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PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ

IIr.’. Carlos Alberto Bezerro, AM; Carlos Hiroshi Maruyama, AM e Volney Zanchetta, A.M.

O painel de WILLIAN DIGHT, possui moldura, formada pôr uma “orla denta-
da”, tendo a oeste e a leste, 20 “dente”, ou melhor, triângulos isósceles; no norte e sul, esses
“dentes” são em número de 34 em cada lado, somando-se assim, oitenta e oito triângulos.
Esse número se nos parece, salvo opiniões em contrário insignificativo, pois, o
número oitenta e oito nada esclarece, a não ser que, somando-se os algarismos encontrando o
número sete, tenha um significado simbólico de “perfeição”.
Desconhece-se o colorido dessa moldura; são assinalados os pontos cardeais,
que substituem quatro “dentes”; se considerarmos esse número então, teremos da soma, no-
venta e um dentes, e a soma dos algarismo nos daria a unidade, que resultaria em um número
simbólico pôr excelência.
Os pontos cardeais são inseridos em círculos.
Nos quatros cantos do retângulo vemos “borlas” pendentes de uma parcela de
corda.
A Borla, pôr sua vez, é um complemento de “adorno” formado pôr múltiplos
fios lisos, seguros através de um nó, elas podem ser elaboradas, como as Cordas, em algodão,
cânhamo, sisal, juta, seda, fios de ouro, prata ou outro metal nobre, bem como crina, lãs e
fibras vegetais.
A Borla é obra de “passamanaria” e obedece a vários estilos, sendo simples,
sofisticados, comuns ou preciosos.
Desconhecem-se as origens das Borlas; as vemos nas vestimentas do povo hin-
dus, chineses, egípcios e bizantinos.
Essas Borlas não poderiam pertencer à corda dos Oitenta e Um nós, de vez que
essa Corda comportaria, apenas, duas Borlas, colocadas em suas extremidades.
Essas Borlas, assim colocadas, significam a multiplicidade de Maçons unidos
nos quatro pontos cardeais da terra.
A Orla Dentada é elemento decorativo da Loja, como acabamento do Pavimen-
to de Mosaicos, pois apesar de apresentar o dualismo do branco e negro, não são elementos,
quadriláteros, mas sim, triângulos.
O Quadro apresenta-se majestoso; à direita o Sol; à esquerda a Lua no seu ple-
nilúnio, numa abertura na grande nuvem que abarca todo o espaço após o Pavimento de Mo-
saicos; ao seu redor, uma constelação com sete estrelas.
Partindo do Pavimento de Mosaicos, três Colunas; no centro, o Altar onde está
o Livro Sagrado aberto e desse livro parte uma escada atingindo uma Estrela de sete pontas,
dentro de um circulo irradiante; na Escada, a partir do Livro Sagrado, estão repousados, uma
Cruz, uma âncora e uma parte de braço tentando alcançar um cálice.
Sobre o Pavimento de Mosaicos, estão a Pedra Bruta, o Painel, e a Pedra Cúbi-
ca; encostados nas Colunas vemos a Espada, o Prumo, o Nível e o Esquadro; no solo, a Régua
de Vinte e Quatro Polegadas.
Os mosaicos são quadriláteros na forma de tabuleiro de xadrez.

SOL

As Sagradas Escrituras referem o Sol, oitenta vezes e coloca o Astro em varia-


das situações, exemplos e alegorias.
O Sol sempre foi considerado um Símbolo.
Pelo seu aspecto de luminosidade e calor e pela sua “aparente” trajetória, eis
que até há alguns séculos, apenas, não era a Terra que se movimentava em rotação e transla-
dação, mas apenas o Sol e a Lua, os homens primitivos o adoravam.
Essa adoração era compreensível, em especial quando ocorriam as eclipses.
O Sol, dentro do Templo Maçônico está colocado como símbolo da potência de
Deus, cumprindo ao Maçom usufruir de sua luz e de seu calor.
Pôr incrível que possa parecer, o homem tem, constantemente, “atentado” con-
tra o Sol, transformando a sua energia benéfica, em malefício, quando lhe suprime o véu que
absorve os seus raios ultravioletas.
A Radiação que o circunda simboliza os seus efeitos; os raios retos, eqüivalen-
do à luz que se propaga retilineamente; e o calor que pôr sua vez, se propaga em ondulações.

