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À Glória do Gr.˙. Arq.˙. do Un.˙.

REINTERPRETAÇÕES DO PAVIMENTO MOSAICO

Nos pavimentos e nas cascas das árvores encontrei mundos inteiros.


- Mark Tobey

O Pavimento Mosaico é um dos mais conhecidos símbolos maçônicos, presente na maioria dos Ritos, e parte muito característica dos
Templos, além de ser considerado um dos Ornamentos da Loja de Aprendiz. Por vezes nos Templos é representado por um tapete no
Ocidente, em outras versões é representado por um revestimento que cobre todo ou parte do Ocidente e em alguns Rituais cobriria até
mesmo todo o piso do Templo (Ocidente e Oriente).

Contudo, uso Pavimento do Pavimento Mosaico não era/é exclusivo da Maçonaria, era um ornamento arquitetônico até certo ponto
comum no Renascentismo e na Europa Vitoriana, períodos nos quais a Maçonaria Especulativa veio a nascer e florescer e frutificar. Nas
construções não-maçônicas o Pavimento Mosaico aparecia em halls e salões de luxuosos edifícios, mas, seu uso mais pertinente (e já
simbólico) era nas Catedrais, afinal foram na construção destas Catedrais que as Lojas Operativas mais trabalharam nos séculos que
antecederam a Era Especulativa da Maçonaria, então seria nada mais que natural que a arquitetura-sacra daqueles lugares influenciasse
os Maçons de então e que essa influência fosse transmitida aos Especulativos...
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Complementarmente, a Tradição Maçônica volta e meia registra a origem do Pavimento Mosaico no piso um tanto rústico de lajotas que
revestiam o chão dos alojamentos para os quais os construtores medievais usavam em seus trabalhos. O contraste natural entre as
diferentes pedras desbastadas para revestimento tornar-se-ia agradável aos olhos e iria evoluir num acabamento mais fino até chegar no
que seria o Pavimento Mosaico conforme se conhece hoje.
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Havendo a Maçonaria migrado das Lojas Operativas para as Tavernas (Especulativa) e então para seus Templos próprios, chegou-se
enfim aos Pavimentos Mosaicos maçônicos, houvesse ele tendo sido representado por um tapete ou por um revestimento no chão de
pedras, cerâmica ou porcelanato, mas sempre mantendo em comum o padrão-xadrez que intercalava quadrados alvinegros, ainda que
houvesse certa variação nos padrões, com quadrados alinhados por seus lados a orientação do Templo ou alinhados por suas transversais
àquele eixo ocidente-oriente (inclusive sofrendo algumas adaptações prevendo graus além do simbolismo/azuis).

Com o tempo o chão do Templo do simples padrão preto-e-branco passou a incorporar mais elementos, que podem ser vistos em sua
totalidade ou parcialmente, a depender de cada edificação, Jurisdição, Grau ou Rito. Esses elementos comumente são a Orla Dentada
(ou Denteada), as Quadro Borlas, as Siglas Cardeais, a Estrela Flamejante (sim, era representada no chão do Templo!), os Degraus das
Vigilâncias, os Degraus do Oriente, os Degraus do Trono e todo o Estrado do Oriente (o último geralmente no padrão “apenas branco”).
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É dito também que a organização intercalar dos quadrados representa a própria organização universal do Caos em Cosmos, o que
sugeriria um padrão preto-e-branco “menos organizado” fora do Templo, mais especificamente no Átrio que é zona de limiaridade entre
a ordem do Templo e a desordem da Sala dos Passos Perdidos.

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No geral o Pavimento Mosaico ainda (ou principalmente) é um símbolo do binário, seu contraste de duas cores faz uma alusão óbvia a
dualidade das coisas. Pacificado como um símbolo do dualismo, várias interpretações simbólicas passaram a ser depreendidas do
Pavimento Mosaico, como por exemplo uma metáfora que nas andadas da vida se têm momentos bons e ruins, ou que a diversidade
organizada pode conviver e trabalhar em harmonia etc. Porém, haja visto os Templos serem um Mesocosmos ao agirem como uma
representação e interligação do Macrocosmos (o Universo) e o Microcosmos (o Homem)1 há uma escassez na literatura maçônica sobre
o que representaria do ponto de vista natural ou literal o Pavimento Mosaico e seus elementos.

A interpretação mais comum (e ainda assim não tão popularizada) é que a Orla Dentada seria a representação dos Planetas e suas
órbitas, partindo do pressuposto que a Estrela Flamejante antes largamente inscrita em seu centro (a expressão “A Glória no Centro” que
designa a Estrela na realidade se refere ao centro do Pavimento) poderia ser o Sol ao qual os Planetas gravitam, essa proposta ainda
poderia ser reforçada pelo significado secundário da “Letra G” posta na Estrela como sendo “Gravidade”. Porém essa interpretação é
no mínimo controversa, afinal a Orla tem dentes triangulares enquanto os Planetas são normalmente representados por círculos (ou por
seus símbolos particulares ☾, ☿, ♀, ♂, ♃ e ♄) e o que mais pesa, não há unanimidade sobre o que no ponto de vista natural/literal representaria
a Estrela Flamejante, o que descarta a unanimidade de ser o Sol (que ainda não é usualmente representado por um estrelário ☆ e sim
com um Circumponto ☉ ou um ícone ☼) e validar a interpretação de Planetas/Orla.

1
O Templo também alude ao próprio homem ou Microcosmos na medida que se inspira no Templo de Salomão cuja arquitetura era humaniforme.
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Todavia, se pode aferir um simbolismo mais robusto ao Pavimento Mosaico, ou chão do Templo a partir de um paralelo com outros
elementos infraestruturais deste recinto que fazem simbolismos mais óbvios. Se suas paredes por exemplo, através das Colunas Zodiacais
e Solsticiais traduzem a crença do mundo antigo que o Céu era sustentado da Terra por Colunas que se estendiam no horizonte longínquo
do Solo ao Firmamento (é no horizonte que o nascer heliacal de certas constelações marcam os signos e solstícios vigentes), além do
próprio teto do Templo que representa a Abóbada Celeste, considerando isto, diametralmente o Pavimento Mosaico deveria representa
a Superfície Terrestre...

Mas como o Pavimento Mosaico representaria a Terra?

Bem... O Pavimento Mosaico divide o piso do Templo em meridianos e paralelos, no Templo também são simbolicamente traçados os
Trópicos de Câncer e Capricórnio (Solstícios) pelas Colunas Solsticiais e o Eixo do Templo (o lugar Entre-Colunas) é consequentemente
análogo ao Equador (e aos Equinócios). Em que plano esses elementos são comumente traçados? O plano terrestre conforme é
representado nos mapas e globos, a representação mais comum/universal da Superfície Terrestre.

Colunas Zodiacais Setentrionais

Trópico de Câncer

Equador

Trópico de Capricórnio

Colunas Zodiacais Meridionais


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Desta forma fica lógica, óbvia e explicada a inscrição das Siglas Cardeais no Pavimento, como haveria de se ter em qualquer mapa. Essa
proposta é imediatamente ratificada pelas dimensões simbólicas da Loja, a Forma de um Quadrilongo (um mapa), a Altura da Terra
(Pavimento Mosaico) ao Céu (Abóbada Celeste), Comprimento do Oriente ao Ocidente (Estrado no Oriente e Pavimento no Ocidente),
a Largura do Norte ao Sul (a Coluna da Força e a da Beleza), a Profundidade da Superfície (da Terra, novamente o Pavimento Mosaico)
ao Centro da Terra (Câmara de Reflexões2).

2
Note que o termo Vitriol ou V.·. I.·. T.·. R.·. I.·. O.·. L.·. é a sigla da expressão latina “Visita Interiora Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", que quer dizer: Visita
o Centro da Terra, e Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta.
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As Quadro Borlas que casual e estranhamento são associadas as Virtudes Cardeais estão na verdade nos Pontos Colaterais do Templo (e
não nos Cardeais), e por isso mais precisamente poderiam fazer alusão as Virtudes Colaterais, que são aquelas que nascem a partir da
combinação das Virtudes Cardeais assim como os Pontos Colaterais são combinações dos Cardeais. As Quadro Borlas parecem ser
herança dos Pavimentos entapetados, ou ainda, descenderem dos nós dos cordéis que eram usados para demarcar a área dos canteiros
(que tem cantos, tal qual um quadrado-retângulo ou Quadrilongo) de obras na Era Operativa.

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Quanto as Orlas triangulares (dentadas) nas extremidades do Pavimento Mosaico? Bem! O que há nas extremidades do mapa/globo?
Nas terminações da carta geográfica estão representadas as regiões austral e boreal do globo terrestre. Esses Polos, que por estarem nos
extremos do globo não são representados por quadrantes (ou quadrados) e sim por triângulos haja visto a dificuldade de se representar
tridimensionalmente quadrados perfeitos numa superfície esférica (encurvada). Os quadrados formados pelos meridianos e paralelos no
globo ainda ganhariam uma orla triangular “negativa” nas bordas caso fossem transpostos para um plano como é o chão do Templo, a
conciliação dessas representações se chama Planisfério.
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Quanto as cores do Pavimento Mosaico, por que especificamente preto e branco e não outro par qualquer de cores? É válido se admitir
que essas cores são particularmente emblemáticas, promovendo ao intérprete um gama vasta de simbolismos, talvez o principal desses

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simbolismos seja o Dia e a Noite, estar de Dia ou de Noite é uma questão relacionada a rotação da terra em relação a Luz projetada pelo
Sol, a cada fuso horário há incidência maior ou menor de luz e esses fusos horários são justamente divididos pelos meridianos, elementos
estes representados no Mosaico, cada quadrado claro ou escuro no mesmo meridiano poderia simbolizar que ali estaria Dia ou Noite
(Bem ou Mal etc.) conforme se passa o tempo ou se caminha (a Terra ou o Maçom deambulante).

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Mas e a Estrela Flamejante? Não há consenso sobre ela representar um astro específico ou mesmo sobre seu formato. E por que ela
haveria de ser representada no piso invés do teto como hoje é também vista? É valido se considerar também que o termo “Flamejante”
vem da palavra inglesa “Blazing” e não necessariamente quer dizer “em flamas”, pode também significar ardente, fulgurante,
esplendoroso, brilhante, aquilo que proclama, algo que irradia etc. Mas haveria alguma “Estrela” particularmente associada ao
Plano/Globo Terrestre? Categoricamente sim! A “Rosa dos Ventos”, que é uma imagem qual representa por raios os quatro sentidos
fundamentais (Pontos Cardeais) e seus intermediários colaterais. A Rosa dos Ventos corresponde à volta completa do horizonte e surgiu
da necessidade de indicar exatamente um sentido que nem mesmo os pontos intermediários determinariam, pois um mínimo desvio inicial
torna-se cada vez maior, à medida que vai aumentando a distância. A Rosa sempre indica (A Glória d)o Centro onde se está.

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Demais Elementos do Piso do Templo


Os Degraus das Vigilâncias Os Degraus do Oriente

São estribos (patamares) para se tomar assento nos lugares Esses degraus fazem a transição do Ocidente para o
dos Vigilantes da Loja. Geralmente são elaborados como Oriente e vice-versa, geralmente são assentados
pequenos estrados graduais (o superior obviamente com imediatamente antes da Grade e Estrado do Oriente
área menor que o inferior), servindo para destacar (mas esse posicionamento pode variar a cada Templo ou
hierarquicamente os Vigilantes dos demais encarregados Rito) e são particularmente importantes para os Ritos cujo
assentados no Ocidente. Sua posição irá variar conforme o desnível entre essas regiões (se houver) possui
Rito, geralmente estando um no centro da Coluna do Sul (2º propriedade simbólica. Junto com os Degraus do Sólio os
Vigilante) e outro na base da Coluna do Norte (1º Vigilante), Degraus do Oriente são bastante alusivos à Escada de
o último contudo concomitantemente no canto nordeste Jacó (“Jacob Ladder” em inglês), que é diferente da
assim fazendo também parte do lado ocidental do Templo, Escada em Caracol (“Winding Staircase” em inglês).
ambos estribos geralmente tem um espaço razoável entre Maçônicamente a Escada de Jacó simboliza um
sua posição e as paredes do Templo a fim de não impedir a conjunto de Virtudes que devem ser galgadas
circulação por detrás deles em procedimentos ritualísticos gradualmente (ou em degraus...) para se alcançar o
diversos. “Céu”, uma alegoria para um estado mais elevado do
Ser que é alcançado quando se torna pleno de Virtudes.
Quanto ao seu número, também poderá variar em função
do Rito e quando se diferenciam outrossim tomam a Esses Degraus são em número de quatro (pareando-os
hierarquia como determinante (mais degraus para a maior com as Quatro Virtudes Cardeais) e tratam de
patente), havendo um degrau para o 2º vigilante e 2 Virtudes/Características a serem desenvolvidas pelo
degraus para o 1º Vigilante (no Sólio o Venerável Mestre Maçom num âmbito mais prático e intelectual, assim
consequentemente terá três degraus) como simbolicamente são os trabalhos no Ocidente
(Norte e Sul/Aprendiz e Companheiro). As quatro
Diferentemente dos demais degraus do Templo estes não Virtudes/Características nomeadamente são Força,
são via de regra nomeados pelos Rituais, mas, alguns Trabalho, Ciência e Virtudes (no plural), nesta ordem do
autores podem vir a especular os nomes que poderiam ser Ocidente (degrau mais baixo) para o Oriente (último
mais adequados. Uma possibilidade seriam as três passo para o patamar da escada).
características do Maçom (todos os demais degraus são
nomeados como alguma virtude) definidas pelas 2ª A conquista desses Degraus tanto física (a permissão
Instrução: Virtude (no singular), Honra e Bondade. Outra para subir ao Oriente) quanto simbólica, marcam
opção seriam qualidades baseadas nas “regiões” que os chegada do Maçom ao mestrado.
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Vigilantes são respectivamente “responsáveis”, ou seja,


Norte e Ocidente para o 1º Vig.·. e Sul para o 2º vig.·., o que
resultaria em: Norteamento, Ocasião e Sulpício3.

Os Degraus do Sólio O Estrado do Oriente

Complementando o Degraus do Oriente estão os Degraus O Estrado do Oriente é uma elevação do pavimento em
do Sólio (quando o trono está sob um Dossel é chamado relação ao Ocidente, sua altura geralmente equivale a
Sólio), estes se sobressaem do Estrado do Oriente e também quatro degraus (os Degraus do Oriente) e geralmente
são alusivos à Escada de Jacó. está revestido na cor branca, denotando que a
obscuridade da Noite (quadrados pretos) não alcança o
Esses Degraus são em número de três, assim enfatizam a Oriente pois lá é onde o Sol eternamente nasce e sua
superioridade hierárquica do Venerável Mestre sobre os aurora sempre ilumina.
Vigilantes (e demais encarregados) e os deixam pareados
com as três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade). Por estar acima do terrestre (Pavimento Mosaico do
Geralmente estão instalados entre as Colunas Dosselares Ocidente), mas ainda abaixo do celeste (a Abóbada
(Equinociais?) e consequentemente ficam sobre a Celeste) o Estrado do Ocidente dá indícios que simboliza
cobertura do Dossel4, ainda servido de base para o os Ares e/ou dos Lugares Altos, ideia reforçada por lá está
Retábulo, o Painel ampliado que fica na parede ocidental instalado o Altar dos Perfumes, símbolo do Ar5, o Dossel
do Templo e encetado pelo Sol, Delta Luminoso e a Lua azul-celeste com franjas prateadas, cujas cores parecem
com as Estrelas das Plêiades. aludir aos empíreos e as chuvas, e aos flamulantes da
Loja (Pavilhão e Estandarte, bandeiras são símbolos do
Como não poderia deixar de ser esses estribos são Ar).
nomeados como Virtudes que são Pureza, Luz e Verdade,
qualidades que refletem a natureza espiritual que todo Complementando este sentido, os Lugares Altos assim
Mestre Maçom deve pretender alcançar e o estado de como os montes (Moriá, Sião etc.), na antiguidade eram

