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Universidade Estadual da Paraíba

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde


Departamento de Psicologia
Curso: Psicologia Turno: Integral
Alunas:
Isadora Varela Lopes Mat. 202280098
Maria Eulália de Araújo Queiroz Mat. 202280217
Marcelly Medeiros Pinto Mat. 202280071

AVALIAÇÃO UNIDADE II

Atividade apresentada como avaliação da


disciplina Psicopatologia ministrada no semestre
2022.2 pela professora Livânia Beltrão Tavares.

Campina Grande - PB
Dezembro - 2022
1. Em quais quadros psicopatológicos normalmente encontramos alterações de
atenção?
Por meio do Exame Psíquico de Estado Atual é notório que a atenção é uma das funções
psíquicas mais afetadas em transtornos psicorgânicos. A atenção é entendida como a
capacidade cognitiva de direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental
sobre determinado objeto. A atenção pode ser caracterizada como voluntária, espontânea,
externa, interna, focal, dispersa, seletiva, sustentada, e de vigilância; E sofrer alterações do
tipo: hipoprosexia, aprosexia, distração e distraibilidade. Dessa forma, para estudo teórico a
uma separação entre os sintomas que se sobressaem em alguns quadros psicopatológicos,
como é o caso da atenção, nota-se que em quadros maníacos, depressivos e esquizofrênicos há
um comprometimento dessa função neuropsicológica que pode prejudicar no cotidiano da
pessoa com tal diagnóstico.
Os quadros maníacos são caracterizados por uma enorme euforia ou irritabilidade,
sentimentos opostos que são vivenciados de forma desproporcional pela pessoa em sua vida e
interação com os outros. É critério para seu diagnóstico que os sintomas estejam presentes na
maior parte do dia e por pelo menos uma semana, como o aumento da autoestima, diminuição
da necessidade de sono, loquacidade, alterações formais do pensamento, distraibilidade,
aumento da atividade dirigida a objetos ou agitação psicomotora, e o envolvimento em
atividades perigosas. A atenção fica comprometida no sentido de que, ela pode ir de um
estímulo a outro de forma rápida, ou seja, o paciente apresenta uma atenção exacerbada em
momentos de expansão do eu, ou a atenção se volta para momentos de irritação, arrogância e
agressividade, a atenção voluntária é diminuída e a espontânea aumentada.
A depressão se apresenta como uma doença caracterizada por uma associação de sintomas
e sinais que afetam as funções afetivas, cognitivas e sociais do sujeito. A respeito dos
quadros depressivos, há uma diminuição da atenção, ou seja, a hipoprosexia em pacientes
diagnosticados com depressão, ou a rigidez de atenção em alguns casos graves há a fixação da
atenção em temas depressivos, com rigidez e dificuldade em mudar o foco da atenção.
Observa-se que, a depressão ocasiona longos momentos de tristeza e o estado de humor do
paciente perde a flexibilidade na expressão afetiva.
Os quadros esquizofrênicos são caracterizados pela psicose, alucinações, delírios,
labilidade emocional, o comprometimento de funções cognitivas, afetando também a
convivência em sociedade. Em relação à atenção, nota-se a dificuldade em “filtrar” e
“anular” adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes sendo assim, são muito suscetíveis
a distração com estímulos visuais e auditivos.
2. Relacione as alterações quantitativas da sensopercepção aos quadros
psicopatológicos nos quais são mais observadas.

A sensopercepção se trata da forma como o ser humano interpreta e percebe os estímulos