A LUA

O Sol e a Lua estão no firmamento permanente e obviamente, quando em al-


gum local da Terra inexista a luz e o calor do Sol, não significa a sua ausência, mas um afas-
tamento temporário, perfeitamente calculado, ocasionado pela rotação do Planeta.
O sol nos é misterioso; a Lua já foi devassada, superando qualquer profecia,
pois o homem, e pôr coincidência, também Maçom, sobre ela já pôs os pés e já trouxe consi-
go, parte dela, posto muito diminuta.
Os homens conhecem a Lua e para ciência, não esconde mais, mistério algum.
Quando o Maçom a contempla, inserida no Painel, sente o conforto que o co-
nhecimento lhe deu aspirando novos horizontes para que em dias talvez não tão longínquos,
possa também, desvendar o que há no Sol.
A grande lição que o Painel contém sobre o Sol e a Lua é a de que o Maçom
deve Ter sempre presente a magnificência do Criador que denomina de Grande Arquiteto do
Universo e que tudo que foi criado, é para o benefício da criatura, seja humana, seja animal,
vegetal ou mesmo mineral.
O sol que contemplamos, embora tenhamos conhecimento que se trata de algo
material, se nos parece ilusório; o seu calor, contudo, nos queima a pele e a sua momentânea
ausência, nos aflige porque a escuridão se manifesta.
Sentimos sua presença ao notar a sombra que o nosso corpo faz quando cami-
nhamos contra a sua luz.
O Maçom enceta o seu trabalho ao meio-dia, quando o Sol está a pino e não faz
sombra.
Pôr outro lado, a luz das estrelas não faz sombras; a luz da Lua, provoca som-
bras, mas pôr se difusa, não as percebemos.
No Painel, os Astros Iluminam os demais Símbolos; o homem não se dá conta
que basta estar ao ar livre para que se torne um iluminado, basta que se locomova para cienti-
ficar-se que a Luz o acompanha nos seus passos, através da sombra que ele mesmo cria.
Todo ser que tem a oportunidade de poder locomover-se e estar iluminado não
tem consciência que é um privilegiado e que esse fato aparentemente curial, lhe dá a certeza
que não está só, de vez que todos os Luminares Celestes estão com ele.
A colocação do Sol e da Lua no Painel é o reconhecimento de um presença real
desses Símbolos que nos atingem a todo instante.
A falta de reconhecimento de nossa parte dessa constante presença seja na Na-
tureza, seja em Loja, nos torna seres mal-agradecidos.

AS ESTRELAS

A Estrela ou as Estrelas em si, pouco significam a não ser para tê-las ao lado
como testemunho da verdadeira grandiosidade que representa no Universo, o homem.
Os raios que a vista humana percebe ao redor de uma Estrela, na realidade não
existem, contudo, para materializar a luminosidade, o geometra entendeu desenhá-la, trans-
formando-a em um polígono.
O que é um polígono? Uma figura plana limitada pôr retas.
Assim sendo, a geometria convencionou desenha estrelas, a partir de duas pon-
tas, até um limite extremo, ficando na dependência da grossura do traçado e tamanho do papel
ou superfície.
Esses polígonos denominam-se estrelados.
No simbolismo maçônico a Estrela surge com cinco, seis a doze pontas, sendo
a principal denominada de Estrela de Salomão, formada pôr seis pontas.
A Estrela de Sete pontas que está no topo da Estada de Jacó, simboliza a Di-
vindade pôr ser o número sete considerado como emblema da perfeição.
A constelação em torno d luz não vem definida, mesmo porque, alterando-se os
hemisférios, o firmamento muda; alguém sugeriu que fosse a constelação Ursa Maior, mas
sem apresentar uma fundamentação plausível.
O restante do rimamento, considerando a parte final do Pavimento como linha
do horizonte, é apresentado como um bloco de nuvens, propriamente cúmulos que não são
nuvens que prenunciam tempestade, nuvem claras.
Contudo, a pintura difere do traçado do painel estilizado, apresentando nuvens
escuras, sendo apenas iluminados os bordos em torno do sol e da Lua, nem sequer o fulgor da
Estrela inserida no círculo, dá maior claridade ao firmamento.
Essas nuvens representariam névoa espiritual, que empresta maior misticismo
ao ambiente; ou, a formação da Egrégora; ou, ainda, a nuvem desprendida da queima do in-
censo.
Aparentemente, o Quadro projeta o ambiente, como se fora o ar livre, ou, tal-
vez, pretendendo transmitir a Abóbada Celeste, formando dentro do restrito recinto da Loja,
uma imensidão simbólica de infinitude. A impressão de infinitude, demonstra que uma Loja
Maçônica abarca espaço muito maior que o recinto da Loja.
Na Abóbada Celeste da Loja, surgem nuvens esparsas, sendo no setentrião,
mais escuras chegando ao extremo de serem enegrecidas. Surgem certos defeitos nas Lojas ao
apresentarem a Abóbada Celeste eis que em algumas, o Sol e a Lua, são repetidos, e portanto,
em duplicidade o que não seria correto.
De outro lado, a Abóbada Celeste teria inicio na parede pôr detrás do Altar do
Venerável Mestre, mas assim mesmo, o Sol e a Lua, colocados paralelamente.
Isso tudo, certamente, é tolerado porque a visão é a presença simbólica e não
pode haver preocupação quanto ao purismo da situação de todas as constelações.
O ALTAR

O Altar ou Ara, dito dos juramentos, suporte do Livro Sagrado, e também refe-
rido como Livro da Lei, é a parte mística da Loja pela sua sacralidade.
Nas Lojas o Altar é representado pôr um móvel, sem maiores detalhes que
identifiquem um "suporte" do Livro Sagrado sob o qual são colocadas as Jóias, Esquadro e
Compasso, quando aberto.
O Altar do Painel, onde vemos um móvel em forma de quadrilátero, simples,
tendo na parte frontal um circulo.
Cada lado de sua superfície teria uma designação, a partir do lado esquerdo:
"CALAR", "QUERER", "OUSAR" E "SABER".
A maioria dos Altares apresenta-se na forma triangular, inserindo nas suas fa-
ces, Símbolos.
Segundo o entendimento não generalizado, sobre o Ara são colocados, em ci-
ma de uma almofada vermelha, a Espada, o Esquadro e Compasso e o Livro Sagrado, bem
como nos ângulos, candelabros com velas.
No entanto, o procedimento comum é colocar sobre o Ara, apenas o Livro Sa-
grado e ao lado, o Esquadro e o compasso.

