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1. CAPACIDADES FÍSICAS BÁSICAS

Para a prática de uma atividade física, coloca-se em jogo várias capacidades físicas. Capacidades
físicas são ações musculares e processos motores que dizem respeito à formação corporal e a técnica
de movimentos, ou seja, qualidades que fazem parte de nosso corpo, essenciais para uma vida ativa e
saudável.
Entre as capacidades físicas, podemos citar: a coordenação, a flexibilidade, resistência, velocidade,
força, agilidade e equilíbrio. Cada um delas tem características, desenvolvimento e curiosidades muito
peculiares.
Quando assistimos ao desempenho de um atleta vencendo obstáculos, podemos ter certeza de que
ele está utilizando uma ou mais capacidades físicas. Mas o cidadão que não pratica esporte de alto nível
também deve melhorar o nível de suas capacidades físicas se estiver interessado em manter uma boa
postura, resolver as tarefas do cotidiano ou mesmo praticar atividade física voltada para o lazer.
(DARIDO E JUNIOR, 2007).

1.1 COORDENAÇÃO

A coordenação motora é a capacidade do cérebro de equilibrar


os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das
articulações. Pode-se verificar o desempenho motor de uma pessoa
através de sua agilidade, velocidade e energia.

A coordenação motora é dividida em:


• Coordenação geral
• Coordenação geral especifica
• Coordenação fina

Coordenação motora grossa ou geral - que visa utilizar os grandes músculos (esqueléticos) de
forma mais eficaz tornando o espaço mais tolerável à dominação do corpo, de fora global mais eficiente,
plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou adulto dominar o corpo no espaço,
controlando os movimentos mais rudes.
Ex: andar, pular, rastejar e etc.

Coordenação geral especifica - permite controlar movimentos específicos de uma atividade. Ex:
chutar uma bola (futebol), arremessar (basquete) e etc.

Coordenação motora fina - que visa utilizar os pequenos músculos de forma mais eficaz tornando
o ambiente controlável pelo corpo para o manuseio de objetos, produzindo assim movimentos delicados
e específicos.
Ex: recortar, lançar ao alvo, escrever, digitar e etc.

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1.2 FLEXIBILIDADE

Flexibilidade - É capacidade de aproveitar as possibilidades de


movimentos articulares, os mais amplos possíveis, em todas as
direções. Em diversos esportes e atividades físicas, pode-se perceber
a influencia de flexibilidade na execução de movimentos.
Amplitude de Movimento - Dimensão do deslocamento do
corpo ou de seus segmentos entre certos pontos, de orientação
convencionalmente escolhida, expressada em graus e unidades lineares.
Mobilidade - Refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de seus
diversos componentes.
Elasticidade - Diz-se à capacidade de extensão elástica dos componentes.
Plasticidade - É a capacidade dos elementos articulares de se distendem e não retornarem à sua
medida inicial. Em parte, no caso dos componentes articulares, a deformação é apenas temporária,
porém, uma pequena parte das deformações plásticas ocorridas como resultado do treinamento de
flexibilidade de alta intensidade são irreversíveis.
Porque a flexibilidade é importante?

• Para aumentar a qualidade e a quantidade dos


movimentos;
• Melhora a postura corporal;
• Diminui os riscos de lesões;
• Favorecer a maior mobilidade nas atividades diárias
e esportivas.

Ligamentos - tem baixo coeficiente de elasticidade e alto coeficiente de plasticidade.


Tendões - tem baixo coeficiente de elasticidade e de plasticidade.
Músculos - tem alto coeficiente de elasticidade, principalmente quando trabalhados para tal.

Obs.: - Geralmente quando os limites são superados em seus coeficientes de elasticidade e


plasticidade, causa o rompimento das estruturas e o surgimento de lesões.

FATORES QUE LIMITAM A FLEXIBILIDADE


INFLUÊNCIAS INTERNAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS
Tipo de articulação Temperatura ambiente
Resistência interna da articulação Hora do dia
Estrutura óssea que limita o movimento Idade
Elasticidade do tecido muscular Gênero (masculino ou feminino)
Elasticidade de tendões e ligamentos Roupa ou equipamentos inadequados
Elasticidade da pele Nível de condicionamento
Habilidade do músculo de contrair e relaxar de acordo Habilidade particular em alguns
com a intensidade do movimento movimentos
Temperatura das articulações associadas aos tecidos Recuperação da articulação ou músculo
após uma lesão

Quanto a Flexibilidade:

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A flexibilidade é bastante específica para cada articulação podendo variar de indivíduo para
indivíduo e até no mesmo indivíduo com passar do tempo.
Curiosidades e características da flexibilidade

A flexibilidade sofre a influencia de alguns fatores que podem ser caracterizados pela idade e pelo
sexo. Do nascimento até a velhice, a flexibilidade tem picos e quedas. Nos bebês, as articulações não
estão formadas por completo, por isso eles conseguem colocar os pés na boca.
Até a fase pré-púbere, a flexibilidade é grande. Na adolescência, há uma diminuição, que tende a
se acentuar na fase adulta e na velhice.
As meninas, em geral, têm flexibilidade maior que os meninos, porque, entre outros fatores, elas
tendem a ter uma quantidade menor de massa muscular, possibilitando uma maior mobilidade articular.
Existem meninos com mais flexibilidade do que as meninas, mas é uma minoria.

Tipos de Flexibilidade:

1- Ativa - é a máxima amplitude que se pode obter através de movimentos efetuados pelos
músculos de forma voluntária.
2- Passiva - é a máxima amplitude articular que se consegue em um movimento através da ação
de uma segunda pessoa, aparelhos, força da gravidade, etc.

1.3 RESISTÊNCIA

Resistência – é a capacidade de realizar trabalho muscular com uma dada intensidade e durante
um determinado período de tempo. O principal fator limitante e que simultaneamente afeta o resultado é
a fadiga. Considera-se que um atleta tem uma boa resistência quando não se cansa facilmente ou ainda
quando consegue continuar a realizar um determinado movimento em estado de fadiga. Dentro do
complexo das capacidades motoras, a resistência é a capacidade que deve ser desenvolvida em
primeiro. Sem uma boa resistência é difícil repetir suficientemente outros tipos de treino de modo a
desenvolver outros componentes da aptidão física.

Tipos de resistências:

• Resistência aeróbica; •
Resistência anaeróbica.

Resistência anaeróbia - É a capacidade de execução de


determinada atividade com alta intensidade em um curto espaço de
tempo, durante um período de tempo inferior a três minutos. O
desenvolvimento da resistência anaeróbia em atletas de alto nível
possibilita o prolongamento dos esforços máximos mantendo a
velocidade e o ritmo do movimento, mesmo com o crescente débito de
oxigênio, da conseqüente fadiga muscular e o aparecimento de uma
solicitação mental progressiva.

Resistência aeróbia – Esse tipo de resistência permite manter o


esforço de intensidade moderada durante longo tempo, com equilíbrio
entre o que se capta de oxigênio e o que se consome.
A maratona, as corridas de longa distância do atletismo, como a
prova de 10 mil metros, a marcha atlética, o triatlo, o duatlo, a natação
de longa distância são exemplos de atividades físicas que requerem
bons níveis de resistência aeróbia.

1.4 VELOCIDADE
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Velocidade – É a capacidade de execução de um movimento ou cobertura de uma distância no
menor tempo possível ou como a capacidade de realizar um esforço de máxima freqüência e amplitude
de movimentos durante um tempo curto.
Podemos observar a velocidade em muitas atividades esportivas e recreativas, assim como no
nosso cotidiano. Nas atividades esportivas, a velocidade aparece no futebol, no atletismo, no basquete,
no vôlei, na natação. Nas atividades recreativas, está em jogos como pega-pega, pique-bandeira. Em
nosso cotidiano, aparecem situações como “atravessar a rua correndo”, “correr porque vai chover”.

A velocidade está dividida em três:

Velocidade de reação - “tempo requerido para ser iniciada


uma resposta a um estímulo específico”.
Velocidade de deslocamento ou velocidade de
movimento - “A capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se
de um ponto para outro”, sendo importantíssima nos esportes
coletivos e no Atletismo (provas de velocidade).
Velocidade de movimento dos membros (superiores ou
inferiores) - “a habilidade de mover os braços ou pernas tão
rápido quanto possível”.

1.5 FORÇA

Força - É a capacidade física que permite a um músculo ou um grupo de


músculos produzir uma tensão e vencer uma resistência na ação de empurrar,
tracionar, elevar, apertar, abaixar, segurar, etc.
Tipos de Força: A força nunca aparece sob uma forma pura, mas
constantemente como uma combinação, ou mais ou menos como uma mistura
de fatores físicos de condicionamento da “performance”. São elas:
Força dinâmica (isotônica) - É “o tipo de força que envolve as forças
dos músculos nos membros em movimentos repetidos durante um período de
tempo”.
Força de explosão (potência) - É a capacidade que o sistema
neuromuscular tem de superar resistências com a maior velocidade de contração possível. Esta
combinação de velocidade de contração muscular e velocidade de movimento designam-se
freqüentemente potência.
Força estática (isométrica) - É “o tipo de força que explica o fato de haver força produzindo calor,
e não havendo produção de trabalho em forma de movimento”.

1.6 AGILIDADE

Agilidade - É a capacidade de deslocar o corpo no espaço o mais rápido possível, mudando o


centro de gravidade de posição, sem perder o equilíbrio e a coordenação dos movimentos.
A agilidade aparece muito nas atividades esportivas e recreativas, assim como em movimentos
relacionados ao nosso dia-a-dia. Por exemplo: nos esporte – basquete, esgrima, boxe, vôlei, tênis, futsal,
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futebol americano; nas atividades recreativas – pega-pega, queimada, pique-bandeira; nas atividades do
cotidiano – o desviar de algum objeto lançado em nossa direção.

1.7 EQUILÍBRIO

Equilíbrio - É uma das capacidades físicas mais importantes e precisamos dele em diferentes
situações: ficar em pé, andar, andar de bicicleta, de patins, de skate, etc.
É a capacidade de manter o corpo estável em uma posição estática ou em movimento.
Os principais órgãos responsáveis pelo equilíbrio são o labirinto do ouvido interno e o cerebelo, que
tem influência no equilíbrio por ser responsável pela coordenação de todos os movimentos.
A posição da cabeça nas atividades é importante para a manutenção ou perda do equilíbrio.
Observe uma bailarina quando faz giros, ela está sempre olhando para um ponto fixo e só gira a cabeça
após o corpo girar, sem tirar o olho do ponto.
Há alguns tipos de equilíbrio. O equilíbrio dinâmico é aquele que
o indivíduo mantém equilibrando-se durante um movimento. Por
exemplo, quando andamos de bicicleta, quando andamos em um muro,
quando corremos. O equilíbrio estático é a capacidade de equilibrar-se
em uma posição estática, sem movimento. Esse equilíbrio está presente
ao ficarmos de pé por exemplo. O equilíbrio de recuperação é a
capacidade de recuperar o equilíbrio em uma posição específica, após
sofrer um desequilíbrio. Por exemplo, quando um ginasta sai da barra
fixa, ou cavalo, após um salto, e tem que cair de pé, sem mover os dois
pés para frente ou para trás.

