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DO COMPASSO E DO ESQUADRO NO GRAU DE APRENDIZ

MUITOS SEGREDOS são guardados pela nossa Subl.’. Ord.’. Ela não os revela ao vulgo, mas
guarda-os para os verdadeiros iniciados que, quando com eles se deparam, reconhecem
encerrada toda a Ciência e toda a Sabedoria dos antigos.

Isto é uma realidade. Todos os símbolos maçônicos ligam-se, de alguma forma, ao que os
antigos já tinham como segredo em tempos imemoriais.

Hermes, chamado de três vezes grande pelos egípcios, de Mercúrio pelos gregos, e de Enoque
pelos hebreus, foi o fundador da grande cadeia mágica e hermética, que com ele iniciou-se, e
que terminará junto com o céu e a Terra. Tinha esse grande sábio, como postulado, que «assim
como é acima, está embaixo». Essa frase, incompreensível para o profano, risível para o
pseudossábio, encerra toda a Verdade, que brilha clara como um puríssimo diamante, para
aquele a quem a grande Ísis levantou o véu.

O sábio Salomão, grande rei de Jerusalém, foi iniciado nos mistérios do Egito, onde os
sacerdotes de Hermes, no seio da grande pirâmide de Kufu — renomeada de Quéops pelos
seguidores de Ptolomeu — procuravam compor o livro da sabedoria da humanidade, prevendo
a decadência espiritual e intelectual pela qual esta vem passando.

De sua iniciação, o grande Salomão aprendeu conceitos secretos sobre os mistérios da vida e
da morte, da magia natural e da física oculta, o grande arcano, sabedoria imutável e valorosa
que ele resolveu encerrar em suas célebres «clavículas». Seu emblema, chamado «Selo de
Salomão», compõe-se de dois triângulos equiláteros, perfeitos, sobrepostos um ao outro, um
com a ponta para cima, outro com a ponta para baixo, de modo que seus vértices se
encontram.

Assim dispostos, correspondem ao grande preceito de Hermes, que expressa à analogia dos
contrários, a lei das correspondências, dizendo que o que está em cima, é como o que está
embaixo.

EM MAÇONARIA, os misteriosos emblemas do esquadro e do compasso, cuidadosamente


dispostos pelo Orad.’. quando, no início dos ttrab.’. da Loj.’. abre o L.’. L.’., são análogos e
correspondentes ao antigo «Selo de Salomão».

Assim utilizados, isto é, desde que consideremos esta analogia, o esquadro e o compasso
representarão um triplo símbolo, com três significados: o material, que expressa uma utilidade;
o filosófico, que expressa uma ideia; o metafísico, que expressa um conceito esotérico.

No plano material, o esquadro e o compasso são ferramentas de construtor. Com o compasso,


ele traça círculos, curvas, que o orientarão no corte de certos materiais. O compasso serve para
medir e construir formas. Compasso provém do latim compassare, que significa «medir».

No plano filosófico, o compasso é o símbolo do espírito de ação, do qual deve estar imbuído
todo pedreiro-livre, e dos limites do maçom, aos quais ele deve obedecer por estar ligado à
fraternidade por um juramento. Apoiado na ponta seca, o compasso pode ser aberto em vários
ângulos, formando círculos. Tais círculos serão a delimitação do trabalho maçônico na
sociedade, e internamente, construindo o templo.
Eis a interpretação metafísica: a haste na qual o compasso é apoiado para traçar o círculo
representa o absoluto e a origem imaterial do homem. Lembra que todas as coisas visíveis são
feitas a partir do invisível. Arquiteto significa, em grego, «construtor do primordial». Por isso
que, em Maçonaria, Deus é chamado de G.’. A.’..

O «Selo de Salomão» ou «Estrela de David» pode ser formado a partir de um círculo, onde,
sobre certos ângulos, um hexágono é traçado. A partir desse hexágono, ligamos as pontas de
cima às pontas de baixo, e obtemos o grande emblema que expressa materialmente a frase de
Hermes.

No grau de Ap.’., as pontas do compasso estão sob o esquadro. Assim, temos que o neófito não
tem consciência plena de todas as suas capacidades. Sua ação intelectual está ainda inibida por
uma predominância dos instintos animais, que ele vai trabalhando e equilibrando na medida
de sua evolução na senda.

Eis o porquê de a abeta de seu avental branco estar desdobrada. Deste modo, ela tampa o
ponto de energia epigástrica, onde os instintos animais estão concentrados, onde depositamos
os alimentos que ingerimos, até que a digestão mecânica e química os venha tratar.

Não pretendemos ir muito distante neste modesto trabalho, mas poderíamos lembrar que esse
ponto é análogo ao primeiro arcano do tarô, «O Mago» ou «O Bateleiro», cujo símbolo
hieroglífico é a letra a (aleph).

VEJAMOS AGORA os significados do esquadro.