O LIVRO SAGRADO OU O LIVRO DA LEI

O Livro Sagrado, inicialmente, era o Livro da Lei Mosaica, originada entre os


antigos hebreus.
Sempre, a Lei foi colocada sobre os Altares; os hebreus, colocavam os "rolos"
de pergaminho; os egípcios, as folhas de papiro, os caldeus, as pranchetas de barro.
O Livro sagrado foi colocado a partir de 1467, nos altares romanos, quando os
manuscritos foram unidos formando o livro.
A imprensa foi inventada pêlos chineses no século VI, pôr meio de caracteres
gravados sob tábuas de madeira (xilografia), que recebendo uma fina camada de tinta, pôr
meio de pressão através de rolos, eram reproduzidos no papel.
Portando, a colocação do Livro Sagrado nos Altares maçônicos, ou a abertura
do Livro nas Sessões Maçônicas, sobre qualquer móvel, somente poderia Ter sido a partir de
1436, porém, dentro de uma Loja e sobre um Altar, o Livro seria colocado no ano de 1776,
pôr ocasião da construção do primeiro Templo Maçônico.
Dada a religiosidade do povo inglês, é certo que precedendo as Sessões, o Li-
vro Sagrado era aberto extraindo-se dele um trecho para leitura, comentário e orações.
Contudo, não há possibilidade de uma afirmação exata, quando a data do início
do uso do Livro Sagrado.
É evidente que muitos são os Livros Sagrados dependendo da orientação reli-
giosa dos Maçons e da situação geográfica.
Não se poderia pretender que no Oriente, fosse usada a Bíblia, quando a maio-
ria usa os Vedas; da mesma forma entre os muçulmanos, que usam o Alcorão.
Em uma Loja freqüentada pôr uma maioria de japoneses, em São Paulo, são
colocados no Ara, além da Bíblia, outro livro sagrado Japonês.
Logo, não havendo proibição, sobre o Altar pode ser colocado mais de um Li-
vro Sagrado. Cremos, que a colocação no Altar de outros elementos, não seja correto.
No Brasil, o Cristianismo, no momento, é a maior expressão religiosa motivan-
do a colocação no Altar, a Bíblia.
A Bíblia comporta o Velho Testamento, que é a História Sagrada do Povo He-
breu e o Novo Testamento, que é a sede do Cristianismo.
O que deve ser colocado sobre o Altar? O Velho ou o Novo Testamento?
Cremos nós que seja mais apropriado a Bíblia conjunta, pois a narrativa histó-
rica do Velho Testamento, contém orientação para a Arte Real, em especial o reinado do Rei
Salomão.
As Sagradas Escrituras ou Bíblia é o livro mais divulgado no mundo, vertido
dos originais hebraicos, gregos e latinos, em praticamente todas as línguas faladas na Terra, e
segundo Charles Berlitz, em 1710 idiomas.
Como é dada a grande quantidade de comentarista, e como o Livro Sagrado
atua como símbolo, sendo a sua leitura somente de um determinado trecho de conformidade
com o Grau desenvolvido, pouca diferença fará se a Bíblia desta ou daquela versão e também,
quando a língua, nenhuma diferença resultaria.
Inexistindo, ainda, uma disposição estatutária de qual versão a Maçonaria se
utiliza, a escolha ficará a cargo do Venerável Mestre de cada Loja.
Posto existindo controvérsias, a Loja de Aprendizes abrirá o Livro Sagrado, no
Salmo 133:
"Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos vivam em união! É como o
óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à
orla dos seus vestidos. Como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião;
porque ali o Senhor ordena a Benção e a vida para sempre".
Como se consta esse Salmo é um hino à fraternidade e a sua leitura predispõe
para a preparação psicologia e afetiva dos irmãos no trabalho a encetar.
Afora a Bíblia, para os povos do Oriente, a Maçonaria aceita nos seus altares:
O BHAGAVAD-GITA: esse livro sagrado faz parte da volumosa epopéia in-
diana da Mahabharata, que abrange milhares de versos; possui ele, porém, apenas setecentos e
setenta versos, distribuídos em dezoito capítulos e que constitui o grande livro espiritual hin-
du.
OS VEDAS: o surgimento desse livro sagrado, também hindu, é desconhecido;
o livro é um conjunto de muitos outros e é mais antigo que o Bhagavad-Gita.
O ALCORÃO: é o livro sagrado dos Muçulmanos que Maomé atribuía ao
próprio Deus, divide-se o livro em 144 capítulos, os Suratas, subdivididos em versículos.
O LIVRO DOS MORMONS: o fundador da seita chamava-se Joseph Simth e
o movimento mórmon teve inicio em 21 de setembro de 1823, portanto, trata-se de um movi-
mento religioso, relativamente recente.