que recebe por meio dos cinco sentidos, e em sua dimensão neuropsicológica é dividida em
categorias, a saber: imagem perceptiva real que se trata do elemento básico da
sensopercepção, caracterizado por nitidez, estabilidade, etc. Imagem representativa, sendo
apenas uma revivescência de uma imagem sensorial; Representação, sendo a re-apresentação
de uma imagem a consciência; Imaginação, uma atividade psíquica que consiste em evocar
imagens; Fantasia, que se trata de uma produção imaginativa.
Já as alterações quantitativas da sensopercepção são divididas em duas
categorias, hiperestesia e hipoestesia. A hiperestesia se trata do momento em que as
percepções são percebidas de forma ampliada, como por exemplo, imagens, sons, cores, etc.
Esse tipo de alteração acontece nas intoxicações com alucinógenos, casos de epilepsia,
enxaqueca, hipertireoidismo, esquizofrenia aguda e alguns casos maníacos. No caso dos
alucinógenos, como a maconha e a cocaína, a sensopercepção é afetada com distorções da
imagem corporal, percepção sensorial e de tempo, além de alterações de humor. Em casos de
epilepsia, uma doença cerebral, seus sintomas incluem a distorção da percepção e de
movimentos corporais, sua percepção de autocontrole fica prejudicada assim como o
comprometimento de funções cognitivas como memória, aprendizagem, linguagem, atenção e
concentração. Pessoas com diagnóstico de enxaqueca, que se trata de uma doença
neurológica, sofrem com o aumento da percepção de luz e imagens alguns minutos ou dias
antes da dor propriamente dita começar.
Com relação ao hipertireoidismo, que é uma doença da glândula tireóide, a produzir
hormônios em excesso podem ocasionar falha na percepção de situações, ocasionada pelos
lapsos de memória. Já na esquizofrenia, as alucinações visuais são um dos sintomas mais
recorrentes, com a percepção de figuras em ângulos visuais maiores, por exemplo; Em sua
fase aguda, uma pessoa diagnosticada com esquizofrênica, pode ter ações agressivas e assim
ter sua sensopercepção alterada por alucinações. Em alguns casos de mania, há uma alteração
do pensamento formal, como uma ampla desorganização de ideias, tangenciamento,
incoerência, entre outros.
A hipoestesia, quando cometida no sentido neurológico, é a perda do brilho e
intensidade dos objetos, como também do sabor e do odor dos alimentos, sendo característica
em alguns pacientes depressivos. As hipoestesias táteis, são alterações na pele que causam
síndromes sensitivas, geralmente em pacientes com lesões da medula. As anestesias táteis
correspondem a perda da sensação tátil em uma parte da pele, e as analgesias indicam a perda
da sensação de dor de partes do corpo. As anestesias, analgesias e hipoestesias são de origem
psicogenética e trata-se da diminuição da sensibilidade, com formigamentos e choques, por
exemplo, que acontecem com pessoas histéricas, hipocondríacas, somatizadoras, e
pacientes submetidos a estados emocionais intensos. Em pessoas com personalidade
histérica, ocorrem alucinações do tipo táteis caracterizadas por pensamentos disfuncionais.
Pacientes com hipocondria acreditam possuir uma doença séria, porém não possuem
evidências médicas da sua veracidade, nesse caso, é comum que ocorram distorções
perceptivas a respeito de sua imagem e corpo por meio da maximização de sintomas, também
está ligado a transtornos de ansiedade e transtorno obsessivos compulsivos.
Em pessoas somatizadoras, o seu estado psíquico a induz a acreditar que está com
sintomas e ela passa a sentir realmente dores físicas, nesse cenário é comum que haja uma
dissociação dos sintomas, apresentando características delirantes e sensações somáticas
anormais. Também é comum que hipoestesia acometa pessoas que foram submetidas a
estados emocionais intensos, o estresse emocional e o sofrimento psíquico na qual foram
acometidas podem levar a uma sensibilidade tátil reduzida, devido ao momento de forte abalo
emocional suprimindo a sensação de dor .

3. Explique as diferenças entre ilusão e alucinação, exemplifique e explique em


quais quadros psicopatológicos são encontrados.

