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A ABÓBADA CELESTE

Ir.’. Juvenal da Roz, MM

O tema "Abóbada Celeste", sem dúvida, é um estudo dos


mais fascinantes quando se pesquisa a ornamentação de uma
Loja Maçônica. Nele, observa-se, uma série de conceitos
herdados dos povos primitivos, desde o seu alvorecer,
passando pelas diversas culturas no tocante a sua
religiosidade e busca do entendimento do desconhecido. Desde
o início dos tempos, o homem buscou o seu Deus. E o fez da
maneira possível para a época. O estudo, hoje, da
religiosidade desses povos dá-se o nome de mitologia.

Os astros sempre exerceram influência predominante no


espírito do homem. A Astrologia é uma das ciências mais
antigas da humanidade e, através delas, os magos procuraram,
sempre, entrever os destinos da humanidade. É importante,
ainda, deixar claro que a humanidade desde os primórdios,
sempre correu em busca da verdade e, em qualquer época, o
homem considera os conceitos antigos como ridículos e
ingênuos. A Maçonaria, entretanto, não faz troça destes
conceitos; muito pelo contrário, busca neles, a inspiração
para uma evolução da moral, da ética e do convívio fraterno
entre os homens e, por conseguinte, entre as raças.

O homem maçom procura aplicar a Tolerância entre os


homens. Assim, por mais que discorde das ideias de outro
homem, entende que é o semelhante daquele e, só poderá viver
em harmonia com aquele se ambos aprenderem a respeitarem-se
mutuamente. No estudo da Abóbada Celeste, se faz necessário,
antes, entender o conceito de Precessão dos Equinócios.

A Terra, ao realizar o movimento de translação,


percorre uma órbita elíptica, isto é, oval. Durante este
percurso, que dura 365 dias, 6 horas, 15 minutos e 20
segundos, uma série de constelações vão se sucedendo, no céu
estrelado, na mesma ordem, mais ou menos de 30 em 30 dias.
São as chamadas Constelações do Zodíaco.
O homem, no alvorecer da cultura, guiava-se pelo ciclo
anual das estações e considerava o início de um novo ano a
volta da Primavera, superando o frio do inverno e fazendo
brotar a vida vegetal. Logo, ele relacionou a chegada desta
estação com o aparecimento de determinadas estrelas e
constelações na abóbada celeste.

Quando foram feitos os primeiros registros sobre este


fenômeno, o início da primavera coincidia com o aparecimento
da Constelação do Touro e, mais precisamente, no momento em
que a estrela Aldebaran, o Olho do Touro, entre os árabes,
ou o Olho de Deus, entre os judeus, ocupava o Zenith. Neste
tempo, a humanidade encontrava-se na chamada Era do Touro.

Com o passar dos tempos, a constelação do Touro foi se


atrasando em relação ao início da primavera e, seu lugar
acabou sendo ocupado pela Constelação de Aries, o Carneiro.
Foi nessa era de Aries que a humanidade idealizou os
primeiros calendários. O maçônico a ela está vinculado.

Anos se passaram e foi a vez de Aries retardar a sua


chegada anual e uma nova constelação ocupou o Zenith na
Primavera. A Constelação de Peixes, marca a época do
cristianismo, na qual estamos. Dentro de pouco tempo, a
Constelação de Aquário indicará a Primavera. Esta mudança
se dá a cada 2150 anos. Este retardo é fenômeno astronômico
denominado Precessão dos Equinócios. E, a cada 25.800 anos,
o ciclo se completa.

É interessante relacionar estas constelações com o


pensamento religioso da época. Observemos na "Era de Touro",
o culto aos deuses touros: o bezerro de ouro, o boi Apis, o
Minotauro. Na era de Áries, surge o culto ao carneiro,
personificado por Júpiter-Amon.

A tradição de decorar o teto dos Templos tem a sua


origem no antigo Egito, atingindo o seu esplendor no Templo
de Carnac (hoje, Luxor) com a administração do faraó Ramsés
II. Este Templo seguindo os padrões da época, possuia formas
arquitetônicas nas quais buscava principalmente o valor
simbólico em detrimento da estética. Procurava-se naquele
tempo, assim como hoje, representar o firmamento no teto e
a terra no piso do Templo.

