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APARÊNCIA

-Refere-se basicamente aos cuidados higiênicos e estéticos relativos ao corpo


- Alterações:
• Cuidada
• Descuidada
• Adequada
• Bizarra:
Extravagante ou excêntrica
Aparência destoante do usual no ambiente do indivíduo ou exagerada em relação ao padrão da
maioria das pessoas
• Exibicionista:
Caracteriza-se pela excessiva exibição do corpo
Comumente é apresentada por pacientes com aumento da libido ou comportamento sedutor
• APARÊNCIA X PSICOPATOLOGIA
• Depressão: O desinteresse ou falta de energia pode inviabilizar os cuidados pessoais. Alguns
preferem vestir-se com roupas escuras.
• Histeria: É comum uma aparência exibicionista.
• Demência: Frequentemente a aparência está descuidada.
• Mania: Geralmente usam roupas coloridas, chamativas, muito curtas e decotadas; excesso de
maquiagem e perfume e muitos acessórios. Alguns pacientes podem apresentar uma aparência
descuidada, em função de intensa agitação.
• Esquizofrenia: Nos pacientes apáticos geralmente é descuidada, mas nos demais casos costuma
ser bizarra, refletindo as suas ideias delirantes.
SENSOPERCEPÇÃO
É através desta função mental que o indivíduo toma conhecimento do ambiente e de seu próprio
corpo
Permite o conhecimento dos objetos, fatos e fenômenos do meio externo e interno
Ex: Os sentidos, as sensações viscerais, o sentido de movimento
SENSAÇÃO: É um fenômeno passivo, físico e objetivo
Resulta das alterações produzidas por estímulos externos sobre os órgãos sensoriais
Distingue qualidades mais elementares
PERCEPÇÃO: É um fenômeno ativo, psíquico e subjetivo
Resulta da integração das impressões sensoriais parciais e da associação destas
às representações
Identificação, reconhecimento e discriminação dos objetos.
Exemplos
Sensação: Formas e cores em uma foto
Percepção: Um quadro negro, carteiras, crianças uniformizadas
Apreensão ou apercepção: Uma sala de aula
Classificaçãos das sensações:
Exteroceptivas: Sensações visuais, auditivas, gustativas, olfativas, táteis, térmicas e dolorosas.
Interoceptivas: Sensações orgânicas que informam sobre o funcionamento do organismo.
Ex: Sensações viscerais, fome, sede, mal-estar.
Proprioceptivas: Informam acerca da posição das diferentes partes do corpo, dos movimentos
corporais, do equilíbrio e da sensibilidade à pressão e vibração.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO:
Quantitativas: Aumento ou diminuição patológica de uma ou várias modalidades sensoriais
Hiperestesia: Aumento patológico de algumas modalidades sensoriais
Ex: Um indivíduo sente como anormalmente intensos quaisquer estímulos sobre sua pele. Um
simples toque é doloroso. As cores ficam mais brilhantes e etc.
Hipoestesia: Diminuição da intensidade perceptiva em algumas modalidades sensoriais
Quando a hipoestesia atinge seu grau extremo falamos de anestesia
Hiperpercepção: Ocorre um aumento global de todas as sensações
Há um exagero na intensidade, vivacidade e nitidez das sensações
 É observada:
 Na mania;
 Na intoxicação por anfetamina, cocaína, maconha e LSD;
 Em crises epiléticas;
 No hipertireoidismo;
 Na enxaqueca;
 Na ressaca pós-intoxicação alcoólica.
Hipopercepção: Estado em que há diminuição global da intensidade, vivacidade e nitidez das
sensações
Ex: Paciente deprimido para quem tudo em volta é cinzento, os sons são pouco distintos e tudo
parece sem sabor
Alucinação negativa: É uma aparente ausência de registro sensorial de determinado objeto, presente
no campo sensorial do indivíduo.
Entretanto, os órgãos sensoriais estão íntegros.
Comum nos quadros conversisvos.
Ex: Não vê uma pessoa que está diante de seus olhos
 Pode ocorrer o não reconhecimento das necessidades corporais
 Nega estímulos como a fome, a sede, o cansaço…
 Sintoma comum da anorexia nervosa
Agnosia: É um distúrbio do reconhecimento de estímulos visuais, auditivos ou táteis, na ausência de
déficits sensoriais.
É um comprometimento da percepção.
As sensações continuam a ocorrer, porém não são associadas às representações.
É um distúrbio relacionado a lesões em áreas associativas corticais.
Macropsia: Os objetos parecem aumentados de tamanho
Micropsia: Os objetos parecem diminuídos de tamanho
Dismegalopsia: Os objetos parecem deformados, algumas partes estão aumentadas e outras
diminuídas
Ex: Anorexia, eplipsia temporal, esquizofrenia e intoxicação por alucinógenos
Qualitativas
Ilusões:
 É uma percepção falsa, deformada, de um objeto real e presente
 Pode ocorrer tanto em pessoas normais quanto naquelas gravemente
comprometidas
 É essencial avaliar o juízo que o paciente faz do sintoma
 Ao descrever uma ilusão, deve-se explicitar se ela existe com crítica ou sem crítica
 São classificadas em 3 grupos:
 por falta de atenção: Ex: Quando lemos apressadamente um livro não percebemos
os erros de português presentes. Quando lemos com atenção isto não acontece.
Inconscientemente, as falhas da percepção são compensadas por ilusões, as quais se formam
basedas em elementos da memória

 afetivas : A ilusão dá-se em função da disposição afetiva do indivíduo.