A ESCADA DE JACÓ

Entremeada de lenda, sonho, visão, a Escada de Jacó na Maçonaria passou a


ser um Símbolo marcante, de vez que aceita interpretações as mais diversas.
A interpretação tem sido a melhor das ocupações dos Maçons, pois, dependen-
do do intérprete, do local e do momento, assume aspectos os mais variado, porém, com con-
clusões que conduzem a pensamentos elevados de fé, esperança e amor.
Sua forma física não espelha a grandiosidade que teria no sonho, de vez que
tendo sido a via de Entidades Celestiais, a sua majestade arquitetônica nem sequer poderia ser
reproduzida.
As suas dimensões não caberiam no Painel de Dight; ele a reproduziu com
grande simplicidade e transformando o quadro em desenho linear, a Escada nada mais apre-
senta que duas haste verticais com seus diversos travessões horizontais; o número dos de-
graus, nada simbolizam, pois ninguém os referiu contudo, atingindo o infinito, ou pelo menos
a Estrela de Sete Pontas, pôr lá é que terminaria, supondo-se então, que essa Estrela seria a
morada da Corte Celestial.
A escada tem apoio sobre o Livro Sagrado, aberto no Salmo 133, tendo o Es-
quadro e o Compasso, colocados de conformidade com o preceituado no Primeiro Grau.
Esse ponto de apoio significa que a verticalidade parte da Palavra Deus, por-
tando, uma Palavra dentro da esquadria e da Jóia que capacita a construção do Círculo, signi-
ficando esse, o infinito, a inteligência, com os símbolos da Serpente que morde a própria cau-
da.
Todo caminho vertical, indubitavelmente conduz a uma elevação, que no caso
se dirige à Estrela de Sete Pontas.
A união entre a Palavra de Deus e o firmamento, lugar para o homens, onde se
situam o sol, a Lua e os Astros, como se fossem objetos fixos, muito distantes, cuja grandeza
o poder da mente não abarca. Essa verticalidade conduz ao desconhecido.
O caminho vertical não é percorrido através dos membros humanos; não enceta
uma jornada trivial de trânsito, mas é um caminho "mental", próprio do Espirito. É a parte
mística da Loja que dá plenitude aos trabalhos Maçônicos.
A Escada do Painel, interrompe os raios emanados da Estrela, portanto uma
Luz inversa que não vem de cima, mas "sobre" ao encontro de uma luz, posto poderosa, mas
não tão intensa como é a da "Palavra de Deus"!
Para que o Maçom possa colocar-se no primeiro degrau dessa Escada, forço-
samente, terá que, primeiro subir no Altar; colocar os seus pés sobre o Livro Sagrado, vencer
as Jóias sobrepostas e iniciar a escalada.
Para subir no Altar, o Maçom necessita revestir-se, pelo menos, com vestes sa-
cerdotais.
Para colocar-se sobre o Livro Sagrado, precisa dominar a sua leitura e cantar o
Salmo 133 que diz:
Eis quão bom e agradável é habitarem juntos os irmãos"!
É a parte operativa e social, o que de moral exige a convivência dos Maçons!
Essa convivência dos Maçons! Essa convivência deve regular-se de conformidade com os
"traçados" do Esquadro e do compasso.
Vencidas essas dificuldades, esses "mistérios", cabe verificar da capacidade de
erguer o pé direito para colocá-lo sobre o primeiro degrau, um degrau que não é construído de
matéria, mas de espírito. Um símbolo que se deixa materializar com o contato humano.
Essa Escada está posta sobre o Livro Sagrado, mas de forma misteriosa, pois,
não se compreende qual o espírito que a sustenta no "ar", eis que pousa no infinito. Uma leve
oscilação poderia desequilibrá-la e fá-la ruir.
A Leveza na colocação dos pés deverá ser tão precisa que o corpo do Maçom
(Humano e espiritual) não afete o seu equilíbrio. Em suma, a disposição de galgar um degrau,
e depois, outro e mais outro, até atingir a altura desejada, irá concluir uma direção ignota e
contínua.
Quem se dispõe a ascender a Escada terá o direito de retroceder?
O Caminho do retorno será um simples acordar?
Voltando à Escada do Sonho, Jacó viu que os Anjos subiam e desciam mas não
punham os pés na terra!
O caminho ascendente espiritual não tem retrocesso, porque significaria fracas-
so; quem atinge um certo grau de conhecimento não poderá "apagar" esse conhecimento para