As alterações qualitativas da sensopercepção são divididas em duas categorias, a


saber, Ilusão e alucinação. A ilusão se trata da deformação da imagem de um objeto externo
que está presente no ambiente, e pode acontecer em três ocasiões 1- quando há um
rebaixamento do nível de consciência do sujeito e os objetos são deformados em sua
percepção, 2- quando há uma fadiga grave ou uma falta de atenção, e por último, 3- quando
estados afetivos são vivenciados de maneira intensificada acabam por deformar a percepção.
A ilusão pode ser do tipo visual, quando há uma ilusão de ótica ao enxergar pessoas,
monstros, animais por meio de objetos como roupas e fotos. A ilusão também pode ser do tipo
auditivo, quando o estímulo sonoro percebido pelo indivíduo é falso, por exemplo, ao ouvir
alguém lhe chamando, algumas palavras entre outros. Pessoas em quadros de delirium
apresentam o sintoma da ilusão com o baixo nível de consciência em que se encontram e a
distorção de sua percepção a respeito de um objeto real. Além disso, pessoas com alterações
de humor e afetividade também são acometidas por tal situação, na medida em que a
ansiedade, a depressão e o transtorno de personalidade, o sujeito pode ter ilusões auditivas e
visuais que prejudicam a sua qualidade de vida.
A respeito da alucinação, ao contrário da ilusão, o sujeito percebe um estímulo que
não está no ambiente, e pode acometer pessoas com transtornos mentais graves ou não. Essa
alteração qualitativa apresenta os seguintes tipos: auditiva, sonorização do pensamento,
alucinações musicais, visuais, táteis, olfativas e gustativas, cenestésicas e cinestésicas, e
alucinações funcionais. Alucinações auditivas correspondem ao momento em que o paciente
deforma sons e passa a escutar sons depreciativos e/ou persecutórios, acometendo pessoas
com diagnóstico de esquizofrenia e/ ou depressão grave, em quadros maníacos o conteúdo
sonoro é de grandeza e poder místico.. A sonorização do pensamento, o sujeito passa a
escutar o seu próprio pensamento ou a sonorização do pensamento como vivência delirante
em que não consegue controlar, pode ser subdividido em: sonorização do próprio pensamento
e de pensamentos como vivência alucinatório-delirante, e também encontrada em pacientes
esquizofrênicos.
As alucinações musicais correspondem a estímulos sonoros externos, como ruídos,
sons, melodias que acometem pessoas com déficits auditivos, doenças neurológicas,
depressão e também pessoas idosas, que podem ocorrer com ou sem a presença de um
transtorno neurológico. Alucinações do tipo visuais podem ser divididas em simples e
complexas e acontecem sem o objeto na realidade . Na alucinação visual simples ocorrem
com as visão de fotopsias, como cores, formas, pontos, nas complexas incluem-se figuras,
imagens, pessoas vivas ou mortas, etc, esse tipo de alucinação é mais comum em síndromes
psicorgânicas como o delirium, psicoses desencadeadas por uso de drogas, síndrome de
charles bonnet, esquizofrenia no início da infância, em pessoas idosas, no delírio de
infestação, entre outros. Alucinações táteis, como choques, espetadas e picadas de inseto,
toques em áreas genitais podem acometer pessoas em delirium, esquizofrenia que cutucam ou
penetram seus genitais e em psicoses tóxicas, como a causada pelo uso de cocaína.
No que refere a alucinações olfativas e gustativas, correspodem ao cheiro e gosto de
coisas em estado de apodrecimento, como cadáveres, fezes, gás, gasolina e são acompanhadas
de forte impacto emocional, podendo estar relacionada a interpretações delirantes. Pessoas
com diagnóstico de esquizofrenia, crises epilépticas, depressões graves costumam relatar tal
experiência. Alucinações cinestésicas correspondem a sensações anormais de movimentos do
corpo , como sentir o corpo afundando, geralmente em pessoas com depressões graves,
esquizofrenias, e transtornos psico-orgânicos Alucinações cenestésicas (somáticas) são
sensações incomuns em diferentes partes do corpo, como sentir o fígado e o cérebro se
despedaçando, que afetam pessoas com síndrome de cotard, que ocorre em depressões graves.
Por último, as alucinações funcionais são as que ocorrem na ausência de um objeto, mas
desencadeada por um estímulo real, como por exemplo ouvir vozes ao abrir uma torneira,
acomete pessoas com esquizofrenia, psicóticos, alucinógenos, e narcolepsia.

4. A memória também apresenta alterações patológicas qualitativas e quantitativas.


Explique e exemplifique através de quadros clínicos.