Pode estar relacionado à desejo ou temor
Exemplo:
“Um homem que caminha à noite só e alimenta temor íntimo de ser assaltado, facilmente surpreende-
se com o movimento dos galhos e acreditará ter visto um assaltante à espreita”

 Pareidolias: São as ilusões verdadeiras


Não ocorrem por falta de atenção ou componente afetivo
Exemplo: O murmúrio na peça ao lado, os ruídos da rua, o som do vento transformam-se em vozes
que acusam ou comentam os atos do indivíduo
Alucinações
É a formação de uma percepção, sem que haja um estímulo sensorial que a justifique
“Percepção sem objeto”
Tem um caráter de vivacidade e uma crença do sujeito quanto à realidade do que percebe
São egossintônicas
O conteúdo das alucinações pode contribuir para a compreensão dinâmica do paciente
Podem traduzir os desejos, impulsos e conflitos inconscientes
As alucinações podem ser de diversas modalidades sensoriais...
ALUCINAÇÕES AUDITIVAS:
O indivíduo escuta vozes
As vozes podem dar-lhe ordens, insultá-lo e comentar seus atos
Existem alucinações que advertem ou impedem de fazer algo que a prejudique
O paciente esquizofrênico costuma ouvir o seu próprio pensamento em voz alta
ALUCINAÇÕES VISUAIS:
O indivíduo enxerga objetos que não existem
Pode ver um familiar falecido, um vulto, insetos, monstros e etc
Pode ver coisas que estão fora do alcance visual… “Um paciente afirmava que havia um rato
branco atrás da poltrona do entrevistador” ou “via o rosto de seu pai, atrás de si”
Alucinação induzida: O entrevistador provoca uma alucinação no paciente
Chama-se “Sinal de Sampaio”
É útil no diagnóstico do delirium tremens
ALUCINAÇÕES TÁTEIS:
O paciente sente coisas deslizando por seu corpo, acredita ter tocado em coisas inexistentes ou ter
sido tocado por estas coisas
Também podem ser térmicas ou dolorosas
ALUCINAÇÕES CINESTÉSICAS
Estão relacionadas ao movimento de partes do corpo
Os pacientes acreditam que seus membros estão se mechendo, que estão falando…
“Membro fantasma”
Dizem respeito à sensibilidade interna, dos órgãos do corpo
Os pacientes dizem sentir seu corpo morto, seus órgãos podres ou o coração parado, tem a
perceção de estar transando…
Diferenciar da linguagem figurada, geralmente usada pelos acientes, como: “há um dragão
queimando-me por dentro”, referindo-se à azia
ALUCINAÇÕES PSÍQUICAS:
São desprovidas de sensório
O indivíduo recebe mensagens, percebe diálogos, mas estes se dão através de uma linguagem
interior, sem palavras
Exemplo: “O paciente estabeleceu uma conversa com seu suposto assaltante, através do
pensamento. O ladrão lhe disse: ‘Sobre o seu relógio e outras coisas, foi o Prata quem mandou roubar’.”
Alucinações olfativas: Geralmente de cheiros desagradéveis… odores fétidos, cheiro de morto…
Alucinações gustativas
OBS: PAPEL DO ENTREVISTADOR
Deve estar atento a comportamentos que sugiram presença de fenômenos alucinatórios
Exemplo: Olhar em torno subitamente, interrupção da fala, tapar os ouvidos…
Pseudo-alucinações
Assim como nas alucinações, percebe objetos inexistentes, entretanto, tem consciência da
irrealidade da sua percepção
Quando indagado sobre o que pensa do que percebe, costuma dizer que é “coisa da sua cabeça”
ou “fruto da sua imaginação” ou reconhece que é fruto da sua patologia
ORIENTAÇÃO
 É um complexo de processos mentais que nos permitem a consciência e a compreensão de nós
mesmos e do mundo ao nosso redor
 É a capacidade que tem o indivíduo de situar-se em relação a si e ao mundo no tempo e no espaço
 Não é um processo desvinculado das outras funções
 Necessita da consciência, atenção, sensopercepção, memória e pensamento
ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA
 Orientação a respeito da própria pessoa!
O indivíduo orientado autopsiquicamente…
sabe quem ele é, de onde procede, e sente, correspondetes a ele, seu passado e sua vida interior
 Também diz respeito à consciência que o indivíduo possui da sua enfermidade
ASPECTOS
 Consciência do eu corporal
 Consciência do eu psíquico
 Consciência do eu social
AUTOPSIQUICA PARCIAL
“Pacientes que embora informem adequadamente seu nome e sua procedência, saibam o que fazem
no dia a dia e estejam conscientes de sua função social, não reconhecem que estão enfermos e
necessitando de auxílio”
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA
 Orientação espacial: Conhecimento do indivíduo em relação ao local em que se encontra, do que
há a sua volta
 Orientação temporal: Noção do tempo em que vive (hora, dia, mês, ano, estações)
 Orientação situacional: Conhecimento da razão pela qual se está em determinado lugar e que
tipo de relação se tem com as pessoas ali presentes
 Orientação quanto às outras pessoas: Possibilidade de reconhecer e identificar as pessoas
corretamente
 É necessário descrevê-la separadamente
 O prejuízo geralmente manifesta-se primeiramente na orientação temporal e posteriormente na
espacial
 Na evolução do indivíduo constitui-se primeiramente a espacial e posteriormente a temporal
ALTERAÇÕES
 Um comprometimento global da orientação (auto e alo) caracterizará uma desorientação
completa
 Quando o grau de prejuízo é menor, utiliza-se o termo parcialmente orientado
 Nos casos parciais, é necessário descrever qual área da orientação está comprometida!
 Desorientação confusional:
- Está relacionada a um rebaixamento do nível de consciência e, consequentemente, a um prejuízo da
atenção e das demais funções.
- Ocorre no delirium.
 Desorientação amnéstica:
- Está relacionada a um prejuízo da memória, principalmente da capacidade de fixação
- Ocorre nos transtornos amnésticos e na demência ou na amnésia psicogênica
 Desorientação apática:
- Está relacionada a um prejuízo do afeto
- O paciente não se situa no mundo externo em função do desinteresse
- Ocorre na depressão e na esquizofrenia quando predomina os sintomas negativos
 Desorientação delirante:
- O paciente não reconhece um familiar ou amigo, acreditando que o mesmo foi substituído por um
sósia, fisicamente idêntico
- Ocorre nos transtornos psicóticos e afetivos
- Desorientação por déficit intelectual:
- O déficit intelectual dificulta a apreensão do mundo externo e pode causar desorientação
- Ocorre no retardo mental
 Dupla orientação:
- O indivíduo está orientado e desorientado simultaneamente
- Bastante comum nas psicoses.