Enquanto o compasso é um símbolo espiritual, imaterial, posto que represente o triângulo com
o vértice para cima, o esquadro é a união do céu com a Terra, do espiritual com o material, da
consciência subjetiva com a consciência objetiva, do o estado de êxtase com o estado de razão,
dos olhos da alma com os olhos da carne.

É prudente o maçom que obra preocupado tanto com o mundo perceptível pelo intelecto, o
mundo das formas, quanto com o supra-mundo, perceptível apenas através da alma. É no
primeiro que, efetivamente, ele encontrará os instrumentos físicos para sua evolução.

O conhecimento da verdade nos liberta da ilusão. Os fantasmas do medo, do fanatismo, da fé


cega, da superstição, são afastados pela sabedoria.

O triângulo apontado para baixo no «Selo de Salomão», representado analogamente pelo


esquadro no simbolismo maçônico, exorta-o à busca incessante do conhecimento, do uso
inflexível da razão.

O iniciado não se deve deixar levar pelo entusiasmo, mas, ao contrário, deve meditar
cuidadosamente acerca das novas ideias.

Se colocado em forma de “L”, fazendo com o solo um ângulo de 90º, o esquadro irá simbolizar,
através de sua linha horizontal, a senda reta que o homem iniciado precisa percorrer na Terra,
aplicando praticamente, no quotidiano, os conhecimentos secretos que adquiriu; a linha
vertical representará sua caminhada rumo ao cosmo, ao infinito, a Deus.

Com o compasso, a luz ganha forma, transforma-se em matéria, torna-se o homem, mas é com
o esquadro que ele cresce.
A união de ambos realiza a criação. Na ordem geral das coisas, a união do triângulo superior
com o inferior cria as formas, realiza a natureza. No plano microcósmico, ou seja, no homem, a
união do compasso com o esquadro dá-lhe a divindade. É como lemos no evangelho de São
João, capítulo 5, versículo 26: Porque como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também
ao Filho ter a vida em si mesmo.

No S.’. de O.’. e na Saud.’., as esquadrias estão presentes de uma forma a lembrar a retidão de
caráter que deve orientar os Obr.’. da paz.

O que explicamos acima encontra ecos na Cabala, tradição dos rabinos judeus, de antiguidade
insuspeita, da qual a Maçonaria é fiel depositária.

O HOMEM NÃO sabe nada, mas é convidado a tudo conhecer. Não é prudente limitar o
conhecimento, desde que este seja buscado de forma honesta e aplicado de maneira útil.

Ao encararmos a luz, nossos olhos se ofuscam, mas, com o passar do tempo, nossas retinas
habituam-se a contemplá-la, e ficamos livres dos grilhões da ignorância, das marcas da
superstição.

Procedendo assim, o homem chega a ter a impressão de, um dia, ter falando ao seus ouvidos a
própria serpente do éden, que de uma maneira enigmática, repete-lhe a velha frase: sereis
como deuses, conhecedores do bem e o mal.

P.’. de Arq.’. composta por D.M.O. da Loj.’.“Templo de David II


POSIÇÃO DO ESQUADRO E DO COMPASSO

Ir. PEDRO JUK

Em 26.08.2015 o Irmão Marcos Soares, C.M. da Loja Estrela de Davi, REAA, GOB-RJ, Oriente de
Jacarepaguá, Estado do Rio de Janeiro, solicita o que segue:

Caro irmão, pesquisando na Internet sobre o tema esquadro e compasso, encontrei um texto
que faz referência ao seu nome como provável autor. Caso o texto, de fato, seja de sua autoria,
seria possível nos indicar a literatura de referência sobre esse tema e que definitivamente nos
esclareça se há ou não posição correta do compasso parcialmente sobre o esquadro?

Considerações:

O tema deve ser pesquisado através de documentos autênticos datados do século XII até o
século XVIII (catecismos, fragmentos, manuscritos, obras espúrias), em princípio na Maçonaria
Operativa e posteriormente na Especulativa.

Em se tratando de pesquisa na Maçonaria não existe nada de pronto e específico por Rito, já
que procedimentos, a exemplo dos que envolvem as Luzes Emblemáticas ou as Três Luzes
Maiores, destes o Esquadro e o Compasso quando nem mesmo existia à época operativa uma
classificação por Grau, visto que apenas havia naqueles tempos dantes classes profissionais
acompanhadas das suas respectivas ferramentas de trabalho, ou seja, literalmente eram
manuseadas no ofício da construção – as Guildas dos Construtores.

Assim é que quando se faz na atualidade referência aos vestígios operativos, vemos, por
exemplo, as joias distintivas do Venerável e dos Vigilantes da época presente como os chefes
do canteiro dos construtores da pedra do passado. A questão não era a de se arranjar o
Esquadro e o Compasso sobre o Livro da Lei, porém à época, a utilização de ambos como
ferramentas operativas. Aqui nesse momento não está se tratando de Lojas especulativas,
todavia de um canteiro de obras medieval e os seus personagens.