Atividade:

1. Marque V para afirmativa verdadeira e F para afirmativa falsa:

a) O desenvolvimento da força depende de alguns fatores, dentre eles, a idade e o sexo. ( )


b) A força aumenta desde o nascimento até a idade adulta, diminuindo na velhice. ( )
c) Existem mulheres “mais fortes” do que os homens. ( )
d) Pessoas altas são sempre mais fortes do que as mais “baixinhas”. ( )
e) Na maioria dos casos, os homens são mais fortes que as mulheres, em virtude da diferença de
massa muscular. ( )
f) A flexibilidade diminui com a idade. ( )
g) Exercícios de alongamento são importantes no ganho da flexibilidade. ( )
h) As moças, geralmente, têm mais flexibilidade do que os rapazes. ( )
i) A flexibilidade é uma capacidade física não treinável. ( )
j) As capacidades físicas só são necessárias para atletas. ( )

2. Assinale a segunda coluna de acordo com a primeira (deve-se analisar a capacidade física que está
sendo mais exigida):

( 1 ) Resistência ( ) Escrever uma carta


( 2 ) Velocidade ( ) Exercícios de alongamento
( 3 ) Força ( ) Correr por 10 km
( 4 ) Agilidade ( ) Desviar de um soco no boxe
( 5 ) Flexibilidade ( ) 50 metros livre na natação
( 6 ) Equilíbrio ( ) Deslocar uma TV da sala ao quarto
( 7 ) Coordenação ( ) Fazer uma faxina completa em casa
( ) Andar sobre um muro

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( ) Dar uma finta no basquete
( ) 100 metros rasos no atletismo
( ) Ficar em pé por 30 minutos na fila do banco

2. INTRODUÇÃO AOS PRIMEIROS SOCORROS

O corpo de bombeiros define socorros de urgência, ou primeiros socorros, como as medidas


inicialmente tomadas por alguém que esteja qualificado para prestar o socorro, a fim de manter os sinais
vitais e evitar o agravamento de lesões já existentes em uma pessoa que esteja fora do ambiente
hospitalar.
Já segundo a Cruz Vermelha Americana, socorros de urgência são os cuidados imediatamente
prestados a quem esteja lesionado ou subitamente adoecido. Quem presta os socorros de urgência
precisa saber também que encorajar aquele que recebe os socorros, com palavras tranquilizadoras e
motivadoras, que demonstrem sua competência para socorrer.
Assim, quem presta socorros deve saber o que fazer e o que não fazer, evitando os erros
frequentemente cometidos por quem não está preparado para lidar com situações de urgência. A
diferença entre a vida e a morte (em casos mais extremos) ou entre uma rápida recuperação ou um longo
período de hospitalização e tratamento pode depender da qualidade dos conhecimentos sobre socorros
de urgência daquele que presta esse atendimento.
Quando estamos em uma atividade corporal, seja em uma aula de educação física na escola, seja
uma atividade esportiva ou recreativa, o risco de ocorrer uma lesão ou um acidente está sempre
presente. Em tais situações, precisamos saber como fazer para prestar socorro a quem está lesionado,
acidentado ou subitamente se sente mal.
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros
socorros, deve antes de tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras
pessoas, não justifica a tomada de atitudes inconseqüentes, que acabem transformando-o em mais uma
vítima.
A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH (primeiros
socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido sigilo
sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento.
Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser desprezado em hipótese
alguma. A demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como
procedimentos inadequados.
Importante lembrar que um ser humano pode passar até três semanas sem comida, uma semana sem
água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio.

2.1 ALGUNS CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS

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Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar,
cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua saúde, com o objetivo
de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições (estabilização), até que receba
assistência médica especializada.
Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar atendimento
à uma vítima até a chegada do socorro especializado.
Socorrista: É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas
que comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte
do paciente sem agravar as lesões já existentes.
Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de garantir a vida da vítima, sobrepondo à
"qualidade de vida".
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as seqüelas que possam surgir durante e após o
atendimento.
Urgência: Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não seja necessariamente uma
emergência. Ex: contusões leves, entorses, luxações.
Emergência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o
momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível. Ex:
Parada Cardiorrespiratória e hemorragias graves.
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento.
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resulta pessoas mortas ou feridas, mas que pode
oferecer risco futuro.
Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima.

Acidentes ocorrem a qualquer hora, em qualquer lugar e com


qualquer pessoa. Devemos estar preparados para enfrentá-los, e da melhor maneira possível.

2.2 OMISSÃO DE SOCORRO

Deixar de prestar socorro, ou seja, não dar nenhuma assistência a vítima de acidente ou a pessoa
em perigo iminente podendo fazê-lo, é crime segundo o artigo 135 do Código Penal Brasileiro.
A omissão ou a falta de um pronto atendimento eficiente são os principais motivos de mortes ou
danos irreversíveis em vítimas de acidentes de trânsito.

2.3 OBJETIVOS DOS PRIMEIROS SOCORROS:

Preservar a vida;
Reduzir o sofrimento;
Prevenir complicações;
Proporcionar transporte adequado, possibilitando melhores condições para receber o
tratamento definitivo.

2.4 ATITUDES BÁSICAS

Para que se possa realizar o primeiro atendimento a uma vítima, é necessário algumas atitudes, como:
Seriedade, compreensão e confiança;
Manter a calma de si mesmo e das outras pessoas;
Agilidade;

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Bom senso;
Conhecimento técnico e científico;
Agir com segurança para não se tornar outra vítima;
Improviso;
Jamais ultrapassar os limites de atuação;
Não levar a mão à boca e olhos sem antes lavar com água e sabão; Utilizar
luvas de borracha no atendimento;

2.5 OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA

1º - Mantenha a calma;
2º - Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver prestando socorro: primeiro
eu (o socorrista), depois minha equipe (incluindo os transeuntes) e por ultimo a vítima. Isso parece ser
contraditório à primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar novas vítimas;
3º - Ao prestar socorro, é fundamental ligar para o atendimento pré-hospitalar assim que chegar ao local
do acidente. Podemos, por exemplo, discar 193 (número do corpo de bombeiros);
4º - sempre verificar se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no acidente;
5º - Mantenha sempre o bom-senso;
6º - Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos;
7º - Distribua tarefas, assim, os transeuntes que lhe atrapalhariam o ajudará e se sentirão mais úteis;
8º - Evite manobras intempestivas (realizar de forma imprudente, com pressa);
9º - Em caso de múltiplas vítimas, dê preferência aquelas que correm maior risco de vida como, por
exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam sangrando muito; 10º - Seja socorrista e
não um herói (lembre-se do 2º mandamento).

2.6 ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS

Enquanto o socorro especializado não chegar, devemos tomar algumas precauções básicas.
Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do acidente e observar se ela pode oferecer riscos,
para o acidentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO.
Existem critérios internacionalmente aceitos, no que se refere a abordagem (atendimento) da
vítima. As etapas principais são as seguintes:

2.6.1 PRINCIPAIS ETAPAS

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

Consiste na primeira avaliação feita ao chegar ao local do acidente, antes de se iniciar o socorro:

1º Avaliar o Local

É importante
observar
rapidamente se
existem perigos para
o acidentado e para
quem estiver
prestando o socorro
nas proximidades da
ocorrência. Por
exemplo:

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Fios elétricos soltos e desencapados; tráfego de veículos;
andaimes; vazamento de gás; máquinas funcionando; risco de
desmoronamento, explosão, queda de objetos, etc.; Assumir o
controle da situação; Evitar o pânico e afastar os curiosos.

2º Avaliar a Vítima - o estado que ela se encontra:

Neste momento deverá ser feito um rápido exame da vítima, obedecendo a uma sequência
padronizada e corrigindo imediatamente os problemas encontrados.
O exame deverá ser feito rigorosamente nessa seqüência: O “ABCDE” da vida.
A - Abertura das vias aéreas com controle cervical - Estão desobstruídas? Existe lesão da
cervical?
B - Boa ventilação, respiração - Está adequada?
C - Circulação, hemorragia e controle do choque - Existe pulso palpável? Há hemorragias
graves? D - Distúrbio neurológico, nível de consciência;
E - Exposição e proteção da vítima
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

É realizado após a estabilização dos sinais vitais da vítima. Consiste em uma avaliação minuciosa,
a qual se inicia na cabeça e vai até os pés, na parte anterior (frente) e posterior (costas), identificando
lesões que apesar de sua gravidade não colocam a vítima em risco iminente de morte.

2.6.2 CLASSIFICAÇÃO DA VÍTIMA

Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que possam ajudar ao prestador de socorro
classificar a vítima como clínica ou traumática.

Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com natureza fisiológica, como doenças, etc.

Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática, como possíveis fraturas.
Devemos nesses casos atentar para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão.

2.7 SINAIS VITAIS - FORMAS DE CHECAGEM: "VER / OUVIR / SENTIR"

Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que permitem
concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que
devem ser compreendidos e conhecidos são:

Temperatura (precisa de instrumental específico)


Pulso - braquial e carotídeo
Respiração - geralmente usa-se o dorso da mão para sentir
Pressão arterial (precisa de instrumental específico)

Parâmetros considerados normais para sinais vitais.

Temperatura: 36.5º C;
Pulso: 60 a 100 bpm;
FR: 12 a 20 ipm;
P.A: 120 x 80
mmHg.

Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim, que na
ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo
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2.7.1 TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura resulta do equilíbrio térmico mantido entre o ganho e a


perda de calor pelo organismo. A temperatura é um importante indicador da
atividade metabólica, já que o calor obtido nas reações metabólicas se propaga
pelos tecidos e pelo sangue circulante.
A temperatura do corpo humano está sujeita a variações individuais e a
flutuações devido a fatores fisiológicos como: exercícios, digestão, temperatura
ambiente e estado emocional. A avaliação diária da temperatura de uma pessoa
em perfeito estado de saúde nunca é maior que um grau Celsius, sendo mais
baixa pela manhã e um pouco elevada no final da tarde. Existe pequena
elevação de temperatura nas mulheres após a ovulação, no período menstrual e
no primeiro trimestre da gravidez.
Nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 36 a 37ºC.
A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de uma pessoa, pois em algumas
emergências a temperatura muda muito.
O sistema termorregulador trabalha estimulando a perda de calor em ambientes de calor excessivo
e acelerando os fenômenos metabólicos no frio para compensar a perda de calor. Graças a isto, o
homem é um ser homeotérmico que, ao contrário de outros animais, mantêm a temperatura do corpo
constante a despeito de fatores externos.

VARIAÇÃO DE TEMPERATURA DO CORPO


ESTADO TÉRMICO TEMPERATURA (ºC)
Sub-normal 34-36
Normal 36-37
Estado febril 37-38
Febre 38-39
Febre alta (pirexia) 39-40
Febre muito alta (hiperpirexia) 40-41

Perda de Calor

O corpo humano perde calor através de vários processos que podem ser classificados da seguinte
maneira:

Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração.


Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva) associada à eliminação permitirá a perda de calor
em elevadas temperaturas.
Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente. Quanto maior é a quantidade de sangue que
circula sob a pele maior é a troca de calor com o meio. O aumento da circulação explica o
avermelhamento da pele (hipermia) quando estamos com febre.

Verificação da Temperatura

Oral ou bucal - Temperatura média varia de 36,2 a 37ºC. O termômetro deve ficar por cerca de
três minutos, sob a língua, com o paciente sentado, semi-sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes, crianças depois de ingerirem líquidos (frios
ou quentes) após a extração dentária ou inflamação na cavidade oral.

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Axilar - Temperatura média varia de 36 a 36,8ºC. A via axilar é a mais sujeita a fatores externos. O
termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por 3 a 5 minutos, com o acidentado sentado, reclinado
ou deitado.
Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax, processos inflamatórios na axila
ou fratura dos membros superiores.
Retal - Temperatura média varia de 36,4 a 37ºC. O termômetro deverá ser lavado, seco e
lubrificado com vaselina e mantido dentro do reto por 3 minutos com o acidentado em decúbito lateral,
com a flexão de um membro inferior sobre o outro.
Não se verifica a temperatura retal em vítimas que tenham tido intervenção cirúrgica no reto, com
abscesso retal ou perineorrafia.
A verificação da temperatura retal é a mais precisa, pois é a que menos sofre influência de fatores
externos.
O instrumento padrão para a medida da temperatura corpórea é o termômetro clínico de vidro com
mercúrio. Em nosso meio, o método mais aceito é a temperatura axilar o que satisfaz plenamente aos
propósitos clínicos. Vários instrumentos podem ser usados para a avaliação da temperatura da pele. A
literatura internacional adota a medida da temperatura retal ou oral.
2.7.2 PULSO

O pulso é a onda de distensão de uma artéria transmitida pela pressão que o coração exerce sobre
o sangue. Esta onda é perceptível pela palpação de uma artéria e se repete com regularidade, segundo
as batidas do coração.
Existe uma relação direta entre a temperatura do corpo e a freqüência do pulso. Em geral, exceto
em algumas febres, para cada grau de aumento de temperatura existe um aumento no número de
pulsações por minuto (cerca de 10 pulsações).
O pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua freqüência, regularidade, tensão e
volume.
a) Regularidade (alteração de ritmo)
Pulso rítmico: normal
Pulso arrítmico: anormal
b) Tensão
c) Freqüência - Existe uma variação média de acordo com a idade como pode ser visto no
Quadro abaixo.

PULSO NORMAL FAIXA ETÁRIA

60-100 bpm Adultos


80-90 bpm Crianças acima de 7 anos
80-120 bpm Crianças de 1 a 7 anos
110-130 bpm Crianças abaixo de um ano
130-160 bpm Recém-nascidos

d) Volume - Pulso cheio: normal


Pulso filiforme (fraco): anormal

A alteração na freqüência do pulso denuncia alteração na quantidade de fluxo sanguíneo.


