita renina) e, possivelmente, o Doppler revelaria alterações (lembre-se que a causa clássica de
hiperaldosteronismo secundário é a estenose de artéria renal). Bom, a quarta droga a ser acrescida ao esquema de um indivíduo com HAS resistente, ainda mais se esta
for decorrente de hiperaldosteronismo primário, é a espironolactona, um antagonista da aldosterona. Resposta: “Espironolactona”.

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32 - 2022 AMRIGS

» Vamos analisar essas colunas e definir a melhor ordem: (1) Hiperpotassemia - ramipril. Como sabemos, os inibidores da ECA atuam impedindo a liberação de
aldosterona, hormônio que tem como ação principal a reabsorção de sódio no túbulo coletor em troca da eliminação de hidrogênio e potássio. Portanto, se há menor
excreção de deste eletrólito, pode haver hipercalemia. (2) Broncoespasmo - atenolol. Embora os receptores beta da árvore respiratória responsáveis pelo aumento e
diminuição do calibre da via aérea sejam majoritariamente do tipo beta-2, o atenolol, droga bloqueadora seletiva dos receptores beta-1, tem o potencial de causar
broncoespasmo. Esse efeito “cruzado” pode ocorrer, mas, sem dúvida, o risco de broncoespasmo é bem menor com o atenolol do que com drogas não seletivas, como o
propranolol. (3) Edema de membros inferiores - anlodipino. Trata-se de um efeito colateral típico dos bloqueadores de canal de cálcio, especialmente os diidropiridínicos,
como o próprio anlodipino. O mecanismo não é muito bem explicado, mas parece ter relação com aumento da permeabilidade vascular. (4) Hiperglicemia -
hidrocloratiazida. A hiperglicemia é um efeito dose-dependente dos tiazídicos que tem relação com uma diminuição da síntese e liberação de insulina. No entanto, a
droga costuma ser segura em pacientes diabéticos, já que as doses preconizadas geralmente não provocam esse evento adverso. Resposta: letra B.

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33 - 2022 SES - PE

» A losartana seria uma excelente opção para pacientes com gota, isso porque apresenta discreto efeito uricosúrico! De quebra, pode exercer efeito nefroprotetor em
pacientes diabéticos com proteinúria, tendo benefícios também no pós-infarto (A CORRETA). O angioedema cursa clinicamente com inchaço e dor, acometendo pele,
lábios, laringe e intestino (os locais mais comumente afetados são as regiões periorbitária e perioral). O acometimento da laringe pode ser causar asfixia obstrutiva,
enquanto o acometimento do TGI provoca náuseas, vômitos e dor abdominal. Existem vários mecanismos para formação desse edema, mas um deles está associado ao
inibdor da ECA: lembre-se que essa enzima, além de converter a angiotensina I em angiotensina II, também degrada a bradicinina. O bloqueio farmacológico da ECA
pode causar um aumento exagerado de bradicinina em indivíduos predispostos, levando ao surgimento de angioedema! A conduta, nesses casos, consiste na suspensão
de qualquer IECA, pois trata-se de um efeito de classe. Os BRA costumam ser a opção de substituição, pois inibem o receptor de angiotensina II sem interferir
diretamente com a ECA. (B INCORRETA). Betabloqueadores já não são considerados antihipertensivos de primeira linha, mas estão contraindicados nos pacientes com
BAV de 2º e 3º graus - basta lembrar que derpimem a condução pelo nó atrioventricualr (C INCORRETA). O mesmo vale para antagonistas do canal de cálcio, que não
devem ser usados na presença de disfunçãod a condução AV. Além disso, não são empregados de rotina no pós-IAM, já que não reduzem a mortalidade nem a taxa de
reinfarto. Mais um detalhe: antagonistas de canais de cálcio não di-hidropiridínicos (cardiosseletivos), como verapamil e diltiazem, devem ser EVITADOS em pacientes
com disfunção de VE, pois sua ação inotrópica negativa pode descompensar a função sistólica - motivos de sobra para evitarmos a droga aqui (D INCORRETA).
Diuréticos aumentam a reabsorção tubular proximal de ácido úrico, induzida pela hipovolemia. Vale ressaltar que, não raro, a crise de gota é precipitada pelo uso de
diuréticos! A classe mais comumente implicada é a dos tiazídicos, mas os diuréticos de alça também aumentam a uricemia (E INCORRETA). Resposta: letra A.

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34 - 2022 UFMT

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. A radiografia é normal na maioria dos pacientes com pericardite aguda, já que é necessário o acúmulo de grande
quantidade de líquido (> 200 ml) para que a silhueta cardíaca aumente. Letra B: incorreta. Cerca de 95% dos indivíduos têm dor torácica. Duas de suas características
nos ajudam a afastar outras hipóteses, como o infarto agudo do miocárdio: há melhora quando o paciente se senta e inclina o tórax para frente (essa posição reduz a
pressão no interior do pericárdio) e há irradiação para o trapézio. Cabe ressaltar que ela costuma ser mínima ou ausente quando a etiologia é urêmica ou reumatológica.
Letra C: correta. De fato, o supra de ST “difuso” e o infra de PR são achados característicos. Só para ganharmos bagagem, vamos discutir um pouco mais… O
eletrocardiograma apresenta evolução em estágios: estágio I (horas-dias): supra de ST difuso com infra de PR / estágio II (primeira semana): normalização dos
segmentos ST e PR / estágio III (“achado subagudo”, sem prazo exato determinado): inversão de onda T difusa / estágio IV (pode surgir após o III ou após o início do
tratamento em qualquer estágio): normalização do eletro. Letra D: incorreta. O derrame pericárdico hemorrágico deve nos fazer considerar duas hipóteses principais:
neoplasia e tuberculose. Nas infecções virais, o líquido, quando presente, costuma ser seroso. Resposta: letra C.

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35 - 2022 UFSC

» A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio caracterizado por apneias obstrutivas, hipopneias e/ou despertares relacionados ao esforço respiratório, causados por colapso
repetitivo completo ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono. A maioria dos pacientes apresentam sonolência diurna, respiração ofegante, engasgo, roncos
ou interrupções na respiração durante o sono. Outros sintomas possíveis incluem sono não restaurador, inquietação noturna, dores de cabeça matinais, insônia de
manutenção do sono e noctúria. Alguns questionários foram criados para auxiliar na suspeita diagnóstica, sendo o STOP-Bang um dos mais utilizados: Snoring (ronco),
Tiredness (cansaço), Observe (observação), blood Presssure (pressão arterial), BMI > 35 (IMC), Age (idade), Neck (pescoço) > 40 cm e Gender (gênero) masculino. Uma
pontuação de três ou mais tem uma sensibilidade e especificidade de 84 e 56% para o diagnóstico de apneia do sono. Portanto, o diagnóstico de apneia do sono é
baseado na presença ou ausência de sintomas relacionados, bem como na frequência de eventos respiratórios durante o sono (ou seja, apneias, hipopneias e
despertares relacionados ao esforço respiratório) evidenciados pela polissonografia (exame considerado padrão ouro para o diagnóstico).As letras C, D e E não são
utilizadas como ferramentas diagnósticas da apneia do sono, mas a letra B pode ter gerado dúvida em alguns alunos… Isso porque a poligrafia respiratória pode ser
considerada em pacientes com alta probabilidade pré-teste de apneia do sono moderada a grave, desde que não haja suspeita de distúrbios do sono não respiratórios
(por exemplo, narcolepsia) e um especialista em sono esteja disponível para interpretá-lo. O detalhe é que os pacientes com alta probabilidade pré-teste de apneia do
sono moderada a grave são aqueles com hipersonolência diurna e pelo menos dois dos três critérios a seguir: ronco alto habitual, apneia testemunhada ou respiração
ofegante/ asfixia ou hipertensão diagnosticada. Ou seja, o paciente do caso em tela não possui tais critérios e, portanto, a poligrafia não é uma alternativa aqui.Resposta:
letra A.

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36 - 2022 SURCE

» O diagnóstico deste paciente é de insuficiência cardíaca congestiva (IVE + IVD) por disfunção diastólica de VE (ou seja, uma ICFEP - IC com FE preservada). Uma vez que
o paciente está congesto, é indicada diureticoterapia - na IC, a classe de escolha são os diuréticos de alça, não os tiazídicos, sendo indicada a troca. A dose deve ser
cuidadosa, pelo risco de redução demasiada da pré-carga e hipotensão arterial. Tampouco está indicada associação de tiazídico com diurético de alça (excluímos A e C).
O paciente encontra-se hipertenso, sendo necessária uma droga para associação com a losartana. O verapamil é uma droga bem tolerada nesses pacientes, sendo
geralmente indicada para associação (D correta). Por fim, a opção B é absurda, uma vez que associa hidralazina (droga que não está entre as nossas principais opções) e
encaminha o paciente cardiopata para o pneumologista. Por exclusão, a única resposta possível é a letra D.

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37 - 2022 HCG

» Questão tranquila sobre drogas que aumentam a sobrevida em pacientes com IC. No caso da ICFEr: - A primeira classe de drogas que nos vem à cabeça são geralmente
os IECA/BRA. Porém, devemos lembrar que, a partir dos resultados do PARADIGM-HF, recomenda-se a troca de IECA/BRA para o sacubitril/valsartana nos pacientes com
ICFEr que persistem sintomáticos, mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-hormonais. - Os betabloqueadores também são considerados
fármacos de primeira linha no tratamento da ICFEr, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na morte por IC e por morte súbita, além de melhorarem
sintomas e reduzirem taxas de re-hospitalizações por IC em inúmeros estudos clínicos. Estes resultados foram demonstrados de forma consistente com o uso de
carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol. - Os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona/eplerenona) estão indicados em pacientes
sintomáticos com disfunção sistólica do VE, em classes funcionais II a IV da NYHA, associados ao tratamento padrão, apresentando efeitos contundentes sobre
mortalidade e taxas de re-hospitalização. - A droga mais recentemente aprovada dentre as citadas foi a dapaglifozina, um inibidor SGLT2. O DAPA-HF foi o primeiro
ensaio clínico randomizado que investigou o impacto de um inibidor de SGLT2 em pacientes com ICFER, independe do diagnóstico de diabetes. O estudo randomizou
pacientes com IC em NYHA II-IV para dapagliflozina ou placebo e, durante um seguimento médio de 18,2 meses, demonstrou uma redução de 26% no risco combinado
de morte cardiovascular ou piora da IC no grupo dapagliflozina. Notavelmente, o efeito da dapagliflozina foi consistente em todos os subgrupos pré-especificados,
incluindo aqueles sem diabetes e independentemente dos níveis de HbA1c. - Diuréticos e digoxina NÃO alteraram a sobrevida dos pacientes com ICFEr, embora possam
reduzir sintomas e mesmo hospitalização. Resposta: opção A.

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38 - 2022 HCG

» Questão mal feita... Estamos diante de uma mulher com níveis tensionais altíssimos associados a confusão mental, vômitos, sudorese e cefaleia intensa. De fato,
estamos diante de uma emergência hipertensiva. Dois diagnósticos diferenciais se impõem: encefalopatia hipertensiva e AVE hemorrágico – a cefaleia importante torna
esta hipótese “um pouco” mais provável, inclusive. Portanto, perceba que há duas respostas possíveis (letras B e D – na enxaqueca, citada na A, não esperamos
confusão mental) e, por isso, a questão deveria ter sido anulada. Resposta da Banca: letra D.

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39 - 2022 SURCE

» Este paciente de 70 anos procura atendimento na emergência com dispneia, grave hipertensão arterial e estertores crepitantes nos terços inferiores de ambos os
pulmões. Qual é o seu diagnóstico? Ora, trata-se de provável edema agudo de pulmão hipertensivo. Lembra a fisiopatologia? A excessiva pressão arterial faz com que o
ventrículo esquerdo (VE) torne-se agudamente incapaz de relaxar-se – disfunção diastólica – o que impede que o sangue proveniente da circulação pulmonar deságue no
VE. O resultado: hipertensão pulmonar aguda, levando à transudação de líquido para dentro dos alvéolos pulmonares, prejuízo à troca gasosa e intensa dispneia. O
tratamento farmacológico do edema agudo de pulmão hipertensivo consiste em reduzir o retorno venoso ao coração (pré-carga) e a resistência à saída do sangue do
interior do ventrículo esquerdo (pós-carga). Os fármacos incluem: - nitroglicerina, que atua como vasodilatador arterial e venoso; - furosemida que, além de ser diurético,
também é venodilatadora; A morfina foi utilizada por muito tempo para pacientes com edema agudo de pulmão. O problema é que, embora reduza a sensação de
dispneia e a pré-carga (venodilatação), foi associada ao aumento de mortalidade em diversos trabalhos (letra B incorreta). Por fim, atente: não há insuficiência cardíaca
diastólica em que se use dobutamina. Essa medicação é útil para casos de edema agudo cardiogênico, já que aumenta a força contrátil do miocárdio (letras A e C
incorretas). Resposta: letra D.

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40 - 2022 HC - UFPR

» Os diuréticos tiazídicos são uma das classes de primeira escolha no tratamento da hipertensão arterial sistêmica, juntamente com os IECA/BRA e os bloqueadores dos
canais de cálcio. Os tiazídicos incluem a hidroclorotiazida, clortalidona e indapamida. A clortalidona e indapamida são drogas classificadas como diuréticos “tipo-
tiazidícos”, pois sua estrutura química difere um pouco da hidroclorotiazida. Dentre essas três drogas, a que demonstrou maiores benefícios em termos de redução de
mortalidade cardiovascular e maior meia-vida foi a clortalidona (LETRA C CORRETA), seguida pela indapamida. A clortalidona é 1,5 a 2 vezes mais potente que a
hidroclorotiazida e possui duração bem maior (24 horas versus 6 horas). A hidroclorotiazida é a menos efetiva das três em termos de redução pressórica e em termos de
redução de desfechos clínicos significativos (LETRAS B e D INCORRETAS). Amilorida e triantereno não são tiazídicos, mas sim diuréticos poupadores de potássio (LETRAS
A e E incorretas). Resposta: letra C.

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41 - 2022 HC - UFPR

» Tanto a hipertensão arterial primária quanto o uso de diuréticos estão, de forma independente, associados com hiperuricemia. Portanto, sempre que possível, devemos
evitar o uso de diuréticos tiazídicos (ex: hidroclorotiazida) em pacientes com gota! Apesar disso, se o paciente já fazia uso da medicação e, eventualmente, desenvolveu
hiperuricemia, podemos considerar manter o medicamento. Entenda: tendo em vista os benefícios do controle pressórico e o baixo custo dos diuréticos tiazídicos, o
mesmo só deve ser trocado se a hiperuricemia não for controlada com outras medidas e a hipertensão puder ser facilmente controlada por outro agente - claro, se o
custo não for um problema significativo. A losartana, em particular, tem efeitos uricosúricos e pode ser um bom agente alternativo. Os bloqueadores dos canais de cálcio
(ex: anlodipino) e os inibidores da ECA também podem ser usados sem problemas. Ainda que não faça parte dos anti-hipertensivos de primeira linha, vale o alerta: os
betabloqueadores também podem aumentar os níveis séricos de ácido úrico e, sempre que possível, devem ser evitados. Resposta: letra A.

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42 - 2022 HC - UFPR

» Temos uma paciente com quadro de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) de etiologia chagásica, que vem apresentando limitação física leve
apesar da terapia medicamentosa otimizada. Perceba que, ao exame, a paciente apresenta duplo-produto (FC x PA) bem controlado, ausculta pulmonar normal e
também não há sinais de edema. Portanto, não faz sentido aumentar a dose de diurético ou mesmo do beta-bloqueador (letras A e B incorretas)! E a Ivabradina? É um
inibidor específico e seletivo da corrente “If” do nó sinoatrial, modulando o influxo das correntes iônicas e determinando como consequência uma redução da frequência
cardíaca. De fato, essa medicação reduz mortalidade na IC, mas seu uso só está recomendo em associação à terapêutica padrão nos pacientes em ritmo sinusal com FC
> 70 bpm e classes funcionais II-III da NYHA com disfunção sistólica em uso de terapia otimizada. Portanto, também não é uma opção para o caso (letra C incorreta).
Afinal, existe algo a mais para se fazer aqui? SIM!!! Os inibidores de SGLT2 mostraram, recentemente, benefícios como redução do risco de morte e hospitalização por IC,
independentemente da presença de diabetes. O dados iniciais vieram do estudo DAPA-HF, com uso da dapagliflozina (se ClCr ≥ 30), naqueles com IC de classes
funcionais II-IV e, posteriormente, também observados com a empagliflozina pelo estudo EMPEROR-Reduced (se ClCr ≥ 20). A ideia é adicionar a classe ao esquema
padrão (betabloqueador, antagonista do sistema renina-angiotensina e antagonista da aldosterona), compondo um “esquema quádruplo”, desde que a função renal
permita. Resposta: letra E

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43 - 2022 PSU - MG

» A questão retrata uma paciente de 53 anos com episódios recorrentes de rubor não pruriginoso em face, pescoço e e tórax superior, de rápida duração (cerca de um
minuto), com melhora espontânea e associados à chieira e plapitação breves. Associado a isso temos a presença de diarreia líquida com muco, porém sem sangue ou
pus, precedidas de dor abdominal em cólica que alivia após as evacuações. A principal hipótese diagnóstica é de síndrome carcinoide! O rubor episódico é principal
característica dessa síndrome e ocorre em 85% dos pacientes, com duração de geralmente de 20-30 segundos e acometendo sobretudo face, pescoço e tórax superior.
Diarreia é uma queixa importante na maioria dos pacientes e se deve a um aumento do trânsito intesto. Doença valvar cardíaca de câmara direita pode afetar até 40 %
dos pacientes. Broncoespasmo está presente em uma minoria dos casos. Com base nisso, questão pergunta sobre a possível de etiologia dos achados da semiologia
cardiovascular do paciente. Pela história deveríamos já pensar em acometimento valvar das câmaras direitas... O coração direito é mais acometido, pois durante a
passagem do sangue pelo pulmão há inativação das substâncias tóxicas. Interessante, não?! Com relação à válvula tricúpisde, temos duas possibilidadades de achado
semiológico: - Insuficiência tricúspide: Íctus de VD palpável, sopro holossitólico ao longo da borda esternal esquerda (foco tricúspide), acentuado pela manobra de Rivero
Carvalho (inspiração). Pulso venoso com onda v aumentada. - Estenose tricúspide: edema em membros inferiores, ascite, refluxo abdominojuglar e turgência jugular.
Estalido de abertura da tricúspide e rulfar diastólico intensificado com a manobra de Rivero Carvalho. Pulso venoso com onda a em canhão e elevação da pressão venosa
central. Voltando ao caso, temos um paciente com movimento paraesternal inferior esquerdo da parede torácica (ictus de VD, indicativo do aumento dessa cavidade
cardíaca), com sopro holossitólico suave nessa mesma região (foco tricúspide), mais acentuado com a respiração e associado à onda V gigante, achado típico da
insuficiência tricúspide. Associado a isso, temos um segundo sopro, diastólico, aspirativo e suave, audível ao longo da borda esternal esquerda (foco pulmonar),
caracterísitco da insuficiência pulmonar. Resposta: letra D.

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44 - 2022 HUOL

» A questão traz paciente hipertenso, diabético e com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp – fração > 50%), apresentando IC descompensada
caracterizada por dispneia aos esforços, tosse seca noturna e aumento do BNP. Há ainda mau controle glicêmico, caracterizado por HbA1c de 9,4%. A droga que pode
duplamente auxiliar no controle glicêmico e ainda ajudar na ICFEp é a empaglifozina (LETRA A CORRETA). A resposta dessa questão vem baseada no recente estudo
EMPOROR-PRESERVED, o qual demonstrou benefícios no uso de EMPAGLIFOZINA (10 mg/dia) no tratamento da ICFEp. O estudo atingiu o seu endpoint primário,
estabelecendo a empagliflozina como a primeira e única terapêutica a reduzir significativamente o risco do composto de mortalidade ou hospitalização por IC em adultos,
com ou sem diabetes, que vivem com ICFEp. O perfil de segurança foi geralmente consistente com o perfil de segurança conhecido da empagliflozina. Sendo assim, a
empaglifozina passou a ser considerada a primeira droga a reduzir a mortalidade (ainda que em um estudo de desfecho composto) em todas as formas de IC, tanto de
fração de ejeção reduzida, como preservada. As tiazolidinedionas como a pioglitazona são contraindicadas em pacientes com IC descompensa, pois há aumento da
retenção hídrica (LETRA C INCORRETA); o perfil cardiovascular dos inibidores DPP-4 como alogliptina e saxogliptina tende a ser neutro (LETRAS B e D INCORRETAS).
Resposta: letra A.

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45 - 2022 HUOL

» O enunciado descreve um paciente com insuficiência cardíaca (IC) e fração de ejeção (FE) muito baixa (30%) que, apesar de manter um bom controle do duplo produto
(PA e FC), apresenta quadro clássico de congestão: dispneia, ortopneia, turgência jugular, estertores bibasais, refluxo hepatojugular, edema de MMII. Dito isso, vamos
analisar as alternativas: Letra A: correta! O paciente já está usando dose muito alta de furosemida e continua congesto! Algumas vezes, o paciente que parece refratário
aos diuréticos de alça em doses altas pode responder ao acréscimo de uma segunda droga, como um tiazídico. Por que isso ocorre? Entenda: com o uso crônico do
diurético de alça, o néfron distal aumenta sua capacidade de absorção de sódio, reduzindo o efeito da droga. Essa absorção seria então inibida pelo tiazídico. Uma dúvida
que poderia surgir nesse caso é: não haveria contraindicação ao tiazídico pela doença renal crônica? Na verdade, não… O que acontece é que o efeito dos tiazídicos
parece ser menor nestes pacientes (particularmente, quando a TFG é < 30 ml/min). Letra B: incorreta. Recomenda-se a associação da ivabradina à terapêutica padrão
em pacientes em ritmo SINUSAL com FC > 70 bpm e classes funcionais II-III da NYHA com disfunção sistólica em uso de terapia otimizada. Como o paciente em tela
apresenta FA, essa não é uma opção viável. Letra C: incorreta. De acordo com a última diretriz, os critérios para indicar a terapia de ressincronização ventricular são: (1)
IC sistólica classe funcional NYHA II, III ou IV refratária à terapia medicamentosa otimizada; (2) FE ≤ 35%; e (3) ritmo sinusal associado a bloqueio de ramo esquerdo
(QRS ≥ 0,15s, ou 150ms). Letra D: incorreta. Em pacientes com IC classe II/III e deficiência de ferro (ferritina < 100 ng/ml ou 100-300 ng/ml se saturação da transferrina
< 20%), a reposição INTRAVENOSA de ferro pode ser utilizada para melhora na capacidade funcional e na qualidade de vida. Os agentes estimuladores da eritropoetina,
por sua vez, não apresentam respaldo para esta indicação. Resposta: letra A.

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46 - 2022 AMP

» Vamos analisar as alternativas: I- Correto. A insuficiência cardíaca é considerada uma causa sistêmica de edema. Basicamente, temos uma congestão do sistema
venoso, que aumenta a pressão hidrostática no mesmo, dificultando o retorno do líquido do terceiro espaço novamente para a circulação na periferia, o que resulta na
formação de edema. Os pacientes costumam apresentar edema periférico, principalmente em membros inferiores, simétrico, que tende a piorar ao longo do dia com a
ortostase. II- Correta. Segundo o Harrison: “Os estertores pulmonares resultam da transudação de fluido do espaço intravascular para os alvéolos. Em pacientes com
edema pulmonar, estertores podem ser ouvidos amplamente em ambos os campos pulmonares e podem ser acompanhados por sibilância expiratória (asma cardíaca).
Quando presentes em pacientes sem doença pulmonar concomitante, os estertores são específicos para IC.” III- Incorreta. Mais uma alternativa retirada do Harrison: “É
importante notar que estertores estão frequentemente ausentes em pacientes com IC crônica, mesmo quando as pressões de enchimento do VE estão elevadas, devido
ao aumento da drenagem linfática do líquido alveolar.” Resposta: letra A.

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47 - 2022 PSU - MG

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. Perceba que há uma diferença significativa entre a pressão arterial aferida no consultório e aquela medida em
ambiente domiciliar. Será que estamos diante de uma paciente com hipertensão do jaleco branco? Com as informações disponíveis, não temos como saber! Para isso,
recomenda-se a realização de um MAPA antes de otimizar os medicamentos anti-hipertensivos. Letras B e D: corretas. Os sintomas de taquicardia e sudorese durante a
madrugada são compatíveis com a hipótese de hipoglicemia. Por isso, é prudente reduzir a dose de gliclazida - droga secretagoga de insulina de longa duração (que
poderia justificar a redução da glicemia durante a noite). Além disso, para confirmar o diagnóstico de hipoglicemia, recomenda-se que a paciente faça aferições da
glicemia capilar durante a madrugada. Letra C: correta. A metformina reduz a absorção intestinal de vitamina B12 em até 30% dos pacientes e diminui as concentrações
séricas de vitamina B12 em 5 a 10%. O risco de deficiência de vitamina B12 parece ter relação com a dose e com o tempo de uso da medicação. Assim, a recomendação
atual é dosar vitamina B12 anualmente, particularmente em pacientes com risco maior de deficiência desta vitamina (ex: vegetarianos, pacientes submetidos à cirurgia
bariátrica, etc). Resposta: letra A.

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48 - 2022 AMP

» Vamos analisar as alternativas: I- Incorreta. Atualmente, não existe nenhum tratamento específico para qualquer estágio da miocardite viral! Durante a infecção aguda, a
terapia com medicamentos antiinflamatórios ou imunossupressores deve ser evitada, pois seu uso demonstrou aumentar a replicação viral e a lesão miocárdica em
modelos animais. II- Correta. A miocardite viral aguda frequentemente se apresenta com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Alguns pacientes apresentam dor
torácica sugestiva de pericardite ou infarto agudo do miocárdio. Ocasionalmente, o quadro é dominado por taquiarritmias atriais ou ventriculares ou por êmbolos
pulmonares ou sistêmicos de trombos intracardíacos. III- Correta. Segundo o Harrison: “O envolvimento do vírus da hepatite B na miocardite é incomum, mas pode ser
observado quando associado à vasculite sistêmica (poliarterite nodosa)”. Resposta: letra C.

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49 - 2022 AMP

» Vamos analisar as assertivas: Assertiva I: correta. Segundo o Harrison (referência da prova), a hipertensão do jaleco branco é aquela que aparece só no consultório. Fora
dele, o paciente mantém níveis tensionais normais. O prognóstico a longo prazo é mais semelhante ao de indivíduos normotensos do que ao de hipertensos. Porém, cabe
ressaltar que a Diretriz Brasileira (que não era referência da prova) cita alguns dados interessantes a respeito dela... Segundo o documento, lesões de órgão-alvo e risco
de eventos cardiovasculares são menos frequentes aqui do que na hipertensão sustentada ou “verdadeira”. No entanto, quando a comparamos com indivíduos
normotensos, há maior atividade adrenérgica, maior prevalência de fatores de risco metabólicos, LOA mais frequente e maior risco de desenvolver diabetes mellitus e
progressão para hipertensão verdadeira e hipertrofia ventricular esquerda. Assertiva II: incorreta. A HAS mascarada é caracterizada por níveis tensionais normais em
consultório, mas elevados fora dele. Segundo o Harrison, o prognóstico é “quase igual” ao de pacientes com hipertensão sustentada. Assertiva III: correta. Naturalmente,
pacientes que não têm hipertensão apresentam níveis tensionais no consultório e fora dele. Como a PA se encontra dentro dos limites da normalidade, não esperamos
lesão de órgão-alvo e, portanto, o prognóstico é melhor quando comparado ao de hipertensos ou das duas síndromes que comentamos acima. Resposta: letra B.

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50 - 2022 SURCE

» Questão interessante e do dia a dia do médico(a) generalista. Considerando a aferição pressórica no consultório, o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS)
pode ser firmado com base: - na média entre duas medidas da pressão arterial, em pelo menos duas consultas, com níveis maiores ou iguais a 140 x 90 mmHg ou - em
uma consulta nos pacientes de alto risco cardiovascular, com lesões de órgão-alvo, ou com níveis pressóricos extremamente elevados, isto é, a partir de 180 x 110
mmHg. Assim, pode-se afirmar que o paciente ilustrado é hipertenso, isso com base nos valores pressóricos muito elevados ou na possível cardiopatia hipertensiva –
o desvio do ictus traduz cardiomegalia (letra A e B incorretas). Por fim, emergência hipertensiva é definida pela elevação grave da pressão arterial associada a lesões
agudas de órgão-alvo – lembre que a cardiopatia hipertensiva é lesão crônica (letra C incorreta). Resposta: letra D.

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51 - 2022 UFMT

» A combinação IECA + BRA-II pode reduzir o grau de proteinúria, mas conforme o estudo ONTARGET, além de não haver benefício claro com essa medida, ainda há
aumento dos eventos adversos, com piora dos desfechos renais. A Diretriz Brasileira, na verdade, orienta iniciar tratamento combinado com um IECA (ou BRA-II),
associado a um diurético tiazídico ou antagonista do cálcio (A INCORRETA). Mudanças no estilo de vida nunca podem ser menosprezadas no tratamento de qualquer
condição! Entre essas medidas, citamos padrão alimentar, ingestão adequada de sódio e potássio, controle do peso, consumo moderado de bebidas alcoólicas
(abstinência, se possível), atividade e exercício físicos e até mesmo medidas como respiração lenta, controle de estresse, espiritualidade e religiosidade (B INCORRETA).
Complicações vasculares são conhecidas entre pacientes hipertensos e diabéticos, que podem evoluir com AVE e síndromes coronarianas agudas. Justamente por isso, é
fundamental controlar comorbidades para impedir uma evolução mais desfavorável (C CORRETA). A metformina realmente é o grande hipoglicemiante oral a ser usado
em pacientes diabéticos. Entretanto, trata-se de uma biguanidina! Como exemplos de sulfonilureias, podemos citar a glibenclamida, a glipizida e a glimepirida (D
INCORRETA). Resposta: letra C.

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52 - 2022 SES - DF

» Um betabloqueador não deve ser a próxima droga a ser acrescida ao esquema! Além de não ser de primeira linha, o fato de o paciente ter DPOC (e usar uma droga beta-
2 agonista para alívio dos sintomas) faz com que essa classe farmacológica não seja muito adequada, já que pode piorar os sintomas respiratórios por promover
broncoespasmo. As medicações beta-1 seletivas, como o atenolol, até podem ser consideradas, já que os receptores beta das vias aéreas são, majoritariamente, do tipo
beta-2. Porém, as drogas não seletivas, como o propranolol devem ser evitadas. Nesse caso, o próximo fármaco a ser acrescentado ao esquema é um bloqueador de
canal de cálcio, classe de primeira linha no manejo anti-hipertensivo. Resposta: letra B.

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53 - 2022 SES - DF

» Perceba que, apesar do uso de dois anti-hipertensivos, a paciente mantém níveis tensionais elevados. Bom, a próxima medicação a ser acrescentada ao esquema
também deve ser de primeira linha, assim como o tiazídico e o inibidor da ECA. Embora a losartana, um bloqueador do receptor de angiotensina II, também faça parte
desse seleto grupo de drogas, lembre-se que não devemos associar esta classe aos IECA – os mecanismos de ação são praticamente os mesmos, não havendo grandes
benefícios em associá-los, além de aumentarem o risco de eventos adversos quando usados simultaneamente. Diante disso, podemos dizer que o fármaco mais
adequado seria um bloqueador de canal de cálcio, como a anlodipina. Resposta: letra B.

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54 - 2022 SES - DF

» Realmente, fatores socioeconômicos são listados pela Diretriz Brasileira de HAS como fatores de risco da doença. Dentre esses, podemos destacar menor escolaridade,
condições de habitação inadequadas e baixa renda familiar. Para ganharmos “bagagem” com a questão e aprender mais alguns fatores de risco “diferentes” da HAS:
consumo de > 6 doses de álcool/dia e uso de algumas drogas, como eritropoietina, glicocorticoides, descongestionantes nasais, entre outros. Resposta: letra A.

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55 - 2022 IGESP

» Boa e tranquila questão, integralmente, copiada das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão:
“Anamnese: Deve ser realizada anamnese, com história clínica completa, perguntas obrigatórias sobre o tempo de diagnóstico e tratamentos anti-hipertensivos
instituídos previamente (medicamentos e doses). Além disso, convém apurar os sintomas que indiquem a evolução da doença hipertensiva, especialmente a presença de
lesão de órgãos-alvo (LOA). São importantes os antecedentes pessoais e a construção de uma linha de tempo que permita melhor compreensão do quadro clínico.”
Resposta: letra A.

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56 - 2022 SCMA - SP

» A lesão orovalvar deste paciente é uma insuficiência aórtica! Ele apresenta o sinal de Quincke (pulsação do leito subungueal) e o Sinal de Duroziez (sopro sistodiastólico
sobre a artéria femoral), típicos da IA.

O sopro (proto)diastólico aspirativo (representado pela opção C) é o sopro característico da insuficiência aórtica. Este sopro costuma ser audível no foco aórtico acessório
(borda esternal esquerda média) nos casos de doença valvar e no foco aórtico nos casos de doença da raiz aórtica. É um sopro de alta frequência (diafragma do
estetoscópio), que aumenta com a inclinação do corpo para a frente (paciente sentado) e com o handgrip, diminuindo com a manobra de Valsalva e o uso de
vasodilatadores. A duração do sopro (mas não a intensidade) é proporcional à gravidade da IA.

A resposta é a opção C.

57 - 2022 HCB - SP

» Questão, integralmente, copiada do das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “A obesidade
geral e a obesidade abdominal foram associadas ao aumento do risco de HA. Por outro lado, a diminuição do peso promove a diminuição da PA tanto em indivíduos
normotensos quanto em hipertensos. Ser “o mais magro possível” dentro da faixa da normalidade do IMC pode ser a melhor sugestão com relação à prevenção primária
da HA”. Resposta: letra D.

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58 - 2022 HASP

» A PA alvo em pacientes hipertensos portadores de DRC é < 130x80 mmHg. Neste caso, temos duas drogas em dose máxima (tiazídico e BRA), sendo necessário
acrescentar uma terceira ao esquema anti-hipertensivo, que pode ser o anlodipino, um bloqueador dos canais de cálcio. A única resposta possível é a opção C.