recomeçar!
Esse "desejo" de subir a "escada de Jacó" não se transforma em ato simples vo-
litivo.
É preciso que o candidato à ascensão, seja conduzido pelo 'Mestre", para que
seja advertido das dificuldade que encontrará. Em suma, dar aplicação material à Escada, co-
mo um mero símbolo de somar conhecimentos e aspirar aumento salarial, cremos ser uma
temeridade muito séria que está a merecer cuidados e aprofundados estudos.
No Painel de Dight, vemos sobre a Escada em setores proporcionalmente divi-
didos os símbolos do Cristianismo. Torna-se evidente que a situação religiosa da época que,
sem dúvida pendia para o Cristianismo.
Os símbolos Maçônicos procedem do povo hebreu e até então, nos Painéis, tan-
to desenhados sobre o piso da Loja, como mais tarde, bordados ou pintados, excluíam os sím-
bolos religiosos.
O trabalho de Dight, aceito até nossos dias, comprovam a tendência dos Ma-
çons à religiosidade.
Fé, Esperança e Caridade, constituem a essência evangélica.
Essa concepção vai além, pois notamos nas cartas de São Paulo, São Pedro e
outros, missivas às Igrejas, que precederam o surgimentos dos Evangelhos escritos pôr Ma-
teus, Marcos, João e Lucas.
Seguidamente, lemos artigos em que Maçons repelem qualquer comunicação
religiosa, durante as Sessões Maçônicas.
E é assegurado que a Maçonaria não se envolve com religião, política e racis-
mo. Temos, porém, nesse painel de Dight, conservados até o presente, um flagrante contradi-
ção, pois, esses símbolos cristãos, fazem supor que para ascender aos "Céus", seria imperativo
fazê-lo através do Cristianismo.
Se analisarmos esses símbolos isoladamente, poderíamos encontrar definições
diversas; no entanto, encontrando-se eles, juntos, inexiste outra alternativa; podemos assim,
afirmar que esses símbolos, na realidade são do Cristianismo.
Para os Maçons cristãos, nada altera; para os gnósticos ou de outras tendências
religiosas, pode causar espécie.
De nossa parte, não tomamos qualquer posição a respeito.
Logo no início da escada, sobre os primeiros degraus vemos o símbolo da Fé
Cristã a Cruz.
Enquanto que a Fé se robustecendo a si própria e dando alento a quem nela de-
posita toda confiança.
Quem está subindo a Escada, ultrapassando o estágio da Fé, encontra-se com a
Esperança; próximo está pôr realizar seu desejo. Mas se o Maçom estaciona, espera, deixa
para depois, desanima, se omite e entra em apatia, seu coração "adoece".
Quase no topo, vemos uma mão, à direita, estendida em direção a um Cálice.
Foi a forma como Dight encontrou para expressar a Caridade, ou o Amor.
O Cálice representa o Vinho, ou seja, o sangue redentor do Filho de deus, Jesus
o Cristo.
Derramado pôr amor à humanidade.
Quem vence a Segunda etapa da ascensão, recebe participação nesse Sacrifício
e deverá beber, como se estivesse na Mesa Eucarística.
Um ato, talvez religioso, mas sobretudo, místico.
A mística do Amor Fraterno.
Para colocar os lábios no cálice, o Maçom deverá encontrar-se em "estado de
Graça", ou seja, liberto do peso que o mundo profano lhe impõe, o "fardo" referido nos evan-
gelho. Deverá apresentar a "sua Pedra Bruta", devidamente desbastada.
Não basta deixar no "Átrio", todas as conseqüências do homem que procede do
mundo profano; conscientização que irá ingressar no seu Templo de "dentro", deverá sentir-se
puro, com disposição do "amar" aos seus Irmãos da Loja.
Como a construção do Templo Maçônico se realiza dentro do Maçom, total li-
turgia se desenvolve, pôr sua vez, no Templo de "dentro", onde é possível erigir a Escada de
Jacó, que ascende ao mundo celestial, à Jerusalém santa, a Cidade da Paz, com um nobre con-
ceito de Paz, muito diferente desse que presenciamos quotidianamente, aquele que diz que se
desejamos a Paz devemos nos preparar para a guerra!
Dentro de nós, não haverá lugar para a lenda.
O estudo da Escada de Jacó, do Painel, ou da Escada Maçônica, restringe-se ao
campo simbólico, quando a lenda é elemento auxiliar, para propiciar o pleno entendimento
das coisas que mantém misteriosas, muito distantes e incompreensíveis.

