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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS: PERC.

, APDZ E MEMÓRIA
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO
Falar da mente ou falar do cérebro é falar da mesma coisa com vieses
diferentes. Mente e cérebro compartilham da mesma realidade e
substrato, mas podem ser estudados a partir de perspectivas distintas.

Podemos estudar as sensações descrevendo um conjunto de sinalizações


químicas, verdadeiras cascatas de sinalização, nas redes neuronais, para
compreendermos como os órgãos dos sentidos respondem aos estímulos
externos e levam essa informação ao cérebro.

Podemos estudar a percepção da mesma maneira e descrever o conjunto


de sinalizações químicas envolvidas nas sinapses do córtex
somatossensorial. Mas, também, podemos dizer que a sensação e a
percepção, ligam o mundo físico ao psicológico, sem, no entanto,
reproduzir a falácia que a mente influencia o corpo e esse influencia a
mente.
A visão é monista, holística e quando a mente não funciona, significa dizer que
o corpo não está funcionando e viceversa.

Psicológico também é corpo. E o corpo também é psicológico. Os


determinantes do comportamento são biopsicossociais e não podemos dizer
que o biológico, o psicológico e o social influenciam um ao outro, mas
precisamos compreender que agem simultaneamente e de forma
indissociável, determinando comportamentos.

Didaticamente, obviamente, separamos e estudamos interações, correlações,


variáveis, processos e funções de como tais fenômenos agem sobre as
pessoas, mas são meras divisões didáticas, acadêmicas que para o cidadão
comum, não cientista, é a experiência empírica e corriqueira que irá dar
sentido aos eventos da vida.
Considerando que a sensopercepção é a porta de
entrada das informações do mundo para dentro do
nosso cérebro, o que acontece quando tais funções ficam
alteradas nas pessoas?

Podemos confiar integralmente nesse processo?

A percepção e as representações que fazemos dos


eventos a nossa volta são precisas?
Alterações quantitativas
As alterações quantitativas da
sensopercepção são casos nas quais as
imagens perceptivas apresentam
intensidades anormais. São elas:
HIPERESTESIA
A hiperestesia, hoje chamada de alodinia mecânica, se traduz em uma sensibilidade
exacerbada dos diferentes sentidos. Isso afeta a percepção das sensações dolorosas,
vibratórias, térmicas ou táteis. A sua origem pode ser patológica ou fisiológica, e a
sensação sentida é ás vezes descrita pela pessoa como dolorosa, até insuportável. O
tratamento é plurifatorial, precisando da intervenção de um médico para trata-la, de um
especialista e um psicoterapeuta. O tratamento por incluir medicamentos anti-dores e
ansiolíticos.
Condição na qual as percepções encontram-se aumentadas em intensidade ou duração.
Pode ocorrer em casos de intoxicações por alucinógenos, apresentação de algumas formas
de epilepsia e enxaqueca e também em quadros de hipertireoidismo, esquizofrenia e
mania.
HIPOESTESIA

A hipoestesia é o termo que define uma diminuição da sensibilidade ao toque


em determinada região do corpo. Geralmente, a hipoestesia é consequência de
um problema de origem nervosa. Ela também pode ser sintoma de doenças
como diabetes ou esclerose múltipla. Certos tumores e casos de acidente
vascular cerebral também induzem uma hipoestesia. Ela pode atingir diferentes
tipos de sensibilidade, como a sensibilidade térmica, dolorosa ou profunda.
Condição na qual o ambiente é percebido como escuro, as cores como pálidas e
sabores e odores quase desaparecem. Pode ocorrer em casos graves de
depressão.
ANESTESIA

Anestesia tátil é a perda do tato em determinada área da


pele. O termo “anestesia” também é utilizado para designar
“analgesia” – perda das sensações dolorosas.
Tais alterações podem ocorrer em casos de intoxicações,
conversões histéricas, sugestionabilidade e em quadros
graves depressivos ou psicóticos.
ANALGESIA

Analgesia é a abolição da sensibilidade à dor sem supressão das outras propriedades sensitivas, nem
perda de consciência.