Os vários astros representados na Abóbada Celeste não


devem ser dispostos de forma aleatória. Busca-se na
disposição deles toda uma simbologia, uma harmonia viva e
ritualística. A iluminação representada no teto do Templo
provoca a sensação gradual de uma jornada de trabalho
maçônico. Do Sol, no Oriente à Lua, em quarto-crescente, no
Ocidente, percorre a Luz - símbolo do conhecimento e elevação
espiritual.

Na decoração do teto do Templo Maçônico é obrigatória


a representação do Sol e da Lua, inseridos no teto pintado
de azul, com tonalidades alaranjadas no Oriente, onde reina
o Sol e, gradativamente, tons escuros no Ocidente, onde se
encontra a Lua, com a sua face iluminada voltada para o Sol.
Porém, para maior simbolismo e beleza, a Abóbada Celeste dos
nossos Templos, é disposta como se segue:

a. O Sol, cor de ouro, tem o seu lugar no Oriente, sobre


o Trono do Venerável Mestre, fonte irradiadora de luz e
sabedoria. É luz maior do céu e da Loja. Em nosso mundo, a
luz e o calor do Sol são essenciais 'a vida. Para os gregos,
representava o deus Hélio. Ele pertencia a geração dos
"Titãs", anterior aos desuse olímpicos. Era filho dos Titãs
Hiperião e Teia, irmão de Eros, a Aurora e de Selene, a Lua.
Tinha por mulher Perseida, uma das filhas do Oceano. Consta
que se uniu a várias outras mulheres tendo filhos com muitas
delas. Hélio era representado como um jovem de grande beleza,
com a cabeça cercada de raios à maneira de uma grande
cabeleira. Percorria os céus num carro de fogo arrastado por
quatro cavalos: Pirois, Eoo, Éton e Flégon, dotados de grande
rapidez. Os quatro nomes originaram-se de chama, fogo e luz.
A cada manhã, precedido pelo carro da Aurora, sua irmã,
Hélio se atirava por um caminho que passava no centro do
céu. À tarde, chegava ao mar, onde banhava seus cavalos
fatigados. Hélio então repousava num castelo de ouro, de
onde partia no outro dia de manhã. Hélio é considerado o
olho do mundo, aquele que tudo vê. Representa ainda a fonte
da vida, o deus maior da época. Em loja representa o Ven.'.
Mestre.

b. A Lua, cor de prata, descansa por sobre o Altar do


1°Vigilante, o Pilar da Força. Na mitologia grega, é
personificada por Selene, irmã de Hélio. Representam-na como
uma bela jovem que percorre o céu no seu carro de prata
puxados por dois cavalos brancos. Teve de Zeus uma filha;
foi amante de Pã, deus dos pastores e de Endimião, de quem
teve cinqüenta filhos. Consta que ela não era a Lua, mas
sabendo que seu irmão se afogara, precipitou-se do alto de
uma torre, despedaçando-se. Os deuses, compadecidos,
transformaram os dois irmãos em "Sol" e "Lua". A Lua é a
segunda maior fonte de luz do céu e por isso rege o 1º Vig.

c. A Estrela Fomalhaut, cor branca azulada, situa-se


sobre o Altar do 2°Vigilante, um pouco a frente e a esquerda
do 2°Experto. Ela indica a boca da constelação do Peixe
Austral.

d. Os quatro planetas representados na Abóbada tomando-


se como referência a direção Oriente para o Ocidente, são:

1) Mercúrio, da cor do mercúrio, na mitologia grega era


representado por Hermes, filho de Zeus (Júpiter) e de Maia.
Era o deus dos comerciantes e dos ladrões. Seus inúmeros
atos heroicos fazem dele a imagem de arguto, inteligente e
sempre disposto a aprender. Também protegia os pastores e
freqüentemente o representavam com um cordeiro sobre os
ombros. Outra de suas funções era conduzir as almas dos
defuntos ao inferno. As imagens de Hermes o mostravam calçado
de sandálias com asas, com um chapéu de formato especial, o
Étaso e levando na mão o Caduceu, símbolo de suas funções
de arauto (mensageiro). Era o mensageiro dos deuses. O
Caduceu era uma vara com duas serpentes enroscadas e com
asas na sua extremidade. Hermes é principalmente o
intérprete da vontade divina. Depois do dilúvio, foi o
portador da palavra dos deuses a Descalião (o mesmo que Noé
no cristianismo). É o planeta mais próximo do Sol e, por
isso, representa o 1°Diácono. Localiza-se a sudoeste do Sol
e a frente do 1°Diácono.

