Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
31MAI2018
A importância deste fenômeno cósmico foi grande nas mais diversas cul-
turas que desenvolveram práticas mágico-religiosas de veneração ao Sol, visto
como benfeitor e doador de vida. Esses povos deixaram elementos arquitetô-
nicos, pictóricos e ritualísticos, amalgamados com outros elementos que pos-
sibilitaram a construção de uma visão mítica do Sol. Culturas agrárias pré-cris-
tãs, como a egípcia ou a grega situaram o nascimento dos seus principais deu-
ses Osíris e Baco no Solstício de Inverno.
Não foi por acaso que o nascimento de Jesus tenha sido fixado nessa
época festiva, pois, até o século IV, era comemorado o nascimento do Sol In-
victus no Império Romano. Aspecto do qual pode-se inferir que existiu uma
clara intencionalidade religiosa no sentido de absorver para ocultar os mitos
solares existentes, como aqueles centrados na presença de um deus jovem,
que a cada ano morre e ressuscita encarnado em seus ciclos de vida na natu-
reza. Além dos deuses citados, existe também o Mitra hindu, o Huitzilopochtli
asteca e o Shiva e, é claro, essa semelhança é também na cultura inca.
Pela primeira porta saiam as almas dos iniciados, que após a morte, re-
tornariam em outro estado de manifestação e, pela segunda, aqueles que, gra-
ças à morte e ao processo iniciático, tinham conhecido os estados múltiplos do
ser e das diversas dimensões do tempo e do espaço, conseguindo, assim, rea-
lizar o retorno à Unidade, onde se recuperava a imobilidade da Origem e se
obtinha a Grande Luz, escondida na não-manifestação.
A isto se deve o sentido esotérico de nossos trabalhos que vão do meio-
dia à meia-noite. Segundo René Guénon: “... para o profano, a maior luz é
aquela do meio-dia ou a do Solstício de Verão [...] já para o iniciado, a Grande
Luz é encontrada no Solstício de Inverno, uma vez que sua busca interna é di-
rigida para o conhecimento do Sol da meia-noite...”.
Por outro lado, o simbolismo grego das Portas Solsticiais, foi assumido,
particularmente, pelos pitagóricos e, entre os latinos, estava essencialmente
vinculado ao mito astronômico de Janus (deus romano), que se constituiu num
dos símbolos fundamentais das tradições gnósticas e iniciáticas da antiguidade
e, de modo particular, ao Cristianismo, onde, o deus romano Jano, deus bi-
fronte, padroeiro dos construtores, se desdobra nos dois São Joões: São João
Batista, que preside o Solstício de Verão e São João Evangelista, o de Inverno,
aquele que abre a Porta dos Deuses, que segundo Julio Pauls: “... representa a
saída da caverna iniciática, cujo acesso só é possível para aqueles que tinham
realizado a primeira parte da iniciação, à qual convencionou-se chamar de “Pe-
quenos Mistérios” ou “Mistérios Menores”.
Como já foi visto, existe um paralelismo entre estes dois elementos sim-
bólicos, e me parece importante nos determos para assinalar certos aspectos
sobre a Tradição Iniciática e sua relação com a Maçonaria, isso nos permitirá
recordar que a iniciação é um processo em constante movimento.
Conclusões
Bibliografía