As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso são: digestão, exercícios físicos,
banho frio, estado de excitação emocional e qualquer estado de reatividade do organismo.
No desmaio / síncope as pulsações diminuem.

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Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo, é possível avaliar se a circulação e
o funcionamento do coração estão normais ou não. Pode-se sentir o pulso com facilidade:

Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada.


Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir o pulso, fazendo
uma leve pressão sobre qualquer um dos pontos onde se pode verificar mais facilmente o pulso
de uma pessoa.
Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias pulsações.
Contar no relógio as pulsações num período de 60 segundos. Neste período deve-se
procurar observar a regularidade, a tensão, o volume e a freqüência do pulso.

Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea.

Recomenda-se não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isto pode impedir que se percebam os
batimentos.

O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do punho. Usar as pontas de 2 a 3 dedos
levemente sobre o pulso da pessoa do lado correspondente ao polegar, conforme a figura abaixo.

O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria carótida que se localiza de cada lado do pescoço.
Posicionam-se os dedos sem pressionar muito para não comprimir a artéria e impedir a percepção do
pulso.
Do ponto de vista prático, a artéria radial e carótida são mais fáceis para a localização do pulso,
mas há outros pontos que não devem ser descartados.

2.7.3 RESPIRAÇÃO

A respiração é uma das funções essenciais à vida. É através dela que o corpo promove
permanentemente o suprimento de oxigênio necessário ao organismo, vital para a manutenção da vida.

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A respiração é comandada pelo Sistema Nervoso Central. Seu funcionamento processa-se de
maneira involuntária e automática. É a respiração que permite a ventilação e a oxigenação do organismo
e isto só ocorre através das vias aéreas desimpedidas.
A observação e identificação do estado da respiração de um acidentado de qualquer tipo de
afecção é conduta básica no atendimento de primeiros socorros. Muitas doenças, problemas clínicos e
acidentes de maior ou menor proporção alteram parcialmente ou completamente o processo respiratório.
Fatores diversos como secreções, vômito, corpo estranho, edema e até mesmo a própria língua
podem ocasionar a obstrução das vias aéreas. A obstrução produz asfixia que, se prolongada, resulta em
parada cardiorrespiratória.
O processo respiratório manifesta-se fisicamente através dos movimentos ritmados de inspiração e
expiração. Na inspiração existe a contração dos músculos que participam do processo respiratório, e na
expiração estes músculos relaxam-se espontaneamente. Quimicamente existe uma troca de gazes entre
os meios externos e internos do corpo. O organismo recebe oxigênio atmosférico e elimina dióxido de
carbono. Esta troca é a hematose, que é a transformação, no
pulmão, do sangue venoso em sangue arterial.
Deve-se saber identificar se a pessoa está respirando e
como está respirando. A respiração pode ser basicamente
classificada por tipo e freqüência.
A freqüência da respiração é contada pela quantidade de
vezes que uma pessoa realiza os movimentos combinados de
inspiração e expiração em um minuto. Para se verificar a
freqüência da respiração, conta-se o número de vezes que
uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01
inspiração + 01 expiração = 01 movimento respiratório.
A contagem pode ser feita observando-se a elevação
do tórax se o acidentado for mulher ou do abdome se for homem ou criança. Pode ser feita ainda
contando-se as saídas de ar quente pelas narinas.
A freqüência média por minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade. Por exemplo: um
adulto possui um valor médio respiratório de 12 - 20 respirações por minuto.

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (VALORES NORMAIS)


FAIXA ETÁRIA FREQUENCIA RESPIRATÓRIA (ipm)
Recém nascido 30-60
Lactente 24-40
Pré-escolar 22-34
Escolar 18-30
Adolescente 12-16
Adulto 12-20

TIPOS DE RESPIRAÇÃO

Eupnéia - Respiração que se processa por movimentos regulares, sem dificuldades, na


freqüência média.
Apnéia - É a ausência dos movimentos respiratórios, equivale à parada respiratória.
Dispnéia - Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.
Bradpnéia - Diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios.
Taquipnéia - Aceleração dos movimentos respiratórios.
Ortopnéia - O acidentado só respira sentado.

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Hiperpnéia ou hiperventilação - É quando ocorre o aumento da freqüência e da profundidade dos
movimentos respiratórios.

Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio ou a concentração de gás


carbônico no sangue. Isto contribui para a diminuição ou o aumento da freqüência dos movimentos
respiratórios. A nível fisiológico os exercícios físicos, as emoções fortes e banhos frios tendem a
aumentar a freqüência respiratória. Em contra partida o banho quente e o sono a diminuem.

2.7.4 PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de contração do coração, do grau
de distensibilidade do sistema arterial, da quantidade de sangue e sua viscosidade.
Uma pessoa com hipertensão deverá ser mantida com a cabeça elevada; deve ser acalmada;
reduzir a ingestão de líquidos e sal e ficar sob observação permanente até a chegada do médico. No
caso do hipotenso, deve-se promover a ingestão de líquidos com pitadas de sal, deitá-lo e chamar um
médico.
É importante perguntar à vítima sua pressão arterial e passar essa informação ao profissional que
for prestar o socorro especializado.

CLASSIFICAÇÃO DIAGNÓSTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL (> 18 ANOS DE IDADE)


PAD (mmHg) PAS (mmHg) CLASSIFICAÇÃO
<85 < 130 Normal
85-89 130-139 Normal limítrofe
90-99 140-159 Hipertensão leve (estágio 1)
100-109 160-179 Hipertensão moderada (estágio 2)
≥ 110 ≥ 180 Hipertensão grave (estágio 1)
< 90 ≥ 140 Hipertensão Sistólica isolada

2.8 SINAIS DE APOIO

Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros que devem ser
observados para obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. São os sinais
de apoio; sinais que o corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos vitais.
Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma forte
batida na cabeça, por exemplo. Os sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com o
agravamento do estado do acidentado. Os principais sinais de apoio são:
Dilatação e reatividade das pupilas
Cor e umidade da pele
Estado de consciência
Motilidade e sensibilidade do corpo

2.8.1 DILATAÇÃO E REATIVIDADE DAS PUPILAS

A pupila é uma abertura no centro da íris - a parte colorida do olho - e


sua função principal é controlar a entrada de luz no olho para a formação das
imagens que vemos. A pupila exposta à luz se contrai. Quando há pouca ou
quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está
totalmente dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio,
exceto no uso de colírios midriáticos ou certos envenenamentos.

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A dilatação e reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante. Muitas alterações do
organismo provocam reações nas pupilas. Certas condições de "stress", tensão, medo e estados de
préchoque também provocam consideráveis alterações nas pupilas.
Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral, de preferência com
o ambiente escurecido. Se não for possível deve-se olhar as pupilas contra a luz ambiente.

MIOSE – Pupilas contraídas, sem reação a luz Lesões no sistema nervoso central. Abuso de drogas

ANISOCORICA – Pupilas assimétricas (uma dilatada e outra contraída)


Acidente vascular cerebral - AVC, Traumatismo crânio encefálico - TCE.

MIDRIASE – Pupilas dilatadas


Ambiente com pouca luz, anóxia ou hipóxia severa, inconsciência, estado de choque, parada cardíaca,
hemorragia, TCE.
2.8.2 COR E UMIDADE DA PELE

A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no reconhecimento do estado
geral de um acidentado. Uma pessoa pode apresentar a pele pálida, cianosada ou hiperemiada
(avermelhada e quente).
A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos membros, onde
as alterações se manifestam primeiro. A pele pode também ficar úmida e pegajosa. Pode-se observar
estas alterações melhor no antebraço e na barriga.

ALTERAÇÕES ORGÂNICAS QUE PROVOCAM ALTERAÇÕES NA COR E UMIDADE DA PELE

ALTERAÇÃO OCORRÊNCIA
Exposição ao frio, parada cardiorrespiratória, estado de choque,
Cianose (pele azulada)
morte.
Hemorragia, parada cardiorrespiratória, exposição ao frio,
Palidez
extrema tensão emocional, estado de choque.
Hiperemia (pele Febre, exposição a ambientes quentes, ingestão de bebidas
vermelha e quente) alcoólicas, queimaduras de primeiro grau, traumatismo.
Pele fria e viscosa ou
Estado de choque
úmida e pegajosa

2.8.3 Estado de Consciência

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Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em que uma pessoa
mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca, com todos os
sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais.
Quando se encontra um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico,
podese dizer que esta pessoa está perfeitamente consciente. Há, no entanto, situações em que uma
pessoa pode apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e medo. Esta
pessoa certamente não estará em seu pleno estado de consciência.
Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio, estado de choque, estado de coma, convulsão,
parada cardíaca, parada respiratória, alcoolismo, intoxicação por drogas e uma série de outras
circunstâncias de saúde e lesão.
No desmaio há uma súbita e breve perda de consciência e diminuição do tônus muscular. Já o
estado de coma é caracterizado por uma perda de consciência mais prolongada e profunda, podendo o
acidentado deixar de apresentar gradativamente reação aos estímulos dolorosos e perda dos reflexos.

2.8.4 Motilidade e Sensibilidade do Corpo

Qualquer pessoa consciente que apresente dificuldade ou incapacidade de sentir ou movimentar


determinadas partes do corpo está obviamente fora de seu estado normal de saúde. A capacidade de
mover e sentir partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas informações.
Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos movimentos, pode-se suspeitar
de uma paralisia da área que deveria ser movimentada. A incapacidade de mover o membro superior
depois de um acidente pode indicar lesão do nervo do membro. A incapacidade de movimento nos
membros inferiores pode indicar uma lesão da medula espinhal.
O desvio da comissura labial (canto da boca) pode estar a indicar lesão cerebral ou de nervo
periférico (facial). Pede-se à vítima que sorria. Sua boca sorrirá torta, só de um lado.
Pedir à vítima de acidente traumático que movimente os dedos de cada mão, a mão e os membros
superiores, os dedos de cada pé, o pé e os membros inferiores
Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do corpo, geralmente ela
também perde a sensibilidade no local.
Muitas vezes, porém, o movimento existe, mas o acidentado reclama de dormência e formigamento
nas extremidades. É muito importante o reconhecimento destas duas situações, como um indício de que
há lesão na medula espinhal. É importante, também, nestes casos tomar muito cuidado com o manuseio
e transporte do acidentado para evitar o agravamento da lesão. Convém ainda lembrar que o acidentado
de histeria, alcoolismo agudo ou intoxicação por drogas, mesmo que sofra acidente traumático, pode não
sentir dor por várias horas.

A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio é uma chave importante para
o desempenho de primeiros socorros. O reconhecimento destes sinais dá suporte, rapidez e
agilidade no atendimento e salvamento de vidas.

DICAS IMPORTANTES!!!

Toda vítima de trauma possui lesão cervical até provar o contrário!


O estado de uma vítima é inversamente proporcional ao número de informações obtidas pelo
socorrista.
Não se administra nada via oral para vítimas inconscientes!

Atividade:

1. Uma das ações do socorrista para manter a vítima viva é a estabilização dos seus sinais vitais. Cite
quais são esses sinais:
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

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2. Antes de proceder à avaliação secundária, o socorrista deverá realizar:


a) O transporte, não se preocupando com qualquer análise.
b) A avaliação secundária.
c) A pesquisa do ambiente onde ocorreu o acidente, relacionando-o com os problemas da vítima.
d) A avaliação primária, afastando todos os perigos que ameaçam a vida

3. Dentre os objetivos dos primeiros socorros estão:


a) Preservar a vida.
b) Manter a vítima sofrendo.
c) Prevenir complicações.
d) Proporcionar transporte adequado
e) Os itens a, c e d estão corretas.

4. Midríase é o estado em que as pupilas encontram-se:


a) Contraídas.
b) Normais.
c) Dilatadas.
d) Assimétricas.

