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Grande Oriente do Brasil

Grande Oriente do Brasil - SC


A.˙.R.˙.L.˙.S.˙. União e Progresso - 4545
Oriente de Tubarão - SC

AS VIAGENS DO COMPANHEIRO

Trabalho de Companheiro Maçom

C.˙.M.˙. Adalberto da Cruz Barbosa

Tubarão /SC, 24 de novembro de 2022.


INTRODUÇÃO
O Companheiro

Como foi necessário ao Ir∴ Aprendiz discernir entre o vicio e a


virtude e para isso teve que caminhar das trevas em direção à luz, o Ir∴
Companheiro tem que realizar as cinco viagens, para no fim destas se
encontrar preparado a utilizar com eficácia as ferramentas do seu grau.
Por outro lado, como o Ir∴ Aprendiz também o Ir∴ Companheiro
deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade objetiva,
ao mundo abstrato, ou mundo dos princípios e das causas, atravessando a
região obscura da duvida e do erro, para voltar à região iluminada pelos
conhecimentos adquiridos, constituindo a cada viagem uma nova e
diferente etapa de progresso e de realização.
Nas cinco viagens que o Ir∴ Companheiro terá que fazer para atingir
a plenitude dos conhecimentos do seu grau, destaca-se as primeiras
quatro viagens, aonde na primeira e terceira viagens leva consigo as
ferramentas consideradas ativas, que representam força, poder, robustez
e na segunda e quarta viagens às ferramentas passivas, que representam
justeza, lisura e retidão.

AMÓS 7

Mostrou-me também isto: Eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e
tinha um prumo na mão. O Senhor me disse: que vês tu, Amós? Respondi: um prumo.
Então me disse o Senhor: Eis que porei um Prumo no meio do meu povo de Israel: e
jamais passarei por ele.

DESENVOLVIMENTO
A Primeira Viagem

Na primeira viagem, o Ir∴ Companheiro leva duas ferramentas


com que realizou o seu trabalho de Ir∴ Aprendiz, o MAÇO e o CINZEL.
Maço ou macete, é uma ferramenta que serve para
golpear ou percutir, é usado sobretudo em carpintaria e
cantaria. A sua forma é semelhante à do martelo; no entanto a
cabeça é de maior peso e dimensão, e pode ser fabricado em
madeira, plástico ou ferro.

O MAÇO é uma ferramenta de trabalho do Ir∴ Aprendiz, que


simbolicamente representa a vontade para o desbaste da pedra bruta,
ou seja, educar o insensível e inculta a personalidade para uma vida ou
obra Superior. Simboliza a vontade, a energia, a decisão, a força mental
para que a obra se faça perfeita, o aspecto da consciência necessário
para vencer e superar os obstáculos.
Cinzel é um instrumento de corte manual que possui
numa extremidade uma lâmina de metal aguçada e do outro
um cabo de madeira reforçado, nos extremos, com anéis de
aço de modo proteger a zona impactos desferidos por uma
terceira ferramenta, o martelo.

O CINZEL é outra ferramenta que serve para desbastar a pedra


bruta e aperfeiçoar-se espiritualmente, colocando a moral acima do
mundo terreno e elevando-se intelectualmente. Corresponde a
penetração, o discernimento e a receptividade intelectuais, aspecto
passivo da consciência, indispensável para descobrir as protuberâncias
e falhas da personalidade.

Em resumo o Ir∴ Companheiro deverá compreender que o uso


das duas ferramentas, o MAÇO e o CINZEL, utilizado de forma
harmônica, ou seja, a força inteligente aplicada ao caráter
transformará a pedra bruta em pedra polida, apta a ser integrada no
seu Templo Interno.