“O paciente identifica-se como uma figura histórica e diz que está em uma prisão. Contudo, quando é
chamado por seu nome real responde e reconhece as pessoas à sua volta não mais como carcereiros.”
EXAME DA ORIENTAÇÃO
 Obtêm-se informações importantes da observação do discurso e do comportamento
 Podemos perceber se ele compreende onde está, se sabe por que está ali, se sua noção de tempo
está adequada e etc.
 Pacientes que vão sozinho ao consultório e chegam no horário provavelmente estão bem
orientados
 Pode ser necessário perguntas diretas…
- Onde você estava antes de vir até aqui?
- Você teve dificuldades para encontrar…?
- Às vezes você perde a noção do tempo?
- Em que dia estamos?
- Onde você mora?
- Como você veio de lá até aqui?
- Por que você veio aqui hoje?
- Que lugar é este?
- Qual o seu nome?
- Que horas são?

É o processo através do qual a consciência é direcionada para determinado estímulo (origem externa
ou interna)
Uma imagem, um afeto ou um pensamento é selecionado, é focalizado, em detrimento dos outros
Os objetos focalizados adquirem maior clareza e nitidez
É necessário selecionar os estímulos, pois a quantidade de informações recebidas inviabilizaria a
atividade psíquica
A atenção interfere na sensopercepção e na memória
A atenção é necessária para um conteúdo se tornar consciente
O interesse (vontade, afeto) influencia diretamente a atenção
CARACTERISTICAS
• Amplitude: Refere-se ao número de conteúdos submetidos à atenção.
• Intensidade: Refere-se à clareza dos conteúdos. É inversamente proporcional à amplitude… uma
atenção intensa implica na presença de poucos objetos no foco da consciência.
• Duração: É a dimensão temporal da atenção.
• Excitabilidade: Prontidão com que uma pessoa desatenta coloca sua atenção em funcionamento
eficaz
• Vigilância: Capacidade de dirigir a atenção sobre um novo objeto, sobretudo se este trata-se de
um estímulo exterior.
• Tenacidade: Capacidade para manter a atenção focada de um modo persistente sobre um objeto
TIPOS
• Atenção seletiva: Capacidade de prestar atenção em alguns estímulos e ignorar os demais.
Ex: Focamos atenção em uma conversa e não percebemos o que as pessoas ao nosso redor estão
falando.
• Atenção dividida: Distribuição de nossos recursos de atenção entre 2 ou mais tarefas que
realizamos ao mesmo tempo.
Ex: Dirigir e escutar música ao mesmo tempo.
• Espontânea: Reação automática, não consciente e não intencional, do indivíduo para com os
estímulos.
Ex: “Estamos conversando em um restaurante enquanto aguardamos o garçom. Da mesa ao lado,
subitamente, tomba ao chão um copo. Imediatamente percebemos que algo aconteceu e viramos o rosto
espontaneamente naquela direção.”
• Voluntária: Está relacionada a um esforço intencional, consciente, por parte do indivíduo na
direção do objeto.
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
• Alterações na vigilância (Hipergivilância e hipovigilância):
Estado normal de vigilância
NORMOVIGILÂNCIA
“O pedestre que caminha na rua desviando dos carros, buracos, placas e pessoas.”
“Aquele paciente que aguarda ser chamado pelo médico lendo uma revista e que quando o mesmo
abre a porta percebe o movimento.”
• Hipervigilância: Sensibilidade exagerada a novos estímulos
• Hipovigilância: Sensibilidade a novos estímulos reduzida
• Alterações na tenacidade (Hipertenacidade e hipotenacidade):
Estado normal da tenacidade
NORMOTENACIDADE
“O indivíduo escuta o observador, percebe as perguntas deste e responde-as adequadamente,
mentém-se o tempo necessário sobre cada assunto, conseguindo desenvolver as ideias de modo
compreensível.”
• Hipertenacidade: Mantêm a atenção dirigida excessivamente a um mesmo estímulo.
Ex: “O sujeito que se julga culpado pela morte de um familiar e passa todo o tempo relembrando os
dias que a antecederam, de modo que as reminicências ocupam incansavelmente todo seu pensamento”.
• Hipotenacidade: Não consegue manter a atenção dirigida a um estímulo.
Ex: “Na síndrome maníaca o sujeito passa de um assunto para o outro, ora dirigindo-se ao
entrevistador, ora às pessoas em volta. Quando lhe perguntamos algo, sequer escuta a pergunta ou tão
logo inicia a respondê-la muda de tema. Não se fixa em coisa alguma!”
• Hipoprosexia: Diminuição global da atenção, afetando tanto a capacidade para direcionar quanto
par manter a atenção.
Há uma rápida fatigabilidade associada ao esforço para se concentrar e são necessários estímulos
mais intensos para atrair a atenção do indivíduo (aumento do limiar de estimulação).
Comum nos estados de fadiga, tédio e sonolência.
Pode ser consequência de um rebaixamento do nível de consciência.
É comum no retardo mental, na demência, na depressão, na intoxicação por sedativos e no TCE.
• Aprosexia: É o grau extremo de hipoprosexia.
Consiste na abolição da atenção, com ausência de consciência.
É encontrada no sono sem sonhos, no coma, na demência avançada e em alguns casos de estupor
esquizofrênico ou depressivo
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
Ocorrem quando a tenacidade e a vigilância se desviam em sentidos opostos. Como por exemplo:
• Distração: É um estado de hipertenacidade e hipovigilância
Durante um longo tempo, o indivíduo está concentrado em um único objeto e não é capaz de desviar
a sua atenção
É um estado de ensimesmamento, a atenção está dirigida a um objeto interno
• Labilidade da atenção: É um estado de hipotenacidade com hipervigilância
O indivíduo é incapaz de manter a atenção por algum tempo em um mesmo objeto
É a atenção espontânea que predomina!