AS COLUNAS DO PAINEL

Essas três Colunas apresentam três ordens distintas: a Jônica, a Coríntia e a Dó-
rica, que simboliza a espiritualidade contida na filosofia da Sabedoria, da Força e da Beleza.
JÔNICA:- a Jônia foi uma região da antiga Ásia Menor, na costa do mar Egeu,
entre os golfos de Smirna e Mendélia. O seu nome provém da tribo dos Jônios que expulsos
da Grécia pêlos Dórios, fixaram-se na costa e ilhas da Ásia.
O elemento característico da ordem Jônica são as duas volutas que ornamentam
o capitel em que lembra os chifres dos carneiros.
A elegância da Coluna Jônica fez com que ela fosse usada para as construções
mais altas; podemos apreciá-las no Ereteu de Atenas.
Porque os Jônios eram os mais sábios, essa Coluna simboliza a Sabedoria, e
portanto, o Venerável Mestre.
A Coluna Jônica contém, como fuste, reto desde a base, o capitel com suas vo-
lutas a arquitrave, o friso e a corniza.
DÓRICA:- CUJAS ORIGENS PROCEDEM DOS Dórios que constituíam
uma das grandes raças helênicas que de certa forma confunde-se com os Jônios, com que re-
parte a evolução arquitetônica da época.
A Coluna Dórica não apresenta base e o seu fuste iniciando largo, vai estrei-
tando-se de acordo com a subida.
A Coluna Dórica é sóbria e simboliza o Primeiro Vigilante; é a coluna da For-
ça, simbolizada pela austeridade do espartanos.
Acostado a ela, está o Nível, Jóia da Primeira Vigilância.
CORÍNTIA:- Surgiu de Corinto, uma das cidade mais florescentes da Grécia
(Peloponeso), rival de Atena e Esparta.
Foi destruída pelo romanos no ano de 146 A. C..
A Ordem Coríntia é a terceira e a mais rica das Ordens de Arquitetura. Caracte-
riza-se pela harmonia das proporções e pela decoração de folhas de acanto do seu capitel.
Inicialmente foi empregada isoladamente, como se vê no monumento corégico
de Lisicrato e na Torre dos Ventos, em Atenas.
Os mais belos Templos contendo colunas Coríntias estão na Itália, no Templo
de Vesta em Tívoli, no Templo de Minerva em Assis e no Panteon e Templo de Anônimo de
Roma.
As folhas de acanto como ornamento foram usadas pelo arquiteto Colimaco,
inspirado pôr um detalhe notado sobre um túmulo, onde alguém depositara um cesto, tapan-
do-o com uma telha e ao redor do cesto, envolvidas, algumas folhas de acanto.
O cesto sugeria uma parte de colunas; a telha, um ábaco e as folha de acanto
uma ornamentação apropriada.
O acanto é uma planta cujas folhas grandes, são verdes recordadas e espinhen-
tas porém, muito formosas.