3
Norteamento é o ato ou efeito de nortear, de dar o norte; de levar ou ser levado numa determinada direção; da norteação, norteio, orientação (conforme o papel
do 1º Vigilante em relação aos Aprendizes). Ocidente significa “poente” ou “ocaso” (quando o 1º Vigilante fecha a Loja), do particípio presente de “Occidere” que é
“cair” ou “descer”, e dá a raiz de “Ocasião” que é a noção é “cair junto”, ou a junção de circunstâncias, o sentido de “o tempo ou um momento em que algo
acontece”. Sulpiciano adjetiva objetos de arte sacra caracterizados por uma Beleza (atributo do 2º vigilante) meiga e particular.
4
Note que “Dossel” serve de sinônimo para “Céu” quando se refere a parte superior de algum objeto.
5
Paralelamente à Câmara de Reflexão é o símbolo da Terra, o Altar das Abluções/Pia Sacerdotal o símbolo da Água e a Pira Sagrada/Altar das Oblações o símbolo do
Fogo.
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esclarecimento anagógico que o venerável mestrado deve locais de reverência6 ou detinham Altares levantados.
exigir do representante de Salomão que presidirá a Loja se Estes santuários muitas vezes incluíam além de um Altar,
assentando no Sólio e trajando o Solidéu sobre estes um objeto sagrado, como uma coluna de pedra, que se
Degraus. identificava, através do seu formato com o elemento da
reverência.
Esses três Degraus ainda remetem a crença antiga de que
havia pelo menos três céus: o primeiro era os ares (o É no Lugar Alto da Loja que fica instalado o Delta
Estrado), onde voam os pássaros, precipitam as águas, Sagrado, objeto símbolo do Grande Geômetra qual todo
vagueia as nuvens e sopra o vento. O segundo era o Maçom seve reverenciar ao cruzar o Eixo do Templo
espaço sideral, onde luzem o Sol, a Lua, e as Estrelas, e que quando aberto os trabalhos em Loja.
se chama o “Firmamento” (o Retábulo). O terceiro, no
Templo de Salomão achava-se simbolizado pelo Santo dos Também é vislumbrando o Delta Sagrando lá no alto que
Santos (que equivale ao Altar do Sólio e ao Delta Sagrado Oficiante segura o Livro da Lei a fim de fechá-lo no
do Templo Maçônico), e era a Casa do Grande Arquiteto encerramento dos trabalhos da Loja.
do Universo, o céu espiritual.

Que o Gr.˙. Arq.˙. Do Um.˙. a todos ilumine e guarde sempre,


Fraternalmente, Tiago Robledo M.˙. M.˙.
http://pedraoculta.blogspot.com/
REFERÊNCIAS

https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/como-surgiram-a-ideia-e-os-nomes-dos-pontos-
cardeais/#:~:text=%E2%80%9COeste%E2%80%9D%2C%20claro%2C%20se,noite%E2%80%9D%20ou%20%E2%80%9Cpoente%E2%80%9D.
https://educalingo.com/pt/dic-es/solio
https://bibliaanotada.com.br/significado/ceu
https://www.etymonline.com/word/occident
https://www.lalanguefrancaise.com/dictionnaire/definition/sulpicien
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_dos_ventos

6
A exemplo de Josué construiu pilares de pedra depois de atravessar o Jordão (Josué 4:20) e considerou este alto um lugar de adoração porque os israelitas "subiram"
da Jordânia aos terrenos mais elevados, os lugares altos eram visitados regularmente pelo profeta Samuel (1 Samuel 7:16).

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