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À Gl.'. Do G.'. A.'. D.'. U.'.

A.'. R.'. L.'. S.'.


AMOR E FRATERNIDADE 3719
G.L.O.I.S.P
S.'. S.'. S.'.

O COMPASSO

IR.'.: Fioravante de Castilho Moreira


Grau: 2 COMPANHEIRO MAÇOM - C.’.M.’.
Or.'. GRANDE LOJA INDEPENDENTE DE SÃO
PAULO, 11 DE Julho de 2023 E.'. V.'.
O COMPASSO

“O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma


linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o
compasso; e o faz à semelhança de um homem,
segundo a forma de um homem, para ficar em casa.“
Issaias 44:13

A Régua de 24 polegadas, o Prumo, o Nível, o Esquadro e o Compasso são instrumentos


simbólicos que o maçom deve aprender a manejar com maestria.
Filosoficamente, o homem constrói a si mesmo, e, para que resulte em um templo
apropriado para glorificar o Grande Arquiteto do Universo, torna-se indispensável saber usar cada
um dos principais instrumentos da construção.

Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo
em aparência de incontornável lancemos mãos da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma
edificação gloriosa que nos honrará. O Compasso é, em Maçonaria, um dos máximos Símbolos, ao
lado do Esquadro e do Livro da Lei Moral, formando, com esses dois, o conjunto chamado de Três
Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria.

Compasso – É um instrumento de metal, ou de madeira, composto de duas hastes, utilizado


para traçar circunferências, arcos de círculo e para tomar medidas.

O Compasso é um dos instrumentos de trabalho e um dos tributos da Maçonaria. Este


instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados o alcance e as
consequências dos atos que devem permanecer fraternos para com todos e, muito particularmente
para os Maçons. É, portanto, o emblema da Sabedoria visto que, graças ao Compasso, todas as
coisas podem ser medidas ao seu justo valor.

Com o Compasso, descrevem-se círculos cujo centro ele indica nitidamente, assim como os
raios e o diâmetro. Intelectualmente, o Compasso é a imagem do pensamento nos diversos círculos
que ele percorre; o afastamento de seus braços e sua aproximação representa os diferentes modos do
raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos, ou precisos e
estreitos, mas sempre claros e persuasivos.

O círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que se pode traçar com a ajuda de um
compasso; essa figura é o emblema solar por excelência. Ela combina o Círculo (infinito) com o
ponto (símbolo do início de toda manifestação). O absoluto e o Relativo estão, portanto,

1 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo
representados pela ação do Compasso, que é também a figura da dualidade (braços) e da união (a
cabeça do Compasso). É um dos atributos que a Divindade é representada e explicada, visto ser o
vértice do mesmo uma alegoria do olho de Argos da Divindade que tudo vê, e seus ramos a
claridade dos eflúvios que se derramam sobre o homem ou a matéria, neste caso, estão
representadas pelo Esquadro.

É por isto que, no 1º Grau, vê-se o Esquadro colocado sobre o Compasso, manifestando
assim que o homem que não vencer o seu “Eu” material, invadido pelo erro e preconceito, não pode
receber completamente estas emanações da Divindade, até que lho permita seu próprio esforço por
vencer suas paixões e seus vícios, por meio de uma vontade firme e incontestável.
O Compasso representa o céu, para onde o Iniciado deve dirigir suas vistas; o Esquadro representa a
Terra onde o acorrentam os seus vícios e paixões.

Por isto que o Compasso simboliza o dever imperativo de dominar nossas paixões e refrear
nossos desejos nos devidos limites. É o emblema mais notável da virtude e a única e verdadeira
medida do Maçom. Podemos dizer que ele nos ilumina em nossos deveres para conosco mesmo.

Sabe-se que o Compasso é usado como símbolo de perfeição nas artes, visto que dele
surgem as mais complicadas figuras, todas elas perfeitas e obedecendo a um centro comum, e desse
mesmo modo pretende-se explicar que a Divindade, foco central de toda beleza e inspiração,
derrama sobre os homens seus dons por igual.

