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O COMPASSO
Dos alicerces ao teto, todos eles são indispensáveis, e quando surgir em nosso caminho algo
em aparência de incontornável lancemos mãos da alavanca. Removido o obstáculo, teremos uma
edificação gloriosa que nos honrará. O Compasso é, em Maçonaria, um dos máximos Símbolos, ao
lado do Esquadro e do Livro da Lei Moral, formando, com esses dois, o conjunto chamado de Três
Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria.
Com o Compasso, descrevem-se círculos cujo centro ele indica nitidamente, assim como os
raios e o diâmetro. Intelectualmente, o Compasso é a imagem do pensamento nos diversos círculos
que ele percorre; o afastamento de seus braços e sua aproximação representa os diferentes modos do
raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos, ou precisos e
estreitos, mas sempre claros e persuasivos.
O círculo centrado pelo ponto é a primeira figura que se pode traçar com a ajuda de um
compasso; essa figura é o emblema solar por excelência. Ela combina o Círculo (infinito) com o
ponto (símbolo do início de toda manifestação). O absoluto e o Relativo estão, portanto,
1 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo
representados pela ação do Compasso, que é também a figura da dualidade (braços) e da união (a
cabeça do Compasso). É um dos atributos que a Divindade é representada e explicada, visto ser o
vértice do mesmo uma alegoria do olho de Argos da Divindade que tudo vê, e seus ramos a
claridade dos eflúvios que se derramam sobre o homem ou a matéria, neste caso, estão
representadas pelo Esquadro.
É por isto que, no 1º Grau, vê-se o Esquadro colocado sobre o Compasso, manifestando
assim que o homem que não vencer o seu “Eu” material, invadido pelo erro e preconceito, não pode
receber completamente estas emanações da Divindade, até que lho permita seu próprio esforço por
vencer suas paixões e seus vícios, por meio de uma vontade firme e incontestável.
O Compasso representa o céu, para onde o Iniciado deve dirigir suas vistas; o Esquadro representa a
Terra onde o acorrentam os seus vícios e paixões.
Por isto que o Compasso simboliza o dever imperativo de dominar nossas paixões e refrear
nossos desejos nos devidos limites. É o emblema mais notável da virtude e a única e verdadeira
medida do Maçom. Podemos dizer que ele nos ilumina em nossos deveres para conosco mesmo.
Sabe-se que o Compasso é usado como símbolo de perfeição nas artes, visto que dele
surgem as mais complicadas figuras, todas elas perfeitas e obedecendo a um centro comum, e desse
mesmo modo pretende-se explicar que a Divindade, foco central de toda beleza e inspiração,
derrama sobre os homens seus dons por igual.
O Compasso é um símbolo das relações do Maçom com seus Irmãos e com os demais
homens. Um dos seus ramos fixa-o num ponto, ao redor do qual a outra ponta pode traçar inúmeros
círculos, de acordo com a abertura, e esses círculos são símbolos de nossas Lojas e da Maçonaria,
cuja extensão pode ser indefinida.
No plano exotérico o Compasso simboliza a justiça pela qual devem ser medidos os actos
dos homens, significando a prudência nas buscas empreendidas pelo Maçon. O Compasso é um
instrumento que proporciona o traçar de círculos cada vez maiores, indo do zero ao infinito
expressando a abrangência da arte do saber.
2 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo
humano é capaz de atingir, quando bem dirigido, muito embora a circunscrição da totalidade seja
competência única e exclusiva do Grande Arquitecto do Universo.
Segundo um autor, “o Compasso descreve círculos que se dirigem aos céus, dos quais
descem as influências fecundantes. De fato, o Compasso é um símbolo masculino e representa a
Potência geradora ou a Energia criadora da Divindade”.
A ponta do Compasso colocada sobre o peito desnudo do Recipiendário, assento da
consciência, recorda-nos a vida passada, na qual, não só os nossos passos, como ainda as nossas
ideias, ainda não eram guiados por esse símbolo de Exatidão, que, no Maçom, regula pensamento e
cações.
Uma Loja Maçônica é o único lugar onde o Esquadro se entrelaça com o Compasso, numa
demonstração de aliança perfeita dos sentires de retidão dos seus obreiros militantes. Quando
unidos, deles deflui a lição que manda o Iniciado regular sua vida e ações. Lembramos que no Grau
de Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado por cima do Compasso, isto é, o Esquadro cobre os dois
braços do Compasso, indicando que nesse grau não se pode exigir mais do neófito além de
sinceridade e confiança, consequências naturais da equidade e da retidão. Nesta ocasião, o Esquadro
simboliza a Matéria e o Compasso o Espírito. Assim, no simbolismo do 1º Grau, esta posição
significa que, no Aprendiz, a Matéria ainda domina o Espírito.
Apontando para baixo, o Compasso designa a instância da terra, onde todas as criaturas
desenvolvem suas respectivas missões humanas. O Esquadro, pelo contrário, estabilizando na
situação inferior com as extremidades voltadas para cima, indica as alturas celestiais para onde os
homens retornarão após o término de seus dias neste mundo.
Conclusão:
Creio que este instrumento de medida e de comparação deve permitir que sejam apreciados
o alcance e as consequências dos atos que devem permanecer fraternos para com todos e muito
particularmente para os Maçons. E para mim, o compasso vem sendo um instrumento que esta
delineando minhas ações, classificando melhor minhas tarefas e afastando todos aqueles, que
quando neófito, se aproximavam para benefícios próprios.
Entretanto também me faz lembrar que devo ser mais humilde e prestativo em minhas ações,
num todo.
3 Prancha de estudo de C.’.M.’. Fiorvante de Castilho Moreira – L.’.A.’.F.’.3719 – GLOISP – São Paulo