A memória possui a capacidade de codificar, armazenar e evocar as experiências,


impressões e fatos que ocorrem em nossas vidas. Em conformidade com isso, destaca-se que a
memória possui três fases: percepção, registro e fixação; retenção e conservação; reprodução
e evocação. Além disso, a capacidade específica de memorizar relaciona-se com vários
fatores, como o nível de consciência e atenção, o estado emocional e o interesse motivacional,
bem como os contextos de lugar, momento, com que pessoas, em que tipo de atividade e em
que fase da vida a codificação, o armazenamento e a evocação das informações ocorrem.
Com base nisso, acrescenta-se que a memória possui alterações patológicas que
podem ser divididas em: alterações quantitativas e qualitativas de memória. Assim, as
alterações quantitativas podem ser classificadas por: hipermnésias e amnésias (ou
hipomnésias). As hipermnésias são memórias que fluem rapidamente, ganhando em número,
mas perdendo em clareza e precisão. Nesse sentido, a hipermnésia traduz mais a aceleração
geral do ritmo psíquico que uma alteração da memória. Um exemplo clínico desta alteração
patológica é a chamada hipermnésia para memória autobiográfica, um fenômeno raro em que
o indivíduo tem uma memória autobiográfica quase perfeita.
A segunda alteração patológica quantitativa é a amnésia, que de forma genérica é
caracterizada pela perda da memória, seja da capacidade de fixar, seja da capacidade de
manter e evocar antigos conteúdos mnêmicos. A amnésia pode ser subdividida em: amnésia
psicogênica, que é o esquecimento de um evento específico, com forte valor psicológico;
amnésia orgânica, que não é seletiva, perde-se primeiramente a capacidade de fixação, que
são as memórias mais recentes, e em seguida perde-se as memórias antigas; amnésia
anterógrada, em que o indivíduo não consegue mais fixar elementos mnemônicos a partir do
momento em que ocorreu o dano cerebral; amnésia retrógrada, em que o indivíduo perde a
memória para fatos ocorridos antes do início da doença.
Em relação aos quadros clínicos associados a amnésia, pode-se destacar que nas
amnésias dissociativas (ou psicogênicas) existe a perda de elementos mnêmicos seletivos, que
podem ter um valor psicológico específico. Por exemplo, o indivíduo esquece uma fase ou
evento de sua vida (que teve um significado marcante), mas consegue lembrar de tudo ao seu
redor. Assim, a amnésia dissociativa pode ocorrer após um episódio traumatizante. Já nas
amnésias orgânicas, perde-se primeiramente a capacidade de memorização dos fatos e eventos
recentes, e em estados mais avançados da doença, geralmente em um quadro de demência, o
indivíduo passa também a perder conteúdos mais antigos. Em relação às amnésias
retroanterógradas, pontua-se que comumente ocorrem após um trauma craniencefálico,
causando déficits de fixação para o que ocorreu dias, semanas ou meses antes e depois do
evento.
As alterações qualitativas (paramnésias) envolvem a deformação do processo de
evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados. Dessa forma, o indivíduo apresenta
lembrança deformada que não corresponde à sensopercepção original. Assim, os principais
tipos de alterações qualitativas são: Ilusões mnêmicas, alucinações mnêmicas e fabulações.
As ilusões mnêmicas são caracterizadas pelo acréscimo de elementos falsos a
elementos da memória de fatos que realmente aconteceram, fazendo com que a lembrança
adquira caráter fictício. Diante disso, diversos pacientes informam sobre seu passado
indicando deformações de lembranças reais, por exemplo: “tive 20 filhos com minha mulher”
(o paciente de fato teve 4 filhos com sua mulher, não 20). Existem alguns quadros clínicos em
que podem ocorrer ilusões mnêmicas, como na esquizofrenia, no transtorno delirante e em
alguns transtornos de personalidade (como borderline, esquizotípica, histriônica).
As alucinações mnêmicas são criações imaginativas, dotadas de sensorialidade,
marcadamente com a aparência de lembranças ou reminiscências que não correspondem a
qualquer elemento mnêmico, a qualquer lembrança verdadeira. Essas alucinações podem
ocorrer repentinamente, sem corresponder a nenhum acontecimento, ocorrendo
principalmente em quadros clínicos de esquizofrenia e em outras psicoses. Tanto as ilusões
mnêmicas quanto as alucinações mnêmicas podem constituir o material básico para a
formação e a elaboração de delírios.
As fabulações (ou confabulações) são produções de relatos, narrativas e ações que são
involuntariamente incongruentes com a história passada do indivíduo, com sua situação
presente e futura. Desse modo, as confabulações são caracterizadas por três aspectos: são
memórias ou recordações falsas; a pessoa que confabula não sabe da falsidade de suas
memórias; as confabulações são recordações plausíveis, ou seja, elas se parecem com o que
poderia ter acontecido, mas não aconteceu.
Assim, observa-se que essas falhas são produzidas por déficit de memória de fixação,
sobretudo da memória episódica. Além disso, a pessoa não é capaz de reconhecer como falsas
as imagens produzidas pela fantasia, sendo essas fabulações consideradas invenções
involuntárias, produtos da imaginação do paciente. Um quadro clínico que pode identificar
essa alteração patogênica qualitativa é a Síndrome de Wernicke-Korsakoff, associada ao
alcoolismo crônico associado a déficit de tiamina (vitamina b1), podendo também ocorrer em
traumatismo craniencefálico, encefalites, intoxicação por monóxido de carbono, aneurisma da
artéria comunicante anterior e a doença de Alzheimer.

5. As alterações de humor estão presentes em vários quadros psicopatológicos.


Explique as mais recorrentes, relacionando-as aos quadros mais prevalentes.

O humor, ou estado de ânimo, é definido como tônus afetivo do indivíduo, ou estado


