Você está na página 1de 4

PROFESSORA: SONIA MARIA DE CARVALHO MOURA

PSICOPATOLOGIA GERAL

FORMAS DE ADOECER PSÍQUICO

NEUROSE

São perturbações mentais QUANTITATIVAMENTE diferentes do normal.

A neurose seria um aumento menor de um grande número de várias características da


personalidade e não um aumento exagerado de duas ou mais características da
personalidade, apenas uma parte ou um aspecto da personalidade é atingido, mantendo
intacto o contato afetivo e as estruturas do pensamento.

O neurótico conserva uma lucidez crítica (juízo crítico) em relação aos seus fenômenos
mórbidos (sintomas da doença ) (consciência de morbidade – sabe que não está
bem).

As vivências neuróticas nos são compreensíveis pela semelhança com as vivências normais.

As neuroses pertencem a um grupo de distúrbios caracterizados por ansiedade, frustração,


insatisfação, infelicidade, considerados de origem psicológica, psicogênica que se
caracterizam por atitudes deformadas com relação ao próprio eu e aos outros, tendo como
origem, primordialmente, relações defeituosas entre os pais e a criança.
Tanto a neurose quanto a psicose resultam de relações interpessoais defeituosas durante a
infância (origem psicogênica).

A visão irrealista do mundo e as atitudes negativas em relação ao seu eu constituem a


maneira como neurótico enfrenta a vida.

A ansiedade é uma característica básica da neurose. É um estado de tensão emocional


caracterizado por sentimentos irrealistas e instáveis de apreensão e temor.

As diferentes formas de neurose resultam de diferentes maneiras do EGO se defender dos


seus temores irracionais e de ansiedade (Ponto de vista da Psicanálise).

Não provocam uma desorganização de personalidade bastante grave para exigir


hospitalização.
Trata-se de um paciente com incapacidade de gozar a vida de uma maneira prazerosa e
eficiente, (isto porque sua libido não está disposta a abandonar suas fixações e repressões,
ficando, por conseguinte, incapaz de se dirigir para um objeto real - Ponto de vista da
Psicanálise)

Este tipo de paciente possui limitações transitórias (passageiras) ou acidentais no


rendimento escolar, profissional e social. Na maior parte dos casos não requer internação.

O curso das neuroses é de certo modo benigno, pois não compromete a vida do paciente,
e a maioria dos enfermos, consegue manter satisfatoriamente uma vida regular muito
embora, como já foi mencionado acima, possa apresentar de maneira acidental, limitações
no rendimento profissional e demais áreas de sua vida.

Observa-se a presença da capacidade de diferenciação, de discriminação, bem como, de


simbolização.

2
PSICOSE

É uma perturbação mental qualitativamente diferente do normal.

Trata-se de um aumento exagerado de uma, duas ou três características da personalidade;


portanto a psicose se caracteriza por alterações globais da personalidade, por uma
perturbação no conteúdo e estrutura do pensamento, da vontade e por uma perda do
contato afetivo, além da ausência de juízo crítico (capacidade de ajuizar, de entender,
perceber e explicar um determinado fato).

O psicótico perde o contato com a realidade, afastando-se dela.

Durante seus surtos ou episódios agudos, fase ativa da doença (ou mesmo muitas vezes
fora delas) o psicótico não possui consciência de morbidade. Há desorganização ou
desestruturação da personalidade. O pensamento não obedece mais a lógica formal do seu
conteúdo.

Distúrbios ou alterações da vontade (dos nexos volitivos): o paciente apresenta um


embotamento volitivo (redução da atividade e eficiência) e, consequentemente, prejuízo de
seu pragmatismo.

Ex.: O indivíduo não consegue mais estudar, trabalhar, realizar suas tarefas cotidianas,
manter o asseio e a higiene corporal... Ele fica sem iniciativa.

OBS.: Os atos criminosos (homicídios, auto-mutilações, ataques sexuais) cometidos por


um esquizofrênico são em número, relativamente pequeno em razão da presença do
embotamento afetivo e volitivo (pouca iniciativa, pouca eficiência. Perde o pragmatismo).

Embotamento afetivo e volitivo é um termo utilizado para as psicoses, sobretudo para as


psicoses esquizofrênicas, quando os nexos afetivos e volitivos já se encontram
comprometidos.

Distúrbios ou alterações da afetividade: perda da capacidade de experimentar emoções. A


diminuição das respostas afetivas progridem desde os mais refinados sentimentos de
consideração, de simpatia, de amizade até os sentimentos de ódio, de medo, de amor, de
alegria, de tristeza, etc.

Trata-se da perda da capacidade de vivenciar emoções; dificuldades na regulação dos


afetos, na modulação dos afetos; esta pode estar diminuída, prejudicada ou embotada.

A perda do interesse nas relações interpessoais, ou seja, a incapacidade, por exemplo, do


esquizofrênico de estabelecer contatos emocionais com os outros, expressa a presença do
embotamento afetivo que de uma certa maneira envolve diferentes graus.

O embotamento afetivo é percebido pela expressão de desinteresse, alheamento,


distanciamento, afastamento, indiferença e frieza que o paciente nos transmite.

3
Incoordenação, incoerência entre o afeto, a ideia e a ação (descoordenação).

Observa-se, também, a presença de flutuação rápida de humor.

Distúrbios ou alterações do pensamento: uma dissociação, desagregação do pensamento


e as ideias podem ficar parcial ou totalmente desconexas, incoerentes, incompreensíveis.

O paciente esquizofrênico, na fase ativa de sua doença, não consegue distinguir o real do
imaginário. A realidade interna e a externa vai perdendo a linha divisória que as distingue.
Esta indiferenciação, indiscriminação, esta desconexão entre o pensar, sentir e o agir pode
conduzir a formas delirantes de pensamento e comportamento, tornando seu
comportamento amplamente desorganizado.

Repetições monótonas de frases, palavras, sinalizando que as ideias estão vagas, vazias,
difusas e sem convicção.
Ex.: O paciente repete, automaticamente, frases sem sentido, sem convicção.

A abertura de um quadro de psicose ou de depressão pode se manifestar, inicialmente, com


um transtorno obsessivo compulsivo.

Você também pode gostar