Nesse sentido, em se tratando do Esquadro (joia do Venerável) o instrumento simboliza


verdadeiramente aquele usado como ferramenta de trabalho na construção, desse modo essa
joia distintiva e simbólica da atualidade revive o Mestre da Obra operativo que nada mais era
na época do que um Companheiro experiente (não confundir com grau simbólico da Moderna
Maçonaria).

Por assim ser é que na Moderna Maçonaria – especulativa por excelência – a joia distintiva do
Venerável remonta as tradições operativas como uma ferramenta de trabalho usada
especificamente na profissão, portanto esse Esquadro se reporta àquele com graduação (ramo
maior) e que possui um cabo para o respectivo manuseio (ramo menor).

Um bom exemplo para essa abordagem histórica está na joia distintiva do Mestre da Loja
(Venerável) do Craft inglês, como aquele dos Trabalhos de Emulação, onde essa joia aparece
com os ramos desiguais, acompanhada da 47ª Proposição de Euclides, também conhecido
como o Teorema de Pitágoras, cuja equação relacionada aos catetos e a hipotenusa do
triângulo retângulo constrói o ângulo de 90° que vai aos cantos e aprumadas das construções.
Outro bom exemplo do esquadro operativo é a disposição desigual dos seus ramos (cabo e
graduação) que coincidem com o triângulo retângulo na razão primária de três e quatro
unidades para os catetos como figura geométrica tão cara (verdade universal) para o
esquadrejamento dos cantos da obra.

Já no que concerne ao Esquadro como componente das Três Grandes Luzes Emblemáticas, ou
as Três Luzes Maiores da Loja, esse não é o operativo, senão o especulativo que se identifica
com essa grande alegoria simbólica da Loja, cuja relação está na Verdade anunciada pelo
ângulo reto e seus caráteres éticos e morais, sobretudo com definições hauridas ao longo dos
ciclos de transformação da Maçonaria Especulativa até a Moderna Maçonaria – a
materialidade para o Esquadro e a espiritualidade para o Compasso.

Assim esse Esquadro mencionado não é aquele que representa o construtor operativo, porém
um símbolo do código de aperfeiçoamento moral sempre visível em Loja aberta para
compreensão do Maçom.

Uma Loja somente existe na presença dessas Três Grandes Luzes. Sob essa óptica é que esse
Esquadro como Luz Emblemática por não representar o operativo não possui cabo e nem
graduação, ou seja, possui apenas os ramos perfeitamente iguais – Atenção mais uma vez: esse
Esquadro não pode ser confundido com o Esquadro usado como ferramenta.

Infelizmente pela carência de conhecimento e distinção sobre o escopo desse instrumento em


Loja, é que indistintamente muitos ritualistas trataram os instrumentos como iguais e, quando
não, invertendo-os naquilo que eles representam na simbologia maçônica. E ainda: não se
aperceberam da diferença existente entre ambos.

Foi desse embrolho que também acabou resultando outra fantasia ritualística – o lado para
qual aponta o ramo maior do Esquadro sobre o Livro da Lei (teoria dos comodistas amparados
pela lei do mais fácil, ou da pura imaginação).

Pois bem: primeiro é que esse Esquadro não possui ramos desiguais, daí por ele não
representar uma ferramenta operativa, nele não existe lado maior ou menor.

Por segundo é que esse Esquadro, mesmo que corretamente possa possuir ramos iguais como
o aqui comentado, ele não tem a função de apontar para esse ou para aquele lado como a
indicar disposições de Obreiros em Loja.

Ora, se a questão é a do sítio do Companheiro na Loja, não seriam o ramo do Esquadro ou


mesmo a haste do Compasso os elementos indicativos dessa situação. O que assim determina
é apenas a senda iniciática, lembrando sempre que o elevado ao Segundo Grau independente
da Coluna que ele possa ocupar na Loja, o mesmo pode ter acesso a ambas as Colunas e não
somente ao Sul que é o seu lugar de origem no Canteiro – há que se repassar que um
Companheiro foi um dia um Aprendiz, assim, a exceção do Oriente, o detentor do Segundo
Grau pode transitar tanto no Sul como também no Norte (ele veio do Norte para o Sul).

Assim, não seria o ramo de um Esquadro ou a haste de um Compasso o elemento indicatório


do “lado que os Companheiros se assentam na Loja”. Afinal a função das Três Grandes Luzes da
Maçonaria é infinitamente mais nobre do que um mero objeto que aponta para um hemisfério
simbólico da Loja.

Por assim ser, tanto faz a direção para qual aponta o ramo do Esquadro que ainda se mantém
sob a haste do Compasso. Do mesmo modo também não importa qual é a haste do Compasso
que ficará liberta do Esquadro. O que verdadeiramente implica é que ambos os instrumentos
se entrelacem no Segundo Grau, não influindo o lado para onde porventura aponte um ramo
ou uma haste.