emocional basal e difuso, em que se encontra a pessoa em determinado momento. Assim,
podemos classificar algumas alterações de humor, como a distimia: alteração básica do
humor, tanto no sentido da inibição quanto da exaltação. Esse transtorno distimia é
classificado no transtorno depressivo leve e crônico no CID – 10 e DSM – V; o humor triste e
ideação suicida: frequentemente relacionado com o humor depressivo; Disforia: distimia que
é acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável. Assim, quando se fala em depressão
disfórica ou mania disfórica, está se designando um quadro de depressão ou mania
acompanhado de um forte componente de amargura, irritação, desgosto e/ou agressividade.
Um dos quadros mais prevalentes relacionados às alterações de humor é a depressão.
Esse quadro clínico, que significa tristeza patológica, tornou-se uma designação consagrada
que substitui os termos clássicos “distimia hipotímica” e “melancolia”. Dessa forma, junto
com o humor depressivo (principalmente quando é acompanhado de desesperança e angústia)
ocorrem ideais relacionadas a morte, como por exemplo: “gostaria de morrer para não sentir
mais dor”; ideias suicidas; planos suicidas, atos suicidas e, assim, a tentativa de suicídio. A
ideação suicida deve ser sempre investigada em paciente com humor triste, angústia e
desesperança.
Com base nisso, o termo disforia diz respeito à distimia acompanhada de uma
tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada. Quando nos referimos à depressão disfórica,
estamos designando um quadro de depressão ou de mania que acompanham irritação,
amargura, desgosto ou agressividade. Pode-se notar, também, que os dois polos básicos das
alterações de humor são o depressivo (ou hipotímico) e o maníaco (ou hipertímico).
Em paciente com esquizofrenia, pode-se identificar uma alteração do humor chamada
puerilidade, que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido, fazendo com que o
indivíduo cometa atos como rir e chorar por motivos banais, além de sua vida afetiva ser
superficial, sem afetos profundos e duradouros. Essa alteração de humor acomete
principalmente pacientes com esquizofrenia, como já foi destacado, como também em
indivíduos com déficits intelectuais e em algumas pessoas com transtorno de personalidade
histriônica.
Ademais, a ansiedade também está entre os quadros clínicos mais prevalentes, e entre
as definições desse quadro, pode-se ressaltar um estado de humor desconfortável, uma
apreensão negativa em relação ao futuro e uma inquietação interna desagradável. Já a angústia
se relaciona diretamente com a sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão,
sufocamento. Esse quadro se assemelha à ansiedade, mas tem conotação mais corporal e mais
relacionada ao passado. O medo também é um quadro que se relaciona frequentemente com
alterações de humor, pois é caracterizado a referir-se a um objeto mais ou menos preciso,
sendo quase sempre o “medo de algo”.
Ainda em relação ao medo, tem-se que em seres humanos o medo é uma alteração de
humor que causa insegurança e angústia, além do sentimento de impotência e invalidez. Esse
quadro pode ser dividido em fobias, pânico, apatia, sentimento de falta de sentimento de falta
de sentimento, anedonia, indiferença afetiva, labilidade afetiva e incontinência afetiva. Dentre
estes, pode-se destacar que os medos mais comuns que se relacionam às alterações de humor
são fobias, pânico e apatia.

6. Explique as alterações mais comuns no curso, forma e conteúdo do pensamento.

O pensamento é composto por elementos que caracterizam o pensamento normal,


regido pela lógica formal e orientado pela realidade, que são: conceito, que é um elemento
cognitivo estrutural básico do pensamento, que se forma a partir das representações. Assim, o
conceito não apresenta elementos sensoriais e, por isso, não é possível senti-lo ou imaginá-lo;
juízos, que é uma afirmação da relação entre dois conceitos; e o raciocínio, que é a função que
relaciona os juízos.
O curso do pensamento é o modo como o pensamento flui, sua velocidade e seu ritmo
ao longo do tempo. Por outro lado, a forma do pensamento é sua estrutura básica, sua
arquitetura, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo. Por sua vez,
o conteúdo do pensamento pode ser definido como aquilo que lhe dá substância, seus temas
predominantes, o assunto em si. Com base nos dados supracitados, pode-se delinear as
alterações do pensamento desses termos (curso, forma e conteúdo), que são os processos de
pensar.
As alterações mais comuns no curso do pensamento são a aceleração, a lentificação, o
bloqueio e o roubo do pensamento, que podem ser descritos, respectivamente, como: Na
aceleração do pensamento, o pensamento flui de forma muito acelerada, com uma ideia se
sucedendo à outra rapidamente, podendo até ser difícil acompanhar o ritmo do indivíduo. Essa
aceleração pode ocorrer nos quadros de mania, em alguns pacientes com esquizofrenia,
eventualmente em estados de ansiedade intensa, psicoses tóxicas e na depressão ansiosa.
Na lentificação do pensamento, o pensamento progride lentamente, de modo lento e
dificultoso. Assim, existe uma certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas. A
lentificação pode ocorrer gravemente em pacientes deprimidos, em alguns casos do
rebaixamento do nível de consciência, em certas intoxicações e em quadros psico-orgânicos
que afetam estruturas subcorticais.
Por conseguinte, o bloqueio de pensamento ocorre quando o indivíduo, ao relatar algo
no meio de uma conversa, repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo
aparente. Dessa forma, o paciente relata que, sem saber o porquê, o pensamento é bloqueado.
Essa alteração é quase exclusiva da esquizofrenia. Além disso, o roubo de pensamento
também é uma das alterações no curso do pensamento. Semelhante ao bloqueio, o roubo do
pensamento faz com que o indivíduo tenha a sensação de que seu pensamento foi roubado de
sua mente, por alguém ou algo (uma força, uma máquina, uma antena, etc.). O roubo do
pensamento é um tipo de vivência de influência e trata-se de uma alteração característica da
esquizofrenia.
Em relação às alterações na forma do pensamento, destaca-se: fuga de ideias,
dissociação do pensamento, descarrilhamento do pensamento e desagregação do pensamento.
A fuga de ideias é uma alteração do fluxo e da estrutura do pensamento secundária e
acentuada aceleração do pensamento, na qual uma ideia se segue a outra de forma
extremamente rápida, perturbando-se as associações lógicas entre os juízos e os conceitos.
Assim, na fuga de ideias as palavras deixam de seguir uma lógica e passam a ocorrer por
assonância (por exemplo amor, flor, cor...).
A dissociação do pensamento, uma das alterações na forma do pensamento, ocorre
quando os pensamentos passam progressivamente a não seguir uma sequência lógica e bem
organizada, fazendo com que os juízos não se articulem de forma coerente uns com os outros.
Essa dissociação é uma característica comum na esquizofrenia. No descarrilhamento do
pensamento, percebe-se que os pensamentos se extraviam de seu curso normal, surgindo
pensamentos supérfluos, retornando algumas vezes ao seu curso original. Quanto à
desagregação do pensamento, observa-se que há uma profunda e radical perda dos enlaces
associativos, causando total perda da coerência do pensamento. Assim, restam apenas
fragmentos de ideias e conceitos. É uma alteração típica de formas avançadas de
esquizofrenia e demência.
Em relação às alterações no conteúdo do pensamento, tem-se que os principais são:
perseguição, depreciativos, religiosos, sexuais, de poder e riqueza ou de ruína e de culpa, além
de conteúdos hipocondríacos.