Ocorre no TDAH entre outros transtornos
EXAME CLINICO DA ATENÇÃO
• A expressão da fisionomia do paciente deve ser observada
• Observar o olhar do paciente: Se ele se mantém sobre o observador, se é desviado
constantemente, se é perdido ou transpassa o observador
• A necessidade de estímulos cada vez mais enérgicos para manter a atenção do paciente indica
fatigabilidade da atenção
• A necessidade de repetição das perguntas, a demora ou inadequação (parciais ou perseverantes)
das respostas sugerem prejuízo
MEMÓRIA
 É a capacidade de adquirir, reter e utilizar secundariamente uma experiência.
 A memória manifesta-se na consciência na forma de “imagem mnêmica”, que é subjetiva,
imprecisa, infiel sensorialmente, influenciada pela vontade do indivíduo e localizada no espaço interno.
FASES
 Fixação e conservação: A vivência é armazenada e mantida no psiquismo
 Evocação: A vivência é rememorada
 Reconhecimento: A memória é identificada como tal, vivida diferentemente de uma experiência
atual
TIPOS
 Memória de trabalho ou imediata: É a memória de poucos segundos. Permite a compreensão de
uma frase, mantendo na memória suas palavras iniciais.
 Memória de curto prazo ou recente: É a memória que permite a retenção de informações de alguns
minutos a algumas semanas
 Memória de longo prazo ou remota: Registro de informações antigas, referente à infância ou ao
passado de vários anos
 Memória semântica: É responsável pelo armazenamento de palavras, símbolos verbais e relações
semânticas
 Memória episódica: Memória de quando e onde algo aconteceu
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
 Afetivas: São seletivas, psicogênicas e devidas à ansiedade.
 Orgânicas: TCE, AVE, lesão…
 Retrógrada: Relaciona-se a fatos que ocorreram antes do evento patológico
 Anterógrada: Fatos que ocorreram depois do evento patológico
 Retro-anterógrada: Engloba fatos que antecederam e sucederam o evento
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS
 Amnésia retrógrada:
- Amnésia de evocação.
- Não conseguem recuperar informações que tinham sido adequadamente fixadas.
- Pode ser reversível ou irreversível.
- Quanto mais antigo o fato, maior a probabilidade de recuperação.
- Ocorre principalmente nas lesões, no TCE e na histeria.
 Amnésia anterógrada:
- Aminésia de fixação.
- Perdem objetos, não conseguem guardar recados, esquecem nomes e faces, dificuldade em
registrar as datas…
- Ocorre principalmente nos quadros demenciais, no delirium, nos estados de ansiedade e agitação
psicomotora, nos retardos graves causados por lesão cerebral e na depressão.
 Amnésia retro-anterógrada:
- Amnésia mista ou de fixação-evocação.
- É a forma mais comum.
- Geralmente, no início, é mais identificável as falhas na fixação e depois de evocação.
- Ocorre na demência, no delirium, no TCE e após a aplicação de ECT.
 Amnésia lacunar:
- É localizada
- Abrange determinado período de tempo, todos os eventos anteriores e posteriores a determinado
período são fixados e evocados normalmente
- Pode ocorrer após o coma, delirium, episódios convulsivos, ataque de pânico, embriaguez ou
evento traumático
 Amnésia seletiva:
- Alguns conteúdos com o mesmo significado afetivo são esquecidos
Ex: Uma moça briga com o namorado e, depois disso, quando o reencontra, não é mais capaz de
reconhecê-lo. Além disso, não consegue se lembrar de nenhum evento em que os dois estiveram juntos.
 Hipermnésia anterógrada:
- É a capacidade exagerada de armazenamento de novas informações.
- Geralmente está restrita a uma habilidade específica (memorizar uma grande quantidade de
números e nomes)
- Pode ocorrer em pessoas normais, porém é mais frequente em indivíduos com retardo mental e
autistas (idiotas sábios)
- A memorização é mecânica, sem compreensão do significado do que está sendo fixado
 Hipermnésia retrógrada:
- Ocorre um excesso de recordações em um breve espaço de tempo
- As lembranças são numerosas, mas geralmente pouco precisas e claras
- São involuntárias
 Hipermnésia seletiva:
- Ocorre na depressão, quanto a fatos dolorosos ou que provoquem sentimento de culpa
- Na mania há uma seleção de situações de sucesso e realizações pessoais
- Nos quadros delirantes, quanto a fatos que confirmem o seu juízo patológico
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
 Ilusão de memória:
- As recordações de um evento real são distorcidas pelo indivíduo de forma involuntária
- Ocorre no delirium, no delírio, na demência, na mania e na melancolia, por influência do afeto
dominante
 Alucinação de memória:
- Recordação de algo que não ocorreu, uma falsa lembrança
- Para o paciente é verdadeira
- Dejà vu (Já visto): Sensação de familiaridade diante de uma situação inteiramente nova
- Jamais vu (jamais visto): Ausência de sensação de familiaridade frente a uma situação já
vivenciada no passado.
- Ambas as alterações podem ocorrer na epilepsia do lobo temporal, nas crises ansiosas e nas
pessoas normais
- Criptomnésia: Recordações voltam à cabeça do indivíduo, mas ele não reconhece, e acredita que
são ideias novas
- Ecmnésia: A recordação é tão intensa, que o paciente se comporta como se o evento estivesse
acontecendo agora
Ex: Uma senhora de 60 anos, após a morte de seu marido, passou a agir como uma criança. Brincava
o dia inteiro e ficava chamando pelos pais, falecidos a muito tempo
 Criptomnésia: Recordações voltam à cabeça do indivíduo, mas ele não reconhece, e acredita que
são ideias novas
 Ecmnésia: A recordação é tão intensa, que o paciente se comporta como se o evento estivesse
acontecendo agora
Ex: Uma senhora de 60 anos, após a morte de seu marido, passou a agir como uma criança. Brincava
o dia inteiro e ficava chamando pelos pais, falecidos a muito tempo
EXAME DO ESTADO MENTAL
 Observar se o paciente é capaz de precisar os detalhes dos fatos narrados e ordená-los
cronologicamente
 Perda frequente de objetos importantes
O entrevistador precisa saber:
 As falhas de memória principiam e cessam abruptamente?