5. Existem no corpo vários locais onde se podem sentir os pulsos da corrente sanguínea, cite os dois
principais.
1 _____________________________________ 2 ____________________________________

6. Ao observar uma pessoa que acaba de acidentar-se o socorrista percebe que a vítima encontra-se
em apnéia respiratória, isso significa que:
a) A respiração apresenta movimentos regulares, sem dificuldades, na freqüência média.
b) Há uma ausência dos movimentos respiratórios.
c) Há uma diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios.
d) Há uma dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.
3. POSTURA CORPORAL – COLUNA VERTEBRAL

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A inteligência e a capacidade de deslocamento e movimentação, executando tarefas com precisão,


entre outros aspectos, é o que diferencia o ser humano de outros seres vivos.
Com exceção da visão, nem mesmo os outros sentidos como o olfato e a audição são tão
importantes para uma vida saudável como a motricidade da coluna e membros.
A coluna vertebral suporta o peso do corpo, contém e protege a medula espinhal que conduz todos
os estímulos nervosos do cérebro para os membros superiores, tronco e membros inferiores, permitindo
e controlando todas as funções musculoesqueléticas, viscerais do abdômen e estrutural do tórax (pulmão
e coração).
Qualquer doença que comprometa a coluna vertebral pode colocar em risco todas as estruturas e
funções descritas. Na prática, os principais problemas da coluna vertebral são os degenerativos
(desgastes) dos discos e articulações da coluna. Com o passar dos anos, o efeito da má postura, ganho
de peso corporal, levantar e carregar pesos e a falta de condicionamento físico podem desencadear
problemas na coluna.
O conhecimento da anatomia da coluna, como ela funciona, a importância de uma postura correta e
de técnicas adequadas para a realização de esforços ou de levantar pesos, pode prevenir e proteger a
coluna de lesões.
O reforço muscular, através de exercícios adequados e condicionamento físico, também são úteis
na prevenção de desgastes e lesões tanto no trabalho quanto fora dele.
A coluna vertebral é parte subcranial do esqueleto axial. De forma muito simplificada, é uma haste
firme e flexível, constituída de elementos individuais unidos entre si por articulações, conectados por
fortes ligamentos e suportados dinamicamente por uma poderosa massa musculotendinosa.

3.1 ASPECTOS GERAIS

3.1.1 ARRANJO ANATÔMICO GERAL DE COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é uma série de ossos individuais – as


vértebras – que ao serem articulados constituem o eixo central
esquelético do corpo. A coluna vertebral é flexível porque as vértebras
são móveis, mas a sua estabilidade depende principalmente dos
músculos e ligamentos. Embora seja uma entidade puramente
esquelética, do ponto de vista prático, quando nos referimos à “coluna
vertebral”, na verdade estamos também nos referindo ao seu
conteúdo e aos seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos
com ela relacionados. Seu comprimento é de aproximadamente dois
quintos da altura total do corpo.

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A coluna vertebral, sob o ponto de vista de engenharia, é de uma constituição perfeita. Imaginem a
coluna de um prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e ao mesmo tempo tivesse que
movimentar esse prédio. Seria "impossível". Mas a espinha faz isso.
Constituição óssea - A coluna é formada de 33 ossos que são chamados vértebras e está dividida
em 4 regiões: a região cervical (pescoço), com 7 vértebras; a torácica ou dorsal, com 12; a lombar, com
5; a região sacra, com 5 vértebras que se fundiram num só osso chamado sacro, e a região do cóccix,
com 3 ou 4 vértebras, que também se fundiram em um só osso, o cóccix. É a região sacrococcigeana.
As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior até o sacro, tornando-se a
partir daí sucessivamente menores.

3.1.2 REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas: cervical, torácica, lombar e sacral. Essas
curvaturas ajudam a centralizar a cabeça sobre o corpo, proporcionando um equilíbrio para andar na
posição ereta. É também a responsável pela proteção da Medula Espinhal. Esta estrutura (medula) é de
vital importância no organismo humano, pois todo o comando do Sistema Nervoso depende da
integridade medular, que está contido dentro do canal vertebral.

1. Cervical:
constitui o
esqueleto
axial do
pescoço e
suporte da
cabeça.

2. Torácica:
suporta a
cavidade
torácica.

3. Lombar:
suporta a
cavidade
abdominal e
permite
mobilidade
entre a parte torácica do tronco e a pelve.

4. Sacral: une a coluna vertebral à cintura pélvica.

5. Coccígea: é uma estrutura rudimentar em humanos, mas


possui função no suporte do assoalho pélvico.

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Como já vimos, a coluna é um eixo central do corpo humano, portanto ela apresenta uma série de
curvaturas conforme a nossa postura, por isso, quanto mais errado a postura, mais deformidades
ocorrerão na coluna, podendo ocasionar serias lesões, como a hérnia de disco, osteófitos (bico de
papagaio), escoliose, lordose, cifose, gibosidade (corcunda), etc.
A maioria destes desvios da coluna causa pinçamento de nervos que
partem de dentro da coluna. O mais famoso deles é o nervo ciático
(popularmente chamada de dor ciática).
Diversos fatores podem interferir para o desenvolvimento destas
lombalgias, tais como: dormir em posição errada, carregar objetos de forma
incorreta, posturas inadequadas, movimentos bruscos, entre outros.

3.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS POSTURAIS

A coluna vertebral possui 3 tipos de curvas: a lordose, a cifose e a escoliose . A lordose é


presente na coluna cervical e na coluna lombar e a cifose é presente na coluna torácica. A presença
dessas duas curvas é NORMAL nesses níveis ao lado, fazendo parte das curvaturas normais da coluna.
Apenas em casos em que a lordose e a cifose aparecem em grau aumentado é que são consideradas
anormais e devem ser investigadas.
O aumento acentuado (anormal) do grau da cifose e da lordose são denominados de:

• Hipercifose;
• Hiperlordose.
• A Escoliose é sempre uma curva anormal.

3.2.1 ESCOLIOSE

Definição

A escoliose é uma ou mais curvaturas laterais anormal, que atinge geralmente as vértebras
torácicas. Ela pode ser do tipo funcional (ou fisiológica) e estrutural (patológica).
No caso da escoliose funcional a coluna curva-se lateralmente devido à diferença de peso nas
duas metades do corpo em conseqüência:

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• Da poliomielite;
• Da diferença de comprimento dos membros inferiores, devido às fraturas
mal reduzidas, a uma prótese mal adaptada ou a um joelho valgo unilateral;
• De uma má postura.

A escoliose estrutural, geralmente aparece na infância e é progressiva.


A causa é o crescimento desigual das vértebras. Dependendo da gravidade
da curvatura, esta pode comprimir órgãos abdominais e também prejudicar a
respiração.

3.2.2 HIPERCIFOSE

Definição

A cifose é uma acentuada curvatura torácica, deixando a pessoa com aspecto de corcunda. As
causas mais importantes dessa deformidade são a má postura e o condicionamento físico insuficiente.

3.2.3 HIPERLORDOSE

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Definição

A Lordose é um aumento exagerado nas


curvaturas cervical e/ou lombar. Pode ser uma
compensação de uma cifose ou à flacidez muscular
com um ou sem aumento de peso anterior à coluna –
como na obesidade e na gravidez.

3.3 DICAS PARA UMA POSTURA SAUDÁVEL

A má postura ao andar é a causa de


muitas dores. Procure andar o mais ereto
possível, sempre olhando acima da linha do
horizonte. Um bom treino é andar em casa
com um livro sobre a cabeça.

3.3.2 POSTURA AO LEVANTAR PESOS

A maneira correta para levantar pesos e volumes exige a flexão dos


joelhos e aproximação do objeto junto ao corpo, agachando-se sem
inclinar o corpo para frente.

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Contraindo a musculatura abdominal, com a coluna ereta force os
músculos das coxas e pernas para elevar o peso. Utilizando as
articulações dos quadris, joelhos e tornozelos, pode-se atenuar a pressão
e esforços sobre as delicadas articulações da coluna vertebral. Se o objeto
é muito pesado para ser elevado com segurança ou se você não
consegue se posicionar corretamente, solicite auxílio de outra pessoa.

Sua coluna também necessita de suporte


quando você está deitado.
Procure utilizar colchão firme e manter os
joelhos dobrados (fletidos) para preservação do
balanço e equilíbrio da coluna. Um colchão muito
macio permite o corpo afundar causando torções à
coluna. Quando se está deitado de barriga para cima,
o posicionamento de uma almofada ou travesseiro sob
os joelhos também é útil para a manutenção do
posicionamento correto e relaxamento da musculatura
das costas.
3.3.5 POSTURA AO LEVAR UMA MOCHILA OU SACOLA

No transporte das mochilas no ombro, tome cuidado para não


compensar o peso da mochila com a inclinação do tronco para frente.
Os alunos que transportam a mochila através de alças e rodinhas
devem variar o lado que carregam as mochilas, ora no lado direito ora
no lado esquerdo. Isso ajuda a evitar um “vício” postural inadequado.
No caso de sacola cheia, tentar dividir o peso em duas sacolas e levar
uma em cada lado, distribuindo melhor o peso.
Compreender que o nosso corpo e a nossa mente recebem
influências no nosso dia-a-dia é de fundamental importância para
entendermos os cuidados que devemos ter com eles.
Um aspecto bem interessante é analisarmos nossa postura e
nosso comportamento durante o dia, e verificar se estamos sentando
corretamente e alinhados, se ao ficar muito tempo em pé numa fila
estamos nos apoiando o tempo inteiro apenas numa das pernas, pois
estes fatos podem nos ajudar a identificar compensações estabelecidas ao nosso corpo que interferem
na postura corporal, e conseqüentemente em nossa saúde.

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Ao ficar sentado em frente ao computador procure manter o corpo ereto e os pés apoiados no chão,
evite ficar com as pernas cruzadas e os joelhos muito flexionados. Observe se você não está projetando

9 - Procure adaptar os móveis de sua casa e do trabalho de acordo com a sua altura (por exemplo a
pia da cozinha, o tanque de lavar roupa, a mesa ou escrivaninha).
10 - Evite carregar peso somente de um lado.
11 - Evite dormir de bruços (de barriga para baixo).
12 - Evite fazer musculação sem uma orientação adequada.
13 - Evite usar sapato de salto muito alto.
14 - Evite se virar bruscamente para olhar atrás de você.

Atividade:

Faça uma pesquisa em livros e/ou internet e responda:

1. Qual a definição de postura?


_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

2. Existe uma “postura correta” para todas as pessoas?


_______________________________________________________________________________

3. Escolha uma atividade que você faz durante o dia (brincar, ver televisão, andar, dormir, etc.). Como
você acha que a sua coluna vertebral permanece enquanto você realiza esta atividade?
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. Realize uma pesquisa em sua escola, sobre o número de alunos que relatam sentir dor nas costas
devido à má postura e/ou problemas na coluna.

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4. CORPORIEDADE

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A corporeidade constitui-se das dimensões: Física (estrutura física biofísico-motora organizadora


de todas as dimensões humanas); Emocional (instinto, afeto); Mental espiritual (cognição, razão,
pensamento, idéia, consciência); Sócio-histórico-cultural (valores, hábitos). Sendo assim,
corporeidade é a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional
com o mundo.
O corpo é movido por intenções provenientes da mente. As intenções manifestam-se através do
corpo, que interage com o mundo, que dá uma resposta para o corpo, que informa a mente através de
seus órgãos sensoriais, que, analisando as respostas obtidas do ambiente, muda ou reafirma suas
intenções, utilizando o corpo para novas manifestações, enfim, é sentir e utilizar o corpo como ferramenta
de manifestação e interação com o mundo.
Corporeidade é o seu modo de ser e estar no mundo com e através do corpo. É uma expressão
própria dos seres humanos. É o jeito de o ser humano se expressar e comunicar. Ignorando essa forma
única de ser, a sociedade impõe padrões estéticos corporais a serem seguidos, tendo os jovens como
alvo predileto.
O apelo para que se transforme o corpo e o adapte a um padrão corporal imposto pela cultura
movimenta o mercado de consumo. Este vende dietas, vitaminas, suplementos alimentares, moda
esportiva, bebidas isotônicas, ginástica e exercícios. Publicações especializadas na “venda” do corpo são
comuns em bancas. A indústria de cosméticos, produtos estéticos, cirurgia plástica e programas de TV
completam o quadro. O propósito é ser padrão, não há respeito à corporeidade e sim a imposição da
busca do corpo dito aceitável socialmente.
Diante de um apelo diário pela busca da estética corporal ideal, o corpo vem sendo padronizado.
Na sociedade, os indivíduos se encontram reféns de modelos que, estampados nas mais diversas formas
de venda de sua imagem, “estão prontos” a influenciar o corpo do outro a se transformar.
Vivenciando, identificando e brincando com o corpo, a escola possibilita discussões sobre os
estereótipos e estigmas corporais, e a dualidade mente/corpo.

4.1 CONCEPÇÕES DE CORPO

4.1.1 A sociedade do culto ao corpo perfeito

Intensificação do culto à estética ao longo dos séculos pode ter colaborado para a transformação
do indivíduo em objeto.
Produtos de beleza cada vez mais sofisticados, revistas que dão dicas para manter a boa forma,
clínicas de estética e de cirurgia plástica, salões de cabeleireiros e academias de ginástica. Hoje o
mundo está cercado por serviços à disposição de quem deseja cuidar da aparência ou moldá-la.
A preocupação do homem com o corpo, no entanto, não é recente. A origem do culto ao corpo
remonta à Antiguidade. Os gregos acreditavam, há cerca de 2.500 anos a.C., que a estética e o físico
eram tão importantes quanto o intelecto na busca pela perfeição – pensamento traduzido na frase “mens
sana in corpore sano” (mente saudável em corpo são) e na própria história das Olimpíadas.
Após a Era Clássica, na Idade Média, as questões estéticas e o físico ficaram relegados ao
segundo plano. Durante essa época, o corpo foi tratado pela sociedade de forma discreta, com todo o
decoro exigido pelas crenças religiosas, e de acordo com as leis divinas.
Apenas no século 18, nos anos que se seguiram às Revoluções Francesa e Industrial, o corpo
voltou a ter destaque no cotidiano do homem ocidental. De acordo com o psicólogo Fernando de Almeida
Silveira, doutor em Filosofia e professor da Universidade Federal de São Paulo, com a queda da
aristocracia européia, a burguesia foi se auto-afirmando por meio de uma nova relação corpoessência.
"Se os nobres tinham suas origens genealógicas como diferencial, a burguesia passou a desenvolver a
noção de um corpo disciplinado, saudável e longevo para se destacar tanto da aristocracia decadente
quanto do proletariado promíscuo e desregrado".
Além disso, a partir desse período, o corpo que tinha condições de fornecer uma maior
produtividade passou a ser mais valorizado devido à ascensão do Capitalismo Industrial. "Pouco tempo

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depois da primeira Revolução Industrial, no fim do século 19, o mundo assistiu ao chamado 'movimento
ginástico europeu', que buscava 'construir' homens ideais para esse novo modelo de sistema, mais fortes
e saudáveis, por meio da difusão de métodos de ginástica", ressalta o professor de Educação Física da
Universidade Metodista de São Paulo, Wilson Alviano.
No século 21, com a pressão dos ideais de beleza impostos pela indústria da moda e alimentados
pela mídia, a valorização do corpo perfeito tornou-se uma obsessão global. Hoje cada vez mais pessoas
buscam formas de transformar o físico, em busca da perfeição de acordo com os padrões. Segundo
Alviano, essa intensificação do culto à estética já traz danos notórios para a sociedade. "Doenças como
anorexia, bulimia e vigorexia [transtorno caracterizado pela prática de exercícios físicos em excesso]
tomaram um vulto assustador. Muitos colocam suas vidas em risco, consumindo remédios para
emagrecer e anabolizantes ou até mesmo fazendo cirurgias desnecessárias."
Para o psicólogo Fernando de Almeida Silveira, o maior prejuízo da valorização exagerada da boa
aparência é o fortalecimento da concepção de corpo-objeto. "As pessoas passaram a enxergar o corpo
hoje como uma coisa moldável, conforme certos padrões estéticos, fomentados por uma pressão social
de classe. Nesse sentido, o físico, os sentidos e a alma são massificados por conta dessa ditadura de
idealização da beleza". Alviano completa: "Com essa transformação do corpo em coisa, o próprio
indivíduo se reduziu a um objeto, que só possui valor como ostentação dentro dos padrões
preestabelecidos".
Por Renata Firace

4.1.2 Corpo, consumo e mídia

O fim do século passado e o início deste configuram um novo estágio do capitalismo, denominado
por muitos, globalização, ou ainda, ocidentalização do mundo. Nessa fase, a comunicação, o
desenvolvimento tecnológico e a economia vêm trazendo uma acelerada transformação nas sociedades
e, ao mesmo tempo, profundas mudanças no nosso modo de ser, viver, aprender, sentir, pensar e agir.
Vivemos em um sistema capitalista, somos impulsionados a produzir e consumir produtos. Por isso,
passamos a maior parte do tempo envolvidos com o trabalho, dimensão da vida humana que nos permite
atender a toda ordem de necessidades - as essenciais para nossa sobrevivência e as criadas pelo
próprio sistema. O - deus mercadoǁ, muitas vezes, interfere também em nossas opções de lazer com a
família e amigos, principalmente, sobre a influência da indústria cultural.
É nesta lógica que nosso corpo está inserido: por meio dele estamos neste mundo. A partir de suas
interações com outros corpos, espaços e culturas, construímos nossas identidades e subjetividades,
pensamentos e valores. Então, vamos focar nosso olhar sobre a corporeidade (ou as questões relativas
ao corpo) no mundo contemporâneo.
Você deve ter observado que os corpos presentes na telinha (principalmente nas propagandas e
novelas) são, em sua maioria, corpos bonitos, sarados, brancos, louros, jovens, viris, belos, bem
cuidados, ágeis e felizes. Corpos gordos, velhos, flácidos, não são reproduzidos, mas escondidos,
disfarçados e dissimulados. Quase sempre, apenas nos telejornais, é comum aparecerem os corpos do
cotidiano, de gente simples, ligados muitas vezes à pobreza, violência, tragédia e assim por diante.
Isto nos faz pensar que existe um modelo de corpo desejado e suscitado pela mídia, que o
transforma em objeto a ser conquistado e comprado. Torna-se algo idealizado e, na atualidade, é
sinônimo de saudável, belo, atlético, como se esse modelo de corpo fosse a única possibilidade de ser.
Vivemos uma verdadeira tirania da aparência em que o corpo tem sido mais valorizado por suas
próteses, enfeites, vestuário, enfim, pelo que tem e não pelo que é.
Assim, o corpo se torna uma mercadoria como qualquer outra. Compram-se seios, nádegas,
narizes, orelhas.
Eliminam-se os sinais de envelhecimento mudando a cor dos cabelos, injetando produtos para
minimizar as rugas, etc. O corpo é o principal estímulo da indústria da beleza associada à imagem de
juventude que esbanja saúde, alegria. Em nome da beleza (veja bem, da beleza e não da saúde e da
qualidade de vida) consomem-se roupas, alimentos, adereços, aparelhos, suplementos, silicones,

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imagens e exercícios físicos. Essa mercantilização dos corpos tem estimulado o comércio e o consumo
de produtos. O próprio corpo tornou-se veículo utilizado para vender os mais variados tipos de produtos.
Nesse mercado do corpo, aqueles que não têm acesso aos produtos de consumo tornam-se,
muitas vezes, mercadorias baratas. Num país marcado pela desigualdade social, e também racial, como
é o nosso, os representantes de etnias negras e indígenas são os mais atingidos.
Leia a poesia do poeta mineiro Carlos Drumond de Andrade, escrita no início da década de 40, no
século XX, período em que o Brasil estava vivendo o início de seu processo de industrialização: Sensível
às mudanças que vinham ocorrendo em nossa sociedade naquela época, o poeta antecipa seu olhar
sobre suas implicações para os corpos. resumia uma estética? Hoje sou costurado,
sou tecido, sou gravado de forma universal,
Eu, etiqueta saio da estamparia, não de casa, da vitrine me
tiram, me recolocam, objeto pulsante mas
objeto que se oferece como signo dos outros
Em minha calça está grudado um nome que objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar
não é meu de batismo ou de cartório, um assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas
nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de artigo industrial, peço que meu nome
bebida que jamais pus na boca, nesta vida. retifiquem. Já não me convém o título de
Em minha camiseta, a marca de cigarro que homem, meu nome novo é coisa. Eu sou a
não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias coisa, coisamente.
falam de produto que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés. Meu tênis
é proclama colorido de alguma coisa não
provada por este provador de idade. Meu
lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha
gravata e cinto e escova e pente, meu copo,
minha xícara, minha toalha de banho e
sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a
cabeça até o bico dos sapatos, são
mensagens, letras falantes, gritos visuais,
ordem de uso, abuso, reincidência, costume,
hábito, preemência, indispensabilidade, e
fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda. É doce estar na
moda, ainda que a moda seja negar minha
identidade, trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas, todos os
logotipos de mercado. Com que inocência
demito-me de ser eu que antes era e me
sabia tão diverso de outros, tão mim-
mesmo,
ser pensante, sentinte e solitário

com outros seres diversos e conscientes de


sua humana invencível condição. Agora sou
anúncio, ora vulgar, ora bizarro, em língua
nacional ou em qualquer língua (qualquer,
principalmente). E nisto me comprazo, tiro
glória de minha anulação. Não sou - vê lá -
anúncio contratado. Eu é que mimosamente
pago para anunciar, para vender em bares,
festas, praias, pérgulas piscinas, e bem à vista
exibo esta etiqueta global no corpo que
desiste de ser veste e sandália de uma
essência tão viva, independente, que moda
ou suborno algum compromete. Onde terei
jogado fora meu gosto e capacidade de
escolher, minhas indiossicrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam, e
cada gesto, cada olhar, cada vinco de roupa
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Assim como denunciado pelo poeta, podemos perceber que é uma tendência do mundo moderno
reproduzir a mesma lógica do mercado, isto é, o corpo é explorado economicamente e utilizado para
vender e consumir produtos de toda natureza, mesmo que não sejam tão recomendáveis como as
bebidas e os cigarros. Mulheres sedutoras vendem produtos destinados ao público masculino e, o
contrário, recentemente, também tem acontecido. É o caso, por exemplo, das propagandas de cerveja.
Como as mulheres já constituem parte considerável do público que usufrui o produto, é hora de usar
modelos, atores e outros ícones da beleza e do sucesso masculino, com o fim único de vender mais e
mais, lucrar mais e mais. São comerciais planejados e preparados para atingir uma determinada
camada da população, cada vez mais vulnerável a essa visão estereotipada propagada pela mídia –
corpos jovens perfeitos, como modelos a serem copiados e reproduzidos.

4.1.3 A mulher magra que é admirada hoje seria considerada feia até pouco tempo atrás.

No mundo atual, e no Brasil principalmente, a busca pela beleza e pela


juventude está em todo o lugar. O apelo vem da televisão, do cinema, das
propagandas onde homens e mulheres parecem ter vindo do Olimpo, sem
qualquer imperfeição física. Na modernidade, a busca pela beleza virou
comércio e movimenta bilhões de dólares em cosméticos, cirurgias plásticas,
tratamentos contra rugas, celulites e gordurinhas inconvenientes. Está
declarada a guerra contra a natureza que criou o envelhecimento. E nessa
batalha, a pressão pela beleza recai com mais força sobre as mulheres. O
poeta Vinicius de Moraes resumiu a situação com certa crueldade quando
disse simplesmente: as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental.
Mas a revolta da humanidade com o passar do tempo vem de longa data.
A Grécia Antiga admirava a beleza dos corpos e cultuava deuses imortais, sempre jovens e sedutores.
A filósofa Maria de Lourdes Borges, da Universidade Federal de Santa Catarina, lembra que a busca
pela beleza e pela juventude são universais.
"A busca da beleza é natural. A busca da juventude é natural, no sentido de que isso acontece em
todas as civilizações. Isso vem na nossa consciência que somos finitos, nós tememos a morte, não
queremos a morte. Nós sentimos que quando o nosso corpo envelhece isso significa uma certa
proximidade maior da morte. Então de certa maneira é natural que tanto homens quanto mulheres
queiram manter a juventude"
Mas o que é ser belo? Essa pergunta já teve diversas respostas ao longo
da história. Mas algumas características aparecem em lugares e épocas
diferentes. A admiração pela simetria dos traços do rosto, os ombros fortes para
os homens e o corpo de violão para as mulheres são sinais de beleza
considerados universais. Civilizações antigas fizeram imagens onde o barro
moldou mulheres de quadris largos e seios fartos. Nas cavernas ou nas obras de
arte de pintores como Boticcelli e Rubens, as mulheres eram admiradas por
curvas que permitiam uma barriguinha sem maiores traumas.
O geneticista Renato Zambora aponta que a
beleza é uma questão importante para que os homens escolham as esposas. E
durante a evolução humana, a beleza feminina se relacionou com a capacidade
de ter filhos. Mulheres gordas, de quadril largo e cintura fina, indicavam a
possibilidade de gerar uma prole saudável. Zambora explica que a cultura pode
criar padrões estéticos diferentes, como o culto à magreza que se vê hoje, mas
o cérebro masculino continua reagindo à beleza da mesma forma que há
milhares de anos.

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Não é verdade que homens achem muito bonitas mulheres muito magras. Elas perdem os ícones
sexuais, a relação da cintura quadril fica prejudicada porque o quadril emagrece, e ficam praticamente
com ausência de mamas. O cérebro acaba não identificando aquilo como corpo de mulher.
A historiadora Mary del Priore, indica que o primeiro documento sobre a beleza da mulher
brasileira seria a carta de Pero Vaz de Caminha, que louva a beleza da mulher indígena, descrita como
limpa e gorda.
É interessante esse olhar masculino sobre o corpo da índia nua e
gorda porque a gordura, de fato, no século XVI, as carnes cheias, o corpo
cheio, é sinônimo de beleza que nós já podemos detectar na pintura do
Barroco, tendo como exemplo à pintura As três graças (ao lado), de
Rubens, que é um dos mais importantes representantes desse tipo de
pintura. Onde o referencial era mulheres gordas, na época, sinal de
prestígio social e boa condição financeira, uma vez que só pessoas nobres
conseguiam se alimentar com fartura. Uma mulher de costelas à mostra
seria certamente um sinônimo de feiúra. A magreza sempre é vista da
perspectiva da fome, do empobrecimento e da doença.
A gordura como padrão de beleza se associa também com o
consumo alimentar das elites que tinham acesso ao açúcar, artigo raro e muito caro naquela época.
Mary del Priore explica que no decorrer dos séculos, o corpo feminino mais cheio continuou a ser
admirado. As curvas seguiam insinuando o poder feminino de gerar.
E esse potencial procriador está nos quadris, está nas cadeiras, no
bumbum, no ventre. Quanto mais cheio embaixo, mais bonita era a mulher. A
moda, inclusive, vai acentuar esse critério estético porque a moda das
anquinhas (que era uma almofada ou armação que as mulheres usavam sob a
saia, para entufá-la), que atravessa toda a segunda metade do século XIX, ela
acentua o posterior da mulher, enquanto o espartilho comprime violentamente a
cintura, projetando os seios. Então, realmente a mulher se torna no imaginário
masculino um verdadeiro violão.
Nesse mesmo século XIX, a magreza vira moda na esteira das heroínas
românticas retratadas nos livros. As mulheres se deixavam emagrecer e se
maquiavam para simular olheiras mais profundas. Mas foi um modismo passageiro, e a imagem das
carnes cheias como padrão de beleza vai chegar até o século XX. Mas nesse momento,
transformações importantes acontecem com a mudança nos papéis da mulher e sua entrada no
mercado de trabalho. O fortalecimento da indústria da beleza e a globalização também irão modificar a
maneira como as pessoas buscam uma forma física atraente.

Atividade:

Com base nos textos abordados no capítulo 4, responda:

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1. Como o corpo tem sido visto?
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2. Com que imagem de corpo convivemos em nosso dia-a-dia?


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

3. Que mensagens são transmitidas por essas imagens?


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4. Será que hoje a maioria das pessoas consideraria belas as mulheres que o artista escolheu como
modelos para seus quadros (as três Graças)? Comente.
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5. Formem grupos e realizem uma pesquisa em jornais impressos, vídeos, revistas, internet e outros,
sobre os padrões de beleza preconizados no Brasil. Quem dita esses padrões e quais os
benefícios e prejuízos decorrentes da busca por esses padrões?

5. INFLUÊNCIAS DA MÍDIA NO ESPORTE

“Basta ligar a televisão e ´zapear´ um pouco com o controle remoto: o esporte está em toda a parte. Não
apenas nos programas e noticiários especificamente esportivos, em que é produto espetacular, mas nos
filmes, nos programas de auditório, de entrevistas, nos telejornais, nos desenhos animados, nas telenovelas
e nos seriados. Nos anúncios publicitários, é invocado para vender sorvete, assinatura de jornal, remédio,
automóvel, desodorante, serviços bancários, refrigerante” (BETTI, 1998).

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Mauro Betti, no trecho citado acima, e em todo o seu livro “A janela
de vidro”, faz uma análise de como a mídia televisiva exerce influência
sobre o esporte. Podemos, entretanto, estender sua análise para todos
os tipos de mídia: jornais, revistas, rádio e internet. De fato, o esporte é
onipresente e ocupa espaços relevantes em todas elas. A Folha de São
Paulo, em levantamento sobre os assuntos mais abordados em suas
páginas no ano de 2004, revelou que o futebol foi o assunto que mais
apareceu, acima de quaisquer temas políticos, econômicos e culturais.
Mídia e esporte têm, hoje, uma relação de interdependência
extremamente forte.
Entretanto, essa relação não é apenas de divulgação do esporte
na mídia. A mídia também assume o papel de participar da
determinação dos rumos do esporte (horários, regras, formas de disputa,
etc), de enfatizar uma certa compreensão de esporte, de defender ou
atacar políticas públicas de esporte, enfim, mais do que apenas informar sobre o esporte, a mídia
influencia o esporte.
Por outro lado, o esporte não só depende da mídia para ser divulgado e patrocinado, e é por ela
influenciado, mas também influencia a cobertura que dele se faz, ao censurar certos assuntos, ao impor
certas visões, ao ocupar os horários nobres, etc. O jornalista Jorge Kajuru, em crônica na Folha de São
Paulo (12/10/2005) afirma que, ao ser convidado para trabalhar por uma emissora de TV, teria sido
alertado: “você não vai poder criticar horário de jogo porque é assunto comercial. Nem vai bater em
dirigentes quando a emissora estiver negociando direitos com os mesmos”.
A lógica que rege a relação entre esporte e mídia é a da espetacularização e do consumo, uma
vez que tanto o esporte quanto a mídia se beneficiam dessa relação. Porém, ao nos referirmos ao
esporte que está na mídia, não estamos nos referindo a qualquer esporte, mas em particular ao esporte
de alto rendimento, uma vez que o esporte de lazer raramente se torna assunto da mídia. Enfim, já não
é possível referir-se ao esporte contemporâneo, especialmente o esporte de
alto rendimento, sem associá-lo aos meios de comunicação
de massa.
A discussão sobre os modos de produção do discurso
da mídia nos ajuda a compreender a quem interessa esse
discurso e por que aqueles jornalistas que fogem à
submissão às regras desse jogo perdem espaço na mídia.
Os ângulos da TV numa transmissão, a omissão de certas
informações, a construção e desconstrução dos ídolos
esportivos, os comentários durante uma transmissão
esportiva, dentre outros, não são questões meramente
técnicas.

5.1 ESPORTE E MÍDIA

Muitas vezes, os profissionais que trabalham com o ensino negligenciam a forte influência que a
mídia pode exercer no educando por meio de contínuos e variados modismos. Na área de Educação
Física, esse poder é mais acentuado, pois os esportes foram transformados em grandes espetáculos,
os clubes e selecionados, em grandes marcas e os atletas, em “estrelas” com alto potencial para a
venda de produtos esportivos. Um exemplo típico é o número de empresas que procuram fazer sua
publicidade através dos jogadores de futebol, voleibol, basquetebol, etc., de acordo com a popularidade
que esses esportes tem nos diferentes países em que são praticados.

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É em virtude disso que as pessoas associam os ídolos a determinadas marcas. Assim, passam a
consumir certos produtos não por sua qualidade, mas, sim, pela falsa impressão de que ela é
fundamental para o sucesso do atleta. Esportistas de destaque, como Ronaldinho, Rivaldo, Giba,
Gustavo Borges, Oscar, Paula, Hortência, Ayrton Senna e Guga já eram talentosos antes de assinarem
contratos milionários com empresas de grande porte. Por sinal, os equipamentos com tecnologia de
ponta usados pelos atletas profissionais trazem uma sutil melhora de performance, interferindo apenas
nos resultados de competições de alto nível - como os campeonatos mundiais, Olimpíadas, ligas, etc. -
e são insignificantes para o praticante amador. Exemplo disso foi o lançamento de uma bicicleta
aparelhada com todos os equipamentos necessários para a realização de acrobacias. A propaganda
desse produto mostrava um dos atletas de renome mundial fazendo várias peripécias com muita
facilidade. Milhares de bicicletas foram vendidas, mas as crianças e jovens que as compraram
acabaram frustrando-se, pois a dificuldade para realizar as manobras era muito grande, ao contrário do
que era enfatizado na propaganda. Outro exemplo foi o marketing criado em torno do jogador
Ronaldinho. O cognome “fenômeno”, como é chamado o jogador, não se refere somente à sua
excelência em campo, mas à sua capacidade de aumentar as vendas do produto que anuncia: de
bebidas lácteas a cerveja e de artigos esportivos a roupas clássicas. Há que se destacar que as
chuteiras feitas de couro de canguru usadas pelo jogador, que pesam poucos gramas, têm um preço
muito acima das chuteiras comuns, mas, mesmo assim, é um sucesso de vendas. Nada comprova que
elas sejam responsáveis pelo bom futebol praticado por Ronaldinho e muito menos que elas possam
fazer alguém jogar melhor.
Além dos esportes, a própria concepção de estética é construída com base nos meios de
comunicação. Os atores, atrizes e outras personalidades de programas como novelas, jornais, seriados,
de auditório, entre outros, mostram um perfil que não condiz com o da maioria da população. As
pessoas exibidas pelos meios de comunicação são magras, altas e belas. Uma pesquisa constatou que
a estatura média dos atores de novela é 1,88 m para homens e 1,76 m para mulheres, enquanto a
média da população brasileira não ultrapassa 1,70m e 1,60m respectivamente. O contraste é muito
grande e afeta diretamente a relação que temos com o próprio corpo. É só pensar nos meninos que
praticam voleibol e que, aos 15 anos de idade, mesmo com 1,80 m, são rejeitados nas “peneiradas” dos
grandes clubes brasileiros porque a altura mínima exigida é de 1,85 m. Esses jovens passam a se
considerar baixos, apesar de se encontrarem muito acima da média da população.
Com a existência de casos tão variados, não se deve ignorar a constante influência que a mídia
exerce sobre os adultos e principalmente os adolescentes. A melhor forma de trabalhá-la é conduzir,
através do debate, a entender que a mídia lança modismos que nem sempre devem ser incorporados
pelo nosso repertório e que a concepção estética é baseada na auto-estima, ou seja, o conceito de
beleza depende mais do autoconhecimento e da aceitação de si mesmo do que de medidas definidas
pelos meios de comunicação.

Portal Educacional

Atividade:

1. Por que tal visão se impõe na mídia que o esporte competitivo e de alto rendimento são a única
forma ou a forma mais legítima de se praticar e organizar esporte?
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2. Por que a perspectiva do esporte de lazer é pouco noticiada?


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3. Por que não se encontram ou se encontram muito poucas reportagens sobre as políticas públicas
de esporte e lazer?
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______________________________________________________________________________

4. Pesquise sobre que esportes tiveram suas regras, formas de disputa e horários de realização
alterados devido a influencia da mídia? Esquematize relatando os prejuízos e/ou benefícios
provocados por tais mudanças no esporte?

5. Formem grupos e pesquisem se possível, em todas as produções midiáticas sobre esporte:


recortes de jornal, programas de televisão, documentários, transmissões ao vivo, páginas na
internet, livros sobre esporte, propagandas que usam o esporte ou esportistas para vender seus
produtos, etc. Apresentem em sala os resultados da pesquisa. (trabalho oral, painel, cartazes,
slides, encenação, etc). Pesquise também os esportistas que atualmente são os mais requisitados
para realização de comerciais.

6. HISTÓRIA DO FUTSAL

6.1 A ORIGEM

O Futebol de Salão tem duas versões sobre o seu surgimento, e, tal como em outras
modalidades desportivas, há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que o futebol de
salão começou a ser jogado por volta de 1940 por frequentadores da Associação Cristã de Moços
(ACM), em São Paulo, pois havia uma grande dificuldade
em encontrar campos de futebol livres para poderem jogar e
então começaram a jogar suas ''peladas'' nas quadras de
basquete e hóquei.
No início, jogava-se com cinco, seis ou sete jogadores
em cada equipe, mas logo definiram o número de cinco
jogadores. As bolas usadas eram de serragem, crina
vegetal, ou de cortiça granulada, mas apresentavam o
problema de saltarem muito e freqüentemente saiam da

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quadra de jogo, então tiveram seu tamanho diminuído e seu peso aumentado, por este fato o futebol de
salão foi chamado o ''esporte da bola pesada''.
Há também a versão, tida como a mais provável, onde sua origem se remete ao Uruguai na
década de 30, mais precisamente em 1934 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Uruguai,
pelo Professor de Educação Física Juan Carlos Ceriani, que chamou este novo esporte de ''INDOOR-
FOOT-BALL''.