7. Quais alterações de linguagem estão associadas a transtornos psiquiátricos


primários.

As alterações da linguagem associadas a transtornos psiquiátricos primários mais comuns


são a logorreia, taquifasia, loquacidade, bradifasia, mutismo, perseveração verbal, ecolalia,
palilalia, logoclonia, tiques verbais, cropolalia e glossolalia. Sabendo disso, Dalgalarrondo
(2018) discorre acerca de todas essas alterações da linguagem e seu livro será usado para
classificar e explicar cada uma a seguir.
Na logorreia existe a produção acelerada e aumentada (taquifasia) da linguagem verbal,
junto a um fluxo incessante de palavras e frases, muitas vezes ocorrendo a perda da lógica e
da organização do discurso. Nessa alteração de linguagem, a pessoa sente uma pressão
incoercível para falar sem parar, descrevendo-se como a pressão para falar. Já na loquacidade
o que se encontra é o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo na lógica do discurso.
Na bradifasia paciente tem uma fala muito lenta e difícil, além de, geralmente, haver uma
duração aumentada no tempo existente entre a pergunta que o paciente recebe e a sua
resposta, tratando-se de uma alteração da linguagem oposta à taquifasia. Outra alteração
chama-se mutismo e ele é definido como a ausência de resposta verbal oral por parte do
paciente, mesmo estando desperto sem comprometimento em áreas como a audição,
consciência ou paralisias motoras que comprometem a produção da palavra falada.
A perseveração verbal é alteração na qual há a repetição automática de palavras ou
trechos de frases e que acontece de modo estereotipado, mecânico e sem sentido, podendo se
dar na linguagem falada ou escrita. Já a ecolalia diz respeito a um fenômeno automático e
involuntário, em que ocorre a repetição da última ou das últimas palavras que alguém falou ou
dirigiu ao paciente. A palilalia é a repetição automática e estereotipada pelo paciente de suas
palavras ou frases emitidas em seu próprio discurso. Por sua vez, a logoclonia trata-se de uma
alteração semelhante a palilalia, mas aqui a repetição automática e involuntária é das últimas
sílabas que o paciente pronunciou.
Nos tiques verbais há a produção de fonemas ou palavras de maneira imprópria,
inevitável e recorrente, produzindo sons abruptos e espasmódicos. Na cropolalia, o paciente
emite de forma involuntária e repetitiva palavras obscenas e vulgares. Por último, na
glossolalia existe a produção de falas pouco ou nada compreensíveis, ocorrendo a emissão de
sons ininteligíveis (ou, no plano escrito, de letras ininteligíveis).

