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Belo Horizonte
2022
A diferença entre "Ideal Democracy" e "True Democracy" são um dos tópicos mais
discutidos na obra de Robert Dahl. Em seus estudos, o autor sempre tratou das diferenças
entre as práticas dos governos democráticos existentes em relação ao modelo ideal de
democracia. As dificuldades impostas pela realidade política impossibilitam atingir os
objetivos da verdadeira democracia, o que torna uma democracia ideal, no mundo real, uma
impossibilidade.
Dahl argumenta que para que um sistema seja completamente democrático, ele deve
atender a pelo menos oito critérios, mas é preciso lembrar que esses critérios representam
um sistema ideal ou completo. O autor ainda salienta o seguinte: “Dados os inúmeros
limites que o mundo real nos impõe, podemos imaginar que nenhum de nós acredita que
podemos realmente chegar a um sistema completamente democrático.” (DAHL). No
entanto, vale a pena discutir esses critérios, pois servem como critérios de comparação dos
resultados e das deficiências dos sistemas políticos existentes e suas instituições. Esses
critérios nos ajudam a entender quais distâncias e aproximações levam a democracia real
aos objetivos e ideais democráticos.
Para que esses que esses objetivos sejam alcançados pelos Estados modernos, seria
preciso que as instituições dessa sociedade forneçam as seguintes garantias:
2) Liberdade de expressão.
3) Direito de voto.
Segundo Robert Dahl, essas oito garantias envolvem duas dimensões teóricas da
democratização, a "contestação política" e o "direito de participação". Usando uma
abordagem histórica, o autor argumenta que a extensão em que as salvaguardas
institucionais estão disponíveis para membros do sistema político que desejam desafiar o
governo varia muito de regime para regime. Da mesma forma, existem diferenças entre os
regimes na proporção da população com direito a participar do controle e da concorrência
ao governo.
Levando isso em consideração, o cientista político, ao investigar as condições necessárias
para a democratização, usou o termo Poliarquia para se referir ao grau máximo de
democratização possível de ser alcançado pelas nações desenvolvidas do Ocidente de seu
período. Sendo as democracias modernas consideradas sistemas democraticamente
incompletos, mesmo que sejam altamente inclusivas e abertas à contestação pública.
Segundo o relatório Freedom in the World, realizado e divulgado pela organização sem fins
lucrativos Freedom House, que avalia a condição dos direitos políticos e das liberdades
civis em todo o mundo, a Colômbia é uma das democracias mais antigas da América Latina,
mas tem um histórico de violência generalizada e graves violações dos direitos humanos.
Tendo suas instituições públicas demonstrado até certo ponto, capacidade de controlar o
executivo, e os principais guerrilheiros de esquerda do país, assinando um acordo de paz
em 2016. Contudo, ainda enfrenta enormes desafios para consolidar a paz e garantir
direitos políticos e liberdades civis fora das grandes áreas urbanas. Esse acordo, assinado
com o grupo rebelde de esquerda (FARC) permaneceu inalterado durante o ano, mas foi
adiado por falta de recursos e vontade política e o contínuo rearmamento de alguns ex-
rebeldes tem causado inquietação e discussão a respeito da duração do acordo.
O relatório aborda ainda a forma como o governo colombiano tem tratado os protestos
movidos pelas inúmeras queixas contra o governo, entre abril e junho de 2021. Tais
protestos resultaram na morte de dezenas de civis e danos materiais generalizados. Tendo
a população acusado as autoridades governamentais de infringir direitos humanos.
Muito embora a estrutura legal não proíba reunião ou associação, sendo a reunião uma
garantia constitucional no país, na prática esses direitos se veem restringidos pela violência.
Um bom exemplo disso, foram as manifestações conhecidas como greve nacional,
mencionada anteriormente. Apesar da maioria dos protestos terem sido pacíficos, a polícia
respondeu com o que observadores de direitos nacionais e internacionais caracterizaram
como graves violações dos direitos humanos.
Muito embora a estrutura legal não proíba reunião ou associação, sendo a reunião uma
garantia constitucional no país, na prática esses direitos se veem restringidos pela violência.
Um bom exemplo disso, foram as manifestações conhecidas como greve nacional,
mencionada anteriormente. Apesar da maioria dos protestos terem sido pacíficos, a polícia
respondeu com ações que violam os direitos humanos.
2) Liberdade de expressão.
3) Direito ao voto
A atual constituição colombiana garante o direito ao voto para grande parte da população,
embora o progresso continue lento, o governo tem tomado uma série de medidas para
incorporar as vozes dos indígenas e afro-colombianas nos debates políticos nacionais. O
acordo de paz de 2016 incluiu disposições para melhorar a coleta de informações em
relação a grupos marginalizados, mas problemas que afetam grupos afro-colombianos e
indígenas não são prioridades na formulação das políticas públicas nacionais.
As mulheres possuem direitos políticos iguais aos homens e pelo menos 30% dos
candidatos nas listas dos partidos devem ser mulheres. Cerca de 20% das cadeiras em
cada câmara do Congresso são atualmente ocupadas por mulheres. Entretanto, o
Congresso da Colômbia historicamente desconsidera as questões das mulheres, mas no
ano passado os legisladores aprovaram leis destinadas a melhorar as condições sociais e
econômicas da população feminina, inclusive em relação violência familiar e às
oportunidades de emprego.
As mudanças de poder entre partidos rivais são comuns em nível nacional, embora áreas
significativas permaneçam sob o controle de longo prazo de clãs políticos ligados ao crime
organizado.
Então é possível notar que há uma liberdade para que as lideranças políticas disputem
votos e apoio, mas certas regiões acabam por ter uma certa tradição de voto nos partidos
mais tradicionais.
O Twitter e outras redes sociais tornaram-se áreas importantes para discussão política, mas
grandes regiões da Colômbia permanecem sem cobertura de um noticiário local. Em maio
de 2021, grupos de vigilância da mídia criticaram uma campanha online organizada pelo
Ministério da Defesa que rotulou dezenas de postagens sobre o comportamento agressivo e
violento da polícia durante a greve nacional como “notícias falsas” e “terrorismo digital”
A Constituição da Colômbia dispõe nos artigos 1º e 2º que "A Colômbia é um Estado social
de direito (...) democrático, participativo e pluralista", que "estes são propósitos essenciais
do Estado: facilitar a participação de todos nas decisões que os afetem e na vida
econômica, política, administrativa e cultural da nação” e em seu artigo 40 afirma que “todo
cidadão tem o direito de participar da formação, exercício e controle do poder político”. Para
isso, se discutiu uma série de mecanismos de participação cidadã que são as ferramentas
que devem garantir o exercício do direito de participação nas decisões coletivas, gerando
mudanças nos sistemas judiciário, executivo e legislativo.
Tentando cumprir essas disposições constitucionais, a Lei 1.757 de 2015 foi criada visando
estabelecer os mecanismos de participação cidadã, sendo eles: "a iniciativa popular e
normativa perante as empresas públicas, o referendo, a consulta popular, a revogação do
mandato, o plebiscito e a prefeitura aberta".
CONCLUSÃO
Para Dahl a Colômbia enquanto um projeto de estado, seria uma uma quase-poliarquia,
pois desde 1958 tem se mantido de acordo com seis das oito instituições políticas que
definem a poliarquia. Sendo o principal fator limitador as limitações à disputa dos partidos
políticos, pois até os dias de hoje ainda permanece em um sistema bipartidário: com um
partido Liberal e um Conservador. Pois tal sistema não permite uma competição plena.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS