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O simbolismo do coração na maçonaria:

Agradecimentos:

Primeiramente agradeço ao Grande Arquiteto do Universo; por ter me dado a oportunidade


de nascer nesta loja tão justa e perfeita; ao nosso V.’.M.’.; 1º Vigilante, 2º Vigilante; demais
queridos e amados IIr.’. por terem me recebido de portas abertas; aos nobres IIr.’. que
chegam e pelos que aqui já estavam presentes antes de minha iniciação; enfim a todos que
compõem o corpo desta grandiosa loja na qual nos encontramos em reuniões quinzenais de
forma J.’.P.’. Um T.’.F.’.A.’. a todos; a Honra e Glória do G.’.A.’.D.’.U.’.

Introdução:

O tema abordado “ O simbolismo do coração na maçonaria”; nos remete quanto à


explanação profunda de nossas vidas; pensemos que; seria o principal órgão do corpo
humano, na qual nos dá a vida em termos biológicos é claro; agora simbolicamente falando;
de forma maçônica; teriam vários significados; tais como por exemplo; amor, generosidade,
franqueza, coragem, espirito, Deus, origem de pensamento, reparação, centro do plano
divino, universalidade, morte e vida(dualidade); enfim as mais variadas definições à este
quão importante tema dentro de nossa gloriosa Ordem; penso que ,quanto mais nos
aprofundar-mos no assunto, descobriremos os Augustos Mistérios que Deus tem a nos
proporcionar neste plano em matéria.
Seguiremos agora à um estudo mais aprofundado sobre este tão importante tema para
nossa evolução; tenho dito...

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Desenvolvimento:

De uma forma metafórica; entregamos o coração a uma pessoa


que se ama; significando que lhe confiamos a vida; é também um
símbolo corrente utilizado para representar o centro da atividade
emocional, espiritual, moral ou intelectual; além da questão física
(órgão muscular), na linguagem comum ele representa o amor, a
generosidade, a franqueza, a coragem, etc.
Os egípcios acreditavam que era no coração que se encontrava a essência do homem; e
compreende a vida sobrenatural; já os hebreus faziam dele o lugar de todas as faculdades da
alma e da sua inteligência, na sua expressão mais pura; os índios da América viam no
coração o santuário, no qual habitava o “grande espírito”, isto é, Deus; sendo que num dos
provérbios chineses; é dito que “o fundo do coração é mais longe do que o fim do mundo”;
portanto, para eles o coração e não a cabeça que está na origem do pensamento; nas religiões
atuais, a expressão “falar com o seu coração” (Ouaknin, 2004); os muçulmanos dizem o
coração é o local onde a Divindade habita: “a minha terra e o meu céu não me contêm, mas
eu estou contido no coração do meu fiel servidor”, declarou Alá pela boca do profeta (Dassa
& Dassa, 2004); na mística cristã do oriente, do século IV ao XVII, o coração assume um
lugar fundamental (La CroixHaute, 2002; Losky, 2002,Schnetzler, 2002, Deseille, 2004,
Rousse-Lacordère, 2007);os teólogos Isaac de Nínive(morte no século VI d.C.) e Angelus
Silésius (1624-1677) referiram que o coração não pertencia ao corpo, à alma ou ao espírito,
mas que ele se situava a um nível superior que integrava a totalidade do ser (Khaitzine, 2001;
Labouré, 2009).
A etimologia da palavra “coração” como símbolo revela sua universalidade; já a raiz
indo-européia krd ou kered deriva de kardia; em grego; que se desenvolve para cardíaco,
cardiograma, endocárdio, pericárdio e outros termos médicos; tratando o tema de forma
biológica é claro.
Cor; em latim desenvolve-se para cordial, acordar, discordar, recordar, recurso, coragem e
misericórdia; já sua terminação pelo sufixo aumentativo traz a idéia de reforço; pois muitas
autoridades associam “credo” com esta raiz latina cor, que deriva também para credencial,
acreditar, crédito, credulidade, recrear etc.
Seus derivados também indicam formas de conhecimento, como nas palavras: credo,
acreditar e crédito; ou de comportamento, como em cordialidade e misericórdia.
Podemos dizer também; à grosso modo que o coração é o principal órgão do nosso corpo;
pois ele nos dá a vida e a morte; alimenta o sangue para todos os órgãos de vossa matéria;
nos mantendo assim de forma saudável ou não; pois é um órgão muito complexo que
comanda todos os órgãos; juntamente com o cérebro.
Pensar com o coração é decorar ou recordar; brigar com ousadia é brigar junto com ele;
pois é com coragem; ficar sem ele é ficar descorçoado, sem centro e sem direção; chegar à
soluções conjuntas é unir os corações, como em concordar, chegar a um acordo; ser prudente
ou sensato é ser cordato, assim como resolver ou recobrar os sentidos é acordar; pensar com
racionalidade e bom senso; é ser fraterno com o outro e consigo mesmo.