 Elas são referentes a um período ou estendem-se por toda a vida?
 Incluem apenas eventos desagradáveis ou também os prazerosos?
 A falha é devida a pobre atenção ou a problemas na conservação e evocação?
 O paciente reconhece a sua dificuldade?
 Ele preenche as falhas?
CONSCIÊNCIA
• Consiste no todo psíquico momentâneo
• Constitui uma síntese, integração de todos os processos mentais (sensação, pensamento,
memória e etc) em determinado momento
• Um estado de consciência anormal, por si só, justifica alteração nas demais funções
• Lucidez é o termo que designa o estado normal da consciência do indivíduo desperto
SONO
• É um estado de inconsciência, em que a pessoa pode ser desperta por estímulos sensoriais.
ALTERAÇÕES
• A consciência pode variar de um grau de funcionamento ótimo, com clareza e lucidez, ao coma, em
que há completa inconsciência.
• Principalmente nas instituições de saúde, é essencial avaliar as condições da consciência.
• Obnubilação: É um nível de funcionamento inferior à lucidez e superior à sonolência. O paciente
está desperto. Ex: Paciente embriagado.
• Sonolência: É uma diminuição da consciência mais intensa que a anterior. Semelhante à
sonolência normal. “Desperta” com a estimulação e pode cooperar com a entrevista, mas tende a
“adormecer” logo cessem os estímulos.
• Estupor ou torpor: Desperta brevemente, com estímulos dolorosos intensos. Pode
momentaneamente reagir a estes defendendo-se da dor e até responder vagamente a perguntas simples.
• Coma: O paciente é incapaz de despertar, mesmo sendo estimulado. O corpo pode continuar
trabalhando normalmente.
ESCALA DE GLASGOW
• É um método para definir o estado neurológico de pacientes com uma lesão cerebral aguda
analisando seu nível de consciência.
• Esse recurso foi atualizado em abril de 2018.
• Não deve ser feita quando o paciente está utilizando medicação que faça uma sedação.
• Analisa 4 fatores: Reatividade pupilar, abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
• Na dúvida, valorizar a melhor resposta.
• Pontuação de 3 a 15 pontos.
• Se a soma dos resultados ficar entre 3 e 8, o trauma é considerado grave.
• Entre 9 e 12, trauma moderado.
• Entre 13 e 15, trauma leve.
ALTERAÇÕES
• Estados crepusculares: “Estados oníricos” ou “fuga”. O paciente executa atos complexos e quando
retoma a consciência não recorda ou recorda com muita dificuldade o que viveu durante este período.
- Esta perturbação pode durar dias.
- Acontece na epilepsia, na histeria e em algumas situações traumáticas.
EX FUGA
“Um paciente epilético, sem perceber, disferia ritmicamente socos na parede ao lado da sua
cama. Quando dava por si, percebia as mãos escoriadas e a parede ensanguentada, e não
compreendia como aquilo tinha acontecido. Certo dia, alguém presenciou uma de suas crises e lhe
relatou, posteriormente.”
ALTERAÇÕES
• Delirium ou estado confusional agudo: Diminuição dos níveis de consciência, pensamento
desorganizado, podendo ter delirios e/ou alucinações, hiper ou hipoatividade motora, desorientação
pessoal, espacial e temporal e prejuízo na memória.
- Surge de modo agudo, podendo haver variações durante o dia.
- Geralmente é causado por intoxicações agudas ou síndromes de abstinência ou transtornos
metabólicos.
- Hiperalerta: Estado de consciência mais claro que a lucidez. O paciente geralmente encontra-se
ansioso, hiperativo e com respostas aumentadas aos estímulos.
- Consequência do uso de drogas psicoestimulantes.
PENSAMENTO
• É o processo que permite ao psiquismo assimilar, formular e manejar idéias, articulando-as a um
propósito, de modo a conduzir a formação de novas idéias.
• Associação de idéias: Passagem de uma idéia a outra, sequência com que as idéias se
apresentam.
• Fio associativo: Elo existente entre uma idéia e outra.
• O pensamento é dividido em:
1. PRODUÇÃO
Existem 2 modalidades:
• Pensamento lógico: Respeita as noções de causa e efeito, de tempo e espaço, destinando-se à
compreensão da realidade externa e adaptação a ela.
• Pensamento mágico: O sujeito não evita as contradições com a realidade, podendo criar um
mundo só seu, regido por leis próprias.
Ex: “tinha que ser comigo” ou “só comigo que isso acontece”
• Em nenhum momento, o pensamento é totalmente lógico ou mágico.
• Devemos descrever qual tipo predomina no momento.
2. CURSO
- Observamos o modo como as idéias articulam-se, avaliando a maior ou menor integridade do fio
associativo.
- Em um discurso normal, em que o fluxo do pensamento se dá de forma coerente, compreensível,
descreve-se como “fio associativo preservado”.
- Também deve-se avaliar o fluxo ideatório.

3. ALTERAÇÃO DE CURSO
• Inibição: Lentificação do curso do pensamento, acompanhada de prejuízo de todos os processos
psíquicos
- O paciente fala pouco, custa a responder as perguntas, dando a impressão que é trabalhoso
pensar.
- O paciente quer expressar, mas não consegue… é diferente da recusa em colaborar!
• Aceleração do pensamento: É o oposto da inibição.
- As idéias percorrem a mente com uma velocidade superior à normal e há diminuição do tempo
entre perguntas e respostas.
- Costumam falar incessantemente.
Consegue concluir o seu raciocínio
• Fuga de idéias: É resultado da aceleração do pensamento.
