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Cidadania: Conheça

alguns aspectos
políticos e cidadãos do
brasileiro
Política é Cidadania

Você sabe o que é Política? Segundo São Tomás de Aquino, a


política é a arte de governar os homens e administrar as coisas,
visando o bem comum de acordo com as normas da reta razão;
sendo assim, ela é essencial para que haja um entendimento
coletivo. De maneira mais explicada, a Política é uma forma de
organização social e de fixação de regras destinadas a todos,
independentemente de status, cargo, formação ou origem — o que
promove, também, respeito aos direitos humanos.
E o que é Cidadania? No dicionário, Cidadania tem como definição:
“Qualidade ou condição de cidadão; condição de pessoa, que como
membro de um Estado, se acha no gozo de direitos que lhe permitem
participar da vida política”.
Sendo assim, Política e Cidadania estão diretamente ligadas, tão
conectadas que, para Mario Sergio Cortella, Política é Cidadania: ao
buscarmos a etimologia dessas palavras, encontramos a noção de
política apoiada num vocábulo grego “polis” (cidade) e cidadania em
um vocábulo latino correspondente “civitatem”.
Então, espera aí. Não podemos separar os dois? Sim, exatamente
isso. Um é de extrema importância para o outro e caminham lado a
lado. Onde há gente, há política.

Qual o regime político adotado pelo


Brasil?
No Brasil, a forma de governo é a Democracia Representativa, que
significa que o Povo elege seus Governantes através do voto naquele
candidato que representa seus valores, ideais, vontades e quereres.
Entretanto, há uma falha nessa representatividade, pois é impossível
que ela aconteça de forma plena: sempre vai existir um
distanciamento entre o político e o eleitor. Por isso, é possível
observar na história do Brasil — e da humanidade — diversas
manifestações de insatisfações do Povo para com seus
Representantes.

Moral e Ética vs Corrupção


Ética vem do grego “ethos”, que significa modo de ser, e Moral tem
sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes.
Apesar de terem sentidos diferentes, é impossível separar moral de
ética. Essas duas palavrinhas, na prática, devem se relacionar.
Explicando melhor: a Moral abrange as regras que precisamos seguir
para uma vida em sociedade, de forma que aquele que segue as
regras é uma pessoa moral, e aquele que não segue as regras é
imoral; já a Ética é tida como uma reflexão acerca dessa moral, ou
seja, é um estudo das regras e dos valores morais, para que sua
validade e sua veracidade sejam questionadas.
Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que a ética nos permite pensar
e analisar as regras que regem a moral. Sendo assim, somos
capazes de, a partir do nosso senso crítico, aprendermos o motivo da
existência daquelas normas e a necessidade de segui-las. Todo
sistema político, em seu modo particular, possui essa relação moral e
ética.
A corrupção, como o próprio nome já diz, acontece quando algo é
corrompido. De acordo com Calil Simão: “A corrupção social ou
estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de
assumir compromissos voltados ao bem comum. Vale dizer, os
cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes tragam
uma gratificação pessoal”. Podemos verificar, portanto, que a
corrupção vai contra os valores morais e a ética.
Na política, voltando a citar Calil, temos a seguinte ideia: “[…] ao uso
do poder público para proveito, promoção ou prestígio particular, ou
em benefício de um grupo ou classe, de forma que constitua violação
da lei ou de padrões de elevada conduta moral”. Muitos são os
casos de corrupção conhecidos no Brasil. Dentre eles, podemos citar
o escândalo do Mensalão e a Operação Lava Jato.
O escândalo do Mensalão foi a descoberta de corrupção política
mediante compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional
do Brasil, tendo como protagonistas alguns integrantes do governo
do presidente Lula (PT) e de outros partidos. Já a Operação Lava
Jato é a maior investigação sobre corrupção conduzida até hoje no
Brasil. Ela começou investigando uma rede de doleiros que atuavam
em vários Estados e descobriu a existência de um vasto esquema de
corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de vários partidos e as
maiores empreiteiras do país.
Tá sabendo sobre o caso Petrobras? Então, com a Lava Jato,
estima-se que R$ 2,1 bilhões foram desviados dos cofres da
Petrobras, mas é possível que o valor do prejuízo seja muito maior.