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O coração no altar dos deuses:

Na antiguidade; entre os povos nahuas, maia e astecas, por muitos séculos;


aproximadamente de 500 a.C. até o fim do império asteca em 1697, o coração foi um dos
símbolos centrais; se não o principal, em diferentes mitos e rituais religiosos; pois no mito
de criação encontrado no livro sagrado Popol Vuh, do povo maia, o nome Huracán (Deus)
é o “coração do céu”: “Após ter dado três sinais, um relâmpago, um relâmpago curto e um
relâmpago longo, Huracán deu luz à escuridão e criou o homem e a terra”. É da
“iluminação” do coração divino que se faz a consciência e se inicia a discriminação; pois a
escuridão, no estado pré-egóico, é predominante; portanto, tudo está em potencial, contido;
mas são necessários sua ruptura e seu desmembramento, a desintegração, na linguagem
analítica, para que a consciência possa existir.
Uma outra versão; ... nadava pelas águas sem fim, a grande fêmea, o Monstro da Terra,
devorando tudo o que via, até que dois deuses – Quetzolcoatl e Tezecatlipoca -
transformados em serpente, romperam seu corpo; pois, de seu desmembramento foram
formados a terra e o céu; entretanto, a terra-monstro virou uma deusa que, às vezes, chorava
à noite, desejando comer corações humanos e recusando-se a permanecer em silêncio ou a se
tornar fértil enquanto não fosse banhada com sangue humano.
Este mito dos nahuas fala da criação do mundo; não pela súbita mãe, feito por dois
deuses-serpente; pois o elemento fálico invade as águas amnióticas, rompe a totalidade
devoradora e cria a consciência; entretanto, aqui, morta a grande mãe, ela vai para a sombra
e atua negativamente, ameaçando destruir a criação; para que a vida pudesse continuar era
preciso agora o sacrifício de corações.
O mito da grande mãe rejeitada e devorando os corações; expressa o embate entre o
masculino e o feminino, entre o patriarcado e o matriarcado; pois os seres humanos revivem
nesse mito a convivência com a mãe castradora e má; imaginando-se que para salvar dessa
figura, cria um ritual sacrificial; para assegurar a continuidade e fortalecimento da
consciência.
Os nahuas e os astecas mantinham o ritual de renascimento a cada 52 anos, quando
apagavam todos os fogos, limpavam tudo o que era velho e esperavam o nascimento de novo
sol; sendo que, para isso, acendiam a fogueira sobre o peito de determinado prisioneiro à
meia-noite; pois seu coração alimentava o fogo; portanto acreditavam que se não houvesse
fogo suficiente, o sol se extinguiria ou os seres humanos se transformariam em animais;
assim a felicidade seria alcançada quando alguém chegasse à casa do sol, onde se tornaria
imortal; dessa forma a tradição do sacrifício do coração tornou-se comum entre os habitantes
do México e da América Central e visava sempre a homenagear determinado deus; portanto
esses rituais aconteciam durante as principais atividades do calendário; mas o sacrificado
alimentava a imagem do deus homenageados; assim, para que o deus sol pudesse vencer a
batalha contra a lua e as 400 estrelas diariamente, precisava ser da comida mais sagrada que
era o sangue humano; mas o ponto mais alto da celebração consistia na elevação do coração
pulsante em direção ao sol, quando se uniam reforçando a energia e a vitalidade do povo.
Existem relatos de soldados espanhóis que observaram os rituais de sacrifício astecas;
pois no começo os sacrifícios eram voluntários com o objetivo de salvar o mundo e não
pretendiam punir ou vingar povos inimigos; mas o Sacerdote, ao se alimentar do coração da

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vítima, assimilava sua força e coragem, da mesma forma que os ídolos untados com seu
sangue adquiriam vida e poder. Os nahuas acreditavam que todos nasciam com coração e
face corporais, muito embora precisassem, depois, de novo “coração deificado” e nova “face
verdadeira”. A palavra comum para coração era yollotl, derivada de ollin, movimento.
Quando o coração tornava-se divino pelo esforço humano, passava a ser chamado yoltéotl.
Para os nahuas, o “brilho do coração” deveria aparecer na face, tornando os traços humanos
seus reflexos; assim, “fazer coração” e “fazer faces” significava crescimento da força
espiritual; pois esses dois aspectos constituíam a crença no ser humano centrado; sem o
segundo coração e a segunda face, seríamos seres errantes sem o centro nem objetivo; mas
nos rituais de iniciação um jovem escolhido era treinado por um ano; depois de encerrado o
tempo, de livre vontade, ele era conduzido ao alto de uma pirâmide onde seu peito era
cortado pelo sacerdote e seu coração oferecido pulsante ao deus sol; esse ritual tornou-se
modelo simbólico para todos; esse coração purificado se unia ao coração solar divino num
ato sacrificial simbólico e assegurava a permanência da grande estrela e da vida sobre a terra.