Outro aspecto é o de se observar que conforme o Rito, a posição de leitura do Livro da Lei e,
por sobre ele os dois instrumentos mencionados, ambos podem ficar voltados para o Oriente
ou para o Ocidente.

Para o bem da solene alegoria das Três Grandes Luzes Emblemáticas a regra é que o Esquadro
quando unido ao Compasso, possua sempre ramos iguais. Já o outro Esquadro – o da joia
distintiva do Venerável - possua ramos desiguais (com cabo e graduação) como uma insígnia do
trabalho operativo do Mestre da Loja.

Para as Luzes Emblemáticas existe uma conhecida afirmativa: “o Esquadro e o Compasso


somente se apresentam unidos em Loja” – essa, pois é a razão pela qual que em alguns ritos
maçônicos a Loja somente será declarada aberta quando, na presença desses instrumentos
emblemáticos, ambos estejam unidos sobre o Livro da Lei.

No que se refere ao “onde está escrito isso” (mania peripatética dos carimbos e convenções da
Maçonaria Francesa), como já fora anteriormente mencionado, não existe nada pronto na
história da Sublime Instituição. O que carecemos é de método e compreensão acadêmica para
o real entendimento da Arte - sempre desligados das fantasias e das redundâncias. Aliás,
entenda-se que a Maçonaria é simbólica, daí os seus símbolos expressam verdades, entretanto
deles não existe nenhuma interpretação licenciosa. 9

Há então que se perscrutar bibliografias e rituais confiáveis para que se cheguem às conclusões
acertadas. O pesquisador deve ficar atento aos fatos históricos verdadeiros para compreender
a evolução dos quase oitocentos anos de história da Ordem Maçônica, todavia sempre
tomando o cuidado de se despir das fantasias e opiniões pessoais e ufanas como as que
infelizmente ainda encontramos em diversos rituais adotados pelas Obediências, conquanto
que, se eles existem e estão em vigência, temos a obrigação que segui-los na Loja.

Embora essa obrigação legal relacionada ao cumprimento dos rituais, os equívocos como os
aqui mencionados e relacionados aos ramos do Esquadro, não podem se enraizar como
verdades, senão como um comprometimento legalístico. Então há de se lembrar de que, não
obstante estejamos obrigados a seguir esses ditames ritualísticos por uma questão de ordem
legal, é verdade, porém que nem sempre o que está escrito é o que está o correto.

Segue, para se chegar futuramente a conclusões acertadas, um pequeno roteiro bibliográfico


que ajudará o estudante a compreender com autenticidade a Maçonaria e daí tirar as lições
objetivas e racionais para que ele possa compreender muitas razões litúrgicas, ritualísticas e
doutrinárias que compõem hoje a Moderna Maçonaria.

Reitero, existem situações que demandam da lógica do raciocínio e não de uma bibliografia
qualquer que diga no que devemos ou não acreditar. Há que se juntar escritos, pergaminhos e
fragmentos autênticos para que possamos expressar verdades.

Espero que eu tenha me feito entender.


Segue o roteiro bibliográfico resumido que trata com amplitude os costumes maçônicos. A
questão é montar uma grade e buscar as conclusões certas que geralmente estão ocultas por
detrás dos procedimentos hauridos da tradição, uso e costumes da Sublime Instituição.

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ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO:

WAITE, A. E. The Secret Tradition of Freemasonry, Londres, 1911.

CASTELLANI, José. Ciência Maçônica e as Antigas Civilizações, Traço, São Paulo, 1980.
CASTELLANI, José. Consultórios Maçônicos diversos, Editora A Trolha, Londrina.

CASTELLANI, José. Coleção de Dicionários Etimológicos Maçônicos, A Trolha.

CASTELLANI, José. Cartilha do Aprendiz, A Trolha, 1992.

CASTELLANI, José. Curso Básico de Liturgia e Ritualística, A Trolha, 1991.

CARVALHO, F. A. Símbolos Maçônicos e Suas Origens, Editora A Trolha, Londrina, 1996.


CARVALHO, F. A. A Maçonaria - Usos e Costumes, Editora A Trolha, Londrina, 1994. CARVALHO,
F. A. O Companheiro Maçom, Editora A Trolha, Londrina, 1996.

PRESTON, W. Ilustrations of Masonry, Londres, 1.986.

LOMAS, Robert. Os Segredos da Maçonaria, Madras, São Paulo, 2015.

GOULD, R.F. A History of Freemasonry, Londres, 1883.

GOULD, R.F. Historie Abrégée de La Franc-Maçonnerie, Paris, 1989.

DYER, Colin F. W. Symbolism in Craft Masonry, Lewis Maçonic, 1976.

DYER, Colin F. W. Some Troughts on the Origins of Speculative Masonry, A. Q. C. 1982.