A Segunda Viagem
Na segunda viagem, as ferramentas que o Ir∴ Companheiro leva
são inteiramente diferente das ferramentas com que executou o seu
primeiro trabalho como Ir∴ Aprendiz.
Régua é um instrumento utilizado em geometria,
próprio para traçar segmentos de reta e medir distâncias
pequenas. Também é incorporada no desenho técnico e na
Engenharia. É composta por uma lâmina de madeira, plástico
ou metal e pode conter uma escala, geralmente centimétrica e
milimétrica.

A RÉGUA é empregada na MAÇONARIA como símbolo de precisão


e exatidão na ação, pontualidade e obrigação, método e lei. Nas lojas
simbólicas figura como ferramenta de trabalho e medida do tempo,
que não deve ser perdido na ociosidade e egoísmo, mas aplicado no
estudo, no trabalho e no repouso, a serviço em prol da humanidade.
Compasso é um instrumento de desenho que faz arcos
de circunferência. Também serve para marcar um segmento
numa reta com comprimento igual a outro segmento dado, e
resolver alguns tipos de problemas geométricos, como por
exemplo, construir um hexágono, ou achar o centro de uma
circunferência.

O COMPASSO é uma ferramenta utilizada na MAÇONARIA como


símbolo de medida e justiça. A primeira figura geométrica traçada com
o COMPASSO é o circulo. Esse símbolo que representa o Sol combina
com o inicio de toda manifestação e o infinito. O relativo e o absoluto
se acham, representado pela ação do COMPASSO.

Em resumo estes dois instrumentos representam a harmonia e o


equilíbrio que devemos aprender, para que alcancemos a perfeita,
justa e reta manifestação do ideal material.

A Terceira Viagem

Na terceira viagem, o Ir∴ Companheiro conserva a RÉGUA na sua


mão esquerda e substitui o COMPASSO pela ALAVANCA, à quinta
ferramenta da sua caminhada de afirmação para o grau de
Companheiro.
Na física, a alavanca é um objeto rígido que é usado
com um ponto fixo apropriado para multiplicar a força
mecânica que pode ser aplicada a um outro objeto. Isto é
denominado também vantagem mecânica, e é um exemplo do
princípio dos momentos.

A ALAVANCA na MAÇONARIA representa a perseverança, força


moral e poder da vontade. Simboliza a força de vontade, que aliada à
inteligência é capaz de remover qualquer obstáculo. É a firmeza da
alma, a coragem permanente do homem, a força de raciocínio.

A RÉGUA acompanha a ALAVANCA para mensurar sua força. Com


estas ferramentas, observamos a firmeza, a coragem, o respeito e a
confiança que devem fazer parte do Ir∴ Companheiro.

Em resumo nesta viagem o Ir∴ Companheiro nunca deve separar-


se da RÉGUA da qual entrou pela primeira vez na segunda Câmara, uma
vez que esta simboliza a direção reta de suas condutas, e a nova
ferramenta, a ALAVANCA, o Ir∴ Companheiro aplica-a nos seus
esforços, por meio do qual realiza o que de outra maneira lhe seria
impossível realizar, dado que a ALAVANCA multiplica as suas forças em
proporção direta com as suas necessidades.

A Quarta Viagem

Na quarta viagem, o Ir∴ Companheiro continua a segurar a


RÉGUA com a sua mão esquerda, acompanhada desta vez
pelo ESQUADRO, que é a sexta e última ferramenta das suas viagens na
afirmação do grau de Companheiro.
O esquadro é um instrumento de desenho utilizado em
obras civis e que também pode ser usado para fazer linhas
retas verticais com precisão para 90°.

O ESQUADRO que forma um ângulo reto representa a retidão de


suas ações. O Ir∴ Companheiro em sua linguagem simbólica diz que
pauta a sua vida “dentro do esquadro”. Tudo está na dependência da
retidão, tanto na horizontalidade como na verticalidade. Seguindo as
hastes do ESQUADRO, têm-se dois caminhos que vão se afastando, isso
ensina que se a vida pautada de forma correta pode seguir o caminho
da verticalidade espiritual e da horizontalidade material.

