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Gênesis 1
1
No princípio criou Deus o céu e a terra.
2
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus
se movia sobre a face das águas.
3
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
5
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
I - Introdução
ABÓBADA – Substantivo feminino (do latim: volvita = revirada) – é entre outras coisas, o teto
arqueado e tudo o que é convexo e arredondado, na superfície exterior, e côncava e arqueada na
parte interior: Para alguns Ritos Maçônicos o teto de uma Loja é normalmente arqueado para
simbolizar o firmamento, já que o Templo representa simbolicamente e inversamente uma sessão da
Terra, mais precisamente localizado sobre o equador terrestre e é representado por um quadrilongo
, cujo comprimento (longitudinal) é orientado de Leste para Oeste ou do Oriente para o Ocidente e
sua largura de Norte a Sul (Colunas do Norte e do Sul), determinada pelo eixo longitudinal
representado pelo equador que divide a Terra em dois hemisférios. A abóbada representada
exatamente o céu ou firmamento sob o ponto de vista daquele que do hemisfério Norte terrestre
olha para o céu.
A Abóbada Celeste é um elemento simbólico fundamental presente nos tetos dos templos
maçônicos, desempenhando um papel significativo na rica tapeçaria do simbolismo e ensinamentos
dessa antiga tradição. Este componente inovador transcende sua função estrutural, transformando-
se em um poderoso símbolo que evoca reflexões profundas sobre a natureza do universo, a jornada
do homem em busca do conhecimento e a conexão entre o macrocosmo e o microcosmo.
Ao levantar os olhos para a Abóboda Celeste no interior dos templos maçônicos, os iniciados
são convidados a contemplar não apenas a grandiosidade do espaço celestial, mas também a
vastidão do conhecimento e da sabedoria que se estende diante deles. Este elemento moderno
assume a forma de uma cúpula celestial estrelada, repleta de símbolos astronômicos que remetem
à ordem cósmica e à harmonia do universo.
A Abóbada Celeste também serve como um lembrete constante da busca maçônica pela luz
do entendimento, representada pelas estrelas que pontuam seu firmamento. Nesse contexto, os
templos maçônicos tornam-se espaços sagrados onde os aprendizes, companheiros e mestres
maçônicos buscam iluminar as trevas da iluminação por meio da contemplação, estudo e prática dos
princípios maçônicos.
Esta introdução à Abóbada Celeste nos templos maçônicos sugere a importância profunda
desse elemento inovador na tradição maçônica, destacando como sua presença influência a
experiência ritualística e simbólica dos membros da ordem. A partir desse ponto de partida, é possível
explorar as camadas mais profundos de significados associados a esse símbolo celeste dentro do
contexto maçônico.
II – Representação
No Rito Escocês Antigo e Aceito - REAA, o rito mais difundido no Brasil, os rituais apresentam
a abóbada celeste mantendo os astros e estrelas, sendo a disposição tradicional dos nossos templos.
Um Ritual de Aprendiz de 1904 diz que “o teto figura uma abóbada azulada, com estrelas formando
um grande número de constelações”.
A Abóbada, de cor azulada, está decorada com astros, estrelas e nuvens. É a representação
do firmamento celeste. Não apenas na Maçonaria, como também em várias religiões. O Templo
significa o Cosmo, é o símbolo da universalidade. Está atribuída à construção da primeira abóbada
aos romanos, que tiveram influência dos etruscos e gregos na arquitetura, construindo-a com tal
habilidade e beleza que, naquela época, foi considerada como inspirada pelos deuses.
III - As luminárias
O Sol e a Lua – O primeiro estará no Oriente e a segunda no Ocidente, mostrando com isso a
transição do dia (Oriente) para a noite (Ocidente). É importante se observar que o Sol estará próximo
ao Dossel do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, mas não propriamente sobre o zênite e sim
levemente deslocado para Sudeste, considerando-se o ponto de vista do hemisfério Norte onde
nasceu a Sublime Instituição e o Sul (Meio-Dia), mais iluminado que o Norte. Quanto a Lua, em
quarto-crescente, estará na Abóbada, sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante.
IV – Constelações
Logo, a alude, Três governam a Loja (Órion), cinco a compõem (Híadas) e sete ou mais
completam e a tornam justa e perfeita (Plêiades).
V - Os Planetas
Mercúrio – Planeta que é representado por uma estrela que está localizada na Abóboda na
sua porção oriental, quadrante nordeste, próximo ao Sol. Por ser o planeta que mais rapidamente
circula em torno do Sol, cujo nome corresponde a um deus mitológico veloz e astuto, representa o
Mestre de Cerimônias, pois esse Oficial maçônico, sempre circulando pelo Templo, como elemento
de ligação, imita o planeta.
Júpiter – Planeta também representado por uma estrela que se encontra localizada na
Abóboda em sua porção oriental, quadrante Sudeste, entre o Sol e a linha do horizonte austral,
entretanto mais afastada da linha do horizonte oriente do que Mercúrio. Júpiter no panteão dos
deuses babilônicos representava o régio senhor dos homens, associado à força, simboliza o Primeiro
Vigilante.
Vênus – Representada por uma estrela, o planeta encontra-se situado no zênite da Abóbada,
na porção ocidental próximo a linha do horizonte.
Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor,
simboliza a beleza, por conseguinte o Segundo Vigilante.
Saturno – O planeta é representado com os seus anéis e circundado pelos nove satélites
naturais (luas). Está situado na porção ocidental da Abóbada, próximo ao Oriente entre o zênite e a
linha do horizonte austral, próximo da estrela Spica. Corresponde ao deus babilônico frio e cruel, com
seus “anéis”, simboliza a riqueza (metais), por conseguinte, por esse aspecto, simboliza o Tesoureiro.
VI - As Estrelas.
Arcturus – Situada o mais próximo possível da linha do horizonte boreal a Norte – Nordeste.
É também conhecida como Estrela Polar.
Spica – Situada no zênite da Abóbada em sua porção Inicial do Ocidente, o mais próximo
possível de uma linha imaginaria que se projeta da entrada do Ocidente do Templo e perpendicular
ao zênite.
Aldebaran – Essa estrela está situada no Ocidente e próxima à constelação de Órion, mais
precisamente no eixo longitudinal da Abóbada (zênite), mais próxima ao meridiano do Meio-Dia em
sua porção anterior ao meridiano citado observado a marcha aparente do Sol.
Régulus – Situada no quadrante Noroeste da Abóbada, próxima a Lua e quase sobre a mesa
ocupada pelo Primeiro Vigilante.
Fomalhaut – Situada próxima à linha do horizonte austral, mais precisamente a Sul – Sudoeste
da Abóbada, próximo ao meridiano do Meio-Dia, aproximadamente a retaguarda do Segundo
Vigilante.
Em última análise, a Abóbada Celeste no templo maçônico é mais do que uma representação
arquitetônica; é um símbolo enraizado em tradições antigas e permeado de significados profundos.
Ela nos (maçons) convida a explorarem os mistérios do universo e a trilharem um caminho de
autodescoberta e elevação espiritual, reforçando os valores fundamentais da Maçonaria.