O COMPASSO E O ESQUADRO

No Painel, são visíveis, sobre o Livro Sagrado, e entrelaçadas as Jóias, Esqua-


dro e Compasso, ainda, acostado à coluna Coríntia, na base, vemos um Esquadro, sobre o
Painel à frente do Altar entre este e a Pedra Cúbica, outro Esquadro.
Temos, portanto, três Esquadros no Painel!
O COMPASSO:- Simboliza a tomada de medidas decisivas; a Jóia tem a for-
ma de um instrumento apropriado para movimentar as suas duas hastes, partindo de um ponto
de convergência até uma abertura que possibilite o máximo de desenho; abrindo-se as hastes
no seu limite máximo, torna-se impossível executar o traçado circular.
A abertura máxima significa o percurso de 360 graus; porém, usado como sím-
bolo estático, a abertura para receber sobre si o Esquadro, será de 90 graus.
O compasso sobre o Livro Sagrado não é destinado a traçar nenhum círculo e
tampouco medir qualquer distância entre dois pontos, ele é imobilizado pelo Esquadro que
simboliza a retidão.
A Palavra Sagrada, de per si, significa a expressão perfeita e retamente medida.
Com o Livro Sagrado aberto, não se faz necessário qualquer controle sobre o
escrito; no entanto, a interpretação, é que deve submeter-se ao critério de uma compreensão
exata, definitiva e perfeitamente equilibrada.
O Próprio Livro Sagrado ordena que a 'ninguém é dado interpretar a Palavra de
Deus".
O compasso sob o Esquadro no pequeno Painel, apresenta-se como a concen-
tração de todos os Símbolos.
Pôr si só expressam os valores da Loja.
Frente ao Altar está o Circulo o Ponto, contudo ele existe, pois, sem ele não se
conceberia o traçado.
Esse ponto de onde parte o Traçado circular, constitui, também o Ponto.
O Compasso, é instrumento de trabalho muito antigo, no início, enquanto, ain-
da, não inventado, o Círculo era traçado usando-se um cordel, fixada uma extremidade sobre a
superfície com o polegar e indicador, e na outra, envolto em um carvão ou em um giz, o mo-
vimento circular da mão direita traçava o circulo.
Assim, o cordel unia, pôr extensão, a mão esquerda à direita produzindo a se-
qüência de pontos.
O ponto inicial salta para a distância calculada e de ponto em ponto, a linha
curva é traçada formando a reprodução da esfera terrestre.
O olhar humano contém o compasso, de vez que fixando um determinado pon-
to no horizonte e girando o corpo, forma-se na mente, o círculo.
Durante o cerimonial da Iniciação, em determinado momento, quando é presta-
do juramento, é colocado no peito do iniciado uma ponta de uma das hastes do Compasso,
simbolizando a aplicação do ponto de partida de uma nova filosofia de vida e que o Aprendiz
é dado na iniciativa de traçar em si, o Círculo, lentamente, quanto for o tempo de aprendizado
até completar os 360 graus, para que seu comportamento e seu viver sejam aureolados pela
Justiça.
O círculo faz parte integrante do Compasso, porém o seu valor espiritual reside
no ponto de partida. Para produzir o Círculo não se faz necessário o Compasso como instru-
mento.
O Compasso traça círculos diferentes, inspirados no seu simbolismo como ins-
trumento de geometria, como, pôr exemplo, a formação da Cadeia de União.
A função do Compasso, em Maçonaria, não se restringe ao que lhe é especifi-
co, mas possui uma gama imensa de aplicações e resultados. Descrevemos as funções do
Compasso como Símbolo isolado, contudo, colocado em união com o Esquadro, as suas fun-
ções multiplicam-se.
A Morfologia do compasso nos apresenta a união do dualismo, ou binário.
A Cabeça ou Testa, os braços ou ramos, formam um trilogia, parecendo que a
cabeça, manuseada pela mãos, geralmente, apenas pôr uma mão, e a direita, orienta a forma-
ção do círculo.
A abertura total do compasso eqüivale à medida de 360 graus, porém trata-se
de uma medida apenas figurativa, pois na prática não é usada.
Na Maçonaria, consoante o Grau de Trabalho, o compasso gradua-se em 45, 90
ou 180 graus.
A mente comanda a mão que impulsiona o Compasso, assim, toda figura geo-
métrica (geo = terra, metron = medida) antes de ser traçada é concretizada na mente o que
eqüivale à projeção.
A palavra compasso é formada pelo prefixo "com" com o substantivo "passo".
O substantivo passo traduz-se pôr medida, tanto que o passo era usado para
medir distâncias, significando movimento do homem ou animal que avança ou recua. Portan-
to etimologiamente, compasso significa com medida.
O Aprendiz, contentemente, é medido para a constatação a respeito do esqua-
drejamento, já que é Pedra Bruta e faz em si, o trabalho de desbastamento.
Os Braços do compasso terminam em ponta, ao ser manejado, o compasso de
duas pontas, grava na superfície, ferindo-a o circulo. Diz-se ferindo a superfície porque a pon-
ta a raspa, provocando um sulco, como o emprego do compasso será sobre a Pedra é evidente
que para marcar o círculo, há a necessidade de ferir a pedra.
Logo, pode ser considerado como um instrumento pérfuro-cortante.
Colocado na pele, na direção do coração, a haste que se fixa, fere e assim, for-
nece o sangue para que a outra haste desenhe o círculo.
Sendo o sangue a melhor interpretação de vida, o iniciando estará selando o seu
juramento empenhando sua própria vida em defesa dos seus Irmãos.
O compasso maçônico é o de pontas secas. O nome de compasso é usado na
música, significando, tempo igual e é visto nas partituras e nos movimentos de um maestro na
direção de uma orquestra, algo compassado, quer dizer, uma ação com pausas, ou descansos,
equilibrada.
Assim o Maçom usa o compasso, não só para a medição de superfície, mas pa-
ra o seu equilíbrio ou controle. É pôr isso que o compasso limita as nossas paixões e equilibra
os nosso anseios.
O Compasso é a porta que no introduz à Filosofia Maçônica.
O Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso, constituem as grande Jóias e as
Grandes Luzes da Maçonaria, devendo ser considerados em conjunto para que exerçam com
plenitude o total domínio da Loja.
O ESQUADRO:- É UM SÍMBOLO QUE MAIS EXPRESSA A NOVEL
CRIATURA SURGIDA DA Câmara de Reflexões, característico da retidão do zelo para o
inicio da obra o comportamento e a expressão definitiva do que seja o axioma Justo e Perfeito.
É pôr meio do Esquadro que a Pedra Bruta adquire formas e é esquadrejada,
pois essa Pedra deve possuir os seus quatro ângulos retos.
É o domínio sobre a matéria a quem impõe a retidão no sentido de uma proje-
ção reta. É o ponto de partida para elaborar o material necessário à construção do templo. De-
pois do emprego da Régua que traça os rumos, o Esquadro é o instrumento indispensável para
projetar a obra e ao mesmo tempo dirige a tarefa, adestrando a mão do Maçom que obedece à
visão para a obtenção do resultado já previsto.
Na Loja ele toma uma posição de destaque, pois sendo o símbolo do Venerável
Mestre, é colocado, no 1°. Grau, sobre o compasso, no centro do Livro Sagrado, quando aber-
to.
Pôr que foi elegido o Esquadro como simbolizando o Venerável Mestre? Evi-
dentemente porque o dirigente da Loja deve ser o mais reto e justo dentre os irmãos do Qua-
dro. Ele repouso no Livro Sagrado, sobre o Compasso que representa o Céu, posicionando-se
como representativo da terra, formando o dualismo. O Aprendiz usa o esquadro como signo
que é visto na postura e na marcha.
Essa Jóia não é exclusiva do 1°. Grau, ela está presente em todos os Graus
Simbólicos da Maçonaria. O Esquadro não é só utilizado para esquadrejar a Pedra Bruta e
partindo dessa função, esquadrejar o próprio Maçom, bem como as suas ações.
O sinal Gultural, convencionalmente é feito com a destra formando a esqua-
dria, observando em lojas a postura do Aprendiz deixa muito a desejar, pois raros se preocu-
pam em Ter na mão, o esquadro que exige sempre, ser constituído de um angulo reto.
A mão direita representaria o Esquadro ou esse originar-se-ia da postura da
mão, considerando que o polegar é menor que o indicador, refletindo a diferença entre os la-
dos do Esquadro.
Uma postura deficiente trás resultados, pôr sua vez, deficientes, e o Aprendiz
não se dá conta que tudo deve ser feito corretamente e portanto com perfeição.