8. Explique o conceito de transtorno de personalidade numa perspectiva a-teórica.

Os transtornos de personalidade (TPs) são um grupo de doenças psicológicas que


apresentam um padrão persistente de comportamentos, pensamentos e sentimentos, que
geralmente começam a surgir no final da infância e adolescência. Já no início do período
adulto, costumam estar claramente configurados, tendendo a durar e permanecer ao longo da
vida e a ser relativamente constante no ciclo vital do indivíduo, com atenuação de alguns
traços apenas na idade adulta madura e na velhice. Ademais, os indivíduos com algum dos
tipos de transtorno de personalidade manifestam um conjunto amplo de comportamentos e
experiências internas, assim como reações afetivas e cognitivas que são claramente
desarmônicas, envolvendo vários aspectos da vida e da experiência do indivíduo, como
afetividade, expressão emocional, comportamento, ou seja, possuem certas dificuldades
quanto ao controle de impulsos, modo e estilo de relacionamentos interpessoais, etc. Assim, o
padrão anormal de experiências internas e comportamentos inclui muitos aspectos do
psiquismo e da vida psíquica e social do indivíduo, não sendo restrito a apenas um tipo de
reação ou a uma área circunscrita do psiquismo, ou seja, ele não se limita a uma relação
pessoal ou a uma situação específica e única. Estas condições não são, de modo geral,
relacionadas diretamente a lesão cerebral evidente ou a um outro transtorno psiquiátrico,
embora haja alterações de personalidade secundárias à lesão cerebral, como as síndromes
mentais orgânicas. Ademais, o TP leva a diferentes graus de sofrimento, como a solidão; a
sensação de fracasso pessoal; dificuldades nos relacionamentos, vividos com amargura e com
dor psíquica, dentre outras questões. Segundo o DSM-5, os TPs podem ser agrupados em três
grandes subgrupos com semelhanças descritivas, sendo eles: Padrão que são os considerados
esquisitos e/ou desconfiados (esquizóide, esquizotípica e paranoide); Padrão que são os
instáveis e/ou manipuladores e/ou centro das atenções (borderline, histriônica, narcisista e
antissocial) e, por último, padrão que são os ansiosos e/ou controlados-controladores
(obsessivo, dependente e evitativo).
9. Explique o conceito de cognição social e a importância desta para a adaptação do
indivíduo.

A cognição social é um conceito que engloba vários construtos psicológicos diferentes e


que, nas últimas décadas, tem emergido com grande interesse para a psicopatologia. Por
cognição social entende-se um conjunto de processos cognitivos e habilidades que se
relacionam ao processamento de informações emocionais e, sobretudo, socioemocionais. Isso
permite aos indivíduos perceber, analisar, processar, interpretar, recordar e utilizar os signos
sociais adequadamente, sendo essa a base cognitiva e neuropsicológica da interação social.
Sendo assim, existem alguns principais domínios da cognição social que são muito
importantes para a adaptação do indivíduo, sendo elas: a percepção e o processamento das
emoções, que incluem o reconhecimento de expressões faciais e das emoções de outras
pessoas a partir do tom de voz, o ritmo da fala, a postura corporal e outros comportamentos; a
percepção social, que inclui a capacidade de interpretar e compreender corretamente
elementos sociais do contexto no qual o indivíduo está presente, possibilitando o
entendimento das regras sociais que regem a interação social do ambiente.
Outro domínio é a teoria da mente, que se refere a um conjunto de processamentos
mentais, percepções e inferências que permitem ao indivíduo a identificação e o
compreendimento acerca de intenções, desejos, os raciocínios e as crenças dos outros e de si
próprio, podendo ser resumida na habilidade de interpretar a mente alheia. O último domínio
trata-se do “viés ou estilo de atribuição”, ou seja, o modo como o indivíduo atribui relações de
causalidade aos acontecimentos. Desse modo, esses quatro domínios permitem identificar um
pouco melhor o motivo de a cognição social ser importante para a adaptação do sujeito
socialmente.

10. As pessoas que apresentam um quadro de deficiência intelectual devem


apresentar prejuízos que vão além dos resultados obtidos em testes de inteligência.
Explique.

Os transtornos do desenvolvimento intelectual (DIs) são classificados como transtornos do