O CORAÇÃO ARRANCADO:

Antes que faltar a seu juramento, o Companheiro prefere "que lhe arranque o coração;
destroçando-o e jogando-o aos abutres"; o que representa este coração arrancado e qual é o
significado simbólico dos abutres? Esta penalidade alegórica, a que o Companheiro se
condena no caso de infidelidade as obrigações que acaba de contrair (ou seja, dos deveres
implícitos em sua nova qualidade; aos que acaba de reconhecer) tem um notável parecer com
o mítico castigo de Prometeu; que depois de haver formado os primeiros homens, mesclando
a terra com a água (a semelhança do Eloin hebraico); sobe ao Céu com a ajuda de Minerva (a
Sabedoria ou Princípio da Inteligência) para roubar ali, o Fogo Sagrado, a Chispa Divina que
devia animá-los, e a quem por tal atrevimento, condena Júpiter, o Deus Pai da Criação, a ser
atado nas montanhas do Cáucaso; de onde um abutre tinha que devorar-lhe constantemente
as entranhas ;Vulcano (o forjador dos metais nas entranhas da terra) se acha encarregado da
execução da sentença; enquanto Hércules (a Força Heróica que triunfa de todos os
obstáculos) se converte depois em seu libertador, matando o abutre; ou seja o pensamento
negativo que atormentava seu coração, condenando lhe a um estado de impotência (as
cadeias que o atam); portanto é evidente que deve existir uma analogia entre a pena
simbólica do ser; enquanto o castigo não pode ser senão conseqüência da prostituição das
mais elevada conquista do mesmo Impulso Evolutivo, o que produziu o homem e cuja
natureza o diferencia dos demais seres da natureza fazendo que preponderem nele seus ideais
(a Chispa Divina) sobre suas paixões, desejos e tendências materiais (a água e a terra) que
constituem seu ser inferior; pois Júpiter não representa neste caso nenhum príncipio de
vingança; senão unicamente a Lei Impessoal, segundo a qual cada indivíduo decreta seu
próprio castigo, pela inobservância da mesma; e Vulcano, o executor material do castigo,
representa aqueles metais ou qualidades ordinárias do homem, que o escravizam ou atam ao
Cáucaso da matéria; até que não se amalgamam no mercúrio filosófico da iniciação.
O abutre é o símbolo do remorso interior e do anseio que se ainda há no coração do
homem; com a consciência de sua escravidão e o desejo de sua liberação, que se realiza
pelos esforços do Iniciado, personificado por Hércules; quem com a força que nasce com

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conhecimento de sua divina origem acode a libertar ao homem inferior, que é ele mesmo, da
escravidão da matéria, destruindo a ilusão devoradora da Vida de seu coração.

Conclusão:

Segundo os estudos realizados sobre o referido tema “O simbolismo do coração na


maçonaria”; nos remete a lembrança que é a chave de todas as coisas; não é a toa que és um
órgão do corpo humano na qual localiza-se exatamente no centro do corpo humano; ele nos
dá a vida e a morte; distribui sangue a todos os órgãos do corpo; mantem vossa saúde ou
não; em termos biológicos claro; agora simbolicamente falando; de forma maçônica; pode
representar diversas coisas; tais como: amor, generosidade, franqueza, coragem, espirito,
Deus, origem do pensamento, reparação, grande transgressão, centro do plano divino,
universalidade, morte/vida(dualidade), etc.
Quanto a marcha do grau de companheiro; o irmão dá 3 leves passos a frente, 1 a direita e
mais 1 passo a esquerda; retornando ao Oriente e seguindo sua jornada em retidão; ao final
conclui com o sinal e gesticula com a mão em direção ao coração; conforme juramento feito
de lhe arrancarem o mesmo caso descumpra .
Vimos também; que na antiguidade e em alguns mitos e rituais; utilizavam como parte
dele para obter resultados positivos; entendendo assim que o utilizando conseguiriam obter
sucesso; absorvendo energias positivas e abrindo caminhos espirituais oferecendo a deuses;
como consta em registros da historia.
Concluindo; devemos tratar muito bem; pois nele que se encontra a luz divina; que nos
impulsiona; caso não saibamos utiliza-la de forma correta poderá haver uma inversão.

Bibliografia:

-opontodentrodocirculo.wordpress.com
-tede2.pucsp.br
-scielo.br
-metodista.br
-passeidireto.com
-manual do companheiro R.E.A.A.
-youtube.com
-wikipedia.com
-google.com
-anotações pessoais
-maçonaria-50 instruções de companheiro – Raimundo D’Elia Junior
-Simbolismo do 2 grau – Rizzardo da Camino
-Rito Escocês Antigo e Aceito – 1 ao 33 – Rizzardo da Camino

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Tenho dito,

Wagner Santos dos Anjos.’.

Comp.’.Maç.’.

São Paulo, 03/10/2022

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