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59 - 2022 UNINOVE

» O texto dessa questão foi retirado na íntegra da Diretriz Brasileira de HAS, de 2020. De fato, artérias mais rígidas representam maior impedância para a ejeção
ventricular, ou seja, possuem maior capacidade de resistir ao fluxo sanguíneo. Naturalmente, isso exige maiores valores de pressão para manter constante o fluxo. Dessa
maneira, tal aumento da rigidez arterial, que pode ocorrer conforme o indivíduo se torna mais idoso, também é capaz de levar, a longo prazo, ao aumento da PA e,
consequentemente, do risco cardiovascular. Resposta: letra C.

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60 - 2022 IGESP

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “Já está provado a
existência de um impacto do aumento da PA no risco CV, na disfunção endotelial (dano camada endotelial vascular) e na rigidez arterial (dano camada média vascular)
antes mesmo do diagnóstico de HA. O aumento da rigidez arterial é um preditor de desfechos. Isso foi demonstrado para a VOPc-f (velocidade da onda de pulso
carotídeo-femoral) em pacientes hipertensos no início dos anos 2000 e confirmado em vários estudos e subsequentemente em duas metanálises. A primeira metanálise
publicada em 2010, 155 com 15.877 pacientes de 17 estudos, demonstrou que o aumento de 1 m/s da VOP, com o risco ajustado para idade, sexo e fatores de risco,
elevou em 14% os eventos CV, 15% a mortalidade CV e 15% a mortalidade por todas as causas. Além disso, um aumento de um desvio-padrão estaria associado a um
aumento respectivo de 47%, 47% e 42%. A segunda metanálise, publicada em 2014, 156 com 17.635 pacientes, proveniente de 16 estudos, evidenciou que, para cada
aumento em um desvio-padrão da VOP, ocorria aumento de risco de 35% para DAC, 54% para AVE e 45% para DCV.” Resposta: letra B.

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61 - 2022 USCS

» Pacientes aderentes ao tratamento e que não respondem à terapia otimizada com três drogas, incluindo entre elas um diurético, caracterizam o que se chama
hipertensão resistente. Porém, muito cuidado!! Antes de definir que uma hipertensão é resistente, você deve descartar as seguintes condições (pseudorresistência):
medida inadequada da pressão arterial; HAS agravada pelo efeito do "jaleco branco"; tratamento inadequado; problemas inerentes ao paciente (falta de aderência ao
tratamento, dieta rica em sal, ingestão de álcool excessiva); e HAS secundária. Se essas condições forem descartadas, uma quarta medicação deve ser adicionada. O uso
da espironolactona (25-50 mg/dia), como bloqueador de receptor mineralocorticoide, é a estratégia com maior evidência pelo possível hiperaldosteronismo associado.
Outras opções seriam os simpaticolíticos centrais (clonidina), betabloqueadores vasodilatadores (nebivolol), bloqueadores alfa-1 adrenérgicos e vasodilatadores diretos
como hidralazina e minoxidil (sempre em combinação com diuréticos e betabloqueadores para evitar taquicardia reflexa). Repare que a única alternativa que descreve
TODAS as condutas adequadamente é a letra A. As letras B e C sequer cogitam a realização de MAPA para avaliação do efeito "jaleco branco" e a letra D não indica a
investigação de causas secundárias. Resposta: letra A.

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62 - 2022 HBP - RP

» Segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2020): "Os alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2 que estão envolvidos
nos mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe são: diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, o que contribui para
a bradicardia relativa e a hipotensão notada na posição ortostática; discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina; e
retenção de fluidos. São representantes desse grupo: metildopa, clonidina e o inibidor dos receptores imidazolínicos rilmenidina". Logo, a resposta é a opção B.

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63 - 2022 UNOESTE

» Estamos diante de uma puérpera que passa a apresentar hipertensão arterial sistêmica (HAS). A normalidade das transaminases e da proteinúria exclui a possibilidade
de doenças intercorrentes da gestação, como síndrome HELLP e pré-eclâmpsia. Como devemos raciocinar a partir de agora? A princípio, ela não fecha critérios para HAS
resistente. Para isso, seria necessário que os níveis tensionais não estivessem controlados mesmo com o uso de três anti-hipertensivos (sendo um deles um diurético
tiazídico, preferencialmente) em doses máximas. Perceba que houve controle com esse esquema terapêutico. Bom, apesar de não ter HAS resistente, concorda que é, no
mínimo, estranho que uma paciente relativamente jovem (< 30-35 anos) tenha desenvolvido uma HAS tão importante assim (ela precisa de três medicamentos para
ficar normotensa!)? Por isso, é prudente investigar HAS secundária. Dos exames citados nas alternativas, o único capaz de detectar alguma doença causadora de HAS é
o doppler de artérias renais – ele pode evidenciar estenose de artéria renal, secundária à displasia fibromuscular, por exemplo. Resposta: letra C.

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64 - 2022 SCMMA

» “Índices hemodinâmicos centrais” é um termo que se refere à pressão arterial central, obtida através da aferição nas artérias carótidas e na aorta, por exemplo. A
pressão arterial que aferimos na artéria braquial é chamada de periférica… Segundo a Diretriz brasileira de HAS, esses índices podem ser considerados preditores
independentes de eventos cardiovasculares no futuro e de mortalidade por todas as causas. Resposta: letra B.

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65 - 2022 ISCMSC

» O tratamento da HAS visa a redução das lesões de órgão-alvo e, naturalmente, da mortalidade por complicações cardiovasculares. A redução da pressão arterial (PA) é a
primeira meta a ser alcançada. Estima-se que uma queda de PA sistólica de 10 mmHg e diastólica de 5 mmHg é acompanhada de diminuição significativa do risco
relativo de desfechos maiores: 37% para AVE, 22% para doença arterial coronariana, 46% para insuficiência cardíaca, 20% para mortalidade CV e 12% para mortalidade
total. Resposta: letra B.

66 - 2022 IOVALE

» Questão estranha. Estamos diante de um paciente hipertenso mal controlado (o enunciado não deixa claro se ele já faz algum tipo de terapia) e com insuficiência
cardíaca diastólica. Apesar da Banca não citar a fração de ejeção, sabemos que este tipo de disfunção está relacionado à fração de ejeção preservada na maioria dos
casos. Bom, o tratamento desta condição, por sua vez, se baseia, principalmente, no controle das comorbidades, incluindo a HAS. Nestes casos, os níveis tensionais
podem ser controlados com qualquer droga anti-hipertensiva, com certa preferência pelos tiazídicos, segundo algumas referências. No entanto, as outras medicações de
primeira linha também podem ser usadas e, a princípio, não há motivos para preferir o IECA em detrimento do BRA (a preferência pelos IECA é mais consolidada na IC
com fração de ejeção reduzida). O propranolol é contraindicado por causa da asma e a reserpina não é mais citada como medida terapêutica nas diretrizes brasileira e
americana. Pelos motivos citados, acreditamos que a questão deveria ter sido anulada, mas a Banca não aceitou os pedidos de recurso. Resposta: letra B.

67 - 2022 SCMV

» O feocromocitoma consiste em um tumor neuroendócrino, hipersecretante de catecolaminas (adrenalina ou noradrenalina), presentes na medula suprarrenal (maioria) e
paragânglios extra-adrenais. A prevalência é de 0,05 a 0,6%. Deve ser suspeitado em pacientes com hipertensão "lábil" (30%), isto é, com picos significativos e
esporádicos da PA, associados a cefaleia (60-90%), sudorese (55-75%) e palpitações (50-70%). Entretanto, até 60% dos casos apresentam-se como hipertensão crônica
(sem crises), geralmente de difícil controle. Eventualmente, a elevação da PA é tão rápida e grave que desencadeia uma encefalopatia hipertensiva. A coarctação de
aorta é definida como uma obstrução congênita da porção da aorta adjacente ao ligamento arterial, geralmente após a subclávia esquerda. É uma importante causa de
HAS em crianças e adultos jovens, sobretudo no sexo masculino. Estes pacientes são detectados pelo exame físico que mostra, além do sopro sistólico ejetivo no
precórdio e dorso, uma grande diferença de pulso e pressão arterial entre os membros superiores e inferiores (PA braquial pelo menos 10 mmHg maior que na poplítea).
O hiperaldosteronismo consiste no aumento excessivo e autônomo da produção de aldosterona pelo córtex suprarrenal. Pode ser por hiperplasia glandular, adenoma,
carcinoma ou formas genéticas. A prevalência pode variar de menos de 2 até 20%, de acordo com a população em estudo. É colocada, na Diretriz Brasileira, como a
causa mais comum de hipertensão secundária. Todo hipertenso com hipocalemia espontânea/provocada por diu​réticos, hipertensos estágio 3 resistentes ou hipertensos
com tumor adrenal devem ter essa hipótese investigada. O angiomiolipoma é um tumor benigno do tecido perivascular que não causa hipertensão secundária.
Resposta: letra A.

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68 - 2022 HSL - RP

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020: "Valores de pressão arterial elevados têm sido tradicionalmente associados ao risco para
cardiopatia isquêmica, acidente vascular encefálico, doença renal crônica e mortalidade precoce. Uma clássica metanálise de 61 estudos observacionais, com
seguimento de 12,7 milhões de pessoas-ano e registro de 56.000 mortes por doença arterial coronária ou AVE, produziu uma sólida evidência observacional. Essa
metanálise demonstrou que o risco inicia-se com valores de PA tão baixos quanto 115 mmHg de PA sistólica (PAS) ou 75 mmHg de PA diastólica (PAD), dobrando a cada
20 mmHg de elevação da PAS ou 10 mmHg de PAD" Resposta: letra C.

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69 - 2022 HCB - SP

» Questão extraída das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica (2020). Segundo este consenso, a redução no consumo de sal na população brasileira
continua sendo prioridade de saúde pública, mas requer um esforço combinado entre indústria de alimentos, governos nas diferentes esferas e público em geral, já que
80% do consumo de sal envolve aquele contido nos alimentos processados. O consumo adequado de frutas e vegetais potencializa o efeito benéfico da dieta com baixo
teor de sódio sobre a pressão arterial. Os substitutos do sal contendo cloreto de potássio e menos cloreto de sódio (30% a 50%) são úteis para reduzir a ingestão de
sódio e aumentar a de potássio, apesar de limitações em seu uso. Resposta: letra A.

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70 - 2022 UNINOVE

» O texto não está bem redigido, mas a questão foi baseada na última diretriz brasileira de hipertensão arterial de 2020. Observe esse trecho retirado na íntegra do
documento: "A hipertensão arterial e suas complicações são mediadas por diversos mecanismos cujo traço comum é a disfunção endotelial, caracterizada pela baixa
disponibilidade de óxido nítrico (NO) e pelo consequente desequilíbrio local entre fatores de relaxamento e constrição de arteríolas. A disfunção endotelial decorre do
desequilíbrio entre a produção de NO pela sintase endotelial (eNOS) ou a transformação do NO no radical livre peroxinitrito (NOO-). Nesse caso, a vasodilatação mediada
por vários peptídeos, incluindo a bradicinina e angiotensina 1-7, é prejudicada, o que leva ao aumento da resistência vascular periférica e à alteração da permeabilidade
endotelial. A instalação de um estado inflamatório crônico em pacientes com HA, pelo aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias (como moléculas de adesão
leucocitária, endotelina-1, angiotensina II), reduz a expressão da eNOS, enquanto o aumento do estresse oxidativo acelera a degradação do NO" Resposta: letra A.

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71 - 2022 IGESP

» O nitroprussiato de sódio é um potente vasodilatador arterial de ação rápida que pode ser usado no manejo da insuficiência cardíaca aguda associada à emergência
hipertensiva, na ausência de isquemia miocárdica (caso haja indícios isquêmicos, a droga de escolha passa a ser a nitroglicerina). Lembre-se que a vasodilatação faz a
resistência vascular sistêmica (pós-carga) e, naturalmente, a PA caírem. Idealmente, o paciente deve ter seus níveis tensionais monitorados de forma invasiva e contínua
através de um cateter arterial. Resposta: letra C.

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72 - 2022 HASP

» Bom, considerando que estamos diante de um paciente obeso com história de roncos excessivos, é preciso considerar o diagnóstico de apneia obstrutiva do sono (AOS).
Hipertensão arterial, cefaleia matinal e distúrbios do humor também estão relacionados a essa condição, corroborando nossa hipótese. Agora, vamos analisar as
alternativas: Letra A: incorreta. A narcolepsia é outra etiologia de sonolência diurna, assim como a AOS. Porém, ela cursa com outros achados… Há mais três clássicos,
formando uma tétrade, presente em cerca de 1/3 dos pacientes: cataplexia, alucinações hipnagógicas e paralisia do sono. Eita! O que significa cada uma? ⁃ Cataplexia:
episódios de fraqueza muscular transitória desencadeados por “emoções/sensações”, como risadas, piadas, excitação ou raiva. ⁃ Alucinações hipnagógicas: alucinações
visuais, táteis ou auditivas, muitas vezes assustadoras, que surgem quando o paciente está “pegando no sono”. ⁃ Paralisia do sono: incapacidade de se mover por um a
dois minutos após o despertar (também pode ocorrer logo antes o adormecer). Uma série de medicações podem ser usadas para o tratamento, como o metilfenidato. A
cafeína deve ser evitada por causar insônia, o que pode agravar a sonolência diurna. Letra B: incorreta. A obesidade é o achado mais comum de pacientes com AOS. A
circunferência do pescoço aumentada, principalmente acima de 44 cm em homens e 40 cm em mulheres (valores aproximados), também é um dado indicativo. Porém, o
uso do BiPAP só está recomendado após a confirmação diagnóstica. Letra C: correta. A escala ou questionário de Berlin (não confunda com os critérios de Berlin da
SDRA!) é uma ferramenta que avalia dez itens relacionados à AOS. Estes são organizados em três categorias: 1- roncos; 2- outros sintomas (ex: fadiga e sonolência
diurna); 3- hipertensão arterial. Na presença de, pelo menos, duas “categorias positivas”, o paciente é encarado como de alto risco para a doença. Porém, de forma
geral, sempre que houver suspeita da doença, a polissonografia deve ser indicada (mas perceba que isso não invalida a alternativa). Letra D: incorreta. O diagnóstico
“polissonográfico” é confirmado caso um dos critérios a seguir se faça presente: (1) cinco ou mais eventos predominantemente obstrutivos (ex: apneia, hipopneia) por
hora de sono em um paciente que tenha sintomas compatíveis; ou (2) 15 ou mais episódios predominantemente obstrutivos por hora de sono, independentemente das
manifestações clínicas. Resposta: letra C.

73 - 2022 HSL - RP

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020: "À demonstração dos riscos da elevação da PA para a ocorrência de desfechos clínicos,
adicionaram-se evidências dos danos vasculares e cardíacos pré-clínicos em valores de PA inferiores aos tradicionalmente utilizados para o diagnóstico de HA.
Consequências cardíacas decorrentes dos níveis tensionais discretamente elevados, categorizadas como pré-hipertensão, foram demonstradas. O estudo PREVER revelou
que, nesses casos, a redução da PA leva à redução da massa ventricular estimada por eletrocardiograma, além de reduzir em quase 50% a incidência de HA" Resposta:
letra B.

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74 - 2022 HMMG

» Vamos avaliar a afirmativa utilizada na confecção das alternativas: A pressão arterial elevada está entre os diversos fatores de risco cardiovasculares, e atua de forma
sinérgica com os demais fatores na lesão do endotélio vascular. Sendo assim, quanto mais numerosos e mais intensos os fatores contribuindo para a doença
cardiovascular, maior também será a contribuição da pressão arterial na patogênese, que se torna amplificada pelo conjunto de comorbidades. Resposta: letra A.

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75 - 2022 SCO

» A amiloidose representa um grupo de doenças caracterizadas pelo acúmulo tecidual de substância amiloide, material amorfo constituído, em sua maioria, por proteína.
Há mais de 30 tipos de proteínas amiloidogênicas descritas, mas apenas duas delas são responsáveis por cerca de 95% dos casos de acometimento cardíaco: as cadeias
leves, cujo acúmulo causa a amiloidose AL, e a transtirretina (molécula produzida pelo fígado que faz o transporte de retinol e tiroxina), cujo acúmulo causa a amiloidose
ATTR. De modo geral, é preciso uma biópsia demonstrando o acúmulo da substância amiloide em algum tecido (não necessariamente no coração) para que o
diagnóstico seja confirmado. Isso vale para, praticamente, todas as formas de amiloidose, embora a ATTR possa ser confirmada a partir de uma cintilografia. Porém,
quando estamos diante de uma suspeita de amiloidose cardíaca, o primeiro passo é a solicitação de exames para detecção de cadeias leves, como a imunoeletroforese
sérica. Caso a pesquisa seja positiva, a biópsia de medula óssea deve ser indicada. A investigação deve ser iniciada pela forma AL, e não pela ATTR, porque a primeira
possui tratamento quimioterápico específico e o prognóstico tende a ser pior quanto maior for a demora para inciá-lo. Caso a pesquisa seja negativa, solicitamos uma
cintilografia (há captação do radiotraçador pelo coração na ATTR). Resposta: letra C.

76 - 2022 HBP - RP

» Questão sobre um detalhe relacionado a alguns betabloqueadores, como carvedilol e nebivolol. Segundo a diretriz brasileira de hipertensão arterial, essas medicações
possuem impacto neutro ou positivo no metabolismo dos lipídeos e da glicose. Isso parece ter relação com um efeito vasodilatador (não explicado em detalhes pela
diretriz), além da diminuição da resistência insulínica e consequente melhora da captação de glicose pelos tecidos. Cabe ressaltar que outros betabloqueadores podem
provocar intolerância à glicose… Resposta: letra C.
77 - 2022 SMS - PIRACICABA

» De acordo com as últimas diretrizes brasileiras sobre hipertensão arterial, pacientes no estágio 1 de baixo risco cardiovascular são tratados em monoterapia. Uma
alternativa é terapia não farmacológica por 6 meses em pacientes de baixo risco. Considerando que a probabilidade de controle da PA com uma droga seja pequena, o
documento já indica a terapia combinada com duas drogas nos hipertensos estágio 1 de risco moderado a alto e estágios 2 e 3 (IECA + Antagonista de cálcio
possivelmente é a melhor combinação). A mesma diretriz recomenda a monoterapia também para pré-hipertensos de alto risco, bem como para muito idosos (> 80
anos) e/ou indivíduos frágeis. Trouxemos em anexo um fluxograma adaptado da Diretriz Brasileira para reforçar os conceitos. Resposta: letra C.

78 - 2022 UNINOVE

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “A avaliação do
impacto da HA sobre a camada média das artérias pode ser feita por meio de biomarcadores que sejam capazes de detectar o dano e os diferentes graus de
acometimento, o impacto na mortalidade, predizer eventos CV, adicionar informações aos fatores de risco estabelecidos, estratificar o risco suficientemente para mudar
as recomendações terapêuticas e acrescentar informações que justifiquem seu custo adicional.” Resposta: letra C.

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79 - 2022 CMC

» Anamnese e exame físico sempre serão nosso ponto de partida! No entanto, de acordo com a última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, a avaliação complementar
deve ser feita mesmo com o objetivo de detectar lesões clínicas ou subclínicas em órgãos-alvo, melhorando a estratificação do risco cardiovascular. Nesta investigação,
destacam-se alterações da glicemia ou da hemoglobina glicada, a obesidade abdominal (síndrome metabólica), a pressão de pulso > 65 mmHg em idosos, a história de
pré-eclâmpsia/eclâmpsia e a história familiar de HA (em hipertensos limítrofes). Além disso, entre os exames complementares de rotina, citamos potássio plasmático,
creatinina, glicemia de jejum, estimativa da TFG, colesterol total, HDL, triglicerídeos plasmáticos, ácido úrico plasmático e ECG. Resposta: letra D.

80 - 2022 ISCMSC

» A amiloidose acontece quando certas proteínas endógenas, por variados estímulos, adquirem a capacidade de formar fibrilas amiloidogênicas, as quais, por sua vez,
podem se combinar e formar estruturas moleculares denominadas "folhas β pregueadas". Estas últimas se depositam na matriz extracelular de órgãos específicos,
causando danos teciduais e disfunção orgânica. Das diversas formas de proteínas amiloidogênicas descritas, dois tipos são responsáveis por mais de 95% dos casos de
amiloidose cardíaca (AC):a cadeia leve de imunoglobulinas (forma AL) e a transtirretina (forma ATTR). A forma TTR ocorre pelo depósito cardíaco da transtirretina, que
fisiologicamente age como um transportador de tiroxina (T4) e de retinol (vitamina A). Na amiloidose TTR (ATTR), ocorre um “defeito de fabricação” da proteína TTR, que
passa a se acumular como fibrila amiloide no coração. A amiloidose por mutação do gene da TTR apresenta caráter autossômico dominante, seu gene está localizado no
cromossomo 18 e mais de 140 mutações já foram descritas. A amiloidose AL está relacionada ao mieloma múltiplo. A principal manifestação clínica na AC é a
insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada (ICFEp). Além de exames bem estabelecidos na Cardiologia, como eletrocardiograma, ecocardiograma e
ressonância magnética cardíaca, um exame particularmente útil na AC é a cintilografia com radiotraçadores ósseos. Os radiotraçadores marcados com tecnécio-99m
derivados do bifosfonato, originalmente desenvolvidos para imagens ósseas, encontraram um novo papel como ferramenta diagnóstica não invasiva da AC por ATTR. As
imagens com radiotraçadores ósseos permitem, de modo seguro, o diagnóstico não invasivo de AC por ATTR. O principal radiotraçador ósseo marcado com 99mTc
utilizados para o diagnóstico da AC por ATTR é o 99mTc-pirofosfato. A AC por ATTR apresenta maior captação de 99mTc-pirofosfato, enquanto a amiloidose cardíaca AL
tem mínima ou nenhuma avidez pelos radiotraçadores ósseos. Portanto, podemos concluir que atualmente o diagnóstico de AC em suas formas AL e ATTR tornou-se
muito mais fácil, não necessitando de biópsia cardíaca na maioria das vezes, o que simplificou o fluxo de diagnóstico. Resposta: letra C.

81 - 2022 SCO

» Questão retirada de uma diretriz de insuficiência cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo ela, “a história natural da IC caracteriza-se pela piora
progressiva da função cardíaca e dos sintomas de IC. Apesar dos avanços no tratamento farmacológico e do impacto prognóstico dos dispositivos implantáveis como
terapia de ressincronização cardíaca, pacientes com insuficiência cardíaca podem progredir para uma condição clínica denominada IC avançada”. Nestes casos, o
tratamento tradicional não costuma ser efetivo e, por isso, terapias avançadas, como transplante cardíaco, podem ser necessárias. Resposta: letra A.

82 - 2022 HIS

» O quadro clínico descrito é de um paciente com insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica agudizada, caracterizada pela presença de dispneia aos mínimos esforços,
congestão pulmonar (estertores em bases), estase jugular e edema periférico. O perfil clínico/hemodinâmico no qual o paciente se enquadra é o quente e úmido (tipo B),
em que há boa perfusão tecidual – quente: pressão arterial sistólica normal, tempo de enchimento capilar < 3 segundos – e úmido: sinais de congestão retrógrada. Nesse
contexto, a droga que deve ser inicialmente iniciada ou otimizada (como no caso do paciente, que já está em uso) é o diurético de alça como a furosemida,
preferencialmente por via endovenosa, para melhora da congestão pulmonar. Nos doentes em uso crônico de diuréticos, a dose EV recomendada é 50% da dose total
oral prévia (LETRA C INCORRETA). Os betabloqueadores cardiosseletivos são drogas que reduzem a mortalidade da insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida
(ICFER) como no caso da questão (fração de ejeção < 40%) e não devem ser suspensos durante a descompensação caso o paciente já faça uso. No entanto, não se
recomenda o INÍCIO dessa classe durante a agudização caso o paciente não utilize previamente, pois há um risco inicial de piora sintomática devido aos efeitos
inotrópicos negativos. Sendo assim, o paciente deve melhorar da dispneia e dos demais sintomas de congestão primeiro (LETRAS A, B e D incorretas). O bloqueio do
sistema renina-angiotensina-aldosterona é fundamental para a mudança da história natural da ICFER, seja com um IECA, BRA ou inibidor da neprilisina. Uma dessas
drogas pode ser começada assim que possível, desde que o paciente não apresente sinais de instabilidade hemodinâmica, junto com a diureticoterapia, titulando
cautelosamente até a dose máxima. Tais drogas devem ser mantidas devido ao efeito vasodilatador e pela redução da pós-carga que promovem (LETRA E
CORRETA). Caso o paciente responda bem, podemos iniciar o betabloqueador APÓS essa etapa. Resposta: letra E.

83 - 2022 HCB - SP

» Em relação ao tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial, a alimentação é ferramenta fundamental para o menjo adequado desses pacientes! Considera-se
que as dietas restritivas não seriam opções adequadas por não serem sustentáveis em longo prazo. A dieta com maior nível de evidência para o controle da PA é a
famosa “dieta DASH” (Dietary Approaches to Stop Hypertension), rica em frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura, e pobre em carne vermelha, doces e
bebidas adoçadas. Com ela o paciente consegue manter uma ingesta adequada de cálcio, potássio, magnésio e fibras, consumindo pouco colesterol e gorduras
saturadas. Outro aspecto nutricional se refere ao consumo de sódio, que, segundo alguns estudos, está bem acima do recomendado na população brasileira (média de
11,4 g/dia de sódio, enquanto a meta é um máx. de 2 g/dia de sódio). Quanto ao potássio, a diretriz citada diz que a suplementação é uma alternativa segura, sem
importantes efeitos adversos, com impacto modesto, mas significativo, na PA, podendo ser recomendada inclusive para a prevenção do aparecimento da HA. Resposta:
letra D.

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84 - 2022 UNINOVE

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “A avaliação do
impacto da HA sobre a camada média das artérias pode ser feita por meio de biomarcadores que sejam capazes de detectar o dano e os diferentes graus de
acometimento, o impacto na mortalidade, predizer eventos CV, adicionar informações aos fatores de risco estabelecidos, estratificar o risco suficientemente para mudar
as recomendações terapêuticas e acrescentar informações que justifiquem seu custo adicional. Os biomarcadores disponíveis para a avaliação da rigidez arterial estão
relacionados nos tópicos a seguir.” Resposta: letra B.

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85 - 2022 IGESP

» Questão copiada, integralmente, da 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial: Capítulo 7 - Tratamento Medicamentoso. Vamos, então, revisar o trecho que respondia
a questão: “Os BCC (bloqueadores dos canais de cálcio) não di-idropiridínicos que podem deprimir a função sistólica cardíaca, principalmente em pacientes que já
apresentavam tal disfunção antes do início do seu uso, devendo ser evitados nessa condição. Deve-se dar preferência aos BCC de ação prolongada para que se evitem
oscilações indesejáveis na FC e na PA. São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbimortalidade CV.” Resposta: letra B.

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86 - 2022 ISCMSC

» Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), a proteção cardiovascular (CV) consiste no objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo. A
redução da pressão arterial (PA) é a primeira meta, com o objetivo maior de reduzir desfechos CV e mortalidade associados à hipertensão arterial (HA). Os resultados de
metanálises de estudos clínicos randomizados em pacientes hipertensos mostraram que a redução de PA sistólica de 10 mmHg e diastólica de 5 mmHg com fármacos se
acompanha de diminuição significativa do risco relativo de desfechos maiores: 37% para acidente vascular encefálico, 22% para doença arterial coronariana, 46% para
insuficiência cardíaca, 20% para mortalidade CV e 12% para mortalidade total. Observa-se que os benefícios são maiores quanto maior o risco CV, mas ocorrem mesmo
em pacientes com pequenas elevações da PA com risco CV baixo a moderado. Resposta: letra A.

87 - 2022 HASP

» O enunciado nos apresenta um idoso hipertenso que mantém níveis tensionais elevados apesar do uso de 50 mg/dia de losartana. Vamos analisar as alternativas: Letra
A: incorreta. Segundo a diretriz brasileira, idosos, diabéticos, disautonômicos e pessoas em uso de anti-hipertensivo devem ser investigados para hipotensão ortostática.
Para pesquisá-la, a PA deve ser medida em posição supina, inicialmente, e, em seguida, em ortostase, após a pessoa permanecer 1-3 minutos em pé. A aferição com o
indivíduo sentado pode ser feita em substituição à medição supina, caso o paciente não consiga se deitar. Letra B: incorreta. Embora a PA sistólica seja, geralmente,
maior em idosos, níveis acima de 140 mmHg já configuram o diagnóstico de HAS ou HAS sistólica isolada. Letra C: correta. Preferencialmente, indivíduos com HAS
estágio 2 devem ser tratados com terapia combinada. No entanto, aumentar a dose do BRA também é uma estratégia possível, embora não seja a de escolha,
atualmente. Letra D: incorreta. O efeito do avental branco justifica o aumento dos níveis tensionais no consultório, apenas. Ele não possui relação com a diferença entre
a sistólica e a diastólica - ambas se elevam nesse contexto. Resposta: letra C.

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88 - 2022 UNINOVE

» Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020: "Artérias mais rígidas representam maior impedância para a ejeção ventricular, o que exige maiores
valores de pressão para manter constante o fluxo sanguíneo. Dessa maneira, tal aumento da rigidez arterial também é capaz de levar, a longo prazo, ao aumento da PA
e, consequentemente, do risco CV. Os estudos demonstraram que a rigidez arterial poderia preceder a HA, estabelecendo a teoria da rigidez como causa. Humphey et al.
(2016) descreveram o mecanismo não como causa ou consequência, mas, sim, como causa e consequência, ou seja, um feedback positivo, um ciclo rigidez-HA-rigidez."
Resposta: letra A.

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89 - 2022 SCMMA

» Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020: “Na maioria dos pacientes hipertensos, coexistem ou agregam-se outros fatores reconhecidos como
capazes, per se, determinar ou incrementar o aparecimento e desenvolvimento da DCV, independentemente dos valores da PA. As condições associadas, quer por sua
prevalência na população em geral, quer pela força de sua associação a eventos CV, devem ser identificadas no paciente hipertenso, por meio de história clínica, exame
físico e exames complementares. Assim, devem ser procurados: a) os fatores de risco coexistentes na hipertensão arterial; b) as lesões órgão-alvo; c) a presença de DCV
e renal estabelecida.” Resposta: letra A.

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90 - 2022 SMS - SP

» Em resumo, temos um paciente com insuficiência cardíaca com FE bastante reduzida (30%) que, apesar da terapia otimizada, apresenta sintomas aos mínimos esforços
(NYHA IV). Além disso, seu ECG mostra um bloqueio de ramo esquerdo com QRS > 150 ms. O bloqueio de ramo faz com que o VD e o VE contraiam em tempos
diferentes, de forma assincrônica, o que piora a função ventricular. Neste grupo de pacientes, recomenda-se a instalação de um marcapasso biventricular com o objetivo
de sincronizar a contração dos ventrículos, contribuindo para uma significativa melhora dos sintomas da IC – é a chamada terapia de ressincronização ou pacing. De
acordo com a última diretriz, as recomendações para a terapia de ressincronização ventricular são: - IC sistólica classe funcional NYHA II, III ou IV refratária à terapia
medicamentosa otimizada; - FE ≤ 35%; - Ritmo sinusal associado a bloqueio de ramo esquerdo (QRS ≥ 0,15s, ou 150ms). O paciente do caso em tela se encaixa
perfeitamente nestas recomendação, não é mesmo?! Perceba que um novo ecocardiograma acrescentaria muito pouco neste caso, assim como uma nova angiografia de
coronárias - já sabemos que se trata de etiologia isquêmica e a provável causa da piora clínica é a assincronia dos ventrículos. Tudo bem, mas e o cardiodesfibrilador
implantável (CDI)? Estudos demonstraram que ele reduz significativamente a mortalidade de pacientes com cardiopatia não isquêmica ou isquêmica após 40 dias de
IAM, com FE ≤ 35% e classe funcional NYHA II ou III (após compensação com tratamento clínico otimizado). PORÉM, veja o detalhe da questão: o enunciado pergunta
qual das medidas melhora sintoma e reduz mortalidade. O CDI reduz mortalidade, mas NÃO melhora sintomas! Logo, não pode ser considerado como uma alternativa
correta aqui… Resposta: letra B.

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91 - 2022 HMMG

» Questão bastante preguiçosa. Vamos avaliar a frase utilizada nas alternativas: -Claro que para a aferição arterial a técnica deve ser CORRETA. -O número adequado de
medidas para o diagnóstico inicial é em ao menos DUAS ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. Resposta: letra B.

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92 - 2022 HBP - RP

» O efeito anti-hipertensivo dos betabloqueadores é explicado pelo bloqueio dos receptores beta-1 adrenérgicos (localizados no coração), que reduz o débito cardíaco
através de uma diminuição do cronotropismo (frequência cardíaca), do inotropismo (contratilidade miocárdica) e do dromotropismo (condução atrioventricular). O
bloqueio dos receptores beta-1 reduz, ainda, a secreção de renina pelo aparelho justaglomerular, ao inibir a ação de catecolaminas localmente liberadas pelos nervos
renais (resultado final: menor ativação do SRAA). Por outro lado, o bloqueio dos receptores beta-2 adrenérgicos (localizados nos vasos sanguíneos, brônquios e
hepatócitos) promove vasoconstrição, broncoconstrição e inibição da liberação hepática de glicose estimulada por catecolaminas (ex.: em resposta à hipoglicemia
aguda). Podem, ainda, causar uma série de efeitos indesejados, como broncoespasmo, bradicardia, distúrbio da condução AV, insônia, pesadelos, depressão, disfunção
erétil, intolerância à glicose (bloqueio à liberação de insulina pelo pâncreas) e dislipidemia (aumento de LDL e triglicerídeos + redução do HDL). Cabe ressaltar que os
betabloqueadores de terceira geração carvedilol e nebivolol não prejudicam o metabolismo glicídico e lipídico, pelo contrário, parecem até melhorá-lo (o aumento do
fluxo sanguíneo periférico promovido por essas drogas talvez se associe a uma redução da resistência à insulina, ao favorecer uma maior captação de glicose pelos
tecidos). Resposta: letra B.

93 - 2022 CMC

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), há clara evidência que sustenta a relação entre a apneia obstrutiva do sono (AOS) e a hipertensão
arterial (HA), bem como o aumento do risco para HA resistente. Os graus leve, moderado e grave da AOS mantém uma relação dose-resposta com a HA. Existe uma
associação mais forte de caucasianos e pacientes do sexo masculino à AOS. Outros fatores de risco para a HA são: genética suscetível; idade avançada;
sobrepeso/obesidade; ingestão excessiva de sódio; sedentarismo; etilismo; e baixo nível socioeconômico. Resposta: letra C.