neurodesenvolvimento e são caracterizados por condições deficientes de desenvolvimento
cognitivo e do comportamento. Esses transtornos surgem durante a infância e provocam
dificuldades significativas na aquisição de funções específicas nas áreas intelectuais, motoras
e sociais da pessoa. Os resultados encontrados em pessoas que apresentam um quadro de DIs
obtidos a partir dos testes de inteligência como, por exemplo, os baixos níveis de habilidades
relacionadas a capacidades linguísticas e aritméticas, ou relacionadas às capacidades
visuoespaciais, que as pessoas têm para representar, analisar e manipular mentalmente os
objetos, na verdade, não representam todos os prejuízos causados pelo transtorno.
Desse modo, são muitos os comprometimentos e prejuízos em habilidades cognitivas,
além de déficits funcionais apresentados na vida de pessoas com deficiência intelectual,
implicando em problemas para aspectos que vão além dos cognitivos e conceituais, como no
comportamento, nas relações sociais e dificuldades adaptativas. Este último é expresso por
dificuldade ou impossibilidade da pessoa com DIs ter uma vida autônoma e independente,
correspondendo às responsabilidades sociais do contexto em que vive.
Há também diferentes níveis de gravidade nos transtornos do desenvolvimento
intelectual que precisam de outras avaliações diagnósticas e melhor acompanhamento
profissional para além dos resultados obtidos em testes de inteligência. Assim, todos os níveis
de deficiência intelectual, desde a leve, a moderada, a grave e até a deficiência intelectual
profunda, implicam em prejuízos nos domínios conceitual, social e prático. Entretanto, cada
nível implica em uma complexidade de dificuldades e prejuízos diferentes para a vida da
pessoa. Isso pode gerar características que permitem, no domínio prático, os indivíduos com
DIs serem totalmente independentes em relação aos seus próprios cuidados (deficiência
intelectual leve), mas também pode gerar a dependência integral de outras pessoas para
realizar esses mesmos cuidados (deficiência intelectual profunda).

AUTOAVALIAÇÃO

ISADORA:

Eu vejo a disciplina de psicopatologia como uma das mais importantes que já estudei, pois ela
mostra um conjunto de elementos essenciais ao estudante de psicologia que está aprendendo,
tais como: a memória, os transtornos, como funciona o cérebro e inúmeros conteúdos
riquíssimos para o nosso aprendizado, que foram lecionados com maestria pela senhora. A
disciplina de psicopatologia me fez perceber que estou no lugar certo e que quero aprender
cada vez mais com o DSM-V, com o CID-11, e com outros materiais também, porque sinto
que quero e que preciso aprender mais tanto porque o semestre foi curto e não deu para ver
assuntos com mais calma, tanto porque me ausentei em algumas aulas. Gostaria de deixá-la
ciente que suas aulas foram as melhores que já vivenciei no curso, principalmente quando
ouvia exemplos reais de experiências suas, porque você é uma inspiração. Também queria não
ter perdido algumas aulas que foram importantes, mas saiba que estava sempre
acompanhando fazendo anotações. Livânia, você é uma profissional incrível, uma pessoa
incrível, e eu espero ter a oportunidade de aprender mais com você, porque eu me inspiro
muito em quem você é e na sua área da psicologia. Você contribuiu muito para a minha
formação, e espero que possa contribuir mais! Assim, eu me daria um 9 por não ter
aproveitado mais a sua experiência, mas o que aprendi foi suficiente para saber que é isso o
que eu quero. Obrigada por tudo, boas férias e espero vê-la em breve!

MARCELLY:

A disciplina de psicopatologia proporcionou o aprofundamento em diversas questões a


respeito da vida psíquica humana abarcando aspectos históricos, biológicos e sociais. Mesmo
em um curto período de tempo, podemos entender e discutir a respeito de diversas patologias
que acometem o indivíduo em sofrimento psíquico e pensar em alternativas de como, na
medida do alcance da psicóloga (o), podemos auxiliar em seu processo. Dessa forma, como
aluna entendo que é necessário que se mantenha a atenção nas aulas durante as explicações e
que por muitas vezes essa não foi uma atitude minha, posto isso eu me daria nota 9 em sua
disciplina. Gostaria de agradecer pela ministração das aulas professora, mas também por
sempre ir além e nos ensinar que fazer psicologia também é sobre ser humano dentro e fora da
sala de aula, você é maravilhosa demais <3 obrigada!

MARIA EULÁLIA:

O componente curricular me proporcionou muitos novos conhecimentos que sei que terão que
ser melhor estudados futuramente, embora isso, creio que agora tenho uma boa base acerca da
psicopatologia. Após suas aulas eu consegui ter mais acesso e pude refletir acerca da história
da loucura, também sobre o cuidado que se deve ter ao diagnosticar e classificar os
transtornos mentais, sempre levando em conta as perspectivas biológica, dinâmica e,
sobretudo, o contexto social da vida do paciente. Reconheço também que fui um pouco
ausente nas aulas, mas, por outro lado, também me preocupei em pedir que a senhora enviasse
o material usado em sala de aula para eu poder ir acompanhando e estudando. Sei que me
dediquei na medida do possível, entendo as minhas limitações e as melhorias que preciso ter
diante dos conteúdos apresentados nesse componente, sei o quanto eles são importantes na
nossa vida profissional. De toda forma, queria agradecer por você ser sempre tão gentil e
prestativa com seus alunos e alunas do p5, além de nunca permitir que as aulas se tornassem
monótonas, ao passo que você sempre trazia exemplos reais e permitia que os estudantes
também fizessem isso. Sendo assim, por tudo que foi dito, eu me daria nota 9. Abraço pra
senhora! <3

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