A RÉGUA e o ESQUADRO representam a medida perfeita dos


materiais que usamos para a construção, os quais devem ser
proporcionais em suas três dimensões, de acordo com o lugar onde
devem ser empregados, para que possa existir a homogeneidade,
estabilidade e harmonia do TEMPLO.

Em resumo, o ESQUADRO unido com a RÉGUA ensina ao Ir ∴


Companheiro, que o fim nunca justifica o meio, só se pode obter um
resultado satisfatório, quando o que se empenha esteja em harmonia,
com a finalidade em que unidos se propõem a alcançar.

A Quinta Viagem

Na quinta viagem, o Ir∴ Companheiro procura o Gênio Individual,


no qual se reflete a verdadeira capacidade, uma caminhada diferente
das precedentes, começando por não ser necessário o auxilio de
qualquer ferramenta, caminha numa direção oposta aquela que seguiu
até agora, e sob a ameaça de uma espada posta sobre o seu peito.
A palavra espada é comumente usada para se referir a
uma série de "armas brancas" longas, formadas por uma
lâmina e uma empunhadura para uma ou duas mãos;
abrangendo, por extensão, objetos como o sabre, o florete, o
gládio, o espadim e a katana, dentre outros.

A espada não deve ser entendida como uma ameaça, mas como
uma indicação de que o Ir∴ Companheiro, deve agora encontrar o que
esta perdido, a ferramenta que o ajudará na obra da construção
individual. Seu próprio coração, no fundo do ser, fará receptivo ao real
sentido da espada sobre o peito, que outro não será, senão o guia que
conduz o Ir∴ Companheiro à divina liberdade, transformando-o num ser
mais sábio e inteligente.

Em resumo, o sentido desta viagem está intimamente


relacionada com o número cinco, o que a torna muito peculiar no grau
de Companheiro. O fato desta se fazer sem nenhuma ferramenta já por
si só a torna misteriosa. Nas quatro viagens precedentes, o Ir∴
Companheiro aprendeu o uso das seis ferramentas fundamentais da
construção, o maço, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca, e o
esquadro, que correspondem às seis principais faculdades, a seguir o
Ir∴ Companheiro deve procurar a sua sétima faculdade, que
corresponde à letra G, cujo perfeito conhecimento o conduzirá ao
exercício da sua arte.
CONCLUSÃO

Assim, depois do Ir∴ Companheiro ter completado todas as viagens,


passou a estar apto a utilizar as ferramentas de construção para lapidar a
pedra necessária ao seu templo interno, não necessariamente a pedra
cúbica, ou seja, a individualidade desenvolvida em todas as suas faces,
visto que uma pedra deste género constitui a exceção, e seria por isso
condenada ao isolamento por não poder aproveitar-se na união com as
demais.

O que a propósito o Ir∴ Companheiro necessita é de uma pedra em


perfeita esquadria, desde que tenha a proporção e a conformidade entre
os seus diferentes lados, respectivamente verticais e horizontais, para que
possa utilmente aproveitar-se e ser colocada no lugar que lhe
corresponde, com a ajuda do nível e do prumo.
BIBLIOGRAFIA

ADOUM, Jorge. GRAU DO COMPANHEIRO E SEUS MISTERIOS. São Paulo:


Pensamento, 2010.

CAMPOS, Tito Alves de. INSTRUCIONAL MAÇONICO: GRAU DE


COMPANHEIRO. 1° ed., Londrina: Ed. Maçônica “A Trolha”, 2014;

OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de. DA ELEVAÇÃO RUMO A EXALTAÇÃO:


COMENTÁRIOS ÀS INSTRUÇÕES DO RITUAL DE COMPANHEIRO MAÇOM
DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO. 1° ed., Londrina: Ed. Maçônica “A
Trolha”, 2013;

Ritual: 2° Grau – Companheiro-Maçom - Rito Escocês Antigo e Aceito –


Grande Oriente do Brasil – São Paulo, 2009.

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