Entrelaçado ao Esquadro, ele é usado como emblema da Ordem Maçônica. O simbolismo do


Compasso é muito extenso. Além de ser o emblema da justiça com que devem ser medidos os atos
dos homens, ele simboliza a exatidão, medida na pesquisa dos sentimentos pelos quais devem ser
pautados os atos de cada um, a perfeição industrial, artística e científica.

O Compasso é retidão, harmonia e compreensão da Lei e de uma realidade superior. É a


moderação dos nossos desejos, a compreensão e o conhecimento da verdade, estabelecendo as
perfeitas relações entre as coisas.

O Compasso é um símbolo das relações do Maçom com seus Irmãos e com os demais
homens. Um dos seus ramos fixa-o num ponto, ao redor do qual a outra ponta pode traçar inúmeros
círculos, de acordo com a abertura, e esses círculos são símbolos de nossas Lojas e da Maçonaria,
cuja extensão pode ser indefinida.

No plano exotérico o Compasso simboliza a justiça pela qual devem ser medidos os actos
dos homens, significando a prudência nas buscas empreendidas pelo Maçon. O Compasso é um
instrumento que proporciona o traçar de círculos cada vez maiores, indo do zero ao infinito
expressando a abrangência da arte do saber.

Do ponto de vista esotérico, o Compasso simboliza as qualidades do espírito ou mente e os


atributos do conhecimento filosófico do ser infinito, o corpo astral. A amplitude de ação sugerida
pelos movimentos circulares e progressivos de suas hastes expressa o quanto o conhecimento

2 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo
humano é capaz de atingir, quando bem dirigido, muito embora a circunscrição da totalidade seja
competência única e exclusiva do Grande Arquitecto do Universo.

Segundo um autor, “o Compasso descreve círculos que se dirigem aos céus, dos quais
descem as influências fecundantes. De fato, o Compasso é um símbolo masculino e representa a
Potência geradora ou a Energia criadora da Divindade”.
A ponta do Compasso colocada sobre o peito desnudo do Recipiendário, assento da
consciência, recorda-nos a vida passada, na qual, não só os nossos passos, como ainda as nossas
ideias, ainda não eram guiados por esse símbolo de Exatidão, que, no Maçom, regula pensamento e
cações.

O compasso mede os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo. O Círculo


centrado pelo ponto é a primeira figura que é possível traçar com o auxílio do Compasso. Sejamos o
centro desse círculo, onde fixamos uma das hastes do compasso e, girando sobre nós mesmos,
executaremos com facilidade o projeto perfeito.

O entrelaçamento do compasso com o esquadro será o distintivo permanente da Maçonaria.


Nossa vida é uma prancha onde grafamos os projetos que, estudados e calculados os seus valores,
resultarão no caminho completo para a construção de nosso ideal.

Uma Loja Maçônica é o único lugar onde o Esquadro se entrelaça com o Compasso, numa
demonstração de aliança perfeita dos sentires de retidão dos seus obreiros militantes. Quando
unidos, deles deflui a lição que manda o Iniciado regular sua vida e ações. Lembramos que no Grau
de Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado por cima do Compasso, isto é, o Esquadro cobre os dois
braços do Compasso, indicando que nesse grau não se pode exigir mais do neófito além de
sinceridade e confiança, consequências naturais da equidade e da retidão. Nesta ocasião, o Esquadro
simboliza a Matéria e o Compasso o Espírito. Assim, no simbolismo do 1º Grau, esta posição
significa que, no Aprendiz, a Matéria ainda domina o Espírito.

Apontando para baixo, o Compasso designa a instância da terra, onde todas as criaturas
desenvolvem suas respectivas missões humanas. O Esquadro, pelo contrário, estabilizando na
situação inferior com as extremidades voltadas para cima, indica as alturas celestiais para onde os
homens retornarão após o término de seus dias neste mundo.

Conclusão:

Creio que este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados
o alcance e as consequências dos atos que devem permanecer fraternos para com todos e muito
particularmente para os Maçons. E para mim, o compasso vem sendo um instrumento que esta
delineando minhas ações, classificando melhor minhas tarefas e afastando todos aqueles, que
quando neófito, se aproximavam para benefícios próprios.
Entretanto também me faz lembrar que devo ser mais humilde e prestativo em minhas ações,
num todo.

3 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo

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