A ESPADA

Em primeiro plano, colocada no piso e acostada à coluna Dórica, vemos uma


Espada, Símbolo primeiro da Justiça.
A Espada Maçônica, ou a Ondulante, ou, ainda, a Flamejante, certamente, já
tendo o homem dominado com maestria a arte de fundir metais, como o cobre, o bronze, o
ferro e o aço foi inspirada no Livro Sagrado.
As sagradas Escrituras nos fornecem notícias a respeito da Espada, o seu uso
pacífico, simbólico, homicida, defesa, agressão, punição e advertência, desde o Livro do Gê-
nesis, até o Apocalipse.
Constata-se, através dos Rituais e das Obras Maçônicas, que além da Espada
Maçônica ser a flamejante, ela é considerada plana, ou seja, de um só gume, pontiaguda, po-
rém, sem fio.
Dentro da Loja, as Espadas exercem funções diversas.
O Venerável Mestre tem sobre o seu trono, depositada num cochim de veludo,
a Espada Flamejante com que recebe o juramento dos candidatos já na condição de recipien-
dários.
Nenhum dos Vigilantes, tem em seus tronos, a Espada.
Como defesa, os dois Cobridores, portam Espadas, inseridas, porém, em suas
Bainhas.
Nos espaldares, pôr trás da Câmara do Meio, onde têm assento os Mestres, es-
tão colocadas em suas poltronas (cadeiras) Espadas que usam, na cerimônia Iniciática, para
impor aos candidatos, respeito e temor.
E as usam para formar o arco simbólico, erguendo o braço que empunha a Es-
pada, toando uma ponta na outra que está defronte, como elevada honraria a visitantes ilus-
tres.
Os Aprendizes devem saber manejar a Espada de tal modo que não fira aos
demais e tampouco a si mesmos.
O Rito Escocês Antigo e Aceito, possui um Grau em que o Maçom à usa de
saudação, desembainha sua Espada, leva a lamina aos lábios para beijá-la, para após, estendê-
la ao alto.
Trata-se de uma prática sublime demonstrando que a Espada jamais será arma
que fere, mas Palavra que edifica.

JANELAS

Aberturas gradeadas que, em número de três, figuram no Painel da Loja de


Aprendizes, e que lembram as usadas pêlos antigos Maçons para observarem a marcha do sol.
Essas três janelas simbólicas indicam as principais horas do dia: o Nascer do sol, que dissipa
as trevas; O Meio Dia, que reduz a sombra levada ao seu mínimo, e o Pôr do Sol e suas Bele-
zas. Tem sido interpretadas como a destruição dos preconceitos, a constatação objetiva do
verdadeiro e o respeito às tradições.
Outros nela vêem uma alusão à necessidade que se tem de observar a marcha
da ciência e da Verdade. Porém, J. Boucher escreve;
"Os Maçons construtores sempre orientam os Templos com a entrada no Oci-
dente e as três Janelas do Painel seguem a marcha do Sol".
Não há Janela no Norte porque o sol lá não passa.
As Janelas têm uma rede de arame não para impedir aos profanos de olhar den-
tro do Templo, mas simplesmente, para impedir o Acesso ao Templo. O Templo é isolado do
mundo profano e o Maçom não deve Ter nenhuma tentação de tornar-se espectador deste
mesmo mundo.
É preciso, ao contrário, que ao sair do Templo, depois de Ter haurido novas
forças, o Maçom se torna novamente um ator na multidão anônima e nela espalha a Sabedo-
ria, a Forca e a Benignidade que veio adquirir.
A Janela do Oriente traz a suavidade de aurora, o seu renovamento de ativida-
de; a do meio-dia a força e o calor; a do Ocidente, dá uma luz sempre enfraquecida que incita
ao descanso. O Norte, obscuro, não recebendo nenhuma luz, não precisa de Janela.
Os trabalhos do Maçom começam, simbolicamente, ao meio-dia e terminam à
meia-noite. Começam ao meio-dia quando o Sol irradia com toda a sua força no Templo.
Os aprendizes são colocados ao Norte porque têm necessidade de ser ilumina-
dos; recebem assim em cheio a luz da Janela do Meio-dia. Os Companheiro, colocados ao
Meio-dia, necessitam de menos luz e a sombra trazida pelo muro do Templo os ilumina sufi-
cientemente.
Na mesma ordem de idéias, há de se notar que o Venerável e seus assessores
recebem de frente a única luz do poente. Ao contrário, os Vigilantes, são postos em alerta
desde a aurora pela luz que o atinge".
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