A dor ortodoxa pode ser considerada como um mecanismo de proteção do organismo contra lesões. Ela
é geralmente aversiva, o que gera uma grande urgência no sentido de evitá-la, e produz
comportamento de fuga da situação em que ela está presente.

A preservação do organismo tem na dor seu mais eficaz mecanismo de preservação do ponto de vista
neurofisiológico, pois gera respostas de evitação mais permanentes. Ela é para o cérebro, a informação
mais "clara"de que o organismo deve está sendo lesado, gerando um comportamento de evitação da
dor.

Existem indivíduos com ausência de sensibilidade à dor, que pode ser genética ou adquirida. A nível de
seleção evolutiva, essa característica tende a gerar a extinção das espécies deficientes na percepção,
uma vez que é extremamente prejudicial ao organismo. Ao nível do indivíduo com analgesia há
tendência à morte prematura.
AGNOSIA
a: ausência / agnosia: conhecimento
- Agnosia → falta de conhecimento.
- Trata-se de um déficit perceptivo.
- A informação chega ao córtex de forma íntegra, ou seja, a pessoa
vê os objetos. Contudo, possui uma incapacidade de reconhecer
esses objetos.
- Geralmente é ocasionada por uma lesão nas áreas de
reconhecimento da informação visual.
- Foram identificadas várias formas de agnosia.
AGNOSIA

Distúrbios de reconhecimento
Refere-se a incapacidade de reconhecer e identificar objetos
comuns.
Freud introduziu esse termo em 1891 para se referir a
incapacidade de alguns de seus pacientes de integrar
perceptualmente elementos visuais num todo completo e
reconhecível.
AGNOSIA
Os portadores de agnosia visual conseguem reconhecer
prontamente formas geométricas simples, porém são
incapazes de distinguir objetos complexos que requerem a
integração e a organização de componentes perceptuais
individuais por parte do sistema visual.
Estímulos familiares, que são normalmente percebidos como
objetos coerentes e unificados, podem não ser reconhecidos
como tais, aparecendo somente como uma coleção de
elementos separados e desconexos.
AGNOSIA

Agnosia associativa: incapacidade para reconhecer os objetos que


vê.
Agnosia aperceptiva: incapacidade de perceber o objeto que vê.
Anosognosia: incapacidade de reconhecer a própria deficiência.
Prosopagnosia: incapacidade de reconhecer faces.
Agnosia auditiva: incapacidade de reconhecer ou distinguir sons.
Astereognosia: incapacidade de reconhecimento pelo tato.
Visão Cega: percepção sem consciência.
PROSOPAGNOSIA

Perda da capacidade de reconhecer as faces de seus familiares, de


amigos íntimos, de pessoas famosas e mesmo de sua própria face vista
em fotografias ou refletida num espelho.
Os indivíduos com prosopagnosia parecem ser capazes de acessar
alguma informação útil para o processamento de faces, eles
frequentemente reconhecem uma face como sendo uma face e
distinguem uma de outra, sendo até mesmo capazes de nomear as partes
do rosto e de dar nome a elas, porém não conseguem integrar as
informações necessárias para a identificação ou reconhecimento dos
rostos individuais.
Alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento
de palavras escritas.
Acromatopsia: estado patológico da visão no qual o
indivíduo não possui capacidade de distinguir as cores devido
a escassez de cones na retina, sendo sensível à presença de
luminosidade.
Acineptosia: Refere-se a perda da capacidade de perceber o
movimento.
Alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento
de palavras escritas.
Acromatopsia: estado patológico da visão no qual o
indivíduo não possui capacidade de distinguir as cores devido
a escassez de cones na retina, sendo sensível à presença de
luminosidade.
Acineptosia: Refere-se a perda da capacidade de perceber o
movimento.
Alterações qualitativas
As alterações qualitativas, em geral, são
quadros importantes para a
psicopatologia. São as mais comuns:
Ilusão