- As associações dão-se de forma tão rápida que é preciso esforço para que identifiquemos uma
relação entre as idéias.
- O paciente não consegue manter a direção de seu raciocínio, troca de assunto constantemente,
sem concluir o que começou a dizer.
• Perseveração: Repetição das mesmas idéias, frases ou palavras.
- Geralmente decorrente de empobrecimento intelectual.
- Discurso pouco vívido e monótono.
- Presente em situações de fadiga intensa e intoxicação alcoólica.
• Prolixidade: Dificuldade em distinguir o essencial do supérfluo.
- Prende-se a detalhes irrelevantes, a entrevista é demorada e cansativa.
- Costumam usar palavras pomposas.
- Desagregação: O pensamento não está acelerado, mas mostra-se completamente confuso,
desconexo.
- Não existe relação evidenciável entre as idéias.
- Frases absurdas e desprovidas de sentido.
- “Salada de palavras”
- Interceptação: Interrupção súbita do pensamento, que se traduz pela interrupção do discurso.
- Pode ser momentânea (breve suspensão) ou definitva (não retoma o pensamento interrompido,
permanece em mutismo ou passa a outro tema).
- Não deve ser confundido com a distração, que é uma dificuldade de atenção.
4. CONTEÚDO
- Examina-se a natureza das idéias.
- As alterações são as seguintes: delírios, obsessões, fobias e ideações suicida e homicida.
ALTERAÇÕES DE CONTEÚDO
Delírio:
• Juízo patológico falso.
• Caracterizam-se por:
- Convicção extraordinária do sujeito que é verdade tudo o que pensa.
- Ininfluenciabilidade da experiência
CLASSIFICAÇÃO DOS DELÍRIOS
• Delírios bizarros: O conteúdo chama a atenção pela estranheza e pelo absurdo.
Ex: “As pessoas do mundo inteiro entram em meu corpo e, ali dentro, são purificadas e podem, assim,
aparecer na televisão.”
• Delírios persecutórios: O paciente julga-se perseguido, por uma pessoa, um grupo ou uma
instituição, que lhe desejam fazer mal de alguma forma.
• Delírios de referência: Interpreta acontecimentos externos como referentes à sua pessoa.
Ex: Vê a TV e pensa que determinadas notícias dirigem-se à sua pessoa.
• Delírios de influência: Crença de que está sendo controlado, manipulado e influenciado por forças
externas. Podem ser pessoas ou entidades sobrenaturais. Pode estar associado a delírios persecutórios.
• Delírios de influência ativa: Contrária à anterior. Acredita que pode agir sobre as coisas e as
pessoas à distância.
Ex: Pode mover objetos, controlar o tempo, transformar seres.
• Delírios hipocondríacos: Tem a convicção que a saúde está abalada, quando na realidade não
está.
• Delírio de grandeza: Aumento dos atributos alusivos a si. Afirma ser muito rico, poderoso, forte,
bonito, diz-se proprietário de bens valiosos e possuidor de cargos importantes.
• Delírio de ciúme: Temor e desconfiança em relação ao conjuge. Crença de traição.
• Erotomania: Acredita ser amado por alguém, geralmente uma pessoa famosa.
• Delírio de Capgras: Acreditam que pessoas próximas a si foram substituídas por impostores,
semelhantes fisicamente, mas diferentes psicologicamente.
Obsessões:
• Impossibilidade de livrar-se de conteúdos da consciência, embora os julgue de teor absurdo.
• Experimenta grande ansiedade e desconforto, sentimentos de culpa e depressão.
• Culminam em rituais compulsivos
Fobias:
• Medo irracional de determinada situação ou coisa que, irrompe subitamente na consciência do
indivíduo.
• É desproporcional ao perigo real que o objeto fóbico pode oferecer.
• Desperta intensos sentimentos de ansiedade.
• São indesejadas, incompreendidas e não podem ser rechaçadas
• EXAME DO ESTADO MENTAL
• A avaliação do pensamento ocorre através da linguagem verbal.
• Deve-se observar os assuntos tratados, mas também o modo como as idéias articulam-se entre si.
• “A sua mente funciona bem ou tão bem quanto costumava funcionar?”
• “Você tem dificuldade em controlar os seus pensamentos?”
• “Em que você costuma pensar a maior parte do tempo?”
• Quando o paciente relatar um delírio, deve-se explorar o sintoma, sem endossar nem contrariar o
pensamento.
INTELIGÊNCIA
 Refere-se à totalidade das habilidades cognitivas do indivíduo.
 Intelgência verbal, visuo-espacial, aritmética, capacidade de planejamento e execução,
resolução de problemas, capacidade lógica, criativa, entre outras.
 Pode ser desenvolvida em função da estimulação ambiental.
FATORES DE RISCO
 Síndromes genéticas (p. ex., variações na sequência ou variações no número de cópias
envolvendo um ou mais genes; problemas cromossômicos)
 Erros inatos do metabolismo, malformações encefálicas
 Doença materna (inclusive doença placentária) e influências ambientais (p. ex., álcool,
outras drogas, toxinas, teratógenos).
 Causas perinatais incluem uma gama de eventos no trabalho de parto e no nascimento que
levam a encefalopatia neonatal.
 Causas pós-natais incluem lesão isquêmica hipóxica, lesão cerebral traumática, infecções,
doenças desmielinizantes, doenças convulsivas (p. ex., espasmos infantis), privação social grave e
crônica, síndromes metabólicas tóxicas e intoxicações (p. ex., chumbo, mercúrio).
ALTERAÇÕES
Segundo Malloy-Diniz (2016) a definição de Deficiência Intelectual engloba dois componentes
básicos, sendo eles:
I. A inteligência ou funcionamento intelectual;
II. O funcionamento adaptativo.
 No exame do estado mental é realizado um screening das condições cognitivas.
 Pode-se classificar a inteligência em “aparentemente na média clínica”, aparentemente
inferior à média clínica” ou “aparentemente superior à média clínica”.
 Caso haja supeita de uma alteração, é necessária uma avaliação mais detalhada.