STEVENSON, D. Origens da Maçonaria – O Século da Escócia, Madras, São Paulo.

BAIGENT, M. & LEIGH, R. O Templo e a Loja, Madras Editora, São Paulo.

A.Q.C., Freemasonry and Building, Londres, 1922.

A.Q.C., BEGEMANN W. Remarks on The Craft Legend of the Old Britsh Masons, 1892.

CARR, Harry. The Transition from Operative to Speculative Masonry, The Collected Prestonian
Lectures – Londres.

CARR, Harry. Word of Freemansonry, Lewis Maçonic, 1985.

BAYARD, J. P. Le Compagnonnage en France, Payot, 1976.

JONES, Bernard. Freemasons’ Guide and Compendium, Harrap, Londres, 1950.

MELLOR, Alec. Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie e des Franc-Maçons, Belfond, Paris, 1990.


NAUDON, Paul. Les Origens de la Franc-Maçonnerie, Dervy, Paris, 1979.

NAUDON, Paul. Les Loges de Saint-Jean, Dervy, Paris, 1990.

VAROLLI FILHO, T. Curso de Maçonaria Simbólica, Tomos I, II e III, Gazeta Maçônica, São Paulo.
VAROLLI FILHO, T. Importância da História da Maçonaria Operativa, Gazeta Maçônica, São
Paulo, 1982.
BOUCHER, Jules – La Symbolique Maçonnique – Dervy-Livres – Paris, 1.979.

RIDLEY, Jasper – Los Masones, La sociedad secreta más poderosa de la terra Ediciones B.
Argentina S.A. – Buenos Aires, 2.000.

JUK, Pedro. Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom, Tomo I, A Trolha, Londrina, 2007.
NASCIMENTO, R. S. R, Manuscrito Régius, GOB, Brasília, 1999...

Dentre tantos outros, esses darão um bom suporte para começar.

E.T. 1 – Dentro desse roteiro resumido de literatura o interessado terá contato com uma imensa
bibliografia para o estudo.

E.T. 2 – O interessado não deve tirar conclusões apressadas em se baseando em rituais


enxertados e repletos de vícios e invencionices que apareceram ao longo dos tempos no Brasil
– cuidado com rituais antigos, sobretudo aqueles que por aqui foram editados – antiguidade
não significa verdade.
RESPONSABILIDADE DO MAÇOM

Samuel Borges

É conhecido que as últimas décadas foram palco de consideráveis avanços científicos e


tecnológicos, inclusive com o fenómeno da globalização que literalmente derrubou fronteiras
maçon.

Tal fenómeno acabou por influenciar a economia e a vida de todo o planeta, principalmente
pela celeridade da circulação de informação de toda a espécie.

No entanto, no que pese à propagação do conhecimento, tem-se debatido a respeito da


degradação que a sociedade moderna está a sofrer, principalmente no que respeita às
instituições que tradicionalmente a sustentaram.

A família deixou de ser o ponto de referência dos indivíduos, pois sucumbiu ao egoísmo
exacerbado. As virtudes inerentes ao bom carácter passaram a ter conotação antiquada, quiçá,
jocosa. A aparência prepondera sobre a essência.

É justamente neste emaranhado de contradições e superficialidades que selectos homens são


chamados para compor as fileiras de uma instituição secular – a Maçonaria –, “para combater a
tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade. Para
promover o bem da Pátria e da Humanidade, levantando Templos à Virtude e cavando
masmorras ao vício” [1].

Assim, o profano ao ser iniciado nasce para vida maçónica cabendo-lhe inúmeras
responsabilidades que, para os fins a que se destina, o presente trabalho limitar-se-á a estudá-
las sob os três aspectos mais importantes: moral, social e institucional.

Moral

Não é o objectivo ater-se em divagações filosóficas em relação à moral [2] ou à ética, pois não
se entendem necessárias à compreensão do tema, uma vez que o senso comum, que possui
todo homo medius, é suficiente para que o Maçon entenda a dimensão da responsabilidade
que lhe cabe.

Obviamente, o estudo da moral não se pode limitar a um ponto de vista meramente subjectivo,
mas, sobretudo, ao seu aspecto pragmático. Neste último é que o Maçon se deve prender, pois
de nada adiante estudar as instruções e complementos, que estão repletos de exortações à
boa conduta, se não as colocar em prática. Portanto, a conduta do Maçon é a razão de ser da
moral maçónica.