94 - 2022 SCMSJC

» A ultrassonografia de um pulmão normal mostra uma linha pleural hiperecogênica interrompida pela sombra acústica das costelas, além das linhas A, que são linhas
hiperecogênicas horizontais de repetição da linha pleural a intervalos regulares, configurando artefatos benignos. Este seria o chamado perfil A. No perfil B, por outro
lado, a grande característica é a presença de "linhas B", que são linhas hiperecogênicas verticais, desde a linha pleural, que se movem junto com o deslizamento pleural.
As linhas B caracterizam líquido no espaço intersticial, o que pode ser compatível com edema pulmonar cardiogênio ou mesmo um edema inflamatório causado por uma
pneumonia viral. Ora, diante de um paciente de 78 anos de idade com dispneia progressiva e edema de membros inferiores, faz todo o sentido pensarmos em edema
pulmonar cardiogênico. Nesse sentido, entendemos que a VNI tem grande benefício, pois aumenta a pressão intratorácica e diminui o retorno venoso (A INCORRETA).
Frente ao quadro de congestão, o mais razoável é a prescrição de diuréticos de alça (B CORRETA e C INCORRETA). O aspecto clássico do derrame pleural no USG é de
uma área anecoica (completamente preta) entre os dois folhetos da pleura. Não é o que temos aqui. Resposta: letra B.

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95 - 2022 IGESP

» Os bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) são anti-hipertensivos eficazes e considerados agentes de 1ª linha para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica!
Vamos aproveitar para saber mais alguns conhecimentos sobre essa classe. Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di-
hidropiridínicos. Os di-hidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante,
com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-
hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de
condução cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção
miocárdica, devendo ser evitados nessa condição. Resposta: letra B.

96 - 2022 PMG

» A terceira bulha (B3), ou galope protodiastólico, é a bulha da ICC sistólica. A B3 é gerada pelo enchimento diastólico rápido em um ventrículo dilatado e com altas
pressões de enchimento. A B3 vem da vibração da parede ventricular na transição da fase de enchimento rápido para a fase de enchimento lento. A quarta bulha (B4),
ou galope pré-sistólico, é a bulha da hipertrofia ventricular e da ICC diastólica. Ocorre durante uma contração atrial vigorosa, mandando o sangue contra um ventrículo
pouco complacente (“duro”), promovendo a vibração de sua parede. Logo, todas as assertivas são corretas, menos a IV: na FA não há contração atrial, portanto não pode
haver B4. Resposta: A.

97 - 2022 SCO

» De acordo com a Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca – 2021: "No paciente com dispneia ou fadiga inexplicada, a avaliação
da probabilidade pré-teste para insuficiência cardíaca (IC) deve ser efetuada com dados clínicos, eletrocardiográficos, ecocardiográfico e laboratorial". Vamos aprofundar
esse conceito, pois essa mesma diretriz cita que existem dois sistemas de escores desenvolvidos para confirmação deste diagnóstico: tanto a pontuação H2FPEF quanto
a HFA-PEFF podem ser utilizadas (em anexo). Nesses modelos, os pacientes considerados de alta e baixa probabilidade são considerados como tendo ou não insuficiência
cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp), respectivamente. Nos pacientes com probabilidade intermediária, a avaliação da função diastólica durante estresse,
que pode ser realizado por meio de teste hemodinâmico invasivo ou ecocardiografia de estresse diastólico, é capaz de auxiliar no diagnóstico de ICFEp. Nos pacientes
com baixa probabilidade para a ICFEp, recomenda-se a investigação de outras causas de dispneia e fadiga Resposta: letra A.
98 - 2022 HBP - RP

» Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), os betabloqueadores podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade para
ligação aos receptores adrenérgicos: 1) não seletivos – bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente no miocárdio, quanto os beta-2,
encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos (propranolol, nadolol e pindolol, este último apresentando atividade
simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia); 2) cardiosseletivos – bloqueiam preferencialmente os
receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol, que é o mais cardiosseletivo); e 3) com ação vasodilatadora – manifesta-se por antagonismo
ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol). O propranolol mostra-se também útil em pacientes com tremor essencial, prolapso de
válvula mitral, síndromes hipercinéticas (hipertireoidismo e síndrome do pânico), cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. Resposta: letra B.

99 - 2022 IGESP

» Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos. Os di-hidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino,
levanlodipino, lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais
frequentemente usados como medicamentos anti-hipertensivos. Os BCC não di-hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamila) e as benzotiazepinas
(diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem
deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser evitados nessa condição. Resposta: letra A.

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100 - 2022 HBP - RP

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020, os betabloqueadores podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade
para ligação aos receptores adrenérgicos: 1) Não seletivos: bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente no miocárdio, quanto os
beta-2, encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos (propranolol, nadolol e pindolol, este último apresentando atividade
simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia); 2) Cardiosseletivos: bloqueiam preferencialmente os
receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol, que é o mais cardiosseletivo); e 3) Com ação vasodilatadora: manifesta-se por antagonismo
ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol). Resposta: letra D.

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101 - 2022 REVALIDA - USP SP

» Os peptídeos natriuréticos funcionam como uma espécie de contrarregulação da ativação neuro-hormonal, tendo efeitos opostos a angiotensina II, aldosterona,
noradrenalina e vasopressina, ou seja, vasodilatação e natriurese. Os dois marcadores mais importantes são o BNP e o NT-pró-BNP (N-terminal pró-BNP, um produto da
clivagem do pró-hormônio chamado pró-BNP). Sabe-se que, quanto maior o nível sérico do BNP, maior a especificidade para IC e pior o prognóstico (A INCORRETA).Testes
invasivos como coronariografia são métodos de escolha para pacientes com angina típica e evidência de disfunção ventricular. São métodos de escolha para pacientes,
portanto, com insuficiência cardíaca! Exames como cintilografia out ecocardiograma de estresse mostrarão áreas de perfusão coronariana inadequada, o que a clínica já
evidencia (B INCORRETA).A angio-TC de coronárias apresenta como grande vantagem em relação aos testes funcionais o seu alto valor preditivo negativo para doença
coronariana obstrutiva. Em outras palavras, uma angio-TC normal basicamente exclui a possibilidade de estenose coronariana. O grande problema é que as lesões
detectadas nem sempre se correlacionam com os testes funcionais, isto é, enxergar uma placa não é garantia de que ela seja a responsável por isquemia, especialmente
naquelas mais calcificadas (cálcio e stent funcionam como artefatos que confundem a imagem). Assim, o exame não deve ser feito em pacientes que tenham
calcificação extensa ou alto risco para doença coronariana, tendo validade para pacientes com probabilidade pré-teste moderada ou baixa (C CORRETA).Além de ser de
grande valia no diagnóstico, o ecocardiograma também é usado para prognóstico e avaliação da causa. A janela até ser uma limitação, mas não se recomenda a
repetição anual do exame. Na verdade, o exame fica indicado caso haja mudança do status clínico ou alteração do esquema terapêutico capaz de alterar parâmetros
ecocardiográficos, como aumento de dose de betabloqueador (D INCORRETA).Resposta: letra C.

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102 - 2022 IGESP

» Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, de 2020: “A HA é uma condição habitualmente assintomática. Por isso, deve ser avaliada em todo atendimento
médico e em programas estruturados de triagem populacional. Nestes últimos, mais de 50% dos portadores de HA não sabiam que tinham a doença. As medidas da PA
devem ser realizadas em intervalos regulares, com a frequência conforme a classificação de PA. Pessoas saudáveis com uma PA ótima no consultório (< 120/80 mmHg)
ou com PA normal (120-129/80-84 mmHg) devem ter a PA medida novamente pelo menos anualmente e nas consultas médicas. Pacientes com pré-hipertensão (130-
139/85-89 mmHg) devem ter a PA medida anualmente ou, preferencialmente antes, devido às altas taxas de progressão para HA. Além disso, nos casos suspeitos de
hipertensão mascarada, a MAPA ou a MRPA devem ser realizadas para detectar tal fenótipo.” Resposta: letra C.

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103 - 2022 ABC

» Vamos analisar as afirmativas a respeito do tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS). A) Incorreta. Os bloqueadores de canal de cálcio atuam na membrana
das células musculares lisas das arteríolas, reduzindo a disponibilidade de cálcio no interior das células, dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui
a resistência vascular periférica por vasodilatação. B) Incorreta. Os principais efeitos adversos dos IECA são: tosse seca, rash cutâneo, angioedema, piora da função renal
e hipercalemia. C) Incorreta. A diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores é o mecanismo de ação dos simpaticolíticos de ação central (ex.:
clonidina e metildopa), que agem por meio do estímulo dos receptores alfa-2. Isso contribui para a bradicardia relativa e a hipotensão notada na posição ortostática;
discreta diminuição na resistência vascular periférica e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de renina; e retenção de fluidos. D) Incorreta. Os anti-
hipertensivos de primeira linha atualmente são: IECA ou BRA; tiazídicos; e bloqueadores do canal de cálcio. E) Correta. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (2020), a monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HAS estágio 1 com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89
mmHg de risco CV alto ou para indivíduos idosos e/ou frágeis. Nesses perfis de pacientes, a redução da PA desejada é pequena ou deve ser feita de maneira gradual, de
modo a evitar eventos adversos. A combinação de fármacos é a estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos hipertensos, independentemente do estágio da
HAS e do risco CV associado. Resposta: letra E.
104 - 2022 HPEV

» Estamos diante de uma paciente recém diagnosticada para diabetes mellitus tipo 2. Foi iniciado há apenas um mês o tratamento da doença com metformina e
glibenclamida, apresentando um bom controle glicêmico (lembre-se que a HbA1C reflete os níveis glicêmicos dos últimos três meses, período que antecede o início das
medicações), sem necessidade de introdução de insulina e nem indicação de suspensão da metformina (letras A, B e D incorretas). Quanto ao controle pressórico, foi
descrito que a paciente não apresenta ainda o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS), ou seja, para fazermos esse diagnóstico, será preciso observar
elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica
correta, em pelo menos DUAS ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. Como temos apenas uma única aferição da PA, ainda não podemos
diagnosticar HAS e, portanto, não está indicado, nesse momento, o início do tratamento medicamentoso (letra C incorreta). Resposta: todas estão erradas (gabarito
MEDGRUPO).

105 - 2022 ISCMB

» O “anti-hipertensivo de 1ª linha” é toda droga que, além de reduzir a pressão arterial (PA), diminui morbimortalidade cardiovascular. Logo, além de poderem ser
utilizadas em monoterapia, tais drogas sempre devem estar presentes nos esquemas de associação... De acordo com a literatura médica, existem cinco classes de anti-
hipertensivos de 1ª linha: diuréticos tiazídicos (ex: hidrocloratiazida, indapamida, clortalidona), bloqueadores de canais de cálcio (ex: anlodipino, nifedipino), inibidores da
ECA (ex: enalapril, captopril), bloqueadores do receptor de angiotensina II (ex: losartana) e betabloqueadores (ex: propranolol, atenolol) - estudos recentes mostraram
que os benefícios dos betabloqueadores são inferiores aos das demais classes, exceto em certos subgrupos de pacientes (ex.: coronariopatas, portadores de ICFER).
Logo, eles devem ser considerados como anti-hipertensivos de 1ª linha somente nessas circunstâncias específicas. Resposta: letra D.

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106 - 2022 SCMRP

» Quais drogas classicamente aumentam a sobrevida na IC com FE reduzida? IECA (ou BRA), betabloqueadores (succinato de metoprolol, carvedilol, bisoprolol) e
antagonistas da aldosterona (espironolactona). Vale lembrar que a espironolactona está indicada para redução de mortalidade, primeiramente observada na CF III-IV,
depois para todo paciente com FE < 40%. Diuréticos e digoxina NÃO aumentam sobrevida! Losartana, um BRA, não é necessária no caso em tela, pois o paciente já está
em uso de IECA (utilizamos uma classe ou outra). Alguns alunos podem ter se questionado a respeito da ivabradina no momento da prova. A ivabradina é indicada para
disfunção de VE sintomática, em paciente com terapêutica otimizada, em ritmo sinusal e com FC ≥ 70 bpm, para redução de hospitalização, morte cardiovascular e
morte por IC. Neste caso não haveria indicação, portanto. Única resposta possível: opção D.

107 - 2022 FAMEMA

» Os portadores de estenose aórtica (EA) usualmente se mantêm assintomáticos até que se desenvolva doença moderada e grave. A clínica é composta por pelo menos
uma das manifestações a seguir: angina pectoris (HVE com aumento do consumo miocárdico de O2 e compressão coronariana), síncope (limitação ao débito cardíaco) e
dispneia (congestão pulmonar nos pacientes com IC). Na EA grave podemos encontrar o pulso “parvus” (amplitude reduzida) e “tardus” (ascensão lenta e
sustentada).Esses pacientes geralmente apresentam um sopro sistólico ejetivo “em diamante” (mais intenso no período mesossistólico), com irradiação para fúrcula
esternal e carótidas, associado à presença de quarta bulha (por hipertrofia ventricular) e fundamentalmente a hipofonese de B2 no foco aórtico (hipofonese do
componente A2).Nessa questão, estamos diante de um paciente com estenose aórtica grave, identificada por jato transaórtico ≥4.0 m/s ou gradiente transvalvar ≥40
mmHg; esses pacientes também apresentam geralmente área valvar ≤1.0 cm2, embora este não seja um critério diagnóstico. Pacientes com EA grave sintomática
devem ser submetidos à troca valvar, sendo opções o implante de prótese transcateter ou a cirurgia convencional de troca valvar. A resposta é a opção D.

108 - 2022 HOS

» A investigação da síncope deve se concentrar na busca pelo provável mecanismo da síndrome, que pode ser didaticamente dividido em 3 causas. -Síncope reflexa, por
reação vagal exacerbada (aqui são incluídas a síncope vasovagal, situacional e a síndrome de hiperssensibilidade do seio carotídeo) -Hipotensão postural, relacionada a
falha do sistema autônomo em manter a pressão arterial em níveis fisiológicos (aqui estão incluídas a hipotensão postural induzida por fármacos, desidratação e as
disautonomias) -Síncope de origem cardiovascular, relacionada a qualquer situação que prejudique o débito cardíaco e agudamente prejudique a perfusão cerebral.
Embora nem sempre o mecanismo da síncope seja evidente na primeira avaliação, um dos componentes mais importantes do processo diagnóstico é avaliar o risco de
síncope cardiovascular, pois é esta que de fato gera risco de vida ao paciente. A suspeita deve ser guiada pela descrição do episódio, o exame físico, e ao risco
cardiovascular global do paciente. No caso acima, o exame físico é a grande pista. Temos a breve porém inconfundível descrição de um sopro típico de estenose aórtica,
o sopro em diamante (palavra que remete ao formato da onda sonora do sopro, quando este é gravado). A estenose aórtica é a valvopatia mais associada à síncope, e
também está relacionada a maior risco de morte súbita cardiovascular. Resposta: letra C.

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109 - 2022 SCMRP

» Questão que gerou bastante dúvida. Vamos analisar: - Paciente portador de IC com FE reduzida; - Em uso de terapêutica otimizada, incluindo a troca do IECA
por Sacubitril + Valsartana - a partir dos resultados do PARADIGM-HF, recomenda-se a troca de IECA/BRA para o sacubitril/valsartana nos pacientes com ICFEr que
persistem sintomáticos, mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-hormonais; - Permanece francamente sintomático (CF III da NYHA); - ECG
evidencia ritmo sinusal associado a BRE com QRS ≥ 150ms. Em relação às opções: - A correta. Um marca-passo biventricular definitivo deve ser indicado em pacientes
que preencham os seguintes critérios: IC classe funcional NYHA II, III ou IV refratária à terapia medicamentosa otimizada; FE ≤ 35%; Ritmo sinusal associado a bloqueio
de ramo esquerdo (QRS ≥ 150ms). Já o CDI reduz significativamente a mortalidade de pacientes com cardiopatia não isquêmica ou isquêmica após 40 dias de IAM, com
FE ≤ 35% e classe funcional NYHA II ou III (após compensação com tratamento clínico otimizado). Tal estratégia serve como profilaxia primária da morte súbita
neste grupo de alto risco para fibrilação ventricular. - B incorreta. Este paciente não apresenta, a priori, disfunção valvar aórtica. - C incorreta. A associação hidralazina +
nitrato é eventualmente utilizada no tratamento da IC sistólica, aumentando a sobrevida principalmente em negros. Existem duas indicações clássicas na
literatura: Pacientes com ICFER sintomática que não podem fazer uso de IECA ou BRA, devido à hipercalemia ou à insuficiência renal; Pacientes com ICFER classes III-IV
que ainda permanecem sintomáticos apesar de diuréticos + IECA (ou BRA) + betabloqueador, especialmente na raça negra (o grupo que menos se beneficia dos IECA e
mais se beneficia da associação hidralazina + nitrato). Contudo, observe que (1) este paciente não é negro e (2) não está mais em uso de IECA, e sim de Sacubitril +
Valsartana (acima já conversamos sobre a indicação dessa associação). Não existem estudos que comprovem o benefício da associação Sacubitril + Valsartana +
Hidralazina + Nitrato, tampouco o benefício da substituição de Sacubitril + Valsartana por Hidralazina + Nitrato. Dessa forma, foi considerada incorreta. - D incorreta. O
transplante cardíaco para tratamento da ICFEr vem sendo abandonado já que em estudos mais longos e bem elaborados, houve aumento da mortalidade. - E
incorreta. Os dispositivos para assistência ventricular podem ser utilizados em pacientes com doença avançada, em estágio D, classes III-IV, FE < 25%, naqueles em que
se planeja o transplante cardíaco ou a recuperação da doença, ou ainda nos descompensados agudos com grande comprometimento hemodinâmico. Não há indicação
no caso em tela. Questão difícil, que gerou bastante dúvida na época do concurso, mas que não permite outra resposta além da opção A.
110 - 2022 FAMEMA

» Podemos identificar um supradesnivelamento do segmento ST em quase todas as derivações, percebe? Ora, diante de uma paciente hipertensa e tabagista, logo
pensamos em síndrome coronariana aguda, correto? Ao mesmo tempo, concorda que um infarto que produz supra em quase todas as derivações deveria causar um
verdadeiro choque cardiogênico? A paciente não parece tão grave assim. Além disso, a dor é ventilatório-dependente, o que não é característico de infarto. De quebra,
há história de quadro gripal recente! Nosso diagnóstico aqui é de pericardite aguda! Nesse sentido, o tratamento é feito com AINE ou AAS em dose alta, devendo ser
suspenso após melhora da dor ou redução da PCR. A retirada dos AINE deve ser progressiva e lenta para reduzir a possibilidade de recorrência. Nesse sentido, é
interessante observar a evolução clínica do paciente atentamente nos próximos dias. Resposta: letra B.

111 - 2022 HOS

» Estamos diante de um jovem com HAS. Por sua idade, é obrigatório considerar a possibilidade de HAS secundária. E é justamente o que temos aqui! Veja o laboratório:
há aumento da aldosterona, ou seja, hiperaldosteronismo (que justifica a hipocalemia). Não esperamos isso na HAS essencial… Agora, esse hiperaldo é primário ou
secundário? Lembre-se do sistema renina-angiotensina-aldosterona. No hiperaldo primário, há produção autônoma do hormônio pela adrenal. Naturalmente, a renina fica
suprimida nessas situações. No entanto, repare que a renina desse paciente está elevada, ou seja, é ela quem está estimulando maior síntese de aldosterona! Portanto,
podemos dizer que trata-se de um hiperaldosteronismo secundário. Das condições citadas, a única que justifica um hiperaldo secundário é a HAS renovascular. A
redução do fluxo sanguíneo para o rim é um grande estímulo para a secreção de renina (o objetivo é aumentar a pressão arterial e intraglomerular, favorecendo a
filtração do sangue pelos glomérulos). Resposta: letra A.

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112 - 2022 UNAERP

» A presença de cefaleia refratária, de fato, pode levar a suspeita de alguma condição intracraniana. Porém, o relato de “sonolência diurna excessiva” não deixa dúvidas
que a principal hipótese diagnóstica é de apneia/hipopneia obstrutiva do sono. A doença também está associada aos outros achados: cefaleia (de predomínio diurno,
com fisiopatologia incerta, mas que parece envolver diversos mecanismos, como hipercapnia e vasodilatação cerebral); déficit cognitivo e anomia (distúrbios
neuropsiquiátricos podem ocorrer nessa condição e parecem ter relação com a hipóxia crônica); e hipertensão arterial resistente. Além disso, alguns estudos já
evidenciaram que a ausência de controle resulta em piores desfechos cardiovasculares. Sendo assim, o primeiro exame a ser considerado deve ser a polissonografia
mesmo. Resposta: letra E.

113 - 2022 SCML

» Questão muito interessante! Segundo a diretriz brasileira, o alvo pressórico a ser atingido em pacientes com HAS e doença coronariana é de < 130 x 80 mmHg. Porém, a
redução excessiva dos níveis tensionais, principalmente da PA diastólica, parece aumentar o risco de eventos cardiovasculares adversos. Portanto, devemos evitar níveis
inferiores a 120 x 70 mmHg. Então, o tratamento dessa mulher deve ser descalonado… O betabloqueador é fundamental para o manejo desses indivíduos e não pode ser
suspenso, assim como o IECA. Sobrou para o BCC… Resposta: letra A

114 - 2022 UNITAU

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 - a combinação de fármacos é a estratégia terapêutica preferencial para a maioria dos
hipertensos, independentemente do estágio da HA e do risco cardiovascular (CV) associado. A monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes
com HA estágio 1 com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto ou para indivíduos idosos e/ou frágeis. Dentro os fatores de risco adicionais à
hipertensão arterial sistêmica citados pela diretriz, o paciente possui LDL > 100 mg/dL, sexo masculino e idade ≥ 55 anos. Considerando que ele pode ser classificado
como HAS estágio I (PAs 140-159/ PAd 90-99 mmHg), temos um risco cardiovascular alto. Ou seja, o mais adequado seria iniciar o tratamento medicamentoso com
terapia combinada juntamente com o tratamento não farmacológico (mudanças no estilo de vida). Foi solicitada troca do gabarito para letra C porém a banca não
concordou e manteve o gabarito como letra A. Resposta: letra A.

115 - 2022 UNITAU

» De modo geral, o tratamento da IC pode ser dividido em: 1) Drogas que apenas aliviam os sintomas: grupo representado principalmente pelos diuréticos e digitálicos. A
princípio, devem fazer parte da abordagem apenas dos pacientes sintomáticos; 2) Drogas que aumentam a sobrevida (inibem o remodelamento cardíaco): grupo
composto pelos inibidores da ECA (que podem ser substituídos pelos bloqueadores dos receptores da angiotensina II), betabloqueadores (carvedilol, bisoprolol e
succinato de metoprolol), antagonistas da aldosterona e a combinação hidralazina e nitrato. São drogas que, a princípio, devem ser utilizadas em todos (ou quase todos)
os pacientes com IC com FE reduzida. Mais recentemente, opções como ivabradina e valsartan/sacubitril também passaram a ser relacionadas à redução na mortalidade,
assim como a dapagliflozina. Sabendo disso, vamos analisar as alternativas: Letras A e C: incorretas. A combinação IECA + betabloqueador (bisoprolol, carvedilol ou
succinato de metoprolol) deve ser prescrita para todo paciente que apresenta queda significativa na FE do VE (< 40%), incluindo aqueles que se encontram
ASSINTOMÁTICOS. Letra B: incorreta. O sacubitril é a mais nova medicação a mostrar redução de mortalidade na ICFER! Trata-se de um inibidor da neprisilina (enzima
que degrada o BNP e a bradicinina). Na realidade, o fármaco que foi validado nos estudos científicos é uma combinação de valsartan (um BRA) com sacubitril - o nome
comercial dessa combinação é Entresto. Os guidelines mais recentes substituir o IECA pelo entresto caso a ICFER continue sintomática a despeito do uso do IECA em
dose plena. Letra D: correta! Os antagonistas do cálcio não di-hidropiridínicos (verapamil, diltiazem) são inotrópicos negativos e devem ser evitados na ICFER
sintomática, pelo risco de descompensação. Antagonistas alfa-1 adrenérgicos (prazosin, doxazosin) também devem ser evitados na ICFER. Tais drogas, ao promoverem
vasodilatação periférica significativa, hiperestimulam a retenção renal de sódio e água, aumentando a volemia, o que pode levar à descompensação da ICFER. Letra E:
incorreta. A “vasodilatação balanceada” (arterial e venosa), combinando-se hidralazina com nitrato (dinitrato de isossorbida), é considerada uma opção de terapia
modificadora de doença para pacientes que não toleram o uso de IECA ou BRA (ex.: disfunção renal avançada). O benefício da vasodilatação balanceada sobre a
mortalidade é comparativamente inferior ao dos IECA (ou BRA)... Em negros, porém, o benefício tende a ser maior! De qualquer modo, a vasodilatação balanceada pode
ser ACRESCENTADA ao tratamento do paciente que já faz uso de IECA (ou BRA) + betabloqueador + antagonista de aldosterona e mesmo assim continua sintomático.
Resposta: letra D.

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116 - 2022 FMJ

» O quadro clínico de paciente com hipertensão arterial sistêmica, especialmente associada a níveis pressóricos elevados e lesão em órgão-alvo (retinopatia hipertensiva)
deve nos fazer suspeitar de uma causa secundária. Sempre que há associação de HAS + hipocalemia (com ou sem hipernatremia), um diagnóstico que se impõe é o de
hiperaldosteronismo primário, condição caracterizada pela produção autônoma de aldosterona pelas glândulas suprarrenais. Nesta doença, a aldosterona sérica está
tipicamente AUMENTADA (≥ 10-15 ng/mL), enquanto a atividade de renina está baixa, por inibição direta exercida pelo excesso de aldosterona. O hiperaldosteronismo
primário consiste no aumento excessivo e autônomo da produção de aldosterona pelo córtex suprarrenal. A aldosterona promove a secreção e perda de potássio pelos
ductos coletores corticais. Suas causas mais comuns são adenomas produtores de hormônio, hiperplasia bilateral e, menos comumente, formas genéticas ou carcinomas.
Os pacientes podem apresentar fadiga e fraqueza muscular devido aos distúrbios hidroeletrolíticos. O rastreamento deve ser feito com a dosagem da atividade da renina
plasmática e da aldosterona, a partir das quais calcula-se a relação A/R (aldosterona sérica/atividade de renina plasmática) – que deve ser ≥ 30 ng/dl/ng para sugerir o
diagnóstico de hiperaldosteronismo primário (LETRA D CORRETA). O doppler das artérias renais seria indicado caso a suspeita fosse de hipertensão renovascular, porém
a presença de HIPOCALEMIA no caso nos orienta a pensar na doença originada na adrenal (LETRA B INCORRETA). A dosagem de cortisol sérico seria útil caso a paciente
tivesse manifestações de síndrome de Cushing, como fácies em lua cheia, estrias violáceas, obesidade centrípeta, além da própria hipertensão. (LETRA A INCORRETA). A
dosagem de metanefrinas é utilizada no feocromocitoma, uma causa rara de HAS secundária, que pode ser suspeitada quando há palpitações, sudorese e cefaleia
(LETRA C INCORRETA). A pesquisa de FAN e autoanticorpos antifosfolipídeos poderia ser feita caso houvesse outros achados sugestivos de lúpus eritematoso sistêmico,
como rash malar, artralgias, serosite e nefrite, incluindo alterações nos exames laboratoriais renais, como creatinina, ureia e EAS (LETRA E INCORRETA). Resposta: letra
D.

117 - 2022 FAMEMA

» Pacientes hipertensos aderentes ao tratamento e que não respondem à terapia otimizada com três drogas, incluindo entre elas um diurético, caracterizam o que se
chama hipertensão arterial resistente. Normalmente, a melhor combinação tripla para estes pacientes é: IECA/BRA + BCC + diurético tipo tiazídico (preferencial
clortalidona). Porém, antes de definir que uma hipertensão é resistente, você deve descartar as seguintes condições (pseudorresistência) como medida inadequada da
pressão arterial, HAS agravada pelo efeito do "jaleco branco", tratamento inadequado, problemas inerentes ao paciente (falta de aderência ao tratamento, dieta rica em
sal, ingestão de álcool excessiva) e hipertensão secundária. Se essas condições forem descartadas, uma quarta medicação deve ser adicionada. Neste contexto, o uso da
espironolactona (25-50 mg/dia), como bloqueador de receptor mineralocorticoide, é a estratégia com maior evidência pelo possível hiperaldosteronismo associado. E as
outras alternativas? Vamos lá... Letra B: incorreta. O diltiazem é um BCC não di-hidropiridínico que possui mais efeito cronotrópico negativo do que vasodilatador. Letra
C: incorreta. Há um risco aumentado de hipercalemia quando o alisquireno é combinado com iECA ou BRAs. Logo, essa associação NÃO é recomendada e essa droga fica
reservada apenas para os pacientes que não toleraram iECA/ BRA. Letra D: incorreta. Alfametildopa é um agonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos de ação central
que possui muitos efeitos adversos, logo, devemos considerar seu uso apenas se houver refratariedade ou contraindicações às outras drogas. Resposta: letra A.

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118 - 2022 SCML

» O próprio enunciado da questão já deu o diagnóstico do caso: insuficiência cardíaca (IC)! O detalhe é que a IC pode ser classificada de quatro formas principais: (1) Pelo
acometimento ventricular predominante (direita x esquerda); (2) Pela fração de ejeção (FE preservada x FE reduzida); (3) Pelo débito cardíaco (baixo débito x alto
débito); (4) Pela cronologia (aguda x crônica). No caso da questão, a banca nos pede a classificação de acordo com a fração de ejeção. Neste contexto, do ponto de vista
fisiopatológico, a insuficiência cardíaca pode ser de dois tipos: com fração de ejeção reduzida (FE < 40%) ou preservada (FE ≥ 50%). Mais recentemente foi criado um
grupo distinto, o de fração de ejeção intermediária (FE 40-49%). Este, ainda sem uma identidade muito bem definida, pode representar diferentes fenótipos, incluindo
pacientes em transição entre as duas outras formas. Classicamente, o tipo mais comum (50-60% dos casos) era a de FE reduzida, embora dados mais recentes apontem
para prevalências iguais na população geral e até mesmo para discreto predomínio da IC com FE preservada. No caso em tela, como o paciente apresenta FE ≥ 50%,
podemos classificá-lo como IC com fração de ejeção preservada confirmada. Resposta: letra C.

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119 - 2022 HMMG

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “Está amplamente
estabelecida a relação causal, linear e contínua entre o aumento da pressão arterial (PA) e o risco de doença cardiovascular (DCV) em ambos os sexos, todas as idades e
todos os grupos étnicos. A PA atua de forma sinérgica com outros fatores de risco (FR) para DCV, e seu efeito pró-aterogênico será tanto maior quanto maior o for o
número e a intensidade desses fatores adicionais.” Resposta: letra D.

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120 - 2022 HMMG

» A história familiar é considerada fator de risco para o desenvolvimento da HAS. Estudos em famílias e em gêmeos mostram uma “herdabilidade” de 30-50%. A maioria
desse risco genético é transmitido de forma poligênica, ou seja, através da contribuição de centenas de variações de DNA que, em conjunto, aumentam o risco de
desenvolvimento do fenótipo hipertensivo, após interação com fatores ambientais. Cabe ressaltar que, até o momento, não foram identificados dados uniformes e de
larga escala sobre esse assunto (a própria miscigenação do Brasil “atrapalha” no estudo preciso desse componente). Resposta: letra D.

121 - 2022 HMMG

» Durante o processo de envelhecimento, os vasos arteriais, em especial as grandes artérias, se tornam mais rígidos e, naturalmente, perdem sua complacência. A
consequência não é difícil de entender: como perdem a capacidade de se acomodar, os vasos mais “duros” fazem com que a pressão arterial se eleve, principalmente, a
sistólica, que depende mais desse fator. Em torno de 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentam HAS. Levando em consideração a transição epidemiológica que
o Brasil vem sofrendo, com um número ainda maior de idosos nas próximas décadas, espera-se que haja incremento substancial da prevalência da doença e de suas
complicações. Resposta: letra B.

122 - 2022 ISCMSC

» Questão retirada, integralmente, da Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Vamos, então, revisar o trecho
que respondia a questão: “Pode ser difícil desenvolver uma estratégia padronizada para rastrear e intervir em pacientes com risco de IC devido às diferentes definições
deste, à heterogeneidade da prevalência em diferentes populações, à duração variável até que a IC clínica ou a disfunção ventricular esquerda se desenvolva, e às
intervenções variáveis para modificação ou tratamento de fatores de risco.” Resposta: letra B.

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123 - 2022 HMMG

» Embora o gabarito seja, até certo ponto, intuitivo, a informação foi retirada da última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. São importantes programas contínuos de
educação em saúde dirigidos a alunos de escolas profissionalizantes; alunos de primeiro e segundo graus; equipes de instituições; empresas; e comunidade. As ações de
conscientização são estratégias importantes, por meio de mídia; campanhas temáticas periódicas (Dias Municipal, Estadual e/ou Nacional de Prevenção e Combate à HA
– lei federal 10.439 de 30/04/2002, Semana da HA, May Measurement Month da International Society of Hypertension etc.); e ações adicionais: incorporação das ações
de prevenção, detecção e controle da HA nos programas de atenção primária à saúde, incluindo crianças e adolescentes e, particularmente, programas de saúde escolar;
implementação de programas de assistência multiprofissional; fortalecimento de normas governamentais para reduzir o conteúdo de sódio e gorduras saturadas dos
alimentos industrializados; aperfeiçoamento na rotulagem do conteúdo nutricional dos alimentos; e monitorização das ações de prevenção e controle da HA e seus
resultados por meio de eficientes indicadores de saúde. Resposta: letra B.

124 - 2022 HMMG

» A questão tem como base informações retiradas da última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, publicada em 2020. Uma metanálise mostrou que o risco de eventos
cardiovasculares desfavoráveis inicia-se com valores de PA tão baixos quanto 115 mmHg de PA sistólica ou 75 mmHg de PA diastólica (PAD), dobrando a cada 20 mmHg
de elevação da PAS ou 10 mmHg de PAD. Apesar disso, o diagnóstico de hipertensão arterial permanece há muitos anos em 140 x 90 mmHg, assim como colocado no
enunciado. Indivíduos com PAS entre 120 a 139 mmHg e PAD entre 80 a 89 mmHg são classificados como portadores de PA normal ou pré-hipertensos, sendo que tais
pessoas apresentam risco cardiovascular mais elevado em comparação com a PA ótima ou normal. O impacto da pré-hipertensão (sistólica entre 130-139 mmHg e
diastólica entre 85-89 mmHg) é real: estudos mostram aumento no risco absoluto para eventos cardiovasculares. Resposta: letra D.

