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A.·. R.·. L.·. S.·. CINCO DE JUNHO Nº 3.

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As 5 Viagens e as
Ferramentas do Grau
de Companheiro
1º Trabalho de Companheiro Maçom

Or.·. de Belo Horizonte, 22 de maio de 2023, da E∴V∴

Do Ir.·. LEIDIMAR MOREIRA DA COSTA, C.·.M.·.

Ao Ir.·. 1º Vigilante
AS CINCO VIAGENS E

AS FERRAMENTAS DO GRAU DE COMPANHEIRO

INTRODUÇÃO
As viagens de Elevação estão coligadas com as ferramentas do Grau de
Companheiro. O Aprendiz Maçom assimilou o vício e a virtude e, para isso, teve que
caminhar das trevas à Luz. Já o Companheiro Maçom terá que cumprir cinco viagens,
constituindo cada uma delas, uma nova e diferente etapa de progresso e de realização
para utilizar com eficácia as ferramentas do seu Grau, que são as seguintes:

- O Maço; o Cinzel; a Régua Graduada de 24 polegadas; a Alavanca; o


Compasso; e o Esquadro.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem da Elevação, o Candidato a Companheiro porta as duas


ferramentas às quais realizou durante o seu período como Aprendiz - o Maço e o Cinzel.
Com o Maço e a força, se produz um efeito para desbastar a matéria, que é
a desagregação da parte não desejada. Por consequência deste efeito de força e
precisão, o Maço representa um poder destrutivo, e, se não for utilizado com extremo
cuidado e muita inteligência, pode comprometer a obra de construção individual. O Maço
representa a força para vencer os obstáculos, sempre presentes na vida de cada um.
O Cinzel possui o poder de cortar, dar forma, abrir caminho através da
matéria, é o veículo de aprimoramento. Ele significa a capacidade de enxergar aquilo que
é preciso mudar, deve ser a autocrítica do Maçom que, apoiada pela força de vontade,
fará com que consiga o desbaste necessário de sua ‘Pedra Bruta’.
Em síntese, nesta etapa deverá compreender que a viagem simboliza o
período de um ano que deve empregar, aperfeiçoando-se na prática de cortar e lavrar a
Pedra Bruta, que aprendeu a desbastar com o Maço e o Cinzel, quando Aprendiz. Que o
uso combinado das duas ferramentas, ou seja, o uso harmônico da força inteligente,
aplicadas ao carácter, a pedra bruta da personalidade profana obterá uma pedra polida,
apta a ser integrada ao seu aprimoramento pessoal.
Em seguida, dá-se o Sinal de Aprendiz.
A SEGUNDA VIAGEM

As ferramentas que o Candidato leva em sua segunda viagem, são de uma


natureza inteiramente diferente daquelas com que executou o seu primeiro trabalho - A
Régua Graduada de 24 polegadas e o Compasso.
Agora destinados à segunda viagem, são ferramentas leves e de precisão,
que além de se destinarem a verificar, e a dirigir o trabalho executado com as anteriores
ferramentas, têm ainda o objetivo puramente intelectual. Tais ferramentas não são
simplesmente dois instrumentos de medida, são instrumentos criativos e cognitivos, e
através deles podemos construir quase todas as figuras geométricas, começando pelas
duas formas elementares, que são a linha reta e o círculo.
A linha reta, que ela traça, é o Símbolo do Infinito. O Aprendiz traz a Régua
lisa no ombro esquerdo; e, tornado Companheiro, a Régua Graduada se apoiará no
ombro direito. Ela é o emblema do juízo reto, o símbolo da correção moral e espiritual. A
linha reta, que é traçada com o auxilio da Régua, significa a direção retilínea de todos
nossos atos, dado que é dever de todo Maçom, nunca se desviar no seu progresso da
exatidão, pela qual constantemente se orienta na procura do caminho mais justo e mais
sábio.
Já o Compasso é a procura incessante da Justiça. Ele está presente no
Juramento do candidato, sobre o seu coração. O círculo traçado por essa ferramenta
mostra-nos o nosso campo de ação, dentro do qual devemos atuar sempre orientados
sabiamente pela linha reta, que passa constantemente pelo seu centro.
Essa viagem é o símbolo do segundo ano, no qual o Companheiro deve
adquirir os elementos práticos da Maçonaria. Isto é, a arte de traçar linhas sobre os
materiais desbastados e aplainados, o que só se consegue com a Régua e o Compasso.
Estes dois instrumentos representam a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender,
para que alcancemos a perfeita, justa, e reta manifestação do ideal material.
Em seguida, dá-se o Toque de Aprendiz.
A TERCEIRA VIAGEM

Nesse momento, o Candidato conserva a Régua na sua mão esquerda e,


substitui o Compasso pela Alavanca, a quinta ferramenta da sua caminhada de afirmação
para o Grau de Companheiro Maçom.