Desta forma, o objectivo da Instituição Maçónica é a construção e o aperfeiçoamento


ininterrupto da sociedade que, para tal, necessita dos seus pedreiros para que executem este
árduo trabalho. Neste sentido dispõe a Constituição da Grande Loja de Santa Catarina, nos seus
Postulados:

(…) a Maçonaria é uma instituição nascida para combater, com a persuasão e a força moral do
bom exemplo, tudo o que atente contra a Razão e o Espírito de Fraternidade Universal. Nesta
força moral, que só se adquire pela Virtude, única proclamada como legítima, consagrada pela
consciência dos povos nos códigos das nações, como agente supremo do poder soberano,
concentra a Maçonaria toda a sua glória e a ela deve os grandes triunfos que, com tanta justiça,
a têm colocado como a primeira à frente das grandes instituições nascidas do amor à
Humanidade e do interesse pelo bem-estar dos povos. Ciência do progresso moral, a
Maçonaria resume sua acção social nos atributos da inteligência e do coração – Luz e Verdade,
Amor e Filantropia [3].

Por sua vez, o artigo escrito pelo Irmão Luiz Gonzaga Rocha aborda com sucinta precisão a
razão de se ter verdadeiros Maçons na sociedade:

“Curvo-me à ideia de que a busca da perfeição e da existência de um mundo melhor, dirigido


por homens iniciados e/ou iluminados, pode muito bem representar uma utopia, mas sendo
este o plano de evolução social, cultural e política da Maçonaria, e sendo esse entendimento
no sentido de que os maçons assumam os destinos das sociedades, aos maçons impõe-se,
antes e depois de toda e qualquer consideração, serem conhecedores e partícipes desse ideal,
e, para tanto, requer-se que sejam incorruptíveis, instruídos, livres pensadores e excelentes
formadores de opiniões, verdadeiros construtores sociais e instrumento adequado para
efectivar as transformações sociais requeridas; e, ainda, sejam capazes de se aperfeiçoar, de se
instruir e disciplinar constantemente na Arte Real, sem prejuízo da conveniência de conviverem
harmoniosamente com centenas de milhares de seres díspares, e que possam, a despeito de
todas as dificuldades, ser destacados por palavras, obras e exemplos de vida, e sobremodo,
que ostentem, sem vergonha, o lema mais sagrado da Ordem Maçónica: Liberdade, Igualdade
e Fraternidade” [4].

Desta forma, o Maçon não foi escolhido apenas para aumentar o número de uma determinada
loja ou da Instituição no seu sentido universal; não pode limitar-se ao simples recitar dos
manuais, como se a obra que lhe cabe pudesse ser realizada por qualquer tipo de força
transcendental que, através da simples repetição de palavras durante os rituais, alguma força
cósmica cumpra o papel que lhe cabe junto à sociedade.

Apesar da Maçonaria Operativa ter dado azo à Maçonaria Especulativa, a obra do pedreiro
ainda continua a ser manual. Obviamente que o aperfeiçoamento intelectual é necessário e,
mais que isso, é exigido, mas não é um fim em si mesmo, pois tem por objectivo a sua
utilização para o bem da humanidade, que de maneira nenhuma poderá ser limitado ao
mundo das ideias, mas externalizado através de atitudes. Ora, “(…) não é para que fujamos da
ciência do Bem, mas para que possamos pô-la em prática no meio social. Assim devem os
maçons lutar para poder vencer” [5].

Não é à toa que o Maçon utiliza um avental durante as sessões, “porque ele lembra-nos que o
homem nasceu para o trabalho e que todo o Maçon deve trabalhar incessantemente para a
descoberta da Verdade e para o aperfeiçoamento da Humanidade” [6]. Nem, tampouco, os
instrumentos utilizados pelos antigos maçons operativos foram incorporados sem razão
aparente, mas,

Por serem instrumentos imprescindíveis às construções sólidas e duráveis, eles recordam-nos o


papel de construtor social que compete a todos os Maçons e, ao mesmo tempo, traçam-nos as
normas pelas quais devemos pautar a nossa conduta: o Esquadro, para a rectidão; o Compasso,
para a justa medida; o Nível e o Prumo, para a Igualdade e a Justiça que devemos aos nossos
semelhantes [7].
No telhamento para elevação de Aprendiz a Companheiro pergunta-se de que maneira os
maçons são reconhecidos e, a seguir, responde-se que por sinais, toques e palavras. Ora, tais
respostas limitam-se ao conhecimento mínimo que um Aprendiz deve ter para visitar uma Loja
Maçónica, pois, na realidade, um verdadeiro Maçon deveria ser reconhecido primeiramente
pelo seu carácter, equilíbrio, comportamento, probidade, caridade, humildade, em suma, pela
sua conduta. Obviamente, que se considera que tais exigências não são inatas ao ser humano,
devendo, portanto, o aprendiz utilizar o Maço e o Cinzel afim de desbastar a sua Pedra Bruta.

Talvez, o grande segredo para a realização da missão maçónica não esteja no aumento das suas
fileiras, mas na utilização simbólica dos instrumentos de trabalho dos antigos maçons
operativos, afim de que todo o conhecimento adquirido com o passar dos séculos não se limite
à elaboração de teorias e elucubrações, mas extrapole as lojas e contagie o mundo.