125 - 2022 FAMERP

» Temos uma mulher hipertensa que passa a apresentar sinais e sintomas evidentes de hipervolemia. Repare que ela tem hepatomegalia, edema periférico, crepitações
até o terço superior do pulmão, constipação (o edema de alças intestinais pode provocá-la)… Aparentemente, trata-se de uma paciente com HAS que desenvolveu
insuficiência cardíaca! Lembre-se que o aumento crônico dos níveis tensionais é um fator de risco clássico para a doença. Repare que a Banca quer as drogas que devem
constar na prescrição INICIAL. Então, vamos discutir as alternativas: Letra A: incorreta. Betabloqueador e IECA são drogas fundamentais para o manejo da IC. Bom, o
IECA até pode ser prescrito agora (até porque ela está hipertensa), mas o ideal é que o betabloqueador só seja iniciado quando a paciente se encontre compensada (sem
sintomas ao repouso e aos mínimos esforços). Dessa forma, devemos evitá-lo no momento. Letra B: incorreta. De forma geral, a digoxina pode ser considerada em
pacientes com disfunção de VE sintomática, apesar da terapêutica otimizada da doença (não é o caso, concorda?). Além disso, ela está contraindicada na IC com fração
de ejeção normal. Outra indicação clássica é em pacientes com FA sintomáticos, já que ela ajuda a controlar a FC. Alguns inibidores da SGLT-2, como o dapagliflozin, se
mostraram capazes de reduzir o risco de morte e hospitalizações por IC, independente da presença de diabetes, em indivíduos de classes funcionais II-IV. Letra C:
correta. A principal medida no momento é a diureticoterapia! Temos que “secar” essa mulher! A furosemida, diurético de alça, é a droga a ser escolhida. De preferência,
pela via IV, já que a absorção pelo TGI está comprometida pelo edema das alças intestinais. Essa, sem dúvida, é a melhor medida INICIAL (termo usado no enunciado)
para o caso. A enoxaparina, em dose PROFILÁTICA, também é importante para evitar que fenômenos tromboembólicos ocorram. Considerando essa baita congestão, é
esperado que ela fique mais restrita ao leito, o que aumenta o risco de trombose. Letra D: incorreta. A espironolactona é uma droga importante a ser considerada a
partir da classe funcional II. No entanto, assim como a hidrocloratiazida, apresenta “ação diurética” muito menos potente que a furosemida. Por isso, não são a melhor
escolha para “secar” essa mulher. Resposta: letra C.

126 - 2022 HMMG

» A pressão arterial (PA) deve ser medida em toda avaliação por médicos, de qualquer especialidade, e por todos os profissionais da saúde devidamente capacitados.
Exclusivamente aos médicos cabem o diagnóstico de HA e seus fenótipos, assim como a conduta relacionada a tais diagnósticos. Os esfigmomanômetros auscultatórios
ou oscilométricos são os métodos preferidos para medir a PA. Esses dispositivos devem ser validados de acordo com as condições e os protocolos padronizados e sua
calibração deve ser verificada anualmente, no caso dos oscilométricos, e a cada seis meses no caso dos auscultatórios ou de acordo com as orientações do Inmetro/Ipem
(Instituto de Pesos e Medidas). A PA deve ser inicialmente medida nos dois braços e idealmente estabelecida por medição simultânea. Caso ocorra uma diferença > 15
mmHg da PAS entre os braços, há o aumento do risco cardiovascular, o qual pode estar relacionado com a doença vascular ateromatosa. Todas as medidas
subsequentes devem ser realizadas no braço com valores mais elevados da PA. Na suspeita de HA secundária à coartação da aorta, a medida deverá ser realizada
também nos membros inferiores, utilizando-se manguitos apropriados para a circunferência do braço ou da coxa. Resposta: letra B.

127 - 2022 HMMG

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), recomenda-se que o diagnóstico de hipertensão arterial (HA) seja baseado em medições repetidas
da pressão arterial (PA) em consultório, em mais de uma consulta, ou pela medida de PA fora do consultório com MAPA e/ou MRPA, desde que essas medidas sejam
economicamente viáveis. Em cada consulta, três medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 minutos de intervalo, e medidas adicionais devem ser realizadas se as
duas primeiras leituras diferirem em > 10 mmHg. A PA do paciente é a média das duas últimas leituras da PA. A classificação (VER TABELA) é definida de acordo com a
PA no consultório e pelo nível mais elevado de PA, sistólica ou diastólica. Resposta: letra A.

128 - 2022 HMMG

» A hipertensão arterial (HA) é uma condição habitualmente assintomática. Por isso, deve ser avaliada em todo atendimento médico e em programas estruturados de
triagem populacional. As medidas da PA devem ser realizadas em intervalos regulares, com a frequência conforme a classificação de PA. Pessoas saudáveis com uma PA
ótima no consultório (< 120/80 mmHg) ou com PA normal (120-129/80-84 mmHg) devem ter a PA medida novamente pelo menos anualmente e nas consultas médicas.
Pacientes com pré-hipertensão (130-139/85-89 mmHg) devem ter a PA medida anualmente ou, preferencialmente antes, devido às altas taxas de progressão para HA.
Além disso, nos casos suspeitos de hipertensão mascarada, a MAPA ou a MRPA devem ser realizadas para detectar tal fenótipo. Como a PA pode ter alta variabilidade, o
diagnóstico de HA não deve se basear exclusivamente na medida da PA em apenas uma consulta médica, a menos que esteja substancialmente elevada (HA estágio 3)
ou haja diagnóstico estabelecido de lesão de órgão alvo (LOA) ou de doença cardiovascular. Para os demais pacientes, as medidas repetidas da PA em visitas
subsequentes no consultório devem ser utilizadas para confirmar uma elevação persistente, bem como para classificar o estágio da HA. Quanto maior o estágio da HA,
maior deverá ser o número de visitas e menor o intervalo de tempo entre elas. Assim, pacientes em estágio 2 ou 3 poderão requerer mais visitas com intervalos de
tempo mais curtos entre as visitas (dias ou semanas), enquanto aqueles com estágio 1 poderão requerer visitas após alguns meses, especialmente quando não há LOA e
o risco cardiovascular é baixo. Resposta: letra C.
129 - 2022 HMMG

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020, temos as seguintes recomendações: - Indica-se a medida da PA, anualmente, se a PA do
consultório for < 140/90 mmHg. - Recomenda-se que a PA no consultório seja medida em ambos os braços pelo menos na primeira consulta, porque uma diferença de
PAS entre os braços > 15 mmHg é sugestiva de doença ateromatosa e está associada a um risco CV aumentado. - Se uma diferença entre os braços < 15 mmHg da PA
for registrada, recomenda-se que todas as leituras subsequentes da PA usem o braço com uma leitura mais alta da PA. - Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja
baseado em medições repetidas da PA em consultório em mais de uma consulta, exceto quando é HA estágio 3 e especialmente em pacientes de alto risco. Em cada
consulta, três medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 minutos de intervalo, e medidas adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras leituras diferirem
em > 10 mmHg. A PA do paciente é a média das duas últimas leituras da PA. - Recomenda-se que o diagnóstico de HA seja baseado em medição de PA fora do
consultório com MAPA e/ou MRPA , desde que essas medidas sejam viáveis (logisticamente e economicamente). Resposta: letra B.

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130 - 2022 FAMERP

» A questão descreve paciente com o que podemos caracterizar como hipertensão arterial resistente (HAR), definida pela Diretriz Brasileira de Hipertensão (2020) como a
PA de consultório que permanece com valores ≥140/90 mmHg, com o uso de três ou mais classes de fármacos anti-hipertensivos com ações sinérgicas, em doses
máximas preconizadas ou toleradas, sendo um deles preferencialmente um diurético tiazídico. O princípio básico do tratamento farmacológico é a associação de
medicamentos anti-hipertensivos que tenham ação sobre a maioria dos mecanismos fisiopatológicos de elevação da PA: a expansão do volume intravascular, a ativação
simpática e do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e a resistência vascular periférica aumentada. O melhor tratamento triplo deve incluir um diurético
tiazídico (como clortalidona), um bloqueador do SRAA (inibidor da ECA ou BRA, como enalapril) e um bloqueador dos canais de cálcio (BCC) di-hidropiridínico de longa
duração (como anlodipina), em doses plenas e toleradas a intervalos adequados. Na presença de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca ou taquiarritmias,
um betabloqueador (BB) deve substituir o BCC no esquema terapêutico inicial com três medicações. Como o paciente não possui nenhum dessas comorbidades, não há
indicação de betabloqueador como atenolol (LETRA A INCORRETA) e podemos considerar a terapia utilizada no momento como inicialmente adequada. O conceito mais
importante da questão é o seguinte: a espironolactona (antagonista da aldosterona, 25 a 50 mg/dia) é a medicação de escolha a ser acrescentada como 4o fármaco nos
pacientes aderentes ao tratamento e com HAR verdadeira (LETRA D CORRETA). Nos intolerantes à espironolactona, a amilorida (5 a 10 mg/dia) pode ser utilizada. Nos
pacientes sem controle pressórico após a adição de espironolactona, os betabloqueadores (principalmente aqueles com efeito vasodilatador) ou os alfa-agonistas de
ação central (clonidina) são as medicações de 5ª /6ª linhas (LETRA B INCORRETA). Caso o controle pressórico ainda não seja alcançado, os vasodilatadores diretos
(hidralazina e minoxidil) podem ser utilizados como medicações de 7ª opção (LETRA C INCORRETA). Resposta: letra D.

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131 - 2022 HMMG

» Questão retirada integralmente das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020. Dentre as suas recomendações, com grau de recomendação IIb e nível de
evidência C, temos que: “A pressão de pulso, a variabilidade da PA e a PA central podem ser consideradas, mas atualmente são pouco utilizadas para o uso clínico de
rotina. Podem fornecer informações adicionais úteis em algumas circunstâncias e são ferramentas valiosas para a pesquisa.” Cabe ressaltar que a pressão de pulso é
definida como diferença entre pressão sistólica e a pressão diastólica, e é usada indiretamente como marcador de rigidez arterial, sendo um preditor de risco para infarto
miocárdico, insuficiência cardíaca e mortalidade cardiovascular. Resposta: letra A.

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132 - 2022 HMMG

» No capítulo “Avaliação Clínica e Complementar” das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020, temos como mensagens principais (ao final do capítulo): - A
anamnese e o exame físico devem ser completos buscando sempre a medida correta da PA, a análise dos parâmetros antropométricos e a detecção de sintomas e sinais
de comprometimento em órgãos-alvo e de indícios de causas secundárias de hipertensão. - No paciente hipertenso, é importante a pesquisa de comorbidades (diabetes
melito, dislipidemias e doenças renais e da tireoide, entre outras), para melhor tratamento e estratificação do risco CV. - Os exames complementares de rotina
preconizados nessas diretrizes são básicos, de fácil disponibilidade e interpretação, baixo custo e obrigatórios para todos os pacientes, pelo menos na primeira consulta e
anualmente. Outros exames podem ser necessários para as populações indicadas. - É fundamental pesquisar lesões em órgãos-alvo, tanto clínicas quanto subclínicas,
para orientação terapêutica mais completa. Resposta: letra C.

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133 - 2022 CMC

» Questão copiada, integralmente, do Posicionamento Brasileiro sobre Hipertensão Arterial Resistente – 2020. Vamos, então, aprender com a questão revisando o trecho
que a respondia: “Estenose da Artéria Renal: A doença renovascular é o termo usado para definir o acometimento das artérias renais por diferentes patologias, como
doença aterosclerótica, displasia fibromuscular e vasculites, que podem levar à obstrução dos vasos. Quando há discreta obstrução arterial, comumente não há sintomas
associados; porém, quando há obstruções superiores a 70% da artéria, pode ocorrer hipertensão arterial grave e até mesmo nefropatia isquêmica. A estenose da artéria
renal (EAR) de origem aterosclerótica está presente em 12,5% dos pacientes hipertensos resistentes com idade acima de 50 anos. O diagnóstico deve sempre ser feito,
mas o manuseio dessa condição ainda é muito discutido na literatura” Resposta: letra D.

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134 - 2022 FMJ

» A questão apresenta uma adolescente que sabidamente evoluiu com nefropatia diabética, que está classicamente relacionada ao surgimento de microalbuminúria. A
excreção urinária diária aumentada de albumina (e de outras proteínas) é considerada fator de risco independente para evolução para falência renal. Portanto, é preciso
alguma medida para atenuá-la. A principal delas é o uso de IECA ou BRA, pois ao bloquearem o efeito vasoconstritor da arteríola eferente (“trato de saída” do glomérulo),
essas medicações reduzem a pressão intraglomerular e, consequentemente, a filtração de proteínas pela membrana glomérulo-capilar. Resposta: letra D.

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135 - 2022 SCMRP

» A questão gerou bastante confusão no fórum de recursos, visto que apresentou os termos corada e pálida no mesmo enunciado. Mas esquecendo tal fato, é totalmente
possivel chegarmos a uma resposta correta, tanto que mesmo com pedidos de recurso, a banca manteve o gabarito. Temos uma criança de 4 anos com história prévia
de infecção viral prévia que evoluiu com dor abdominal, sem se alimentar corretamente e brincando menos. Agora, repare que temos palidez cutânea e hepatomegalia,
o que sugere falência ventricular. O diagnóstico que se impõe é de miocardite viral que evoluiu com insuficiência cardíaca, complicação do quadro infeccioso prévio que,
vale ressaltar, é uma complicação bastante clássica dos quadros de doença mão-pé-boca, que é ocasionada pelos enterovírus, sendo os responsáveis os coxsackie A16,
A5, A7, A9, A10, B2, B3, B5 e o enterovírus 71. No entanto, alguns candidatos poderiam ter interpretado que o quadro de hepatomegalia estaria relacionado a um
diagnóstico de hepatite. Vale lembrar que a doença mão-pé-boca não cursa com hepatite, mesmo em quadros complicados. Poderia-se pensar que foi medicamentosa
pelo uso da dipirona, mas a criança não apresenta icterícia. Logo, de longe, a miocardite é a complicação mais provável. Resposta: letra C.

136 - 2022 FAMEMA

» Temos um lactente de 8 meses com história prévia de infecção viral prévia que evoluiu com sinais clínicos de insuficiência cardíaca (IC), tais como taquicardia, dispneia,
palidez cutânea e dificuldade com as mamadas. Perceba que a presença de hepatomegalia, palidez cutânea e estertores difusos, além de sinais de congestão,
corroboram com todo o quadro de falência ventricular desta criança. Mas a pergunta é: porque o paciente abriu quadro de IC logo após uma infecção viral?
Simplesmente porque evoluiu com miocardite, que seria uma inflamação do miocárdio causada pelo agente viral, como complicação do quadro gripal prévio. Trata-se de
uma complicação bastante clássica das infecções virais, tais como coxsackie A e B, citomegalovírus, herpes simples, vírus sincicial respiratório, vírus da imunodeficiência
humana, hepatite C, varicela, Epstein-Barr, parvovírus, influenza e rubéola. O diagnóstico das miocardites é difícil de ser estabelecido clinicamente, mas deve ser
suspeitado em todo quadro de insuficiência cardíaca, sobretudo em lactentes com quadro viral prévio. Resposta: letra C.

137 - 2022 FMP

» Atenção, pois a situação descrita no enunciado é clássica da prática: temos uma paciente cheia de faotres de risco cardiovasculares e em uso de vários medicamentos
que cursa com edema bilateral de membros inferiores de localização perimaleolar. Seria uma descompensação cardíaca? Ou um quadro vascular com trombose? Quem
sabe uma reação alérgia ou mesmo uma tireoideopatia. Nada disso! Trata-se de um conhecido efeito adverso da anlodipina, medicamento que a paciente utiliza! Qual
seria o mecanismo? Redistribuição de fluidodo espaço intravascular para o interstício. Em teoria, a vasodilatação mediada por bloqueadores do canal de cálcio
(principalmente os di-hidropiridínicos) aumenta a permeabilidade capilar e, por conseguinte, a formação de edema. Tal efeito aparenta ser dose-dependente (2-3 vezes
maior quando empregamos altas doses). Curiosamente, o edema pode motivar a prescrição de diuréticos, o que não resolve o quadro e pode ser até nocivo para um
paciente sem sinais de hipervolemia. Por outro lado, inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona podem reduzir a incidência e a gravidade deste edema por
um mecanismo mediado por venodilatação. Resposta: letra C.

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138 - 2022 FMP

» Temos aqui uma puérpera que desenvolveu sinais de insuficiência cardíaca após o parto, vamos ver? Ela tem congestão, um sopro sistólico e uma fração de ejeção
reduzida (< 50%). Dentre as opções citadas, a nossa primeira hipótese deve ser de cardiomiopatia periparto (CMPP). Vamos entender porque esse diagnóstico e como
podemos excluir as outras alternativas… A CMPP é uma causa de insuficiência cardíaca que afeta mulheres no final da gravidez ou no início do puerpério, cuja causa é
multifatorial. Geralmente, as pacientes afetadas abrem o quadro durante o primeiro mês pós parto. A manifestação clínica geralmente é semelhante ao da insuficiência
cardíaca (IC) sistólica: dispneia, terceira bulha, tosse, ortopneia, dispneia paroxística noturna, entre outros sinais de descompensação hemodinâmica e congestão. No
exame físico, teremos uma pressão venosa jugular elevada, impulso apical deslocado, B3, e um sopro de INSUFICIÊNCIA MITRAL (que é aquele proto/holossistólico
regurgitativo, com apagamento da segunda bulha). Vamos aproveitar e lembrar que o sopro característico da estenose mitral (trazido por uma das alternativas) é o ruflar
diastólico, no ápice, em decúbito lateral esquerdo, pode irradiar-se para a axila e para foco tricúspide e que diminui com a inspiração e com a manobra de Valsava e
aumenta com o exercício físico. Para darmos o diagnóstico de CMPP, temos 3 critérios clínicos: 1) desenvolvimento de insuficiência cardíaca no final da gravidez ou nos
meses seguintes ao parto 2) ausência de outra causa identificável de IC e 3) disfunção sistólica do ventrículo esquerdo com fração de ejeção < 45%. Vendo o caso clínico
apresentado, agora ficou fácil de ver que essa paciente, sem histórico prévio de cardiopatia, tem um diagnóstico compatível com CMPP! A embolia
amniótica (EA), diagnóstico diferencial trazido pela questão, é uma condição catastrófica que tem um diagnóstico clínico baseado na presença de achados característicos
e na exclusão de outras causas. O diagnóstico deve ser suspeitado em mulheres grávidas ou puérperas que experimentam colapso cardiovascular súbito, dificuldade
respiratória grave e hipóxia e/ou convulsões, particularmente quando seguidas de coagulopatia intravascular disseminada (CIVD). A EA geralmente ocorre durante o
trabalho de parto ou dentro de 30 minutos após o parto, sendo que a apresentação é abrupta, catastrófica e rapidamente progressiva (diferente da nossa paciente, que
apresentou sinais de congestão, compatíveis com uma IC descompensada, e há 18 horas do parto). Classicamente, os pacientes apresentam comprometimento
cardiorrespiratório ou hipóxia e hipotensão súbitas, muitas vezes acompanhadas ou seguidas de edema pulmonar não cardiogênico e hemorragia devido à coagulopatia
intravascular disseminada (CIVD). A EA tem uma apresentação de hipotensão, comprometimento respiratório agudo e franco (saturação periférica < 90%),
plaquetopenia, alargamento do tempo de protrombina/RNI. A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença genética do músculo cardíaco que leva a uma obstrução de via
de saída do ventrículo direito, podendo levar a isquemia miocárdica e regurgitação mitral. Os sintomas mais comuns são dispneia, dor torácica, palpitação e pré-síncope.
Os pacientes costumam apresentar, quando de forma súbita, colapso hemodinâmico agudo manifestado por insuficiência cardíaca e hipotensão grave, tendo também os
sintomas de dor torácica, palpitações, tontura ou síncope. No exame, temos hipotensão grave, taquicardia sinusal, pulso arterial periférico de duplo impulso rosqueado.
Portanto, podem haver sintomas de insuficiência cardíaca como na CMPP, mas não guarda uma relação tão direta com um quadro desencadeado após o parto, como na
nossa paciente. Resposta: cardiomiopatia periparto.

139 - 2022 FMP

» A miopericardite pode ser considerada uma complicação da pericardite aguda que surge quando o processo inflamatório que afeta o pericárdio se estende até o
miocárdio. O comprometimento desta camada pode fazer com que a troponina se eleve, o que faz da síndrome coronariana aguda um diagnóstico diferencial importante
a ser considerado. De forma geral, o tratamento é o mesmo da pericardite e se baseia no uso de anti-inflamatórios em associação (ex: colchicina + ibuprofeno). Porém,
caso haja disfunção sistólica, devemos entender que o acometimento do miocárdio é mais importante - nessa situação, o quadro deve ser encarado como uma
miocardite mesmo. Nestes casos, o Cecil recomenda que, APÓS ESTABILIZAÇÃO INICIAL, sejam iniciados IECA, betabloqueador, diurético e anticoagulação. Perceba que a
letra D não foi muito bem escrita, pois existe a possibilidade de entendimento de que as medicações citadas devem ser iniciadas em um primeiro momento. Apesar da
solicitação de recurso, a Banca optou por não deu o braço a torcer. Resposta: letra D.
140 - 2022 UNIGRANRIO

» O pulso paradoxal é definido como o paradoxo do desaparecimento do pulso arterial durante a inspiração, apesar de manter-se o batimento cardíaco. Trata-se da
exacerbação de um fenômeno que ocorre fisiologicamente: durante a inspiração, a redução da pressão intratorácica transmite-se para o pericárdio e para as câmaras
cardíacas, promovendo aumento do retorno venoso para o coração direito. Enquanto isso, o retorno venoso para o coração esquerdo diminui por causa do desvio do
septo interventricular para dentro do VE, além da redução das pressões no sistema venoso pulmonar. Com isso, na inspiração, esperamos queda do débito sistólico e da
pressão arterial. Quando a pressão intrapericárdica está alta, o fenômeno exacerba-se, desenvolvendo-se o pulso paradoxal identificado pela redução da PA sistólica em
mais de 10 mmHg e/ou a redução detectável da amplitude do pulso arterial, durante a inspiração. A grande causa associada a esse achado é o tamponamento cardíaco e
o mecanismo é a restrição pericárdica ao VD, impedindo que sua parede anterior se desloque para acomodar o maior retorno venoso imposto pela inspiração. Para isso,
o abaulamento do septo interventricular para o interior do VE é exacerbado, reduzindo importantemente o seu enchimento diastólico. O pulso paradoxal está presente
em 1/3 do pasicentes com pericardite constritiva, geralmente sendo de leve intensidade. O mecanismo é diferente do tamponamento cardíaco, pois não há aumento
significativo do retorno venoso para o coração direito na inspiração. Neste caso, o motivo da leve redução da PA sistólica na inspiração é a redução das pressões no
sistema venoso pulmonar, diminuindo o retorno venoso ao coração esquerdo. Podemos citar outras causas: asma e DPOC; apneia obstrutiva do sono; pneumotórax
hipertensivo; embolia oulmonar; infarto de VD; derrame pleural bilateral; cardiomiopatia restritiva; obesidade importante; choque hipovolêmico; compressão cardíaca
extrínseca. Resposta: letra B.

141 - 2022 INTO

» A insuficiência cardíaca (IC) com FE preservada (ICFEp) é uma entidade mais recentemente definida e, até o momento, bem menos estudada quando comparada ao
grande número de estudos randomizados na IC com FE reduzida. O grande conceito de tratamento desta doença consiste em manejar os fatores que contribuem para a
IC, bem como as comorbidades que influenciam na evolução da doença. Os principais exemplos são HAS, DM, doença coronariana, obesidade, pneumopatias, anemia,
doença renal crônica e apneia do sono. Os diuréticos como furosemida devem ser utilizados para manejo da sobrecarga volêmica. Antagonistas da aldosterona podem
reduzir hospitalização em pacientes com BNP elevado ou admissão por IC no último ano, taxa de filtração glomerular > 30 ml/min, creatinina < 2,5 mg/dl e potássio < 5
mEq/L. Alguns estudos sugerem melhora na função diastólica, por efeito semelhante ao que acontece sobre o remodelamento cardíaco. A questão cita o estudo
EMPOROR-PRESERVED, o qual demonstrou benefícios no uso de EMPAGLIFOZINA (10 mg/dia) no tratamento da ICFEp. Outros inibidores do cotransporte sódio-glicose
SGLT2 como canaglifozina não foram estudados (LETRA A INCORRETA). O estudo atingiu o seu endpoint primário, estabelecendo a empagliflozina como a primeira e
única terapêutica a reduzir significativamente o risco do composto de mortalidade ou hospitalização por IC em adultos, com ou sem diabetes, que vivem com ICFEp. O
perfil de segurança foi geralmente consistente com o perfil de segurança conhecido da empagliflozina. Sendo assim, a empaglifozina passou a ser considerada a primeira
droga a reduzir a mortalidade (ainda que em um estudo de desfecho composto) em todas as formas de IC, tanto de fração de ejeção reduzida, como preservada.
Resposta: letra E.

142 - 2022 INTO

» A questão descreve paciente com ICFEr descompensada, caracterizada pela presença de sinais de baixo débito cardíaco, como lipotímia, mucosas hipocoradas, perfusão
capilar lentificada, hipotensão arterial e hipoxemia (que pode traduzir baixa perfusão alveolar). Por outro lado, NÃO há sinais de congestão pulmonar ou sistêmica, com
dispneia, estertores ou edemas de MMII. Esse perfil de insuficiência cardíaca agudizada caracteriza o doente na classificação de Stevenson “FRIO E SECO”, também
chamado de perfil L (ou D). O perfil frio e seco (L) é diagnosticado quando o doente não apresenta sinais de congestão (pulmonar ou sistêmica) e tem sintomas de má
perfusão periférica. São sinais de má perfusão periférica: alteração do nível de consciência, pulso fino, extremidades frias, enchimento capilar lento (> 3 segundos),
hipotensão arterial e diminuição da diurese. Os sinais e sintomas de congestão pulmonar são: ortopneia, pressão venosa jugular elevada, edema, estertores pulmonares,
ascite, refluxo hepatojugular e presença de B3. O tratamento do paciente com ICFEr descompensada perfil L consiste em administração de volume, com provas em
alíquotas de 250 mL de soro fisiológico intravenoso e reavaliação após (LETRA C CORRETA/LETRA D INCORRETA). Os outros perfis possíveis segundo a classificação de
Stevenson são: - Perfil A: quente e seco – sem sintomas – LETRA A INCORRETA. - Perfil B: quente e úmido (boa perfusão periférica e congestão) – LETRA B INCORRETA. -
Perfil C: frio e úmido (má perfusão periférica e congestão – LETRA E INCORRETA. Resposta: letra C.

143 - 2022 HAS

» Questão muito bacana de obstetrícia invadindo a prova de clínica médica! Vamos às alternativas.Letra A: incorreta. O exame clínico é o método básico utilizado a fim de
se evitar a intoxicação por sulfato de magnésio. Ele deve ser repetido a cada 1-2h e consiste na avaliação do reflexo patelar, da frequência respiratória e do débito
urinário. A solicitação da magnesemia está recomendada se a paciente apresentar uma crise epiléptica durante o uso da medicação, se existir insuficiência renal
(creatinina >1.1mg/dL), ou se forem identificados sinais clínicos compatíveis com a intoxicação.Letra B: incorreta. Lembre-se de que o sulfato de magnésico encontra-se
indicado na pré-clâmpsia grave (inclusive na iminência de eclâmpsia) e na eclâmpsia em si! Letra C: correta. Exatamente! Gluconato de cálcio a 10% endovenoso faz-se
necessário diante da intoxicação pelo fármaco em discussão. Uma possibilidade alternativa, bem menos empregada, é o cloreto de cálcio.Letra D: incorreta. Perda de
reflexos profundos, bradipneia, arritmias cardíacas e parada cardiorrespiratória são manifestações da toxicidade do sulfato de magnésico. O débito urinário reduzido,
vale ressaltar, não traduz intoxicação pela droga, entretanto reflete necessidade de ajuste de dose - pois ela pode ocorrer mais facilmente!Letra E: incorreta.Resposta:
letra C.

144 - 2022 UHG

» A classificação funcional da insuficiência cardíaca proposta pela New York Heart Association (NYHA) permite classificar essa doença em quatro estágios de I a IV, onde I
seria o paciente assintomático e IV aquele que apresenta dispneia em repouso. Pode ser vista em um momento, bem como pode avaliar o paciente em diferentes
tempos, de acordo com o grau de funcionalidade/sintomas. É importante pois, assim, conseguimos predizer mortalidade em pacientes com disfunção cardíaca e serve
tanto para pacientes com IC de fração de ejeção preservada (diastólica) quanto reduzida (sistólica). Contudo, embora consiga ser útil na predição de mortalidade, um
fato importante é que ele não ajuda na estratificação de SOBREVIDA.

145 - 2022 IFF

» O tratamento da insuficiência cardíaca pode ser dividido em dois grandes grupos: (1) Drogas que apenas aliviam os sintomas: grupo representado principalmente pelos
diuréticos e digitálicos. A princípio, devem fazer parte da abordagem apenas dos pacientes sintomáticos; (2) Drogas que aumentam a sobrevida (inibem o
remodelamento cardíaco): grupo composto pelos inibidores da ECA (que podem ser substituídos pelos bloqueadores dos receptores da angiotensina II),
betabloqueadores (carvedilol, succinato de metoprolol e bisoprolol), antagonistas da aldosterona e a combinação hidralazina e nitrato. São drogas que, a princípio,
devem ser utilizadas em todos (ou quase todos) os pacientes com IC com FE reduzida. Mais recentemente, opções como ivabradina e valsartan/sacubitril também
passaram a ser relacionadas à redução na mortalidade, assim como a dapagliflozina. Resposta: letra D.

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146 - 2022 SEMAD

» Vamos relembrar alguns conceitos sobre hipertensão arterial baseados nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. A HA estágio 2 é considerada quando a
pressão arterial sistólica (PAS) aferida no consultório está entre 160-179 e/ou a pressão arterial diastólica (PAD) entre 100-109 mmHg. Logo, a paciente em questão
apresenta HAS estágio II. Agora vamos aos fatores de risco. Em faixas etárias mais jovens, a PA é mais elevada entre homens, mas a elevação pressórica por década
se apresenta maior nas mulheres. Assim, na sexta década de vida, a PA entre as mulheres costuma ser mais elevada e a prevalência de HA, maior. Em ambos os sexos,
a frequência de HA aumenta com a idade, alcançando 61,5% e 68,0% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente. A nossa paciente
tem 54 anos e é mulher. Logo, ela está na sexta década de vida e sua idade, portanto, já deveria ser considerada como fator de risco. No entanto, a Diretriz considera
como fator de risco cardiovascular adicional a idade > 65 anos para mulheres. Além disso, nossa paciente está com um IMC de 31kg/m², o que configura um estado de
obesidade tipo 1. Parece haver uma relação direta, contínua e quase linear entre o excesso de peso (sobrepeso/obesidade) e os níveis de PA. Logo, temos um fator de
risco associado. Nossa paciente, então, é HAS estágio II e apresenta um fator de risco cardiovascular associado. A classificação do risco CV depende dos níveis da PA,
dos fatores de risco cardiovasculares (FRCV) associados, da presença de lesões em órgãos-alvo (LOA), que são lesões estruturais e/ou funcionais decorrentes da HA em
vasos, coração, cérebro, rins e retina, e/ou da existência de DCV ou doença renal estabelecidas. Diferentes escores foram desenvolvidos e vêm sendo aplicados para
classificar os pacientes hipertensos em categorias de baixo, moderado e alto riscos CV. Para pacientes com HAS estágio II, com 1 ou 2 fatores de risco adicionais (como é
o caso da nossa paciente em questão), classificamos em risco cardiovascular alto ( e não moderado, como está no gabarito). A meta pressórica para pacientes com HA e
alto risco cardiovascular são de PAS de 120-129 e PAD de 70-79. Logo, é uma questão que cabe recurso e troca do gabarito para letra B. Porém, não houve mudança
de gabarito pós recurso. Resposta: letra C.

147 - 2022 SMA - VR

» O sopro na estenose aórtica é caracteristicamente um sopro mesossistólico, chamado também de sopro “em diamante”. Isso significa que é mais intenso no meio da
sístole, como em todos os sopros denominados sopros ejetivos. A irradiação característica é para as carótidas, fúrcula esternal e para o foco mitral (B CORRETA). O
sopro característico da estenose mitral é o chamado ruflar diastólico, mais audível com a campânula e bem localizado no foco mitral (A INCORRETA). Embora a valva
aórtica possa ser acometida, a cardite na febre reumática costuma cursar com insuficiência mitral na fase aguda, evoluindo com estenose mitral conforme a doença
cronifica (C INCORRETA). O exame do precórdio na estenose tricúspide revela um ruflar diastólico semelhante ao da estenose mitral, que aumenta de intensidade
durante a inspiração (D INCORRETA). O sopro de Carey-Coombs é o protótipo do sopro por hiperfluxo através de uma valva mitral não estenótica, sendo um sopro
classificado como sisto-diastólico: ocorre na insuficiência mitral, em que o volume regurgitado para o átrio na sístole deve voltar ao ventrículo na diástole. Aliás, o sopro
da insuficiência mitral é holossistólico no foco mitral, isto é, inicia-se com a B1 e se prolonga para além de B2, abafando-a no foco mitral (E INCORRETA). Resposa: letra
B.

148 - 2022 SCM - BM

» O edema de membros inferiores (maleolar) é o principal efeito colateral dos antagonistas de canais de cálcio di-hidropiridínicos, como o anlodipina. O mecanismo é uma
resposta vasodilatadora exagerada na circulação dos membros inferiores, gerando hiperfluxo e maior transudação de líquido ao nível da circulação capilar nesta região.
Já a hiperuricemia e a gota são complicações mais associadas ao uso de diuréticos, no caso, a hidroclorotiazida. Vale lembrar que os diuréticos, ao promoverem certo
grau de hipovolemia, fazem aumentar a reabsorção de sódio e água no túbulo contorcido proximal. Neste local, devido a um aumento na concentração de ácido úrico
secundária ao mecanismo já citado, passa a ocorrer maior reabsorção deste último, o que compromete a excreção renal de ácido úrico e pode favorecer o surgimento de
hiperuricemia/gota. Resposta: letra B.

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149 - 2022 FESO

» Os inibidores SGLT2 são mais conhecidos para o tratamento do diabetes mellitus, mas mostraram redução do risco de morte e hospitalização por IC, independentemente
da presença de diabetes. Os dados iniciais vieram do estudo DAPA-HF, com uso da dapaglifozina (se ClCr ≥ 30), naqueles com IC de classes funcionais II-IV e,
posteriormente, também observados com a empagliflozina pelo estudo EMPEROR-Reduced (se ClCr ≥ 20). A ideia é adicionar a classe ao esquema padrão
(betabloqueador, antagonista do sistema renina-angiotensina e antagonista da aldosterona), compondo um “esquema quádruplo”, desde que a função renal permita.
Resposta: letra A.

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150 - 2022 HEVV

» Vamos analisar as alternativas: Assertiva I: verdadeira / assertiva II: falsa. Nas primeiras 4-6 (ou 4-12) semanas, o mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos parece
estar relacionado à maior excreção urinária de sódio e de líquidos, resultando na diminuição do volume circulante efetivo (volume do leito arterial). No entanto, após
esse período, um outro mecanismo parece se sobrepor. Por meio de mecanismos de compensação endógenos, o volume circulante efetivo volta aos níveis normais e,
além disso, há uma queda da resistência vascular sistêmica (ainda não se sabe o motivo exato para isso), o que reduz a pressão arterial. Assertiva III: falsa. Quando há
sobrecarga de volume, o que realmente pode acontecer em pacientes com doença renal crônica (DRC) e insuficiência cardíaca, os diuréticos de alça são as drogas de
escolha. Lembrando ainda que tiazídicos e antagonistas da aldosterona (ex: espironolactona) devem ser evitados quando o ClCr é inferior a 30 ml/min por não exercerem
o efeito esperado e aumentarem o risco de eventos adversos, respectivamente. Assertiva IV: verdadeira. De fato, a espironolactona carrega maior risco de hipercalemia
por bloquear o efeito da aldosterona. Já os tiazídicos e os de alça podem causar hipocalemia. Resposta da Banca: letra D. Resposta do MEDGRUPO: letra B.

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151 - 2022 HSD - MA

» Analisando a radiografia de tórax em PA, a letra A (estrutura cheia de ar) corresponde à traqueia. B (proeminência no HTE, abaixo do arco aórtico) corresponde ao hilo
pulmonar esquerdo. C (estrutura também contendo ar, abaixo do diafragma) é o esôfago e (D) o seio costofrênico direito. A resposta é a opção B.

152 - 2022 CEP - SE

» Todas as opções correspondem a causas de HAS secundária, que em tese poderiam justificar a hipertensão de difícil controle com lesão em órgãos-alvo apresentada por
este paciente. Porém, em questões de prova, quando o autor da questão colocar a combinação HAS grave + hipocalemia, ele está sugerindo fortemente o diagnóstico de
hiperaldosteronismo primário. Lembre que nesta condição o excesso de aldosterona circulante leva à retenção de sódio às custas da espoliação de potássio, causando a
hipertensão acompanhada por hipocalemia. As demais condições, isoladamente, não cursam com hipocalemia. A resposta, portanto, é a opção B.
153 - 2022 UMC - MG

» Questão copiada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “O mecanismo da
ação anti-hipertensiva dos diuréticos relaciona-se inicialmente a seus efeitos natriuréticos, com a diminuição do volume circulante e do volume extracelular. Após quatro
a seis semanas, o volume circulante praticamente normaliza-se, e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP). Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbidade
e a mortalidade CV. O efeito anti-hipertensivo não está diretamente ligado às doses utilizadas, porém os efeitos colaterais guardam relação com a dose e a potência da
ação diurética.” Resposta: letra C.

154 - 2022 HUSE

» Dispomos hoje de quatro classes de medicamentos consideradas de primeira linha para o tratamento da hipertensão arterial crônica primária: diuréticos tiazídicos (como
a clortalidona), inibidores da ECA, antagonistas do canal de cálcio e antagonistas da angiotensina. A principal alteração se deu nos últimos anos com a retirada dos
betabloqueadores dessa lista, já que estudos recentes apontam para um benefício menor desta classe em relação às demais, sobretudo para o atenolol e em pacientes
idosos. Podem ser usados preferencialmente em pacientes com anigna de esforço (pelo seu efeito antianginoso), bem como em pacientes com taquiarritmias atriais,
ventriculares, com tremor essencial, enxaqueca e hipertensão portal. Resposta: letra B.

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155 - 2022 HCB - RO

» Questão copiada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “O mecanismo da
ação anti-hipertensiva dos diuréticos relaciona-se inicialmente a seus efeitos natriuréticos, com a diminuição do volume circulante e do volume extracelular. Após quatro
a seis semanas, o volume circulante praticamente normaliza-se, e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP). Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbidade
e a mortalidade CV. O efeito anti-hipertensivo não está diretamente ligado às doses utilizadas, porém os efeitos colaterais guardam relação com a dose e a potência da
ação diurética.” Resposta: letra C.

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156 - 2022 HV - AL

» De acordo com a Diretriz Brasileira de HAS (2020): "Os IECA e outros bloqueadores do sistema reninaangiotensina-aldosterona (SRAA) podem provocar hiperpotassemia
em pacientes com insuficiência renal, sobretudo nos diabéticos, e o uso é contraindicado na gravidez, pelo risco de complicações fetais. Por isso, seu emprego deve ser
cauteloso e frequentemente monitorado em adolescentes e mulheres em idade fértil." A resposta é, portanto, a opção D.

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157 - 2022 HOA

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “ALFABLOQUEADORES:
Mecanismo de ação → antagonistas competitivos dos receptores alfa-1 pós sinápticos, reduzindo a RVP sem mudanças no débito cardíaco, promovem maior redução
pressórica quando na posição ortostática e na taquicardia reflexa. Por isso, é comum a hipotensão postural, comumente descrita na primeira dose. O efeito hipotensor
mostra-se discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso associado.” Resposta: letra B.

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158 - 2022 UMC - MG

» Nas primeiras 4-6 semanas do início do diurético (o tempo exato é um pouco controverso na literatura), o efeito natriurético e, consequentemente, a redução do volume
circulante efetivo são os grandes determinantes do controle pressórico. No entanto, após esse período, os rins conseguem compensar o “déficit volêmico”. A partir de
então, um outro mecanismo parece ser o responsável pela diminuição dos níveis tensionais: a queda da resistência vascular periférica. Curiosamente, o efeito anti-
hipertensivo não parece estar diretamente relacionado à dose, mas os efeitos colaterais, de fato, guardam relação com ela e com a potência da ação diurética.
Resposta: letra C.

159 - 2022 AMS - APUCARANA

» Vamos à análise das assertivas de acordo com a diretriz nacional de hipertensão arterial (2020), conforme solicitado: - O uso de tabaco eleva a PA cerca de 5 a 10
mmHg, em média, mas não há estudos mostrando o efeito benéfico da cessação do tabagismo sobre o controle da HA. Independentemente, deve ser enfatizada a
cessação, devido ao risco cardiovascular e de neoplasias. De qualquer forma, é absurdo dizer que parar de fumar aumenta, mesmo que transitoriamente, o risco
cardiovascular. Assertiva A incorreta. - Recomenda-se que a ingestão de sódio seja limitada a aproximadamente 2 g/dia (equivalente a cerca de 5 g de sal por dia) na
população em geral. Assertiva B correta. - Os padrões alimentares considerados saudáveis têm sido associados à redução da PA. A dieta DASH (Dietary Approaches to
Stop Hypertension) foi capaz de reduzir a PA, sendo o efeito atribuído ao maior consumo de frutas, hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura e cereais integrais,
além de consumo moderado de oleaginosas e redução no consumo de gorduras, doces e bebidas com açúcar e carnes vermelhas. C incorreta. - No tratamento da HAS,
benefícios adicionais podem ser obtidos com EF estruturados, realizando-se o treinamento aeróbico complementado pelo resistido. IV incorreta. Resposta: opção B.

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160 - 2022 HUSE

» Conhecer os efeitos adversos de medicações anti-hipertensivas é fundamental para a boa prática de generalistas. Vejamos cada assertiva: I - correta. Tiazídicos, como a
clortalidona e a hidroclorotiazida, podem causar hiperuricemia e, assim, precipitar crises de gota. Têm, ainda, potencial de causar hipocalemia – tanto pela espoliação
através da urina quanto por ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. II - correta. Alfabloqueadores de ação central, a exemplo da clonidina, são famosos por
causar efeito rebote na retirada, mas também sedação e boca seca. III - incorreta. A espironolactona, grande exemplo de diurético poupador de potássio, atua como
antagonista da aldosterona. A redução da atividade da aldosterona diminui a excreção renal de potássio; assim, essa classe de medicações pode precipitar hipercalemia
e deve ser evitada em pacientes com potássio persistentemente elevado. IV - correta. O diltiazem e o verapamil são considerados bloqueadores dos canais de cálcio
(BCC) cardiosseletivos, por isso podem reduzir o inotropismo e o cronotropismo. Ao mesmo tempo, preservam pequeno grau de ação periférica, daí sua ação anti-
hipertensiva e alguns efeitos adversos comuns aos demais BCC: rubor facial e constipação. Resposta: letra D.

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161 - 2022 HCB - RO

» Nas primeiras 4-6 semanas do início do diurético (o tempo exato é um pouco controverso na literatura), o efeito natriurético e, consequentemente, a redução do volume
circulante efetivo são os grandes determinantes do controle pressórico. No entanto, após esse período, os rins conseguem compensar o “déficit volêmico”. A partir de
então, um outro mecanismo parece ser o responsável pela diminuição dos níveis tensionais: a queda da resistência vascular periférica. Curiosamente, o efeito anti-
hipertensivo não parece estar diretamente relacionado à dose, mas os efeitos colaterais, de fato, guardam relação com ela e com a potência da ação diurética. Resposta:
letra A.

162 - 2022 HNSC

» O remodelamento cardíaco é a resposta do miocárdio à sobrecarga hemodinâmica imposta sobre ele ou ao efeito direto dos mediadores neuro-humorais em níveis
cronicamente elevados. Os resultados são: 1. alteração na geometria ventricular (o ventrículo torna-se dilatado e esférico); 2. degeneração e apoptose dos miócitos; 3.
fibrose miocárdica intersticial; 4. redução da sobrevida do paciente, pela piora progressiva da função ventricular. Entre as classes de drogas que inibem o
remodelamento temos os inibidores da ECA (que podem ser substituídos pelos bloqueadores dos receptores da angiotensina II), betabloqueadores, antagonistas
da aldosterona e a combinação hidralazina e nitrato. Na nossa opinião, a questão admitia duas respostas: betabloqueadores (inibem o efeito crônico direto da
noradrenalina sobre o miocárdio, além de reduzirem o consumo miocárdico de oxigênio, inibindo o remodelamento) e IECA (inibem o efeito direto da angiotensina II
sobre o miocárdio). A banca divulgou como gabarito a opção D.

163 - 2022 UMC - MG

» Como sabemos, os diuréticos de escolha para o tratamento da hipertensão arterial são os tiazídicos, como a hidrocloratiazida, e os “tiazídicos-like”, como a clortalidona e
a indapamida (recebem esse nome por diferenças na estrutura molecular, mas, de modo geral, são muito semelhantes aos tiazídicos). Além de reduzirem a mortalidade,
possuem maior tempo de ação, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Preferencialmente, a dose inicial deve ser baixa, com aumento progressivo, caso
necessário. Os diuréticos de alça costumam ser reservados para situações de “sobrecarga volêmica”, como insuficiência cardíaca e doença renal crônica. Já os
poupadores de potássio são mais utilizados no manejo da hipertensão resistente (quarta droga) e na IC. Resposta: letra D.

164 - 2022 HCB - RO

» Como sabemos, os diuréticos de escolha para o tratamento da hipertensão arterial são os tiazídicos, como a hidrocloratiazida, e os “tiazídicos-like”, como a clortalidona e
a indapamida (recebem esse nome por diferenças na estrutura molecular, mas, de modo geral, são muito semelhantes aos tiazídicos). Além de reduzirem a mortalidade,
possuem maior tempo de ação, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Preferencialmente, a dose inicial deve ser baixa, com aumento progressivo, caso
necessário. Os diuréticos de alça costumam ser reservados para situações de “sobrecarga volêmica”, como insuficiência cardíaca e doença renal crônica. Já os
poupadores de potássio são mais utilizados no manejo da hipertensão resistente (quarta droga) e na IC. Resposta: letra D.

165 - 2022 HV - AL

» Questão baseada em um trecho da diretriz brasileira de hipertensão arterial. Vamos a ele: “Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos
receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). No tratamento da
hipertensão arterial, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com comorbidades, proporcionam a redução da morbidade e da mortalidade”.
Resposta: letra B.

166 - 2022 UNIRG

» Vamos analisar as alternativas, começando de baixo para cima: Letra D: correta. Os IECA promovem exatamente esses efeitos (a venodilatação justifica a queda da pré-
carga) e, ainda, reduzem a mortalidade dos pacientes com ICFER. Letra C: incorreta. Furosemida e digoxina não alteram mortalidade. Letra B: incorreta. Os
betabloqueadores são contraindicados na hipotensão arterial e nos BAVs de segundo e terceiro graus. Cabe ressaltar que a diretriz brasileira afirma que, diante de um
BAV, a primeira medida é suspender ou reduzir a dose de outros fármacos que atuam no nodo atrioventricular, como digoxina e amiodarona. Letra A: polêmica! Os BRA
e os IECA são contraindicados na gestação pela fetotoxicidade. Porém, em indivíduos com hipocalemia, não. Porém, perceba que a forma com que a alternativa foi
escrita deixa a afirmação ambígua. Afinal, o autor se refere a um único tipo de paciente (gestante com hipocalemia) ou a dois grupos (grávidas e hipocalêmicos)? Essa
dubiedade poderia justificar eventual anulação da questão, mas a Banca manteve seu gabarito. Resposta: letra D.

167 - 2022 UMC - MG

» A banca certamente está se referindo ao mecanismo de ação dos diuréticos tiazídicos: em um primeiro momento, a natriurese induzida pelos tiazídicos reduz o Volume
Extracelular (VEC) em cerca de 10%. Contudo, passadas 4-6 semanas, o VEC volta ao normal (pelo aumento compensatório na reabsorção renal de sal e água) ocorrendo
uma redução da Resistência Vascular Periférica (RVP), o que efetivamente reduz a PA do paciente. Os diuréticos de alça atuam de maneira diferente: ao bloquearem a
reabsorção de Na/K/2Cl no ramo ascendente espesso da alça de Henle, tais drogas promovem uma natriurese muito mais intensa que os tiazídicos, espoliando o paciente
de volume (logo, só devem ser usados como anti-hipertensivos quando a HAS estiver associada à hipervolemia). Finalmente, os poupadores de potássio bloqueiam
diretamente o receptor de aldosterona (ex.: espironolactona, eplerenona), ou então, o canal epitelial de sódio (ENaC) cuja expressão é induzida pela aldosterona nas
células do túbulo coletor (ex.: amilorida, triantereno). Lembre-se que é no túbulo coletor que ocorre a reabsorção de sódio em troca da secreção de K+ e H+, por ação da
aldosterona. Resposta: letra B.
168 - 2022 HECI

» Embora exista alguma variação na literatura, podemos entender que a emergência hipertensiva é definida por uma situação em que o aumento da pressão arterial
ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com lesões de órgão-alvo agudas e progressivas - é o que ocorre no caso de encefalopatia hipertensiva, AVE, síndrome
coronariana aguda, dissecção de aorta, edema agudo de pulmão ou eclâmpsia. Nesses casos, a PA deve ser reduzida em minutos ou poucas horas com drogas
parenterais! Já na urgência hipertensiva, os níveis de pressão arterial até podem provocar prejuízo orgânico nos próximos dias ou nas próximas horas, mas não há
sintomas graves e comprometimento agudo e progressivo de órgão-alvo - aqui, a PA deve ser reduzida lentamente, em até 24-48h, com drogas orais. Com base nesses
conceitos e frente a um paciente com sintomas compatíveis com síndrome coronariana aguda, fica claro que temos uma emergência hipertensiva. O problema do
gabarito é a conduta proposta pela banca. O mnemônico “MONA” contempla o uso de morfina, oxigênio, nitrato e AAS, não é mesmo? Antiplaquetários certamente
devem ser utilizados, enquanto os nitratos estão indicados nos quadros de dor persistente e na presença de hipertensão ou IC - o dinitrato de isossorbida (Isordil®) 5 mg
SL costuma ser a droga inicial, podendo repetir até três vezes, com intervalo de 5-10min. A nitroglicerina venosa (Tridil®), com dose inicial de 10 mcg/kg/min e posterior
titulação da dose, fica reservada aos pacientes que não responderam às três doses do nitrato SL, que estão gravemente hipertensos (como o nosso) ou com congestão
pulmonar. Por outro lado, a administração de oxigênio está indicada apenas para os pacientes com SatO2 < 90%. A morfina até pode ser usada em pacientes refratários
aos nitratos e aos betabloqueadores, mas estudos não randomizados têm associado o uso da medicação à maior mortalidade e à chance de efeitos adversos, motivo
pelo qual não deve ser prescrita de rotina - além disso é contraindicada no infarto de VD. Em relação aos betabloqueadores, formulações orais devem ser iniciadas
dentro das primeiras 24h desde que não haja contraindicações - geralmente utiliza-se a formulação IV apenas na presença de hipertensão refratária ou isquemia
persistente. A letra A, liberada como gabarito inicial pela banca, até acaba sendo a melhor resposta, mas é passível de críticas.

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169 - 2022 SCMCG

» Questão retirada, integralmente, das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Vamos, então, revisar o trecho que respondia a questão: “À demonstração dos
riscos da elevação da PA para a ocorrência de desfechos clínicos, adicionaram-se evidências dos danos vasculares e cardíacos pré-clínicos em valores de PA inferiores
aos tradicionalmente utilizados para o diagnóstico de HA. Consequências cardíacas decorrentes dos níveis tensionais discretamente elevados, categorizadas como pré-
hipertensão, foram demonstradas. O estudo PREVER revelou que, nesses casos, a redução da PA leva à redução da massa ventricular estimada por
eletrocardiograma, além de reduzir em quase 50% a incidência de HA.” Resposta: letra C.

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170 - 2022 HCB - RO

» A banca certamente está se referindo ao mecanismo de ação dos diuréticos tiazídicos: em um primeiro momento, a natriurese induzida pelos tiazídicos reduz o Volume
Extracelular (VEC) em cerca de 10%. Contudo, passadas 4-6 semanas, o VEC volta ao normal (pelo aumento compensatório na reabsorção renal de sal e água) ocorrendo
uma redução da Resistência Vascular Periférica (RVP), o que efetivamente reduz a PA do paciente. Os diuréticos de alça atuam de maneira diferente: ao bloquearem a
reabsorção de Na/K/2Cl no ramo ascendente espesso da alça de Henle, tais drogas promovem uma natriurese muito mais intensa que os tiazídicos, espoliando o paciente
de volume (logo, só devem ser usados como anti-hipertensivos quando a HAS estiver associada à hipervolemia). Finalmente, os poupadores de potássio bloqueiam
diretamente o receptor de aldosterona (ex.: espironolactona, eplerenona), ou então, o canal epitelial de sódio (ENaC) cuja expressão é induzida pela aldosterona nas
células do túbulo coletor (ex.: amilorida, triantereno). Lembre-se que é no túbulo coletor que ocorre a reabsorção de sódio em troca da secreção de K+ e H+, por ação da
aldosterona. Resposta: letra B.

171 - 2022 HV - AL

» O mecanismo de edema provocado por bloqueadores de canal de cálcio envolve redistribuição de fluido do espaço intravascular para o interstício. Em teoria, a
vasodilatação mediada por bloqueadores do canal de cálcio (principalmente os di-hidropiridínicos) aumenta a permeabilidade capilar e, por conseguinte, a formação de
edema (o fenômeno ocorre principalmente no território arterial). Tal efeito aparenta ser dose-dependente (2-3 vezes maior quando empregamos altas doses).
Curiosamente, o edema pode motivar a prescrição de diuréticos, o que não resolve o quadro e pode ser até nocivo para um paciente sem sinais de hipervolemia. Por
outro lado, inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona podem reduzir a incidência e a gravidade deste edema por um mecanismo mediado por venodilatação.
Resposta: letra A.

172 - 2022 REVALIDA INEP

» A questão retrata um paciente hipertenso de difícil controle, com lesão de órgão alvo prévia (presença de 4ª bulha cardíaca sugere cardiopatia hipertensiva), que se
apresenta à emergência com confusão mental, sonolência e edema de papila. Não há déficit neurológico focal. Tomografia de crânio sem sinais de isquemia cerebral
nem sangramento. A principal hipótese diagnóstica é de encefalopatia hipertensiva, que se define como a presença de sinais e/ou sintomas de edema cerebral causados
pelo aumento severo e/ou súbito da pressão arterial. Trata-se de um diagnóstico de exclusão após se eliminar outras causas de disfunção do sistema nervoso central.
Tipicamente responde de forma dramática à redução aguda da pressão arterial. Segundo a 20ª edição do Harrison, o objetivo inicial do tratamentoo é reduzir a pressão
arterial em não mais que 25% dentro de minutos a duas horas, ou para um patamar na faixa de 160/100-110 mg. Isso pode ser alcançado através da adminsitração
endovenosa em infusão continua de nitroprussiato, um vasodilatador arteriolar e venoso com rápido início de ação e que permite controle da pressão arterial de minuto-
a-minuto. Outros agentes parenterais efeitvos incluem nicardipina e labetalol. A literatura de modo geral não recomenda anti-hipertesivo orais, tais como clonidina ou
captopril, para o manejo dessa condição, devido ao seu início de ação mais lento e inabilidade emcontrolar tanto a rapidez quanto o grau de redução da PA. Entretanto,
podem ser uma alternativa em ambientes com poucos recursos e sem acessos a fármacos parenterais. Do mesmo modo, a literatura não cita a nitroglicerina como um
fármaco de eleição, pois apesar de ser parenteral, induz vasodilatação venosa superior à arteriolar, com menor eficácia anti-hipertensiva e efeitos na pressão arterial
mais variáveis de pessoa para pessoa. Resposta: letra B.
173 - 2022 UMC - MG

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), a monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HAS estágio 1
com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto ou para indivíduos idosos e/ou frágeis. Nesses perfis de pacientes, a redução da PA desejada é
pequena ou deve ser feita de maneira gradual, de modo a evitar eventos adversos. A combinação de fármacos, portanto, é a estratégia terapêutica preferencial para a
maioria dos hipertensos. O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos. Caso a meta
pressórica não seja alcançada, ajustes de doses e/ou a combinação tripla de fármacos estarão indicados. O racional para a associação de fármacos baseia-se no
incremento do efeito anti-hipertensivo quando se atua em mecanismos fisiopatológicos distintos por ações sinérgicas e pela inibição da ativação dos mecanismos
contrarregulatórios. Além disso, a combinação de fármacos pode reduzir potencialmente a ocorrência de efeitos colaterais, pelo uso de menor dose de cada um dos
fármacos envolvidos na combinação ou pela capacidade que um dos fármacos pode ter de antagonizar os efeitos adversos do outro. São aspectos de interesse a maior
adesão ao tratamento e a redução da inércia terapêutica. As combinações em doses fixas e em comprimido único são preferenciais por se associarem a maior adesão ao
tratamento e, por consequência, melhores resultados clínicos. O início do tratamento com combinação de fármacos em doses fixas associa-se à redução do risco de
desfechos cardiovasculares (CV) quando comparado com o tradicional início do tratamento com monoterapia, com mais rápido alcance da meta pressórica e com a
proteção de órgãos-alvo e desfechos CV a longo prazo. Resposta: “Associa-se à redução do risco de desfechos Cardiovasculares (CV) quando comparado com o
tradicional início do tratamento com monoterapia, com mais rápido alcance da meta pressórica e com a proteção de órgãos-alvo e desfechos CV a longo prazo”.

174 - 2022 HCB - RO

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), a monoterapia pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HAS estágio 1
com risco CV baixo ou com PA 130-139/85-89 mmHg de risco CV alto ou para indivíduos idosos e/ou frágeis. Nesses perfis de pacientes, a redução da PA desejada é
pequena ou deve ser feita de maneira gradual, de modo a evitar eventos adversos. A combinação de fármacos, portanto, é a estratégia terapêutica preferencial para a
maioria dos hipertensos. O início do tratamento deve ser feito com combinação dupla de medicamentos que tenham mecanismos de ação distintos. Caso a meta
pressórica não seja alcançada, ajustes de doses e/ou a combinação tripla de fármacos estarão indicados. O racional para a associação de fármacos baseia-se no
incremento do efeito anti-hipertensivo quando se atua em mecanismos fisiopatológicos distintos por ações sinérgicas e pela inibição da ativação dos mecanismos
contrarregulatórios. Além disso, a combinação de fármacos pode reduzir potencialmente a ocorrência de efeitos colaterais, pelo uso de menor dose de cada um dos
fármacos envolvidos na combinação ou pela capacidade que um dos fármacos pode ter de antagonizar os efeitos adversos do outro. São aspectos de interesse a maior
adesão ao tratamento e a redução da inércia terapêutica. As combinações em doses fixas e em comprimido único são preferenciais por se associarem a maior adesão ao
tratamento e, por consequência, melhores resultados clínicos. O início do tratamento com combinação de fármacos em doses fixas associa-se à redução do risco de
desfechos cardiovasculares (CV) quando comparado com o tradicional início do tratamento com monoterapia, com mais rápido alcance da meta pressórica e com a
proteção de órgãos-alvo e desfechos CV a longo prazo. Resposta: “Associa-se à redução do risco de desfechos Cardiovasculares (CV) quando comparado com o
tradicional início do tratamento com monoterapia, com mais rápido alcance da meta pressórica e com a proteção de órgãos-alvo e desfechos CV a longo prazo”.

175 - 2022 HOB - DF

» Afirmativa CERTA. A diretriz brasileira de hipertensão arterial organiza da seguinte forma o tratamento anti-hipertensivo de pacientes com doença renal crônica: os IECA
ou os BRA estão indicados em hipertensos com ou sem albuminúria, sendo proscrita sua associação. Os diuréticos tiazídicos ou de alça (estes últimos no caso de doença
renal crônica estágios G4-G5) e os bloqueadores de canal de cálcio são eficazes, principalmente em associação a IECA ou BRA. Betabloqueadores estão indicados se
houver doença arterial coronariana ou insuficiência cardíaca associada pelo benefício secundário nestas condições. Antagonistas dos receptores mineralocortocoides são
medicamentos que diminuem a proteinúria, porém podem causar hiperpotassemia (ensaios clínicos com novos antagonistas dessa classe são aguardados).

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176 - 2022 UEMA

» Vamos avaliar cada alternativa a respeito da abordagem populacional da Hipertensão Arterial: Letra A: incorreta. Nenhuma atividade de prevenção está completa sem a
prevenção primária, que inclui abordagem dos fatores de risco. Letra B: incorreta. Essa afirmativa vai de encontro a todas as recomendações do Ministério da Saúde, que
priorizam a abordagem multidisciplinar, em detrimento da centralização do tratamento na figura do médico. Letra C: incorreta. O objetivo da abordagem não é a
recdução de custos, e sim a redução de desfechos negativos. Letra D: incorreta. Não há pra maior qualidade de vida relacionada a cirurgia cardíaca, que é um
tratamento necessário para uma das fases finais da Hipertensão Arterial, a doença cardiovascular. Letra E: correta. Agora sim, a abordagem levou em conta a prevenção
do problema, inclusive na fase primária. Resposta: letra E.

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177 - 2022 HEJSN

» O eletrocardiograma é um exame importante na avaliação de pacientes com insuficiência mitral (IM). O achado mais comum é o aumento atrial esquerdo. Em 1/3 dos
casos de IM grave há hipertrofia ventricular esquerda, do tipo sobrecarga de volume. Além disso, pode haver um aumento na incidência de fibrilação atrial (LETRA A
CORRETA). Por meio do eletrocardiograma, não é possível caracterizar objetiva e numericamente a fração de ejeção, volume do átrio esquerdo ou a pressão sistólica da
artéria pulmonar; tais dados seriam avaliados por meio da ecocardiografia (LETRAS B, C e E INCORRETAS). Da mesma forma, a avaliação de congestão pulmonar é feita
apenas indiretamente no ECG (ex.: pela avaliação de sinais de sobrecarga ventricular e aumento atrial) – tal achado é mais bem avaliado por exames como radiografia
de tórax e ultrassonografia pulmonar. Resposta: letra A.

178 - 2022 HOB - DF

» Afirmativa correta, de acordo com a fonte citada pelo autor, sobre o tratamento de pacientes em terapia renal substitutiva: "O tratamento deve ser iniciado por
medidas que visem à obtenção do 'peso-seco', como restrição hidrossalina e ultrafiltração na hemodiálise. Não obstante, cerca de 60% dos pacientes sob tratamento
dialítico necessitam de três ou mais anti-hipertensivos, em diversas combinações, para o controle da hipertensão arterial. Nessa população, a hiperatividade do sistema
nervoso simpático (SNS) tem papel importante na gênese da hipertensão arterial e na doença cardiovascular. Em consonância, o bloqueio beta-adrenérgico foi superior à
inibição da ECA na prevenção da morbidade cardiovascular e no controle da PA em pacientes com hipertrofia ventricular esquerda sob tratamento hemodialítico. Em
indivíduos transplantados renais, os bloqueadores de canal de cálcio os bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II consistem na primeira opção, pois há evidências
de que previnam a perda do enxerto" Resposta: letra A.

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179 - 2022 HV - AL

» Dentre os efeitos adversos causados pelos bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão, o edema maleolar costuma ser o mais
registrado e resulta da própria ação vasodilatadora (mais arterial que venosa), promovendo a transudação capilar. A cefaleia latejante e as tonturas são comuns. O rubor
facial é mais comum com os BCC di-hidropiridínicos de ação rápida. A hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) e a hipertrofia gengival são efeitos
adversos ocasionais. Os efeitos adversos costumam ser dose-dependentes, podem causar intolerância aos BCC di-hidropiridínicos e, às vezes, resultam em resistência ao
tratamento. Nesses casos, pode ser testada a utilização de BCC lipofílicos (manidipino, lercanidipino, lacidipino) ou o levanlodipino em baixas doses. A verapamila e o
diltiazem podem agravar a IC, além de causar bradicardia e bloqueio atrioventricular. Observa-se a obstipação intestinal com a verapamila. Resposta: letra C.

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180 - 2022 HAC - PR

» A insuficiência cardíaca é uma doença muito prevalente em nosso meio e que cursa com sinais congestivos, por algum problema mecânico e hemodinâmico, na bomba
cardíaca. O paciente com IC geralmente apresenta-se, sobretudo nas descompensações, com um quadro de dispneia, congestão e que, consequentemente, levam a uma
limitação funcional, afinal, pela condição de um coração doente, o paciente fica com a função de débito cardíaco prejudicada. Mas, nem sempre, os sinais de congestão
são francos! O paciente com B3, estase de jugular, hepatoesplenomegalia, edema de membros inferiores e crepitos não será aquele que necessariamente irá se
apresentar a você! Muitas vezes, o paciente apresenta sinais de má perfusão ou outros indícios de falência de débito, como desregulação simpática, na frequência
cardíaca, por arritmias, ou mesmo na pressão arterial. Na descompensação, os sinais do exame físico podem estar presentes e nos levar ao raciocínio diagnóstico
correto. Contudo, no paciente compensado, nem sempre isso é verdadeiro. Às vezes, o paciente não tem achado algum e apenas o eletrocardiograma ou
ecocardiograma irá nos sugerir o quadro de IC, sobretudo naqueles com fração de ejeção (FE) preservada! A presença de B3 e turgência de jugular pode nos ajudar no
raciocínio pelo seu valor diagnóstico, mas não prognóstico! Contudo, achados como cardiomegalia e valor de BNP (peptídeo natriurético cerebral) possuem valores
prognósticos nesses pacientes. Resposta: em casos não graves de IC, a presenta de cardiomegalia (índice cardiotorácico maior que 0,45), não tem implicação
prognóstica.

181 - 2022 HCSVP - PR

» Estamos diante de um paciente que não atingiu a meta terapêutica e apresenta um quadro de hipertensão sustentada (medidas anormais de PA dentro e fora do
consultório). Nesse caso, vamos analisar as alternativas:- Letra A: incorreta. A combinação IECA (inibidor da enzima conversora da angiotensina) BRA-II (bloqueador do
receptor da angiotensina II), além de não mostrar benefício, revelou aumento dos eventos adversos;- Letra B: incorreta. O paciente já se encontra com a dose otimizada
da medicação em monoterapia. Nesse caso, não atingindo a meta terapêutica, devemos associar uma outra classe de medicação;- Letra C: incorreta. A HAS resistente é
definida quando a PA permanece acima das metas recomendadas com o uso de três anti-hipertensivos de diferentes classes;- Letra D: incorreta. Uma das principais
indicações do MAPA se dá quando encontramos discordância importante entre a PA no consultório e em casa. Portanto, essa técnica de monitorização não está indicada
para esse paciente;- Letra E: correta. Poderíamos associar ao IECA, já em uso, um outro anti-hipertensivo de primeira linha (que não o BRA-II), ou seja, um diurético
tiazídico ou um BCC (bloqueador do canal de cálcio).Resposta: letra E.

182 - 2022 HOB - DF

» Afirmativa INCORRETA. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, publicadas em 2020, sobre o tratamento de pacientes com doença renal crônica:
"Com relação ao tratamento medicamentoso, os IECA ou os BRA estão indicados em hipertensos com ou sem albuminúria, sendo proscrita sua associação". Sabemos que
a associação de IECA e BRA até reduz a proteinúria, mas sem melhora nos desfechos renais, no risco cardiovascular ou mortalidade! Além disso, há maior risco de
hipotensão, hipercalemia e maior incidência de rins terminais. Os riscos não justificam um potencial benefício em relação à proteinúria. Resposta: letra B.

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183 - 2022 HRL - PR

» Questão tranquila. Quais drogas classicamente aumentam a sobrevida na IC com FE reduzida? IECA (ou BRA), betabloqueadores (succinato de metoprolol, carvedilol,
bisoprolol) e antagonistas da aldosterona (espironolactona). A única resposta possível é a opção A.

184 - 2022 HOB - DF

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020, sobre o tratamento de pacientes com doença renal crônica: "A presente diretriz recomenda em
adultos com hipertensão arterial e doença renal crônica, diabéticos ou não, meta de PA < 130x 80 mmHg. Metas mais estritas podem ser almejadas em casos
selecionados, sob estrita vigilância e após compartilhamento de riscos com o paciente". Resposta: letra A.

