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AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
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Figura 2 – Desenho com lápis de cor II
Vamos iniciar com a técnica do carvão. Ela nada mais é do que desenhar
com um pedaço de carvão, o qual permite borrar e fazer traços e manchas
vigorosas, proporcionando um trabalho plástico bem lúdico. Se usada de forma
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inteligente e criativa, a técnica possibilita fazer desenhos rápidos e expressivos.
Sempre que possível, não use a borracha – com o carvão, é praticamente
impossível recorrer a esse recurso, o que vai forçar você a perder o medo do
papel e fazer com que olhe e marque nele a essência daquilo que pretende
desenhar.
Na Figura 3, vemos um exemplo bem expressivo dessa técnica. O
desenho foi feito em menos de dez minutos, com modelo vivo. Perceba como,
ainda que seja um desenho despretensioso, as manchas evocam as luzes e
sombras e resolvem visualmente a representação do espaço e das formas.
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É interessante comprar também um spray fixador, que serve como um
verniz de secagem rápida e que torna possível selar o seu desenho, evitando
que borre ao ser manuseado posteriormente. Ele pode ser fosco ou brilhante e
ser usado também em outras técnicas de desenho, como pastel e técnicas
mistas.
Um último detalhe em relação aos tipos de carvão: existe o macio, o médio
e o duro. Talvez você queira ter no seu estojo dois ou três tipos – é como ter
diferentes tipos de lápis (HB, B, 2B e 6B) –, pois cada um permite um tipo de
traço e que resulta em diferentes estilos. Evidentemente o tipo de papel a ser
usado vai exigir que você busque o carvão mais adequado.
Ainda em relação a essa técnica, convém ter um pano ou toalha de papel
para limpar as mãos à medida que você vai criando os desenhos. Vamos
exemplificar esse processo com algumas imagens a seguir.
A Figura 4 apresenta um papel em branco. Nesse caso, foi escolhido um
papel-lixa, excelente para desenho com carvão ou pastel. Lixas são de alta
durabilidade e têm um atrito ótimo para o desenho artístico.
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A Figura 5 mostra o trabalho em andamento. Perceba que você vai
desenhar com o bastão de carvão, mas pode também usar os dedos para
espalhar o carvão e obter manchas interessantes e expressivas.
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Use o spray à vontade. Você pode criar camadas de spray durante o
exercício, em vez de fixá-lo somente ao final, o que lhe dá a possibilidade de
selar etapas do desenho e gerar nuances bem interessantes. Vamos tratar disso
mais detalhadamente na técnica do pastel.
Fonte: Edgar Degas. O Tubo. 1886. Pastel no cartão, 60 x 83 cm. Museu de Orsay, Paris
(França).
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mente pela viscosidade. Se você já deu aula e escreveu com giz no quadro ne-
gro, já usou o pastel seco. Por outro lado, se ganhou aqueles bastões para de-
senhar no colégio ou em restaurantes, também já usou o pastel oleoso. Na Fi-
gura 8, você pode observar uma pintura em pastel oleoso, e na Figura 9, exem-
plos de pastéis.
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à superfície. Você percebe como rapidamente pode ir criando texturas e massas
de luz e sombra que evocam nuvens, montanhas, enfim, qualquer tema sendo
observado. Note que o pigmento vai aderindo ao papel de forma generosa e logo
surge uma cena interessante e dinâmica. Ainda que não vamos estudar a teoria
da cor nesta aula, nada impede de você ir experimentando as nuances e as
combinações de cores que mais lhe agradam. Na Figura 10, é possível observar
o início de um desenho no qual é utilizada a técnica do pastel seco.
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Figura 11 – Exemplo de paisagem urbana com pastel seco – obra “Lapa”, Pa-
raná
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Figura 12 – Criação de obra com materiais diferentes ao mesmo tempo
Portanto, você pode usar lápis, giz, aquarela, caneta, nanquim, enfim,
qualquer material que julgar apropriado para o que for representar. Seja criativo
e econômico e não se preocupe com as cores. Concentre-se no traço à mão
livre, nas manchas, na luz e sombra, sem se esquecer de olhar atentamente o
tema a ser desenhado; evite se distrair com conversas ao telefone ou mesmo
com redes sociais. O momento de desenhar deve ser sagrado, no sentido de você obter
o máximo de concentração. Se você conseguir isso, vai desenhar bem qualquer
tema proposto; vai descobrir que desenhar é muito fácil, basta olhar e enxergar
de verdade.