2) Júpiter, de cor estanho, representado na mitologia


por Zeus, rei dos deuses do Olimpo, deus supremo do panteão
helênico. Reunia em si todos os atributos divinos. Era todo
poderoso, via tudo, sabia de tudo. Castigava os maus, porém
era acessível à piedade. Protegia os fracos, os deprimidos
e suplicantes. Presidia as manifestações celestes; provocava
as chuvas; lançava os raios e trovões e imperava entre os
homens e deuses. Zeus tinha como função primordial manter a
ordem, e a harmonia do mundo. Representavam-no como homem
de feição madura, robusto, grave, de fronte ampla, cabeleira
espessa e ondulada e de longas barbas. Seus atributos eram
o cedro na mão esquerda, o raio na mão direita e a águia aos
pés. É o astro regente dos Past-Masters. Localiza-se a
Noroeste do Sol, à frente e a esquerda do Venerável.

3) Saturno com seus nove satélites, cor plúmbea, pai


de Júpiter, Deus do Tempo. Na mitologia é Crono, filho de
Urano, o Céu, e de Geia, a Terra, e, pertence à primeira
geração divina. É o Senhor do Tempo e da Eternidade. Pai de
Zeus, foi por ele destronado. Possui três anéis e quinze
satélites embora na antiguidade, só eram conhecidos nove. É
o segundo maior planeta em tamanho e localiza-se no centro
geométrico do Ocidente, a frente do Mestre de Cerimônias.
Os seus três anéis representam os três graus da Loja
Simbólica. Os nove satélites representam os nove graus
sefiróticos: Ven. Mest., 1º e 2ºVig., Or., Secr., Tes.,
Chanc., Mestr. CCer. e Guarda do Templo.

4) Vênus, cor de cobre, é uma estrela matutina que surge


ao nascer do Sol e localiza-se no meio do lado Ocidental do
Pavimento de Mosaico. É representada por Afrodite, a deusa
da beleza e do amor. A mitologia é rica em descrever casos
dessa deusa situando-a sempre como a mais bela e de maior
número de amantes. Foi conhecida e venerada por todos os
povos da antiguidade. Nos céus, é conhecida ainda hoje como
Vêsper, "a Vespertina" - a primeira a aparecer nos céus.
Vênus era a mensageira do dia anunciando a hora de começar
a encerrar o período dos trabalhos. Surge sempre próxima à
Lua e representa, em Loja o 2°Diácono.

e. Vejamos agora as estrelas e as constelações:

1) Spica ou Schibolet - a espiga de milho, de cor


azulada, no Zodíaco pertence ao signo de Virgem e é a 14ª
em brilho. Foi pela mudança de posição entre esta estrela e
a de Régulus, que Hiparco descobriu o fenômeno da precessão.
Os primitivos instrumentos de escrita usados por gregos e
romanos não eram penas, mas canetas feitas de caules ocos
de um vegetal chamado de "specula". Esta ainda associado a
Coluna da Beleza, por isso feminino. Não é considerada
estrela real porque o cargo de secretário, a quem representa,
não é eletivo mas, de confiança do Venerável. Fica sobre o
centro do Pavimento e indicava o tempo das colheitas, para
os antigos o tempo.

2) Arcturus, cor laranja, não pertence ao Zodíaco e


compõe a Constelação do Boiadeiro. Localiza-se entre Spica
e Ursa Maior do Norte. É a 6ª em brilho e encontra-se a uma
distância de 40 anos-luz da Terra. É uma estrela alfa da
Constelação de Boótis, que em grego quer dizer "guardião de
animais". Por sua posição à frente da Usa Maior, é conhecida
como Guardiã do Urso. Por ser o Orador, o guardião das leis
e do Oriente, esta estrela o representa e no céu do Templo
é exatamente em cima da Balaustrada - grade que separa o
Oriente do Ocidente.