A Alavanca tem uma função eminentemente ativa podendo mover e levantar


objetos, os mais pesados possíveis, sempre utilizando de um terceiro, o ponto de apoio.
Simbolicamente, a Alavanca representa o desenvolvimento da nossa inteligência e da
nossa compreensão, movendo os nossos instintos, para que ocupem o lugar que lhes
está destinado na construção interior. Podemos considerá-la como sendo o símbolo da
Inteligência humana, o emblema da força moral, cujo ponto de apoio deverá ser tão
resistente quanto à própria Alavanca, afim de não comprometer o trabalho, significa a
direção, o transporte, e a colocação dos materiais usados e trabalhados, é o poder da
vontade, potência do trabalho, e o poder multiplicador.

“- Deem-me um ponto de apoio e uma Alavanca que removerei a terra” –

Arquimedes.

Dentre várias características da Alavanca, duas antagônicas chamam mais


atenção: a sua resistência e flexibilidade, e dessa forma, devendo ser um Maçom
resistente e ao mesmo tempo flexível. Como exemplo, resistente aos vícios e flexível na
prática contínua da tolerância. É onde o Companheiro dirige, ajuda e vigia os irmãos
Aprendizes, e ao mesmo tempo, acata e colabora com os Mestres.

A terceira viagem simboliza o terceiro ano, onde o Companheiro Maçom


nunca deve separar-se da Régua com que entrou pela primeira vez no Templo, uma vez
que esta simboliza a direção reta de suas condutas, e a nova ferramenta, a Alavanca, o
Companheiro Maçom aplica-a nos seus esforços, por meio do qual realiza o que de outra
maneira lhe seria impossível realizar, dado que a Alavanca multiplica as suas forças em
proporção direta com as suas necessidades.
A QUARTA VIAGEM

Na quarta Viagem, o Candidato continua a segurar a Régua com a sua mão


esquerda, acompanhada desta vez pelo Esquadro, que é a sexta e última ferramenta das
suas viagens na afirmação do Grau.
Assim, através do uso coordenado da Régua e o Esquadro, resulta a união
da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da retidão, e da ação do homem sobre
si mesmo.. Representa a conduta Maçônica, pois devemos enquadrar nossos atos sob a
reta da virtude, emite a ideia de imparcialidade, precisão de caráter, simboliza a
moralidade, o controle das ações.
Particularmente, o Esquadro unido com a Régua ensina ao Maçom, que o
fim nunca justifica os meios, só se pode obter um resultado satisfatório, quando os que se
empenham estejam em harmonia, com a finalidade em que unidos se propõem a
alcançar. É o emblema da Sabedoria.
Esta viagem, que simboliza o quarto ano, no qual ele deve ocupar-se
principalmente com a elevação do edifício, na direção de seu todo, verificando a
colocação dos materiais reunidos para terminar a obra Maçônica. Ela ensina que só a
aplicação, o zelo e a inteligência que são mostrados nos trabalhos, podem elevar-vos
acima dos irmãos menos instruídos e zelosos.

A QUINTA VIAGEM

Nesta última viagem, o candidato procura o Gênio Individual no qual se


reflete a verdadeira capacidade, uma caminhada diferente das precedentes, começando
por não ser necessário o auxílio de qualquer ferramenta e sob a ameaça de uma espada
posta sobre o seu peito. O sentido desta viagem está intimamente relacionada com o
número cinco, o que a torna muito peculiar no Grau de Companheiro. O fato desta se
fazer sem nenhuma ferramenta, já por si só a torna misteriosa. Nas quatro viagens
precedentes, o Candidato aprendeu o uso dos seis ferramentas fundamentais da
construção – o maço, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca e o esquadro.

A quinta viagem mostra ao irmão, suficientemente instruído nas práticas


manuais, deve durante o quinto e último ano, aplicar-se ao estudo teórico, mas que será
preciso reunir muitos esforços, a fim de alcançar os mais altos trabalhos Maçônicos.
Logo em seguida, dá-se a Palavra Sagrada e seu último trabalho na Pedra
Bruta, despedindo-se, assim, do Grau de Aprendiz.
CONCLUSÃO

Ao final dessa última jornada, contempla-se a Estrela Flamejante. E, logo


após a prestação do Juramento, executa o primeiro trabalho na Pedra Cúbica e recebe
salário na Coluna J. Aprende a Marcha de Companheiro e tem a abeta do Avental
abaixada.
Agora, o Companheiro Maçom está apto a utilizar as ferramentas de
construção para lavrar a pedra necessária ao seu Templo Interior, devendo desenvolver e
polir a pedra da sua personalidade, na forma que melhor se adapte, para ocupar um lugar
mais apropriado no edifício da humanidade.

REFERÊNCIAS:

- “Ritual do 2º Grau: Companheiro Maçom do Rito Brasileiro”, SP: GOB, 2009;

- Camino, R. “Breviário Maçônico”, SP: Madras, 2021;

- “As Cinco Viagens (C.M.)”, Londrina: A Trolha, Ed. nº 402, 2020;

- Fontes de consulta na internet:

www.freemason.pt;
https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/;
http://cidademaconica.blogspot.com/2007/07/as-ferramentas-do-grau-de-
companheiro.html

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