Do Povo, pelo Povo, para o Povo


O voto é a ferramenta do Povo para eleger seus representantes
políticos. Normalmente, ele é direcionado para aquele candidato
ligado a causa defendida pelo eleitor. Exemplo disso é que os Índios
podem escolher um deputado ligado à causa indígena.
Embora não estivesse expresso na Constituição de 1824, o voto era
negado aos negros e às mulheres, ou seja, era uma Eleição
masculina e branca. Jairo Nicolau, professor da UFRJ, afirma: “Não
precisava colocar na lei, estava implícito que a regra era a exclusão
de escravos e mulheres.”
Na Constituição de 1882, foi instituído que quem quisesse participar
das eleições precisaria saber ler e escrever. Neste período, o número
de eleitores diminuiu consideravelmente, pois a elite não se
preocupava com os analfabetos. Havia também o pensamento de
não existir necessidade de prover escolas para eles, já que não
tinham voz e não podiam pressionar para conseguir seus direitos.
Em 1891, foi a época do voto cabresto: os coronéis, grandes
fazendeiros, comandavam grande número de “eleitores”, que
deveriam votar de acordo com suas ordens. Em 1930, com a
ascensão de Getúlio Vargas ao poder, várias mudanças
aconteceram, como a instituição do voto secreto e obrigatório e o
sufrágio feminino. Finalmente, as mulheres obtiveram permissão para
exercer esse ato de cidadania.

O Povo unido, jamais será vencido

A palavra manifestação tem por definição “demonstração pública dos


sentimentos ou ideias dos membros de um partido ou de uma
coletividade; conjunto de pessoas reunidas publicamente para
mostrar ou defender determinadas ideias ou posições”.
Partindo desse princípio, as manifestações são ferramentas utilizadas
pelo povo para tornar público seus ideais e vontades. Observando
pela ótica Política e Cidadania, as manifestações podem ser vistas
como atos políticos, já que quase sempre servem como veículo de
exposição de reivindicações sociais, econômicas, políticas.
O Brasil teve diversas manifestações em sua história. A marcha pelos
20 centavos, de 2013, foi uma das maiores mobilizações do país
desde o Impeachment do presidente Collor em 1992.
Não só obrigação, mas também direito! Além do voto consciente, as manifestações são
ferramentas da população.

Impeachment

Mas você conhece a palavra Impeachment? Mistério para muitos,


tanto na grafia quanto no significado, Impeachment significa
impedimento ou impugnação de mandato. É nada mais, nada
menos, que a cassação do mandato do chefe do poder executivo por
“crime comum, crime de responsabilidade, abuso de poder,
desrespeito às normas constitucionais ou violação de direitos
pétreos previstos na constituição”, etc.
O Impeachment do presidente Fernando Collor de Mello foi o primeiro
da América Latina e aconteceu em 1992. Milhares de jovens foram
às ruas com os rostos pintados com as cores da bandeira nacional
para protestar contra o quadro político brasileiro. Esses jovens
ficaram conhecidos como “caras pintadas”.

Exercícios
1. (UERJ)

A charge de Miguel Paiva, publicada no dia da promulgação da atual


Constituição brasileira, aponta para a contradição entre realidade
social e garantias legais.
No Brasil, o acesso aos direitos de cidadania é limitado
fundamentalmente pelo seguinte fator:
A) formação profissional
B) demanda habitacional
C) distribuição da riqueza
D) crescimento da população
2. (UERJ)
O conceito de democracia apresentado acima se relaciona
diretamente com a prática de:
A) unidade sindical
B) socialização da riqueza
C) estabilidade constitucional
D) autodeterminação das minorias
3. (ENEM)
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e
naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não
devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses
tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades
morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à
cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das
qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São
Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania:
A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é
condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à
ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais
superiores, fruto de uma concepção política profundamente
hierarquizada da sociedade.
C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política
democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem
da vida cívica.
D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo
livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos
tribunais.
E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se
dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas
da cidade.

Gabarito
1. C
2. C
3. B

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