3) A Constelação de Touro está representada pelas


Plêiades, pelas Híades e pela estrela Aldebaran. Localiza-
se na região compreendida entre o lugar do Tesoureiro e os
degraus do Oriente, na frente e a esquerda do Altar dos
Juramentos.
a) A estrela Aldebaran, o Olho de Deus ou do Touro,
outrora, antes do fenômeno da precessão, indicava o início
da Primavera; é de cor alaranjada, 30 vezes maior que o Sol,
encontra-se a 80 anos-luz do sistema solar e é a 3ª estrela
mais brilhante do céu. É uma estrela alfa da constelação de
Touro a qual pertence as Plêiades e as Hiades. O nome
Aldebarã significa em árabe o "sequaz" ou o "adepto" por
causa de sua localização junto àquelas duas. Na Loja, rege
o cargo do Tes..

b) As Plêiades são sete estrelas que comungam com o


princípio universal e Maçônico da evolução e do movimento,
pois em um passado longíguo, representavam na cauda do Touro,
hoje no pescoço. Surgiam em maio, no Ocidente e permaneciam
até outubro indicando tempo seguro para viagens e orientando
os marinheiros. Na mitologia grega, elas representavam as
sete filhas de Atlas e Plêiades: Maia, Electra e Taigetes,
amadas por Zeus e consideradas as mais belas; Celeno e
Alcione, por Netuno; Esterope, por Marte e Merope que se
casou com o rei de Corinto. Durante uma viagem, elas
encontraram Orion que por elas se apaixonou quando perseguia
as Irmãs Hiádes. Perseguição esta que durou cinco anos.
Este, as perseguiu por sete anos. Não conseguindo o seu
intento, transformou-as todas em pombas. Foram então,
transformadas por Zeus em estrelas, que se compadeceu delas.
Nota-se ainda que, a estrela maior que aparece ao centro não
pertence a esta constelação e sim, a Ursa Maior.

c) As Hiádes, também são sete estrelas, todas de


primeira grandeza e ocupam a testa do Touro. Indicavam as
chuvas da Primavera. Conta, a mitologia, que elas eram todas
irmãs.

4) Cinto de Orion, também conhecido por Bordão de Jacó,


Três Marias ou Três Reis Magos. Orion era um gigante caçador,
dotado do poder de andar sobre o mar. Era possuidor de grande
força e beleza. Possuiu vários filhos e mulheres e uma delas,
por ciúmes, enviou um escorpião que lhe picou, matando-o.
Por ter prestado tal serviço à deusa, o escorpião foi
transformado em constelação tendo Orion a mesma sorte. As
constelações de Orion e Escorpião nunca ficam perto uma da
outra. Já na tradição árabe, Orion era chamado de "a ovelha
de cinto branco". Maçonicamente, podemos associar ao Avental
de Aprendiz, que deve ser feito de pele branca de carneiro
com um cinto. A constelação de Orion possui a configuração
de um retângulo formado de quatro estrelas cruzando o centro,
que forma o cinto de Orion. Não pertence ao Zodíaco e torna-
se a constelação mais brilhante do firmamento no mês de
dezembro. Fica sobre o Altar dos Juramentos. Regem os
Aprendizes e lembram os seus passos.

5) A Ursa Maior indica o Norte e não pertence ao


Zodíaco. O grande Urso é considerado a constelação mais
antiga. No Teto da Loja, são apresentadas as suas sete
estrelas mais significativas. Uma delas, a Alkaid, também é
conhecida como Benetnash. Estes nomes fazem parte da frase
"Quaid al banat ad Nash", que significa "a chefe das filhas
do ataúde maior". Este nome provém da concepção árabe mais
antiga que representava a Ursa Maior como um ataúde e três
carpideiras. A relação é intrínseca com a nossa iniciação
onde morremos para a vida profana. Esta estrela está
localizada junto as Plêiades. Fica sobre a bancada dos
Aprendizes.

6) Regulus, em latim Alfa Leonis, é uma estrela azulada


que dentro do Zodíaco representa o Coração do Leão, sendo a
mais brilhante. Situa-se no ângulo superior esquerdo do
Pavimento. Esta estrela Régulus, o Coração do Leão, que na
era de Touros indicava o início do verão, para os babilônios.
Com o avanço da Precessão, ela passou a marcar o período de
maior calor - o mês das chuvas, daí as fontes terem a cabeça
de Leão. Na astrologia, Regulus sempre manteve posição de
comando. Ela dirige os trabalhos no paraíso. Foi Copérnico
que a batizou com este nome, que significa regente.
Corresponde ao cargo de Mestr. CCer., cuja jóia também é uma
regula ou régua.
7) Antares, em latim, Alfa Scorpi, o Coração do
Escorpião, que outrora indicava o equinócio de outono, é uma
estrela vermelha 600 vezes maior que o Sol, distando deste,
500 anos-luz. Representa o coração do Escorpião e fica sobre
o pavimento, um pouco à frente da bancada dos Companheiros.
Foi durante séculos, a maior estrela conhecida. Às vezes, é
confundida com Marte. Antares em grego significa "Rival de
Marte". Tanto uma como outra são vermelhas e, às vezes,
aparecem muito próximas. Antares, mitologicamente, significa
a luta pelo bem. É o astro regente do Guarda do Templo.