O desenho a seguir (Figura 13) foi feito em um papelão de 30 cm x 40 cm
com lápis 2B, canetas hidrocores para criar manchas que definem as árvores,
casas, nuvens e assim por diante. Na sequência, foi utilizada uma caneta preta
esferográfica para começar a trabalhar nos detalhes. Com vistas a dar escala
humana, algumas pessoas foram desenhadas de forma gestual, dando um
pouco mais de vida aos croquis. Em alguns momentos, os dedos foram usados
para espalhar os pigmentos, gerando algumas nuances interessantes. Tudo isso
levou 30 minutos!
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Figura 13 – Exemplo de técnica mista em papelão 30 cm X 40 cm
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Figura 14 – Desenho com caneta esferográfica
Vamos ver mais uma técnica, a qual consideramos muito fácil e gostosa
de trabalhar: a do pastel aquarelado. São bastões de pastel que podem ser
manuseados normalmente. Após desenhar no papel, você pode usar um pincel
e, com água, diluir o pigmento, criando uma mistura de pastel com aquarela.
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Seus desenhos se tornam muito atraentes e com vida. Confira esse processo
nas figuras 16 e 17.
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TEMA 4 – O DESENHO DIGITAL
Vamos encerrar esta aula com um tema de grande relevância para todos:
o do desenho digital. Atualmente, a imagem digital se tornou presente em todas
as mídias e redes sociais, e as carreiras de design e arquitetura podem se
beneficiar dessa verdadeira revolução digital.
Trabalhar digitalmente implica usar computadores e celulares para
desenhar. As imagens podem ser geradas diretamente em 3D ou desenhadas
em 2D na tela. Vamos aqui apenas iniciar essa discussão, uma vez que durante
sua carreira você sempre vai ter que aprender novos aplicativos. Confira, na
Figura 18, um exemplo de imagem digital.
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Para começar a desenhar rapidamente, o melhor software pode ser
aquele que você já domina e pratica no dia a dia. Muitas vezes, queremos
complicar a vida; na verdade, estamos quase sempre arranjando desculpas para
não desenhar (tanto no papel como no computador). Portanto, comece já a
praticar a arte digital. Confira, na Figura 19, um exemplo de obra digital que tem
o estilo colagem.
Decida qual a sua “praia” digital e nade nela. Se você gosta de desenhar
no seu “iphone X”, naquele aplicativo gratuito que alguém ensinou, ótimo. Mas
não complique a vida. Simplifique e lembre-se que menos é mais.
Tente aprender a usar um tablet (com ou sem caneta digital). Ficar na
teoria não resolve o seu problema de expressão visual. E, mais do que nunca,
vale reforçar: uma imagem vale mais do que mil palavras! Busque sempre, de
forma criativa, combinar técnicas, até mesmo desenhando em papel,
fotografando e depois importando para o mundo digital. Você poderá criar um
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estilo próprio de fazer seus croquis. Hoje em dia, mixar imagens em diversas
técnicas permite ao artista uma infinidade de resultados.
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Figura 21 – Uma amostra de tipo de canetas-marcadores
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Figura 22 – Estudo de vegetação com canetas-marcadores
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Figura 23 – Exemplo de paisagem com canetas-marcadores
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NA PRÁTICA
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Figura 26 – Estruturando as proporções de uma cabeça
Para desenhar o autorretrato, use tudo o que aprendeu até agora nas
fases anteriores desse curso. Você pode escolher qualquer técnica (menos
fotografia e desenho digital). Tente expressar sua verdadeira identidade.
Cuidado para não exagerar as feições para não virar uma caricatura,
conforme ilustrado na Figura 27.
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Figura 27 – Um autorretrato em estilo caricatural
Tente ver você de outra forma. Tudo bem, talvez você se olhe no espelho
todo dia. Ótimo! Então vai ser muito fácil fazer um autorretrato!
Boa sorte! Procure usar no máximo 30 minutos para o desenho, e se não
ficar bom, faça outro, quem sabe usando outra técnica. Explore ao máximo a
oportunidade única de desenhar o autorretrato. Todos os artistas em algum
momento na vida fazem isso. Até Van Gogh fez um e ficou famoso.
TROCANDO IDEIAS
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No desenho e na arte, ainda que possamos quantificar alguns aspectos
objetivos, estamos falando de uma ciência social aplicada, portanto não teremos
consenso em relação ao lado estético. A beleza e a estética variam de acordo
com quem critica e quem é criticado. Seja criterioso e tente sempre ser
construtivo nos comentários que fizer.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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