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185 - 2022 HRL - PR

» Vamos analisar as alternativas:- Letra A: incorreta. Os principais fatores de risco para hipertensão arterial resistente (HAR) são: idade mais avançada, afrodescendencia,
sexo feminino, obesidade, HVE, DM, nefropatia crônica, síndrome metabólica, aumento da ingestão de sal e menor atividade física;- Letra B: incorreta. A prevalência de
HAR no mundo é estimada entre 10 e 20% dos hipertensos;- Letra C: incorreta. Diante da suspeita clínica de HAR, a primeira etapa na investigação é a exclusão das
causas de pseudorresistência, tais como: má adesão ao tratamento (farmacológico e não farmacológico), posologia inadequada, técnica imprópria de aferição da PA e
efeito do avental branco. O MAPA é um exame importante que auxilia nessa investigação, porém sua utilização não é obrigatória para a confirmação diagnóstica de
HAR;- Letra D: incorreta. A HAR é definida quando a PA permanece acima das metas recomendadas com o uso de três anti-hipertensivos de diferentes classes, incluindo
um inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou bloqueador do receptor de angiotensina (BRA), um bloqueador dos canais de cálcio (BCC) e um diurético
tiazídico, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão.Resposta: todas as alternativas estão
incorretas.

186 - 2022 HOB - DF

» Questão "copiada e colada" da Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, publicada em 2020, sobre o tratamento de pacientes com doença renal crônica e terapia
renal substitutiva. De acordo com essa fonte, as medidas residenciais de pressão arterial são mais reprodutíveis, fornecem informações relevantes para decisões
terapêuticas e associam-se a melhor controle da pressão arterial. Inclusive, é citado neste documento que as médias sistólicas obtidas por medidas domiciliares
associam-se linearmente ao aumento do risco cardiovascular nesses pacientes com doença renal crônica em terapia dialítica. Na prática, é comum fazermos esse
acompanhamento através de medidas domiciliares, que muito ajudam no manejo terapêutico e na estratificação de risco. Resposta: letra A.

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187 - 2022 SCMGO

» Segundo a última diretriz brasileira de HAS (2020), as evidências atuais indicam uma meta de PA < 130/80 mmHg em pacientes com DRC, independentemente da
presença de DM. A resposta é a opção B.

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188 - 2022 HRL - PR

» Com relação aos valores da pressão arterial (PA), de acordo com a Diretriz Brasileira mais recente, para os pacientes acima de 18 anos (abaixo desta faixa usamos
percentis para a definição), utilizaremos a classificação a seguir: - PA ótima: < 120 x 80 mmHg; - PA normal: 120-129 x 80-84 mmHg; - Pré-hipertensão: 130-139 x 85-89
mmHg; - Hipertensão estágio 1: ≥ 140 x 90 mmHg; - Hipertensão estágio 2: ≥ 160 x 100 mmHg; - Hipertensão estágio 3: ≥ 180 x 110 mmHg; - Hipertensão sistólica
isolada: ≥ 140 x < 90 mmHg. Perceberam o detalhe? A PA de consultório do paciente está elevada, mas as medidas realizadas em casa são completamente normais...
Ora, estamos diante de um caso de hipertensão do jaleco branco! A hipertensão do jaleco brando pode ser detectada em cerca de 15 a 19% dos indivíduos no
consultório, alcançando 30 a 40% naqueles com PA elevada no consultório. A presença de lesão de órgão alvo e o risco de eventos cardiovasculares associados à essa
condição são menores do que na hipertensão sustentada. No entanto, em comparação com os normotensos, a hipertensão do jaleco branco está associada a maior
atividade adrenérgica, maior prevalência de fatores de risco metabólicos, lesões de órgão alvo mais frequente e maior risco para desenvolver diabetes e progressão para
hipertensão sustentada e hipertrofia ventricular esquerda. A hipertensão essencial (primária) é aquele que ocorre de forma idiopática, enquanto a secundária, como o
nome sugere, ocorre como consequência de outras doenças (ex: doença parenquimatosa renal, hiperaldosteronismo, etc). Resposta: letra B.

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189 - 2022 CERMAM

» Vamos analisar as assertivas sobre a insuficiência cardíaca (IC): A) INCORRETA. Anemia e gravidez são causas de IC de alto débito. B) INCORRETA. IC crônica são aqueles
pacientes com diagnóstico estabelecido de IC ou ocorrência dos sintomas de forma gradual. C) CORRETA. A IC crônica é subdividida em dois grupos: (1) IC com fração de
ejeção normal do ventrículo esquerdo (FE ≥ 50%), a ICFEN; (2) IC com fração de ejeção reduzida do ventrículo esquerdo (FE < 40%; algumas referências citam ≤ 40%), a
ICFER. Os termos ICFEN e ICFER substituíram os antigos termos insuficiência cardíaca "diastólica" e "sistólica", respectivamente. Pacientes com fração de ejeção entre
40-49% possuem FE borderline ou limítrofe/intermediária, e muitos autores os enquadram no conceito de FE normal ou "preservada" (ICFEN). D) INCORRETA. Os termos
ICFEN e ICFER substituíram os antigos termos insuficiência cardíaca "diastólica" e "sistólica", respectivamente. Resposta: letra C.

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190 - 2022 HRL - PR

» Embora nossa paciente não esteja com a pressão arterial dentro dos alvos e limites preconizados, não devemos combinar IECA e BRA, pois tal medida se associa a piores
desfechos renais e maior mortalidade (A CORRETA). Entretanto, algum medicamento precisa ser associado ao seu esquema anti-hipertensivo, havendo algumas opções:
podemos associar IECA e bloqueador de canal de cálcio (parece ser o esquema preferencial nos dias de hoje) ou mesmo IECA e diurético tazídico, como a clortalidona (D
CORRETA). Níveis de HbA1c > 7% estão associados a risco aumentado de complicações crônicas, em particular as complicações microvasculares. Portanto, valores acima
de 7% exigem reavaliação do tratamento do DM, corte que vale também para diabetes mellitus tipo I. Para os idosos, o nível de HbA1c deve ser individualizado de
acordo com as condições clínicas de cada paciente. Para gestantes, devido ao risco de malformações fetais, níveis mais rígidos (< 6%) podem ser utilizados (B CORRETA
e C INCORRETA). Resposta: letra C.

191 - 2022 SMS - JP

» Considerando-se que a hipertensão acomete cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo e que apenas 5% dos casos são secundários, é impraticável fazermos a
investigação em todos os pacientes. Os exames complementares, além de caros e complexos, seriam negativos ou inconclusivos na maioria das vezes. Assim, a
investigação de hipertensão secundária fica reservada em alguns cenários, em particular quando o quadro tem início precoce (idade < 30 anos) ou tardio (idade > 55
anos). Alguns autores citam ainda como limite um início antes dos 20 e acima dos 65 anos. Essa paciente tem indicação para investigação de hipertensão secundária
neste cenário, o que incluiria exclusão de uso de medicamentos (inclusive ACO), assim como dosagem do TSH, potássio e escórias nitrogenadas, entre outros exames.
A questão apresenta uma confusão nas respostas, com as letras A e C apresentando a mesma resposta inicial. Por esse motivo a questão foi anulada. Vamos avaliar as
demais alternativas, apesar da anulação. Letra B: incorreta. Na suspeição de HAS do jaleco branco devemos solicitar um MAPA para confirmação da HAS. Letra D:
incorreta. No hiperaldosteronismo esperamos a hipocalemia e não hipercalemia. Questão anulada.

192 - 2022 CERMAM

» De acordo com as Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2020, em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador que possuam hipertensão
arterial, diabéticos ou não, a meta de PA é < 130/80 mmHg. Metas mais estritas podem ser almejadas em casos selecionados, sob estrita vigilância e após
compartilhamento de riscos com o paciente (LETRA A CORRETA). Com relação ao tratamento medicamentoso, os IECA ou os BRA estão indicados em hipertensos com ou
sem albuminúria, sendo contraindicada sua associação. Os diuréticos tiazídicos ou de alça, estes últimos no caso de DRC estágios G4-G5, e os bloqueadores de canal de
cálcio são eficazes, principalmente em associação a IECA ou BRA. Os betabloqueadores estão indicados na doença arterial coronariana e na insuficiência cardíaca.
Antagonistas dos receptores mineralocorticoides são medicamentos que diminuem a proteinúria, porém podem causar hipercalemia. Resposta: letra A.

Video comentário: 298204

193 - 2022 ICEPI

» Vamos às assertivas sobre tratamento anti-hipertensivo: - A incorreta. IECA e BRA têm efeitos comparáveis na função renal nos pacientes com doença renal crônica, e
também em relação à hipertrofia ventricular esquerda. - B incorreta. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) e bloqueadores do receptor da
angiotensina (BRA) são formalmente contraindicados na gestação, pelo risco de malformação fetal que pode levar a insuficiência renal intrauterina. - C incorreta
(pegadinha!). Os AINEs podem bloquear os efeitos anti-hipertensivos dos diuréticos tiazídicos e de alça, os antagonistas de receptores alfa e dos receptores beta-
adrenérgicos, bem como os agentes que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona, mas não dos BCC. - D correta. Os IECA e os BRA podem provocar
hipercalemia no quadro de doença renal crônica ou diabetes com acidose tubular renal tipo 4; dessa maneira, em todos os pacientes, os níveis de potássio e creatinina
séricos devem ser monitorados. - E incorreta. Os BCC di-hidropiridinicos de CURTA ação não devem ser usados para tratar hipertensão, pois, ao desencadear uma
queda abrupta na pressão arterial com ativação simpática reflexa, podem precipitar síncope. A resposta, portanto, é a opção D.
194 - 2022 CEP - SE

» O enunciado descreve um paciente com história de IAM que apresenta claros sinais de insuficiência cardíaca (IC). A insuficiência de VE é marcada pelo cansaço aos
esforços, enquanto a ortopneia e o edema de MMII marcam a síndrome congestiva. Do ponto de vista fisiopatológico, a insuficiência cardíaca pode ser de dois tipos: com
fração de ejeção reduzida (FE < 40%) ou preservada (FE ≥ 50%). Mais recentemente foi criado um grupo distinto, o de fração de ejeção intermediária (FE 40-49%). No
caso em tela, o ecocardiograma não deixa dúvidas: estamos diante de uma IC com FE reduzida (ICFEr). Atualmente, a prescrição de fármacos na ICFEr tem três
objetivos básicos: 1. aliviar os sintomas, reduzindo a frequência de internações hospitalares; 2. reduzir ou reverter a deterioração da função miocárdica; e 3. aumentar a
sobrevida do paciente, ao interferir positivamente na história natural da cardiopatia. Assim, podemos dividir o tratamento farmacológico em dois grupos: (1) Drogas que
apenas aliviam os sintomas: grupo representado principalmente pelos diuréticos e digitálicos. A princípio, devem fazer parte da abordagem apenas dos pacientes
sintomáticos; (2) Drogas que aumentam a sobrevida (inibem o remodelamento cardíaco): grupo composto pelos inibidores da ECA (que podem ser substituídos
pelos bloqueadores dos receptores da angiotensina II), betabloqueadores (succinato de metoprolol, bisoprolol e carvedilol), antagonistas da aldosterona e a combinação
hidralazina e nitrato. São drogas que, a princípio, devem ser utilizadas em todos (ou quase todos) os pacientes com ICFEr. Mais recentemente, opções como ivabradina e
valsartan/sacubitril também passaram a ser relacionadas à redução na mortalidade, assim como a dapa e a empagliflozina. Resposta: letra B.

195 - 2022 COC

» Por que um paciente tão jovem, de 16 anos, passaria a apresentar sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca (dispneia progressiva aos moderados esforços), além de
dor torácica e palpitações? A pista está na história de infecção viral há 15 dias, que nos apontam para o diagnóstico de uma MIOCARDITE VIRAL! Trata-se de uma
inflamação do músculo cardíaco, que frequentemente é precedida por infecções virais, como adenovírus, Coxsackie B, Echovirus, EBV, Influenza A e B e muitos outros. A
avaliação de rotina de pacientes com suspeita de miocardite inclui exames para avaliar achados que corroborem a suspeita de miocardite, como eletrocardiograma, para
excluir causas alternativas dos sintomas cardíacos, como isquemia, avaliar arritmias e identificar características (por exemplo, bloqueio AV de alto grau) que possam
sugerir certas causas de miocardite. O ECG em pacientes com miocardite pode ser normal ou apresentar anormalidades inespecíficas. Os achados incluem alterações
inespecíficas de ST, batimentos ectópicos atriais ou ventriculares únicos, arritmias ventriculares complexas (ex.: taquicardia ventricular não sustentada) ou, raramente,
taquicardia atrial ou fibrilação atrial – B CORRETA. Os níveis séricos de troponina cardíaca são comumente elevados em pacientes com miocardite, particularmente
naqueles com sintomas de curta duração, sendo recomendada sua dosagem rotineira – E CORRETA. Marcadores de fase aguda como PCR também devem ser dosados,
pois frequentemente encontram-se elevados. Um ecocardiograma deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita de miocardite para avaliar a função ventricular
regional e global, função valvar e outras causas potenciais de disfunção cardíaca – C CORRETA. A ressonância magnética cardíaca é indicada em pacientes com suspeita
de miocardite com níveis elevados de troponina e/ou disfunção ventricular sem causa clara, como cardiopatia isquêmica. Ela geralmente é capaz de fornecer alta
suspeição diagnóstica para a miocardite quando a biópsia endomiocárdica não é realizada, que ainda é considerada o padrão ouro para a doença – D CORRETA. Como
podemos ver, o único exame que não agrega informações é a cintilografia miocárdica com tálio, cuja indicação principal é avaliar a presença de doença arterial
coronariana. Resposta: letra A.

196 - 2022 CEP - SE

» Em resumo, temos uma paciente com duas medidas de PA no consultório bastante aumentadas, o que nos permite não só fazer o diagnóstico de hipertensão arterial,
como classificá-la como estágio 3. Com relação ao início da terapia, temos a proposta de indicar intervenções no estilo de vida para pacientes em todos os estágios de
hipertensão e pré-hipertensos (incluindo os classificados com PA elevada pela Diretriz Americana). A Diretriz Brasileira recomenda a monoterapia para pré-hipertensos de
alto risco, hipertensos estágio 1 de baixo risco e para muito idosos (> 80 anos) e/ou indivíduos frágeis. Considerando que a probabilidade de controle da PA com uma
droga seja pequena, o documento já indica a terapia combinada com duas drogas nos hipertensos estágio 1 de risco moderado a alto e estágios 2 e 3. Portanto, para o
caso em tela, o mais indicado seria iniciar uma combinação de dois anti-hipertensivos de primeira linha. Dentre as opções, temos: diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA
(ou BRA) e os bloqueadores dos canais de cálcio. Após iniciadas as medicações, devemos checar se o objetivo foi alcançado dentro de um mês. Se não foi, devemos
considerar a titulação da dose ou o acréscimo de uma nova droga anti-hipertensiva. Uma observação: por se tratar de uma paciente relativamente jovem e sem outras
comorbidades com níveis pressóricos tão elevados, pode ser interessante realizar um estudo mais detalhado com a MAPA. Também é importante procurar estigmas de
causas secundárias de hipertensão, sobretudo se a MAPA confirmar os níveis pressóricos tão elevados. Porém, independente disso, o tratamento deve ser realizado em
paralelo conforme descrito acima. O tratamento com dorgas endovenosas está recomendado nas EMERGÊNCIAS hipertensivas. Ou seja, situação em que o aumento da
pressão arterial ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com lesões de órgão-alvo agudas e progressivas. Neste caso, a PA deve ser reduzida em minutos ou
poucas horas com drogas parenterais. Resposta: letra C.

197 - 2022 SCMM

» Emergência hipertensiva é uma situação em que o aumento da pressão arterial ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com lesões de órgão-alvo agudas e
progressivas. A PA deve ser reduzida em minutos ou poucas horas com drogas parenterais, tais como nitroprussiato de sódio (vasodilatador arterial e venoso),
nitroglicerina (vasodilatador arterial e venoso), hidralazina (vasodilatador de ação direta), metoprolol (bloqueador beta-adrenérgico seletivo), esmolol (bloqueador beta-
adrenérgico seletivo de ação ultrarrápida), furosemida (diurético de alça) e fentolamina (bloqueador alfa-adrenérgico). Das medicações listadas, o nitroprussiato de sódio
é a mais emblemática da emergência hipertensiva! Isso porque ele possui meia-vida curta, com início de ação imediato.Melhor resposta: letra B.

198 - 2022 SES - GO

» Por haver certo grau de divergência na literatura, a banca optou por anular a questão. Vamos entender: alguns especialistas recomenda iniciar a losartana em uma dose
de 25-50 mg, 1 vez ao dia. A dose é, então, dobrada a cada 1-2 semanas até atingirmos o alvo colocado no gabarito inicial: 150 mg/dia. Acontece que a Diretriz Brasileira
de insuficiência cardíaca cita um alvo de 100-150 mg/dia, o que significa que a letra C também pode ser considerada correta. Claro que é fundamental
observar periodicamente, tanto do ponto de vista clínico (surgimento de hipotensão) quanto do ponto de vista laboratorial (distúrbios eletrolíticas ou disfunção renal), a
presença de complicações 1-2 semanas depois do aumento da dose. Além disso, a titulação deve ser continuada apenas se o paciente tolerar, isto é, mantendo-se uma
PA sistólica de pelo menos 100 mmHg na ausência de hipotensão sintomática).

199 - 2022 IHOA

» A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) consiste na medida automática da PA, geralmente programada a cada 20min, durante 24h. O dispositivo é
semelhante ao ECG-Holter e é considerado o exame padrão-ouro para o diagnóstico de hipertensão arterial. São consideradas anormais as médias de PA de 24h, vigília e
sono ≥ 130 x 80 mmHg, 135 x 85 mmHg e 120 x 70 mmHg, respectivamente. Logo, podemos afirmar que nosos paciente possui uma hipertensão não controlada, motivo
pelo qual ficaremos com a letra D como resposta. A hipertensão mascarada ocorre quando a PA é normal no consultório, mas é elevada fora dele. Pode ser detectada
em cerca de 7 a 8% dos indivíduos no consultório, atingindo aproximadamente 15% dos pacientes normotensos. Já a hipertensão do avental branco é aquela na qual a
PA é elevada no consultório, mas é normal fora dele. Pode ser detectada em cerca de 15 a 19% dos indivíduos no consultório, alcançando 30 a 40% naqueles com PA
elevada no consultório. É mais comum nos pacientes com HAS estágio 1. Resposta: letra D.

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200 - 2022 UFJ

» Questão sobre drogas que aumentam a sobrevida em pacientes com IC. No caso da ICFEr:

- A primeira classe de drogas que nos vem à cabeça são geralmente os IECA/BRA. Devemos lembrar que, a partir dos resultados do PARADIGM-HF, recomenda-se a troca
de IECA/BRA para o sacubitril/valsartana nos pacientes com ICFEr que persistem sintomáticos, mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-
hormonais.

- Os betabloqueadores também são considerados fármacos de primeira linha no tratamento da ICFEr, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na
morte por IC e por morte súbita, além de melhorarem sintomas e reduzirem taxas de re-hospitalizações por IC em inúmeros estudos clínicos. Estes resultados foram
demonstrados de forma consistente com o uso de carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol (mas não o tartarato de metoprolol).

- Os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona/eplerenona) estão indicados em pacientes sintomáticos com disfunção sistólica do VE, em classes
funcionais II a IV da NYHA, associados ao tratamento padrão, apresentando efeitos contundentes sobre mortalidade e taxas de re-hospitalização.

- A droga mais recentemente aprovada dentre as citadas foi a dapaglifozina, um inibidor SGLT2. O DAPA-HF foi o primeiro ensaio clínico randomizado que investigou o
impacto de um inibidor de SGLT2 em pacientes com ICFER, independe do diagnóstico de diabetes. O estudo randomizou pacientes com IC em NYHA II-IV para
dapagliflozina ou placebo e, durante um seguimento médio de 18,2 meses, demonstrou uma redução de 26% no risco combinado de morte cardiovascular ou piora da IC
no grupo dapagliflozina. Notavelmente, o efeito da dapagliflozina foi consistente em todos os subgrupos pré-especificados, incluindo aqueles sem diabetes e
independentemente dos níveis de HbA1c. Logo, a única assertiva que traz duas drogas associadas a redução de mortalidade na ICFER é a opção D.

201 - 2022 IO

» Questão sem graça pois retira na íntegra um trecho do documento "Posicionamento Luso-Brasileiro de Emergências Hipertensivas ​ 2020 " e coloca em uma das
assertivas. Nas outras assertivas muda uma ou outra palavra tornando-a inválida. Vamos aproveitar para rever sobre o tema: A emergência hipertensiva (EH) está
integrada em um quadro nosológico mais geral denominado crise hipertensiva (CH). A CH representa situações clínicas que cursam com elevação aguda da pressão
arterial (PA), geralmente níveis de PA sistólica (PAS) ≥ 180 mmHg e diastólica (PAD) ≥ 120 mmHg, que podem resultar ou não em lesões de órgãos-alvo (LOA) (coração,
cérebro, rins e artérias). Agora vem o trecho copiado na íntegra: " A CH pode se apresentar sob duas formas distintas em relação à gravidade e ao prognóstico: a
urgência hipertensiva (UH) e a EH. Casos de EH cursam com elevação acentuada da PA associada a LOA e risco imediato de morte, fato que requer redução rápida e
gradual dos níveis tensionais em minutos a horas, com monitoramento intensivo e uso de fármacos por via endovenosa (EV)." Ou seja, exatamente como descrito na
letra D, nosso gabarito.

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202 - 2022 UEPA - BELÉM

» Temos um paciente masculino, 58 anos, com história de cefaleia, confusão mental e crise convulsiva há cerca de 1 hora em seu domicilio. No momento, com cefaleia
persistente, muito hipertenso porém estável hemodinamicamente, já lúcido e orientado, Glasgow de 15 e exame neurológico sem alterações. Existem duas principais
síndromes clínicas induzidas pela hipertensão grave: a hipertensão maligna e a encefalopatia hipertensiva. A hipertensão maligna é uma hipertensão acentuada com
hemorragias retinianas, exsudatos ou papiledema. Também pode haver envolvimento renal, denominado nefroesclerose maligna. Embora o papiledema tenha sido
pensado para representar uma lesão mais grave, não parece conotar um prognóstico pior do que hemorragias e exsudatos sozinhos (chamada hipertensão acelerada).
Assim, o tratamento é o mesmo estando ou não presente papiledema. A encefalopatia hipertensiva refere-se à presença de sinais de edema cerebral causados por
hiperperfusão de ruptura de aumentos graves e súbitos da pressão arterial. Além da elevação acentuada da PA, as principais manifestações clínicas das emergências
hipertensivas incluem: hemorragias e exsudatos retinianos (representando tanto dano isquêmico quanto vazamento de sangue e plasma dos vasos afetados) e
papiledema; nefrosclerose maligna, levando a lesão renal aguda, hematúria e proteinúria; sintomas neurológicos devido a sangramento intracerebral ou subaracnóideo,
infartos lacunares ou encefalopatia hipertensiva. O último problema, relacionado ao edema cerebral, é caracterizado pelo início insidioso de cefaleia, náuseas e vômitos,
seguidos por sintomas neurológicos não localizados, como agitação, confusão e, se a hipertensão não for tratada, convulsões e coma. Vamos avaliar as opções: Letra
A: correta. O exame de fundo de olho para esse paciente é muito importante para checarmos a presença de hemorragias e exsudatos retinianos (representando tanto
dano isquêmico quanto vazamento de sangue e plasma dos vasos afetados) e papiledema. Letra B: incorreta. O paciente tem indicação de redução pressórica com
vasodilatadores diretos (como o nitroprussiato e a nitroglicerina) e não tem nenhuma indicação no momento de oxigenioterapia e/ou intubação orotraqueal. Letra C:
incorreta. Infusão de noradrenalina está completamente errado e absurdo, certo? A noradrenalina é uma amina vasoativa que ira aumentar ainda mais a pressão arterial
do paciente. Letra D: incorreta. O paciente não está hipoglicêmico e não tem indicação de reposição de glicose. Letra E: incorreta. Não há indicação de
anticonvulsivante no momento pois o paciente não está mais apresentando crise convulsiva. Resposta: letra A.

203 - 2022 UNIFIMES

» Temos uma paciente com ICFER, sobre a qual são feitas quatro afirmativas: - A incorreta. A classificação funcional da NYHA é baseada na intensidade dos sintomas e
ajuda a guiar o tratamento. - B correta. A classificação por estágios (de A a D) abarca a evolução da doença, permitindo atuação preventiva (estágio A), terapêutica
(estágios B a D) ou para procedimentos especializados (estágio C) e cuidados paliativos (estágio D). - C incorreta. A definição da etiologia nem sempre permitirá melhor
prognóstico, uma vez que muitas causas de ICFER não têm tratamento específico (apenas o tratamento geral dispensado para a IC). - D incorreta. Os níveis séricos de
BNP não se sobrepoem à classe funcional para definição do tratamento. A assertiva correta, portanto, é a opção B.

204 - 2022 SMSCG

» Repare que a ascite desse etilista não parece ser secundária à hipertensão porta. Nesta condição, não esperamos sinais de congestão sistêmica, como edema de MMII,
turgência jugular e estertoração pulmonar. Em situações como essa, devemos considerar a hipótese de insuficiência cardíaca (IC), que, como sabemos, também é causa
de ascite. Vamos às alternativas: Letra A: incorreta. O diagnóstico de cirrose é feito, na maioria dos casos, a partir de dados clínicos, laboratoriais e de imagem (ex:
USG). Porém, as aminotransferases não são parâmetros fidedignos, já que seus níveis são bastante variáveis. Inclusive, em um paciente com fígado atrofiado/fibrosado, é
mais provável que seus valores se encontrem reduzidos. Letra B: correta. Como vimos, a IC é a causa mais provável do quadro. Assim como o fígado, o coração também
é um dos alvos do álcool: a cardiomiopatia dilatada é uma possível consequência do consumo crônico de grandes quantidades. Ela justificaria a presença de B3. Letra C:
incorreta. O diagnóstico formal de IC pode ser estabelecido a partir dos critérios de Framingham. A dispneia é um dos parâmetros levados em consideração, mas não é o
único. Portanto, o diagnóstico pode ser estabelecido na sua ausência. Letra D: incorreta. A paracentese de alívio é preconizada quando o conteúdo abdominal dificulta a
expansão torácica, causando dispneia. O enunciado nem relata “falta de ar”… Letra E: incorreta. Os diuréticos de alça são fundamentais para reduzir a congestão
sistêmica e, portanto, estão indicados aqui. Resposta: letra B.
205 - 2022 ENARE

» A partir dos resultados do estudo PARADIGM-HF, recomenda-se a troca de IECA/BRA para o sacubitril-valsartana nos pacientes com IC com FE reduzida que persistem
sintomáticos mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-hormonais. Não existe nenhuma outra indicação para esta medicação. Logo, a
resposta é a opção D.

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206 - 2022 UEMA

» Os principais efeitos adversos dos diuréticos tiazídicos podem ser memorizados através da regra “4 HIPO e 3 HIPER”: hipovolemia; hiponatremia; hipocalemia;
hipomagnesemia; hiperglicemia; hiperlipidemia; hiperuricemia. Entenda cada alteração: qualquer diurético que age proximalmente ao sítio de secreção de potássio
(como é o caso dos tiazídicos) provoca depleção de volume e ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, aumentando a perda urinária deste íon (lembre-se de
que os distúrbios do magnésio costumam acompanhar os distúrbios do potássio, justificando a hipomagnesemia). A hiponatremia parece ser explicada por uma
tendência a polidipsia e pela perda na capacidade de diluição (efeito direto da redução de reabsorção de cloreto de sódio no túbulo distal). Também há menor excreção
urinária de cálcio, efeito inclusive aproveitado para o tratamento de nefrolitíase. Entretanto, esse efeito raramente justifica hipercalcemia (apenas se houver algum outro
fator de risco como hiperparatireoidismo). Distúrbios da glicemia são possíveis com essa classe de medicamentos, motivo pelo qual devem ser usados com cautela em
diabéticos. Finalmente, a nossa resposta: diuréticos causam hiperuricemia pois aumentam a reabsorção tubular proximal de ácido úrico induzida pela hipovolemia. Vale
ressaltar que, não raro, a crise de gota é precipitada pelo uso de diuréticos! A classe mais comumente implicada é a dos tiazídicos, mas os diuréticos de alça também
aumentam a uricemia. Resposta: letra E.

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207 - 2022 IHOA

» Vamos analisar as assertivas sobre patogênese da IC: - B correta. A diminuição do débito cardíaco nos pacientes com IC produz uma "descarga" dos barorreceptores de
alta pressão (círculos) localizados em VE, seio carotídeo e arco aórtico. - C correta. Essa descarga dos barorreceptores periféricos leva à perda do tônus parassimpático
inibitório para o sistema nervoso central (SNC), resultando em aumento generalizado no tônus simpático eferente e em liberação não osmótica de arginina-vasopressina
(AVP) pela hipófise. - D correta. Esses sinais aferentes ao SNC também ativam vias eferentes do sistema nervoso simpático que inervam o coração, os rins, a vasculatura
periférica e os músculos esqueléticos. - A incorreta. A estimulação simpática dos rins leva à liberação de renina, produzindo aumento nos níveis circulantes de
angiotensina II (convertida a partir de angiotensina I no epitélio pulmonar) e AUMENTO (não redução) da aldosterona (produção adrenal). Resposta: opção A.

208 - 2022 ICEPI

» A miocardite é doença inflamatória do músculo cardíaco causada por uma variedade de condições infecciosas e não infecciosas. Pode ser aguda, subaguda ou crônica e
apresentar-se com envolvimento focal ou difuso do miocárdio. A miocardite pode ter etiologias infecciosas e não infecciosas. Além disso, muitas cardiomiopatias
hereditárias (por exemplo, doença de Fabry e cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direita) podem apresentar características de miocardite aguda ou crônica.
Vamos analisar as alternativas. I) Correta. Em regiões desenvolvidas, a infecção viral é a causa presumida mais frequentemente de miocardite. Nas décadas de 1980 e
1990, os enterovírus (Coxsackie B e outros) foram frequentemente associados a miocardite e cardiomiopatia dilatada. Nos últimos 20 anos, no entanto, outros vírus,
incluindo adenovírus, parvovírus B19, hepatite C e herpes vírus 6, surgiram como patógenos significativos. Em regiões com baixo nível socioeconômico, a cardite
reumática, doença de Chagas e distúrbios associados à infecção pelo HIV são causas importantes de miocardite. II) Incorreta. Todos esses patógenos foram associados à
miocardite, porém vale a pena lembrar que o Trypanossoma cruzi é um protozoário e não uma bactéria, responsável pela miocardite chagásica. III) Correta. Diversas
cardiotoxinas podem causar a miocardite, como a cocaína, anfetaminas, álcool, antraciclinas, ciclofosfamida e metais pesados como chumbo, cobre e ferro. Sendo assim,
apenas as afirmativas I e III estão corretas. Resposta: letra C.

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209 - 2022 UEM

» Questão de péssimo gosto, como quase todas dessa banca examinadora. Será que a pessoa que elaborou essa belezura saberia a resposta decorada, exatamente como
está na alternativa "E"? Duvidamos muito... Enfim, vamos ver as alternativas sobre a prevenção primária da hipertensão arterial sistêmica (HAS); todas elas foram
extraídas da "Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – 2020"... - Letra A: incorreta. O ganho ponderal se associa à elevação da pressão arterial (PA) em todas as faixas
etárias, particularmente quando acompanhado de obesidade central. Para cada 5% de perda ponderal, ocorre uma queda de 20-30% na PA. Assim, dentro dos limites
saudáveis, quanto mais magro o paciente estiver, menor seu risco de desenvolver HAS. - Letra B: incorreta. Como prevenção ao desenvolvimento de HAS e para o
paciente hipertenso, recomenda-se o consumo máximo de 2 g/dia de sódio, ou 5 g/dia de sal de cozinha. - Letra C: incorreta. A substuição parcial do cloreto de sódio por
cloreto de potássio mostra-se eficaz em reduzir modestamente a pressão arterial. Tal modificação dietética reduz, comprovadamente, o risco cardiovascular global. -
Letra D: incorreta. Não há evidência de que a suplementação de magnésio e coenzima Q10 reduza a pressão arterial. - Letra E: correta. Consumo leve-moderado de
álcool reduz o risco de desenvolver HAS. Já o consumo pesado, eleva o risco de HAS. Assim, deve-se evitar romper a barreira de consumo em 30 g/dia. Naturalmente, a
memorização da quantidade diária máxima de cada tipo de bebida alcoólica não é recomendada na sua preparação para as provas... Resposta: letra E.

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210 - 2022 PUC - PR

» Estamos diante de um paciente com PA elevada no consultório (maior ou igual a 140 x 90 mmHg), mas normal fora dele (os níveis tensionais são ditos elevados na MRPA
quando iguais ou superiores a 130 x 80 mmHg). Esse comportamento define a HA do jaleco branco. Segundo a diretriz brasileira, lesões de órgão-alvo e risco de eventos
cardiovasculares são menos frequentes aqui do que na hipertensão sustentada ou “verdadeira”. No entanto, quando a comparamos com indivíduos normotensos, há
maior atividade adrenérgica, maior prevalência de fatores de risco metabólicos, LOA mais frequente e maior risco de desenvolver diabetes mellitus e progressão para
hipertensão verdadeira e hipertrofia ventricular esquerda. Na hipertensão mascarada, o paciente tem PA normal no consultório e elevada fora dele; na HAS sustentada
ou verdadeira, a PA permanece alterada em ambas as situações. Resposta: letra D.