Social

Assim como no tópico anterior, a Maçonaria está repleta de ensinamentos que visam aguçar a
sensibilidade dos seus membros às necessidades da sociedade. Da mesma forma, são várias as
alegorias que simbolizam virtudes que implicam na responsabilidade social que deve ser
cultivada e praticada no quotidiano.

No painel do Aprendiz, vê-se na Escada de Jacob a taça que tem, entre outros significados, o da
caridade. Nota-se, também, na Abóbada Celeste da loja, a Estrela Flamejante que: (…)
representa a principal Luz da Loja. Simboliza o Sol, Glória do CRIADOR, e dá-nos o exemplo da
maior e da melhor virtude que deve encher o coração do Maçon: a CARIDADE.

Espalhando luz e calor (ensino e conforto) por toda a parte onde atingem os seus raios
vivificantes, o Sol ensina-nos a praticar o Bem, não num círculo restrito de amigos ou pessoas
próximas, mas a todos aqueles que necessitam e até onde nossa caridade possa alcançar [8].

Neste sentido, a caridade é somente uma das facetas de intervenção social que o Maçon deve
cultivar no seu meio, mas poder-se-iam enumerar várias outras possibilidades que não se
adequariam ao fito deste texto. No entanto, é oportuno ressaltar-se o ideal de fraternidade,
que juntamente com a liberdade e a igualdade, formam uma das mais importantes tríades
maçónicas; e, ainda, quanto aos elementos decorativos da Loja, o pavimento mosaico e a
própria orla dentada, que lembram a necessidade de harmonia entre as diferenças e que o
amor e a união devem começar no meio maçónico e se propagarem para toda a humanidade.

A bandeira da fraternidade foi abraçada pela Maçonaria e, através de seus membros, espalhou-
se por toda cultura ocidental, influenciando não só revoluções, mas até mesmo boa parte dos
estados modernos ocidentais, que a receberam no seu ordenamento jurídico constitucional
como o princípio da solidariedade.

Assim, é imputado ao Maçon não só o dever da boa conduta, mas também que trabalhe,
transforme, intervenha na sociedade na medida das suas possibilidades, afim de cumprir o seu
papel de construtor social.

Institucional
Realmente, o fardo que Maçonaria atribui aos seus membros é deveras pesado, uma vez que,
para além de exigir uma conduta baseada na rectidão de carácter e um papel activo junto dos
seus semelhantes, lhes incube a instrução dos neófitos e a responsabilidade pela manutenção
de si mesma.

Felizmente, apesar das críticas de certas religiões, que se limitam ao plano espiritual, a
Maçonaria goza de elevadíssima reputação. Tal facto, deve-se aos inúmeros trabalhos de
caridade que faz, aos grandes irmãos que no passado fizeram história e, principalmente, pela
relevante contribuição para os ideais democráticos. Desta forma, a responsabilidade do Maçon
é imensa, pois cabe-lhe manter imaculada a imagem da Maçonaria, justamente numa época
contraditória e desvirtuada, sucumbida pela indiferença e pela amoralidade.

Por outro lado, ao irmão recém-iniciado deve ser dispensado todo o cuidado e apreço, afim de
que desde cedo possa compreender a importância do seu juramento, e as responsabilidades
que tal acto acarreta. Por isto, entende-se de fundamental importância a realização esmerada
dos trabalhos em loja, para que aquele possa lhe atribuir a seriedade que é devida ao ritual
praticado e, também, compreender mais profundamente o seu significado. Além disto,
considera-se de vital importância à infância maçónica o apoio, o exemplo e a sensibilidade dos
irmãos mais antigos.

O primeiro, pode-se representar pelo incentivo ao estudo e à aprendizagem, o segundo, pela


referência de homem Maçon em quem o neófito se pode sempre espelhar e, a última, pela
percepção em detectar as dificuldades que certamente surgirão e, evitar, na medida do
possível, expor as leviandades e rixas existentes na Instituição, por força da falta de controle
das paixões humanas.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que o exercício da vida maçónica não pode se limitar à loja e ao
crescimento intelectual, pois, além de tantas outras responsabilidades, o Maçon deve primar
pela boa conduta afim de que seja um referencial para uma sociedade desmoralizada; ter
atitudes efectivas que reflictam o papel de construtor que lhe cabe; e zelar pela integridade da
Instituição e pela sua prosperidade.

No entanto, não cabe à Maçonaria medir a responsabilidade dos seus membros, pois, apesar
da referida construção requerer necessariamente uma intervenção directa, recai na seara
subjectiva da capacidade de que cada um é provido. Assim, a lição extraída da Bíblia indica
exactamente a extensão da responsabilidade de cada Maçon:

“(…) Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se
confia, muito mais lhe pedirão” [9]

Samuel Borges

Notas

[1] GLSC. Ritual do Aprendiz Maçon. REAA, Florianópolis, 1998, p. 48.

