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Mediunidade x Esquizofrenia

- Quero Agradecer mais uma vez ao imerecido convite destes amigos tão
especiais do GEAP – Grupo Espírita Apóstolo Paulo, agradecer também ao
Canal Vale do Mamanguape, aos amigos Windson, Raimundo, Alvany

- Dizer que não sou psiquiatra, sou psicanalista, portanto para mim
abordar este tema é desafiador, mas espero atender minimamente às
expectativas

- Eu estudo, reflito e gosto muito do tema da loucura e das aproximações


com o Espiritismo, sobretudo no que tange à luz que a doutrina espírita
oferece para o entendimento em profundidade de psicopatologias tão
complexas

- Então vamos começar falando de conceitos básicos, tentando posicionar e


reunir aqui os conhecimentos que já nos são comuns do que é
mediunidade, e obsessão na mediunidade, e do que é esquizofrenia
- Quando falamos em mediunidade dentro do Espiritismo, estamos
naturalmente interessados em Estudar as características do médium e
sua influencia nas comunicações espíritas

- Nós espíritas não estamos apenas interessados no fenômeno pelo


fenômeno, mas no estudo e exercício do fenômeno, dentro de um trabalho
da mediunidade com Jesus, o que implica necessariamente o
envolvimento, comprometimento, responsabilidade e aperfeiçoamento
moral do médium juntamente com sua faculdade medianímica, de caráter
orgânico

- Kardec vai escrever em O Livro dos Mediuns, segunda parte, cap 19, item
223, 7a pergunta:

- Ou seja, o medianeiro é tradutor de um pensamento de outro Espírito,


desencarnado

- Nem sempre o melhor médium é o de maior bagagem intelectual, mas a


moralidade sempre se sobrepõe (a sinceridade dos sentimentos)
- E na questão seguinte, Kardec inclusive vai ponderar:

- E no capítulo 20, item 226, 1a pergunta:

Chama-se obsessão, como vai explicar Kardec na Obra A Gênese, cap. 14, item 45,
à ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um individuo. Apresenta
caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influencia moral, sem
perceptíveis sinais exteriores até a perturbação completa do organismo e das
faculdades mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas.

A obsessão é um dos maiores escolhos (obstáculos) no exercício mediúnico,


como vai afirmar Kardec em O Livro dos Médiuns, mas se manifesta também em
quem não dispõe de faculdades mediúnicas ostensivas.
- E aí podemos abordar a primeira pergunta: Obsessão pode levar pessoa a
desenvolver a esquizofrenia?

Sim, se houver predisposição psíquica e fisiológica para esta enfermidade.

Primeiro, é preciso dizer que É o ser em si mesmo, o Espírito, que traz os fatores
predisponentes e preponderantes para as enfermidades, aliás, de todo e
qualquer porte, não apenas as de natureza psicótica, em razão dos conflitos e
desajustes que se permitiu em experiências transatas

Em todas as esferas da vida, sobretudo nas questões pertinentes às


personalidades múltiplas, à esquizofrenia, ao autismo, à idiotia (déficit de
desenvolvimento cognitivo) e tantos outros transtornos mentais e de humor há
sempre, em maior ou menor grau, como causa ou efeito, a interferência dos
Espíritos no comportamento humano

A educação permanece como a mais eficiente ferramenta para a construção da


dignidade espiritual do ser. Principalmente aquela que diz respeito à moral, não
somente à que se adquire através dos livros

Por isso, as alienações mentais de qualquer espécie, sempre decorrem dos


gravames morais daqueles que delinquem, na atual ou o fizeram em existência
pregressa
“Segundo a tese sulivaniana (Harry Stack Sullivan – psiquiatra americano) com
exceção dos casos comprovadamente orgânicos, a esquizofrenia é um distúrbio
nas relações interpessoais, que se constitui a partir de intercâmbios humanos
desfavoráveis no início da vida, consistindo em um estado de pânico ante a
realidade, desse modo, fugindo o paciente para um isolamento social”

“É inegável que a sequela de enfermidades infectocontagiosas, como a


tuberculose, a sífilis, a AIDS, as sexualmente transmitidas, podem levar o
individuo de constituição emocional débil ao mergulho no pensamento
esquizofrênico, em decorrência do sofrimento experimentado, da falta de
esperança de cura, da rejeição social, da solidão a que se entrega”

Porém, a obsessão também pode gerar uma sintomatologia muito similar à da


esquizofrenia, e outras psicoses e transtornos psiquiátricos, a ponto de confundir
os especialistas no tratamento.

Na obra “Grilhões Partidos”, pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, temos


o caso de Ester, que submetida a tratamento psiquiátrico para esquizofrenia
enfrenta agravamento da doença, sem qualquer perspectiva de melhora (o
quadro parecia irreversível) – os médicos estavam tratando os sintomas como se
a causa fosse esquizofrenia, mas era a influencia subjugadora obsessiva. O autor
vai afirmar:

“A técnica do eletrochoque não produziu, na primeira série, qualquer resultado.


Pelo contrário, fe-la hebetada”
“No monólogo da distonia, não cessava de referir-se à vingança, à imperiosa
necessidade de lavar a desonra com o sangue da imolação de uma vítima, à
justiça demorada, mas sempre oportuna, ao desforço pessoal”

E aí podemos responder mais uma questão: A maioria dos esquizofrênicos já


carrega dentro de si os favorecimentos para a perturbação?

Sim.

É importante dizer ainda que tais predisposições para distúrbios orgânicos


sérios não existem sem que haja correspondentes causas desencadeadoras,
sempre sediadas no ser real. As enfermidades de variado porte, as interferências
espirituais, os transtornos psicológicos, todos esses fenômenos são efeitos dos
atos praticados outrora.

No Livro “Encontro com a paz e a saúde”, pelo Espírito Joanna de Ângelis,


psicografia de Divaldo Franco, cap. Transtornos mentais e obsessivos, a
veneranda instrutora vai explicar:

“O paciente esquizofrênico é um Espírito que perdeu o endereço de si mesmo,


carregado de culpas transatas, que procura refugiar-se na alienação, através,
naturalmente dos fenômenos orgânicos e psicológicos que foram impressos pelo
períspirito nos genes encarregados de sua organização biológica. Eis por que,
esses Espíritos conflitivos sempre reencarnam através de pessoas que tenham os
fatores preponderantes para a formação fisiológica propiciatória à instalação do
transtorno psicótico profundo”
“As problemáticas psiquiátricas como de outra natureza derivam-se dos
processos reencarnatorios malsucedidos, reaparecendo como oportunidade de
liberação dos erros e identificação com a vida e o equilíbrio”

- Fora do contexto medianímico, alguém que ouve vozes, vê pessoas que


outras pessoas não vêem, conversa com elas, segue-lhes os conselhos,
comunica ideias que não são originariamente suas, pode-se cogitar de
transtorno mental

- E aí podemos abordar mais uma pergunta - Mas de onde vem essa perturbação,
essas vozes que todo esquizofrênico escuta? As perseguições?

- Vamos dividir as abordagens – primeiro a psiquiátrica

- O psiquiatra Paulo Dalgalorrondo, na sua obra “Psicopatologia e


semiologia dos transtornos mentais” chama, por exemplo, de alucinações
combinadas (sinestésicas) de alterações da percepção sensorial (auditiva,
visual, tátil) que levam o individuo a ver alguém e interagir com essa
imagem vitalizada, falar, sentir o toque em seu corpo, condição muito
frequente nas psicoses em geral
- Então são imagens construídas pela mente desestruturada,
despersonalizada, descolada da realidade, fragmentos associados sem
nexo ao longo do que a pessoa viveu, escutou, e disse

- Numa leitura psicanalítica, registros dissociativos que emergem do


inconsciente - apresenta alterações na consciência, memória, identidade,
emoção, percepção do ambiente, controle dos movimentos e
comportamento

- A psicose é uma estrutura clínica, como chamamos na psicanalise. Uma


compleição psíquica predisponente a uma sintomatologia que inclui
delírios, alucinações, fala incoerente e agitação – um descolamento com a
realidade, romper com a realidade

- Os delírios são construções imaginarias, as alucinações são distúrbios de


percepção

- Na esquizofrenia, por exemplo, há uma grave desorganização mental, que


pode ser agravada inclusive pelo uso de drogas.

- Dentre os sintomas esquizofrênicos, estão as Alucinações: mais comuns


auditivas e visuais e, menos comuns, táteis e olfativas
- Delírios: persecutórios, de grandeza, de ciúmes, somáticos, místicos,
fantásticos

- Perturbações da forma e do curso do pensamento, como incoerência,


prolixidade, desagregação

- Comportamento desorganizado, bizarro;

- Agitação psicomotora
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- Negligência aos cuidados pessoais

- Falta de repertório do pensamento e da fala

- Embotamento ou rigidez afetiva


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- Incapacidade de sentir emoções e prazer

- Isolamento social, Diminuição de iniciativa e da vontade

- Agora, de acordo com uma visão espírita:

Joanna de Ângelis elucida em “Encontro com a paz e a saúde” que a conduta


esquizofrênica inclui: rigidez, desagregação do pensamento, incoerência, ideias
delirantes, entre as quais as de perseguição”

E que fora as questões meramente orgânicas, isso se dá pelo Espírito estar


carregado de culpas transatas, e assim procura refugiar-se na alienação. São
problemáticas psiquiátricas que se derivam dos processos reencarnatorios
malsucedidos, reaparecendo como oportunidade de liberação dos erros e
identificação com a vida e o equilíbrio

O fato é que a esquizofrenia ainda hoje prossegue sendo um dos mais complexos
quadros de patologia mental, revelando-se nas quatro fases cíclicas e graves:
paranoide, hebefrênica, catatônica e indiferenciada
A mais comum é a paranoide, que se caracteriza por predominância de delírios
persecutórios e bizarros, além de alucinações, enquanto a mais grave e com o
tratamento mais difícil é a hebefrênica, marcada por isolamento social,
embotamento afetivo e deterioração global

Na catatônica, o paciente fica parado, com olhar perdido. Já a indiferenciada


agrupa características presentes em todos os outros tipos; apesar da
esquizofrenia paranoide ser considerada menos grave, ela não é mais branda.

A esquizofrenia hebefrênica possui uma resposta muitas vezes insuficiente ao


tratamento medicamentoso e de reabilitação, além de evoluir mais
frequentemente para um processo de deterioração cognitiva.

E aqui podemos abordar mais uma questão: Hoje, a ciência já sabe que a
bipolaridade e a esquizofrenia têm traços comuns. Como o Espiritismo pode
ajudar?

Na verdade, o transtorno bipolar ou maníaco-depressivo é um transtorno de


humor, e a esquizofrenia uma psicose. De forma resumida, a diferença entre
Esquizofrenia e Transtorno Bipolar é que a primeira envolve sintomas
psicóticos, alucinações e distorções da realidade que duram meses e até anos,
enquanto a segunda precisa incluir um episódio de mania e podem ocorrer
repetidos episódios de depressão durante dias ou semanas.

“Nos casos graves, em especial em pacientes na fase eufórica do tipo mais grave
do transtorno bipolar e na esquizofrenia paranoide, alguns sintomas podem ser
semelhantes, como grandiosidade, delírio, alucinação e agitação psicomotora”
No transtorno esquizoafetivo, por exemplo, o paciente inclusive pode ter
sintomas combinados dos dois transtornos.

O Espiritismo pode ajudar pela educação moral (evangelização), técnica


fluidoterápica pelos passes, irradiações magnéticas,

Porém, considerando a gravidade do caso, é sempre indispensável o


atendimento medico simultâneo, de forma que sejam recuperados os órgãos
afetados pelo transtorno, sempre portador de fluidos e vibrações perniciosos
que enfermam o conjunto fisiológico e possa se controlar um pouco melhor a
doença

Porém recordemos que o Espírito é o agente da vida inteligente, portanto, nele se


encontram as raízes de todas as ocorrências que têm lugar durante a sua
vilegiatura carnal.
Em 1933 o eminente psiquiatra americano Dr. Sakel, em Viena, apresentou
resultados pela convulsoterapia, abrindo as portas do eletrochoque (hoje
estimulação elétrica e magnética transcraniana, para tratamento de doenças
neurológicas e psiquiátricas).

É também possível que o paciente desenvolva outras doenças em função da


esquizofrenia. Após um surto psicótico podem surgir quadros depressivos,
manifestação de dependência química e ansiedade. A esquizofrenia também é
um dos fatores de risco para o comportamento suicida.

E em nenhum caso o paciente com esquizofrenia poderá ficar sem o tratamento


medicamentoso, pois do contrário ele terá novos surtos psicóticos e a doença irá
progredir. O tratamento medicamentoso não é o único a ser realizado, mas ele é
essencial.

- E aqui podemos abordar outra pergunta: Portanto, como realizar o


diagnostico diferencial entre mediunidade e esquizofrenia, por exemplo?

- Há um estudo fundamental que quero compartilhar com vocês, para


nortear as nossas reflexões dessa noite
Ø Mediunidade e psicopatologia, Dureen J. Hughes, California
(1992) – Diferenças entre transes mediúnicos e desordem
de personalidade múltipla

“Enquanto que para os portadores de desordens de personalidade


múltipla a dissociação com co-consciência é idiossincrática e
compulsiva, para os médiuns de transe a experiência dissociativa
acompanhada de co-consciência é contextualizada culturalmente e
está sob o controle da consciência do praticante”.

- Outro estudo interessante é do

Ø NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e


Religiosos, atualmente denominado ProSER – Programa de
Saúde, Espiritualidade e Religiosidade, Do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da USP, 1999

Criado por conta da decisão da Associação de Psiquiatria


Americana que, em 1995, atualizou o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), incluindo problemas
espirituais e religiosos como uma nova categoria diagnóstica
O NEPER enfatiza o estudo e a pesquisa de questões religiosas
e espirituais, com o enfoque científico da psiquiatria e de
forma laica, ou seja, não vinculado a nenhuma corrente
filosófica ou religiosa.

- No exercício da mediunidade,

o O indivíduo não se constrange com a experiência vivida

o Os transes não geram incapacidade social ou


ocupacional

o A experiência tem curta duração

o Há discernimento com relação à experiência

o Compatibilidade religiosa
o Ausência de comorbidades psiquiátricas

o Controle sobre a experiência

o Experiência positiva: crescimento pessoal e auxílio a


outrem

- Porém, esse diagnostico diferencial é complexo e precisa de um


acompanhamento prolongado, de no mínimo seis meses para observar o
paciente em sua singularidade

- E também cabe aqui outra pergunta: Sabemos que a mediunidade não é a


causa do sofrimento. Como utilizar para ajudar?

- Primeiro é importante ressaltar que essas características bem destacadas


e completamente positivas do exercício mediúnico quase sempre não são
comuns, é mais comum que o médium, na própria eclosão da faculdade
venha a se perturbar, apresentado algumas falas carentes de sentido ou
desconexas, lembrando episódios de loucura
- Ou que a partir do surto psicótico, o individuo esquizofrênico tenha
perturbações espirituais também que podem se assemelhar a
comunicações desorganizadas e sem muito nexo

- Essa perturbação, portanto, pode ser puramente de origem espiritual,


mas não significa dizer que não possam haver casos de médiuns
esquizofrênicos ou com outros transtornos psicológicos ou psiquiátricos,
a serem tratados antes do exercício mais seguro da mediunidade

- Precisamos investigar as causas, e em toda e qualquer hipótese, a


educação moral pelo evangelho de Jesus sempre irá auxiliar

- Mas para que o indivíduo inicie sua pratica mediúnica precisa estar com o
aparelho fisiológico equilibrado, e isso inclui suas capacidades
neuropsicológicas

- Outra questão é que, como já dissemos, certos transes obsessivos podem


simular a sintomatologia de uma esquizofrenia, o que torna o diagnostico
diferencial sutil

Ø Dr. Jaider Rodrigues de Paulo, psiquiatra e membro-fundador


da AMEMG - Associação Médico Espírita de Minas Gerais –
“Saúde Mental: relatos do dia a dia de um psiquiatra espírita”
(e outros livros) vai dizer:
“Temos observado que inúmeras internações em hospitais
psiquiátricos se dão por uma falta de conhecimento dos aspectos
mediúnicos e obsessivos, tratando por meio da psiquiatria pacientes
que não são doentes mentais. Também observamos pacientes
mentais com patologias claras e definidas sendo tratados como
médiuns, o que provoca resultados insatisfatórios, diminuindo a
oportunidade de mais cedo buscarem ajuda efetiva de profissionais
da área”.

Também queremos citar o

Dr. Nubor Orlando Facure (Do Instituto de Pesquisas Projeciológicas


e Bioenergéticas – SP)

Formado em Medicina, com especialização em Neurologia e Neurocirurgia,


trabalhou durante 30 anos na UNICAMP, onde se tornou professor titular de
Neurocirurgia.

Em 1990, criou no Departamento de Neurologia da universidade o primeiro


curso de pós-graduação sobre "Cérebro e Mente", com enfoque espiritualista.

Hoje é diretor do Instituto do Cérebro de Campinas, que fundou em 1987.


É conhecido no meio espírita de Campinas como pesquisador e expositor de
temas da Ciência Espírita, tendo desenvolvido estudos pioneiros em
Neurociência aplicada à Mediunidade.
Ele estruturou o que se chama de

NEUROFISIOLOGIA DA MEDIUNIDADE

o Os processos mentais são expressões do Espírito com


repercussões na estrutura física cerebral

o Os Espíritos desencarnados devem co-participar das funções


cerebrais dos médiuns de acordo com os recursos da fisiologia
cerebral

o O processo mediúnico transcorre sempre em parceria, com


assimilação de ideias do Espírito comunicante e participação
cognitiva do médium

o Entre a pineal e o restante do cérebro não há uma via nervosa


direta. A ação da pineal no cérebro se faz através de repercussões
químicas

o A pineal é um núcleo gerador de irradiação luminosa, sensível à luz


(radiação eletromagnética) – a ação direta mediúnica se dá sobre a
pineal
“No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise (glândula pineal)
desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a
mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à
nossa esfera” (Capítulo 1 O psicógrafo, Missionários da Luz, por André Luiz)

- É a glândula da vida mental

- Laboratório de elementos psíquicos

- Produtora de “hormônios psíquicos”

- Ligada à mente, através de princípios eletromagnéticos do


campo vital, comanda as forças subconscientes sob a
determinação direta da vontade.

Também temos Desdobramentos negativos da Mediunidade mal


conduzida

Ø Obra Tormentos da obsessão, por Manoel Filomeno de Miranda, cap


2 O Sanatório Esperança:
“Formando verdadeiras legiões de alienados mentais, que se
agrediam, uns aos outros, chafurdando em paisagens de sombra e
angústia, constituídas por abismos de sofrimentos insuportáveis,
condoeu-se particularmente, por identificar que muitos deles
haviam recebido o patrimônio da mediunidade iluminada pelas
lições libertadoras do Espiritismo, mas preferiram enveredar
pelos dédalos da irresponsabilidade, utilizando-se da superior
concessão para o deleite de si mesmos e das paixões mais vis que
passaram a cultivar.

É como vai dizer o instrutor espiritual na obra Missionários da Luz,


por André Luiz, Capítulo 3 Desenvolvimento Mediúnico

“Mediunidade construtiva é a língua de fogo do Espírito Santo,


luz divina para a qual é preciso conservar o pavio do amor
cristão, o azeite da boa vontade pura” (Capítulo 3
Desenvolvimento Mediúnico, Missionários da Luz, por André Luiz

Trabalho, esforço próprio

Responsabilidade pessoal, luta edificante


Estudo necessário, autoaperfeiçoamento

“Todos podem transmitir recados espirituais, mas para


imantar corações em Jesus Cristo é indispensável sejamos
fiéis servidores no bem, trazendo o cérebro replete de
inspiração superior e o coração inflamado na fé viva” (Vinha
de Luz, Emmanuel, cap 12 Padrão)

E para nos ajudar a entender ainda melhor essa relação entre


mediunidade e esquizofrenia, vamos abordar aquilo que nos
traz o querido instrutor Manoel Philomeno Batista de
Miranda

• Na sua ultima reencarnação, nascido em Jangada, município do Conde, BA,


em 14/11/1876

• Em 1910, formou-se bacharel em Comércio e Fazenda (Economista)

• Contraiu uma Enfermidade grave em 1914, curado por Saturnino Favila


(Alagoinhas) – médium de cura

• Estudou 30 anos os pormenores das obsessões e desobsessões


• Militante intimorato do Movimento Espírita da Bahia

• Falecido em Salvador, BA, em 14/07/1942

• Primeiro livro da parceria Divaldo Franco – Philomeno de Miranda: Nos


bastidores da obsessão (1970)

• E escreveu mais tarde Transtornos psiquiátricos e obsessivos, 2009, do


qual citamos um trecho:

“Herdeiro de si mesmo, transfere de uma para outra etapa as conquistas e os


prejuízos de que se faz possuidor, sendo-lhe impostos os deveres da reabilitação e
do refazimento quando erra, tanto quanto do progresso quando se porta com
equilíbrio”.

- Nessa obra o autor espiritual nos relata sua experiência no Sanatório


Esperança, sob o amparo de Eurípedes Barsanulfo, e a clínica esperança

- Com o amparo de José Petitinga, Dr. Juliano Moreira, Dr. Ignácio Ferreira,
Dr. Bezerra de Menezes, Anália Franco e outros

- Foram necessárias mais de quatro décadas de atividades enobrecedoras


para que fosse instalada ali uma extensão do Sanatório Esperança
Na Antiguidade, muitas vezes a loucura esteve relacionada com a magia, a
possessão demoníaca, envolvendo-a em misticismo, sobretudo entre os séculos
XVI e XVII; depois, veio uma visão mais organicista, da lesão cerebral,
neurológica; porem foi a partir do surgimento do Iluminismo (Séculos XVII e
XVIII) que a racionalidade começou a imperar com uma supremacia insuperável.

A ideia de que “os pensamentos do louco são descoordenados, desorganizados e


não é possível aproveitar isso para nada de útil” se propagou com muita força;
ainda hoje há muito preconceito envolvendo a loucura; no Brasil, só bem mais
tarde com as figuras de Nise da Silveira, psiquiatra brasileira, aluna de Jung,
reconhecida mundialmente por ter revolucionado o tratamento mental no Brasil,
e Juliano Moreira, psiquiatra brasileiro, primeiro professor universitário a citar e
incorporar uma visão psicanalítica na psiquiatria (escuta subjetiva), que os
loucos dentro dos asilos e hospitais psiquiátricos passaram a ser tratados com
mais dignidade.

Muitas pessoas acreditam que nos lugares onde se encontram alienados ou nos
cárceres, somente permanecem Espíritos perversos e obsessores, considerando-
se os compromissos dolorosos a questão vinculados os seus residentes....

Apesar da presença destes, mães dedicadas, parceiros amorosos, pais gentis,


filhos e amigos queridos já desencarnados, igualmente trabalham em favor
daqueles aos quais amam, a fim de atenuar-lhes os sofrimentos, de ajuda-los no
refazimento, de inspira-los no rumo da saúde.
Bispo do Rosário é um exemplo disso; ele simplesmente nega o papel da
estagnação pessoal perante seu diagnóstico.

Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) foi diagnosticado esquizofrênico


paranoide, após o que passou a viver recluso por cerca de cinquenta anos,
internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Na juventude foi
marítimo e lutador de boxe.

Ele coloca as mãos à obra para criar um labirinto cheio de cultura e criatividade,
apreciado pelos melhores críticos de arte.

Sem ter qualquer insumo para patrocinar sua arte, ele foi pacientemente
desfiando os uniformes do hospital para ter linhas, a fim de habilmente costurar
por sua agulha, companheira de uma vida inteira, frases, nomes, histórias.

Ele não apenas escrevia ou desenhava: costurava. Queria eternizar aquela


comunicação: era seu legado e uma forma de manter-se vivo.

Ele reconstruiu o seu próprio mundo, encerrado num cubículo, a partir das suas
próprias mãos, com toda sua sensibilidade e inteligência. Era um homem muito
religioso, de elevada concepção do ser humano, de uma bondade extrema,
paciente.
Ele se encontrava consigo mesmo dentro da própria solidão. Desconstruía os
lugares que os objetos ocupavam. Bispo do Rosário nos faz pensar, dentre muitas
outras coisas: Como os pacientes internados por longo tempo numa instituição
psiquiátrica podem resistir à degradação imposta? Poucos homens foram
capazes de enfrentar tanta dor de uma maneira absolutamente brilhante.

Philomeno de Miranda nos narra que o bombardeio mental realizado pelos


adversários de muitos encarnados alienados, através de ressonâncias
vibratórias, alteram o magnetismo dos campos extracranianos, culminando por
acelerar a morte dos neurônios, perturbar a produção das monoaminas
(neurotransmissores) responsáveis pelas delicadas estruturas celulares,
produzindo distúrbios inferiores de raciocínio, de memoria, de sentimentos e de
comportamento.

E ele se questiona: Como o psiquiatra pode fazer o diagnostico diferencial entre


mediunidade e esquizofrenia ou outros transtornos mentais? Como identificar
uma psicogênese de natureza extracerebral?

(Dr. Ignácio vai responder) “É preciso realizar a observação sistemática do


enfermo. Embora as fronteiras entre os distúrbios de origens fisiopsicológicas e
as obsessivas sejam muito tênues, na obsessão pode-se perceber as diferenças de
comportamento através das manifestações de personalidades diversas no
mesmo individuo.

As alterações contínuas de humor, como numa luta, em que hora um vence e logo
depois é vencido, tipificam ações externas ao organismo.
Por outro lado, o conteúdo das alucinações aponta visões reais daquelas
provocadas pelos delírios psicológicos.

A observação descobrirá nas manias do paciente características incomuns,


graças à ação dos perseguidores, confirmando-as nos diálogos com ele mantidos,
quando não poucas vezes, em semitranse mediúnico expressarão atrevidamente
a sua interferência.

Não obstante, em qualquer quadro que se situe, será sempre conveniente


atende-lo com os métodos que reorganizem os equipamentos cerebrais e os
decorrentes fisiológicos”.

Do mesmo modo, é ideal acrescentar ao tratamento convencional as terapias dos


passes, da agua fluidificada, pois os enfermos se beneficiam da bioenergia que
lhes é transmitida, que vai trabalhando a recomposição energética nos seus
campos vibratórios.

Na obra “Diversidade dos carismas, de Hermínio C. Miranda, cap. 13


Mediunidade ele vai dizer que

“Mesmo nos médiuns naturais o processo de esclarecimento não está livre de


crises que precisam ser identificadas e superadas. Como rejeição de fenômenos,
por exemplo”
Então, as vezes a pessoa tem uma faculdade natural e autentica, mas é
potencialmente materialista e se julga vitimado por alucinações, ilusões de ótica,
com um pavor patológico a tudo que diga respeito a espíritos

Interessante adicionar que podem inclusive ocorrer crises emocionais em


decorrência disso, resultando em problemas graves de perturbações -
mediunidades embotadas que o individuo não concedeu oportunidade de
desenvolvimento e utilização racional

Fenômenos esparsos e ocasionais são sempre indícios de uma forma ou outra de


mediunidade em potencial, se os fenômenos continuam a ocorrer de maneira
variada – vidência, efeitos físicos, desdobramentos conjugados, com episódios
nitidamente mediúnicos – aí é preciso buscar auxilio para a educação mediúnica

É inclusive comum que os primeiros chamamentos para a tarefa mediúnica


sejam algo incômodos, insistentes e até perturbadores

Sobre a esquizofrenia, o quadro sintomatológico é bem definido e como


dissemos, não há respeito quanto à vontade do sujeito, nem nexo e
discernimento nas mensagens, e isso não configura exatamente um descontrole
da faculdade medianímica – mas uma patologia
A farmacologia conseguiu sintetizar diversas substancias que mantem o paciente
em parcial equilíbrio, permitindo-lhe uma vida social relativamente normal,
desde que permaneça em tratamento cuidadoso.

Vamos abordar um pouco melhor os casos tipicamente obsessivos, muito difíceis


de separa-los dos considerados clássicos, pela razão da semelhança de sintomas
com que se manifestam

Nestes casos, o perseguidor desencarnado, reencontrando aquele que o


infelicitou, acerca-se-lhe, e, pela lei de afinidade - debito – credito -, emitindo as
ondas do sentimento rancoroso o alcança e sincroniza com as matrizes morais
do endividado, como verdadeiros plugues que se lhe fixam, passando esse ultimo
a experimentar o pensamento invasor, que lentamente o aliena, por
desequilibrar as sinapses neuronais, o sistema nervoso central e algumas
glândulas de secreção endócrina

Ao largo do tempo, o que era apenas uma influencia perniciosa destrambelha a


harmonia das comunicações mentais, transformando-se na decantada loucura

Por exemplo, Philomeno de Miranda narra em Transtornos Psiquiátricos e


Obsessivos O Caso Anselmo – era cocainômano inveterado (dependência química
da cocaína)
A consciência de culpa (por ter escravizado pessoas em outra existência) afligiu-
o desde a infância e as vinculações com as vitimas que não puderam ser
impedidas, em face da lei de afinidades vibratórias, facultaram o ensejo de
atormenta-lo, desde cedo, fazendo-o reviver cenas hediondas, aturdindo-lhe o
pensamento

Seu conflito era grave também na área sexual, assinalada por abusos e crimes
cometidos anteriormente

Debatido no desespero, açodado por inimigos que o estimulam e lhe pioram o


quadro, temos um caso de obsessão agravando a situação

Enrijecido pelos hábitos doentios, não estava conseguindo realizar a necessária


mudança de comportamento mental, a fim de se ajustar aos programas
iluminativos que estão ao seu alcance

Entre as várias entidades espirituais que o odeiam, uma delas localiza-lhe a


concentração mental no aparelho genésico, agravando a perturbação funcional
de que é objeto, e concomitantemente, outro inimigo insidioso domina-lhe o
centro da vontade mediante contínua indução ao consumo da droga perversa – o
Espírito reencarnado perdeu o controle de si – transferiu o controle a outrem
pela conduta a que se permitiu
A ideia então, da espiritualidade superior, seria provocar um acidente vascular
cerebral, para deixa-lo em condição expiatória, com o objetivo de ter tempo para
meditar a respeito das Leis Divinas (obstruir a área da comunicação motora e
verbal, sem anular-lhe o raciocínio, o fluxo do pensamento, ajudando-o a
despertar para a autoconsciência) – e ao mesmo tempo fazer um labor
desobsessivo.

A psicoterapia, e os métodos admiráveis psicanalíticos, como as orientações


psicológicas, hão logrado resultados favoráveis algumas vezes, especialmente
quando as causas da loucura, do desequilíbrio psíquico ou emocional são
individuais ou gerais, psíquicas ou físicas.

Merece, porém, considerar as causas cármicas, as que precedem à vida atual e


que vêm impressas no psicossoma ou períspirito do enfermo, vinculado pelos
débitos transatos àqueles a quem usurpou, abusou, prejudicou, e que, ainda que
mortos, não se aniquilaram na vida

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