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A sensopercepção e

suas alterações
PROFESSORA: VITÓRIA SEGATO JADALLAH
Conceitos básicos
 Todas as informações do ambiente, necessárias para a sobrevivência do sujeito, chegam até o
organismo através das sensações;
 Estímulos físicos ou químicos agem sobre os órgãos de sentido, estimulando os receptores e
produzindo as sensações;
 É por meio das informações sensoriais que o organismo se auto-regula e organiza suas ações
voltadas à sobrevivência ou interação social;
SENSAÇÃO
- Fenômeno gerado por estímulos físico-químicos, gerados dentro ou fora do organismo, que
produzem alteração nos órgãos receptores;
- Fenômeno psíquico elementar que resulta da ação de estímulos externos sobre nossos órgãos
dos sentidos;
Três grandes grupos de sensações
 Sensações externas: aquelas que refletem propriedades e aspectos de tudo, humanamente
perceptível, que se encontra no mundo exterior. Nos valemos dos órgãos de sentido, sensações
auditivas, gustativas, olfativas e táteis. A resposta específica (sensação) de cada órgão é
consequência da adaptação e afetação desse órgão a esse tipo de determinado estímulo;
 Sensações internas: refletem os movimentos de partes isoladas do nosso corpo e o estado dos
órgãos internos. Sensibilidade em geral. Sensações motoras, de equilíbrio e orgânicas;
 Sensações especiais: se manifestam sob a forma de sensibilidade para a fome, sede, fadiga,
mal-estar ou bem-estar. Também chamamos de cenestesia;
Percepção
 É a tomada de consciência daquele que é afetado pelo estímulo sensorial acerca desse último;
 Implica, portanto, na apreensão de uma situação objetiva baseada em sensações,
acompanhada de representações e frequentemente de juízos;
 Na percepção, acrescentamos aos estímulos elementos da memória, do raciocínio, do juízo e
do afeto, portanto, acoplamos as qualidades objetivas dos sentidos outros elementos subjetivos
e próprios de cada um;
A imagem perceptiva
 Elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real;
 Nitidez: noção de nitidez, contornos são precisos;
 Corporeidade: a imagem é viva, tem luz, brilho e cores vivas;
 Estabilidade: a imagem percebida é estável, não muda de um momento para o outro;
 Extrojeção: a imagem provinda do exterior, também é percebida nesse espaço;
 Ininfluenciabilidade: o indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem percebida;
 Completitude: a imagem apresenta desenho completo e determinado, com todos os detalhes diante
do observador;
 Costuma-se distinguir a IMAGEM PERCEPTIVA da REPRESENTAÇÃO (que é apenas uma revivescência
mnêmica de uma imagem sensorial, na ausência desta);
 Ex. PAREIDOLIAS: são imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos no
ambiente;
Imaginação e fantasia
 A imaginação é uma atividade psíquica, geralmente voluntária, que consiste na evocação de
imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas imagens (imagem
criada). A imaginação, ou processo de produção de imagens, geralmente ocorre na ausência de
estímulos sensoriais;
 A fantasia, ou fantasma, é uma produção imaginativa, produto minimamente organizado da
imaginação. Ela se origina de desejos, temores e conflitos tanto conscientes como inconscientes.
A produção de fantasias é muito frequente e intensa em crianças. A produção de fantasias tem
uma importante função psicológica: ajudar o indivíduo a lidar com as frustrações, com o
desconhecido e, de modo geral, com os seus conflitos (ex. situações de luto);
Alterações quantitativas da
sensopercepção
 Nas alterações quantitativas, as imagens perceptivas têm intensidade anormal, para mais ou para
menos;
 HIPERESTESIA: amplificação da intensidade das percepções. A hiperestesia se acompanha, no
geral, de exaltação dos reflexos, maior excitabilidade da sensibilidade fisiológica e aceleração do
ritmo dos processos psíquicos;
 Comumente percebida em indivíduos que fazem uso de substâncias (maconha, LSD, ayahuasca,
cogumelos), algumas formas de epilepsia, enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia aguda (em
crise) e em certos quadros maníacos;
 HIPOESTESIA: observada em alguns pacientes depressivos (onde se vê diminuição da
sensibilidade aos estímulos sensoriais), nos quais o mundo circundante é percebido como mais
escuro; As cores se tornam pálidas, as comidas sem sabor, e os odores perdem a sua intensidade;
 ANESTESIA: é a abolição de todas as formas de sensibilidade. Na histeria, é possível de se
verificar algumas anestesias regionais.
Alterações qualitativas da
sensopercepção
 ILUSÃO: é a percepção deformada de um objeto real presente. Trata-se, na realidade, da
interpretação distorcida de um objeto real, uma falsificação da percepção de um objeto que, de
fato, existe. Uma percepção enganosa de um objeto real;
 Nessa forma de alteração, nossos sentidos são enganados por alguma variável circunstancial
(iluminação, distância, efeitos visuais, etc.), ou deixam-se superar por algum afeto;
 Por si só, a ilusão não caracteriza um quadro psicopatológico. Mas pode denotar um estado
emocional mais ou menos intenso; A ilusão pode afetar os cinco sentidos;
As alucinações
 Define-se alucinação como a percepção de um objeto, sem que este esteja presente, sem o
estímulo sensorial respectivo;
 Não são exclusivas de nenhum adoecimento específico, entretanto, são percebidas em
ocorrências psicóticas, associa-se à paranoia;
 A possibilidade de se suprimir uma alucinação por meio do diálogo é convencimento é nula. A
alucinação verdadeira é irremovível com a lógica, sendo muito impactante para a pessoa que
alucina;