6.2 PRIMEIRAS ENTIDADES OFICIAIS

Habib Maphuz é um dos nomes que mais se destaca nos primórdios do futebol de salão. Maphuz
era professor da ACM de Saõ Paulo e no início dos anos cinqüenta participou da elaboração das
normas para a prática de várias modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras,
tudo isto no âmbito da ACM paulista, este mesmo salonista fundou a primeira Liga de Futebol de Salão,
a Liga de Futebol de Salão da Associação Cristã de Moços. Mais tarde o professor se tornou o
primeiro presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão.

6.3 PRIMEIRAS REGRAS

As primeiras regras publicadas foram editadas em 1956. As


normas foram feitas por Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes, em são
Paulo.
Juan Carlos Ceriani e Habib Maphuz, ambos, professores da
ACM são considerados os pais do Futebol de salão. Este esporte,
relativamente novo, é sem nenhuma contestação a segunda
modalidade esportiva mais popular no Brasil, somente atrás do futebol,
e atualmente o esporte em maior crescimento em todo o mundo.
O Futebol de Salão brasileiro tinha no seu início, várias regras.
Foi então que em 5 de fevereiro de 1957 o então presidente da
Confederação Brasileira de Desportos – CBD, Sylvio Pacheco criou o
Conselho técnico de Assessores de Futebol de Salão para conciliar
divergências e dirigir os destinos de tal esporte no Brasil.

6.4 O PRIMEIRO CAMPEONATO MUNDIAL

Em 1982 no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, foi realizado o 1º Campeonato mundial de


Futebol de Salão, com a participação de Brasil, Argentina, Costa Rica, Tchecoslováquia, Uruguai,
Colômbia, Paraguai, Itália, México, Holanda e Japão. O Brasil venceu a final do Paraguai por 1 x 0.

6.4.1 Galeria dos Campeões do Mundo

ANO CAMPEÃO LOCAL ENTIDADE


1982 Brasil Brasil FIFUSA
1985 Brasil Espanha FIFUSA
1988 Paraguai Austrália FIFUSA
1989 Brasil Holanda FIFA
1992 Brasil Hong Kong (China) FIFA
1996 Brasil Espanha FIFA
2000 Espanha Guatemala FIFA
2004 Espanha Taipei (China) FIFA

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2008 Brasil Brasil FIFA

6.4.2 Mudança na terminologia

Na década de 90 ocorreu a grande mudança na trajetória do futebol de salão, pois é feita sua
fusão com o futebol de cinco (prática esportiva reconhecida pela FIFA).
Surge então o "FUTSAL" terminologia adotada para identificar esta fusão no contexto esportivo
internacional.

1 – DIMENSÕES DA QUADRA
A quadra de jogo será um retângulo tendo um comprimento mínimo de 25 metros e máximo de 42
metros e a largura mínima de 16 metros e máxima de 25 metros.

a) Para os Certames Nacionais nas categorias Adulta e Sub-20, masculinas, a quadra de jogo terá
medidas de no mínimo 38 metros de comprimento por 18 metros de largura, com área de escape
de no mínimo 1,5 metros. Para as Ligas Futsal masculina e feminina, as medidas da quadra de
jogo, excepcionalmente, poderão ser definidas em reunião entre clubes participantes e
organização, constando, obrigatoriamente, nos regulamentos das competições;
b) Para os Certames Nacionais nas categorias Adulta, Sub-20, Sub-17 e Sub-15 femininas, bem como
nas categorias Sub-17 e Sub-15 masculinas, a quadra de jogo terá medidas de no mínimo 36
metros de comprimento por 18 metros de largura, com área de escape de no mínimo 1,5 metros;
c) Para as competições estaduais, as dimensões das quadras, poderão ser regulamentadas pelas
Federações locais;
d) As quadras devem possuir, obrigatoriamente, em perfeitas condições de uso e visibilidade para o
público, jogadores, membros da comissão técnica e para a equipe de arbitragem, placar ou
mostrador, onde serão fixados ou indicados os tentos da partida e o cronômetro eletrônico para
controle do tempo de jogo.

6.5 CONHECENDO AS DIMENSÕES DA QUADRA DE FUTSAL - R EGRA 1

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2 - PARTIDAS INTERNACIONAIS
Para as partidas internacionais a quadra de jogo deverá ter um comprimento mínimo de 38 metros
e máximo de 42 metros e ter a largura mínima de 20 metros e a máxima de 25 metros.

3 - MARCAÇÃO DA QUADRA
Todas as linhas demarcatórias da quadra deverão ser bem visíveis, com 8 (oito) centímetros de
largura e pertencem as zonas que demarcam.

a) As linhas limítrofes de maior comprimento denominam-se linhas laterais e as de menor


comprimento linhas de meta;
b) Na metade da quadra será traçada uma linha divisória, de uma extremidade a outra das linhas
laterais, eqüidistantes às linhas de meta;
c) As linhas demarcatórias da quadra, na lateral e no fundo, deverão estar afastadas no mínimo 1(um)
metro de qualquer obstáculo (redes de proteção, telas, placas de propagandas, grades ou
paredes);
d) O centro da quadra será demarcado por um pequeno círculo com 10 (dez) centímetros de raio,
situado no meio da linha divisória;
e) Ao redor do pequeno círculo será fixado o círculo central da quadra com um raio de 3 (três) metros.

4 - ÁREA PENAL
A área penal, situada em ambas as extremidades da superfície de jogo, será demarcada da
seguinte forma:
A 6 (seis) metros de distância de cada poste de meta, parte externa, haverá um semicírculo
perpendicular à linha de meta que se estenderá ao interior da quadra com um raio de 6 (seis) metros. A
parte superior deste semicírculo será uma linha reta de 3,16 metros, paralela a linha de meta, entre os
postes. A superfície dentro deste semicírculo denomina-se área penal. A linha curva que marca o limite
exterior da área penal denomina-se como linha da área penal e faz parte da área.

5 - PENALIDADE MÁXIMA
A distância de 6 (seis) metros do ponto central da meta, medida por uma linha
imaginária em ângulo reto com a linha de meta e assinalada por um pequeno círculo de 10 (dez)
centímetros de raio, será marcado o respectivo local para a cobrança da penalidade máxima. À
distância de 5 (cinco) metros da marca do tiro livre para a direita e para a esquerda, serão feitas
marcas, para sinalizar a distância mínima que os jogadores podem ficar na cobrança dos tiros livres
dos 10 (dez) metros. A largura dessas marcas é de 8 (oito) centímetros.

6 - TIRO LIVRE SEM BARREIRA


A distância de 10 (dez) metros do ponto central da meta, medida por uma linha imaginária
em ângulo reto com a linha de meta, serão marcados retângulos de 10 (dez) por 8 (oito) centímetros, de
onde serão cobrados os tiros livres sem barreira.

7- TIRO DE CANTO
Nos quatro cantos da quadra, no encontro das linhas laterais com as linhas de meta serão
demarcados 1/4 (um quarto) de círculo com 25 centímetros de raio, de onde serão cobrados os tiros de
canto. O raio de 25 centímetros partirá do vértice externo do ângulo formado pelas linhas lateral e de
meta até o extremo externo da nova linha.

8 - ZONA DE SUBSTITUIÇÕES E ÁREA TÉCNICA


1. É o espaço determinado na linha lateral, do lado onde se encontra a mesa de anotações
e cronometragem, iniciando-se a uma distância de 5 (cinco) metros para cada lado, partindo da linha
divisória do meio da quadra, onde inicia a zona de substituição. Para cada zona haverá um espaço de 5

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(cinco) metros, localizado em frente ao banco de reservas das equipes, identificados com linhas de 80
(oitenta) centímetros por 8 (oito) centímetros de largura, ficando 40 (quarenta) centímetros no interior da
quadra e 40 (quarenta) centímetros para fora da quadra. Este espaço de 5 (cinco) metros situado entre
estas linhas de 80 (oitenta) centímetros os jogadores deverão entrar e sair da quadra por ocasião das
substituições. O espaço a frente da mesa do anotador e cronometrista com 5 (cinco) metros de cada
lado da linha divisória do meio da quadra deverão permanecer livres.
2. A área técnica deverá ser marcada junto à zona de substituições, a uma distância de 0,75
(setenta e cinco) centímetros da linha lateral, no mesmo alinhamento do início da zona de substituições
e terminando 1 (um) metro após o término da zona de substituições, fechando até o alinhamento dos
bancos de reservas, onde o técnico ou treinador poderá permanecer em pé e passar as instruções para
sua equipe.

9 - METAS
As metas serão colocadas no centro de cada linha de meta. Serão formadas por dois postes
verticais separados em 3 (três) metros entre eles (medida interior) e ligados por um travessão horizontal
cuja medida livre interior estará a 2 (dois) metros do solo.

a) A largura e espessura dos postes e do travessão serão de 8 (oito) centímetros e quando roliços
terão o diâmetro de 8 (oito) centímetros;
b) Os postes e travessão poderão ser confeccionados em madeira, plástico, ferro ou material similar e
pintados em cores contrastantes com a quadra de jogo;
c) Serão colocadas redes por trás das metas e obrigatoriamente presas aos postes, travessão e aos
suportes de sustentação junto ao solo. Deverão estar convenientemente sustentadas e colocadas
de modo a não perturbar ou dificultar a ação do goleiro. As redes serão de corda ou náilon, em
material resistente e malhas de pequena abertura para não permitir a passagem da bola;
d) A profundidade da meta ficará na parte externa da superfície de jogo, sendo no mínimo 80
centímetros na parte superior e de 100 centímetros ao nível do solo.

10 - SEGURANÇA
As metas podem ser portáteis, mas devem ser, preferencialmente, fixadas firmemente ao solo
durante as partidas, de maneira que não caiam sobre os jogadores.

11 - SUPERFÍCIES DE JOGO
A superfície de jogo deverá ser lisa, estar livre de asperezas e não ser abrasiva. O seu piso será
construído de madeira, material sintético ou cimento, rigorosamente nivelado, sem declives, nem
depressões, prevenindo escorregões e acidentes.

12 – DECISÕES
1. Perpendiculares as linhas de meta e para fora da superfície de jogo, deverá ser feita uma
marca com largura de 8 (oito) centímetros e comprimento de 10 (dez) centímetros, a uma distância de 5
(cinco) metros da união da parte externa das linhas laterais com as linhas de meta, para regular a
distância que os jogadores devem permanecer por ocasião da cobrança dos tiros de canto e laterais.
Os jogadores não necessitam ficar a 5 (cinco) metros da linha lateral, mas devem ficar a uma distância
de 5 (cinco) metros da bola.
2. Os bancos de reservas das equipes situam-se atrás da linha lateral, imediatamente na
continuação da área livre, situada ao lado da mesa de anotações, ficando cada equipe no banco situado
em sua quadra de defesa, onde serão realizadas as suas substituições.

RECOMENDAÇÕES:

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a) Os árbitros ao entrarem na quadra, devem conferir se todas as marcações estão corretas e se
não estiverem, solicitar a imediata correção e registrar em relatório as incorreções;
b) Verificar as condições das redes das metas e redes de proteção em volta da quadra de jogo;
c) Não será permitido que o Massagista ou Atendente, Médico ou Fisioterapeuta e Preparador Físico
permaneçam em pé durante a partida, quando não estiverem executando suas respectivas
funções. Também não será permitido qualquer tipo de manifestação durante a partida;
d) Os jogadores reservas devem permanecer sentados em seus respectivos bancos de reservas ou
em aquecimento nos locais apropriados e determinados pelos árbitros;
e) Cada equipe deve permanecer no banco de reservas correspondente a sua meia quadra de
defesa, onde serão feitas as suas substituições;
f) Não serão permitidas marcações na quadra de jogo que não estão previstas.

Atividade:

1. Formem grupos, cada grupo ficará responsável pela verificação das medidas de cada setor da
quadra (divisões a critério do professor) e realizar um comparativo com as medidas
estabelecidas pela Confederação Brasileira de Futsal - CBFS.