211 - 2022 UEM

» Segundo a última diretriz brasileira de HAS, níveis tensionais sistólicos entre 130-139 mmHg e diastólicos entre 85-89 mmHg caracterizam a pré-hipertensão. Indivíduos
com este diagnóstico só devem iniciar terapia farmacológica anti-hipertensiva no momento do diagnóstico caso o risco cardiovascular seja alto. E o desse paciente é!
Mesmo não tendo HAS, a presença de lesão de órgão-alvo, doença renal crônica, diabetes mellitus ou doença cardiovascular já nos permite fazer esta afirmação.
Portanto, a melhor estratégia para o caso é iniciar medidas não farmacológicas e uma droga anti-hipertensiva (monoterapia) nesse momento. Resposta da Banca: letra
C. Resposta do MEDGRUPO: letra B.
212 - 2022 UEMA

» Vamos começar lembrando que a emergência hipertensiva é a situação em que o aumento da pressão arterial ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com
lesões de órgão-alvo agudas e progressivas. Em geral, os valores de PAS estão ≥ 180 mmHg e/ou os de PAD ≥ 120 mmHg. O objetivo do tratamento é reduzir em
minutos ou poucas horas a PA com drogas parenterais. A hidralazina é a droga parenteral de escolha durante a gestação, sendo por isso utilizada no tratamento da
emergência hipertensiva associada à eclampsia (LETRA A CORRETA). No caso do acidente vascular encefálico hemorrágico, a droga de escolha é o labetalol venoso,
embora o nitroprussiato de sódio possa ser usado com cuidado (LETRA B CORRETA). Na síndrome coronariana aguda, as opções terapêuticas são nitroglicerina
intravenosa, clevidipina, nicardipina, metoprolol ou esmolol intravenoso, para reduzir o consumo de oxigênio do miocárdio, reduzir a isquemia coronariana subjacente e
melhorar o prognóstico. O nitroprussiato é contraindicado, pois seu efeito vasodilatador drástico pode piorar a irrigação coronariana, piorando a isquemia cardíaca em
curso (LETRA D INCORRETA). Em pacientes com edema de pulmão cardiogênico, o diurético de alça como a furosemida é imprescindível para tratamento da sobrecarga
volêmica, permitindo a eliminação da sobrecarga hídrica através da urina (LETRA E CORRETA). Resposta: letra D. Não cabe recurso.

213 - 2022 SMS - PR

» Vamos analisar as assertivas: Assertiva I: correta. A troca do IECA ou do BRA por sacubitril/valsartana é indicada para a disfunção de VE sintomática já em uso de
terapêutica tripla otimizada para reduzir a morbimortalidade. Na IC, o ideal é que os medicamentos sejam usados na dose mais elevada possível (“dose otimizada”), a
depender da tolerância do paciente. Assertiva II: correta / Assertiva III: incorreta. Empa e dapagliflozina foram associados a melhores desfechos clínicos em pacientes
com IC, mesmo que não haja diagnóstico de diabetes associado. Portanto, sua prescrição pode ser adotada para o caso. Assertiva IV: incorreta. A digoxina pode ser
prescrita para pacientes com disfunção de VE sintomática, apesar de terapêutica tripla otimizada, para reduzir sintomas e hospitalizações, mas ela não exerce efeito
sobre a mortalidade. Sendo assim, não é considerada droga de primeira linha. Lembre-se que ela não deve ser prescrita na IC diastólica. Resposta: letra A.

214 - 2022 UESPI

» Definimos hipertensão arterial pulmonar como pressão arterial média pulmonar > 25 mmHg no repouso, lembrando que pressão Arterial Média Pulmonar > 30 mmHg no
exercício não é mais usada na definição de hipertensão arterial pulmonar (A CORRETA). Atualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a hipertensão
pulmonar é dividida em cinco grandes grupos. No grupo 2, temos a hipertensão pulmonar com doença cardíaca esquerda (doença ventricular, atrial ou valvar esquerda).
O tromboembolismo pulmonar faz parte do grupo 4: hipertensão pulmonar devido à doença trombótica ou embólica crônica (B INCORRETA). O pulso arterial na
estenose aórtica grave normalmente está alterado. Essas alterações devem ser pesquisadas no pulso carotídeo, cuja ascensão é lenta e sustentada (pulsus tardus), e a
amplitude é fraca (pulsus parvus). Isso é diferente do pulso arterial no paciente com IA crônica grave, que tem a característica de ter uma elevação ampla e um colapso
abrupto, dando o aspecto palpatório do “pulso em martelo d’água” ou pulso de Corrigan (C INCORRETA). Entre as causas de regurgitação pulmonar, citamos iatrogenia,
endocardite infecciosa, doença reumática, síndrome carcinoide e causas congênitas. A causa mais comum de insuficiência severa é iatrogênica, resultado de valvotomia
cirúrgica ou valvoplastia por balão (D INCORRETA). O tratamento cirúrgico dos pacientes com EA importante e sintomática reduz de forma dramática a mortalidade
desta doença. Mesmo os idosos com mais de 80 anos se beneficiam da cirurgia de troca valvar. Entretanto, na presença de doença leve/moderada e assintomática, a
troca valvar fica indicada apenas para aqueles com alto risco de progressão da doença (ex: calcificação importante) em pacientes que serão submetidos à cirurgia de
revascularização miocárdica (E INCORRETA). Resposta: letra A.

215 - 2022 UNIFIMES

» Segundo a diretriz brasileira de dislipidemia, diabéticos que possuem LDL entre 70 e 189 mg/dL são considerados de alto risco (pela fórmula de Friedwald, esse indíviduo
tem LDL de 140 mg/dL. Nesses casos, é preciso prescrever estatina de alta potência (rosu ou atorvastatina), visando alvo de LDL < 70 mg/dL – opção A errada e D
correta. Lembre-se que os fibratos são usados para o tratamento da hipertrigliceridemia quando os níveis de triglicerídios são superiores a 500 mg/dL – opção B errada.
O problema da questão é que a alternativa C também pode ser encarada como verdadeira. A diretriz brasileira de HAS preconiza alvo de < 130 x 80 mmHg para
diabéticos, evitando-se valores inferiores a 120 x 70 mmHg. Um detalhe: antes de acrescentar a terceira droga ao esquema, é preciso checar se as medicações em uso
já estão sendo feitas em doses otimizadas. Perceba que isso não fica claro no enunciado, o que abriu brecha para recurso e motivou a anulação da questão.

216 - 2022 HSJ - PR

» Todo hipertenso diabético é automaticamente considerado como de alto risco cardiovascular. Na ausência de albuminúria ≥ 30 mg/dia, qualquer droga de 1ª linha pode
ser usada. Contudo, na presença de albuminúria, as drogas de escolha são os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou os bloqueadores de receptor de
angiotensina (BRA), lembrando que não se deve associar IECA + BRA. A explicação é que tais drogas, além de reduzirem a PA e a morbimortalidade cardiovascular,
trazem o benefício adicional da “nefroproteção”, pela vasodilatação preferencial da arteríola eferente do glomérulo, que reduz a pressão intraglomerular e atrasa/impede
a glomeruloesclerose diabética. Os betabloqueadores – apesar do potencial de descontrole glicídico/lipídico – podem ser usados se o paciente também possuir doença
arterial coronariana ou insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Resposta: letra B.

217 - 2022 SMS - PR

» Dispomos hoje de quatro classes de medicamentos consideradas de primeira linha para o tratamento da hipertensão arterial crônica primária: (1) Diuréticos tiazídicos.
(2) Inibidores da ECA. (3) Antagonistas da angiotensina. (4) Antagonistas do cálcio. Outros antihipertensivos ficam reservados para situações especiais ou quando a
hipertensão não pode ser controlada com as drogas de primeira linha. O que as diferencia das anteriores é o perfil de efeitos adversos mais desfavoráveis ou ausência de
dados mais consistentes na prevenção de episódios cardiovasculares. Nesse grupo, entrariam drogas como espironolactona, clonidina ou atenolol. Resposta: letra C.

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218 - 2022 HEVV

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: correta. Os principais paraefeitos dos tiazídicos podem ser memorizados através da regra “4 HIPO” (hipovolemia, hiponatremia,
hipocalemia, hipomagnesemia) e “3 HIPER” (hiperglicemia, hiperlipidemia e hiperuricemia). O anodipino, por outro lado, tem como potenciais efeitos adversos o edema
maleolar (principal), dermatite ocre no terço distal da perna, cefaleia, tonteira, rubor facial e hiperplasia gengival (raro), mas não causa hiperglicemia. Letra B: incorreta.
Embora a hidrocloratiazida possa gerar hiperuricemia, quando usada em doses baixas (até 25 mg/dia, como costuma ser na hipertensão arterial), tanto a incidência
quanto a magnitude das repercussões nos níveis de ácido úrico são muito menores. Por isso, apesar de não ser o anti-hipertensivo mais indicado, não há uma
contraindicação formal neste paciente. Letra C: incorreta. Sabemos que a PA de consultório não é uma medida muito fidedigna da PA. No caso em tela, mesmo após o
aumento da dose de enalapril, a variação da PA de consultório foi MÍNIMA… Será que essa é a PA verdadeira dessa paciente? O ideal seria solicitar que o paciente
realizasse monitorização residencial da PA ou mesmo solicitar um MAPA antes de acrescentar mais uma medicação ao esquema. Letra D: incorreta. Nada disso!! Os
benefícios superam de longe os riscos do uso de inibidor da ECA no caso do paciente. Lembre-se que este é o anti-hipertensivo de escolha nos pacientes diabéticos, uma
vez que tem o potencial de reduzir a pressão intraglomerular e evitar a progressão da doença renal diabética. Contudo, justamente por reduzir a pressão nos glomérulos,
a filtração glomerular também é menor, o que pode resultar em aumento das escórias renais. O medicamento só deve ser suspenso se houver aumento da creatinina >
30-35% em relação ao basal e/ou franca hipercalemia. Resposta: letra A.

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219 - 2022 UEM

» Questão que cobra conceitos relativos à hipertensão arterial renovascular. Analisemos as alternativas. Letra A: correta. Início precoce (idade < 30 anos) ou tardio (>55
anos) são achados que sugerem etiologia secundária para hipertensão, grupo no qual se inclui a hipertensão arterial renovascular. Na infância a etiologia mais comum é
a displasia fibromuscular. A fisiopatologia da hipertensão renovascular consiste na redução do fluxo sanguíneo renal, com aumento dos níveis plasmáticos de renina,
angiotensina e aldosterona. O hiperaldosteronismo secundário leva a uma maior excreção de H+ e K+ pelo néfron distal, com consequente alcalose metabólica
hipocalêmica. Embora menos frequente, a redução do fluxo sanguíneo renal pode também levar à poliglobulia (policitemia) pela superprodução de eritropoietina. Letra B:
correta. A USG pode evidenciar assimetria renal (> 1 cm). O Doppler aumenta a sensibilidade e a especificidade do exame. Lesões estenóticas cursam aumento da
velocidade de fluxo sanguíneo conforme a luz do vaso diminui, assim como fluxo turbilhonado. Letra C: correta. A etiologia mais comum de hipertensão renovascular em
idosos é a aterosclerose de artérias renais. Dentre as manifestações laboratoriais descritas, inclui-se a redução a redução da taxa de filtração glomerular sem alterações
em exame de urina tipo I. A redução da pressão arterial em pacientes com estenose de artéria renal leva a uma redução da pressão intraglomerular para abaixo do
normal, com resposta compensatória pela autoregulação do fluxo sanguíneo glomerular através angiotensina-II. Assim, um importante pista diagnóstica é uma elevação
aguda e sustentada da creatinina sérica em mais de 50% dentro de uma semana do início de terapia anti-hipertensiva com IECA ou BRA, particularmente nas estenoses
bilaterais, pelo bloqueio desse mecanismo compensatório. Letra D: correto. Hipertensão arterial resistente é um achado que sugere etiologia secundária, incluindo
hipertensão arterial renovascular. Conforme discutido na alternativa A, a boa resposta pressórica ao uso de IECA ou BRA se deve aos níveis elevados de renina e
anigotensina nessa condição. Resposta: letra E.

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220 - 2022 HSJ - PR

» De acordo com a classificação da NYHA para insuficiência cardíaca, temos que: - Classe I: sem limitação física. As atividades ordinárias (do cotidiano) não causam
sintomas – dispneia só aos grandes esforços (ex.: empurrar um carro). - Classe II: as atividades ordinárias causam sintomas, ou seja, dispneia aos médios esforços (ex.:
varrer a casa). - Classe III: as atividades mais brandas que as ordinárias causam sintomas, ou seja, dispneia aos pequenos esforços (ex.: andas devagar no plano, vestir-
se). - Classe IV: sintomas em repouso ou aos mínimos esforços (ex.: pentear o cabelo). Como o paciente possui sintomas aos pequenos esforços, sua classificação é
NYHA III (LETRAS B, C e E INCORRETAS). No manejo de um paciente com insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida, as drogas que sabidamente reduzem a
mortalidade do paciente são: (1) Betabloqueadores (carvedilol, succinato de metoprolol e bisoprolol); (2) Inibidores da ECA (“prils”) ou bloqueadores dos receptores da
angiotensina II (ex.: “sartans”) ou inibidores da neprilisina e dos receptores da angiotensina (valsartan/sacubitril); (3) Antagonistas da aldosterona (ex.: espironolactona);
(4) Inibidores do SGLT2 (ex.: empaglifozina) – uma droga mais recentemente estudada e que também mostrou redução de mortalidade em pacientes com ou sem
diabetes mellitus (4) Combinação hidralazina mais nitrato. Os glicosídeos digitálicos (ex.: digoxina) têm efeito inotrópico leve, reduzem a atividade do barorreceptor do
seio carotídeo e são inibidores do sistema simpático. Esses efeitos reduzem os níveis de norepinefrina, os níveis plasmáticos de renina e, possivelmente, os níveis da
aldosterona. O ensaio DIG demonstrou redução nas hospitalizações por insuficiência cardíaca no grupo tratado, mas nenhuma redução na mortalidade nem melhora na
qualidade de vida (LETRA D INCORRETA). Resposta: letra A.

221 - 2022 HEVV

» Estamos diante de uma paciente jovem, com diagnóstico de hipertensão arterial estágio 1, sobrepeso, porém com risco cardiovascular baixo. Notamos que a mesma
apresenta hábitos de vida não saudáveis (dieta ruim e sedentarismo). O que fazer? Podemos orientar mudanças no estilo de vida da paciente (melhorar a dieta e iniciar
atividades físicas) e aguardar por 3 meses para observar se há redução ou não da pressão arterial. Caso não ocorra, aí sim devemos iniciar o tratamento farmacológico.
A Banca acabou fornecendo como resposta a letra A, que contém uma orientação da diretriz antiga de HAS... Levando em consideração a atual, ela até poderia ser
anulada... Resposta: letra A.

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222 - 2022 UEPA - BELÉM

» O edema de membros inferiores (maleolar) é o principal efeito colateral dos antagonistas de canais de cálcio di-hidropiridínicos, como o anlodipina. O mecanismo é uma
resposta vasodilatadora exagerada na circulação dos membros inferiores, gerando hiperfluxo e maior transudação de líquido ao nível da circulação capilar nesta região.
Já a hiperuricemia e a gota são complicações mais associadas ao uso de diuréticos, no caso, a hidroclorotiazida. Vale lembrar que os diuréticos, ao promoverem certo
grau de hipovolemia, fazem aumentar a reabsorção de sódio e água no túbulo contorcido proximal. Neste local, devido a um aumento na concentração de ácido úrico
secundária ao mecanismo já citado, passa a ocorrer maior reabsorção deste último, o que compromete a excreção renal de ácido úrico e pode favorecer o surgimento de
hiperuricemia/gota. Por fim, sabe-se que uso prolongado de metformina pode levar à deficiência de vitamina B12 e medidas periódicas devem ser consideradas, em
especial para aqueles que tenham anemia ou neuropatia. Resposta: letra A.

223 - 2022 ENARE

» Vamos relembrar os perfis hemodinâmicos na insuficiência cardíaca aguda! O perfil A (quente e seco) representa o paciente sem hipervolemia e com boa perfusão
tecidual. É o objetivo do nosso tratamento de manutenção, concorda? O perfil B (quente e úmido) é o mais comum, caracterizando um paciente congesto que mantém
perfusão periférica adequada. É justamente o caso aqui! O tratamento deve ser feito com diuréticos (furosemida) e vasodilatadores, como a nitroglicerina ou o
nitroprussiato. O perfil C (frio e úmido) caracteriza os pacientes congestos com DC reduzido, vasoconstrição periférica e má perfusão tecidual. Nesses casos, o
tratamento deve ser feito usando inotrópicos com ação vasodilatadora, como a dobutamina, a dopamina em baixas doses e a milrinona. Nossa paciente não está nesse
perfil, o que significa que tais drogas não estão indicadas. Cabe lembrar ainda que, embora sejam drogas necessárias para alguns pacientes com IC aguda, o impacto na
mortalidade com o uso de inotrópicos é questionável. O perfil D ou L (frio e seco) geralmente demanda hidratação venosa cautelosa, com solução cristaloide e,
preferencialmente, sob monitorização hemodinâmica. Também não é o caso aqui. Por fim, a letra E traz uma conduta que não deve ser recomendada, lembrando que a
intenção do tratamento é reduzir o trabalho cardíaco através da redução da pré-carga e da pós-carga. Resposta: letra B.

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224 - 2022 PUC - RS

» O diagnóstico deste paciente é de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (observem o quadro clínico de dispneia paroxística noturna, acompanhada pelo
ECO evidenciando HVE e fração de ejeção > 50%). Além disso, temos um BNP aumentado, o que corrobora o diagnóstico. As principais causas são HAS (fase hipertrófica
da “cardiopatia hipertensiva”), doença coronariana, miocardiopatia hipertrófica (familiar ou não), miocardiopatia restritiva, pericardite constritiva... Vamos às assertivas:
- A e D incorretas. Tireotoxicose, anemia e deficiência nutricional (ex.: beribéri) são causas de IC de alto débito, que não cursariam com o ECO apresentado. A
cardiomiopatia alcoólica é causa de dilatação ventricular e IC com FE reduzida. - B incorreta. Miocardite e IAM são causas de dilatação ventricular e IC com FE reduzida. -
C correta. HVE e doenças infiltrativas (causas de miocardiopatia restritiva) podem cursar com o quadro clínico e o ecocardiograma citados. Resposta: C.
225 - 2022 UNIRV

» A ivabradina funciona como um inibidor da corrente If do nódulo sinusal, justamente a corrente elétrica que determina a despolarização espontânea das células do
nódulo sinusal. Por este motivo é chamada de “inibidor seletivo do nó sinusal”. O mais interessante é que a ivabradina diminui a frequência cardíaca sem exercer ação
inotrópica negativa. Um estudo sugeriu que o acréscimo de ivabradina à terapia padrão, em pacientes que continuam sintomáticos e apresentam FC ≥ 70 bpm em ritmo
sinusal, traria um benefício adicional sobre a morbimortalidade. Muitos consideram válido o acréscimo desta droga no portador de ICFER que permanece sintomático a
despeito do tratamento, desde que a FC seja ≥ 70 bpm em ritmo sinusal. Outra indicação seria no paciente que não tolera os betabloqueadores. Resposta: letra D.

226 - 2022 REVALIDA - UNIRG

» De modo geral, pacientes aderentes ao tratamento e que não respondem à terapia otimizada com três drogas, incluindo entre elas um diurético, caracterizam o que se
chama hipertensão resistente. O posicionamento mais recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) não restringe mais a definição pela inclusão obrigatória de
um diurético, mas na ausência de controle, apesar de três medicações de primeira linha. No caso em tela, podemos dizer que o paciente apresenta critérios para HAS
resistente? Não, porque ele ainda não está usando a dose máxima de enalapril (40 mg/dia).Além disso, antes de definir que uma HAS é resistente, você deve descartar
as seguintes condições (pseudorresistência): medida inadequada da pressão arterial; HAS agravada pelo efeito do "jaleco branco"; tratamento inadequado; fatores
inerentes ao paciente (falta de aderência ao tratamento, dieta rica em sal, ingestão de álcool excessiva); e HAS secundária. No contexto da HAS resistente, se essas
condições forem descartadas, uma quarta medicação deve ser adicionada. O uso da espironolactona (25-50 mg/dia), como bloqueador de receptor mineralocorticoide, é
a estratégia com maior evidência pelo possível hiperaldosteronismo associado. Entendido o raciocínio por trás da questão, vamos analisar as alternativas:- Letra A:
correta. Dentre os efeitos adversos dos tiazídicos, podemos citar distúrbios metabólicos (hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia), precipitação de uma crise de
gota, distúrbios eletrolíticos (hipocalemia, hiponatremia, hipomagnesemia, alcalose metabólica) e disfunção sexual.- Letra B: incorreta. A espironolactona atua como
antagonista da aldosterona e, portanto, pode gerar HIPERcalemia.- Letra C: incorreta. Como vimos, o paciente do caso ainda não tem critérios para hipertensão
resistente. Logo, ainda não é obrigatório pesquisar hipertensão secundária.- Letra D: incorreta. O enalapril pode causar hipercalemia? Sim! Mas o motivo não é o
aumento da reabsorção de potássio, e sim a sua menor filtração no glomérulo. Basta lembrar que os IECA dilatam a arteríola eferente, diminuindo a pressão
intraglomerular e resultando em queda da TFG.Resposta: letra A.

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227 - 2022 UNESC - ES

» Em primeiro lugar, podemos dizer que essa paciente é hipertensa? Não! Vamos aproveitar essa questão para lembrar os critérios diagnósticos de hipertensão arterial: -
PA no consultório: média entre duas medidas da pressão arterial, em pelo menos duas consultas em dias diferentes com níveis ≥ 140 x 90 mmHg. - Monitorização
Residencial (MRPA): média de várias aferições da PA ≥ 130 x 80 mmHg, feitas corretamente por um aparelho devidamente calibrado. - Monitorização Ambulatorial
(MAPA): média das aferições automáticas. Durante o período de vigília, com valores ≥ 135 x 85 mmHg; PA de 24 horas com valores ≥ 130 x 80 mmHg e PA no sono com
valores ≥ 120 x 70 mmHg. Portanto, precisamos prescrever anti-hipertensivo para ela? Claro que não! A conduta correta seria excluir gestação e estimular mudanças no
estilo de vida, uma vez que a mesma encontra-se com IMC compatível com obesidade grau I. Resposta: incorreto e a conduta deveria ser orientar sobre medidas de
modificação de estilo de vida.

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228 - 2022 UNIRV

» Questão direta. Temos uma paciente de 24 anos, sem fatores de risco para doença coronariana, que se apresenta na emergência com um relato de dor torácica de
característica pleurítica há 3 dias e supradesnivelamento de ST em diversas derivações. A troponina é positiva. A opção B está excluída justamente pela presença do
supra de ST. A opção A é improvável por alguns motivos:Paciente jovem, sem comorbidades;Dor de evolução há 3 dias, ventilatório-dependente, o que sem dúvida não é
o padrão do IAM;Supra de ST em múltiplas derivações, que não correspondem a uma "parede" específica.A cardiomiopatia de estresse ou síndrome de Takotsubo
corresponde a uma disfunção sistólica de VE (podendo também se estender para VD) sem obstrução coronariana que a justifique, podendo ser precipitada por estresse -
postula-se que sua patogênese envolva liberação de catecolaminas e vasoespasmo coronariano. É mais comum em mulheres > 50 anos, de início súbito, após estresse
emocional ou físico, com desconforto precordial e supra de ST/inversão de T nas precordiais. Troponina pode estar discretamente elevada. Até seria uma possibilidade,
mas sem dúvida a nossa principal hipótese diagnóstica neste caso é miopericardite, pois:A paciente apresentou quadro recente de COVID (fator de risco);A dor é
ventilatório-dependente;O supra de ST em múltiplas derivações poupando V1 e acompanhado pelo infra de PR é típico da pericardite;A troponina positiva indica
acometimento miocárdico (tratando-se, no caso em tela, de miopericardite).A melhor resposta é a opção C.

229 - 2022 UMC - MG

» Questão copiada, integralmente, da Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019.Vamos, então, revisar o trecho
que respondia a questão: “A cardiomiopatia diabética caracteriza-se por fibrose miocárdica e hipertrofia com disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (VE),
inicialmente assintomática e que progride lentamente para disfunção diastólica ou sistólica, seguida de IC com repercussão clínica.”Resposta: letra A.No entanto, a
banca não liberou gabarito oficial.
230 - 2022 HPP

» Questão sobre drogas que aumentam a sobrevida em pacientes com IC. No caso da ICFEr:

- A primeira classe de drogas que nos vem à cabeça são geralmente os IECA/BRA. Devemos lembrar que, a partir dos resultados do PARADIGM-HF, recomenda-se a troca
de IECA/BRA para o sacubitril/valsartana nos pacientes com ICFEr que persistem sintomáticos, mesmo após o emprego de doses otimizadas dos bloqueadores neuro-
hormonais.

- Os betabloqueadores também são considerados fármacos de primeira linha no tratamento da ICFEr, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na
morte por IC e por morte súbita, além de melhorarem sintomas e reduzirem taxas de re-hospitalizações por IC em inúmeros estudos clínicos. Estes resultados foram
demonstrados de forma consistente com o uso de carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol (mas não o tartarato de metoprolol).

- Os antagonistas dos receptores mineralocorticoides (espironolactona/eplerenona) estão indicados em pacientes sintomáticos com disfunção sistólica do VE, em classes
funcionais II a IV da NYHA, associados ao tratamento padrão, apresentando efeitos contundentes sobre mortalidade e taxas de re-hospitalização.

- A droga mais recentemente aprovada dentre as citadas foi a dapaglifozina, um inibidor SGLT2. O DAPA-HF foi o primeiro ensaio clínico randomizado que investigou o
impacto de um inibidor de SGLT2 em pacientes com ICFER, independe do diagnóstico de diabetes. O estudo randomizou pacientes com IC em NYHA II-IV para
dapagliflozina ou placebo e, durante um seguimento médio de 18,2 meses, demonstrou uma redução de 26% no risco combinado de morte cardiovascular ou piora da IC
no grupo dapagliflozina. Notavelmente, o efeito da dapagliflozina foi consistente em todos os subgrupos pré-especificados, incluindo aqueles sem diabetes e
independentemente dos níveis de HbA1c.

- Diuréticos e digoxina NÃO alteraram a sobrevida dos pacientes com ICFEr, embora possam reduzir sintomas e mesmo hospitalização.Logo, a questão admite duas
respostas, A e D (um BRA). Infelizmente a banca não aceitou os pedidos de recurso.

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231 - 2022 EMCM

» Vamos resumir esse imenso enunciado. Temos uma mulher, com história de cardiopatia reumática, que se apresenta com dispneia progressiva. Ao exame físico, o que
chama a atenção é a presença de sopro diastólico na ponta do coração e no foco mitral e de hiperfonese de B1. Apesar de, classicamente, cursar com ruflar diastólico, a
hipótese diagnóstica mais provável é de estenose mitral, a valvopatia mais associada à cardite reumática crônica (a ausência deste som não exclui o diagnóstico). Tanto
o sopro diastólico quanto a hiperfonese de B1 corroboram a suspeita! A dificuldade em ejetar o sangue do átrio para o ventrículo esquerdo faz com que essa primeira
câmara se torne hipertrofiada, o que aumenta o risco de fibrilação atrial. Perceba que o eletrocardiograma identifica esse ritmo e a anisocardiosfigmia corresponde à
ausculta de um batimento cardíaco sem palpação do pulso periférico, achado típico da arritmia. Na insuficiência aórtica, o sopro diastólico é melhor audível no foco
aórtico; não há critérios para febre reumática aguda e lembre-se que, nessa condição, as insuficiências valvares predominam (no caso do comprometimento da mitral,
haveria sopro sistólico); não há indícios de infecção, como febre, para pensarmos em endocardite. Resposta: letra B.

232 - 2022 COC

» Taquicardia, dispneia e anorexia constituem o quadro principal das crianças com miocardite. Como esses sinais e sintomas são comuns a várias outras doenças
pediátricas, muitas vezes o diagnóstico de miocardite só é considerado ao se verificar cardiomegalia à radiografia do tórax. Por outro lado, a miocardite pode se
apresentar de maneira muito rápida e intensa, com insuficiência cardíaca grave e de difícil controle, que é justamente o que ocorreu no caso em tela: taquicardia
importante, bulhas abafadas e ritmo de galope. Os exames complementares, embora não específicos, nos ajudam para o diagnóstico de miocardite, em especial o
eletrocardiograma e o ecocardiograma. De uma forma clássica, os pacientes apresentam taquicardia sinusal com complexos QRS de baixa voltagem. Ocasionalmente,
observam-se arritmias e alterações do segmento ST. Já no ecocardiograma, observa-se comprometimento do desempenho sistólico ventricular, frequentemente com
refluxo atrioventricular e derrame pericárdico. Não são raras anormalidades segmentares da contração ventricular. A função sistólica do ventrículo direito, em geral, é
menos comprometida que a ventricular esquerda. Nos estágios iniciais da miocardite, a função ventricular pode ser normal, com deterioração conforme a doença
progride, sendo o ecocardiograma o método de escolha para o acompanhamento evolutivo do quadro. Resposta: letra A.

233 - 2022 HCB - RO

» Uma das principais etiologias de insuficiência cardíaca no diabetes mellitus é a chamada cardiomiopatia diabética, que pode ser diagnosticada em pacientes com esse
distúrbio metabólico, à medida em que são excluídas outras etiologias de insuficiência cardíaca (IC) como doença arterial coronariana. A cardiomiopatia diabética
caracteriza-se por fibrose miocárdica e hipertrofia com disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, inicialmente assintomática e que progride lentamente para disfunção
diastólica ou sistólica, seguida de IC com repercussão clínica. Eventualmente, a miocardiopatia diabética pode se manifestar por meio de arritmias e morte súbita.
Mecanismos como disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, inflamação, disfunção no manejo mitocondrial de cálcio, ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona e sistema nervoso simpático, neuropatia autonômica cardíaca, estresse do retículo endoplasmático, disfunção microvascular e distúrbios do metabolismo
energético cardíaco estão envolvidos no processo fisiopatológico. Resposta: “Ocorre disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (VE), inicialmente assintomática e que
progride lentamente para disfunção diastólica ou sistólica, seguida de IC com repercussão clínica”.

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234 - 2022 PUC - RS

» O achado que mais caracteriza a pericardite, principalmente na forma aguda, é a dor torácica, de localização precordial ou retroesternal, contínua, tipo pleurítica (piora
com a inspiração profunda e tosse), que piora com o decúbito dorsal e é aliviada na posição sentada com o tronco inclinado para frente (posição genupeitoral) ou
abraçado ao travesseiro (posição de Blechman). Em alguns casos a dor pode simular a angina pectoris, tendo caráter constritivo e irradiando para o braço esquerdo. A
dispneia também é uma queixa comum, pois geralmente há irritação da pleura parietal adjacente ao pericárdio e o indivíduo respira superficialmente para evitar a dor.
Um dos exames mais importantes neste contexto é o ECG, que se encontra alterado em 90% dos casos! O achado mais comum é o supradesnível de ST, com o ST de
aspecto côncavo. Este aspecto normalmente é visto em várias derivações, mas geralmente poupa V1 e aVR. Pode haver ainda infradesnível do PR (alteração mais
específica, porém menos observada), que representa a corrente de lesão atrial e está presente, sobretudo, em derivações periféricas e precordiais esquerdas (V5 e V6).
Parece até que estamos descrevendo o ECG do caso em tela, não é mesmo?! Mas, como diferenciar o supra de ST da pericardite do IAM?
(1) O supra do ST da pericardite geralmente possui uma concavidade voltada para cima, o do IAM não;
(2)Na pericardite, pode ocorrer o infradesnivelamento do intervalo PR;
(3) Na normalização do ECG da pericardite, a inversão da onda T só ocorre quando o ST já voltou à linha de base;
(4) O supra de ST da pericardite não evolui com formação da onda Q de necrose ao ECG. A maioria dos casos de pericardite aguda é de etiologia viral, inclusive, há
relatos de associação com a COVID-19 - o que reforça ainda mais a nossa hipótese diagnóstica! O ECG típico da fibrilação atrial mostra ausência de ondas P e ritmo
irregular, enquanto o achado mais específico de embolia pulmonar é o S1Q3T3. Resposta: letra C.

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235 - 2022 HCB - RO

» Questão copiada, integralmente, da Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Vamos, então, revisar o trecho
que respondia a questão: “A evidência que suporta o uso do BNP (peptídeo natriurético cerebral) em diabéticos para prever o risco de IC é baseada em dois ensaios
randomizados controlados. Esses programas recrutaram 1.674 pacientes sem IC à randomização e capturaram um total de 29 eventos subsequentes de hospitalização
por IC. O poder estatístico para esses estudos somados é limitado, mas abre a perspectiva para o potencial benefício da triagem baseada em biomarcadores como o
BNP.” Resposta: letra D.

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236 - 2022 HAC - PR

» A questão nos traz algumas assertivas sobre insuficiência cardíaca (IC) e conceitos adjacentes, vamos avaliá-los: A valvopatia aórtica está fortemente associada à IC,
seja suas repercussões pela estenose ou insuficiência aórtica. Em se pensando tanto nos casos agudos quanto nos casos crônicos, a cirurgia é o grande carro-chefe do
tratamento. Para isso, devemos estudar e entender alguns parâmetros ecocardiográficos do paciente, como fração de ejeção, área e gradiente valvares, e funcionalidade
para vermos qual o melhor momento para indicarmos a cirurgia. Em pacientes com IC, a anemia está associada ao aumento da mortalidade, embora permaneça incerto
se a anemia é um preditor independente de desfechos ou um reflexo de doença mais avançada e comorbidades mais extensas. Contudo, sabe-se também que graus
relativamente leves de anemia estão associados à piora dos sintomas, do estado funcional e da sobrevida, sendo a sua correção um fator de melhora para esse cenário.
Precisamos ter em mente que tanto a hiper quanto a hipofunção da tireoide podem exacerbar um quadro de IC: o HIPERTIREODISMO leva a um aumento da frequência e
contratilidade cardíacas, pressão sistólica, pressão da artéria pulmonar, débito cardíaco, relaxamento diastólico e consumo de oxigênio do miocárdio, bem como
reduções na resistência vascular sistêmica e pressão diastólica. Por sua vez, o HIPOTIREOIDISMO leva a uma diminuição do débito, contratilidade e frequência cardíacos
e aumento da resistência vascular periférica. A hipertensão arterial, nos pacientes com remodelamento do ventrículo esquerdo e também disfunção diastólica já
existentes, pode levar à piora do quadro, como também ser causa de novas descompensações. A regurgitação mitral pode acontecer devido a uma anormalidade
primária (referida também como orgânica) de um ou mais componentes do aparelho valvar, ou pode ser secundária (anteriormente denominada regurgitação mitral
funcional) a outra doença cardíaca (como doença cardíaca coronária ou cardiomiopatia). Nos casos da RM primária, a terapia medicamentosa tem um papel limitado,
uma vez que não aborda o processo primário, sendo necessária a cirurgia. Já na secundária, a terapia de primeira linha é o manejo da IC com fração de ejeção reduzida
(terapia farmacológica/ressincronização cardíaca). Deve-se também avaliar a presença de doença coronariana, sendo indicadas as recomendações padrão para
revascularização coronária, quando presente. Resposta: a anemia na IC é comum e está associada com desfechos piores e aumento da mortalidade. Porém, quando
presente, sua correção não traduz em melhora dos sintomas e da qualidade de vida.