[2] Filos. Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto
para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. (Aurélio)
[3] GLSC. Constituição. Florianópolis: 2000, p. 8

[4] Rocha, Luiz Gonzaga. Maçon e Maçonaria. Revista O Prumo n. 161. Florianópolis: 2005, p. 7.

[5] GLSC. Instrução Preliminar Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 21.

[6] GLSC. 2ª Instrução Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 11.

[7] Apud, p. 14.

[8] GLSC. 1ª Instrução Aprendiz. Florianópolis: 2003, p. 12.

[9] BÍBLIA Anotada – Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. ed. rev. e actual.
São Paulo: Mundo Cristão, 1994.
O ÂNGULO DO COMPASSO NA MAÇONARIA

Kennyo Ismail

Um leitor enviou um interessante questionamento:

“Qual o ângulo em que deve ser aberto o Compasso e por quê?”

Antes de tratar do tema especificamente, devemos nos lembrar que os símbolos não são
fórmulas fixas, variando de formas e significados conforme o tempo e as culturas e, no caso
maçônico, também conforme os “achismos” dos ritualistas e autores. Por esse motivo, pode-se
encontrar significados e explicações diferentes para um determinado símbolo maçônico
conforme variações de país, obediência, rito, época, etc.

No caso do ângulo de abertura do Compasso, você encontrará por aí várias opções, cada uma
com sua respectiva teoria e seus defensores:

- O compasso aberto em 45° nos três graus simbólicos;

- O compasso aberto em 60° nos três graus simbólicos;

- O compasso aberto em 72° nos três graus simbólicos.

- O compasso aberto em 30° no Ap, em 45° no Comp, e em 60° no Mestre;

- O compasso aberto em 30° no Ap, em 60° no Comp, e em 90° no Mestre;

Veja que os ângulos variam entre 30° e 90°. Será que há algum motivo oculto para isso?
Nenhum, além do fato que em menos de 30° ou mais de 90° o desenho do Compasso com o
Esquadro fica um tanto quanto desarmônico!

Você poderá encontrar vários diferentes significados para o(s) ângulo(s) do Compasso. Segue
os mais comuns:

- Teoria dos “30°, 45°, 60°”: representa o alcance do conhecimento humano. O Maçom
aumenta seu intelecto conforme o grau, mas nunca ultrapassa 1/6 (60° em 360°), que seria o
“limite humano”. – Em resumo, chamam o Aprendiz de retardado mental;

- Teoria dos “30°, 60°, 90°”: representa a relação do espírito com a matéria, em que o Aprendiz
começa com o Compasso mais fechado, mostrando que a matéria está prevalecendo, e o
Compasso vai se abrindo a cada grau, mas chegando ao máximo no ângulo da matéria
(esquadro), de 90°. – Será que se abrir mais do que 90°, o maçom morre?!?;

- Teoria dos “72°”: representa o ângulo interno das pontas do Pentagrama, símbolo presente na
Estrela Flamígera e desvendado por Pitágoras. - Mas o Esquadro e o Compasso não têm juntos
06 pontas?.

Das teorias do Compasso com ângulo fixo nos três graus, a teoria de 60° é a mais forte,
presente na maioria dos rituais e gravuras atuais. Essa teoria se reforça nas seguintes questões:

- É comum relacionar o símbolo do Esquadro e Compasso com o do Hexagrama (estrela de seis


pontas), ou melhor, a Estrela de Davi, que é um símbolo muitas vezes relacionado ao GADU e
ao Templo de Salomão. As 06 pontas do exagrama possuem o ângulo interno de 60°.
- O triângulo perfeito, que seria o símbolo maior da Maçonaria, com 3 lados iguais, é composto
por 3 ângulos internos de 60°.

- Considerando o Esquadro como símbolo da retidão e o Compasso como símbolo da perfeição,


o Esquadro forma o triângulo-retângulo, 90° (retidão), e o Compasso em 60° forma o triângulo-
perfeito (perfeição).

Porém, apesar de mais coerente e comum, a teoria do ângulo de 60° não é a correta. Aliás,
nenhuma pode ser considerada como a verdadeira, a original.

Infelizmente, vê-se na Maçonaria uma tendência em adicionar à nossa simbologia significados


extras, ocultos, inexistentes. O Compasso é apenas mais um típico exemplo disso. Uma breve
análise de gravuras maçônicas de Esquadro e Compasso do século XVIII e XIX, quando do
nascimento das primeiras Obediências e Ritos, é o bastante para comprovar que não havia uma
conformidade no ângulo de abertura do Compasso. O símbolo era sempre composto de um
Compasso aberto e um Esquadro, mas pouco importando o ângulo do compasso que,
conforme as gravuras, era sempre inexato: 32°, 44°, 56°, 64°, etc.

Enfim, essa preocupação “numerológica” é coisa bem mais recente, apenas outro “enxerto”
em nossos rituais.

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