7. JOGO E ESPORTE – COOPERAÇÃO X COMPETIÇÃO

O aumento da conscientização da necessidade de incentivar e desenvolver o espírito de


cooperação, de participação numa comunidade, vem transformando profundamente o estilo de se
trabalhar em grupo.
A própria capacidade cooperativa é um quesito valorizado na hora de conseguir emprego, porque as
pessoas estão descobrindo que não dá para ir muito longe sozinhas. Antigamente, as grandes
invenções eram atribuídas a uma pessoa. Foi assim com o telefone, com a lâmpada. Hoje, são as
equipes que trabalham em conjunto, e unir-se de maneira eficiente tornou-se muitíssimo importante.
Há muito que os jogos estão presentes nas atividades educacionais, mas a maioria dos jogos
tradicionais no Ocidente são competitivos.
O conceito de jogos cooperativos tem como elementos primordiais a cooperação, a aceitação, o
envolvimento e a diversão.
Nos jogos cooperativos o confronto é eliminado e joga-se uns COM os outros, ao invés de uns
CONTRA outros. A comunicação e a criatividade são estimuladas.
Nos jogos cooperativos existe cooperação, que significa agir em conjunto para superar um desafio
ou alcançar uma meta, enquanto que nos jogos competitivos cada pessoa ou time tenta atingir um
objetivo melhor do que o outro. Ex.: marcar gols, cumprir um percurso em menor tempo, etc.

O quadro abaixo nos dá uma idéia das principais características dos dois tipos de jogos.

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JOGOS COOPERATIVOS JOGOS COMPETITIVOS
Visão de que "tem para todos" Visão de que "só tem para um"
Objetivos comuns Objetivos exclusivos
Ganhar COM o outro Ganhar DO outro
Jogar COM Jogar CONTRA
Confiança mútua Desconfiança, suspeita
Descontração Tensão
Solidariedade Rivalidade
A vitória é compartilhada A vitória é somente para alguns

As atividades que privilegiam os aspectos cooperativos são importantes por contribuírem para o
desenvolvimento do sentido de pertencer a um grupo, para a formação de pessoas conscientes de sua
responsabilidade social, pois trabalham respeito, fraternidade e solidariedade de forma lúdica e
altamente compensatória, levando a perceber a interdependência entre todas as criaturas. Nelas,
ninguém perde, ninguém é isolado ou rejeitado porque falhou. Quando há cooperação todos ganham,
baseados num sistema de ajuda mútua.
Os jogos cooperativos requerem o desenvolvimento de estratégias onde a cooperação é
necessária para que um determinado objetivo seja atingido, superando as condições ou regras
estabelecidas. Em lugar da competição pessoal, é estimulado o desenvolvimento da ajuda mútua e do
trabalhar com os outros para um objetivo comum. Como ninguém é desclassificado, todos os
participantes podem retirar total satisfação do jogo, porque ninguém corre o risco de se sentir
inferiorizado perante o grupo. A satisfação pessoal advém não do fato de ganhar dos outros, mas do
melhorar progressivo das suas capacidades individuais, que são usadas para atingir um objetivo grupal.
Através de jogos cooperativos torna-se mais fácil criar um bom espírito de grupo, de elementos ligados
por laços solidários e afetivos.
Os jogos competitivos, por sua vez, também têm seu papel educacional, quando nos ensinam a
lidar com a competitividade existente dentro de nós. Compreender a competição e as emoções
relacionadas a ela num ambiente assistido, no espaço da aprendizagem, é uma oportunidade para que
as crianças passem a lidar com a realidade do mundo competitivo de maneira mais serena e
equilibrada. Afinal, a competição pode gerar diversos conflitos e emoções desagradáveis. Pode levar à
comparação, frustração, ao sentimento de vitória ou de derrota, à exclusão, e as situações de aula,
quando bem encaminhadas, podem contribuir para ajustar a percepção destes momentos à sua
verdadeira dimensão íntima, visando o equilíbrio. No ambiente competitivo bem administrado também
estão presentes a necessidade do respeito, a superação de limites e a amizade.
Quando saudável, a competição pode permitir que uma pessoa chegue a um desempenho que
dificilmente conseguiria alcançar sem a contraposição de outra. Segundo Shutz, a competição é
prejudicial quando há a tentativa de trapacear, quando há um gasto excessivo de energia para ganhar
ou, ainda, quando representa a diminuição do adversário.
Do contrário, ela pode ser altamente positiva, preparando a pessoa inclusive para a
competitividade da própria vida, às vezes expressa pela chamada “seleção natural”. Assim, a presença
do outro em situações de comparação a disputa pode levar a um significativo aprimoramento cognitivo,
afetivo, motor e social.

COOPERAÇÃO: é uma situação em que para o objetivo de uma pessoa ser alcançado, todos os
demais deverão alcançar os seus respectivos objetivos.

COMPETIÇÃO: é quando para que um dos membros alcance os seus objetivos, os outros serão
incapazes de atingir os deles.

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7.1 JOGAR COM OU CONTRA?

O que diferencia o jogar com e o jogar contra? Quando jogamos com alguém, entendemos que
ele está apenas temporariamente do outro lado e que significa um desafio lúdico, mas de forma alguma
provoca o desejo de ser violento, desleal, desonesto, rancoroso. Quando jogamos com, elogiamos a
beleza das jogadas do outro lado, reconhecemos a sua superioridade quando for o caso, encaramos
cada bola perdida como um desafio a ser superado na próxima disputa, vibramos com o nosso sucesso
sem diminuir quem está na outra equipe. É preciso ficar claro, entretanto, que quando jogamos com
continuamos movidos pelo desafio de jogar bem e superar o outro lado. O que não fazemos é tentar ser
melhor a qualquer custo, passando por cima de valores como o respeito ao outro, a lealdade, a
ludicidade, entre outros.
Quando jogamos contra, transformamos nossa frustração em violência verbal e corporal,
desdenhamos do sucesso da outra equipe, mentimos (“Eu?!! Nem encostei a mão na bola”, após
deliberadamente termos colocado a mão na bola, por exemplo) quando a mentira nos permite levar
vantagem. Ao jogar contra, podemos chegar a ponto de criar inimigos quando a outra equipe nos vence
ou nos frustra e quando nos recusamos a nos confraternizar com o outro lado após as partidas.

Atividade:

Com os conhecimentos que a leitura lhe trouxe e sua experiência de vida, responda às questões.

1. Você já vivenciou alguma situação de jogo em que estiveram presentes itens contidos no texto jogo
e esporte – cooperação x competição, seja de forma a dificultar ou a facilitar a realização de um
jogo? Narre sua experiência.
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

2. Em sua opinião, quando vivenciamos um jogo em que sua metodologia tem como objetivo a
competição, quais aspectos positivos e negativos estamos sujeitos a adquirir para nossa vida? Faça
a mesma análise quando a ênfase for à cooperação.
Competição:_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Cooperação:_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3. Crie uma estória em quadrinhos que envolva cooperação.

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COMPETIÇÃO

8. O CONCEITO DE LAZER

O Lazer é um fenômeno moderno que, cada vez mais ganha


espaço no âmbito social e acadêmico, respectivamente inserindose
na vida das pessoas dentro das comunidades, e nas discussões
acerca de seus potenciais e reflexos no mundo em que vivemos.
Os melhores e principais trabalhos realizados a respeito do
lazer no Brasil fundamentam-se nas teorias do sociólogo
DUMAZEDIER, que define lazer como sendo:
Um conjunto de ocupações às quais o individuo pode entregar-se
de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrearse
e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou
formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua
livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das
obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 1976,
p. 34).
Próximo a este conceito está o de CAMARGO que define como:
Um conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas em interesses
culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou
conquistadas historicamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstica e que interferem no
desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos. (CAMARGO, 1989).
Diante disto, percebe-se que o lazer pode ser considerado como qualquer atividade que venha a
proporcionar:

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- Descanso, quando possibilita a reparação das energias físicas e mentais dos indivíduos
ocasionados pelos trabalhos e pelas diversas obrigações cotidianas;
- Prazer e divertimento, quando rompe com o ritmo de vida através da recreação e do
entretenimento;
- Desenvolvimento, quando proporcionam as pessoas a desenvolverem a personalidade
através da participação e da sociabilidade, com mais liberdade.
Não importa as diferentes interpretações que se possa dar à palavra lazer, o que importa é que o
lazer se dá pelo fato de se configurar como espaço de transformação social e de colaboração para a
construção de novas normas de convivência e estabelecimento de novas relações entre as pessoas,
podendo também ser entendido como lugar de execução da cidadania e da liberdade, de forma a
contribuir para a formação do ser humano.

8.1 TIPOS DE LAZER

Existe hoje uma classificação que divide o lazer em cinco tipos, são eles:
• Lazer contemplativo – são aqueles que predominam a beleza plástica, ou seja, tudo aquilo
considerado bonito e agradável de ser visto. Este tipo de lazer é muito importante, pois, vai
mostrar ao usuário o respeito pelo uso, diminuindo assim, a degradação e/ou depredação. Além
disso, gera agradáveis sensações de repouso mental, de bem estar, de relaxamento, entre
outros.
• Lazer recreativo – é o tipo de lazer que faz uso da terapia ocupacional das pessoas. Para as
crianças, seriam os parquinhos, o playground, as praças, e para os mais velhos, os locais com
bancos fixos e mesas para jogos de cartas, dominós, xadrez, conversas, etc.
• Lazer cultural – é o lazer que envolve a cultura de alguma forma, seja ela de apresentação, de
ensinamento ou de conhecimento. É o tipo de lazer que, além de satisfazer o desejo de diversão
e entretenimento, é indispensável para a produção de conhecimentos que contribuam até para a
solução dos graves problemas que comprometem o desenvolvimento do País. Este tipo de lazer
necessita de espaços bem projetados para a realização de manifestações culturais,
apresentações teatrais, musicais, entre outros.
• Lazer esportivo – é uma realidade que propõe benefícios à saúde física e mental dos
freqüentadores. Esse tipo de lazer necessita de espaços como, campo de futebol, quadras
poliesportivas, pistas de Cooper, área para ginástica, piscinas, e/ou qualquer equipamento para
a realização da prática esportiva.
• Lazer aquisitivo – seriam os equipamentos ou edificações destinados às compras de objetos de
uso pessoal ou doméstico como shoppings, feiras de artesanatos, hipermercados, restaurantes,
lanchonetes, barraquinha e, etc., onde as pessoas também freqüentariam para passear e trocar
idéias.

8.2 O LAZER COMO DIREITO

O lazer como direito está contemplado na Constituição Federal do Brasil no Art. 6º do capítulo
que trata dos “Direitos Sociais”. Como um direito social é dever do Estado promover ações e Políticas
Públicas que garantam a participação da população em um lazer saudável.

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Lazer não é privilégio dos que detêm melhor poder aquisitivo. É um direito a ser conquistado,
compreendido e praticado, mesmo que seja difícil de ser exercido. Parte da população ainda luta pela
garantia de direitos essenciais para sua sobrevivência, ficando o lazer esquecido.
A educação de crianças e jovens deve assumir um compromisso, em apresentar a importância
do lazer. O ócio, o uso do tempo livre com atividades culturais são fatores determinantes para a
melhoria da condição humana.
Reservar um tempo para nós mesmos. Participar de grupos de convivência, praticar esportes,
visitar espaços culturais, ler livros, escutar boa música, fazer atividades na natureza e por fim
contemplar o nascer e o pôr do sol, são atividades de lazer importantes para o nosso equilíbrio.
(Universidade Estadual do Ceará)

Atividade:

1. Quais as atividades de lazer que você realiza regularmente?


_______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. Formem grupos e realizem uma pesquisa sobre os espaços de lazer disponíveis em nossa cidade.
Registre os achados em fotos e/ou vídeos e depois apresentem os resultados da pesquisa.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Biociências, Unesp, 1996.

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módulo 6, v. 1/SEE-MG, p.21-52. Belo Horizonte: SEE-MG, 2004

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Referência Virtual do Professor - SEE-MG, 2005.

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setembro de 2011).

INSTITUTO GAÚCHO DE CIRURGIA DA COLUNA VERTEBRAL. Conhecendo e Vivendo Melhor


com a sua Coluna. disponível em: http://www.institutocoluna.com.br/3conhecendoevivendo.htm
(acesso em 23 de setembro de 2011).

LIMA, L. M. S. O tao da Educação: A Filosofia oriental na escola ocidental. São Paulo. Ágora, 2000.

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emancipatória. Ijuí: Unijuí, 2002.

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http://www.futsalgmd.com.br/novo/arquivos_upload/modalidades/arquivos/65.pdf (acesso em 30 de
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TUBINO, M. J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo: Ibrasa, 1984.

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