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A.∙.G.∙.D.∙.G.∙.A.∙.D.∙.

A.∙. R.∙.L.∙.S.∙. “ACÁCIA DOS PERDÕES” Nº 3407


G.∙.O.∙.B.∙. / G.∙.O.∙.M.∙.G.∙.

ABÓBODA CELESTE

RONALDO CARVALHO GUIMARÃES / A.∙.M.∙.

JUNHO DE 2023
ABÓBODA CELESTE:
O local de reunião das Lojas Maçônicas chama-se Templo, que tem
interiormente a forma de um retângulo e simbolicamente tem comprimento do
Oriente ao Ocidente, largura do Norte ao Sul, profundidade da superfície ao
centro da Terra e altura da Terra ao Céu. Esta tão vasta extensão do Templo
simboliza o Universo e a universalidade da Maçonaria.

O teto do Templo chama-se Abóboda Celeste, de cor azul com nuvens brancas
e nele estão representados diversos astros, todos dispostos uniformemente, com
interpretações místicas e representando os cargos em Loja. Todos os astros
representados são os visíveis no hemisfério Norte.

SOL: Estrela de 4ª grandeza, fonte de luz e vida em nosso planeta, na posição


mais oriental, representa o Venerável Mestre.

MERCÚRIO: O deus Hermes dos gregos, o mensageiro dos deuses, o menor e


mais rápido dos planetas, por sua posição no Oriente, próximo e a direita do Sol
(Venerável Mestre) e por suas atribuições, representa o Primeiro Diácono.

JÚPITER: Era Zeus para os gregos. O maior planeta do sistema solar era o
guardião do Direito, o defensor do Estado, protetor das fronteiras e do
matrimônio. Júpiter é o astro regente do ex-venerável e por isso fica no Oriente.

SPICA: Espiga é a mais brilhante das estrelas da constelação de Virgem. Na


verdade são duas estrelas que rotacionam entre si, mas a velocidade e o espaço
entre elas são tão reduzidos que a olho nu parecem ser uma única estrela.
Representa o cargo de Secretário.

ARCTURUS: Estrela Alfa da constelação de Bootes. Por sua posição junto à


Ursa Maior é conhecida como a “guardiã do Urso” e correspondente ao cargo de
Orador, guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do Oriente.
HÍADES: É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de uma flecha
na constelação de Touro. As Híades são as regentes dos Companheiros.
ALDEBARAN: Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem as
Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o cargo do Tesoureiro.
ESTRELA SEM NOME: É o único astro sem estar nominado nos Rituais. É a
Estrela Pitagórica ou Pentagrama ou Pentalfa e, por sua posição no Sul, é
interpretada como sendo a Estrela Flamígera, que é um símbolo privativo do
Grau de Companheiro. Representa, por sua posição, o Segundo Vigilante.

PLÊIADES: É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de Touro. São


também conhecidas como “As Sete Irmãs”. Elas regem os Maçons, a paz,
plêiade de homens justos.

ÓRION: Constelação equatorial é formada por quatro estrelas brilhantes com


uma linha de três estrelas que formam o “Cinto de Orion” e são popularmente
conhecidas como “as Três Marias” ou “os Três Reis Magos”. No Teto do Templo
só são representadas as três estrelas, porque representam a idade do Aprendiz,
que ainda não tem o domínio do espírito sobre a matéria. Na tradição árabe mais
antiga, Orion era chamada de “A Ovelha de Cinto Branco” e o avental de
Aprendiz era feito, na sua origem de pele de carneiro. As três estrelas de Orion
são regentes dos Aprendizes.

URSA MAIOR: A Ursa Maior é uma grande e famosa constelação do hemisfério


norte, situada próximo ao Pólo Norte. A constelação da Ursa Maior foi vista de
diferentes formas por diversos povos. Na França é conhecida como “A Caçarola”,
na Inglaterra como “O Arado”, na China como “O Burocrata Celestial”, na Índia
como “Os Sete Sábios”, na Europa medieval era chamada de “A Carruagem” ou
“A Carroça de Charles”, na mitologia nórdica era “A Carruagem de Odin”, que se
disfarçava de viajante, na mitologia grega era chamada de Ursa Maior e sua
formação foi um castigo de Zeus sobre Calisto. No Egito antigo a constelação
era colocada dentro de um grupo maior de estrelas e a desenhavam como uma
procissão com um touro puxando um homem deitado, havendo a interpretação
de que seria Osíris morto, com sua viúva Ísis e o filho da viúva Órus em
procissão. A interpretação maçônica seria que representa a Lenda de Hiram.

FORMALHAUT: Palavra de origem árabe que significa “boca do peixe”. É


conhecida também como Alpha Piscius Austrinis, a estrela mais brilhante da
constelação de Peixes. Corresponde ao cargo de Chanceler.
RÉGULUS: Alfa Leonis é a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na
Astrologia, Regulus sempre manteve posição de comando. Ela dirige todos os
trabalhos do paraíso. Foi Nicolau Copérnico quem a batizou com o
nome Regulus, que significa “Regente”. Correspondente ao cargo de Mestre de
Cerimônia.

SATURNO COM SEUS SATÉLITES: É o sexto planeta do sistema solar e possui


quinze satélites, dos quais somente nove eram conhecidos quando os rituais
foram elaborados. Saturno representa a Cadeia de União, seus três anéis
constantes em alguns Rituais representam os três graus simbólicos (Aprendiz,
Companheiro e Mestre) e seus nove satélites representam os cargos de
Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário,
Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias e Cobridor Interno.

ANTARES: Nome proveniente de Anti-Ares (Anti-Marte) por se assemelhar,


rivalizando com seu tamanho, cor avermelhada e brilho, ao planeta Marte. Para
os antigos persas (3000 a.C.) era uma das estrelas guardiãs do céu.
Corresponde ao Cobridor Interno.

LUA: O satélite da Terra, por sua localização na Abóboda Celeste, corresponde


ao Primeiro Vigilante.

VÊNUS: É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge sempre próximo


à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro regente do Segundo Diácono. Conhecido
ainda hoje como “Estrela Vésper”, a primeira a aparecer no céu, Vênus era o
“Mensageiro do Dia”, anunciava a hora de começar e de encerrar o período de
trabalho.

Ao todo contamos 35 astros existentes na ABÓBADA CELESTE DO


TEMPLO MAÇÔNICO, ressaltando a ausência do planeta Marte, o qual para os
gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia figurar entre aqueles que
buscam a paz e a harmonia universal, por isso foi para o átrio, o reino profano
dos tumultos e das lutas.

Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de “cobrir o Templo”, sendo o


astro do Cobridor Externo, enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado
Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira entre o mundo iniciático e
o profano.

Assim, a Abóbada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a


prática do R.:E.:A.:A.:, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável fonte de
pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes viagens mentais, ou
mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em contemplação do belo
firmamento a nos elevar espiritualmente.
Bibliografia:

1. Ritual de Aprendiz Maçom, do R.:E.:A.:A.:, de 1804, 1904 e 1927;


2. Astronomia na Maçonaria, do Blog Luz do Universo 1953;
3. A Origem da Maçonaria – Maçonaria.org
4. O Firmamento, o zodíaco e a abobada celeste - Blog do Mestre Maçom da
GLMDF, Irmão Jose Roberto Cardoso.

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