caracteriza-se pela percepção deformada de um objeto real e


presente, sendo mais comumente visual e auditiva.
Ela corre em estados de rebaixamento do nível de
consciência, fadiga grave, desatenção marcante, delirium, ou
em certos estados afetivos.
Assim, podem também ser transitórias ou desprovidas de
importância clínica.
Ilusão

caracteriza-se pela percepção deformada de um objeto real e


presente, sendo mais comumente visual e auditiva.
Ela corre em estados de rebaixamento do nível de
consciência, fadiga grave, desatenção marcante, delirium, ou
em certos estados afetivos.
Assim, podem também ser transitórias ou desprovidas de
importância clínica.
ALUCINAÇÃO
● é a percepção clara e definida de um objeto sem a presença do estímulo
real. É associada ao estresse e à ansiedade, sendo encontrada
principalmente em casos de transtornos mentais graves e psicoses.
Suas formas são:
● Alucinações auditivas simples (tinnitus): nas quais se ouve ruídos
primários ou zumbidos, de forma contínua, intermitente ou pulsátil.
Suas causas mais comuns são alterações no sistema auditivo e nas
conexões auditivas centrais.
● Alucinações auditivas complexas: sua forma mais frequente é a
alucinação audioverbal, na qual o sujeito escuta de vozes na ausência
de estímulos reais. Frequentemente, o conteúdo das falas é
depreciativo, persecutório, desrespeitoso ou ameaçador.
ALUCINAÇÃO
Outra forma de alucinação auditiva é a schneideriana, na qual a voz apresenta comandos ao
indivíduo. Por mais, há a sonorização do pensamento, que ocorre das seguintes maneiras:
vivência na qual o paciente está escutando seus pensamentos no momento que eles vem à
mente, experiência em que o sujeito ouve pensamentos que diz serem introduzidos em sua
mente por estranhos, ou na publicação do pensamento, quando o indivíduo possui a
sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa.

● Alucinações musicais: fenômeno no qual o paciente escuta tons musicais, ritmos e


harmonias sem o correspondente estímulo externo.
● Alucinações visuais: são as visões sem a presença de estímulo. Acontecem de duas
formas:

Simples (fotopsias): nas quais o indivíduo enxerga cores e pontos brilhantes. Ocorre em
casos de doenças oculares, enxaqueca, epilepsia, uso de álcool ou esquizofrenia.

Complexas (configuradas): incluem figuras, imagens de pessoas, partes do corpo, entidades,


animais, objetos inanimados e até mesmo cenas completas (alucinações cenográficas).
ALUCINAÇÃO
Outra forma de alucinação auditiva é a schneideriana, na qual a voz apresenta comandos ao
indivíduo. Por mais, há a sonorização do pensamento, que ocorre das seguintes maneiras:
vivência na qual o paciente está escutando seus pensamentos no momento que eles vem à
mente, experiência em que o sujeito ouve pensamentos que diz serem introduzidos em sua
mente por estranhos, ou na publicação do pensamento, quando o indivíduo possui a
sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa.

● Alucinações musicais: fenômeno no qual o paciente escuta tons musicais, ritmos e


harmonias sem o correspondente estímulo externo.
● Alucinações visuais: são as visões sem a presença de estímulo. Acontecem de duas
formas:

Simples (fotopsias): nas quais o indivíduo enxerga cores e pontos brilhantes. Ocorre em
casos de doenças oculares, enxaqueca, epilepsia, uso de álcool ou esquizofrenia.

Complexas (configuradas): incluem figuras, imagens de pessoas, partes do corpo, entidades,


animais, objetos inanimados e até mesmo cenas completas (alucinações cenográficas).
Tratamento
As alterações sensoperceptivas podem ser tratadas com
acompanhamento neurológico, psiquiátrico e/ou psicológico,
possivelmente associadas à medicação e a terapias
complementares.
Referências bibliográficas:
RAFIA: 1. Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas
do Sul

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