Tipos de alucinação
 Alucinações auditivas: bastante frequente, vai desde ruídos à alucinação verbal áudio-verbal mais complexas
(vozes);
 Essas vozes podem ter as mais variadas características, diálogos entre mais de um interlocutor, comentários sobre
atos do paciente, críticas sobre a pessoa que alucina;
 Podem proferir injúrias ou difamações, comunicar informações falsas, sonorizar o pensamento do próprio paciente
ou de terceiros. Essas vozes podem surgir da ideia do paciente, do além, do sobrenatural, dos demônios ou de Deus;
 Conteúdos persecutórios, depreciativos, impositivos (vozes de comando);
 Esquizofrenia, depressões, quadros maníacos;
 ATENÇÃO: o fenômeno de perceber uma voz que não existe (percepção de objeto inexistente) é a alucinação
propriamente dita. Interpretá-la como sendo de Deus, dos espíritos, etc., já faz parte do DELÍRIO;
 Geralmente alucinação e delírio andam juntos;
 Ouvir vozes faz parte da sensopercepção. Atribuir a elas significados, fazem parte do juízo e do pensamento. Partem
da experiência do sujeito;
Ainda sobre alucinação auditiva
 Algumas vezes, as vozes alucinadas podem determinar ordens ao paciente, o qual, pode
obedece-las, mesmo contra sua vontade. Diante desta situação de obediência compulsória às
ordens ditadas, chamamos de AUTOMATISMO MENTAL. Essa situação oferece periculosidade, já
que, quase sempre, as ordens proferidas são eticamente condenáveis ou socialmente não
aceitas;
Tipos de alucinação
 Alucinação visual: podem variar dentre alguns aspectos (além de serem cênicas, estáticas,
vívidas, opacas, completas, incompletas, etc.)
 Simples: clarões, chamas, raios, sombras, vultos;
 Complexas: pessoas, monstros, animais, bruxas, anjos;
 Cenográficas: quase como se fosse uma cena de filme;
 Zoopsias: bichos num geral, causa grande ansiedade;
 Autoscópicas: o paciente se vê fora do seu corpo;
 Extracampinais: o paciente enxerga coisas fora do seu campo visual;
 Ocorrência em síndromes agudas, uso de substâncias, psicose em geral;
Tipos de alucinação
 Alucinações táteis / Olfativas – Gustativas / Cenestésicas e Cinestésicas;

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