 Um prejuízo na inteligência pode ser tanto um sintoma como um diagnóstico.
 Podem ser reversíveis ou irreversíveis.
Há 2 grupos de patologias: as demências e os retardos mentais
 Demência: É involutivo! O paciente alcança um nível determinado de inteligência e depois
esta capacidade se deteriora.
 Retardo mental: O indivíduo nunca alcançou um nível satisfatório. É um desenvolvimento
incompleto da mente.
 Uma mesma pessoa pode ter os 2 grupos de patologia!!!
Pela CID-10 os retardos mentais classificam-se em:
 Leve (QI de 50 a 69): Linguagem preservada, realiza os cuidados pessoais e consegue
trabalhar, mas possui problemas de aprendizagem e imaturidade emocional e social.
 Moderado: (QI de 35 a 49): É capaz de manter uma conversação simples e trabalhar em
tarefas repetitivas/técnicas, mas necessita de supervisão quanto aos cuidados pessoais.
 Grave (QI de 20 a 34): É dependente e frequentemente possui um comprometimento motor.
 Profundo (QI inferior a 20): Déficit motor importante, acompanhado de grave incapacidade
para comunicar-se e total dependência.
EXAME DO ESTADO MENTAL
 Observar o vocabulário e a quantidade de informações que o paciente possui
 Capacidade de compreender o que lhe questionamos
 Avaliar a capcidade de abstração
 Capacidade de realizar operações matemáticas
 Obtenção de informações sobre a vida escolar (desempenho, reprovações, abandono)
 Investigar desde quando existe a alteração
 Entrevistar um familiar ou responsável, para conhecer o histórico da alteração e melhor
avaliar as capacidades e dificuldades do paciente
AFETIVIDADE
 É a capcidade de experimentar emoções e sentimentos frente a determinadas situações
 É uma experiência emocional imediata, relacionada geralmente a algum estímulo externo
AFETIVIDADE NORMAL  EUTIMIA
HUMOR
 É uma disposição subjetiva duradoura, relacionada ao temperamento do indivíduo
 É um estado emocional de longa duração
AFETO X HUMOR
 Em sentido figurado: O humor corresponde às estações do ano, enquanto o afeto,
corresponde às condições climáticas do dia.
 Exemplo: “O indivíduo está irritado, pois foi levado ao hospital à força” (afeto) ou “O
indivíduo é irritado” (humor)
ALTERAÇÕES
 Euforia: É o oposto da depressão. É a elevação do estado de ânimo, uma alegria patológica.
- O sujeito está demasiado otimista, motivado, exaltado e comunicativo.
- Discurso acelerado, aumento das gesticulações e aceleração do curso do pensamento.
- Idéias de grandeza e completa felicidade
- Manifestações de raiva e irritabilidade
 Depressão: Sentimento de tristeza profunda, acompanhada de lentidão e inibição de todos
os processos psíquicos.
- Fala lentamente, em tom pesado e arrastado
- Choro fácil
- Idéias de desvalia, abandono, insuficiência ou culpa
- Idéias suicidas
 Anedonia: Incapacidade de sentir prazer. Há uma perda de interesse e afastamento de todas
as atividades regulares e prazerosas.
 Disforia: Estado de ânimo depressivo acompanhado de mau-humor, irritabilidade e
agressividade
 Ansiedade: É um sentimento de apreensão provocado pela antecipação de um perigo não
localizável (localizável: medo).
- Inquietação psicomotora.
 Ambivalência afetiva: Sentimentos contraditórios a respeito do mesmo objeto ou situação.
 Inadequação afetiva: Reações emocionais são incoerentes com os estímulos que as
originam. Modulação afetiva inadequada às situações.
Exemplo: Fatos que provocariam uma intensa reação são acompanhados de indiferença pelo
paciente ou pular de alegria frente a um prato de comida.
 Embotamento afetivo: Perda progressiva da capacidade de modular o afeto. Diminuição da
expressão dos sentimentos.
- Fala sempre no mesmo tom de voz e a face mostra uma expressão “vazia”.
 Labilidade afetiva: Mudança constante das reações afetivas, provocadas ou não por
estímulos externos.
- Reações de grande intensidade e pouca duração.
Ex: Alterna gargalhada com choro.
 Incontinência emocional: Dificuldade em controlar a expressão de sentimentos, quase
sempre exagerada.
- Reação emocional desproporcional à situação.
 Puerilismo: Afeto e padrões de resistência a frustração característicos da infância.
 Alexitimia: Incapacidade de expressar afeto através de palavras.
 Despersonalização: O paciente descreve que há algo de estranho com ele, sente-se
completamente diferente.
- Não é algo possível de ser observado pelo entrevistador, depende do relato do paciente.
EXAME DO ESTADO MENTAL
 Deve-se observar as variações na expressão facial, sua postura, tom de voz, os movimentos
corporais e a respiração
 Observar se há variação afetiva apropriada frente às mudanças de tema
 Há congruência entre o tema e a expressão facial?
 Contratransferência
 Tentar fazer uma compreensão dos afetos
 Deve-se levar em conta as diferenças sócio-culturais e educacionais
 Predomina a avaliação do afeto, entretanto, é importante uma avaliação do humor
 Deve-se obter dados sobre o estado afetivo nos últimos dias ou semanas
 Investigar se o estado emocional vem sofrendo alterações
CONDUTA
• É o comportamento do indivíduo em seu aspecto mais amplo.
• No exame da conduta é avaliado o momento da entrevista e o dia-a-dia do paciente.
ALTERAÇÕES
• Hipobulia/abulia: Diminuição ou abolição completa da vontade. Sensação de indisposição,
fraqueza, falta de energia e perda da iniciativa.
• Hiperbulia: Sentimento de força, de energia, de disposição. Observa-se um aumento da
iniciativa, da espontaneidade e do interesse pelo mundo exterior.
• Atos impulsivos: Age exclusivamente com a vontade imediata. Não existe intervalo entre a
vontade e a ação.