237 - 2022 HAC - PR

» Em relação ao tratamento medicamentoso da hipertensão arterial (HA) os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) diminuem a produção de angiotensina
II, aumentam os níveis de bradicinina e reduzem a atividade do sistema nervoso simpático. Os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs) fornecem bloqueio
seletivo dos receptores AT1, e o efeito da angiotensina II nos receptores AT2 desbloqueados pode aumentar seu efeito hipotensor. Ambas as classes são agentes anti-
hipertensivos eficazes que podem ser usados como monoterapia ou em combinação com diuréticos e antagonistas de cálcio, por exemplo. As combinações de IECA +
BRA são menos eficazes na redução da pressão arterial do que quando qualquer uma das classes desses agentes é usada em combinação com outras classes de
agentes. Em pacientes com doença vascular ou um alto risco de diabetes, a terapia combinada de IECA/BRA foi associada a mais eventos adversos (por exemplo, morte
cardiovascular, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização por insuficiência cardíaca) sem aumentos no benefício. Logo, o duplo bloqueio com a
associação de IECA/BRA deve ser desencorajada. A opção D foi liberada como correta pelo gabarito oficial porém a questão foi anulada pois provavelmente o
enunciado queria a opção incorreta e não a opção correta. As demais alternativas estão corretas.

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238 - 2022 HUSE

» A emergência hipertensiva é uma situação em que o aumento da pressão arterial ameaça de imediato a vida do paciente, cursando com lesões agudas de órgão-alvo. Os
valores pressóricos mais aceitos atualmente compreendem as situações em que a PA sistólica se encontra ≥ 180 mmHg ou a diastólica ≥ 120 mmHgA e a PA deve ser
reduzida em minutos ou poucas horas com drogas parenterais. A urgência hipertensiva é uma situação na qual os níveis de pressão arterial podem provocar prejuízo
orgânico nos próximos dias ou nas próximas horas, embora ainda não haja sinais de emergência hipertensiva, isto é, sintomas graves e comprometimento de órgão-alvo.
A PA deve ser reduzida lentamente, em até 24–48 horas, com drogas orais, como o captopril por exemplo. Vamos avaliar as alternativas: Letra A: incorreta. O
captopril costuma ser a droga de primeira escolha para tratamento de urgência hipertensiva, porém a furosemida pode ser utilizada sim, caso o captopril não seja
suficiente. Letra B: correta. A nifedipina não é mais utilizada nos quadros de emergência hipertensiva, de fato. O paciente crônicamente hipertenso já tem uma
adaptação aos níveis frequentemente altos de PA. A PA cai muito rápido com a nifedipina, não havendo tempo para nova adaptação dos vasos e podemos ter
repercussões tanto cerebrais levando a AVE, quanto no coração, provocando isquemia miocárdica. Letra C: correta. As drogas de escolha nas emergências
hipertensivas são os vasodilatadores diretos como o nitroprussiato de sódio e a nitroglicerina. A nitroglicerina é usada preferencialmente em emergências cardiológicas
como o IAM e o edema agudo de pulmão, pois essa faz vasodilatação coronariana importante. Letra D: incorreta. A nitroglicerina é usada preferencialmente em
emergências cardiológicas como o IAM e o edema agudo de pulmão, pois essa faz vasodilatação coronariana importante e não por ser mais potente do que o
nitroprussiato. Letra E: correta. Na eclâmpsia a hidralazina é classicamente usada como um excelente anti-hipertensivo que pode ser feito de forma intra venosa.
Também pode ser usado na hipertensão maligna, hemorragias cerebrais ou insuficiência renal. Temos duas opções de respostas incorretas, portanto. No entanto a
banca só considerou a alternativa D como incorreta. Caberia recurso e anulação da questão. Resposta: letra D.

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239 - 2022 HAC - PR

» O surgimento de hipertensão arterial em paciente previamente normotenso, progredindo para insuficiência renal, associado à assimetria dos tamanhos renais e
distúrbios hidroeletrolíticos como hipocalemia e alcalose metabólica são pistas para nos fazer pensar na hipertensão renovascular. A hipertensão renovascular é uma
causa de hipertensão arterial secundária que pode ocorrer por displasia fibromuscular da artéria renal ou doença aterosclerótica unilateral. Uma das formas de se
confirmar o diagnóstico é por meio da realização da cintilografia renal, que avalia de forma funcional a taxa de filtração de ambos os rins; esse teste pode ser otimizado
com a administração de captopril (LETRA A CORRETA). A esclerodermia é uma doença sistêmica que se manifesta com outros achados, como espessamento da pele,
esofagopatia e fenômeno de Raynaud. A trombose de veia renal é uma doença que se manifesta de forma aguda e cursa com dor lombar por distensão da cápsula renal.
A nefroesclerose hipertensiva é a manifestação morfológica da hipertensão arterial primária, que pode cursar com atrofia bilateral e simétrica dos rins. O ateroembolismo
renal é um fenômeno agudo que ocorre após a realização de procedimentos invasivos como cateterismo cardíaco. Resposta:"estenose da artéria renal / cintilografia com
teste do captopril".

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240 - 2022 IO

» A cardiomiopatia restritiva (CMR) é caracterizada por dimensões normais da câmara ventricular, espessura normal da parede miocárdica e função sistólica preservada. A
dilatação atrial pode ser decorrente da complacência miocárdica anormal e da alta pressão diastólica ventricular. A cardiomiopatia restritiva não cursa com doença
valvar. Resposta: letra B.

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241 - 2022 HUSE

» Temos um paciente com uma hipertensão significativa na presença de sinais de congestão pulmonar. O diagnóstico é de edema agudo de pulmão hipertensivo! Lembre-
se que neste quadro, há um aumento abrupto e acentuado das pressões de enchimento do coração esquerdo, causando congestão do sistema capilar pulmonar. Pois
bem, como deve ser o tratamento? Usamos diuréticos (furosemida) e vasodilatadores, como a nitroglicerina ou o nitroprussiato. Nos pacientes com congestão que não
usam diuréticos, recomenda-se uma dose de furosemida que fica entre 40-80 mg, o que representa, na maior parte dos casos, uma dose de 1 mg/kg. Uma regra usada
na prática para usuários crônicos de furosemida é começar via IV pelo menos a mesma dose diária que o paciente já utiliza via oral (por exemplo: 120 mg de furosemida
IV para um paciente que tomava 40 mg de furosemida VO 3x/dia) – fazendo isso, estamos no mínimo dobrando a dose de diurético desses pacientes (a equivalência de
ação entre a furosemida venosa e a oral é de cerca de 2:1). A ventilação não invasiva também é muito interessante, pois ao pressurizar a via aérea do paciente,
aumentamos a pressão intratorácica. Isso reduz retorno venoso e, por conseguinte, a congestão pulmonar. Em casos de hipoxemia, podemos também fornecer oxigênio,
embora o maior benefício venha da ventilação propriamente dita. O que está errado é afastar insuficiência respiratória do tipo II (hipercápnica) apenas com os dados
clínicos apresentados. Mesmo que edema agudo de pulmão seja uma causa clássica de insuficiência respiratória do tipo I (hipoxêmica), nada impede que esse paciente
evolua para falência da musculatura respiratória com posterior retenção de gás carbônico (ou seja, curse com uma forma mista de insuficiência respiratória). Para
descartarmos hipercapnia, precisaríamos de uma gasometria mostrando níveis de PaCO2 < 50 mmHg. Resposta: letra A.

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242 - 2022 HSJ - PR

» A úlcera hipertensiva de Martorell é um tipo de úlcera isquêmica e dolorosa de membro inferior (letra D: incorreta). Ela é mais comum em mulheres, com dor
desproporcional ao seu tamanho e associada à hipertensão arterial sistêmica grave (letra E: incorreta). A localização preferencial deste tipo de úlcera é no terço inferior
externo da perna e geralmente tem áreas de necrose com pouca área de granulação justamente por ser uma úlcera isquêmica (letras B e C: incorretas). Resposta: letra
A.

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243 - 2022 ICEPI

» O sopro da estenose aórtica é caracteristicamente um sopro mesossistólico (“em diamante”). Significa que é mais intenso no meio da sístole, como em todos os sopros
denominados sopros ejetivos. A gravidade da EA guarda relação com a duração do sopro, mas não com a sua intensidade. O foco de maior intensidade costuma ser o
foco aórtico (BED alta). A irradiação característica é para as carótidas, fúrcula esternal e para o foco mitral (A CORRETA). O chamado ruflar diastólico é o sopro
característico da estenose mitral. Sua intensidade aumenta com o decúbito semilateral esquerdo e às vezes só aparece nessa posição. Quanto maior a duração (e não a
intensidade), maior a gravidade da estenose mitral. Na EM leve, o sopro só é auscultado na fase pré-sistólica, devido ao reforço do fluxo pela contração atrial (reforço
pré-sistólico). Se o sopro for intenso, pode irradiar-se para a axila e para o foco tricúspide. O sopro diminui com a inspiração e com a manobra de Valsalva e aumenta
com o exercício físico (B INCORRETA) O marco da insuficiência mitral é o sopro holossistólico no foco mitral. O sopro inicia-se com a B1, que pode ser normo ou
hipofonético, e se prolonga para além de B2, abafando-a no foco mitral. Se a regurgitação for pelo folheto anterior, a irradiação será para a axila e região infraescapular
esquerda. O comprometimento do folheto posterior pode dar uma irradiação para os focos da base ou para a região interescapular. O sopro aumenta com o esforço
isométrico (handgrip) e não altera a sua intensidade com a inspiração profunda (C INCORRETA). O sopro da insuficiência aórtica é um sopro protodiastólico aspirativo ou
holodiastólico, sendo a duração do sopro proporcional à gravidade, no caso da IA crônica (a intensidade do sopro não guarda relação com a severidade). Os sopros
aórticos de uma forma geral são mais audíveis com o paciente sentado e o tronco para frente. A intensidade aumenta com o exercício isométrico (handgrip) e diminui
com vasodilatadores e com a manobra de Valsalva (D INCORRETA). O achado patognomônico de pericardite aguda é o atrito pericárdico, presente em 85% dos casos. É
um som áspero, geralmente sisto-diastólico, mais audível com o diafragma firmemente pressionado na borda esternal esquerda baixa e com o paciente sentado com o
tronco inclinado para frente. O som lembra o ranger entre duas superfícies rugosas. Possui três componentes: um pré-sistólico (pela contração atrial), um sistólico e um
protodiastólico (E INCORRETA). Resposta: letra A.

244 - 2022 IO

» Questão baseada, integralmente, na Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Vamos, então, revisar um trecho que respondia a questão: “O programa
de exercícios deve ser individualizado em termos de intensidade, duração, frequência, modalidade de treinamento e progressão, de acordo com os testes funcionais
realizados inicialmente e no seguimento. Sempre devem ser adotados recursos para a correta determinação da FC e verificação da PA, em repouso e em esforço, além
da possibilidade de verificação de saturação de oxigênio, determinação da glicemia capilar e monitoramento eletrocardiográfico.” Resposta: letra A.

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245 - 2022 IO

» Questão baseada, integralmente, na Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Vamos, então, revisar um trecho que respondia a questão: “A supervisão
de exercícios deve ser feita pelo fisioterapeuta ou professor de educação física, e o serviço deve, idealmente, contar com a coordenação geral de um médico com
experiência em RCV. É recomendada a disponibilidade de recursos para a correta determinação da FC e verificação de PA em repouso e esforço e, sempre que
necessário, com possibilidade de verificação da saturação de oxigênio, determinação da glicemia e monitoramento eletrocardiográfico.” Resposta: letra C.

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246 - 2022 UEL

» De acordo com a fonte citada pelo autor: Letra A: INCORRETA - Até o momento, ainda não há intervenção específica que reduza eventos cardiovasculares de pacientes
com ICFEp. Por isso, as recomendações da diretriz de 2018 para o tratamento farmacológico da ICFEp continuam mantidas, incluindo o uso de diuréticos para aliviar
congestão e o tratamento de comorbidades como a isquemia miocárdica, a fibrilação atrial e a hipertensão, para diminuir sintomas e potencialmente reduzir a
progressão da doença. Letra B: CORRETA - Quanto ao diagnóstico de ICFEp, nos paciente com dispneia ou fadiga inexplicada, a avaliação da probabilidade pré-teste
para insuficiência cardíaca deve ser efetuada com dados clínicos, eletrocardiográficos, ecocardiográfico e laboratorial. Existem sistemas de pontuação citados na diretriz
que permitem essa avaliação: nesses modelos, os pacientes considerados de alta e baixa probabilidade são considerados como tendo ou não ICFEp, respectivamente.
Nos pacientes com probabilidade intermediária, a avaliação da função diastólica durante estresse, que pode ser realizado por meio de teste hemodinâmico invasivo ou
ecocardiografia de estresse diastólico, é capaz de auxiliar no diagnóstico. Nos pacientes com baixa probabilidade para a ICFEp, recomenda-se a investigação de outras
causas de dispneia e fadiga. Letra C: INCORRETA - Como podemos observar na imagem em anexo, o paciente hipertenso em uso de 2 ou mais anti-hipertensivos ganha
apenas 1 ponto. Letra D: INCORRETA - Acompanhe mais uma vez pela imagem retirada da diretriz: além de critérios ecocardiográficos morfológicos e funcionais,
também lançamos mão de biomarcadores, como BNP e NT-proBNP Letra E: INCORRETA - Como citado na letra A, os escores H2FPEF e o HFA-PEFF são empregados
justamente para avaliação de probabilidade pré-teste. Nos pacientes com baixa probabilidade, o diagnóstico de ICFEp é improvável, enquanto nos pacientes com alta
probabilidade, o diagnóstico é confirmado. Para aqueles com probabilidade intermediária, devemos considerar ecocardiograma de estresse diastólica ou teste
hemodinâmico invasivo. Resposta: letra B.

247 - 2022 UEVA

» Vamos avaliar cada alternativa, segundo as diretrizes mencionadas: Letra A: incorreta. Segundo as recomendações oficiais, na MRPA são excluídas as medidas
discrepantes, como valores de PAS < 70mmHg e > 250mmHg, a menos que exista uma justificativa clínica para mantê-las. Letra B: incorreta. Segundo as diretrizes
acima, os valores médios normais a serem considerados na MAPA são de PAS < 130 mmHg e PAD < 80 mmHg Letra C: incorreta. Assim como são excluídas as medidas
discrepantes da PAS, também não são consideradas medidas de PAD > 140mmHg e < 40mmHg, novamente, a menos que exista justificativa clínica. Letra D: correta.
Estes são de fato os valores máximos da normotensão na MRPA. A resposta correta divulgada foi, a princípio, a letra D. Contudo, a banca optou eventualmente pela
anulação da questão.

248 - 2022 UEVA

» Vamos revisar a lista de 10 fatores de risco para hipertensão arterial secundária, segundo a última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, publicada em 2020 pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia: Hipertensão estágio 3 antes dos 30 anos ou após os 55 anos Hipertensão resistente ou refratária Utilização de hormônios exógenos,
fármacos ou demais substâncias que possam elevar a PA Tríade do feocromocitoma: crises de palpitações, sudorese e cefaleia Indícios de apneia obstrutiva do sono
Fácies típica ou biótipo de doenças que cursam com hipertensão arterial Presença de sopros em territórios arteriais ou massas abdominais Assimetria ou ausência de
pulsos em MMII Hipopotassemia espontânea ou severa induzida por diuréticos (< 3,0 mEq/L) Exame de urina anormal (hematúria glomerular (dismórfica) ou presença de
albuminúria/proteinúria), diminuição do RFG estimado, aumento de creatinina sérica ou alterações de imagem renal
Como podemos ver, apenas a obesidade central não faz parte da lista, sendo esta mais associada à hipertensão primária e à síndrome metabólica. Resposta: letra D.

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249 - 2022 PUC - PR

» Temos um clássico quadro de edema agudo de pulmão em uma paciente já cardiopata - repare ainda que ela parou de usar os medicamentos e transgrediu dieta, fator
que certamente culminou na descompensação. Nesse sentido, sabemos que o CPAP passa a ser uma excelente estratégia ventilatória! Entenda: a presença de uma
pressão contínua na via aérea aumenta a pressão intratorácica, reduzindo a pré e a pós-carga, além de prevenir o colapso alveolar no final da expiração. Em outras
palavras, o CPAP permite uma melhora da oxigenação e ainda possui um efeito benéfico sobre a hemodinâmica do paciente! Assim, a oxigenoterapia, isoladamente, não
seria a nossa medida aqui. E quanto ao manejo farmacológico? Temos evidências claras de congestão, porém com tempo de enchimento capilar de apenas 2 segundos e
boa perfusão de extremidades. Trata-se do perfil B, ou seja, o paciente "quente e úmido". O tratamento nesses casos deve ser feito com diuréticos (furosemida) e
vasodilatadores, como a nitroglicerina ou o nitroprussiato. A PA certamente deve ser acompanhada de perto, com titulação da dose de acordo com os níveis tensionais. A
dobutamina, por outro lado, é reservada para o perfil C (frio e úmido) pelo seu efeito inotrópico (lembrando que digitálicos também possuem propriedade inotrópica).
Betabloqueadores apresentam benefício de mortalidade no tratamento crônico, mas não em pacientes francamente descompensados. Resposta: letra A.

250 - 2022 UNIFIMES

» De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 - os valores de PAS 130 - 139 e/ou PAD 80 - 89 mmHg classificam o paciente como portador de
pré-hipertensão. Esses pacientes devem ser tratados com terapia não-farmacológica, consistente com modificações do estilo de vida. A terapia farmacológica poderia
ser orientada na presença de lesão de órgão-alvo, doença renal crônica estágio 3, doença cardiovascular instalada ou diabetes mellitus, o que não é o caso. Com
exceção da alternativa A, todas as opções trazem uma medicação como resposta e estão, portanto, incorretas. Resposta: letra A.

251 - 2022 UNIRV

» “Anti-hipertensivo de 1ª linha” é toda droga que, além de baixar a PA, reduz a morbimortalidade cardiovascular. Logo, além de poderem ser utilizadas em monoterapia,
tais drogas sempre devem estar presentes nos esquemas de associação. De acordo com a literatura médica mais atual, temos as seguintes classes de anti-hipertensivos
de 1ª linha: diuréticos; bloqueadores de Canais de Cálcio; inibidores da ECA (IECA); bloqueadores do Receptor de Angiotensina II (BRA). Estudos recentes mostraram que
os benefícios dos betabloqueadores são inferiores aos das demais classes, exceto em certos subgrupos de pacientes (ex.: coronariopatas, portadores de ICFER). Logo,
eles devem ser considerados como anti-hipertensivos de 1ª linha somente nessas circunstâncias específicas (B INCORRETA). Os alfabloqueadores (como a doxazosina)
não são anti-hipertensivos de primeira linha, mas podem ser usados em pacientes com feocromocitoma (D INCORRETA). A associação de IECA (enalapril) e BRA
(losartana) está proscrita por piorar o prognóstico renal (C INCORRETA). Sobra a clortalidona, que é um diurético da classe dos tiazídicos e que pode ser associada como
segunda droga. Resposta: letra A.
252 - 2022 UNIFIMES

» Vamos analisar as alternativas: - Letra A: incorreta. A glibenclamida é uma sulfonilureia que tem como principais efeitos adversos a hipoglicemia e o ganho ponderal
(pelo aumento da insulina circulante). - Letra B: incorreta. O AAS é um antiagregante plaquetário e os seus principais efeitos adversos estão relacionados com eventos
hemorrágicos e gastrointestinais (há aumento de acidez gástrica por inibição da COX-2). - Letra C: incorreta. A losartana é um bloqueador dos receptores de
angiotensina. Pelo próprio mecanismo de ação, os principais efeitos adversos estão relacionados com a redução da filtração glomerular - ao bloquear a angiotensina II, há
vasodilatação da arteríola eferente e a pressão intraglomerular se reduz. Como consequência, podemos ter aumentos na creatinina sérica (geralmente estabilizam em
20% a 30% da linha de base e são esperados) e na calemia. A incidência de edema é < 2%. - Letra D: correta! A anlodipina é um bloqueador dos canais de cálcio
dihidropiridínico que tem potencial de causar edema periférico dose-dependente em até 11% dos casos (mulheres: 15%; homens: 6%)! Resposta: letra D.

253 - 2022 UNIFIMES

» Vamos analisar as alternativas: Letra A: incorreta. O tabagismo é um importante fator de risco independente para doença aterosclerótica, coronariana, cerebrovascular,
insuficiência cardíaca e mortalidade por todas as causas, com uma aparente relação dose-dependente. Letra B: incorreta. A história de faringotonsilites de repetição na
infância deve nos chamar atenção para a possibilidade de febre reumática e, consequentemente, cardite reumática. Embora a sua prevalência tenha diminuído
drasticamente nos países industrializados ao longo do último século Aadoença cardíaca reumática continua sendo uma das principais causas de doença cardiovascular
nos países em desenvolvimento. Letra C: correta! Não existe qualquer relação entre a hiperplasia prostática benigna e as comorbidades apresentadas pelo paciente
(hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca). Pelo contrário, o uso de diuréticos (comum na IC e na HAS) pode exacerbar os sintomas urinários e o diabetes de longa
data leva à diminuição da sensibilidade da bexiga, diminuição da contratilidade do detrusor e esvaziamento incompleto da bexiga. Letra D: incorreta. História familiar de
doença coronariana é considerada fator de risco para doença cardiovascular. Resposta: letra C.

254 - 2022 UEVA

» São achados sugestivos de HAS secundária: (1) Início precoce (idade < 30 anos) ou tardio (idade > 55 anos). Alguns autores citam como limite antes dos 20 e acima dos
65 anos. (2) HAS grave (acelerada/maligna); resistente; com lesão de órgão-alvo desproporcional ao grau de hipertensão; de início súbito ou com exacerbação de níveis
previamente controlados. (3) HAS lábil + tríade do feocromocitoma: palpitações, sudorese e cefaleias em crise. (4) Uso de drogas e medicamentos que possam elevar PA
(ver a seguir). (5) Sinais de endocrinopatia (ex.: Cushing, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo). (6) Presença de massa ou sopro abdominal. (7)
Assimetria ou ausência de pulsos femorais. (8) Exame de urina anormal (hematúria glomerular [dismórfica] ou presença de albuminúria/proteinúria), diminuição do RFG
estimado, aumento de creatinina sérica ou alterações de imagem renal. (9) Hipocalemia espontânea ou severa induzida por diuréticos (< 3,0 mEq/L). (10) Indícios de
apneia durante o sono. Veja que só podemos marcar a letra B: devemos suspeitar de hiperaldosteronismo primário em todo hipertenso com hipocalemia
espontânea/provocada por diu​réticos ou em hipertensos estágio 3 resistentes ou hipertensos com tumor adrenal (embora hipopotassemia só ocorra em até 37% dos
pacientes). Glicemia de jejum alterada e obesidade central podem estar presentes em pacientes com síndrome metabólica e hipertensão arterial primária. A
hipercalemia pode ocorrer no tratamento de pacientes com doença renal parenquimatosa após introdução de IECA ou BRA, mas tal achado, isoladamente, não permite o
diagnóstico de hipertensão secundária. Resposta: letra B.

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255 - 2022 PMFI

» O ponto básico da terapia da HAP primária é o uso de vasodilatadores, que podem reverter a vasoconstrição pulmonar, reduzindo a RVP, e assim aliviando o trabalho do
ventrículo direito. Aqueles que respondem costumam obter melhora importante dos sintomas, porém os que não respondem podem até piorar clinicamente (A
CORRETA). Atualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a hipertensão pulmonar é dividida em cinco grandes grupos. Colagenoses e HIV entram no
grupo 1, enquanto doença cardíaca entra no grupo 2. A DPOC é classifacada como grupo 3, ao passo que TEP crônico é colocado no grupo 4 (B CORRETA). O
cateterismo cardíaco é um exame obrigatório nos pacientes sob suspeita de HAP primária ou nos candidatos à terapia contra a hipertensão pulmonar. Através de um
acesso venoso profundo, um cateter de Swan-Ganz é introduzido no coração direito, medindo as pressões no átrio e ventrículo direito e na artéria pulmonar, confirmando
e graduando a HAP. Inflando-se o balonete na ponta do cateter em um ramo da artéria pulmonar, determina-se a “pressão encunhada”, que reflete a pressão atrial
esquerda. Na HAP primária, por definição, a pressão encunhada está na faixa normal (C CORRETA). Definimos hipertensão arterial pulmonar pela presença de pressão
arterial média pulmonar > 25 mmHg no repouso (D INCORRETA). Resposta: letra D.

256 - 2022 HEDA

» Temos o caso de um paciente jovem, que foi diagnosticado com hipertensão arterial com base em uma única medida, em vigência de um quadro de dor não controlada.
Além disso, a pressão parece estar adequadamente controlada, mesmo utilizando a mesma dose de medicação há 6 anos. A mensagem é clara: devemos duvidar deste
diagnóstico. A medida da pressão arterial deve estar alterada em mais de uma ocasião, em repouso, sem fatores agravantes presentes, para fazer adequadamente o
diagnóstico. O correto, portanto, é suspender a medicação e iniciar a abordagem do início, fazendo o controle da pressão arterial e nova investigação do quadro.
Resposta: letra A.

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257 - 2022 PMFI

» A questão relata paciente adulto, com história de hiperreatividade brônquica (“bronquite”) com emergência hipertensiva relacionada à insuficiência cardíaca (IC)
descompensada, além de insuficiência renal e lesão retiniana pela hipertensão. O tratamento da IC descompensada, quando relacionada à emergência hipertensiva,
envolve o uso de vasodilatadores parenterais de início rápido, como nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio (C e D INCORRETAS). A droga contraindicada em pacientes
com asma ou outros estados de hiperreatividade brônquica é o betabloqueador, como o labetalol (LETRA B CORRETA), uma vez essas drogas estão associadas à
broncoconstricção – é só pensar que no manejo da asma, usamos beta2-agonistas... O captopril é um inibidor da ECA, que tem efeito anti-hipertensivo e vasodilatador;
embora possa causar efeito transitório de piora na função renal, não há contraindicação formal para o seu uso (LETRA A INCORRETA). Resposta: letra B.
258 - 2022 PMFI

» A medida da pressão arterial deve ser feita com o paciente em repouso (idealmente, após 5 minutos de repouso), com o menor estresse possível e sem o efeito de
nenhuma substância pressórica circulante. Para isso, recomenda-se que a PA seja aferida após uma conversa “relaxante” com o médico, repetindo-se a aferição em
outro momento da consulta, para que a média entre as duas seja determinada. A posição do paciente pode ser sentada, com o dorso recostado na cadeira e com o braço
confortavelmente apoiado na mesa (na altura do precórdio). O paciente não deve fumar, tomar café ou consumir qualquer substância pressórica (ex.:
descongestionantes nasais) nos 30 minutos prévios. O ambiente, de preferência, deve ter uma temperatura agradável e sem nenhum fator de estresse (ex.: barulho). O
tamanho do manguito (“borracha”) deve circundar pelo menos 80% da circunferência do braço (quando é menor – ex: obeso – a PA será superestimada em até 20/14
mmHg). O cuff deve ser inflado até 20 mmHg acima da PA sistólica, estimada pelo desaparecimento do pulso radial e, então, desinsuflado na velocidade de mais ou
menos 2 mmHg/s, para auscultarmos os sons de Korotkoff, através do uso do estetoscópio. A PA sistólica corresponde à fase I (aparecimento do som), enquanto que a PA
diastólica é a fase V (desaparecimento do som). A fase II é o início do gap auscultatório; a fase III, o reaparecimento do som, e a fase IV é o abafamento do som. Cabe
ressaltar que o paciente deve respirar normalmente durante todo o exame! A manobra de Valsava ou mesmo uma "simples" apneia já pode resultar em uma medida
alterada. Resposta: letra D.

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259 - 2022 PMFI

» A diretriz da ACC/AHA descreve uma forma de classificação que reconhece tanto os fatores de risco quanto as anormalidades estruturais relacionados à IC: A: paciente
assintomático, sem alterações estruturais e funcionais porém sob maior risco de desenvolver IC pela presença de fatores de risco (ex: HAS, DAC, etc). B: paciente
assintomático COM alterações estruturais/ funcionais cardíacas (ex: HVE, sequela de IAM, valvopatia). C: paciente sintomático e com alterações estruturais/funcionais. D:
paciente sintomático em repouso apesar de tratamento otimizado, que interna com frequência e apresenta alterações estruturais/ funcionais avançadas. A
sintomatologia da IC (estágios C e D) pode ser semiquantificada através da classe funcional da New York Heart Association (NYHA), embora alguns autores aleguem que
existe uma alta variação interobservador na escolha de uma determinada classe funcional para um dado paciente. O fato é que a classe funcional NYHA é bastante
utilizada na prática, não só para determinar o prognóstico, mas também para guiar a terapia. Vamos relembrar: I: sem limitação física. As atividades ordinárias (do
cotidiano) não causam sintomas. O paciente só refere cansaço ou dispneia aos grandes esforços (ex.: empurrar um carro). II: limitação física leve. As atividades
ordinárias (do cotidiano) causam sintomas, ou seja, cansaço ou dispneia aos médios esforços (ex.: varrer a casa, andar rápido, subir uma rampa ou escada). III: limitação
física moderada. Atividades mais brandas que as ordinárias (do cotidiano) causam sintomas, ou seja, dispneia aos pequenos esforços (ex.: andar devagar no plano,
vestir-se). IV: limitação física grave. Sintomas em repouso ou aos mínimos esforços (ex.: pentear o cabelo, levantar-se da cama). No caso em tela, temos um paciente
com alteração estrutural (inclusive com redução da FE), mas que se mantém, assintomático. Portanto, sua classificação seria IB. Resposta: letra B.

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260 - 2022 PMFI

» De modo geral, o tratamento da IC pode ser dividido em: 1) Drogas que apenas aliviam os sintomas: grupo representado principalmente pelos diuréticos e digitálicos. A
princípio, devem fazer parte da abordagem apenas dos pacientes sintomáticos; 2) Drogas que aumentam a sobrevida (inibem o remodelamento cardíaco): grupo
composto pelos inibidores da ECA (que podem ser substituídos pelos bloqueadores dos receptores da angiotensina II), betabloqueadores (carvedilol, bisoprolol e
succinato de metoprolol), antagonistas da aldosterona e a combinação hidralazina e nitrato. São drogas que, a princípio, devem ser utilizadas em todos (ou quase todos)
os pacientes com IC com FE reduzida. Mais recentemente, opções como ivabradina e valsartan/sacubitril também passaram a ser relacionadas à redução na mortalidade,
assim como a dapagliflozina. Um detalhe: os IECA e os betabloqueados devem ser prescritos para TODOS os pacientes estágio C e para os estágio B com disfunção
sistólica. Os antagonistas da aldosterona devem ser reservados apenas para os pacientes estágio C classe funcional II (casos selecionados), III e IV de NYHA. Os
antagonistas do cálcio inotrópicos negativos (verapamil, diltiazem) devem ser evitados na ICFEr sintomática, pelo risco de descompensação. A nifedipina também pode
aumentar a mortalidade destes pacientes. Os únicos antagonistas do cálcio considerados seguros até o momento são os mais vasosseletivos, como o anlodipino e a
felodipina. Resposta: letra A.

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261 - 2022 PMFI

» A miocardiopatia hipertrófica é uma doença primária do miocárdio determinada por mutações nos diversos genes que codificam proteínas contráteis dos sarcômeros,
caracterizando uma inapropriada hipertrofia ventricular concêntrica, geralmente restrita ao VE, associada a uma função sistólica hiperdinâmica. Em geral, a hipertrofia
predomina no septo interventricular, fazendo com que o folheto da valva mitral seja “puxado” de encontro ao septo, produzindo uma obstrução transitória ao trato de
saída do VE no meio da sístole. Com o objetivo de manter o volume de ejeção sistólico pelo trato de saída obstruído, o ventrículo gera maior pressão, levando ao
aumento da tensão na parede e da demanda de oxigênio pelo miocárdio. O menor tamanho da câmara e o aumento da contratilidade agravam a obstrução, gerando
uma estenose subaórtica dinâmica. Para completar, esse movimento anterior do folheto valvar pode causar regurgitação mitral. Agora, guarde o conceito: o sopro
sistólico da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva é o único sopro que aumenta a sua intensidade com a manobra de Valsalva e diminui a sua intensidade com a posição
de cócoras. Entenda: manobras que reduzem o volume cavitário (Valsalva, posição ortostática, vasodilatador) aproximam o septo hipertrofiado da valva mitral,
aumentando o grau de obstrução subaórtica. Por outro lado, as manobras que aumentam o volume cavitário (posição de cócoras, handgrip e decúbito dorsal) reduzem o
sopro, pois afastam o septo da valva mitral. O restante do exame físico nós já podemos imaginar: ictus de VE propulsivo, com presença de B4 e desdobramento
paradoxal de B2 (devido ao prolongamento da sístole ventricular esquerda em relação à direita). Certo, mas e as outras alternativas? Letra A: incorreta. A coarctação da
aorta é a cardiopatia congênita mais frequente, sendo definida como uma obstrução congênita da porção da aorta adjacente ao ligamento arterial, geralmente após a
subclávia esquerda. Estes pacientes são detectados pelo exame físico que mostra, além do sopro sistólico ejetivo no precórdio e dorso, uma grande diferença de pulso e
pressão arterial entre os membros superiores e inferiores (maior nos primeiros). Letra C: incorreta. O sopro da insuficiência mitral é holossistólico no foco mitral, com
irradiação para a axila e região infraescapular esquerda. O comprometimento do folheto posterior pode dar uma irradiação para os focos da base ou para a região
interescapular. Ao contrário do sopro da estenose aórtica, o sopro da IM aumenta com o esforço isométrico (handgrip) e não altera a sua intensidade no batimento pós-
extrassistólico. Letra D: incorreta. O sopro da estenose aórtica é caracteristicamente mesossistólico (“em diamante”), com maior intensidade no foco aórtico. Sua
intensidade aumenta com manobras que aumentam o retorno venoso e/ou a contratilidade do VE (posição de cócoras, exercício físico, batimento pós-extrassistólico)
e diminui com manobras que reduzem o retorno venoso (Valsalva, posição ortostática) ou que aumentam a resistência vascular periférica (handgrip). Resposta: letra B.

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