8) Fomalhaut, em latin Alfa Piscis Austrinis é a estrela


que indica a boca da Constelação do Peixe Austral, onde
Aquário despejava as suas águas. Significa ainda, Peixe do
Sul. Pode e deve haver correlação com o signo zodíaco de
Peixes. É uma palavra árabe que significa "a boca do Peixe
Azul". Não pertence ao Zodíaco. Rege o cargo de Chanceler.

9) Descrevemos até agora 35 estrelas e planetas na


abóbada. Como o número perfeito é nove e, três mais cinco,
são oito, deveria faltar uma estrela para compor um número
perfeito. Na verdade ela existe e não esta representada
dentro da loja. É o planeta Marte, que para os gregos é
Ares. Como Marte é o deus da guerra e, como tal não poderia
formar com aqueles que buscam a paz e harmonia. Assim, foi
desterrado para o Átrio, o reino profano dos tumultos e das
lutas cobrindo dessa forma o nosso Templo. Simboliza o nosso
Cobridor. Convém lembrar que Antares, cujo diâmetro é 390
vezes maior que o Sol, rival de Marte, está após a porta,
para garantir o mundo iniciático do mundo profano.

10) Cruzeiro do Sul - constelação pertencente ao


hemisfério sul, não zodiacal. Indica o Polo Sul. Está sobre
o início da 1ª bancada de Companheiros. Embora não seja das
previstas na Abóbada Celeste, esta constelação aparece no
teto de algumas Lojas. Possivelmente, trata-se de uma
adaptação visto que nossos rituais (REAA) foram originados
das Lojas Francesas, que estão no Hemisfério Norte, donde
não se vê o Cruzeiro do Sul. Na verdade, existem dúvidas que
persistem até agora sem resposta. Como exemplo, o porquê do
desenho da constelação Ursa Maior ser diferente da
representação das cartas celestes.

Concluindo, convidamos todos para mirarem a Abóbada


Celeste e a meditarem. Permitam que o pensamento flua e
busquem o infinito exterior e interior de cada um. Busque
cada um, a sua própria Abóbada e identifique o Grande
Arquiteto do Universo.

Percebam como Ele é Onipresente e Onisciente. Busquem


a Paz, o Amor, a Perfeição e o Equilíbrio; e O encontrará.
Ele O foi, É, e Será. Os antigos diziam: "Tenha os Céus por
testemunha" - invocando a Eternidade e a Onisciência de
Deus.

A Abóbada do nosso Templo é apenas simbólica e assim


deve permanecer sem sofrer alterações. Assim como os antigos
acreditavam na harmonia que rege o universo e, na
simplicidade com que resumiam as leis do cosmo, permitam que
pensamentos mais puros teçam nossas obras.

O importante é encontrar a força vital que pulsa em


nossos corações e nela depositar as nossas esperanças.

Buscamos, nesta Peça de Arquitetura, mostrar a riqueza


de simbologia que compõe a nossa Loja. Riqueza esta, que
infelizmente, estão distantes da maioria de nossos Irmãos,
que se conformam apenas com o conteúdo de nossos rituais.
...
Bibliografia:
GOB - Ritual de Aprendiz, Brasília, 1998.
Loureiro, Antonio José - A Astronomia nos Templos Simbólicos
do REAA. Peça de Arquitetura. Manaus, 1995.
Brivaldo, - A Abóbada Celeste no REAA. Peça de Arquitetura.
Manaus, 1999.
Camino, Rizzardo da - Breviário Maçônico. Madras Livraria e
Editoras Ltda, São Paulo, 1997.
Castellani, José - Consultoria Maçônica. Editora "A Trolha".
Londrina, 1990.
Castellani, José - O Rito Escocês Antigo e Aceito. Editora
"A Trolha". Londrina, 1996.
...
(Oriente de Brasília, 12 de setembro de 2000)

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