• Atos compulsivos: Atos que o indivíduo é compelido a realizar, que ele tem consciência da
irracinalidade, mas não consegue controlar.
- Estão associados aos pensamentos obssessivos.
- O sufixo “mania” indica uma compulsão.
Ex: Cleptomania, piromania, tricotilomania e etc…
• Inapetência: Falta de apetite
• Hiperfagia: Ingesta excessiva de comida
• Pica: Ingestão de substâncias que não se prestam a esta finalidade. Ex: Barro, prego e etc
• Onicofagia: Comportamento de roer as unhas
• Insônia: Falta de sono
• Hipersonia: Excesso de sono
• Negativismo passivo: Conduta oposicionista. Recusa em fazer o que é solicitado.
• Negativismo ativo: Conduta oposicionista. Faz o contrário do que é solicitado.
• Obediência automática: Executa prontamente qualquer ordem que lhe é dada.
• Ecopraxia: Repetição dos movimentos de outra pessoa.
• Tiques: Movimentos repetitivos e involuntários.
Ex: Estalar a língua, piscar os olhos e etc…
• Ambitendência: É o reflexo da ambivalência afetiva. O indivíduo age em concordância com
seus impulsos contraditórios.
Ex: “Um paciente que aguardava na sala de espera, ao ser convidado a passar ao consultório,
levanta-se e em seguida senta-se novamente, como se desistisse. Repete esta atitude algumas
vezes, até conseguir caminhar à porta…”
• Auto-agressividade: Atos agressivos contra si próprio, que vai desde a auto-mutilação até a
ação suicida.
• Heteroagressividade: Prática de atos agressivos contra outras pessoas ou coisas.
• Enurese: Eliminação involuntária de urina.
• Encoprese: Defecação involuntária. Só pode ser identificada após os 3 Conduta bizarra:
Comportamento estranho, de caráter subjetivo.
• Ex: “Uma paciente que benzia-se o dia inteiro e dava uma espécie de passos de dança em
frente a uma parede.” ou “O paciente que masturbava-se com uma agulha de tricot na uretra”.
• Conduta regressiva: Atos coerentes com um estágio do desenvolvimento muito primitivo.
• Ex: Um dos pacientes, em meio a uma reunião no hospital, abraçou-se na médica,
escondendo o rosto em seu ombro e colocando-se em poição fetal, ficou assim por longo tempo,
como se dormisse.”
• de idade.
• Conduta sedutora: Age de modo a envolver o médico, com o objetivo de ganhar a simpatia
ou compaixão deste, ou mesmo despertar desejos sexuais.
• Promiscuidade: Comportamento de manter relações sexuais indiscriminadas e casuais com
grande número de parceiros.
• Conduta dramática: Comportamento exagerado e teatral.
• Consumo excessivo de alcool ou outras substâncias.
LINGUAGEM
 É um sistema de sinais, códigos que garantem a compreensão, a informação e a
comunicação
 É um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo
 É um processo mental essencialmnte consciente e orientado para o social
 Interessa-nos principalmente a palavra falada e escrita
 A linguagem depende da percepção, do pensamento e da motricidade
ALTERAÇÕES
 Afasia: É um distúrbio adquirido, que afeta tanto a compreensão como a expressão.
- Há ausência de déficit auditivo ou incapacidade motora do órgão fonador.
- Está relacionada a lesões corticais, causadas principalmente por distúrbios vasculares,
tumores e processos degenerativos.
- Agrafia: Incapacidade para escrever.
- Alexia: Perde-se a capacidade para leitura.
- Aprosódia ou hipoprosódia: Perda ou diminuição da modulação afetiva da fala, que se torna
monótona. Também pode não compreender a prosódia da fala das outras pessoas.
- Hiperprosódia: Fala enfática, loquaz. Comum na mania.
- Mutismo: Ausência da fala. Pode expressar negativismo ou inibição psíquica.
- Logorreia: Expressão verbal aumentada. O paciente fala o tempo todo e é difícil de
interrompê-lo.
- Hiperfonia: Elevação do volume da voz.
- Hipofonia: Diminuição do volume da voz.
- Taquilalia: Aumento da velocidade da expressão verbal.
- Bradilalia: Diminuição da velocidade da expressão verbal.
- Latência da resposta: Refere-se ao tempo que o paciente demora para responder às
perguntas. Pode estar aumentada ou diminuída.
 Ecolalia: Repetição, como um eco, da última palavra falada por outra pessoa, que podem ou
não serem dirigidas ao paciente.
Ex:
- Qual seu nome?
- Qual seu nome?
 Palilalia: Repetição involuntária da útima palavra falada pelo próprio paciente.
Ex:
- Qual seu nome?
- Meu nome é João João.
 Logoclonia: Repetição das últimas sílabas.
Ex:
- Eu me chamo João… ão.
 Estereotipia verbal: Repetição monótona e sem sentido comunicativo de palavras ou frases.
Ex: Um paciente que ficava o dia inteiro gritando “É uma coisa! É uma coisa!”.
 Mussitação: Fala em voz sussurrada, em volume muito baixo e tom monótono. Fala para si
próprio.
 Neologismos: Palavras novas, criadas pelo paciente ou palavras já existentes às quais é
atribuído um novo significado.
Ex: “Não é solteiro nem casado é ‘sindorá’, seu pai não está vivo, é ‘simprizaros’; e sua mãe
chama-se Maria ‘Silenciale’. Tem 955 ‘siliniades’ de idade.
 Parafrasia: Substituição de uma palavra por outra com som semelhante (faca – vaca) ou por
outra palavra com conteúdo relacionado (faca – garfo).
 Solilóquio: Refere-se ao comportamento de falar sozinho.
 Glossolalia: É como se o indivíduo estivesse falando outra língua, porém, com prosódia
normal.
 Pedolalia: Fala com voz infantilizada.
 Pararrespostas: Respostas totalmente disparatadas em relação às perguntas.
Ex:
- Qual seu nome?
- Acho que vai chover!

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